1) O Caminho de Santiago desenvolveu-se a partir do século IX como um importante centro de peregrinação cristã após a suposta descoberta do túmulo do apóstolo Santiago em Compostela.
2) Ao longo dos séculos, vários reis das Astúrias e de Leão promoveram e protegeram o Caminho de Santiago, que se expandiu por toda a Europa cristã.
3) O Codex Calixtinus do século XII descreveu várias rotas para Santiago e ajudou a popularizar ainda mais a peregrina
Património cultural 98 Anos das Aparições de Fátima aula 1 - Artur Filipe d...
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2. O CAMINHO DE SANTIAGO
PATRIMÓNIO CULTURAL DA FÉ
2
Aula 2
3. Artur Filipe dos Santos
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artursantos.no.sapo.pt
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• Artur Filipe dos Santos, Doutorado em Comunicação, Publicidade Relações Públicas e
Protocolo, pela Universidade de Vigo, Galiza, Espanha, Professor Universitário, consultor e
investigador em Comunicação Institucional e Património, Protocolista, Sociólogo.
• Director Académico e Professor Titular na Universidade Sénior Contemporânea, membro da
Direção do OIDECOM-Observatório Iberoamericano de Investigação e Desenvolvimento em
Comunicação, membro da APEP-Associacao Portuguesa de Estudos de Protocolo.
Membro do ICOMOS (International Counsil on Monuments and Sites), consultor da UNESCO
para o Património Mundial, membro do Grupo de Investigação em Comunicação (ICOM-X1)
da Faculdade de Ciências Sociais e da Comunicação da Universidade de Vigo, membro do
Grupo de Investigação em Turismo e Comunicação da Universidade de Westminster.
Professor convidado da Escola Superior de Saúde do Instituto Piaget.
Orador e palestrante convidado em várias instituições de ensino superior.
Artur Filipe dos Santos -
artursantos.no.sapo.pt
3
4. A Universidade Sénior
Contemporânea
Web: www.usc.no.sapo.pt
Email: usc@sapo.pt
Edições online: www.edicoesuscontemporanea.webnode.com
• A Universidade Sénior Contemporânea é uma instituição
vocacionada para a ocupação de tempos livres dos indivíduos que
se sintam motivados para a aprendizagem constante de diversas
matérias teóricas e práticas,adquirindo conhecimentos em
múltiplas áreas, como línguas, ciências sociais, saúde, informática,
internet, dança, teatro, entre outras, tendo ainda a oportunidade
de participação em actividades como o Grupo de Teatro, Coro da
USC, USC Web TV, conferências, colóquios, visitas de estudo.
Desenvolve manuais didáticos das próprias cadeiras
lecionadas(23), acessivéis a séniores, estudantes e profissionais
através de livraria online.
4
5. • Em finais do século VIII
difunde-se no noroeste
da península Ibérica a
lenda de que Santiago
Maior tinha sido
enterrado nessas terras.
5
Património Cultural – O Caminho de Santiago
6. • Em 812 ou 813, um
eremita chamado
Pelágio avistou uma
estrela pousada no
bosque Libredón (local
onde se situa
atualmente a Igreja de
São Félix de Solovio
(San Fiz), sobre uma
urna de mármore.
6
Património Cultural – O Caminho de Santiago
7. • Isso mesmo comunicou
ao bispo Teodomiro de
Iria Flávia, que se
deslocou ao local e ali
identificou o achado
como sendo o o sepulcro
de Santiago com o corpo
decapitado do apóstolo,
nos restos de uma antiga
capela e de um antigo
cemitério romano.
7
Património Cultural – O Caminho de Santiago
8. • Esta suposta descoberta
coincide com a chegada
ao reino asturiano de
moçárabes fugidos das
zonas dominadas pelos
muçulmanos, que
procuravam um local
onde pudessem praticar
as suas crenças
religiosas cristãs.
8
Património Cultural – O Caminho de Santiago
9. • A figura de Santiago
está intimamente ligada
à Reconquista, da qual
foi de certa forma
padroeiro, como ainda
é de Espanha.
9
Património Cultural – O Caminho de Santiago
Os Caminhos de Santiago correm toda a Europa
10. • Uma das representações mais
comuns em Espanha do apóstolo é
a de Santiago Mata-mouros
(Matamoros), que representa a
sua aparição milagrosa como
combatente montado num corcel
branco na batalha de Clavijo,
supostamente travada em 844, na
qual Ramiro I das Astúrias, que
tinha sido cercado por um grande
exército muçulmano na sequência
de se ter recusado a pagar tributo,
conseguiu vencer os infiéis com a
ajuda milagrosa de Santiago.
