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Aula 12


1. Ângulo entre duas retas no espaço

Definição 1
O ângulo ∠(r1 , r2 ) entre duas retas r1 e r2 se define da seguinte maneira:

• ∠(r1 , r2 ) = 0o se r1 e r2 são coincidentes,
• Se as retas são concorrentes, isto é, r1 ∩ r2 = {P}, então ∠(r1 , r2 ) é o menor dos ângulos
positivos determinados pelas retas no plano que as contém.
Em particular, 0 < ∠(r1 , r2 ) ≤ 90o .
• se r1 ∩ r2 = ∅, temos duas situações a considerar:
     ◦ se r1   r2 , então ∠(r1 , r2 ) = 0o .
    ◦ se r1 e r2 não são paralelas e não se intersectam, dizemos que as retas são reversas.
Neste caso, seja P ∈ r1 e seja r2 a paralela a r2 que passa por P. Então as retas r1 e r2 são
concorrentes e definimos
                                                     ∠(r1 , r2 ) = ∠(r1 , r2 )

Além disso, pelo paralelismo, ∠(r1 , r2 ) independe do ponto P escolhido.




           Fig. 1: Retas concorrentes: θ = ∠(r1 , r2 ) < ϕ.            Fig. 2: Retas reversas: θ = ∠(r1 , r2 ) = ∠(r1 , r2 ).

      A medida dos ângulos pode ser dada em graus ou radianos.
Geometria Analítica - Aula 12                                                                                     144

            → →
      Sejam − e − vetores paralelos às retas r1 e r2 , respectivamente. Então,
            v1 v2
                                                           → →
                                                          − ,−
                                                          v1 v2
                cos ∠(r1 , r2 ) = | cos ∠(v1 , v2 )| = −→     − ,
                                                               →          0o ≤ ∠(r1 , r2 ) ≤ 90o
                                                       v  1   v2

       De fato, a fórmula vale também quando r1 e r2 são paralelas ou coincidentes, isto é, quando
∠(r1 , r2 ) = 0o , pois
                                    → →
                                  λ− , −           → →
                                             |λ| − , −
              →    →
              − = λ− =⇒            v2 v2          v2 v2          o
              v1   v2
                                 λ−→ −
                                  v2    →
                                       v2
                                          =
                                            |λ| − → − = 1 = cos 0 = cos ∠(r1 , r2 ) .
                                                 v2    →
                                                      v2

Exemplo 1
Calcule o ângulo entre as retas
                             x−1   y+1   z                                  y−1   z−2
                      r1 :       =     =             e       r2 : x + 2 =       =     .
                              2     2    2                                   2     3
Mostre, também, que essas retas são reversas.

Solução.
          →
Temos que − = (2, 2, 2)
          v1                         →
                                r1 e − = (1, 2, 3)
                                     v2                  r2 . Logo,
                                          → →
                                         − ,v
                                         v1 − 2 |2 + 4 + 6|     12                       6
                      cos ∠(r1 , r2 ) = −→ − = √ √
                                              →             =√         =                   .
                                        v1   v2    12 14       12 × 14                   7

                                                                      π                        6
Assim, o ângulo entre r1 e r2 é o ângulo entre 0 e 90o =                cujo cosseno é           .
                                                                      2                        7
                                                                                    → →
Para verificar que as retas r1 e r2 são reversas, observamos primeiro que os vetores − e − não
                                                                                    v1 v2
                        2 2
são múltiplos, pois det 1 2         = 4 − 2 = 2 = 0. Portanto, as retas não podem ser coincidentes

e nem paralelas, devendo ser, concorrentes ou reversas.
Para concluir que r1 e r2 são reversas, devemos mostrar que elas não se intersectam (não são
concorrentes). As equações paramétricas de r1 são:
                                      
                                       x = 1 + 2t
                                 r1 :   y = −1 + 2t ; t ∈ R .
                                       z = 2t

Seja P = (1 + 2t, −1 + 2t, 2t) um ponto de r1 . Vamos tentar determinar o valor do parâmetro t
de modo que P esteja, também, em r2 .
                                                     (−1 + 2t) − 1   2t − 2
                             P ∈ r2 ⇐⇒ (1 + 2t) + 2 =              =
                                                           2            3
                                               −2 + 2t    2t − 2
                                   ⇐⇒ 3 + 2t =         =
                                                  2          3
                                                         2
                                   ⇐⇒ 3 + 2t = −1 + t = (t − 1)
                                                         3
Da segunda igualdade, obtemos t − 1 = 0, ou seja, t = 1. Porém, substituindo esse valor na
primeira igualdade, obtemos a identidade impossível 5 = 0.
Portanto, não existe P ∈ r1 ∩ r2 . Isto é, as retas não são concorrentes e sim reversas.

IM-UFF                                                                                         K. Frensel - J. Delgado
145                                                                                    Geometria Analítica - Aula 12


2. Ângulo entre dois planos

Definição 2
Sejam      π1 : a1 x + b1 y + c1 z = d1    e      π2 : a2 x + b2 y + c2 z = d2   dois planos no espaço.

O ângulo entre os planos π1 e π2 , representado por ∠(π1 , π2 ), se define da seguinte maneira:


• ∠(π1 , π2 ) = 0o se os planos são paralelos (π1           π2 ) ou
coincidentes (π1 = π2 ).
• Se π1 e π2 não são paralelos nem coincidentes, então
se intersectam ao longo de uma reta r. Sejam P ∈ r um
ponto qualquer, r1 a reta perpendicular a r contida em
π1 que passa por P e r2 a perpendicular a r contida em
π2 que passa por P. Definimos
                      ∠(π1 , π2 ) = ∠(r1 , r2 )
                                                                                     Fig. 3: ∠(π1 , π2 ) = θ.

    Com a mesma terminologia da definição, tomando A ∈ r1 e B ∈ r2 , vemos que ∠(π1 , π2 ) é
o menor ângulo positivo cujo cosseno é
                                                                                     −→ −
                                                                                     − − →
                                                               −→ −
                                                                − −  →       PA , PB
                   cos ∠(π1 , π2 ) = cos ∠(r1 , r2 ) = | cos ∠(PA , PB )| = −→ −→
                                                                            −      −
                                                                                     PA      PB

     Seja, agora, s1 a reta perpendicular ao plano π1 que passa pelo ponto A, e seja s2 a reta
perpendicular ao plano π2 que passa por B.
    As retas s1 e s2 se intersectam em um ponto C.
                           −→ −
                            − −    →       − → −→
                                            − −
    Como os ângulos ∠(PA , PB ) e ∠(CA , CB ) são suplementares (a sua soma é 180o ),
temos
                                            −→ −
                                             − −  →           − → −→
                                                               − −
                    cos ∠(π1 , π2 ) = cos ∠(PA , PB ) = cos ∠(CA , CB ) .
                             →                       →                                 → →
    Além disso, como π1 ⊥ − = (a1 , b1 , c1 ) e π2 ⊥ − = (a2 , b2 , c2 ), os ângulos ∠(− , − ) e
                            v1                       v2                                v1 v2
  − → −→
   − −
∠(CA , CB ) são iguais ou suplementares. Logo,
                                                                  → →
                                                                 − −
                                                      → v →
                                                      − , − ) = v1 , v2
                              cos ∠(π1 , π2 ) = cos ∠(v1 2      −
                                                                v→ −  v→
                                                                          1      2


      Essa fórmula vale, também, quando os planos são paralelos ou coincidentes.

