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1 von 65
Cadeira de
HISTÓRIA DO PORTO
Coleção de Manuais da Universidade
Sénior Contemporânea
Professor Doutor
Artur Filipe dos Santos
S. JOÃO DO PORTO
Artur Filipe dos Santos
2
Coleção de Manuais da Universidade
Sénior Contemporânea
AUTOR
Artur Filipe dos Santos
artursantosdocente@gmail.com
www.artursantos.no.sapo.pt
www.politicsandflags.wordpress.com
• Artur Filipe dos Santos, Doutorado em Comunicação, Publicidade Relações
Públicas e Protocolo, pela Universidade de Vigo, Galiza, Espanha, Professor
Universitário, consultor e investigador em Comunicação Institucional e
Património, Protocolista, Sociólogo.
• Director Académico e Professor Titular na Universidade Sénior Contemporânea,
membro da Direção do OIDECOM-Observatório Iberoamericano de Investigação e
Desenvolvimento em Comunicação, membro da APEP-Associacao Portuguesa de
Estudos de Protocolo.
Membro do ICOMOS (International Counsil on Monuments and Sites), consultor
da UNESCO para o Património Mundial, membro do Grupo de Investigação em
Comunicação (ICOM-X1) da Faculdade de Ciências Sociais e da Comunicação da
Universidade de Vigo, membro do Grupo de Investigação em Turismo e
Comunicação da Universidade de Westminster. Professor convidado das Escola
Superior de Saúde do Insttuto Piaget (Portugal).
Orador e palestrante convidado em várias instituições de ensino superior.
Formador em Networking e Sales Communication no Network Group +Negócio
Portugal.
3
Artur Filipe dos Santos
A Universidade Sénior
Contemporânea
Web: www.usc.no.sapo.pt
Email: usc@sapo.pt
Edições online: www.edicoesuscontemporanea.webnode.com
• A Universidade Sénior Contemporânea é uma instituição
vocacionada para a ocupação de tempos livres dos indivíduos que
se sintam motivados para a aprendizagem constante de diversas
matérias teóricas e práticas,adquirindo conhecimentos em
múltiplas áreas, como línguas, ciências sociais, saúde, informática,
internet, dança, teatro, entre outras, tendo ainda a oportunidade
de participação em actividades como o Grupo de Teatro, Coro da
USC, USC Web TV, conferências, colóquios, visitas de estudo.
Desenvolve manuais didáticos das próprias cadeiras
lecionadas(23), acessivéis a séniores, estudantes e profissionais
através de livraria online.
4
Universidade Sénior Contemporânea – www.usc.no.sapo.pt
• O São João do Porto é uma
festa popular que tem lugar de
23 para 24 de Junho na cidade
do Porto, em Portugal.
Oficialmente, trata-se de uma
festividade católica em que se
celebra o nascimento de São
João Batista, que se centra na
missa e procissão de São João
no dia 24 de Junho, mas a
festa do S. João do Porto tem
origem no solstício de Junho e
inicialmente tratava-se de uma
festa pagã.
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Sénior Contemporânea
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S. João do Porto
Coleção de Manuais da Universidade
Sénior Contemporânea
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S. João do Porto
• As pessoas festejavam a
fertilidade, associada à
alegria das colheitas e
da abundância. Mais
tarde, à semelhança do
que sucedeu com o
Entrudo, a Igreja
cristianizou essa festa
pagã e atribui-lhe o S.
João como Padroeiro.
• Trata-se de uma festa cheia de
tradições, das quais se
destacam os alhos-porros,
usados para bater nas cabeças
das pessoas que passam, os
ramos de cidreira (e de
limonete), usados pelas
mulheres para pôr na cara dos
homens que passam, e o
lançamento de balões de ar
quente. Tradicionalmente, o
alho-porro era um símbolo
fálico da fertilidade masculina
e a erva cidreira dos pelos
púbicos femininos.
Coleção de Manuais da Universidade
Sénior Contemporânea
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S. João do Porto
Coleção de Manuais da Universidade
Sénior Contemporânea
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S. João do Porto
• A partir dos anos 70, foram
introduzidos os martelos de
plástico que desempenham
o mesmo papel do alho-
porro, tendo, curiosamente,
também um aspecto fálico.
Nos anos 70, nas
Fontaínhas, vendia-se
ainda, na noite de S. João,
pão com a forma de um falo
com dois testículos,
atestando muito claramente
as conotações da festa com
as antigas festas da
fertilidade.
• Existem, ainda, os tradicionais
saltos sobre as fogueiras
espalhadas pela cidade,
normalmente nos bairros mais
tradicionais; os vasos de
manjericos com versos
populares são uma presença
constante nesta grande festa e
o tradicional fogo de artifício à
meia-noite, junto ao Rio Douro
e à ponte Dom Luís I que faz as
delícias dos milhares de
residentes e visitantes que
chegam de todo o mundo para
assistir.
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S. João do Porto
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Sénior Contemporânea
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S. João do Porto
• O fogo de artifício chega a
durar mais de 15 minutos,
estando ao nível dos
melhores no mundo, e
decorre no meio do rio
em barcos especialmente
preparados, sendo
acompanhado por música
num espectáculo
multimédia muito belo e
digno de se ver.
• Além de tudo isto,
existem vários arraiais
populares por toda a
cidade do Porto
especialmente nos
bairros das Fontainhas,
Miragaia, Massarelos,
entre outros, dando
mais animação e brilho
durante a noite.
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Sénior Contemporânea
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S. João do Porto
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Sénior Contemporânea
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S. João do Porto
• Além de tudo isto,
existem vários arraiais
populares por toda a
cidade do Porto
especialmente nos
bairros das Fontainhas,
Miragaia, Massarelos,
entre outros, dando
mais animação e brilho
durante a noite.
