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Casa de Portugal
         São Paulo


O SOM DE PORTUGAL
      Curso breve de
     História da Música

             Por
 José Maria Pedrosa Cardoso
SÉC. XVIII:
     O SOM DA VAIDADE PORTUGUESA
 Barroco = extravagância, festa, espectáculo
 A Restauração de 1640, tb dos «momos» e «seraos de
  Portugal tão falados no mundo»?
 Mais que o Império, D. João V promove o nome de
  Portugal
 O teatro. Imagem e cenário da fé e diversão
 Música-espectáculo
Barroco:
                           a nova prática musical


          Europa                                     Portugal
Monodia            Monteverdi    Tonos humanos        A. Marques Lésbio (1639-1709)
                    , Schütz,                         Manuel Machado (c. 1590-1646)
acompanhada           Lully,                          Fr. Manuel Correia (+ 1655)
                   Purcell, A.
Estilo              Scarlatti,   Concertados          Santa Cruz de Coimbra:
                   A. Vivaldi,                        D. Teotónio da Cruz (+1653),
concertante                      Música policoral     D. A. da Madre de Deus (+1656)…
                   J.S. Bach,
                     Haendel                          J. Lourenço Rebelo (1610-1661)
                                                      D. Pedro da Esperança (c.1598-
                                                      1660)

Cantata                          Cantatas profanas    André da Costa (+1722),
                                                      F. José Coutinho (1680-1724),
                                                      J. de la Té y Sagau (c. 1680-1736),
                                                      E. d’Astorga (1680-1757?)

M. dramática:                    Vilancico barroco    Gaspar Fernandes (+1629)
                                                      Fr. Manuel Correia (+1655)
ópera e oratória                                      Fr. Francisco de Santiago (+1644)
                                                      Francisco Martins (c.1620-1680)
                                                      Pedro Vaz Rego (1673-1736)
                                                      Fr. F. da Madre de Deus (c.1630-
                                                      1690)
BARROCO I
 O Vilancico barroco: significado, abundância e
  variedade de obras, quase só em libretos, mas com
  indicação de compositores: Francisco José
  Coutinho, André da Costa, Francisco Costa e Silva,
  Fr. Manuel dos Santos, Fr. Antão de Santo Elias. O
  fim do vilancico (1723?)
 Cantata profana («tono humano»), como outra
  singularidade ibérica: Jayme de la Te y Sagau,
  Emmanuel d’Astorga…
Folheto existente
   na FLUC:
   JF 8-7-52
D. JOÃO V (1689-1750), 1
   Aclamado Rei, 1706
   Casado com Maria Ana de Áustria, 1708
   Cortejo da Embaixada em Paris1715
   Id em Roma, 1716 e 1718
   Primeira pedra do Convento de Mafra, 1717
   Chegada de artistas: Juvara, 19; Nasoni, 25; Quillard 26;
    Canevari, 27; Mardel 33; Giusti, 47…
   Execução d’O Judeu, 1739
   Hemiplegia do Rei, 1742
   Título de “Fidelíssimo”, 1748
   Morte, 1750
D. JOÃO V (1689-1750), 2
 As convergências: o ouro do Brasil, o casamento com
  Maria Ana de Áustria
 Os sonhos: Versalhes e Roma
 Afirmação do poder pela Música: na corte, em Mafra
 A italianização da música portuguesa
 Um rei deliciado com a «ópera ao divino».
D. JOÃO V (1689-1750), 3
 Capela Real faz-se Colegiada de São Tomé, 1710 (6
  dignidades, 12 cónegos, 18 beneficiados)
 Transforma-se em Igreja Metropolitana e Patriarcal,
  em 1716. Divida Lisboa em duas dioceses, a Patriarcal é
 A sede do Bispado de Lisboa Ocidental, 1716, com o
  Capelão-mor designado Patriarca (com insígnias
  papais, Cardeal desde 1737, com uma verdadeira corte
  eclesiástica)
D. JOÃO V (1689-1750), 4
 Seminário de Música da Patriarcal, 1713
 Envio de estagiários para Roma: António Teixeira,
  Francisco António de Almeida, João Rodrigues
  Esteves.
 Chegada de músicos italianos: até 1720, 14; até 1734,
  36.
 Domenico Scarlatti chega em 29.11.1719; Giovanni
  Giorgi, 1725.
 Escola de cantochão para Mafra
D. JOÃO V (1689-1750), 5
 Música religiosa:
 Cantochão romano substitui o tradicional português
 Grande estilo concertante, nas missas, nos ofícios
  litúrgicos, nos grandes Te Deum
 Composições notáveis de Almeida, Esteves, Teixeira e
  Carlos Seixas
Teixeira, TD 1734
1º and., Allegro,
Início, concertato
A. Teixeira, Te Deum 1734
 Sinfonia: Adagio-Andante, ob, trpte da caccia, cordas,
  B.C.
 O salutaris: Aria S, cordas; aria A, cordas; coro a 5; Amen
  do Tantum ergo
 Te Deum: 16 andamentos
 Tantum ergo com um Amen muito especial, i.e.,
  destacado do hino eucarístico.
5. O «grande TE DEUM»:
                    Uma macro-forma musical