Exemplo 2
Calcule o ângulo entre os planos          π1 : −y + 1 = 0       e     π2 : y + z + 2 = 0.

Solução.

K. Frensel - J. Delgado                                                                                         IM-UFF
Geometria Analítica - Aula 12                                                                                 146

              →                 →
Temos que − = (0, −1, 0) ⊥ π1 e − = (0, 1, 1) ⊥ π2 . Logo ∠(π1 , π2 ) é o menor ângulo po-
             v1                 v2
sitivo cujo cosseno é
                                      → →
                                      − −                                                                 √
                           → v →
                           − , − ) = v1 , v2  | (0, −1, 0), (0, 1, 1) |  |−1|  1    2
   cos ∠(π1 , π2 ) = cos ∠(v1 2      −→ − = (0, −1, 0) (0, 1, 1) =
                                            →                              √ = √ =    ,
                                     v1    v2                           (1) 2   2  2
                                π
Portanto, ∠(π1 , π2 ) = 45o =     .
                                4




3. Ângulo entre uma reta r e um plano π

Definição 3
Sejam r uma reta e π um plano no espaço.
      →                              →
Sejam − um vetor normal ao plano π e − um vetor paralelo à reta r.
      w                              v
Seja θ o menor ângulo não-negativo entre r e w (0 ≤ θ ≤ 90o ).


O ângulo entre r e π é, por definição, o complementar
do ângulo θ.
Isto é,
                                          π
                   ∠(r, π) = 90o − θ =      −θ
                                          2

Logo,
                                           → w
                                           v →
                                           − ,−
                          π
        sen ∠(r, π) = sen   − θ = cos θ = − −
                                          → w  →
                          2               v
                                                                                               π
                                                                           Fig. 4: ∠(r, π) =   2
                                                                                                   − θ.


    Essa fórmula vale ainda quando r π e quando r ⊂ π, pois, nesses casos, θ = 90o já que
→ w →         →                         →
− ⊥ − , sendo − um vetor paralelo a r e − um vetor perpendicular a π.
v             v                         w

Exemplo 3
Calcular o seno do ângulo entre a reta r e o plano π, onde
                      
                       x=t
                      
                   r:   y = 2t − 1 ; t ∈ R         e     π : x − 2y + 3 = 0 .
                      
                      
                        z=4

Solução.
Temos que       →
                − = (1, 2, 0)
                v               r     e   →
                                          − = (1, −2, 0) ⊥ π. Logo,
                                          w
                                      → w
                                      v →
                                      − ,−
                                             | (1, 2, 0), (1, −2, 0) | |1 − 4 + 0|  3
                  sen ∠(r, π) = −
                                →        − = (1, 2, 0) (1, −2, 0) = √ √
                                          →                                        = .
                                v        w                                 5 5      5


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4. Distância de um ponto P0 a um plano π

Definição 4
A distância do ponto P0 ao plano π, designada d(P0 , π) é, por definição, a menor das distâncias
de P0 aos pontos P ∈ π. Isto é,
                                          d(P0 , π) = min { d(P0 , P) | P ∈ π }

(Nota: min significa o mínimo do conjunto de números considerado).


    Com a notação da definição anterior, seja P o ponto de intersecção de π com a reta r que
passa por P0 e é perpendicular a π.
      Se P é um ponto qualquer no plano π, diferente de P , temos, pelo teorema de Pitágoras
aplicado ao triângulo retângulo P0 P P:
                                d(P0 , P)2 = d(P0 , P )2 + d(P , P)2 > d(P0 , P )2 .
      Logo d(P0 , P) > d(P0 , P ) e, portanto, d(P0 , P ) = min { d(P0 , P) | P ∈ π }. Isto é,


                          d(P0 , π) = d(P0 , P )

     Se P0 = (x0 , y0 , z0 ) e π : ax + by + cz = d, temos
r w→
   − = (a, b, c) ⊥ π e as equações paramétricas de r
são:
                  
                   x = x0 + at
                  
              r:      y = y0 + bt ; t ∈ R .
                  
                  
                      z = z0 + ct

      Além disso, como P ∈ r, temos P = (x0 + at, y0 +
                                                                                  Fig. 5: Cálculo de d(P0 , π).
bt, z0 + ct), para algum valor t ∈ R por determinar.
      Como P ∈ π, temos
                                    a(x0 + at) + b(y0 + bt) + c(z0 + ct) = d ,
ou seja,
                                                                                    ax0 + by0 + cz0 − d
        (a2 + b2 + c2 )t = d − ax0 − by0 − cz0 ,             e, portanto,     t=−                       .
                                                                                        a2 + b2 + c2
      Assim,
                                       −→
                                      −−
                 d(P0 , P ) =         P0 P = (at, bt, ct) = t(a, b, c) = |t| (a, b, c)
                                        ax0 + by0 + cz0 − d
                                =     −                        (a, b, c)
                                            a2 + b2 + c2
                                     |ax0 + by0 + cz0 − d|
                                =                           (a, b, c)
                                           (a, b, c) 2
                                     |ax0 + by0 + cz0 − d|
                                =
                                            (a, b, c)

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      Logo a distância do ponto P0 = (x0 , y0 , z0 ) ao plano π : ax + by + cz = d é
                                                            |ax0 + by0 + cz0 − d|
                                          d(P0 , π) =
                                                                   a2 + b2 + c2


Exemplo 4
Calcular a distância do ponto A = (1, 2, 3) ao plano π : 2x + y − 5z = 4 .

Solução.
(a) Usando a fórmula:
                           |ax0 + by0 + cz0 − d|                |2(1) + 1(2) − 5(3) − 4|    15               15
               d(A, π) =                                    =                              =√         =         .
                                 a2   +   b2   +   c2                                           30           2
                                                                    22 + 12 + (−5)2

(b) Sem usar a fórmula:
                                                           →
A reta r que passa por A = (1, 2, 3) e é paralela ao vetor − = (2, 1, −5) ⊥ π, é
                                                           w
                                       
                                        x = 1 + 2t
                                       
                                   r:     y = 2 + t ; t ∈ R.
                                       
                                       
                                          z = 3 − 5t

Seja {B} = r ∩ π. As coordenadas de B = (1 + 2t, 2 + t, 3 − 5t) satisfazem a equação de π:
                             2(1 + 2t) + (2 + t) − 5(3 − 5t) = 4 ,
ou seja,
                                                                                                1
                         2 + 4t + 2 + t − 15 + 25t = 4 =⇒ 30t = 15 =⇒ t =                         .
                                                                                                2
            1→           −→ 1 → 1
                          −
Logo B = A + − , isto é, AB = − = (2, 1, −5) e, portanto,
             w                w
                 2                         2            2
                                                                                           √
                                    −→
                                     −  1 →  1√                                             30              15
                d(A, π) = d(A, B) = AB = − =
                                          w     4 + 1 + 25 =                                   =               .
                                                            2           2                   2               2
é a distância procurada.