• Nos arraiais,
normalmente, existem
concertos com diversos
cantores populares
acompanhados, quase
sempre, por boa
comida, em especial, o
cabrito assado e mais
recentemente
grelhados de carnes e
também sardinhas.
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S. João do Porto
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S. João do Porto
• A festa dura até às quatro
ou cinco horas da
madrugada, quando a
maior parte das pessoas
regressa a casa. Os mais
resistentes, normalmente
os mais jovens,
percorrem toda a
marginal desde a Ribeira
até à Foz do Douro onde
terminam a noite na
praia, aguardando pelo
nascer do sol.
• Não se conhece com rigor
quando teve início a festa do
S. João do Porto. Sabe-se,
pelos registos registos do Séc
XIV, já que Fernão Lopes, por
essa altura se terá deslocado
ao Porto para preparar uma
visita do Rei, tendo chegado
na véspera do S. João, deixou
escrito na Crónica que era um
dia em que se fazia no Porto
uma grande festa,
descrevendo-a e como era
vivida pelas gentes do Porto.
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S. João do Porto
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S. João do Porto
• É no entanto possível
que essa festa fosse
mais antiga, pois existia
uma cantiga da época
que dizia até os moiros
da moirama festejam o
S. João.
• Era também no dia de S.
João que a Câmara
Municipal do Porto se
reunia em Assembleia
Magna, que corresponderia
à actual Assembleia
Municipal, reunião essa
realizada no Claustro do
Mosteiro de S. Domingos,
pelo seu grande espaço,
onde se procedia à eleição
dos Vereadores e onde se
tomavam as decisões mais
importantes para a cidade.
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S. João do Porto
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S. João do Porto
• Na noite de São João, as
luzes de muitos balões
iguais a este juntam-se
às das estrelas no céu. É
um milagre de São João:
o céu fica com mais
estrelas do que nas
outras noites do ano
• História de um feriado
• Os festejos de S. João na
cidade do Porto são já
seculares e a origem desta
tradição cristã remonta
mesmo a tempos milenares.
Mas foi só no século XX que
o 24 de Junho passou a ser
feriado municipal na Invicta,
proporcionando um
merecido dia de folia a
milhares de tripeiros.
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S. João do Porto
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S. João do Porto
• E tudo graças a um decreto
republicano e a um
referendo aos portuenses,
promovido pelo Jornal de
Notícias. A história é curiosa
e mostra o protagonismo
que, já na altura, a
Comunicação Social tinha
no modus vivendi urbano.
Estávamos em Janeiro de
1911 e a República
Portuguesa dava os
primeiros passos.
• O Governo Provisório
da República assumia a
governação do país e,
desde logo, começava a
introduzir mudanças na
sociedade portuguesa
que espelhavam, muito
naturalmente, os ideais
da nova ordem
republicana.
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S. João do Porto
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22
S. João do Porto
• Numa tentativa de
implementar a nova ordem
junto da população, o Governo
Provisório redefiniu os dias
feriados em Portugal. Por
decreto, a República instituiu
como feriados nacionais o 31
de Janeiro (primeira tentativa
?falhada ¬de revolução
republicana, em 1891, no
Porto), o 5 de Outubro
(instauração da República) e o
1º de Dezembro (restauração
da independência em 1640),
para além do Natal e do Ano
Novo.
• Mas o mesmo decreto impunha, a
cada município do país, a escolha de
um dia feriado próprio: "As câmaras
ou commissões municipaes e
entidades que exercem commissões
de administração municipal,
proporão um dia em cada anno para
ser considerado feriado, dentro da
area dos respectivos concelhos ou
circumscripções, escolhendo os
d'entre os que representem factos
tradicionaes e característicos do
município ou circumscripção".
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S. João do Porto
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S. João do Porto
• E foi com este propósito
que a Comissão
Administrativa do
Município do Porto
reuniu a 19 de Janeiro de
1911. Segundo o relato
do Jornal de Notícias, o
"velho e conceituado
republicano, sr. Henrique
Pereira d'Oliveira" logo
sugeriu a data de 24 de
Junho para feriado
municipal.
• O facto não causa
espanto. Afinal de
contas, o S. João era, já
na altura, uma festa
com longa tradição na
cidade do Porto. A
primeira alusão aos
festejos populares data
já do século XIV, pela
mão do famoso cronista
do reino, Fernão Lopes.
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S. João do Porto
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S. João do Porto
• Em 1851, os jornais
relatavam a presença de
cerca de 25 mil pessoas
nos festejos sanjoaninos
entre os Clérigos e a Rua
de Santo António e, em
1910, um concurso hípico
integrado nos festejos
motivou a presença do
infante D. Afonso, tio do
rei (a revolução
republicana apenas se
daria em Outubro).
• Referendo popular
• Contudo, a sugestão de
Henrique d'Oliveira de
eleger o S. João como
feriado municipal da
Invicta foi contestada por
outros membros da
Comissão Administrativa
do Município do Porto,
que mostraram opiniões
diversas.
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S. João do Porto
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S. João do Porto
• Foi então que "o sr. dr.
Souza Junior lembrou,
inspirado n'um alto
princípio democrático, que
não devia a Commissão
deliberar nada sem que o
povo do Porto, por qualquer
forma, se pronunciasse em
tal assumpto". Para
solucionar o imbróglio, o
Jornal de Notícias dispôs?se
a organizar um
surpreendente referendo
popular para escolher o
feriado municipal.
• Logo no dia 21 de Janeiro,
somente dois dias após a
reunião da Comissão
Administrativa, foi
colocado na primeira
página do jornal o
anúncio da "Consulta ao
Povo do Porto",
explicando toda a
situação e a forma de
participação.