10
Património Cultural – O Caminho de Santiago
11. • A batalha de Clavijo, por
muitos considerada
uma lenda, é
frequentemente
apontada como uma
das batalhas decisivas
do início da reconquista
cristã da península
Ibérica.
11
Património Cultural – O Caminho de Santiago
12. • Os estudos histórico-
arqueológicos levados a
cabo no século XX na
catedral de Santiago
revelaram que desde as
épocas galaico-romana e
sueva Compostela ora um
lugar importante, onde
eram sepultados altos
dignitários civis ou
religiosos, muito antes de
813.
12
Património Cultural – O Caminho de Santiago
13. • Isto pode corroborar a
opinião de diversos
estudiosos de que foi
Prisciliano, patriarca da
igreja galega no século IV,
e não Santiago, que foi
enterrado no local.
Prisciliano foi decapitado
em Tréveris, Alemanha,
em 385, mas o seu corpo
teria sido trazido para o
norte da Península.
13
Património Cultural – O Caminho de Santiago
14. • Outros estudiosos
propoem que
Prisciliano teria sido
enterrado perto de
Astorga, outros no lugar
de Os Martores ("Os
Mártires" em galego),
em San Miguel de
Valga, na província de
Pontevedra.
14
Património Cultural – O Caminho de Santiago
blogs.hoy.es
15. • Segundo outra tradição,
os restos mortais de
Santiago Maior estão na
Basílica Saint-Sernin
(São Saturnino), em
Toulouse, para onde
teriam sido levadas por
Carlos Magno, vindas
da Galiza durante uma
campanha contra os
Sarracenos.
15
Património Cultural – O Caminho de Santiago
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16. • O rei Afonso II das Astúrias
(r. 791–842) teria também
sido o primeiro peregrino
de Santiago da história
quando se deslocou ao local
com a sua corte. Afonso II, o
Casto mandou também
construir uma igreja no local
onde, segundo a lenda,
repousam os restos do
apóstolo Santiago, onde
estabeleceu uma
comunidade religiosa
permanente.
16
Património Cultural – O Caminho de Santiago
17. • Com o passar dos anos,
essa igreja converteu-se
num dos principais
centros de peregrinação
da cristandade e deu
origem ao Caminho de
Santiago, uma via pela
qual se expandiram na
península Ibérica os
novos estilos
arquitetónicos que
triunfaram na Europa.
17
Património Cultural – O Caminho de Santiago
18. • O Caminho estendeu-
se por toda a Europa
cristã e o número de
peregrinos aumentou
consideravelmente
graças aos contactos
culturais entre as
nações europeias.
18
Património Cultural – O Caminho de Santiago
19. • Início da peregrinação
• A promoção de Compostela
como centro de peregrinação
teve o beneplácito de Carlos
Magno, que nela via mais uma
forma de defender as suas
fronteiras de invasões árabes.
A notícia espalhou-se por toda
a Europa cristã e os peregrinos
começaram a acorrer ao lugar
do sepulcro, o chamado
Campus Stellae ("Campo da
Estrela"), que degenerou no
termo Compostela.
19
Património Cultural – O Caminho de Santiago
Fonte: Wikipedia
20. • O culto a Santiago
estendeu-se por toda a
Galiza e Astúrias no
século IX. Afonso III
peregrinou em 872 e
voltou em 874 com a
rainha Jimena,
ordenando a edificação
de uma nova basílica,
que foi consagrada no
ano 889.
20
Património Cultural – O Caminho de Santiago
21. • É durante o reinado de
Afonso III que a
peregrinação a Compostela
chega aos Pirenéus. A
Diocese de Iria e o seu
titular tornaram-se a mais
poderosa administração
eclesiástica não só da
Galécia medieval, como de
toda a península Ibérica
cujo poder e riqueza foi
crescendo com as
constantes doações por
parte de monarcas.
21
Património Cultural – O Caminho de Santiago
22. • No século X começou a
desenvolver-se o
Caminho Francês,
passando a haver
peregrinos vindos de
Tours, Limoges e de Le
Puy. Em meados do
século anterior, o bispo
Godescalco de Le Puy, é
um dos primeiros
peregrinos estrangeiros
de renome.