5. Distância entre dois planos

Definição 5
A distância entre os planos π1 e π2 , designada d(π1 , π2 ), é, por definição, a menor dentre as
distâncias dos pontos de π1 aos pontos de π2 . Isto é,
                                d(π1 , π2 ) = min { d(P, Q) | P ∈ π1 e Q ∈ π2 }

      Note que,
• Se π1 e π2 são coincidentes, isto é, π1 = π2 , então d(π1 , π2 ) = 0.

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• Se π1 e π2 são concorrentes, isto é, π1 ∩ π2 é uma reta, então, também, d(π1 , π2 ) = 0.

      O caso interessante a considerar é o seguinte:
• Suponhamos que π1 e π2 são planos paralelos dados
pelas equações:
                    π1 : ax + by + cz = d1
                    π2 : ax + by + cz = d2

     Sejam P1 ∈ π1 e Q1 o pé da perpendicular baixada
do ponto P1 sobre o plano π2 .
     Sejam P ∈ π1 , Q ∈ π2 e P o pé da perpendicular
                                                                                  Fig. 6: Cálculo de d(π1 , π2 ).
baixada do ponto P sobre o plano π2 .
      Então
                                      d(P, Q) ≥ d(P, P ) = d(P1 , Q1 ) ,
pois P1 Q1 P P é um retângulo. Assim,
                   d(π1 , π2 ) = d(P1 , Q1 ) = d(P1 , π2 ) ,    qualquer que seja P1 ∈ π1

      Se P1 = (x1 , y1 , z1 ) ∈ π1 , então ax1 + by1 + cz1 = d1 e, portanto,
                                                  |ax1 + by1 + cz1 − d2 |         |d1 − d2 |
                    d(π1 , π2 ) = d(P1 , π2 ) =                             =                          .
                                                        a2 + b2 + c2            a2 + b2 + c2
      Isto é, a distância entre π1 : ax + by + cz = d1 e π2 : ax + by + cz = d2 é dada por:
                                                            |d1 − d2 |
                                         d(π1 , π2 ) =
                                                           a2 + b2 + c2


Exemplo 5
Calcule a distância entre os planos π1 : x + 2y + z = 2 e π2 : 2x + 4y + 2z = 6 .

Solução.
                                                                                    |3 − 2|                1
Como π2 : x + 2y + z = 3, temos π1          π2 ; portanto,      d(π1 , π2 ) = √                        =√ .
                                                                                12   +   22   +   12        6



6. Distância entre uma reta e um plano

Definição 6
A distância entre uma reta r e um plano π é o número d(r, π) definido por:

                                d(r, π) = min { d(P, Q) | P ∈ r          e Q ∈ π}

      Note que, se r ∩ π = ∅ (isto é, r ⊂ π ou r ∩ π = {P}), então d(r, π) = 0.

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      O caso interessante a considerar ocorre quando
r ∩ π = ∅, isto é, r π.
     Sejam P1 ∈ r e Q1 o pé da perpendicular baixada
do ponto P1 sobre o plano π.
     Sejam P ∈ r, Q ∈ π pontos arbitrários e seja P o
pé da perpendicular baixada do ponto P sobre o plano
π. Então
            d(P, Q) ≥ d(P, P ) = d(P1 , Q1 ) ,
                                                                           Fig. 7: Cálculo de d(r, π2 ).
pois P1 Q1 P P é um retângulo.
      Logo,
                      d(r, π) = d(P1 , Q1 ) = d(P1 , π) ,   qualquer que seja P1 ∈ r


Exemplo 6
Mostre que a reta r é paralela ao plano π, onde
                             x+2   3y + 1   1−z
                        r:       =        =             e   π : 2x − 3y + 6z = −3 .
                              6     −6       3
Calcule também d(r, π).

Solução.
A equação simétrica de r é
                                                         1
                                               x+2   y+ 3    z−1
                                          r:       =       =     .
                                                6     −2      −3
                                                                             →
Logo r é a reta que passa pelo ponto A = (−2, − 1 , 1) e é paralela ao vetor − = (6, −2, −3).
                                                                             v
                                                3
        →
O vetor − = (2, −3, 6) é perpendicular ao plano π.
        w
     → w
     v →
Como − , − = (6, −2, −3), (2, −3, 6) = (6)(2) + (−2)(−3) + (−3)(6) = 12 + 6 − 18 = 0, temos
→ w →
− ⊥− .
v

Isto é, r é paralela ao plano π ou r está contida no plano π.

Para mostrar que r ⊂ π, basta verificar que um ponto de r não pertence a π.
                    1
De fato, A = (−2, − 3 , 1) ∈ π, pois
                                            1
                                2(−2) − 3(− 3 ) + 6(1) = −4 + 1 + 6 = 3 = −3 .

Portanto, r ∩ π = ∅, isto é, r       π. Além disso,
                                                               1
                                                   2(−2) − 3(− 3 ) + 6(1) + 3  6
                          d(r, π) = d(A, π) =            √                    = .
                                                           4 + 9 + 36          7




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7. Distância de um ponto a uma reta

Definição 7
Sejam P um ponto e r uma reta no espaço. A distância do ponto P à reta r, designada d(P, r),
é o número
                                        d(P, r) = min { d(P, Q) | Q ∈ r }



     Seja P o pé da perpendicular baixada do ponto P
sobre a reta r.
    Para todo ponto Q ∈ r, Q = P , temos, pelo teo-
rema de Pitágoras, que
        d(P, Q)2 = d(P, P )2 + d(P , Q)2 > d(P, P )2 ,
      Logo
                          d(P, Q) > d(P, P ) .
      e, portanto,
                                                                              Fig. 8: Cálculo de d(P, r).
                           d(P, r) = d(P, P )

      Assim, para calcular a distância de P a r devemos:
           • determinar o ponto P , pé da perpendicular baixada de P sobre a reta r;
                                 −→
                                  −
           • calcular d(P, P ) = PP .

Determinando o ponto P
      Suponhamos que r é dada por
                                            r=          →
                                                  P1 + t− | t ∈ R .
                                                        v
                                   →
      Como P ∈ r, temos P = P1 + t − para algum t ∈ R.
                                   v
      Determinar P equivale, então, a determinar t .
                        −→ − →
                         −      −       →                →
      Sendo que o vetor PP = PP1 + t − é perpendicular a − , temos
                                        v                v
                                         −→ −
                                          − →
                                         PP , v = 0 ,
ou seja,
                                      −→ →
                                       −                −→
                                                         −         → →
                                  0 = PP , −
                                           v       =    PP1 + t    − ,−
                                                                   v v
                                                        −→ −
                                                         −
                                                   =    PP1 , →
                                                              v        → →
                                                                   + t − ,−
                                                                        v v
                                                        −→ −
                                                         − →           → →
                                                                       − ,−
                                                   =    PP1 , v    +t v v
                                                        −→ −
                                                         −
                                                   =    PP1 , →
                                                              v         →
                                                                   +t − 2.
                                                                        v

      Logo
                                            −→ −
                                             −
                                            PP1 , → + t −
                                                  v     →
                                                        v      2
                                                                   = 0,

K. Frensel - J. Delgado                                                                                     IM-UFF
Geometria Analítica - Aula 12                                                                                           152


e, portanto,
                                                       −→ −
                                                        −
                                                       PP1 , →
                                                             v
                                                   t =− − 2 .
                                                         →
                                                         v