                                   3

                        2
                                   TE         4
                    O salutaris   DEUM   Tantum ergo

       1
Sinfonia/Abertura

                                          Conclusão
                    Introdução
A ópera em Portugal, 1
 A introdução da ópera em Portugal. Explicações
 possíveis de um atraso em relação à Europa:
   Situação político-económica
   Prática de géneros intermédios: vilancicos, tonos
    humanos, zarzuelas
A ópera em Portugal, 2
 Influência de Maria Ana de Áustria:
    A chegada de D. Scarlatti
    Serenatas na corte
    O gosto italiano, trazido de Viena pela Rainha e
     despertado na embaixada de Portugal em Roma (obras
     em música dedicadas a portugueses por A. e D. Scarlatti,
     Nicola Porpora, A. Bononcini e Francesco Grillo, entre
     1713 e 1721)
Europa                                           Portugal
                    Paço da Ribeira               T. do Bairro Alto         Ac. da Trindade e T.
                                                   (marionetas, em          da Rua dos Condes
                                                        port.)
1728, The    1728, Il Don Chischotte de la
Beggar’s     Mancha, intermédios com música
Opera de     de D. Sacarlatti
John Gay
1733, La     1733, La pazienza di Socrate¸      1733, Vida do grande D.
serva        dramma comico da cantarsi, de      Quichote de la Mancha,
padrona de   Alexandre de Gusmão e Francisco    de António José da Silva,
Pergolesi    A. de Almeida,                     «O Judeu»
             1734 Il Don Chischotte de la       1734, Esopaida, id. e
             Mancha, intermédios com música     música de António
             de D. Sacarlatti                   Teixeira
             1735, La finta pazza, dramma per   1735, Os encantos de        1735, 1º espectáculo
             musica, de Francisco A. de         Medeia, id, id.             público de ópera, pelas
             Almeida                                                        Paquetas, na Academia
                                                                            da Trindade com
                                                                            Farnace¸ de Gaetano M.
                                                                            Schiassi
             1736 La risa di Dimocrito          1736, Anfitrião e O
                                                labirinto de Creta, id.
1737,                                  1737, Guerras de
Castor et                              Alecrim e
Pullux de                              Manjerona e As
Rameau                                 variedades de
                                       Proteu, id.
            1738 L'asilo d'Amore,      1738, Precipício    1738, Teatro da
            serenata                   de Faetonte., id.   Rua dos Condes.
                                                           Só até 1742: 25
                                                           óperas sérias dos
                                                           autores em voga.
            1739, La Spinalba ovvero
            il vechio matto, dramma
            comico da rappresentarsi
            in musica, de Francisco
            A. de Almeida.
            1740, Madama Ciana,
            dramma per musica
            1742, proibição dos espectáculos teatrais, devido à doença do
            Rei
Grandes nomes
           Domenico Scarlatti     Compositor da Capela         Centenas de sonatas para
Vivaldi,   (1685-1757)            Patriarcal, Mestre de        cravo, algumas óperas e
 Bach,                            Música da Corte: Infanta     abundante música sacra:
Haendel
  …
                                  Maria Bárbara e D.           algumas peças apenas em
                                  António.                     fonte portuguesa.
           Francisco A. de       Organista da Capela           Três óperas. Duas oratórias:
           Almeida (c.1702-1755) Patriarcal                    La Giuditta, estreada em
                                                               Roma em 1726, motetos…