22
Património Cultural – O Caminho de Santiago
23. • No início do século XI,
Sancho III, o Grande fixou
o traçado definitivo do
Caminho de Santiago a
norte, ao livrar de
incursões muçulmanas a
zona compreendida entre
os Pirenéus e Nájera,
aproveitando o uma
antiga estrada romana e
substituindo o percurso
anterior que atravessava
Álava.
23
Património Cultural – O Caminho de Santiago
Fonte: Wikipédia
24. • A ele deve-se também a
influência dos
beneditinos da Abadia
de Cluny ao longo de
toda o Caminho.
24
Património Cultural – O Caminho de Santiago
25. • Na opinião do
historiador espanhol
Menéndez Pidal, em
certo sentido pode
considerar-se o
caudilho muçulmano
Almançor como o
grande revitalizador do
Caminho de Santiago,
que a ele deve a sua
fama internacional.
25
Património Cultural – O Caminho de Santiago
26. • Com efeito, os
repetidos ataques de
Almançor aos reinos
cristãos hispânicos
chegaram a preocupar
os monges de Cluny,
então o centro mais
importante do
cristianismo europeu.
26
Património Cultural – O Caminho de Santiago
27. • Um dos grandes
impulsionadores da
peregrinação no século
XII foi o papa Calisto II
(r. 1119–1124), instituiu
os Anos Santos (ou
jubilares)
Compostelanos.
27
Património Cultural – O Caminho de Santiago
28. • Tudo isto acontece em
pleno período das
cruzadas (a primeira
iniciada em 1095) e da
fundação da Ordem dos
Templários em 1118
para proteger a
peregrinação a
Jerusalém.
28
Património Cultural – O Caminho de Santiago
29. • Religiosos vinculados a
Cluny elaboraram a
Historia Compostellana e
o Codex Calixtinus. Este
último foi publicado cerca
de 1140 e o seu Livro V,
atribuído ao monge do
Poitou Aimery Picaud, é
ainda hoje considerado a
fonte de muitos guias
publicados atualmente.
29
Património Cultural – O Caminho de Santiago
É tradição dar um abraço à imagem
De Santiago, que se encontra no
Altar da catedral em Compostela
31. • Este livro descreve quatro
rotas em França, uma a
partir de Paris, e as
restantes a partir de
Vézelay, Puy e Arles, que se
juntam em Ostabat-Asme,
nos Pirenéus Atlânticos; o
caminho seguia depois para
Navarra convergindo com
outras rotas em Puente la
Reina, de onde sai uma rota
bem definida que liga
Burgos, Carrión de los
Condes, Sahagún, Leão,
Astorga e Compostela.
31
Património Cultural – O Caminho de Santiago
32. • Os reis ibéricos favoreceram
muito a constituição e
proteção de uma rede de
mosteiros cluniacenses no
norte da península Ibérica,
particularmente em redor
do Caminho. Essa política
está intimamente ligada ao
desejo dos monarcas de
romper o seu isolamento
em relação ao resto da
Cristandade mediante laços
dinásticos, culturais e
religiosos.
32
Património Cultural – O Caminho de Santiago
33. • Muitos dos primeiros
peregrinos provinham
de regiões da Europa
pioneiras em novidades
musicais. Partindo do
norte e de zonas mais
centrais de França,
tinham passado por
locais de culto como
Chartres e Tours.
33
Património Cultural – O Caminho de Santiago
Codex Calixtinus
Fonte: Wikipedia
34. • Ali puderam escutar as melodias
que todo o ocidente cristão
considerava o verdadeiro legado
do papa Gregório. Pouco
importava aqueles que vinham do
norte de Itália, atravessando os
Alpes e Pirenéus, que lhes
dissessem que nas suas terras de
origem o rito litúrgico era mais
antigo e venerável do que aquele
a que eles chamavam romano.
34
Património Cultural – O Caminho de Santiago
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35. • Tão pouco importava muito
que, uma vez entrados em
território hispânico, estando
reunidos peregrinos de
distintas procedências num
mesmo Caminho, parassem
em algum mosteiro riojano
e ali se lhes falasse com
alguma nostalgia de uma
liturgia que até há pouco
tempo era o elemento
unificador frente às hostes
de Alá que desde há séculos
ocupava grande parte do
território hispânico.