      Com esse valor de t , determinamos o ponto P :
                                                               →        −→
                                                                        −
                                                →        PP1 , − −
                                                               v →
                                     P = P1 + t − = P1 −
                                                v          − 2 v
                                                           →              v

Cálculo de d(P, r)
      Conhecendo o ponto P , pé da perpendicular baixada de P sobre a reta r, formamos o vetor
−→
 −
PP , cuja norma é a distância d(P, r) procurada.
      Temos
                                                                →
                                                                −         −→
                                                                           −
                                   −→ − →
                                    −    −      − = − → − PP1 , v − .
                                                → PP −            →
                                   PP = PP1 + t v     1     − 2 v
                                                            →                 v

      Logo,
                                              −→ 2
                                               −         −→ −→
                                                          − −
                           d(P, r)2 =         PP     = PP , PP
                                              −→
                                               −       → −→−      →
                                     =        PP1 + t − , PP1 + t −
                                                       v          v
                                              −→ −→
                                               −     −        −→ →
                                                               −             → →
                                     =        PP1 , PP1 + 2t PP1 , − + (t )2 − , −
                                                                    v        v v
                                              −→ 2
                                               −           −→ →
                                                            −            →
                                     =        PP1 + 2t PP1 , − + (t )2 − 2 .
                                                               v         v
                            −→ −
                             −
                            PP1 , →
                                  v
      Substituindo      t =− − 2
                              →                   nessa expressão, obtemos
                              v
                                                 −→ −
                                                  −                                    −→ −
                                                                                        −        2
                                    −→
                                     −           PP1 , → − → −
                                                          −                            PP1 , →
                                              − 2 − 2 PP1 , → +                                      →
                           2              2            v                                     v       −   2
                 d(P, r)       =    PP1            →         v                        − − 2
                                                                                         →           v
                                                   v                                     v
                                            −→ − 2
                                             −            −→ −
                                                           −
                                            PP1 , →       PP1 , →
                                                                                  2
                                    −→
                                     −    2         v           v
                               =    PP1  −2    →
                                               − 2      +   →
                                                            − 2
                                                v            v
                                           −→ −
                                            −
                                           PP1 , →
                                                      2
                                    −→ 2
                                     −            v
                               =    PP1 −    →
                                             − 2
                                              v
                                    −→
                                     −        →
                                              −       −→ →
                                                       −        2
                                    PP1   2   v   2 − PP1 , −
                                                            v
                               =                  →
                                                  − 2
                                                  v

      Isto é,
                                                      −→
                                                       −        →
                                                                −         −→ →
                                                                           −           2
                                                      PP1   2   v   2   − PP1 , −
                                                                                v
                                    d(P, r) =                       →
                                                                    −
                                                                    v


Exemplo 7
Calcule a distância entre P = (2, 5, −1) e a reta r que passa por P0 = (1, −1, 2) e é paralela ao
      →
vetor − = (1, 0, 1).
      v

IM-UFF                                                                                               K. Frensel - J. Delgado
153                                                                              Geometria Analítica - Aula 12


Solução.
Seja Q o pé da perpendicular baixada do ponto P sobre a reta r e seja t0 ∈ R tal que Q =
      →
P +t −.
      v
 0     0
      −→
       −
Então PQ é perpendicular à reta r se, e somente se,
                     −→ →
                      −            −→
                                    −      → →      −→ →
                                                     −     → →
                0 = PQ , − = PP0 + t0 − , − = PP0 , − + t0 − , − .
                           v               v v         v   v v
     −→
      −                  →
Como PP0 = (−1, −6, 3) e − = (1, 0, 1), temos:
                         v
                                  −→ −
                                   −
                          0 =     PP0 , → + t0 − , −
                                        v      → →
                                               v v

                             =    (−1, −6, 3), (1, 0, 1) + t0 (1, 0, 1), (1, 0, 1)

                             = (−1 + 3) + t0 (1 + 1) = 2 + 2t0 .

Logo t0 = −1 e, portanto,
                                      →
                          Q = P0 + t0 − = (1, −1, 2) − (1, 0, 1) = (0, −1, 1) .
                                      v
Assim,
                    −→
                     −                                                       √            √      √
d(P, r) = d(P, Q) = PQ =         (2 − 0)2 + (5 − (−1))2 + (−1 − 1)2 =         4 + 36 + 4 = 44 = 2 11 .




Exemplo 8
Determine o conjunto dos pontos do plano π : x + y + 2z = 1 que estão a distância três da reta r
que passa pelos pontos A = (1, 0, 1) e B = (2, −1, 1).

Solução.
                             −→
                              −                                                   →
A reta r é paralela ao vetor AB = (1, −1, 0) e o plano π é perpendicular ao vetor − = (1, 1, 2).
                                                                                  w
       −→ →
        −                                                    −→
                                                              −      →
Como AB , − = (1, −1, 0), (1, 1, 2) = 1 − 1 = 0, temos que AB ⊥ − e, como A ∈ π (note
            w                                                       w
que as coordenadas de A = (1, 0, 1) não satisfazem a equação de π) obtemos r π.
                −→
                 −                                                                    −→
                                                                                       −
Seja P = A + tAB = (1 + t, −t, 1) um ponto de r e seja Q = (x, y, z) ∈ π, tal que, PQ ⊥ r e
d(Q, r) = d(P, Q) = 3. Então,
    −→ −→
     − −
    PQ , AB = (x − 1 − t, y + t, z − 1), (1, −1, 0) = x − 1 − t − y − t = x − y − 2t − 1 = 0 ,
ou seja
                                             x − y = 2t + 1 .
Como Q ∈ π, as suas coordenadas x, y e z satisfazem o sistema formado pela equação acima
e pela equação de π:
                                 
                                 x − y = 2t + 1
                                 x + y = −2z + 1 .

Somando as equações, obtemos 2x = 2 + 2t − 2z, ou seja x = 1 + t − z e, subtraindo a primeira

K. Frensel - J. Delgado                                                                               IM-UFF
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equação da segunda, obtemos 2y = −2z − 2t, ou seja, y = −t − z.
Isto é, as coordenadas de um ponto Q = (x, y, z) do plano π que se projeta perpendicularmente
sobre o ponto P = (1 + t, −t, 1) ∈ r, satisfazem
                                         
                                         x = 1 + t − z
                                         y = −t − z .




                                           Fig. 9: Exemplo 8.

Além disso, devemos ter d(P, Q) = 3, ou seja,
9 = d(P, Q)2 = (x − (1 + t))2 + (y − (−t))2 + (z − 1)2 = (−z)2 + (−z)2 + (z − 1)2 = 3z2 − 2z + 1 .
Resolvendo a equação 3z2 − 2z + 1 = 9, ou seja, 3z2 − 2z − 8 = 0, obtemos as raízes z = 2 e
       4
z=−
       3
Substituindo essas raízes no sistema anterior, obtemos as retas
                                                          
                                                         
                                                           x= 7 +t
                                                          
                                                          
                     x = −1 + t
                                                         
                                                               3
               r1 :   y = −2 − t ; t ∈ R ,      e    r2 :       4   ;      t∈R.
                    