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S. João do Porto
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S. João do Porto
• As pessoas teriam que
enviar, até ao dia 2 de
Fevereiro, "um bilhete
postal ou meia folha de
papel dentro de
enveloppe" para a
redacção do jornal, com
a indicação do dia de
sua preferência.
• E, para recompensar o
trabalho dos leitores, o
Jornal de Notícias
oferecia "dez valiosos
premios" o mais valioso
era de 10 mil réis, cerca
de cem escudos a
serem sorteados de
entre todos aqueles que
votassem no dia eleito.
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S. João do Porto
• Nos dias seguintes, o Jornal
de Notícias fez o relato
diário da emocionante
votação. A vitória foi quase
só discutida entre o dia de
S. João, já com larga
tradição na cidade, e o 1º
de Maio, Dia do
Trabalhador, a que não será
alheio o facto de a cidade
do Porto ser considerada "a
capital do trabalho".
• No dia 22 de Janeiro já se
davam conta dos primeiros
resultados: "a votação de
hontem, que foi grande, dá
maioria ao 1 de Maio, seguido
pelo 24 de Junho (S. João) e S.
Conceição [8 de Dezembro]".
No dia 24 ?o Jornal de Notícias
não foi publicado no dia 23,
segunda?feira, porque o
matutino encerrava ao
domingo! ?, deu?se uma
reviravolta nos resultados: o
24 de Junho trocava de lugar
com o 1º de Maio, ficando na
posição de mais votado.
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S. João do Porto
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• Porém, a 25, num dia em que
"a votação cresceu imenso", o
1º de Maio quase passava
novamente para a liderança da
votação. Mas foi no dia 26 de
Janeiro que o resultado da
votação começou a ficar
definido, ao que muito se deve
a forte participação popular do
dia anterior, como relata o
Jornal de Notícias desse dia:
"Só hontem vieram tantos
votos como em todos os dias
anteriores. O dia de S. João
tem enorme maioria.
• O dia 1 de Maio já está
muito em baixo". E, a
27, o próprio jornal já
dava como certo o
vencedor:
"Positivamente o dia
mais votado é o de S.
João. O dia 1 de Maio
fica muito para trás.
Augmenta bastante o
de N. S. Conceição".
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S. João do Porto
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S. João do Porto
• Durante os dias seguintes
foram publicados os
resultados provisórios diários,
sem que tivesse havido
alterações de maior no sentido
de voto dos portuenses. Até
que, a 4 de Fevereiro de 1911,
foram publicados os totais
finais da consulta popular: o
dia 24 de Junho foi o mais
votado, com 6565 votos,
seguido pelo 1º de Maio, com
3075 votos, o dia de Nossa
Senhora da Conceição, com
1975 votos, e o dia 9 de Julho,
com oito.
• "Ficou, pois, vencedor o
dia de S. João que é
aquele que o povo do
Porto escolhe para ser o
de feriado municipal".
• Diocese do Porto
• Texto originalmente
publicado na revista
"Porto de Encontro", Julho
de 2001.
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S. João do Porto
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S. João do Porto
• Na noite de São João, as
luzes de muitos balões
iguais a este juntam-se
às das estrelas no céu. É
um milagre de São João:
o céu fica com mais
estrelas do que nas
outras noites do ano
• Longe de qualquer
tradição religiosa, o S.
João é o cheiro a gente,
a poesia popular e a
paixão eternizada pelo
erotismo dos cravos,
outrora oferecidos às
raparigas.
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S. João do Porto
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S. João do Porto
• As ruas enchem-se de
transeuntes que, em
ritmo de passeio,
aproveitam para dar uma
ou outra martelada na
cabeça do vizinho, mas
poucos são aqueles que
conhecem as verdadeiras
origens do S. João, no
qual a sardinha assada
não é rainha.
• “Ver o sol nascer,
apanhar as orvalhadas e
saltar às fogueiras”
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S. João do Porto
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S. João do Porto
• As verdadeiras origens da festa
estão intimamente ligadas ao
culto do sol, da natureza, do
fogo e da fecundidade.
Segundo Hélder Pacheco, as
referências às festas de S. João
começaram a sentir-se
nitidamente no século XIX. “A
cidade era, então, mais
pequena”, recorda, explicando
que, na altura, o S. João
consistia em três festas: uma
no Bonfim, uma na Lapa e
outra em Cedofeita.
• Ainda assim, rapidamente
se transformou numa
“festa de ruas, ruelas e
bairros”. Hélder Pacheco
contou até que estão
arquivados, na cidade,
centenas de milhares de
pedidos de autorização
para a realização de
arraiais, nos mais diversos
sítios.
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S. João do Porto
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S. João do Porto
• Apesar de, atualmente,
o cheiro a sardinhas
assadas ser um dos
odores mais fortes do S.
João, “o prato típico era
o anho ou o cabrito
assado com batatas”. “A
sardinha nada tem a ver
com a tradição do S.
João do Porto.
• É a feira popular que a
adiciona à festa”,
garantiu. O historiador
revelou ainda que, no
espírito original da
festividade, “o S. João é
ver o nascer do sol,
apanhar as orvalhadas e
saltar às fogueiras”, ações
ligadas aos cultos da
natureza e da fertilidade.
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S. João do Porto
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S. João do Porto
• De salientar ainda a forte
presença do culto das
plantas, que atribuiu uma
simbologia a cada uma
delas. “O alho porro
transformou-se num
protetor e o cravo, por
exemplo, era oferecido
pelos homens às
mulheres, tendo um
significado erótico”,
contou Hélder Pacheco.
• “O S. João nunca foi uma
festa católica”
• Errado é também pensar
que esta festa, de cores,
cheiros e sabores,
apresenta uma base
religiosa, em homenagem
a um santo. “O S. João
nunca foi uma festa
católica”, explicou, à Viva,
o historiador Hélder
Pacheco.