35
Património Cultural – O Caminho de Santiago
36. • Nesses mosteiros riojanos
e castelhanos ainda se
encarariam com algum
receio aqueles
caminhantes que se
dirigiam a Campus Stellae
seguindo precisamente a
a rota pela qual tinha
entrado o principal
inimigo do rito hispânico.
36
Património Cultural – O Caminho de Santiago
37. • Pela rota jacobeia as
antigas cerimónias e
costumes foram sendo
modificados para que
aqueles que vinham de
regiões remotas
pudessem entender
algo do culto que
escutavam.
37
Património Cultural – O Caminho de Santiago
38. • Tanto é assim que, ante
os desejos unificadores
de Afonso VI, o rito
autóctone foi abolido e
substituído pela liturgia
dita romana.
38
Património Cultural – O Caminho de Santiago
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39. • Consolidação da rota jacobeia
• O número de peregrinos aumentou consideravelmente a
partir do século X, quando a população europeia logrou
sair do isolamento de épocas anteriores e inicia uma série
de contactos e intercâmbios que, no campo religiosos,
levaram a fazer da peregrinação a forma mais difundida
de devoção.
39
Património Cultural – O Caminho de Santiago
40. • Roma, Jerusalém e
Santiago de Compostela
serão os destinos mais
importantes: todos os
caminhos levam a
Roma. Os cruzados e as
cidades marítimas
italianas abrem a rota
de Jerusalém.
40
Património Cultural – O Caminho de Santiago
41. • Os monarcas de Navarra,
Aragão, Castela e Leão
facilitam a viagem a Santiago
através da construção de
pontes, reparação de
caminhos, edificação de
hospitais e, de modo geral,
melhorando as infraestruturas
das localidades por onde
passava o caminho. Isso
favoreceu a o repovoamento
das cidades, em especial com
francos, o que também foi
estimulado através da isenção
de taxas de portagem aos
peregrinos.
41
Património Cultural – O Caminho de Santiago
Fonte: Wikipedia
42. • Os registos mais antigos
de peregrinos vindos de
além-Pirenéus que
visitaram o santuário data
de meados do século XI,
mas aparentemente só
um século depois é que
um elevado número de
peregrinos de fora da
península Ibérica
começaram a ser
presença regular.
42
Património Cultural – O Caminho de Santiago
43. • Os registos mais
antigos de peregrinos
de Inglaterra são do
período entre 1092 e
1105. Porém, no início
do século XII a
peregrinação já se tinha
transformado em algo
altamente organizado.
43
Património Cultural – O Caminho de Santiago
44. • Tendo-se convertido no
terceiro centro de
peregrinação da
cristandade, só superado
por Roma e Jerusalém, a
partir do século XI ou XII
chegavam a Compostela
peregrinos vindos dos mais
diversos pontos da Europa,
desde a Occitânia e resto da
França, Navarra, Aragão e
Catalunha por terra, até às
Ilhas Britânicas,
Escandinávia e Alemanha
por via marítima.
44
Património Cultural – O Caminho de Santiago
45. • O fenómeno jacobeu foi decisivo para
a conformação cultural e económica
do Reino da Galiza. O caráter
apostólico da sua igreja e as riquezas
acumuladas graças aos peregrinos
permitiram a um bispo
empreendedor, Diego Gelmires (ca.
1059–1139), converter a sua sé de
Compostela em arquidiocese e
construir não só uma catedral que foi
um centro artístico e religioso de
primeira importância, como tornar
Santiago uma cidade com intensa
atividade comecial derivada da sua
condição de cidade santa, onde
seriam coroados os reis galegos e
onde se desenvolveria a a escola
literária galaico-portuguesa.
45
Património Cultural – O Caminho de Santiago
46. • Declínio
• Depois do século XIV
deram-se muitas
convulsões sociais na
Europa que afastam os
potenciais peregrinos
para outros destinos. Por
outro lado, a Reconquista
desloca toda a atenção
económica e
governamental dos reinos
ibéricos para sul.
46
Património Cultural – O Caminho de Santiago
www.ccvalg.pt
47. O Caminho de Santiago
perde o esplendor dos
séculos anteriores. O
Grande Cisma do
Ocidente em 1378
agrava a situação e
divide a cristandade
ocidental.