                                                          y= 3 −t
                                                          
                      z=2                                 
                                                          
                                                          
                                                           z = −4
                                                                    3
paralelas à reta r, contidas no plano π e cujos pontos estão a distância três de r.


Exemplo 9
Determine o conjunto S dos pontos do espaço que estão a distância 2 da reta r paralela ao vetor
→
− = (1, 2, 1) que passa pela origem.
v

Solução.
                                                       −→
                                                        −       −→
                                                                 −
Temos que Q ∈ S se, e somente se, existe P ∈ r tal que PQ ⊥ r e PQ = 2.
Sejam P = (t, 2t, t), t ∈ R, um ponto de r e Q = (x, y, z).

IM-UFF                                                                        K. Frensel - J. Delgado
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Então,
                                  −→
                                   −        −→ →
                                             −        −→ →
                                                       −
                                  PQ ⊥ r ⇐⇒ PQ ⊥ − ⇐⇒ PQ , − = 0,
                                                 v         v
se, e somente se,
        −→ →
        −
   0 = PQ , − = (x − t, y − 2t, z − t), (1, 2, 1) = x − t + 2y − 4t + z − t = x + 2y + z − 6t .
            v
Isto é,

                                 x + 2y + z
                            t=              .
                                      6
                       −→
                        −
Suponhamos, agora, que PQ = 2 . Como
                  x + 2y + z x + 2y + z x + 2y + z
           P=               ,2         ,
                       6          6          6
obtemos,
−→
 −              x + 2y + z        x + 2y + z      x + 2y + z
PQ =        x−             ,y − 2            ,z −
                     6                 6               6
            5x − 2y − z −2x + 2y − 2z −x − 2y + 5z
      =                ,                ,                .
                 6             6               6                            Fig. 10: Exemplo 9.

                         −→
                          −                            −→
                                                        −
Logo d(Q, r) = d(P, Q) = PQ = 2 se, e somente se, PQ 2 = 4, isto é, se, e somente se,
                    −→
                     −      (5x − 2y − z)2   (−2x + 2y − 2z)2   (−x − 2y + 5z)2
               4 = PQ 2 =                  +                  +                 ,
                                           36              36                36
ou seja,
                    (5x − 2y − z)2 + (−2x + 2y − 2z)2 + (−x − 2y + 5z)2 = 4(36) .
Desenvolvendo os quadrados e simplificando, obtemos a equação de S:
                          S : 30x2 + 12y2 + 30z2 − 24xy − 12xz − 24yz − 144 = 0 .