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S. João do Porto
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S. João do Porto
• “É uma festa pagã,
dedicada ao solstício de
Verão”, acrescentou,
frisando que, ao contrário
do que se podia ler numa
campanha espalhada pela
cidade do Porto, o S. João
não tem 100 anos. “As
referências [à festa] são da
Idade Média. Já Fernão
Lopes falou do S. João. O
que se verificou há 100
anos foi a escolha do
feriado”, apontou Hélder
Pacheco.
• O historiador explicou,
então, que a Igreja,
“muito habilmente, fez
coincidir a festa do
nascimento de S. João
Batista com a data do
solstício”, de modo a
atribuir-lhe um cariz
religioso. (...)
• Fonte: A Matéria do Tempo
(Blogue Gaivota Maria)
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S. João do Porto
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S. João do Porto
meu S. João do Porto,
quando chegas está
tudo morto pra nas
fogueiras saltar!
Ai, meu S. João do
Bolhão e Fontainhas,
das cascatas
enfeitadinhas e dos
balões pelo ar!…
• CASCATAS S. JOANINAS
• Foi no século XIX que
apareceram as primeiras
cascatas no Porto. De acordo
com o historiador da cidade do
Porto, Hélder Pacheco, “o pai e
a mãe das cascatas foram os
presépios, que surgiram em
Portugal nos finais do século
XVIII”. “Antigamente”, explica o
historiador, “pegava-se num
presépio, substituia-se a
sagrada família e os reis magos
pelos santos populares e
tínhamos uma cascata”.
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51
S. João do Porto
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Sénior Contemporânea
52
S. João do Porto
• Com o passar dos anos, o
número de cascatas
espalhadas pela cidade foi
diminuindo. “Enquanto que o
concurso dos presépios, que a
Câmara organizou teve oitenta
inscrições, o concurso das
cascatas teve apenas 26. A
minha grande dúvida é se no
dia em que a Câmara deixar de
patrocinar o concurso, não vai
haver uma queda livre do
interesse em fazer as
cascatas”, alerta o historiador.
• Hélder Pacheco justifica o número
reduzido de cascatas que vão a
concurso com a diminuição da
população no centro da cidade. “Não
pode haver festa, alegria ou cascata
sem comunidade, sem gente. Com a
centrifugação dos portuenses, as
cascatas desaparecem. Sem gente não
há nada”, afirmou.
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53
S. João do Porto
Anabela Couto e Hugo Manuel Correia, JPN –
Jornalismo Porto Net, 23-6-2005
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54
S. João do Porto
• A História dos martelinhos de
São João
• O martelo de S. João foi
inventado em 1963 por Manuel
António Boaventura, industrial
de Plásticos do Porto, que tirou
a ideia num saleiro/pimenteiro
que viu numa das suas viagens
ao estrangeiro.
• O conjunto de sal e
pimenta tinha o aspecto
de um fole ao qual
adicionou um apito e um
cabo vindo a incorporar
tudo no mesmo conjunto
e dando-lhe a forma de
um martelo. O objectivo
inicial era criar mais um
brinquedo a adicionar à
gama de que dispunha.
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S. João do Porto
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56
S. João do Porto
• Nesse mesmo ano os
estudantes abordaram
o Sr. Boaventura com o
intuito de lhes ser
oferecido para a queima
das fitas um “brinquedo
ruidoso”, ao que o Sr.
Boaventura acedeu
oferecendo o que de
mais ruidoso tinha...os
martelinhos.
• A queima das fitas foi
um sucesso com os
estudantes a dar
“marteladas” o dia todo
uns nos outros e logo os
comerciantes do Porto
quiseram martelinhos
para a festa de S. João.
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S. João do Porto
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S. João do Porto
• Esse ano o stock era
pouco mas no ano
seguinte os martelos
foram vendidos em
força para esta festa e
ao mesmo tempo
oferecidos pelo Sr.
Boaventura a crianças
do Porto.
• Assim o martelinho
entrou nas festa do S.
João sendo aceite
incondicionalmente
pelo povo nos seus
festejos.
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S. João do Porto
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60
S. João do Porto
• A venda fez-se
normalmente durante 5 ou
6 anos até que um dia o
Vereador da cultura da
Câmara do Porto, Dr. Paulo
Pombo e o Presidente da
Câmara do Porto Engº
Valadas chegaram á
conclusão de que este
brinquedo ia contra a
tradição e decidiram fazer
uma queixa ao Governador
Civil do Porto Engº
Vasconcelos Porto, queixa
esta que foi aceite;
• tendo mesmo o Governador
Civil notificado o Sr.
Boaventura de que no ano
seguinte estava proibido de
vender martelos para a
festa de S. João, mandando
avisar que quem fosse
apanhado com martelos na
noite de S. João seria
multado em 70$00 (na
época ganhava-se cerca de
30$00), e mandando retirar
os martelos das lojas
comerciais onde estavam à
venda.
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Sénior Contemporânea
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S. João do Porto
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62
S. João do Porto
• O que é certo é que o
povo não acatou esta
decisão e continuou a
usar o martelo nos seus
festejos.
• O Sr. Boaventura ao ver-
se lesado e injustiçado
nesta decisão do Governo
Civil levou então a
questão a tribunal,
perdendo em 1ª e 2ª
instância. (estava-se no
tempo de Américo Tomás
e Marcelo Caetano e
consequentemente da
PIDE).
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Sénior Contemporânea
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S. João do Porto
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Sénior Contemporânea
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S. João do Porto
• No entanto no ano de 73
recorreu para o Supremo
Tribunal e ganhou a
questão, podendo assim
continuar a fazer os
martelinhos que se
tornaram tradição popular
não só no S. João do Porto,
como no S. João de Braga,
Vila do Conde, Carnaval de
Torres Vedras, Passagens de
ano, campanhas de partidos
políticos, etc.
