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AMANTE VINGADO

                                  CAPÍTULO UM
– O Rei tem que morrer.

Quatro palavras, algumas sílabas. Separadas não significam nada especial. Juntas?
Remontam a todo o tipo de coisas horríveis: Assassinato. Deslealdade. Traição.

Morte.

Nos momentos de tensão que se seguiram após falarem com ele, Rehvenge se manteve em
silêncio, deixando o quarteto de palavras pairando no ar denso do escritório, quatro pontas
de uma bússola maligna e obscura da qual ele estava intimamente familiarizado.

— Tem alguma resposta? – perguntou Montrag, filho de Rehm.

— Não.

Montrag piscou e mexeu de maneira displicente na gravata de seda em seu pescoço. Como
a maioria dos membros da glymera, tinha os dois pés calçados com sapatos de veludo
firmemente plantados na areia seca e rarefeita de sua classe. O que simplesmente
significava que era muito refinado, em todos os aspectos. Com sua jaqueta de smoking, e
suas calças impecáveis... Droga, na verdade, aquelas coisas eram polainas?... Parecia ter
acabado de sair das páginas de uma Vanity Fair. De uns cem anos atrás. E no que se referia
à política, com sua infinidade de atitudes condescendentes e suas brilhantes e malditas
ideias era como Kissinger sem um presidente: muita análise, nenhuma autoridade.

O que explicava aquela reunião, não é mesmo?

— Não pare. – disse Rehv — Já saltou do edifício. O impacto não ficará mais suave com
isso.

Montrag franziu o cenho.

— Não consigo ver isso com tanta frivolidade.
— Quem está rindo?

Um golpe na porta do escritório fez com que Montrag girasse a cabeça, tinha o perfil de um
cavalheiro irlandês: todo nariz.

— Entre.

A doggen que respondeu à ordem entrou lutando com o peso da prataria que carregava.
Com uma bandeja de ébano do tamanho de um alpendre nas mãos, atravessou a sala
encurvada devido à carga.

Até que levantou a cabeça e viu Rehv.

Congelou como uma fotografia instantânea.

— Tomaremos o chá aqui. — Montrag apontou a mesa que havia no meio dos dois sofás de
seda onde estavam sentados — Aqui.

A doggen não se moveu, apenas encarava fixamente o rosto de Rehv.

— Qual é o problema? — perguntou Montrag quando as xícaras começaram a tremer, e um
som tilintante começou a surgir da bandeja — Ponha nosso chá aqui, agora.

A doggen inclinou a cabeça, murmurou algo, e avançou devagar, pondo um pé diante do
outro como se estivesse se aproximando de uma serpente pronta para dar o bote. Ficou tão
afastada de Rehv quanto possível e, depois de deixar a prataria, suas mãos trêmulas mal
conseguiam colocar as xícaras sobre os pires.

Quando chegou a vez do bule, era evidente que ia derramar o líquido por todos os lados.

— Deixe-me fazer isso. — disse Rehv, esticando a mão.

Quando a doggen fez um movimento brusco para afastar-se dele, o bule escorregou de suas
mãos e o chá começou a cair em queda livre.

Rehv aparou a prata quente entre a palma de suas mãos.

— O que você fez! — exclamou Montrag, levantando-se de um salto do sofá.

A doggen encolheu-se, levando as mãos ao rosto.

— Sinto muito, amo. Verdadeiramente, eu…
— Oh, cale-se, e nos traga um pouco de gelo…

— Não é culpa dela. — Rehv segurou calmamente o bule e começou a servir — E eu estou
muito bem.

Os dois olharam para ele como se estivessem esperando que Rehv começasse a pular e a
sacudir o traseiro como se estivesse ao ritmo de uma música cheia de ow-ow-ow.

Apoiou o bule de prata e encarou os olhos pálidos de Montrag.

— Um torrão. Ou dois?

— Posso… Posso te oferecer algo para essa queimadura?

Sorriu, mostrando as presas a seu anfitrião.

— Estou muito bem.

Montrag pareceu ofendido por não poder fazer nada e transferiu sua insatisfação para a
criada.

— Você é uma desgraça absoluta. Saia daqui.

Rehv lançou um olhar a doggen. Para ele, as emoções da moça eram como uma grade
tridimensional de medo, vergonha e pânico, uma trama que enchia o espaço que a rodeava
da mesma maneira como fazia com seus ossos, seus músculos e sua pele.

Fique tranquila. — disse a ela em pensamento — E saiba que vou fazer tudo direito.

A surpresa queimou seu rosto, mas a tensão deixou seus ombros e ela deu a volta
aparentando estar muito mais calma.

Quando se foi, Montrag pigarreou e voltou a se sentar.