K. Frensel - J. Delgado                                                                           IM-UFF

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  • 1. Aula 12 1. Ângulo entre duas retas no espaço Definição 1 O ângulo ∠(r1 , r2 ) entre duas retas r1 e r2 se define da seguinte maneira: • ∠(r1 , r2 ) = 0o se r1 e r2 são coincidentes, • Se as retas são concorrentes, isto é, r1 ∩ r2 = {P}, então ∠(r1 , r2 ) é o menor dos ângulos positivos determinados pelas retas no plano que as contém. Em particular, 0 < ∠(r1 , r2 ) ≤ 90o . • se r1 ∩ r2 = ∅, temos duas situações a considerar: ◦ se r1 r2 , então ∠(r1 , r2 ) = 0o . ◦ se r1 e r2 não são paralelas e não se intersectam, dizemos que as retas são reversas. Neste caso, seja P ∈ r1 e seja r2 a paralela a r2 que passa por P. Então as retas r1 e r2 são concorrentes e definimos ∠(r1 , r2 ) = ∠(r1 , r2 ) Além disso, pelo paralelismo, ∠(r1 , r2 ) independe do ponto P escolhido. Fig. 1: Retas concorrentes: θ = ∠(r1 , r2 ) < ϕ. Fig. 2: Retas reversas: θ = ∠(r1 , r2 ) = ∠(r1 , r2 ). A medida dos ângulos pode ser dada em graus ou radianos.
  • 2. Geometria Analítica - Aula 12 144 → → Sejam − e − vetores paralelos às retas r1 e r2 , respectivamente. Então, v1 v2 → → − ,− v1 v2 cos ∠(r1 , r2 ) = | cos ∠(v1 , v2 )| = −→ − , → 0o ≤ ∠(r1 , r2 ) ≤ 90o v 1 v2 De fato, a fórmula vale também quando r1 e r2 são paralelas ou coincidentes, isto é, quando ∠(r1 , r2 ) = 0o , pois → → λ− , − → → |λ| − , − → → − = λ− =⇒ v2 v2 v2 v2 o v1 v2 λ−→ − v2 → v2 = |λ| − → − = 1 = cos 0 = cos ∠(r1 , r2 ) . v2 → v2 Exemplo 1 Calcule o ângulo entre as retas x−1 y+1 z y−1 z−2 r1 : = = e r2 : x + 2 = = . 2 2 2 2 3 Mostre, também, que essas retas são reversas. Solução. → Temos que − = (2, 2, 2) v1 → r1 e − = (1, 2, 3) v2 r2 . Logo, → → − ,v v1 − 2 |2 + 4 + 6| 12 6 cos ∠(r1 , r2 ) = −→ − = √ √ → =√ = . v1 v2 12 14 12 × 14 7 π 6 Assim, o ângulo entre r1 e r2 é o ângulo entre 0 e 90o = cujo cosseno é . 2 7 → → Para verificar que as retas r1 e r2 são reversas, observamos primeiro que os vetores − e − não v1 v2 2 2 são múltiplos, pois det 1 2 = 4 − 2 = 2 = 0. Portanto, as retas não podem ser coincidentes e nem paralelas, devendo ser, concorrentes ou reversas. Para concluir que r1 e r2 são reversas, devemos mostrar que elas não se intersectam (não são concorrentes). As equações paramétricas de r1 são:   x = 1 + 2t r1 : y = −1 + 2t ; t ∈ R .  z = 2t Seja P = (1 + 2t, −1 + 2t, 2t) um ponto de r1 . Vamos tentar determinar o valor do parâmetro t de modo que P esteja, também, em r2 . (−1 + 2t) − 1 2t − 2 P ∈ r2 ⇐⇒ (1 + 2t) + 2 = = 2 3 −2 + 2t 2t − 2 ⇐⇒ 3 + 2t = = 2 3 2 ⇐⇒ 3 + 2t = −1 + t = (t − 1) 3 Da segunda igualdade, obtemos t − 1 = 0, ou seja, t = 1. Porém, substituindo esse valor na primeira igualdade, obtemos a identidade impossível 5 = 0. Portanto, não existe P ∈ r1 ∩ r2 . Isto é, as retas não são concorrentes e sim reversas. IM-UFF K. Frensel - J. Delgado
  • 3. 145 Geometria Analítica - Aula 12 2. Ângulo entre dois planos Definição 2 Sejam π1 : a1 x + b1 y + c1 z = d1 e π2 : a2 x + b2 y + c2 z = d2 dois planos no espaço. O ângulo entre os planos π1 e π2 , representado por ∠(π1 , π2 ), se define da seguinte maneira: • ∠(π1 , π2 ) = 0o se os planos são paralelos (π1 π2 ) ou coincidentes (π1 = π2 ). • Se π1 e π2 não são paralelos nem coincidentes, então se intersectam ao longo de uma reta r. Sejam P ∈ r um ponto qualquer, r1 a reta perpendicular a r contida em π1 que passa por P e r2 a perpendicular a r contida em π2 que passa por P. Definimos ∠(π1 , π2 ) = ∠(r1 , r2 ) Fig. 3: ∠(π1 , π2 ) = θ. Com a mesma terminologia da definição, tomando A ∈ r1 e B ∈ r2 , vemos que ∠(π1 , π2 ) é o menor ângulo positivo cujo cosseno é −→ − − − → −→ − − − → PA , PB cos ∠(π1 , π2 ) = cos ∠(r1 , r2 ) = | cos ∠(PA , PB )| = −→ −→ − − PA PB Seja, agora, s1 a reta perpendicular ao plano π1 que passa pelo ponto A, e seja s2 a reta perpendicular ao plano π2 que passa por B. As retas s1 e s2 se intersectam em um ponto C. −→ − − − → − → −→ − − Como os ângulos ∠(PA , PB ) e ∠(CA , CB ) são suplementares (a sua soma é 180o ), temos −→ − − − → − → −→ − − cos ∠(π1 , π2 ) = cos ∠(PA , PB ) = cos ∠(CA , CB ) . → → → → Além disso, como π1 ⊥ − = (a1 , b1 , c1 ) e π2 ⊥ − = (a2 , b2 , c2 ), os ângulos ∠(− , − ) e v1 v2 v1 v2 − → −→ − − ∠(CA , CB ) são iguais ou suplementares. Logo, → → − − → v → − , − ) = v1 , v2 cos ∠(π1 , π2 ) = cos ∠(v1 2 − v→ − v→ 1 2 Essa fórmula vale, também, quando os planos são paralelos ou coincidentes. Exemplo 2 Calcule o ângulo entre os planos π1 : −y + 1 = 0 e π2 : y + z + 2 = 0. Solução. K. Frensel - J. Delgado IM-UFF
  • 4. Geometria Analítica - Aula 12 146 → → Temos que − = (0, −1, 0) ⊥ π1 e − = (0, 1, 1) ⊥ π2 . Logo ∠(π1 , π2 ) é o menor ângulo po- v1 v2 sitivo cujo cosseno é → → − − √ → v → − , − ) = v1 , v2 | (0, −1, 0), (0, 1, 1) | |−1| 1 2 cos ∠(π1 , π2 ) = cos ∠(v1 2 −→ − = (0, −1, 0) (0, 1, 1) = → √ = √ = , v1 v2 (1) 2 2 2 π Portanto, ∠(π1 , π2 ) = 45o = . 4 3. Ângulo entre uma reta r e um plano π Definição 3 Sejam r uma reta e π um plano no espaço. → → Sejam − um vetor normal ao plano π e − um vetor paralelo à reta r. w v Seja θ o menor ângulo não-negativo entre r e w (0 ≤ θ ≤ 90o ). O ângulo entre r e π é, por definição, o complementar do ângulo θ. Isto é, π ∠(r, π) = 90o − θ = −θ 2 Logo, → w v → − ,− π sen ∠(r, π) = sen − θ = cos θ = − − → w → 2 v π Fig. 4: ∠(r, π) = 2 − θ. Essa fórmula vale ainda quando r π e quando r ⊂ π, pois, nesses casos, θ = 90o já que → w → → → − ⊥ − , sendo − um vetor paralelo a r e − um vetor perpendicular a π. v v w Exemplo 3 Calcular o seno do ângulo entre a reta r e o plano π, onde   x=t  r: y = 2t − 1 ; t ∈ R e π : x − 2y + 3 = 0 .   z=4 Solução. Temos que → − = (1, 2, 0) v r e → − = (1, −2, 0) ⊥ π. Logo, w → w v → − ,− | (1, 2, 0), (1, −2, 0) | |1 − 4 + 0| 3 sen ∠(r, π) = − → − = (1, 2, 0) (1, −2, 0) = √ √ → = . v w 5 5 5 IM-UFF K. Frensel - J. Delgado