47
Património Cultural – O Caminho de Santiago
velocipedia.blogspot.com
48. • O século XV também
não trouxe a
revitalização, devido às
muitas conturbações
vividas no velho
continente nesse
período: guerras, fome,
peste, más colheitas,
secas, etc.
48
Património Cultural – O Caminho de Santiago
49. • Apesar de tudo, muitos
peregrinos continuaram
a acorrer ao túmulo do
apóstolo para cumprir a
sua penitência mas, ano
após ano, o Caminho foi
caindo no
esquecimento.
49
Património Cultural – O Caminho de Santiago
50. • Ressurgimento no final do século XX
• Depois de séculos em que pouco mais foi
que uma memória do passado — em
1985/86 registaram-se na Oficina de
Acogida de Peregrinos da catedral de
Santiago apenas 2 491 peregrinos — a
partir da década de 1980 o Caminho
ganhou cada vez mais popularidade, para o
que contribuiu o esforço de sinalização dos
trilhos e percursos urbanos, principalmente
no norte de Espanha (o Caminho Francês, o
mais concorrido), mas também pelo resto
de Espanha, em França e Portugal
(principalmente no Norte), a par da
recuperação e da abertura de novos
albergues de peregrinos ao longo do
caminho.
50
Património Cultural – O Caminho de Santiago
51. • Apesar de muitas das
pessoas, — segundo
algumas fontes a maioria,
— não fazerem o percurso
por razões religiosas, mas
por lazer, o número de
peregrinos registados não
tem parado de crescer,
principalmente nos Anos
Jubilares, quando o dia do
apóstolo, 25 de julho
coincide com um domingo
(1993, 1999, 2004 e 2010; o
próximo é em 2021).
51
Património Cultural – O Caminho de Santiago
http://ocaminhodecompostela.blogspot.pt/
52. • Nas últimas décadas, a
interpretação do santuário
católico sofreu uma
evolução doutrinal, com a
palavra "túmulo" a
desaparecer dos discursos
dos últimos papas. João
Paulo II falou do "memorial
de Santiago", sem usar a
palavra "relíquias", e Bento
XVI disse simplesmente que
a catedral de Compostela
"está ligada à memória de
Santiago“.
52
Património Cultural – O Caminho de Santiago
Fonte: Wikipedia
54. • Símbolos do Caminho
• A concha de vieira, facilmente
encontrada nas costas da
Galiza, é desde há muito o
símbolo do Caminho de
Santiago e dos seus
peregrinos. Ao longo dos
séculos, a vieira ganhou
significados míticos,
metafóricos e práticos, se bem
que possivelmente a sua
relevância se deva ao desejo
dos peregrinos e visitantes de
Compostela levarem para casa
uma recordação.
54
Património Cultural – O Caminho de Santiago
• Fonte: Wikipedia
55. • As duas versões lendárias
mais comuns sobre a
origem do símbolo
relacionam-se com a morte
de Santiago, que foi
decapitado em Jafa ou
Jerusalém em 44 d.C..
Segundo a tradição, ele
teria passado algum tempo
pregando o Evangelho na
Hispânia, mas voltou para a
Judeia depois de ter tido
uma visão da Virgem Maria
na margem do rio Ebro.
55
Património Cultural – O Caminho de Santiago
56. • Primeira versão: Depois da
morte de Santiago os seus
discípulos levaram o corpo
de barco para a península
Ibérica, para ser enterrado
no que é hoje Santiago de
Compostela. Ao largo da
costa ibérica, uma violenta
tempestade atingiu o navio
e o corpo caiu ao mar
tendo-se perdido. Contudo,
depois de algum tempo,
deu à costa sem estragos,
coberto por vieiras.
56
Património Cultural – O Caminho de Santiago
57. • Segunda versão: Depois
da morte de Santiago o
seu corpo foi
misteriosamente
transportado por um
navio sem tripulação para
a península Ibérica, para
ser enterrado no que é
hoje Santiago de
Compostela. Quando o
navio se aproximou de
terra, estava a decorrer
um casamento na costa.
57
Património Cultural – O Caminho de Santiago
58. • O jovem noivo estava
montado num cavalo e ao
ver o navio aproximar-se
o cavalo assustou-se e
cavaleiro e montada
mergularam no mar.
Através de uma
intervenção miraculosa, o
cavaleiro e o seu cavalo
emergiram da água vivos,
cobertos de conchas
58
Património Cultural – O Caminho de Santiago
www.caminhodesantiago.com.br
59. • A concha de vieira
também é uma metáfora.