— Não acredito que ela vá continuar a trabalhar. É absolutamente incompetente.

— Por que não começamos com um torrão? — Rehv deixou cair um cubo de açúcar dentro
do chá — E depois veremos se vai querer outro.

Estendeu a mão com a xícara, mas não a aproximou muito, para que Montrag se visse
forçado a levantar mais uma vez do sofá e a inclinar-se sobre a mesa.

— Obrigado.
Rehv não soltou o pires enquanto mudava os pensamentos na mente de seu anfitrião.

— Deixo as fêmeas nervosas. Não foi culpa dela.

Abriu a mão de repente e Montrag se esforçou para pegar a porcelana.

— Oops. Não derrame. — Rehv voltou a se reclinar no sofá — Seria uma pena manchar
este tapete tão fino. Aubusson, não é?

— Ah… Sim. — Montrag voltou a sentar-se e franziu o cenho, como se não tivesse ideia
de porque se sentia diferente com relação à sua criada — Er… Sim, é. Meu pai comprou
faz muitos anos. Tinha um gosto requintado, não? Construímos esta sala para este tapete,
pois é muito grande e a cor das paredes foi escolhida especificamente para ressaltar seus
matizes cor de pêssego.

Montrag observou o escritório e sorriu para si mesmo enquanto bebia, com o dedo
mindinho estendido no ar como se fosse uma bandeira.

— Como está seu chá?

— Perfeito, mas você não tomará um pouco?

— Não sou muito de chá. — Rehv esperou até que a xícara estivesse nos lábios do cara —
Então estava falando de assassinar Wrath?

Montrag cuspiu, o chá aromatizado com óleo essencial de bergamota salpicou a frente da
jaqueta de seu smoking vermelho sangue e sujou o estupendo tapete do papai.

Quando o homem começou golpear as manchas com a mão vacilante, Rehv lhe estendeu
um guardanapo.

— Aqui, use isto.

Montrag pegou o quadrado de damasco e deu um tapinha sem jeito no peito, em seguida,
deslizou a mão até o tapete com a mesma falta de resultados. Era evidente que era o tipo de
homem que promovia a bagunça, mas não a limpava.

— O que estava dizendo? — murmurou Rehv.
Montrag atirou o guardanapo na bandeja e ficou em pé, deixando o chá para trás ao passear
pelo cômodo. Deteve-se frente a uma grande paisagem montanhosa e pareceu estar
admirando a dramática cena, onde havia um soldado colonial iluminado rezando.

Começou a falar voltado à pintura.

— Está ciente de que muitos irmãos de sangue foram abatidos nas incursões dos redutores.

— E eu aqui pensando que tinham me escolhido líhder do conselho por causa da minha
animada personalidade.

Montrag o olhou agressivamente por cima do ombro, seu queixo erguido de uma maneira
classicamente aristocrática.

— Perdi meu pai, minha mãe e todos os meus primos e irmãos. Enterrei cada um deles.
Pensa que isso é motivo de regozijo?

— Minhas desculpas. — Rehv colocou a palma da mão direita sobre o coração e inclinou a
cabeça, apesar de não dar a mínima para isso. Não seria manipulado pela menção de suas
perdas. Especialmente quando todas as emoções do cara falavam de cobiça e não de dor.

Montrag deixou a pintura atrás de si e sua cabeça ocupou o lugar da montanha sobre a qual
estava o soldado colonial... o que dava a impressão de que o pequeno homem de uniforme
vermelho estava tentando subir pela sua orelha.

— A glymera tem sofrido perdas sem precedentes devido às incursões. Não apenas vidas,
mas também propriedades. Casas invadidas, antiguidades e obras de arte roubadas, contas
de banco desaparecem. E o que Wrath fez? Nada. Não deu qualquer resposta às frequentes
perguntas a respeito de como foram encontradas as residências dessas famílias… Por que a
Irmandade não deteve os ataques… Onde foram parar todos esses bens? Não há um plano
para assegurar que isso nunca mais volte a acontecer. Não nos oferecem nenhuma garantia
de que se os poucos membros restantes da aristocracia retornassem a Caldwell, estariam
protegidos. — Montrag realmente se entusiasmou, sua voz se elevava e ricocheteava contra
a sanca e o teto dourado. — Nossa raça está morrendo e precisamos de uma verdadeira
liderança. No entanto, por lei, enquanto o coração de Wrath continuar pulsando em seu
peito, continuará sendo o rei. A vida de um é mais valiosa que a vida de muitos? Examine
seu coração.
Oh, Rehv o examinava, observava todo aquele músculo rígido, mal e obscuro.

— E então?