           João Rodrigues         Mestre de capela da Sé de    Missa a 8, Magnificat, salmos,
           Esteves (1700-1755?)   Lisboa                       responsórios, motetos
           António Teixeira       Cantor na Patriarcal         Óperas em português para o
           (1707-p.1770)                                       Teatro do Bairro Alto.
                                                               Te Deum a 20 vv
           Carlos Seixas          Vice-mestre e organista da   Abertura, Sinfonia em Si
           (1704-1742)            Capela Patriarcal            bemol e Concerto para cravo e
                                                               orquestra.
                                                               105 sonatas para cravo.
                                                               Missa a 4, salmos e motetos.
Frag. de Precipício de Faetonte d’O
        Judeu e A. Teixeira.
          P-Cug MM 876
M. Instrumental
 C. Seixas: Sonatas, Concerto para cravo e cordas,
  Sinfonia, Abertura…
 D. Scarlatti: Sonatas, Essercizi per gravicembalo…
  (Londres, 1738), dedicado a D. João V.
 Outros: José António Oliveira (minuetes em P-Cug
  MM 64), António Pereira da Costa (c. 1697-1770),
  na Sè do Funchal, com 12 Concertos Grossos Com
  doys violins e Violão de Concertinho Obrigados…
  (Londres, c. 1741) e XX Serenatas for the Guitar.
Josephus Antonius
 Carolus et Seyxas.
Vixit annos 38. Obiit
die 25 Augusti 1742.
Gravura em aço por
       Daullé.
Italianismo confirmado, 1
 D. José (1714-1777) e a paixão pela ópera, 1
 Novos convites
   a músicos: 1752, Chega David Perez, mestre de capela e director
       musical da corte. Chegam também grandes cantores: Gizziello,
       Raaf, Caffarelli..
      e artistas italianos: 1752, Chega Giovani Carlo Galli-Bibiena,
       arquitecto e desenhador da corte, com uma equipa de pintores e
       decoradores
Italianismo confirmado, 2
 D. José e a paixão pela ópera, 2
 Envio a Nápoles de compositores portugueses,
   futuros compositores de ópera:
    João Cordeiro da Silva, 1760?
    João de Sousa Carvalho, 1761
    Jerónimo Francisco de Lima, 1761
    Brás Francisco de Lima, 1761
 Contrato com Nicolò Jomelli, 1769: 400 sequins por
  ano
Ópera, 1
 Ópera do Tejo (31 de Março a 01 de Novembro de
   1755)
    Obra de Bibiena e sua equipa
    inaugurada com pompa e circunst., em 31-03-1755, com
     cenários magníficos de Berardi, Dorneua e Monteux.
     Para a inauguração, Alessandro nell'Indie Metastasio e
     David Perez
    Depoimentos:
Ópera do
 Tejo,
Jacq. Ph. Le
 Bas sculp
   1757.
Lx. Museu
da Cidade
Ópera, 2
 Outros locais de ópera da corte:
   teatro provisório da Casa da Índia (paço da Ribeira),
    1752;
   Teatro permanente do palácio de Salvaterra de Magos,
    1753;
   Teatro da Ajuda, 1756;
   Teatro de Queluz, ?
   Cabo Espichel, p. 1770
Ópera, 3
 Ópera pública:
   Teatro do Bairro Alto, 1760
   Corpo da Guarda (Porto), 1760
   Rua dos Condes, 1762
   Rua do Salitre, 1782
   Teatro de São Carlos, 1793
   Teatro de São João, 1798
David Perez, 1711-1778