  • 5. 147 Geometria Analítica - Aula 12 4. Distância de um ponto P0 a um plano π Definição 4 A distância do ponto P0 ao plano π, designada d(P0 , π) é, por definição, a menor das distâncias de P0 aos pontos P ∈ π. Isto é, d(P0 , π) = min { d(P0 , P) | P ∈ π } (Nota: min significa o mínimo do conjunto de números considerado). Com a notação da definição anterior, seja P o ponto de intersecção de π com a reta r que passa por P0 e é perpendicular a π. Se P é um ponto qualquer no plano π, diferente de P , temos, pelo teorema de Pitágoras aplicado ao triângulo retângulo P0 P P: d(P0 , P)2 = d(P0 , P )2 + d(P , P)2 > d(P0 , P )2 . Logo d(P0 , P) > d(P0 , P ) e, portanto, d(P0 , P ) = min { d(P0 , P) | P ∈ π }. Isto é, d(P0 , π) = d(P0 , P ) Se P0 = (x0 , y0 , z0 ) e π : ax + by + cz = d, temos r w→ − = (a, b, c) ⊥ π e as equações paramétricas de r são:   x = x0 + at  r: y = y0 + bt ; t ∈ R .   z = z0 + ct Além disso, como P ∈ r, temos P = (x0 + at, y0 + Fig. 5: Cálculo de d(P0 , π). bt, z0 + ct), para algum valor t ∈ R por determinar. Como P ∈ π, temos a(x0 + at) + b(y0 + bt) + c(z0 + ct) = d , ou seja, ax0 + by0 + cz0 − d (a2 + b2 + c2 )t = d − ax0 − by0 − cz0 , e, portanto, t=− . a2 + b2 + c2 Assim, −→ −− d(P0 , P ) = P0 P = (at, bt, ct) = t(a, b, c) = |t| (a, b, c) ax0 + by0 + cz0 − d = − (a, b, c) a2 + b2 + c2 |ax0 + by0 + cz0 − d| = (a, b, c) (a, b, c) 2 |ax0 + by0 + cz0 − d| = (a, b, c) K. Frensel - J. Delgado IM-UFF
  • 6. Geometria Analítica - Aula 12 148 Logo a distância do ponto P0 = (x0 , y0 , z0 ) ao plano π : ax + by + cz = d é |ax0 + by0 + cz0 − d| d(P0 , π) = a2 + b2 + c2 Exemplo 4 Calcular a distância do ponto A = (1, 2, 3) ao plano π : 2x + y − 5z = 4 . Solução. (a) Usando a fórmula: |ax0 + by0 + cz0 − d| |2(1) + 1(2) − 5(3) − 4| 15 15 d(A, π) = = =√ = . a2 + b2 + c2 30 2 22 + 12 + (−5)2 (b) Sem usar a fórmula: → A reta r que passa por A = (1, 2, 3) e é paralela ao vetor − = (2, 1, −5) ⊥ π, é w   x = 1 + 2t  r: y = 2 + t ; t ∈ R.   z = 3 − 5t Seja {B} = r ∩ π. As coordenadas de B = (1 + 2t, 2 + t, 3 − 5t) satisfazem a equação de π: 2(1 + 2t) + (2 + t) − 5(3 − 5t) = 4 , ou seja, 1 2 + 4t + 2 + t − 15 + 25t = 4 =⇒ 30t = 15 =⇒ t = . 2 1→ −→ 1 → 1 − Logo B = A + − , isto é, AB = − = (2, 1, −5) e, portanto, w w 2 2 2 √ −→ − 1 → 1√ 30 15 d(A, π) = d(A, B) = AB = − = w 4 + 1 + 25 = = . 2 2 2 2 é a distância procurada. 5. Distância entre dois planos Definição 5 A distância entre os planos π1 e π2 , designada d(π1 , π2 ), é, por definição, a menor dentre as distâncias dos pontos de π1 aos pontos de π2 . Isto é, d(π1 , π2 ) = min { d(P, Q) | P ∈ π1 e Q ∈ π2 } Note que, • Se π1 e π2 são coincidentes, isto é, π1 = π2 , então d(π1 , π2 ) = 0. IM-UFF K. Frensel - J. Delgado
  • 7. 149 Geometria Analítica - Aula 12 • Se π1 e π2 são concorrentes, isto é, π1 ∩ π2 é uma reta, então, também, d(π1 , π2 ) = 0. O caso interessante a considerar é o seguinte: • Suponhamos que π1 e π2 são planos paralelos dados pelas equações: π1 : ax + by + cz = d1 π2 : ax + by + cz = d2 Sejam P1 ∈ π1 e Q1 o pé da perpendicular baixada do ponto P1 sobre o plano π2 . Sejam P ∈ π1 , Q ∈ π2 e P o pé da perpendicular Fig. 6: Cálculo de d(π1 , π2 ). baixada do ponto P sobre o plano π2 . Então d(P, Q) ≥ d(P, P ) = d(P1 , Q1 ) , pois P1 Q1 P P é um retângulo. Assim, d(π1 , π2 ) = d(P1 , Q1 ) = d(P1 , π2 ) , qualquer que seja P1 ∈ π1 Se P1 = (x1 , y1 , z1 ) ∈ π1 , então ax1 + by1 + cz1 = d1 e, portanto, |ax1 + by1 + cz1 − d2 | |d1 − d2 | d(π1 , π2 ) = d(P1 , π2 ) = = . a2 + b2 + c2 a2 + b2 + c2 Isto é, a distância entre π1 : ax + by + cz = d1 e π2 : ax + by + cz = d2 é dada por: |d1 − d2 | d(π1 , π2 ) = a2 + b2 + c2 Exemplo 5 Calcule a distância entre os planos π1 : x + 2y + z = 2 e π2 : 2x + 4y + 2z = 6 . Solução. |3 − 2| 1 Como π2 : x + 2y + z = 3, temos π1 π2 ; portanto, d(π1 , π2 ) = √ =√ . 12 + 22 + 12 6 6. Distância entre uma reta e um plano Definição 6 A distância entre uma reta r e um plano π é o número d(r, π) definido por: d(r, π) = min { d(P, Q) | P ∈ r e Q ∈ π} Note que, se r ∩ π = ∅ (isto é, r ⊂ π ou r ∩ π = {P}), então d(r, π) = 0. K. Frensel - J. Delgado IM-UFF
  • 8. Geometria Analítica - Aula 12 150 O caso interessante a considerar ocorre quando r ∩ π = ∅, isto é, r π. Sejam P1 ∈ r e Q1 o pé da perpendicular baixada do ponto P1 sobre o plano π. Sejam P ∈ r, Q ∈ π pontos arbitrários e seja P o pé da perpendicular baixada do ponto P sobre o plano π. Então d(P, Q) ≥ d(P, P ) = d(P1 , Q1 ) , Fig. 7: Cálculo de d(r, π2 ). pois P1 Q1 P P é um retângulo. Logo, d(r, π) = d(P1 , Q1 ) = d(P1 , π) , qualquer que seja P1 ∈ r Exemplo 6 Mostre que a reta r é paralela ao plano π, onde x+2 3y + 1 1−z r: = = e π : 2x − 3y + 6z = −3 . 6 −6 3 Calcule também d(r, π). Solução. A equação simétrica de r é 1 x+2 y+ 3 z−1 r: = = . 6 −2 −3 → Logo r é a reta que passa pelo ponto A = (−2, − 1 , 1) e é paralela ao vetor − = (6, −2, −3). v 3 → O vetor − = (2, −3, 6) é perpendicular ao plano π. w → w v → Como − , − = (6, −2, −3), (2, −3, 6) = (6)(2) + (−2)(−3) + (−3)(6) = 12 + 6 − 18 = 0, temos → w → − ⊥− . v Isto é, r é paralela ao plano π ou r está contida no plano π. Para mostrar que r ⊂ π, basta verificar que um ponto de r não pertence a π. 1 De fato, A = (−2, − 3 , 1) ∈ π, pois 1 2(−2) − 3(− 3 ) + 6(1) = −4 + 1 + 6 = 3 = −3 . Portanto, r ∩ π = ∅, isto é, r π. Além disso, 1 2(−2) − 3(− 3 ) + 6(1) + 3 6 d(r, π) = d(A, π) = √ = . 4 + 9 + 36 7 IM-UFF K. Frensel - J. Delgado