— Assumimos o controle e fazemos o correto. Durante seu reinado, Wrath reestruturou
coisas... Olhe o que fez pelas Escolhidas. Agora estão autorizadas a acasalar deste lado…
inédito! E a escravidão está abolida, junto com o ehnclausuramento para as fêmeas.
Caríssima Virgem Escriba, a próxima coisa que ficará sabendo é que há um integrante da
Irmandade usando saia. Se nós estivermos na liderança, podemos reverter o que ele tem
feito e reformar as leis adequadamente para preservar as tradições. Podemos organizar uma
nova ofensiva contra a Sociedade Redutora. Podemos triunfar.

— Você está usando muitos “nós” e, de alguma maneira, não acredito que isso represente
exatamente o que tem em mente.

— Bem, é obvio que precisa haver um indivíduo que seja o primeiro entre seus iguais. –
Montrag alisou as lapelas da jaqueta de seu smoking e inclinou a cabeça e o corpo como se
tivesse posando para uma estátua de bronze ou talvez para que fosse reproduzido em uma
nota de dinheiro — Um macho escolhido que esteja à altura do cargo e que tenha valor.

— E de que maneira seria escolhido este modelo de virtudes?

— Vamos nos tornar uma democracia. Uma democracia há muito esperada e que substituirá
a convenção injusta e desleal da monarquia.

Enquanto o blá-blá-blá continuava, Rehv se reclinou para trás, cruzou as pernas no joelho e
uniu os dedos. Sentado no macio sofá de Montrag, suas duas metades entraram em conflito,
vampiro e symphato começaram a confrontar.

O único benefício disso era que os gritos internos sufocavam o som nasal de todo aquele
“Eu-sei-tudo”.

A intenção era óbvia: livrar-se do Rei e tomar o controle da raça.

O ato era impensável: matar um bom macho, um bom líder e… Uma espécie de amigo.

—… e escolheríamos quem nos lideraria. Faríamos com que ele fosse responsável pelo
Conselho. Asseguraríamos que nossas preocupações fossem atendidas. — Montrag
retornou a seu sofá, sentou-se e se acomodou como se pudesse prosseguir inflando aquela
história vazia sobre o futuro durante horas — A monarquia não está funcionando e a
democracia é a única maneira…

Rehv interrompeu:

— Em geral, a democracia implica que todos possam votar. Apenas no caso de não estar
familiarizado com a definição.

— Mas nós o faríamos. Todos os que servimos no Conselho estaríamos na junta eleitoral.
Todos seriam contados.

— Preste atenção, o termo abrange todas as pessoas além de “todos os que são como nós.”

Montrag lhe dirigiu um olhar carregado de “Oh-por-favor-está-falando-sério.”

— Você realmente confiaria a raça às classes baixas?

— Não depende de mim.

— Poderia. — Montrag levou a xícara aos lábios e o olhou por cima da borda com olhos
penetrantes — Seria perfeitamente possível. Você é nosso lídher.

Olhando fixamente o homem, Rehv viu o caminho tão claramente como se estivesse
pavimentado e iluminado com fachos de luzes halogênias: se Wrath fosse assassinado, sua
linhagem real terminaria, porque ainda não tinha gerado um filho. As sociedades,
particularmente aquelas que estavam em guerra como as dos vampiros, abominavam os
vazios da liderança, por isso uma mudança radical da monarquia à “democracia” não seria
tão impensável quanto em outra época mais racional e segura.

A glymera poderia estar fora de Caldwell e escondida nos refúgios dispersados por toda a
Nova Inglaterra, mas essa turma de filhos da mãe decadentes tinha dinheiro e influência e
sempre desejaram tomar o poder. Com este plano em particular, podiam disfarçar suas
ambições com as vestimentas da democracia e fingir que estavam protegendo a gentinha.

A natureza obscura de Rehv fervilhava, um criminoso impaciente para obter a liberdade
condicional. As más ações e os jogos de poder eram uma compulsão inerente àqueles que
levavam o sangue de seu pai, e parte dele desejava criar o caos… E entrar nele.

Interrompeu as tolices presunçosas de Montrag.
— Economize-me da propaganda. O que está sugerindo exatamente?

O macho fez uma elaborada demonstração de como apoiar uma xícara de chá, como se
quisesse aparentar que estava reunindo as palavras. Enfim. Rehv podia a apostar que o
homem sabia exatamente o que ia dizer. Uma coisa dessa natureza, não era algo que
simplesmente se pensa na hora e havia outros envolvidos. Tinha que haver.

— Como bem sabe, o Conselho irá se reunir em Caldwell dentro de alguns dias
especificamente para ter uma audiência com o Rei. Wrath chegará e… Haverá um
acontecimento mortal.