Filho de pais espanhois, em Nápoles, aí aprende, mas vai trabalhar para
a Cicília, voltando mais tarde a Nápoles e sendo disputado por todas as
cidades italianas, é convidado por D. José para mestre dos seus filhos e
                          compositor da corte.
 Chega a Lisboa em 1752, não sem antes ter enviado um partitura, que
                        existe autógrafa na P-La.
   Compõe óperas para o tetatro montado na Casa da Índia e compõe
  Alessandro nell'India, para a inauguração da Ópera do Tejo (em que
  tomou parte uma falange de 400 homens de cavalaria, figurando os
                              macedónios.)
Na P-La, existem várias partituras autógrafas:, óperas, missas, motetos,
         Te Deum (na Sé); grande Te Deum em P-Cug MM 27
     Teve grande influência nos músicos dos seu tempo, incluindo
            Luisa Todi, Sousa Carvalho, Marcos Portugal…
Música instrumental, 1
                    ORQUESTRA DA REAL CÂMARA
«A capela da Rainha de Portugal é ainda a primeira da Europa; pelo que
se refere a excelência vocal e instrumental, nenhuma outra instituição do
género, incluindo a do próprio Papa, se pode gabar de possuir uma tal colecção
de admiráveis músicos. Para onde sua Majestade vá eles seguem-na; quando
vai caçar o falcão para Salvaterra, ou caçar saúde para os banhos das Caldas.
Mesmo nestes rochedos e montes selvagens [de Sintra] ela está rodeada de um
séquito de delicados cantores, gordos como codornizes e melodiosos como
rouxinóis. Os violinistas e violoncelistas às ordens de Sua Majestade são
todos de primeira categoria, e em flautistas e oboistas a sua ménagerie não
tem rival» In William Beckford The History of the Caliph Vathek and European Travels.
Londres: Ward, Lock anda Cº 1891, p. 353)

«A corte portuguesa, rica pelo seu império e o seu comércio colonial, e para a
qual a música era o divertimento favorito, quase uma religião, assegurava a
estes músicos notáveis um estilo de vida e um nível social sem rival… Lisboa
beneficiava de uma vida musical muito intensa… Não seria exagerado
designar a Lisboa do século XVIII como 'o paraíso dos músicos'» In
Scherpereel, p. 118.
Música instrumental, 2


Abade António da Costa (c. 1714-p.1780).
Forçado a fugir do Porto em 1750, viveu em Roma, Veneza, Paris e
Viena, onde conviveu com o futuro Duque de Lafões e com Gluck.
Burney chama-o de «a kind of Rousseau, but still more original». A sua
música mereceu a atenção de Tartini, que compôs uma Sonata à Violino
solo, e Basso … sopra lo stile che suona Il Prette dalla chitarra
portoghese. Amigo do Pe. Martini.

Pedro António Avondano (1714-1782), que recebeu na sua casa a
Assembleia das Nações estrangeiras, publicou em Londres três
colecções de minuetes para dois violinos e BC, autor de duas sinfonias
para orq. de cordas, três concertos para vlc, e orquestra e várias sonatas
para cravo e vlc. e BC, a ópera Il mondo de la luna.
Outros membros da família… João Baptisa André Avondano (+1800)
Música instrumental, 3


João Pedro de Almeida Mota (1744 - 1817 )
             Lisboa, cantor da capela real;
Braga (1761, ao serviço do Infante D. Gaspar - 1771),
        Santiago de Compostela (1771 - 1772);
  Mondonhedo (1772 - 1774); Lugo (1774 - 1779);
      Astorga (1783-88) ; Madrid (1793-1817).
 Obra: 104 composições de música sacra (19 missas,
 2 Requiem, 12 Vésperas, 24 salmos, 22 lamentações,
 18 hinos, etc); 65 de música religiosa (63 vilancicos,
1 oratória e 1 moteto); 35 peças de música profana (19
        com voz acompanhada e 16 quartetos).
Teoria, Instrumentos


A teoria musical:
Francisco Ignacio de Solano, Nova instrução musical ou theorica pratica
    da musica rythmica…Lisboa, 1764…;
Manuel da Paixão Ribeiro, Nova arte da viola…Coimbra, 1789;
António da Silva Leite, Um estudo de guitarra…Porto 1795, tendo
    publicado em 1792 Seis sonatas de guitarra com acompanhamento de
    um violino ou duas trompas ad libitum ),

