2. Nossa cultura teima em diferenciar por papéis homens e
mulheres.
As mulheres, desde meninas, aprendem e ensinam o que
aprendem.
Aprendem que só pode existir família e união duradoura, paz eAprendem que só pode existir família e união duradoura, paz e
harmonia se elas forem boas.
Aprendem também que "viver bem" é saber perdoar, é relevar
sempre, é abrir mão, é não exigir nada para si, é cuidar sempre
dos outros.
3. E aprendem a passar esses conceitos a filhos, irmãos,
companheiros. E então as mulheres vão se tornando, assim,
anjos da guarda, sempre protegendo, sempre se desculpando
pelos outros, negando as brigas que acontecem, as disputas
ferrenhas (onde devem ser sempre as perdedoras), as traições,
os ciúmes, pois sabem que tudo isso poderia destruir a paz, a
harmonia e a união na família (responsabilidade exclusivamente
sua).sua).
Para manter a paz entre os seus, muitas vezes, as mulheres se
tornam cúmplices do mal feito: aprendem a esconder os
"segredos" mais feios de cada um, os vícios do parceiro ou
parceira, dos filhos, dos pais; a mascarar os maus-tratos, as
humilhações que recebem; a justificar os abandonos de que são
vítimas para que sua família continue existindo, apesar dos
pesares.
4. A violência é todo e qualquer ato que resulte em
morte, sofrimento ou dano de natureza física,
sexual ou psicológica à pessoa.
A violência contra a mulher pode ser...
Física
Psicológica
Sexual
Social
5. A violência contra a mulher é algo inerente à condição do gênero, independente da
faixa etária.
Maiores agressores:
- De 0 a 9 anos, pais e mães- De 0 a 9 anos, pais e mães
- De 19 a 59, companheiros
- Acima de 60 anos, filhos e familiares
6.
7. Em menos de um minuto várias agressões são cometidas contra as mulheres
brasileiras.
A cada...
•7 segundos: são dados tapas e empurrões;
•8 segundos: mulheres sofrem queimaduras dentro de casa;
•12 segundos: acontece uma ameaça de espancamento;
•15 segundos: existe uma mulher trancada dentro de casa, impedida de sair;
•15 segundos: acontecem espancamentos;
•20 segundos: mulheres têm sua integridade física ameaçada por armas de fogo.
8. A mulher que sofre violência apresenta:
-Ambivalência;
- Fragilidade e impotência;
- Confusão mental;
- Baixa auto-estima;
- Retração / ansiedade;
- Hostilidade.
→ Um problema complexo para o qual concorrem múltiplas variáveis, assim os
múltiplos olhares das diversas ciências: a antropologia, o direito, as ciências sociais,
a psicologia, o serviço social....
9. Violências cotidianas
Fora do âmbito doméstico, cotidianamente a mulher lida com violências
-Institucionais;
- Sociais;
- No trabalho
É necessária a mudança de paradigmas sociais, enquanto nossa sociedade
continuar a repassar conceitos patriarcais, violências cotidianas serão aceitas e
replicadas.
10. O Atendimento Interdisciplinar: ampliando as possibilidades de
intervenção junto às vítimas de violência
-conceito de interdisciplinaridade como ponto fundamental para o rompimento com
as fronteiras individualistas, o que permite sair do contexto pré-estabelecido das
técnicas e intervenções prontas;
-o contexto da violência tem a necessidade de diferentes olhares sobre um mesmo
problema, abrindo, dessa maneira, um leque de possibilidades de intervenções queproblema, abrindo, dessa maneira, um leque de possibilidades de intervenções que
poderá gerar indagações, provocações e mudanças de pequeno e de grande porte
dentro do contexto familiar, institucional, público e privado;
-o trabalho interdisciplinar permite que as mulheres percebam que tem a atenção e a
preocupação de diversas profissionais de áreas do conhecimento diversas;
- a equipe interdisciplinar de atendimento é um time formado por diversas pessoas
com saberes e personalidades diferentes, com o mesmo foco de trabalho, qual seja,
amenizar e combater os impactos da violência intrafamiliar e de gênero.
11. Metodologia básica do atendimento:
-Atendimento humanizado: a mulher como centro da atenção especializada
-Empoderamento: a força interna da mudança
-Respeito ao tempo próprio de cada mulher
12. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES FINAIS...
Apesar da importância da luta diária pela aplicação da Lei Maria da Penha, a postura
interna da mulher é muito mais válida do que o resultado de eventual processo
criminal contra o agressor.
É dentro de si que a mulher carrega o fortalecimento interno
que a fará quebrar concretamente o ciclo da violência.
É importante
acreditar.
É importante
lutar.
É essencial a mulher se orgulhar da própria VIDA!
13. AUTORA:
Lúcia Helena Octaviano: Advogada, Especialista em Gestão de Iniciativas Sociais
pela UFRJ, Especialista em Direito Constitucional pela PUC Campinas, Voluntária
da ONG SOS Ação Mulher e Família. E-mail: luciaoctaviano@globo.com
Visite nosso site: www.sosmulherefamilia.org.br
Email: samulher@feac.org.br
Telefone: (19) 32321544