— Ele viaja com a Irmandade. O que não é exatamente o tipo de força física que possa ser
evitada facilmente.

— A morte pode usar muitas máscaras. E tem muitos e variados cenários onde atuar.

— E meu papel seria...? — embora já soubesse.

Os pálidos olhos de Montrag pareciam de gelo, resplandecentes e frios.

— Sei que tipo de homem é. Assim, sei exatamente do que é capaz.

Aquilo não era surpresa. Durante os últimos vinte e cinco anos Rehv tinham sido um
senhor das drogas e, embora não houvesse anunciado sua vocação para a aristocracia, os
vampiros iam a seus clubes regularmente, e parte deles estava nas filas de clientes para
obter seus produtos químicos.

Ninguém além dos Irmãos sabia de seu lado sympatho… E ele teria mantido as coisas
assim se pudesse escolher. Ele pagava muito bem seu chantagista nas últimas duas décadas
para garantir que aquilo continuaria sendo um segredo.

— É por isso que o chamei. — disse Montrag — Você saberá como se encarregar disso.

— É verdade.

— Como lídher do conselho, estará em uma posição de enorme poder. Mesmo que não seja
eleito como presidente, o conselho não irá a lugar algum. E fique tranquilo com respeito à
Irmandade da Adaga Negra. Sei que sua irmã está casada com um deles. Os Irmãos não
serão afetados por isso.
— Não acha que vai enfurecê-los? Wrath não é só o rei deles. É seu sangue.

— Proteger a nossa raça é obrigação primária deles. Eles devem nos seguir aonde quer que
formos. E deve saber que há muitos que pensam que andam fazendo um mau trabalho
ultimamente. Penso que talvez requeiram uma liderança melhor.

— Vinda de você. Sim. Claro.

Isso seria como um decorador de interiores comandando uma frota de tanques: um maldito
barulho de vanglória até que um dos soldados estrangulasse o boneco de pano e o agitasse
algumas vezes no ar.

Esse era o plano perfeito. Sim.

E ainda assim... Quem disse que Montrag tinha que ser o eleito? Os acidentes aconteciam
tanto aos reis quanto aos aristocratas.

— Devo dizer, — continuou Montrag — o mesmo que meu pai estava acostumado a me
dizer, saber a hora de agir é tudo. Devemos nos apressar. Podemos confiar em você, meu
amigo?

Rehv levantou-se e elevou-se sobre o outro homem. Com um puxão rápido das abas de sua
jaqueta, ajeitou seu Tom Ford , logo em seguida, esticou a mão e pegou sua bengala. Não
sentia nada em seu corpo, nem sua roupa nem o peso de seu corpo da cintura para baixo,
nem a ponta da bengala contra a palma da mão que tinha queimado com o chá. A
dormência era um efeito secundário da droga que utilizava para evitar que aflorasse seu
lado mau quando estava em companhia mista, era a prisão onde encerrava suas tendências
sociopatas.

Contudo, tudo o que necessitava para voltar às suas origens era pular uma dose. E uma hora
depois? A maldade nele estava vivinha, abanando o rabo e pronta para brincar.

— O que me diz? — incitou Montrag.

Não era essa a questão.

Em alguns momentos da vida, entre a miríade de decisões corriqueiras como, o que comer,
onde dormir e o que vestir, se revelava uma verdadeira encruzilhada. Nesses momentos,
quando a névoa da relativa irrelevância se levantava e o destino requeria o livre-arbítrio, só
havia esquerda ou direita... Não se lançava uma terceira opção entre os dois caminhos, não
havia forma de negociar com a escolha que lhe era imposta.

Deve responder a chamada e escolher seu caminho. E não há volta.

Claro, o problema era que navegar por uma paisagem moralista era algo que tinha tido que
aprender para se encaixar em meio aos vampiros. As lições que tinha aprendido tinham
permanecido, embora só até certo ponto.

E suas drogas funcionavam apenas de algumas maneiras.

De repente, o rosto pálido de Montrag tornou-se uma variedade de tons de rosa pastel, o
cabelo escuro do homem ficou magenta e a jaqueta de seu smoking se tingiu de um
vermelho ketchup. Quando uma onda avermelhada coloriu tudo, o campo visual de Rehv se
achatou como uma tela de cinema do mundo.

E talvez isto explicasse o motivo pelo qual os sympathos achavam tão fácil manipular as
pessoas. Com seu lado obscuro assumindo o controle, o universo tinha a profundidade de
um tabuleiro de xadrez e as pessoas nele eram como peões em sua mão onisciente. Todos
eles. Inimigos… e amigos.

— Vou cuidar disso. — anunciou Rehv — Como você disse, sei o que tenho que fazer.