• Os martelos sofreram
inúmeras alterações ao
longo dos anos mas a
tradição ficou e a sua
história perdeu-se com
o tempo....
• Fonte :
http://martelodesjoao.blogspot.p
t de MANUEL MARINHO (NETO
DE MANUEL BOAVENTURA)
Coleção de Manuais da Universidade
Sénior Contemporânea
65
S. João do Porto

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Aula de História do porto S. João do Porto - Artur filipe dos santos - Universidade Sénior Contemporânea

  • 1. Cadeira de HISTÓRIA DO PORTO Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea Professor Doutor Artur Filipe dos Santos
  • 2. S. JOÃO DO PORTO Artur Filipe dos Santos 2 Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea
  • 3. AUTOR Artur Filipe dos Santos artursantosdocente@gmail.com www.artursantos.no.sapo.pt www.politicsandflags.wordpress.com • Artur Filipe dos Santos, Doutorado em Comunicação, Publicidade Relações Públicas e Protocolo, pela Universidade de Vigo, Galiza, Espanha, Professor Universitário, consultor e investigador em Comunicação Institucional e Património, Protocolista, Sociólogo. • Director Académico e Professor Titular na Universidade Sénior Contemporânea, membro da Direção do OIDECOM-Observatório Iberoamericano de Investigação e Desenvolvimento em Comunicação, membro da APEP-Associacao Portuguesa de Estudos de Protocolo. Membro do ICOMOS (International Counsil on Monuments and Sites), consultor da UNESCO para o Património Mundial, membro do Grupo de Investigação em Comunicação (ICOM-X1) da Faculdade de Ciências Sociais e da Comunicação da Universidade de Vigo, membro do Grupo de Investigação em Turismo e Comunicação da Universidade de Westminster. Professor convidado das Escola Superior de Saúde do Insttuto Piaget (Portugal). Orador e palestrante convidado em várias instituições de ensino superior. Formador em Networking e Sales Communication no Network Group +Negócio Portugal. 3 Artur Filipe dos Santos
  • 4. A Universidade Sénior Contemporânea Web: www.usc.no.sapo.pt Email: usc@sapo.pt Edições online: www.edicoesuscontemporanea.webnode.com • A Universidade Sénior Contemporânea é uma instituição vocacionada para a ocupação de tempos livres dos indivíduos que se sintam motivados para a aprendizagem constante de diversas matérias teóricas e práticas,adquirindo conhecimentos em múltiplas áreas, como línguas, ciências sociais, saúde, informática, internet, dança, teatro, entre outras, tendo ainda a oportunidade de participação em actividades como o Grupo de Teatro, Coro da USC, USC Web TV, conferências, colóquios, visitas de estudo. Desenvolve manuais didáticos das próprias cadeiras lecionadas(23), acessivéis a séniores, estudantes e profissionais através de livraria online. 4 Universidade Sénior Contemporânea – www.usc.no.sapo.pt
  • 5. • O São João do Porto é uma festa popular que tem lugar de 23 para 24 de Junho na cidade do Porto, em Portugal. Oficialmente, trata-se de uma festividade católica em que se celebra o nascimento de São João Batista, que se centra na missa e procissão de São João no dia 24 de Junho, mas a festa do S. João do Porto tem origem no solstício de Junho e inicialmente tratava-se de uma festa pagã. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 5 S. João do Porto
  • 6. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 6 S. João do Porto • As pessoas festejavam a fertilidade, associada à alegria das colheitas e da abundância. Mais tarde, à semelhança do que sucedeu com o Entrudo, a Igreja cristianizou essa festa pagã e atribui-lhe o S. João como Padroeiro.
  • 7. • Trata-se de uma festa cheia de tradições, das quais se destacam os alhos-porros, usados para bater nas cabeças das pessoas que passam, os ramos de cidreira (e de limonete), usados pelas mulheres para pôr na cara dos homens que passam, e o lançamento de balões de ar quente. Tradicionalmente, o alho-porro era um símbolo fálico da fertilidade masculina e a erva cidreira dos pelos púbicos femininos. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 7 S. João do Porto
  • 8. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 8 S. João do Porto • A partir dos anos 70, foram introduzidos os martelos de plástico que desempenham o mesmo papel do alho- porro, tendo, curiosamente, também um aspecto fálico. Nos anos 70, nas Fontaínhas, vendia-se ainda, na noite de S. João, pão com a forma de um falo com dois testículos, atestando muito claramente as conotações da festa com as antigas festas da fertilidade.
  • 9. • Existem, ainda, os tradicionais saltos sobre as fogueiras espalhadas pela cidade, normalmente nos bairros mais tradicionais; os vasos de manjericos com versos populares são uma presença constante nesta grande festa e o tradicional fogo de artifício à meia-noite, junto ao Rio Douro e à ponte Dom Luís I que faz as delícias dos milhares de residentes e visitantes que chegam de todo o mundo para assistir. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 9 S. João do Porto
  • 10. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 10 S. João do Porto • O fogo de artifício chega a durar mais de 15 minutos, estando ao nível dos melhores no mundo, e decorre no meio do rio em barcos especialmente preparados, sendo acompanhado por música num espectáculo multimédia muito belo e digno de se ver.
  • 11. • Além de tudo isto, existem vários arraiais populares por toda a cidade do Porto especialmente nos bairros das Fontainhas, Miragaia, Massarelos, entre outros, dando mais animação e brilho durante a noite. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 11 S. João do Porto
  • 12. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 12 S. João do Porto • Além de tudo isto, existem vários arraiais populares por toda a cidade do Porto especialmente nos bairros das Fontainhas, Miragaia, Massarelos, entre outros, dando mais animação e brilho durante a noite.