Construtores de instrumentos:
Manuel e Joaquim José Antunes - cravos, clavicórdios e fortepianos
António Machado e Cerveira – órgãos (Mafra, etc)
A grande música religiosa


oratória La passione di Gesu Christo de J. P. Almeida Mota; Isacco
    figura del Redentore, de Sousa Carvalho; Esther, de Leal
    Moreira…) e
música litúrgica (documentada nos arquivos de todo o Portugal; caso
    dos Mattutini dei morti (1774) de David Perez,
     o Requiem de Jomelli (citados por Beckford),
     os grandes Te Deum de Sousa Carvalho e outros, ETC…
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História da Música Portuguesa no Século XVIII

  • 1. Casa de Portugal São Paulo O SOM DE PORTUGAL Curso breve de História da Música Por José Maria Pedrosa Cardoso
  • 2. SÉC. XVIII: O SOM DA VAIDADE PORTUGUESA  Barroco = extravagância, festa, espectáculo  A Restauração de 1640, tb dos «momos» e «seraos de Portugal tão falados no mundo»?  Mais que o Império, D. João V promove o nome de Portugal  O teatro. Imagem e cenário da fé e diversão  Música-espectáculo
  • 3. Barroco: a nova prática musical Europa Portugal Monodia Monteverdi Tonos humanos A. Marques Lésbio (1639-1709) , Schütz, Manuel Machado (c. 1590-1646) acompanhada Lully, Fr. Manuel Correia (+ 1655) Purcell, A. Estilo Scarlatti, Concertados Santa Cruz de Coimbra: A. Vivaldi, D. Teotónio da Cruz (+1653), concertante Música policoral D. A. da Madre de Deus (+1656)… J.S. Bach, Haendel J. Lourenço Rebelo (1610-1661) D. Pedro da Esperança (c.1598- 1660) Cantata Cantatas profanas André da Costa (+1722), F. José Coutinho (1680-1724), J. de la Té y Sagau (c. 1680-1736), E. d’Astorga (1680-1757?) M. dramática: Vilancico barroco Gaspar Fernandes (+1629) Fr. Manuel Correia (+1655) ópera e oratória Fr. Francisco de Santiago (+1644) Francisco Martins (c.1620-1680) Pedro Vaz Rego (1673-1736) Fr. F. da Madre de Deus (c.1630- 1690)
  • 4. BARROCO I  O Vilancico barroco: significado, abundância e variedade de obras, quase só em libretos, mas com indicação de compositores: Francisco José Coutinho, André da Costa, Francisco Costa e Silva, Fr. Manuel dos Santos, Fr. Antão de Santo Elias. O fim do vilancico (1723?)  Cantata profana («tono humano»), como outra singularidade ibérica: Jayme de la Te y Sagau, Emmanuel d’Astorga…
  • 5.
  • 6.
  • 7. Folheto existente na FLUC: JF 8-7-52
  • 8. D. JOÃO V (1689-1750), 1  Aclamado Rei, 1706  Casado com Maria Ana de Áustria, 1708  Cortejo da Embaixada em Paris1715  Id em Roma, 1716 e 1718  Primeira pedra do Convento de Mafra, 1717  Chegada de artistas: Juvara, 19; Nasoni, 25; Quillard 26; Canevari, 27; Mardel 33; Giusti, 47…  Execução d’O Judeu, 1739  Hemiplegia do Rei, 1742  Título de “Fidelíssimo”, 1748  Morte, 1750
  • 9. D. JOÃO V (1689-1750), 2  As convergências: o ouro do Brasil, o casamento com Maria Ana de Áustria  Os sonhos: Versalhes e Roma  Afirmação do poder pela Música: na corte, em Mafra  A italianização da música portuguesa  Um rei deliciado com a «ópera ao divino».
  • 10. D. JOÃO V (1689-1750), 3  Capela Real faz-se Colegiada de São Tomé, 1710 (6 dignidades, 12 cónegos, 18 beneficiados)  Transforma-se em Igreja Metropolitana e Patriarcal, em 1716. Divida Lisboa em duas dioceses, a Patriarcal é  A sede do Bispado de Lisboa Ocidental, 1716, com o Capelão-mor designado Patriarca (com insígnias papais, Cardeal desde 1737, com uma verdadeira corte eclesiástica)