— Sua palavra. — Montrag estendeu a suave palma de sua mão — Dê-me sua palavra de
que isto será conduzido em segredo e silenciosamente.

Rehv deixou que a mão ficasse estendida no ar, mas sorriu, revelando uma vez mais suas
presas.

— Confie em mim.

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Amante Vingado: O Rei tem que morrer

  • 1. AMANTE VINGADO CAPÍTULO UM – O Rei tem que morrer. Quatro palavras, algumas sílabas. Separadas não significam nada especial. Juntas? Remontam a todo o tipo de coisas horríveis: Assassinato. Deslealdade. Traição. Morte. Nos momentos de tensão que se seguiram após falarem com ele, Rehvenge se manteve em silêncio, deixando o quarteto de palavras pairando no ar denso do escritório, quatro pontas de uma bússola maligna e obscura da qual ele estava intimamente familiarizado. — Tem alguma resposta? – perguntou Montrag, filho de Rehm. — Não. Montrag piscou e mexeu de maneira displicente na gravata de seda em seu pescoço. Como a maioria dos membros da glymera, tinha os dois pés calçados com sapatos de veludo firmemente plantados na areia seca e rarefeita de sua classe. O que simplesmente significava que era muito refinado, em todos os aspectos. Com sua jaqueta de smoking, e suas calças impecáveis... Droga, na verdade, aquelas coisas eram polainas?... Parecia ter acabado de sair das páginas de uma Vanity Fair. De uns cem anos atrás. E no que se referia à política, com sua infinidade de atitudes condescendentes e suas brilhantes e malditas ideias era como Kissinger sem um presidente: muita análise, nenhuma autoridade. O que explicava aquela reunião, não é mesmo? — Não pare. – disse Rehv — Já saltou do edifício. O impacto não ficará mais suave com isso. Montrag franziu o cenho. — Não consigo ver isso com tanta frivolidade.
  • 2. — Quem está rindo? Um golpe na porta do escritório fez com que Montrag girasse a cabeça, tinha o perfil de um cavalheiro irlandês: todo nariz. — Entre. A doggen que respondeu à ordem entrou lutando com o peso da prataria que carregava. Com uma bandeja de ébano do tamanho de um alpendre nas mãos, atravessou a sala encurvada devido à carga. Até que levantou a cabeça e viu Rehv. Congelou como uma fotografia instantânea. — Tomaremos o chá aqui. — Montrag apontou a mesa que havia no meio dos dois sofás de seda onde estavam sentados — Aqui. A doggen não se moveu, apenas encarava fixamente o rosto de Rehv. — Qual é o problema? — perguntou Montrag quando as xícaras começaram a tremer, e um som tilintante começou a surgir da bandeja — Ponha nosso chá aqui, agora. A doggen inclinou a cabeça, murmurou algo, e avançou devagar, pondo um pé diante do outro como se estivesse se aproximando de uma serpente pronta para dar o bote. Ficou tão afastada de Rehv quanto possível e, depois de deixar a prataria, suas mãos trêmulas mal conseguiam colocar as xícaras sobre os pires. Quando chegou a vez do bule, era evidente que ia derramar o líquido por todos os lados. — Deixe-me fazer isso. — disse Rehv, esticando a mão. Quando a doggen fez um movimento brusco para afastar-se dele, o bule escorregou de suas mãos e o chá começou a cair em queda livre. Rehv aparou a prata quente entre a palma de suas mãos. — O que você fez! — exclamou Montrag, levantando-se de um salto do sofá. A doggen encolheu-se, levando as mãos ao rosto. — Sinto muito, amo. Verdadeiramente, eu…
  • 3. — Oh, cale-se, e nos traga um pouco de gelo… — Não é culpa dela. — Rehv segurou calmamente o bule e começou a servir — E eu estou muito bem. Os dois olharam para ele como se estivessem esperando que Rehv começasse a pular e a sacudir o traseiro como se estivesse ao ritmo de uma música cheia de ow-ow-ow. Apoiou o bule de prata e encarou os olhos pálidos de Montrag. — Um torrão. Ou dois? — Posso… Posso te oferecer algo para essa queimadura? Sorriu, mostrando as presas a seu anfitrião. — Estou muito bem. Montrag pareceu ofendido por não poder fazer nada e transferiu sua insatisfação para a criada. — Você é uma desgraça absoluta. Saia daqui. Rehv lançou um olhar a doggen. Para ele, as emoções da moça eram como uma grade tridimensional de medo, vergonha e pânico, uma trama que enchia o espaço que a rodeava da mesma maneira como fazia com seus ossos, seus músculos e sua pele. Fique tranquila. — disse a ela em pensamento — E saiba que vou fazer tudo direito. A surpresa queimou seu rosto, mas a tensão deixou seus ombros e ela deu a volta aparentando estar muito mais calma. Quando se foi, Montrag pigarreou e voltou a se sentar. — Não acredito que ela vá continuar a trabalhar. É absolutamente incompetente. — Por que não começamos com um torrão? — Rehv deixou cair um cubo de açúcar dentro do chá — E depois veremos se vai querer outro. Estendeu a mão com a xícara, mas não a aproximou muito, para que Montrag se visse forçado a levantar mais uma vez do sofá e a inclinar-se sobre a mesa. — Obrigado.