  • 13. • Nos arraiais, normalmente, existem concertos com diversos cantores populares acompanhados, quase sempre, por boa comida, em especial, o cabrito assado e mais recentemente grelhados de carnes e também sardinhas. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 13 S. João do Porto
  • 14. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 14 S. João do Porto • A festa dura até às quatro ou cinco horas da madrugada, quando a maior parte das pessoas regressa a casa. Os mais resistentes, normalmente os mais jovens, percorrem toda a marginal desde a Ribeira até à Foz do Douro onde terminam a noite na praia, aguardando pelo nascer do sol.
  • 15. • Não se conhece com rigor quando teve início a festa do S. João do Porto. Sabe-se, pelos registos registos do Séc XIV, já que Fernão Lopes, por essa altura se terá deslocado ao Porto para preparar uma visita do Rei, tendo chegado na véspera do S. João, deixou escrito na Crónica que era um dia em que se fazia no Porto uma grande festa, descrevendo-a e como era vivida pelas gentes do Porto. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 15 S. João do Porto
  • 16. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 16 S. João do Porto • É no entanto possível que essa festa fosse mais antiga, pois existia uma cantiga da época que dizia até os moiros da moirama festejam o S. João.
  • 17. • Era também no dia de S. João que a Câmara Municipal do Porto se reunia em Assembleia Magna, que corresponderia à actual Assembleia Municipal, reunião essa realizada no Claustro do Mosteiro de S. Domingos, pelo seu grande espaço, onde se procedia à eleição dos Vereadores e onde se tomavam as decisões mais importantes para a cidade. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 17 S. João do Porto
  • 18. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 18 S. João do Porto • Na noite de São João, as luzes de muitos balões iguais a este juntam-se às das estrelas no céu. É um milagre de São João: o céu fica com mais estrelas do que nas outras noites do ano
  • 19. • História de um feriado • Os festejos de S. João na cidade do Porto são já seculares e a origem desta tradição cristã remonta mesmo a tempos milenares. Mas foi só no século XX que o 24 de Junho passou a ser feriado municipal na Invicta, proporcionando um merecido dia de folia a milhares de tripeiros. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 19 S. João do Porto
  • 20. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 20 S. João do Porto • E tudo graças a um decreto republicano e a um referendo aos portuenses, promovido pelo Jornal de Notícias. A história é curiosa e mostra o protagonismo que, já na altura, a Comunicação Social tinha no modus vivendi urbano. Estávamos em Janeiro de 1911 e a República Portuguesa dava os primeiros passos.
  • 21. • O Governo Provisório da República assumia a governação do país e, desde logo, começava a introduzir mudanças na sociedade portuguesa que espelhavam, muito naturalmente, os ideais da nova ordem republicana. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 21 S. João do Porto
  • 22. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 22 S. João do Porto • Numa tentativa de implementar a nova ordem junto da população, o Governo Provisório redefiniu os dias feriados em Portugal. Por decreto, a República instituiu como feriados nacionais o 31 de Janeiro (primeira tentativa ?falhada ¬de revolução republicana, em 1891, no Porto), o 5 de Outubro (instauração da República) e o 1º de Dezembro (restauração da independência em 1640), para além do Natal e do Ano Novo.
  • 23. • Mas o mesmo decreto impunha, a cada município do país, a escolha de um dia feriado próprio: "As câmaras ou commissões municipaes e entidades que exercem commissões de administração municipal, proporão um dia em cada anno para ser considerado feriado, dentro da area dos respectivos concelhos ou circumscripções, escolhendo os d'entre os que representem factos tradicionaes e característicos do município ou circumscripção". Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 23 S. João do Porto
  • 24. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 24 S. João do Porto • E foi com este propósito que a Comissão Administrativa do Município do Porto reuniu a 19 de Janeiro de 1911. Segundo o relato do Jornal de Notícias, o "velho e conceituado republicano, sr. Henrique Pereira d'Oliveira" logo sugeriu a data de 24 de Junho para feriado municipal.
  • 25. • O facto não causa espanto. Afinal de contas, o S. João era, já na altura, uma festa com longa tradição na cidade do Porto. A primeira alusão aos festejos populares data já do século XIV, pela mão do famoso cronista do reino, Fernão Lopes. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 25 S. João do Porto
  • 26. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 26 S. João do Porto • Em 1851, os jornais relatavam a presença de cerca de 25 mil pessoas nos festejos sanjoaninos entre os Clérigos e a Rua de Santo António e, em 1910, um concurso hípico integrado nos festejos motivou a presença do infante D. Afonso, tio do rei (a revolução republicana apenas se daria em Outubro).
  • 27. • Referendo popular • Contudo, a sugestão de Henrique d'Oliveira de eleger o S. João como feriado municipal da Invicta foi contestada por outros membros da Comissão Administrativa do Município do Porto, que mostraram opiniões diversas. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 27 S. João do Porto
  • 28. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 28 S. João do Porto • Foi então que "o sr. dr. Souza Junior lembrou, inspirado n'um alto princípio democrático, que não devia a Commissão deliberar nada sem que o povo do Porto, por qualquer forma, se pronunciasse em tal assumpto". Para solucionar o imbróglio, o Jornal de Notícias dispôs?se a organizar um surpreendente referendo popular para escolher o feriado municipal.
  • 29. • Logo no dia 21 de Janeiro, somente dois dias após a reunião da Comissão Administrativa, foi colocado na primeira página do jornal o anúncio da "Consulta ao Povo do Porto", explicando toda a situação e a forma de participação. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 29 S. João do Porto
  • 30. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 30 S. João do Porto • As pessoas teriam que enviar, até ao dia 2 de Fevereiro, "um bilhete postal ou meia folha de papel dentro de enveloppe" para a redacção do jornal, com a indicação do dia de sua preferência.