  • 11. D. JOÃO V (1689-1750), 4  Seminário de Música da Patriarcal, 1713  Envio de estagiários para Roma: António Teixeira, Francisco António de Almeida, João Rodrigues Esteves.  Chegada de músicos italianos: até 1720, 14; até 1734, 36.  Domenico Scarlatti chega em 29.11.1719; Giovanni Giorgi, 1725.  Escola de cantochão para Mafra
  • 12. D. JOÃO V (1689-1750), 5  Música religiosa:  Cantochão romano substitui o tradicional português  Grande estilo concertante, nas missas, nos ofícios litúrgicos, nos grandes Te Deum  Composições notáveis de Almeida, Esteves, Teixeira e Carlos Seixas
  • 13.
  • 14. Teixeira, TD 1734 1º and., Allegro, Início, concertato
  • 15. A. Teixeira, Te Deum 1734  Sinfonia: Adagio-Andante, ob, trpte da caccia, cordas, B.C.  O salutaris: Aria S, cordas; aria A, cordas; coro a 5; Amen do Tantum ergo  Te Deum: 16 andamentos  Tantum ergo com um Amen muito especial, i.e., destacado do hino eucarístico.
  • 16. 5. O «grande TE DEUM»: Uma macro-forma musical 3 2 TE 4 O salutaris DEUM Tantum ergo 1 Sinfonia/Abertura Conclusão Introdução
  • 17. A ópera em Portugal, 1  A introdução da ópera em Portugal. Explicações possíveis de um atraso em relação à Europa:  Situação político-económica  Prática de géneros intermédios: vilancicos, tonos humanos, zarzuelas
  • 18. A ópera em Portugal, 2  Influência de Maria Ana de Áustria:  A chegada de D. Scarlatti  Serenatas na corte  O gosto italiano, trazido de Viena pela Rainha e despertado na embaixada de Portugal em Roma (obras em música dedicadas a portugueses por A. e D. Scarlatti, Nicola Porpora, A. Bononcini e Francesco Grillo, entre 1713 e 1721)
  • 19. Europa Portugal Paço da Ribeira T. do Bairro Alto Ac. da Trindade e T. (marionetas, em da Rua dos Condes port.) 1728, The 1728, Il Don Chischotte de la Beggar’s Mancha, intermédios com música Opera de de D. Sacarlatti John Gay 1733, La 1733, La pazienza di Socrate¸ 1733, Vida do grande D. serva dramma comico da cantarsi, de Quichote de la Mancha, padrona de Alexandre de Gusmão e Francisco de António José da Silva, Pergolesi A. de Almeida, «O Judeu» 1734 Il Don Chischotte de la 1734, Esopaida, id. e Mancha, intermédios com música música de António de D. Sacarlatti Teixeira 1735, La finta pazza, dramma per 1735, Os encantos de 1735, 1º espectáculo musica, de Francisco A. de Medeia, id, id. público de ópera, pelas Almeida Paquetas, na Academia da Trindade com Farnace¸ de Gaetano M. Schiassi 1736 La risa di Dimocrito 1736, Anfitrião e O labirinto de Creta, id.
  • 20. 1737, 1737, Guerras de Castor et Alecrim e Pullux de Manjerona e As Rameau variedades de Proteu, id. 1738 L'asilo d'Amore, 1738, Precipício 1738, Teatro da serenata de Faetonte., id. Rua dos Condes. Só até 1742: 25 óperas sérias dos autores em voga. 1739, La Spinalba ovvero il vechio matto, dramma comico da rappresentarsi in musica, de Francisco A. de Almeida. 1740, Madama Ciana, dramma per musica 1742, proibição dos espectáculos teatrais, devido à doença do Rei
  • 21. Grandes nomes Domenico Scarlatti Compositor da Capela Centenas de sonatas para Vivaldi, (1685-1757) Patriarcal, Mestre de cravo, algumas óperas e Bach, Música da Corte: Infanta abundante música sacra: Haendel … Maria Bárbara e D. algumas peças apenas em António. fonte portuguesa. Francisco A. de Organista da Capela Três óperas. Duas oratórias: Almeida (c.1702-1755) Patriarcal La Giuditta, estreada em Roma em 1726, motetos… João Rodrigues Mestre de capela da Sé de Missa a 8, Magnificat, salmos, Esteves (1700-1755?) Lisboa responsórios, motetos António Teixeira Cantor na Patriarcal Óperas em português para o (1707-p.1770) Teatro do Bairro Alto. Te Deum a 20 vv Carlos Seixas Vice-mestre e organista da Abertura, Sinfonia em Si (1704-1742) Capela Patriarcal bemol e Concerto para cravo e orquestra. 105 sonatas para cravo. Missa a 4, salmos e motetos.