  • 4. Rehv não soltou o pires enquanto mudava os pensamentos na mente de seu anfitrião. — Deixo as fêmeas nervosas. Não foi culpa dela. Abriu a mão de repente e Montrag se esforçou para pegar a porcelana. — Oops. Não derrame. — Rehv voltou a se reclinar no sofá — Seria uma pena manchar este tapete tão fino. Aubusson, não é? — Ah… Sim. — Montrag voltou a sentar-se e franziu o cenho, como se não tivesse ideia de porque se sentia diferente com relação à sua criada — Er… Sim, é. Meu pai comprou faz muitos anos. Tinha um gosto requintado, não? Construímos esta sala para este tapete, pois é muito grande e a cor das paredes foi escolhida especificamente para ressaltar seus matizes cor de pêssego. Montrag observou o escritório e sorriu para si mesmo enquanto bebia, com o dedo mindinho estendido no ar como se fosse uma bandeira. — Como está seu chá? — Perfeito, mas você não tomará um pouco? — Não sou muito de chá. — Rehv esperou até que a xícara estivesse nos lábios do cara — Então estava falando de assassinar Wrath? Montrag cuspiu, o chá aromatizado com óleo essencial de bergamota salpicou a frente da jaqueta de seu smoking vermelho sangue e sujou o estupendo tapete do papai. Quando o homem começou golpear as manchas com a mão vacilante, Rehv lhe estendeu um guardanapo. — Aqui, use isto. Montrag pegou o quadrado de damasco e deu um tapinha sem jeito no peito, em seguida, deslizou a mão até o tapete com a mesma falta de resultados. Era evidente que era o tipo de homem que promovia a bagunça, mas não a limpava. — O que estava dizendo? — murmurou Rehv.
  • 5. Montrag atirou o guardanapo na bandeja e ficou em pé, deixando o chá para trás ao passear pelo cômodo. Deteve-se frente a uma grande paisagem montanhosa e pareceu estar admirando a dramática cena, onde havia um soldado colonial iluminado rezando. Começou a falar voltado à pintura. — Está ciente de que muitos irmãos de sangue foram abatidos nas incursões dos redutores. — E eu aqui pensando que tinham me escolhido líhder do conselho por causa da minha animada personalidade. Montrag o olhou agressivamente por cima do ombro, seu queixo erguido de uma maneira classicamente aristocrática. — Perdi meu pai, minha mãe e todos os meus primos e irmãos. Enterrei cada um deles. Pensa que isso é motivo de regozijo? — Minhas desculpas. — Rehv colocou a palma da mão direita sobre o coração e inclinou a cabeça, apesar de não dar a mínima para isso. Não seria manipulado pela menção de suas perdas. Especialmente quando todas as emoções do cara falavam de cobiça e não de dor. Montrag deixou a pintura atrás de si e sua cabeça ocupou o lugar da montanha sobre a qual estava o soldado colonial... o que dava a impressão de que o pequeno homem de uniforme vermelho estava tentando subir pela sua orelha. — A glymera tem sofrido perdas sem precedentes devido às incursões. Não apenas vidas, mas também propriedades. Casas invadidas, antiguidades e obras de arte roubadas, contas de banco desaparecem. E o que Wrath fez? Nada. Não deu qualquer resposta às frequentes perguntas a respeito de como foram encontradas as residências dessas famílias… Por que a Irmandade não deteve os ataques… Onde foram parar todos esses bens? Não há um plano para assegurar que isso nunca mais volte a acontecer. Não nos oferecem nenhuma garantia de que se os poucos membros restantes da aristocracia retornassem a Caldwell, estariam protegidos. — Montrag realmente se entusiasmou, sua voz se elevava e ricocheteava contra a sanca e o teto dourado. — Nossa raça está morrendo e precisamos de uma verdadeira liderança. No entanto, por lei, enquanto o coração de Wrath continuar pulsando em seu peito, continuará sendo o rei. A vida de um é mais valiosa que a vida de muitos? Examine seu coração.