  • 9. 151 Geometria Analítica - Aula 12 7. Distância de um ponto a uma reta Definição 7 Sejam P um ponto e r uma reta no espaço. A distância do ponto P à reta r, designada d(P, r), é o número d(P, r) = min { d(P, Q) | Q ∈ r } Seja P o pé da perpendicular baixada do ponto P sobre a reta r. Para todo ponto Q ∈ r, Q = P , temos, pelo teo- rema de Pitágoras, que d(P, Q)2 = d(P, P )2 + d(P , Q)2 > d(P, P )2 , Logo d(P, Q) > d(P, P ) . e, portanto, Fig. 8: Cálculo de d(P, r). d(P, r) = d(P, P ) Assim, para calcular a distância de P a r devemos: • determinar o ponto P , pé da perpendicular baixada de P sobre a reta r; −→ − • calcular d(P, P ) = PP . Determinando o ponto P Suponhamos que r é dada por r= → P1 + t− | t ∈ R . v → Como P ∈ r, temos P = P1 + t − para algum t ∈ R. v Determinar P equivale, então, a determinar t . −→ − → − − → → Sendo que o vetor PP = PP1 + t − é perpendicular a − , temos v v −→ − − → PP , v = 0 , ou seja, −→ → − −→ − → → 0 = PP , − v = PP1 + t − ,− v v −→ − − = PP1 , → v → → + t − ,− v v −→ − − → → → − ,− = PP1 , v +t v v −→ − − = PP1 , → v → +t − 2. v Logo −→ − − PP1 , → + t − v → v 2 = 0, K. Frensel - J. Delgado IM-UFF
  • 10. Geometria Analítica - Aula 12 152 e, portanto, −→ − − PP1 , → v t =− − 2 . → v Com esse valor de t , determinamos o ponto P : → −→ − → PP1 , − − v → P = P1 + t − = P1 − v − 2 v → v Cálculo de d(P, r) Conhecendo o ponto P , pé da perpendicular baixada de P sobre a reta r, formamos o vetor −→ − PP , cuja norma é a distância d(P, r) procurada. Temos → − −→ − −→ − → − − − = − → − PP1 , v − . → PP − → PP = PP1 + t v 1 − 2 v → v Logo, −→ 2 − −→ −→ − − d(P, r)2 = PP = PP , PP −→ − → −→− → = PP1 + t − , PP1 + t − v v −→ −→ − − −→ → − → → = PP1 , PP1 + 2t PP1 , − + (t )2 − , − v v v −→ 2 − −→ → − → = PP1 + 2t PP1 , − + (t )2 − 2 . v v −→ − − PP1 , → v Substituindo t =− − 2 → nessa expressão, obtemos v −→ − − −→ − − 2 −→ − PP1 , → − → − − PP1 , → − 2 − 2 PP1 , → + → 2 2 v v − 2 d(P, r) = PP1 → v − − 2 → v v v −→ − 2 − −→ − − PP1 , → PP1 , → 2 −→ − 2 v v = PP1 −2 → − 2 + → − 2 v v −→ − − PP1 , → 2 −→ 2 − v = PP1 − → − 2 v −→ − → − −→ → − 2 PP1 2 v 2 − PP1 , − v = → − 2 v Isto é, −→ − → − −→ → − 2 PP1 2 v 2 − PP1 , − v d(P, r) = → − v Exemplo 7 Calcule a distância entre P = (2, 5, −1) e a reta r que passa por P0 = (1, −1, 2) e é paralela ao → vetor − = (1, 0, 1). v IM-UFF K. Frensel - J. Delgado
  • 11. 153 Geometria Analítica - Aula 12 Solução. Seja Q o pé da perpendicular baixada do ponto P sobre a reta r e seja t0 ∈ R tal que Q = → P +t −. v 0 0 −→ − Então PQ é perpendicular à reta r se, e somente se, −→ → − −→ − → → −→ → − → → 0 = PQ , − = PP0 + t0 − , − = PP0 , − + t0 − , − . v v v v v v −→ − → Como PP0 = (−1, −6, 3) e − = (1, 0, 1), temos: v −→ − − 0 = PP0 , → + t0 − , − v → → v v = (−1, −6, 3), (1, 0, 1) + t0 (1, 0, 1), (1, 0, 1) = (−1 + 3) + t0 (1 + 1) = 2 + 2t0 . Logo t0 = −1 e, portanto, → Q = P0 + t0 − = (1, −1, 2) − (1, 0, 1) = (0, −1, 1) . v Assim, −→ − √ √ √ d(P, r) = d(P, Q) = PQ = (2 − 0)2 + (5 − (−1))2 + (−1 − 1)2 = 4 + 36 + 4 = 44 = 2 11 . Exemplo 8 Determine o conjunto dos pontos do plano π : x + y + 2z = 1 que estão a distância três da reta r que passa pelos pontos A = (1, 0, 1) e B = (2, −1, 1). Solução. −→ − → A reta r é paralela ao vetor AB = (1, −1, 0) e o plano π é perpendicular ao vetor − = (1, 1, 2). w −→ → − −→ − → Como AB , − = (1, −1, 0), (1, 1, 2) = 1 − 1 = 0, temos que AB ⊥ − e, como A ∈ π (note w w que as coordenadas de A = (1, 0, 1) não satisfazem a equação de π) obtemos r π. −→ − −→ − Seja P = A + tAB = (1 + t, −t, 1) um ponto de r e seja Q = (x, y, z) ∈ π, tal que, PQ ⊥ r e d(Q, r) = d(P, Q) = 3. Então, −→ −→ − − PQ , AB = (x − 1 − t, y + t, z − 1), (1, −1, 0) = x − 1 − t − y − t = x − y − 2t − 1 = 0 , ou seja x − y = 2t + 1 . Como Q ∈ π, as suas coordenadas x, y e z satisfazem o sistema formado pela equação acima e pela equação de π:  x − y = 2t + 1 x + y = −2z + 1 . Somando as equações, obtemos 2x = 2 + 2t − 2z, ou seja x = 1 + t − z e, subtraindo a primeira K. Frensel - J. Delgado IM-UFF
  • 12. Geometria Analítica - Aula 12 154 equação da segunda, obtemos 2y = −2z − 2t, ou seja, y = −t − z. Isto é, as coordenadas de um ponto Q = (x, y, z) do plano π que se projeta perpendicularmente sobre o ponto P = (1 + t, −t, 1) ∈ r, satisfazem  x = 1 + t − z y = −t − z . Fig. 9: Exemplo 8. Além disso, devemos ter d(P, Q) = 3, ou seja, 9 = d(P, Q)2 = (x − (1 + t))2 + (y − (−t))2 + (z − 1)2 = (−z)2 + (−z)2 + (z − 1)2 = 3z2 − 2z + 1 . Resolvendo a equação 3z2 − 2z + 1 = 9, ou seja, 3z2 − 2z − 8 = 0, obtemos as raízes z = 2 e 4 z=− 3 Substituindo essas raízes no sistema anterior, obtemos as retas     x= 7 +t    x = −1 + t    3 r1 : y = −2 − t ; t ∈ R , e r2 : 4 ; t∈R.    y= 3 −t  z=2     z = −4 3 paralelas à reta r, contidas no plano π e cujos pontos estão a distância três de r. Exemplo 9 Determine o conjunto S dos pontos do espaço que estão a distância 2 da reta r paralela ao vetor → − = (1, 2, 1) que passa pela origem. v Solução. −→ − −→ − Temos que Q ∈ S se, e somente se, existe P ∈ r tal que PQ ⊥ r e PQ = 2. Sejam P = (t, 2t, t), t ∈ R, um ponto de r e Q = (x, y, z). IM-UFF K. Frensel - J. Delgado
  • 13. 155 Geometria Analítica - Aula 12 Então, −→ − −→ → − −→ → − PQ ⊥ r ⇐⇒ PQ ⊥ − ⇐⇒ PQ , − = 0, v v se, e somente se, −→ → − 0 = PQ , − = (x − t, y − 2t, z − t), (1, 2, 1) = x − t + 2y − 4t + z − t = x + 2y + z − 6t . v Isto é, x + 2y + z t= . 6 −→ − Suponhamos, agora, que PQ = 2 . Como x + 2y + z x + 2y + z x + 2y + z P= ,2 , 6 6 6 obtemos, −→ − x + 2y + z x + 2y + z x + 2y + z PQ = x− ,y − 2 ,z − 6 6 6 5x − 2y − z −2x + 2y − 2z −x − 2y + 5z = , , . 6 6 6 Fig. 10: Exemplo 9. −→ − −→ − Logo d(Q, r) = d(P, Q) = PQ = 2 se, e somente se, PQ 2 = 4, isto é, se, e somente se, −→ − (5x − 2y − z)2 (−2x + 2y − 2z)2 (−x − 2y + 5z)2 4 = PQ 2 = + + , 36 36 36 ou seja, (5x − 2y − z)2 + (−2x + 2y − 2z)2 + (−x − 2y + 5z)2 = 4(36) . Desenvolvendo os quadrados e simplificando, obtemos a equação de S: S : 30x2 + 12y2 + 30z2 − 24xy − 12xz − 24yz − 144 = 0 . K. Frensel - J. Delgado IM-UFF