  • 22.
  • 23. Frag. de Precipício de Faetonte d’O Judeu e A. Teixeira. P-Cug MM 876
  • 24. M. Instrumental  C. Seixas: Sonatas, Concerto para cravo e cordas, Sinfonia, Abertura…  D. Scarlatti: Sonatas, Essercizi per gravicembalo… (Londres, 1738), dedicado a D. João V.  Outros: José António Oliveira (minuetes em P-Cug MM 64), António Pereira da Costa (c. 1697-1770), na Sè do Funchal, com 12 Concertos Grossos Com doys violins e Violão de Concertinho Obrigados… (Londres, c. 1741) e XX Serenatas for the Guitar.
  • 25. Josephus Antonius Carolus et Seyxas. Vixit annos 38. Obiit die 25 Augusti 1742. Gravura em aço por Daullé.
  • 26.
  • 27. Italianismo confirmado, 1  D. José (1714-1777) e a paixão pela ópera, 1  Novos convites  a músicos: 1752, Chega David Perez, mestre de capela e director musical da corte. Chegam também grandes cantores: Gizziello, Raaf, Caffarelli..  e artistas italianos: 1752, Chega Giovani Carlo Galli-Bibiena, arquitecto e desenhador da corte, com uma equipa de pintores e decoradores
  • 28. Italianismo confirmado, 2  D. José e a paixão pela ópera, 2  Envio a Nápoles de compositores portugueses, futuros compositores de ópera:  João Cordeiro da Silva, 1760?  João de Sousa Carvalho, 1761  Jerónimo Francisco de Lima, 1761  Brás Francisco de Lima, 1761  Contrato com Nicolò Jomelli, 1769: 400 sequins por ano
  • 29. Ópera, 1  Ópera do Tejo (31 de Março a 01 de Novembro de 1755)  Obra de Bibiena e sua equipa  inaugurada com pompa e circunst., em 31-03-1755, com cenários magníficos de Berardi, Dorneua e Monteux. Para a inauguração, Alessandro nell'Indie Metastasio e David Perez  Depoimentos:
  • 30. Ópera do Tejo, Jacq. Ph. Le Bas sculp 1757. Lx. Museu da Cidade
  • 31. Ópera, 2  Outros locais de ópera da corte:  teatro provisório da Casa da Índia (paço da Ribeira), 1752;  Teatro permanente do palácio de Salvaterra de Magos, 1753;  Teatro da Ajuda, 1756;  Teatro de Queluz, ?  Cabo Espichel, p. 1770
  • 32. Ópera, 3  Ópera pública:  Teatro do Bairro Alto, 1760  Corpo da Guarda (Porto), 1760  Rua dos Condes, 1762  Rua do Salitre, 1782  Teatro de São Carlos, 1793  Teatro de São João, 1798
  • 33. David Perez, 1711-1778 Filho de pais espanhois, em Nápoles, aí aprende, mas vai trabalhar para a Cicília, voltando mais tarde a Nápoles e sendo disputado por todas as cidades italianas, é convidado por D. José para mestre dos seus filhos e compositor da corte. Chega a Lisboa em 1752, não sem antes ter enviado um partitura, que existe autógrafa na P-La. Compõe óperas para o tetatro montado na Casa da Índia e compõe Alessandro nell'India, para a inauguração da Ópera do Tejo (em que tomou parte uma falange de 400 homens de cavalaria, figurando os macedónios.) Na P-La, existem várias partituras autógrafas:, óperas, missas, motetos, Te Deum (na Sé); grande Te Deum em P-Cug MM 27 Teve grande influência nos músicos dos seu tempo, incluindo Luisa Todi, Sousa Carvalho, Marcos Portugal…