  • 6. Oh, Rehv o examinava, observava todo aquele músculo rígido, mal e obscuro. — E então? — Assumimos o controle e fazemos o correto. Durante seu reinado, Wrath reestruturou coisas... Olhe o que fez pelas Escolhidas. Agora estão autorizadas a acasalar deste lado… inédito! E a escravidão está abolida, junto com o ehnclausuramento para as fêmeas. Caríssima Virgem Escriba, a próxima coisa que ficará sabendo é que há um integrante da Irmandade usando saia. Se nós estivermos na liderança, podemos reverter o que ele tem feito e reformar as leis adequadamente para preservar as tradições. Podemos organizar uma nova ofensiva contra a Sociedade Redutora. Podemos triunfar. — Você está usando muitos “nós” e, de alguma maneira, não acredito que isso represente exatamente o que tem em mente. — Bem, é obvio que precisa haver um indivíduo que seja o primeiro entre seus iguais. – Montrag alisou as lapelas da jaqueta de seu smoking e inclinou a cabeça e o corpo como se tivesse posando para uma estátua de bronze ou talvez para que fosse reproduzido em uma nota de dinheiro — Um macho escolhido que esteja à altura do cargo e que tenha valor. — E de que maneira seria escolhido este modelo de virtudes? — Vamos nos tornar uma democracia. Uma democracia há muito esperada e que substituirá a convenção injusta e desleal da monarquia. Enquanto o blá-blá-blá continuava, Rehv se reclinou para trás, cruzou as pernas no joelho e uniu os dedos. Sentado no macio sofá de Montrag, suas duas metades entraram em conflito, vampiro e symphato começaram a confrontar. O único benefício disso era que os gritos internos sufocavam o som nasal de todo aquele “Eu-sei-tudo”. A intenção era óbvia: livrar-se do Rei e tomar o controle da raça. O ato era impensável: matar um bom macho, um bom líder e… Uma espécie de amigo. —… e escolheríamos quem nos lideraria. Faríamos com que ele fosse responsável pelo Conselho. Asseguraríamos que nossas preocupações fossem atendidas. — Montrag retornou a seu sofá, sentou-se e se acomodou como se pudesse prosseguir inflando aquela
  • 7. história vazia sobre o futuro durante horas — A monarquia não está funcionando e a democracia é a única maneira… Rehv interrompeu: — Em geral, a democracia implica que todos possam votar. Apenas no caso de não estar familiarizado com a definição. — Mas nós o faríamos. Todos os que servimos no Conselho estaríamos na junta eleitoral. Todos seriam contados. — Preste atenção, o termo abrange todas as pessoas além de “todos os que são como nós.” Montrag lhe dirigiu um olhar carregado de “Oh-por-favor-está-falando-sério.” — Você realmente confiaria a raça às classes baixas? — Não depende de mim. — Poderia. — Montrag levou a xícara aos lábios e o olhou por cima da borda com olhos penetrantes — Seria perfeitamente possível. Você é nosso lídher. Olhando fixamente o homem, Rehv viu o caminho tão claramente como se estivesse pavimentado e iluminado com fachos de luzes halogênias: se Wrath fosse assassinado, sua linhagem real terminaria, porque ainda não tinha gerado um filho. As sociedades, particularmente aquelas que estavam em guerra como as dos vampiros, abominavam os vazios da liderança, por isso uma mudança radical da monarquia à “democracia” não seria tão impensável quanto em outra época mais racional e segura. A glymera poderia estar fora de Caldwell e escondida nos refúgios dispersados por toda a Nova Inglaterra, mas essa turma de filhos da mãe decadentes tinha dinheiro e influência e sempre desejaram tomar o poder. Com este plano em particular, podiam disfarçar suas ambições com as vestimentas da democracia e fingir que estavam protegendo a gentinha. A natureza obscura de Rehv fervilhava, um criminoso impaciente para obter a liberdade condicional. As más ações e os jogos de poder eram uma compulsão inerente àqueles que levavam o sangue de seu pai, e parte dele desejava criar o caos… E entrar nele. Interrompeu as tolices presunçosas de Montrag.
  • 8. — Economize-me da propaganda. O que está sugerindo exatamente? O macho fez uma elaborada demonstração de como apoiar uma xícara de chá, como se quisesse aparentar que estava reunindo as palavras. Enfim. Rehv podia a apostar que o homem sabia exatamente o que ia dizer. Uma coisa dessa natureza, não era algo que simplesmente se pensa na hora e havia outros envolvidos. Tinha que haver. — Como bem sabe, o Conselho irá se reunir em Caldwell dentro de alguns dias especificamente para ter uma audiência com o Rei. Wrath chegará e… Haverá um acontecimento mortal. — Ele viaja com a Irmandade. O que não é exatamente o tipo de força física que possa ser evitada facilmente. — A morte pode usar muitas máscaras. E