Os sulcos radiantes na
concha, que se juntam
num só ponto,
representam as várias
rotas usadas pelos
peregrinos, que
acabavam por chegar
todos ao mesmo destino
— o sepulcro de Santiago
em Compostela.
59
Património Cultural – O Caminho de Santiago
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60. • A concha além disso
uma metáfora do
peregrino: como as
ondas do oceano
arrastam conchas de
vieira para as costas da
Galiza, a mão de Deus
guia os peregrinos para
Santiago.
60
Património Cultural – O Caminho de Santiago
61. • A concha tinha também
utilidade prática para os
peregrinos, pois tem o
tamanho adequado para
tirar e beber água das
fontes e para servir como
tigela de comida.
Tradicionalmente, a vieira
é pendurada no chapéu,
outro artefato típico do
peregrino, ou então na
roupa.
61
Património Cultural – O Caminho de Santiago
62. • No passado, os
peregrinos apresentavam-
se em igrejas, castelos,
mosteiros, etc. ao longo
do Caminho e podiam
contar com oferta da
comida que conseguissem
recolher com uma
colherada da concha.
Provavelmente davam-
lhes aveia, cevada e talvez
cerveja ou vinho.
62
Património Cultural – O Caminho de Santiago
63. • Dessa forma, até as casas mais
humildes podiam ser caridosas com
os peregrinos sem risco de serem
sobrecarregadas. A vieira como
animal está associada a Santiago nos
léxicos de várias línguas; coquille
Saint Jacques ("concha de Santiago")
designa o molusco e o molho com o
qual é geralmente preparado em
francês; em alemão as vieiras são
chamada Jakobsmuscheln
(literalmente "mexilhões de
Santiago").
63
Património Cultural – O Caminho de Santiago
64. • Outros símbolos: o bastão e a
Via Láctea
• Outro acessório típico do
peregrino é um bordão de
caminhada ou cajado,que
tradicionalmente tem uma
travessant ou um gancho para
poder ser levado no ombro
com coisas penduradas nele
penduradas.
64
Património Cultural – O Caminho de Santiago
65. • O nome popular da nossa galáxia,
a Via Láctea, em Portugal e
Espanha é "Caminho de Santiago,
porque supostamente indica o
caminho para Santiago de
Compostela à noite. De acordo
com uma lenda medieval, a Via
Láctea (do latim "estrada de
leite", devida ao seu aspecto de
mancha esbranquiçada no céu),
foi formada pela poeira levantada
pelos peregrinos quando
caminhavam.
65
Património Cultural – O Caminho de Santiago
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66. • Compostela (em latim: Campus Stellae)
também tem reminiscências cósmicas,
pois significa "campo de estrelas", em
alusão à lenda da descoberta do túmulo
pelo eremita Pelágio. Outra origem para
a associação entre a galáxia e o
Caminho é o volume IV do Liber Sancti
Jacobi ("Livro de Santiago", ou Codex
Calixtinus), do século XII que relata que
o santo apareceu em sonhos a Carlos
Magno, pedindo-lhe que libertasse o
seu túmulo dos Mouros e dizendo-lhe
que para o encontrar devia seguir o
caminho indicado pela Via Láctea.
66
Património Cultural – O Caminho de Santiago
pt.wikipedia.org
67. Bibliografia
– http://www.caminhoportosantiago.com/PT/santiago.html
– http://www.caminhoportuguesdesantiago.com/PT/caminho.php
– http://pt.wikipedia.org/wiki/Caminhos_de_Santiago
– http://www.spain.info/pt/que-quieres/rutas/grandes-rutas/camino-
santiago/
– http://atc.pt/files/72/7201.pdf
– http://www.santiago.org.br/caminho-de-santiago-historia.asp
– http://www.santiago.org.br/caminho-de-santiago-o-que-e.asp
– http://www.confrariaapostolosantiago.com.br/depoimentos/historia-
do-caminho.pdf
– http://www.caminhoportosantiago.com/PT/santiago-historia.html
– http://ocaminhodecompostela.blogspot.pt/2006/12/historia-de-
santiago-de-compostela.html
– http://pt.wikipedia.org/wiki/Caminho_Portugu%C3%AAs_de_Santiago
67
Património Cultural – O Caminho de Santiago