  • 34. Música instrumental, 1 ORQUESTRA DA REAL CÂMARA «A capela da Rainha de Portugal é ainda a primeira da Europa; pelo que se refere a excelência vocal e instrumental, nenhuma outra instituição do género, incluindo a do próprio Papa, se pode gabar de possuir uma tal colecção de admiráveis músicos. Para onde sua Majestade vá eles seguem-na; quando vai caçar o falcão para Salvaterra, ou caçar saúde para os banhos das Caldas. Mesmo nestes rochedos e montes selvagens [de Sintra] ela está rodeada de um séquito de delicados cantores, gordos como codornizes e melodiosos como rouxinóis. Os violinistas e violoncelistas às ordens de Sua Majestade são todos de primeira categoria, e em flautistas e oboistas a sua ménagerie não tem rival» In William Beckford The History of the Caliph Vathek and European Travels. Londres: Ward, Lock anda Cº 1891, p. 353) «A corte portuguesa, rica pelo seu império e o seu comércio colonial, e para a qual a música era o divertimento favorito, quase uma religião, assegurava a estes músicos notáveis um estilo de vida e um nível social sem rival… Lisboa beneficiava de uma vida musical muito intensa… Não seria exagerado designar a Lisboa do século XVIII como 'o paraíso dos músicos'» In Scherpereel, p. 118.
  • 35. Música instrumental, 2 Abade António da Costa (c. 1714-p.1780). Forçado a fugir do Porto em 1750, viveu em Roma, Veneza, Paris e Viena, onde conviveu com o futuro Duque de Lafões e com Gluck. Burney chama-o de «a kind of Rousseau, but still more original». A sua música mereceu a atenção de Tartini, que compôs uma Sonata à Violino solo, e Basso … sopra lo stile che suona Il Prette dalla chitarra portoghese. Amigo do Pe. Martini. Pedro António Avondano (1714-1782), que recebeu na sua casa a Assembleia das Nações estrangeiras, publicou em Londres três colecções de minuetes para dois violinos e BC, autor de duas sinfonias para orq. de cordas, três concertos para vlc, e orquestra e várias sonatas para cravo e vlc. e BC, a ópera Il mondo de la luna. Outros membros da família… João Baptisa André Avondano (+1800)
  • 36. Música instrumental, 3 João Pedro de Almeida Mota (1744 - 1817 ) Lisboa, cantor da capela real; Braga (1761, ao serviço do Infante D. Gaspar - 1771), Santiago de Compostela (1771 - 1772); Mondonhedo (1772 - 1774); Lugo (1774 - 1779); Astorga (1783-88) ; Madrid (1793-1817). Obra: 104 composições de música sacra (19 missas, 2 Requiem, 12 Vésperas, 24 salmos, 22 lamentações, 18 hinos, etc); 65 de música religiosa (63 vilancicos, 1 oratória e 1 moteto); 35 peças de música profana (19 com voz acompanhada e 16 quartetos).
  • 37. Teoria, Instrumentos A teoria musical: Francisco Ignacio de Solano, Nova instrução musical ou theorica pratica da musica rythmica…Lisboa, 1764…; Manuel da Paixão Ribeiro, Nova arte da viola…Coimbra, 1789; António da Silva Leite, Um estudo de guitarra…Porto 1795, tendo publicado em 1792 Seis sonatas de guitarra com acompanhamento de um violino ou duas trompas ad libitum ), Construtores de instrumentos: Manuel e Joaquim José Antunes - cravos, clavicórdios e fortepianos António Machado e Cerveira – órgãos (Mafra, etc)
  • 38. A grande música religiosa oratória La passione di Gesu Christo de J. P. Almeida Mota; Isacco figura del Redentore, de Sousa Carvalho; Esther, de Leal Moreira…) e música litúrgica (documentada nos arquivos de todo o Portugal; caso dos Mattutini dei morti (1774) de David Perez, o Requiem de Jomelli (citados por Beckford), os grandes Te Deum de Sousa Carvalho e outros, ETC…