tem muitos e variados cenários onde atuar. — E meu papel seria...? — embora já soubesse. Os pálidos olhos de Montrag pareciam de gelo, resplandecentes e frios. — Sei que tipo de homem é. Assim, sei exatamente do que é capaz. Aquilo não era surpresa. Durante os últimos vinte e cinco anos Rehv tinham sido um senhor das drogas e, embora não houvesse anunciado sua vocação para a aristocracia, os vampiros iam a seus clubes regularmente, e parte deles estava nas filas de clientes para obter seus produtos químicos. Ninguém além dos Irmãos sabia de seu lado sympatho… E ele teria mantido as coisas assim se pudesse escolher. Ele pagava muito bem seu chantagista nas últimas duas décadas para garantir que aquilo continuaria sendo um segredo. — É por isso que o chamei. — disse Montrag — Você saberá como se encarregar disso. — É verdade. — Como lídher do conselho, estará em uma posição de enorme poder. Mesmo que não seja eleito como presidente, o conselho não irá a lugar algum. E fique tranquilo com respeito à Irmandade da Adaga Negra. Sei que sua irmã está casada com um deles. Os Irmãos não serão afetados por isso.
  • 9. — Não acha que vai enfurecê-los? Wrath não é só o rei deles. É seu sangue. — Proteger a nossa raça é obrigação primária deles. Eles devem nos seguir aonde quer que formos. E deve saber que há muitos que pensam que andam fazendo um mau trabalho ultimamente. Penso que talvez requeiram uma liderança melhor. — Vinda de você. Sim. Claro. Isso seria como um decorador de interiores comandando uma frota de tanques: um maldito barulho de vanglória até que um dos soldados estrangulasse o boneco de pano e o agitasse algumas vezes no ar. Esse era o plano perfeito. Sim. E ainda assim... Quem disse que Montrag tinha que ser o eleito? Os acidentes aconteciam tanto aos reis quanto aos aristocratas. — Devo dizer, — continuou Montrag — o mesmo que meu pai estava acostumado a me dizer, saber a hora de agir é tudo. Devemos nos apressar. Podemos confiar em você, meu amigo? Rehv levantou-se e elevou-se sobre o outro homem. Com um puxão rápido das abas de sua jaqueta, ajeitou seu Tom Ford , logo em seguida, esticou a mão e pegou sua bengala. Não sentia nada em seu corpo, nem sua roupa nem o peso de seu corpo da cintura para baixo, nem a ponta da bengala contra a palma da mão que tinha queimado com o chá. A dormência era um efeito secundário da droga que utilizava para evitar que aflorasse seu lado mau quando estava em companhia mista, era a prisão onde encerrava suas tendências sociopatas. Contudo, tudo o que necessitava para voltar às suas origens era pular uma dose. E uma hora depois? A maldade nele estava vivinha, abanando o rabo e pronta para brincar. — O que me diz? — incitou Montrag. Não era essa a questão. Em alguns momentos da vida, entre a miríade de decisões corriqueiras como, o que comer, onde dormir e o que vestir, se revelava uma verdadeira encruzilhada. Nesses momentos, quando a névoa da relativa irrelevância se levantava e o destino requeria o livre-arbítrio, só
  • 10. havia esquerda ou direita... Não se lançava uma terceira opção entre os dois caminhos, não havia forma de negociar com a escolha que lhe era imposta. Deve responder a chamada e escolher seu caminho. E não há volta. Claro, o problema era que navegar por uma paisagem moralista era algo que tinha tido que aprender para se encaixar em meio aos vampiros. As lições que tinha aprendido tinham permanecido, embora só até certo ponto. E suas drogas funcionavam apenas de algumas maneiras. De repente, o rosto pálido de Montrag tornou-se uma variedade de tons de rosa pastel, o cabelo escuro do homem ficou magenta e a jaqueta de seu smoking se tingiu de um vermelho ketchup. Quando uma onda avermelhada coloriu tudo, o campo visual de Rehv se achatou como uma tela de cinema do mundo. E talvez isto explicasse o motivo pelo qual os sympathos achavam tão fácil manipular as pessoas. Com seu lado obscuro assumindo o controle, o universo tinha a profundidade de um tabuleiro de xadrez e as pessoas nele eram como peões em sua mão onisciente. Todos eles. Inimigos… e amigos. — Vou cuidar disso. — anunciou Rehv — Como você disse, sei o que tenho que fazer. — Sua palavra. — Montrag estendeu a suave palma de sua mão — Dê-me sua palavra de que isto será conduzido em segredo e silenciosamente. Rehv deixou que a mão ficasse estendida no ar, mas sorriu, revelando uma vez mais suas presas. — Confie em mim.