  • 31. • E, para recompensar o trabalho dos leitores, o Jornal de Notícias oferecia "dez valiosos premios" o mais valioso era de 10 mil réis, cerca de cem escudos a serem sorteados de entre todos aqueles que votassem no dia eleito. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 31 S. João do Porto
  • 32. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 32 S. João do Porto • Nos dias seguintes, o Jornal de Notícias fez o relato diário da emocionante votação. A vitória foi quase só discutida entre o dia de S. João, já com larga tradição na cidade, e o 1º de Maio, Dia do Trabalhador, a que não será alheio o facto de a cidade do Porto ser considerada "a capital do trabalho".
  • 33. • No dia 22 de Janeiro já se davam conta dos primeiros resultados: "a votação de hontem, que foi grande, dá maioria ao 1 de Maio, seguido pelo 24 de Junho (S. João) e S. Conceição [8 de Dezembro]". No dia 24 ?o Jornal de Notícias não foi publicado no dia 23, segunda?feira, porque o matutino encerrava ao domingo! ?, deu?se uma reviravolta nos resultados: o 24 de Junho trocava de lugar com o 1º de Maio, ficando na posição de mais votado. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 33 S. João do Porto
  • 34. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 34 S. João do Porto • Porém, a 25, num dia em que "a votação cresceu imenso", o 1º de Maio quase passava novamente para a liderança da votação. Mas foi no dia 26 de Janeiro que o resultado da votação começou a ficar definido, ao que muito se deve a forte participação popular do dia anterior, como relata o Jornal de Notícias desse dia: "Só hontem vieram tantos votos como em todos os dias anteriores. O dia de S. João tem enorme maioria.
  • 35. • O dia 1 de Maio já está muito em baixo". E, a 27, o próprio jornal já dava como certo o vencedor: "Positivamente o dia mais votado é o de S. João. O dia 1 de Maio fica muito para trás. Augmenta bastante o de N. S. Conceição". Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 35 S. João do Porto
  • 36. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 36 S. João do Porto • Durante os dias seguintes foram publicados os resultados provisórios diários, sem que tivesse havido alterações de maior no sentido de voto dos portuenses. Até que, a 4 de Fevereiro de 1911, foram publicados os totais finais da consulta popular: o dia 24 de Junho foi o mais votado, com 6565 votos, seguido pelo 1º de Maio, com 3075 votos, o dia de Nossa Senhora da Conceição, com 1975 votos, e o dia 9 de Julho, com oito.
  • 37. • "Ficou, pois, vencedor o dia de S. João que é aquele que o povo do Porto escolhe para ser o de feriado municipal". • Diocese do Porto • Texto originalmente publicado na revista "Porto de Encontro", Julho de 2001. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 37 S. João do Porto
  • 38. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 38 S. João do Porto • Na noite de São João, as luzes de muitos balões iguais a este juntam-se às das estrelas no céu. É um milagre de São João: o céu fica com mais estrelas do que nas outras noites do ano
  • 39. • Longe de qualquer tradição religiosa, o S. João é o cheiro a gente, a poesia popular e a paixão eternizada pelo erotismo dos cravos, outrora oferecidos às raparigas. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 39 S. João do Porto
  • 40. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 40 S. João do Porto • As ruas enchem-se de transeuntes que, em ritmo de passeio, aproveitam para dar uma ou outra martelada na cabeça do vizinho, mas poucos são aqueles que conhecem as verdadeiras origens do S. João, no qual a sardinha assada não é rainha.
  • 41. • “Ver o sol nascer, apanhar as orvalhadas e saltar às fogueiras” Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 41 S. João do Porto
  • 42. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 42 S. João do Porto • As verdadeiras origens da festa estão intimamente ligadas ao culto do sol, da natureza, do fogo e da fecundidade. Segundo Hélder Pacheco, as referências às festas de S. João começaram a sentir-se nitidamente no século XIX. “A cidade era, então, mais pequena”, recorda, explicando que, na altura, o S. João consistia em três festas: uma no Bonfim, uma na Lapa e outra em Cedofeita.
  • 43. • Ainda assim, rapidamente se transformou numa “festa de ruas, ruelas e bairros”. Hélder Pacheco contou até que estão arquivados, na cidade, centenas de milhares de pedidos de autorização para a realização de arraiais, nos mais diversos sítios. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 43 S. João do Porto
  • 44. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 44 S. João do Porto • Apesar de, atualmente, o cheiro a sardinhas assadas ser um dos odores mais fortes do S. João, “o prato típico era o anho ou o cabrito assado com batatas”. “A sardinha nada tem a ver com a tradição do S. João do Porto.
  • 45. • É a feira popular que a adiciona à festa”, garantiu. O historiador revelou ainda que, no espírito original da festividade, “o S. João é ver o nascer do sol, apanhar as orvalhadas e saltar às fogueiras”, ações ligadas aos cultos da natureza e da fertilidade. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 45 S. João do Porto
  • 46. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 46 S. João do Porto • De salientar ainda a forte presença do culto das plantas, que atribuiu uma simbologia a cada uma delas. “O alho porro transformou-se num protetor e o cravo, por exemplo, era oferecido pelos homens às mulheres, tendo um significado erótico”, contou Hélder Pacheco.
  • 47. • “O S. João nunca foi uma festa católica” • Errado é também pensar que esta festa, de cores, cheiros e sabores, apresenta uma base religiosa, em homenagem a um santo. “O S. João nunca foi uma festa católica”, explicou, à Viva, o historiador Hélder Pacheco. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 47 S. João do Porto
  • 48. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 48 S. João do Porto • “É uma festa pagã, dedicada ao solstício de Verão”, acrescentou, frisando que, ao contrário do que se podia ler numa campanha espalhada pela cidade do Porto, o S. João não tem 100 anos. “As referências [à festa] são da Idade Média. Já Fernão Lopes falou do S. João. O que se verificou há 100 anos foi a escolha do feriado”, apontou Hélder Pacheco.
  • 49. • O historiador explicou, então, que a Igreja, “muito habilmente, fez coincidir a festa do nascimento de S. João Batista com a data do solstício”, de modo a atribuir-lhe um cariz religioso. (...) • Fonte: A Matéria do Tempo (Blogue Gaivota Maria) Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 49 S. João do Porto
  • 50. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 50 S. João do Porto meu S. João do Porto, quando chegas está tudo morto pra nas fogueiras saltar! Ai, meu S. João do Bolhão e Fontainhas, das cascatas enfeitadinhas e dos balões pelo ar!…
  • 51. • CASCATAS S. JOANINAS • Foi no século XIX que apareceram as primeiras cascatas no Porto. De acordo com o historiador da cidade do Porto, Hélder Pacheco, “o pai e a mãe das cascatas foram os presépios, que surgiram em Portugal nos finais do século XVIII”. “Antigamente”, explica o historiador, “pegava-se num presépio, substituia-se a sagrada família e os reis magos pelos santos populares e tínhamos uma cascata”. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 51 S. João do Porto
  • 52. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 52 S. João do Porto • Com o passar dos anos, o número de cascatas espalhadas pela cidade foi diminuindo. “Enquanto que o concurso dos presépios, que a Câmara organizou teve oitenta inscrições, o concurso das cascatas teve apenas 26. A minha grande dúvida é se no dia em que a Câmara deixar de patrocinar o concurso, não vai haver uma queda livre do interesse em fazer as cascatas”, alerta o historiador.
  • 53. • Hélder Pacheco justifica o número reduzido de cascatas que vão a concurso com a diminuição da população no centro da cidade. “Não pode haver festa, alegria ou cascata sem comunidade, sem gente. Com a centrifugação dos portuenses, as cascatas desaparecem. Sem gente não há nada”, afirmou. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 53 S. João do Porto Anabela Couto e Hugo Manuel Correia, JPN – Jornalismo Porto Net, 23-6-2005
  • 54. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 54 S. João do Porto • A História dos martelinhos de São João • O martelo de S. João foi inventado em 1963 por Manuel António Boaventura, industrial de Plásticos do Porto, que tirou a ideia num saleiro/pimenteiro que viu numa das suas viagens ao estrangeiro.
  • 55. • O conjunto de sal e pimenta tinha o aspecto de um fole ao qual adicionou um apito e um cabo vindo a incorporar tudo no mesmo conjunto e dando-lhe a forma de um martelo. O objectivo inicial era criar mais um brinquedo a adicionar à gama de que dispunha. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 55 S. João do Porto
  • 56. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 56 S. João do Porto • Nesse mesmo ano os estudantes abordaram o Sr. Boaventura com o intuito de lhes ser oferecido para a queima das fitas um “brinquedo ruidoso”, ao que o Sr. Boaventura acedeu oferecendo o que de mais ruidoso tinha...os martelinhos.
  • 57. • A queima das fitas foi um sucesso com os estudantes a dar “marteladas” o dia todo uns nos outros e logo os comerciantes do Porto quiseram martelinhos para a festa de S. João. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 57 S. João do Porto
  • 58. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 58 S. João do Porto • Esse ano o stock era pouco mas no ano seguinte os martelos foram vendidos em força para esta festa e ao mesmo tempo oferecidos pelo Sr. Boaventura a crianças do Porto.
  • 59. • Assim o martelinho entrou nas festa do S. João sendo aceite incondicionalmente pelo povo nos seus festejos. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 59 S. João do Porto
  • 60. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 60 S. João do Porto • A venda fez-se normalmente durante 5 ou 6 anos até que um dia o Vereador da cultura da Câmara do Porto, Dr. Paulo Pombo e o Presidente da Câmara do Porto Engº Valadas chegaram á conclusão de que este brinquedo ia contra a tradição e decidiram fazer uma queixa ao Governador Civil do Porto Engº Vasconcelos Porto, queixa esta que foi aceite;
  • 61. • tendo mesmo o Governador Civil notificado o Sr. Boaventura de que no ano seguinte estava proibido de vender martelos para a festa de S. João, mandando avisar que quem fosse apanhado com martelos na noite de S. João seria multado em 70$00 (na época ganhava-se cerca de 30$00), e mandando retirar os martelos das lojas comerciais onde estavam à venda. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 61 S. João do Porto
  • 62. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 62 S. João do Porto • O que é certo é que o povo não acatou esta decisão e continuou a usar o martelo nos seus festejos.
  • 63. • O Sr. Boaventura ao ver- se lesado e injustiçado nesta decisão do Governo Civil levou então a questão a tribunal, perdendo em 1ª e 2ª instância. (estava-se no tempo de Américo Tomás e Marcelo Caetano e consequentemente da PIDE). Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 63 S. João do Porto
  • 64. Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 64 S. João do Porto • No entanto no ano de 73 recorreu para o Supremo Tribunal e ganhou a questão, podendo assim continuar a fazer os martelinhos que se tornaram tradição popular não só no S. João do Porto, como no S. João de Braga, Vila do Conde, Carnaval de Torres Vedras, Passagens de ano, campanhas de partidos políticos, etc.
  • 65. • Os martelos sofreram inúmeras alterações ao longo dos anos mas a tradição ficou e a sua história perdeu-se com o tempo.... • Fonte : http://martelodesjoao.blogspot.p t de MANUEL MARINHO (NETO DE MANUEL BOAVENTURA) Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea 65 S. João do Porto