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Parto
       .

O parto (também chamado nascimento) é a saída do feto do útero materno. Pode ser
visto como o oposto da morte, dado que é o início da vida de um indivíduo fora do
útero. A idade de um indivíduo é definida em relação a este acontecimento na maior
parte das culturas.

Primeiro período do parto - período de dilatação




Um parto humano típico começa com o início da primeira fase do parto: contracções do
útero, inicialmente com frequência de 2 a 3 em cada 10 minutos e com duração
aproximada de 40 segundos. Ocasionalmente, o parto é precedido da ruptura do saco
amniótico, também chamado de ruptura das águas quando se romper. As contracções
aceleram até que ocorram com frequência de 5 a cada 10 minutos e duração clínica de
70 segundos, quando se aproxima a expulsão do feto. Na expulsão, somam-se as
contracções uterinas aos esforços expulsivos voluntários da mãe. O trabalho de parto
pode se iniciar com colo uterino fechado, abrindo com a força das contracções, ou com
dilatação de 2 a 3 centímetros nas primíparas, e de 3 a 4 centímetros nas multíparas.
Cada contracção dilata a colo uterino até que ele atinge 10 centímetros de diâmetro. A
duração do trabalho de parto varia imensamente mas em média dura cerca de 12 horas
para mulheres parindo pela primeira vez (primíparas), ou em torno de 8 horas em
mulheres que já pariram anteriormente (multíparas).

Segunda fase do parto - período expulsivo
A segunda fase do parto inicia com a cervix completamente dilatada (10 cm) e termina
com a expulsão fetal. Uma nova força começa a atuar, a contração da musculatura do
diafragma e da parede abdominal que associados as contrações comprimem o útero de
cima para baixo e da frente para trás e assim o bebê é expelido. O bebé usualmente
nasce de cabeça, a chamada apresentação cefálica. Em alguns casos ocorre a
apresentação dos pés ou nádegas primeiro (apresentação pélvica). Com pessoal
devidamente treinado, mesmo bebés nessa apresentação ("breech") podem nascer
através da vagina.

       95% nascem com apresentação cefálica
       4% nascem com apresentação pélvica
       1% nascem com apresentação transversa

Existem vários tipos de posições invertidas de nascimento, sendo a mais comum aquela
em que as nádegas do bebê saem primeiro, e as pernas estão dobradas sobre o corpo do
bebê com os joelhos curvados e pés perto das nádegas. Outras disposição consistem
quando o bebê tem suas pernas estendidas e direção das orelhas, ou mais incomum
quando uma ou as duas pernas estão estendidas, sendo o pé(s) primeiro apresentados ao
nascer. Uma outra disposição, rara, é quando o bebê encontra-se numa posição
transversal, isto é, disposto de lado no útero, e sendo a mão ou o cotovelo o primeiro a
entrar no canal de parto. Neste caso, o nascimento "natural" (vaginal) não deve ser
empreendido, a menos em raríssimos casos em que se pode empurar o braço do bebê de
volta, e fazê-lo voltar à posição apropriada.

Imediatamente após o parto a criança passa por extensas modificações fisiológicas à
medida que se habitua à sua respiração independente. Várias estruturas cardíacas
começam a regredir imediatamente após o parto, como o ductus arteriosus e o foramen
ovale.

O estado médico da criança é avaliado através da escala de Apgar, baseada em cinco
parâmetros. Quanto maior o valor melhor está a criança.

Terceira fase - Terceiro período, secundamento ou dequitadura

A terceira fase do parto compreende ao desprendimento, descida e expulsão da placenta
e membranas. Ocorre entre 5 a 30 minutos após termino do período expulsivo. Ocorre
pelas contrações uterinas que diminuem o volume do útero e consequentemente
aumentam a espessura da parede muscular, com esta redução a placenta se descola pois
não possui elasticidade. Assim ocorre a infiltração de sangue entre a placenta e a
decídua basal remanescente originando hematoma retroplacentário.

As membranas fetais permanecem no local até que a placenta se desprenda por
completo, quando se dirige à vagina e é expulsa através de contrações ou por meio de
esforços manuais, ou da mãe, se não estiver sob efeito anestésico, ou do ou da assistente
do parto.
A dequitação efetua-se através de dois mecanismos:

       Central ou Baudelocque - Schultze: 75% dos casos: placenta se torna invertida
       sobre si e a superficie fetal brilhante aparece primeiro na saida vaginal com
       sangramento somente após a expulsão.
       Marginal ou de Ducan: 25% dos casos: placenta desce lateralmente e se
       apresenta na saída vaginal com a superficie materna encrespada, acompanhada
       de discreto mas contínuo sangramento.

Quarta fase - período de Greenberg

O período de Greenberg imediato corresponde à primeira hora depois da saída da
placenta. É de fundamental importância nos processos hemostáticos (impedir o
sangramento excessivo). Durante esse período há a possibilidade maior de ocorrerem
grandes hemorragias. Os mecanismos que coibem o sangramento do pós-parto são:

       Miotamponamento: inicia-se imediatamente depois da saída da placenta e
       consiste na contração potente da musculatura uterina, tamponando a saída dos
       vasos sanguíneos que irrigavam a placenta. Se este mecanismo não ocorrer de
       forma adequada, há a chamada "hipotonia uterina", que pode resultar em
       sangramentos excessivos e coloca a vida da mulher em risco.
       Trombotamponamento: depende da formação de pequenos coágulos (trombos)
       que obliteram vasos uteroplacentários.

Após 1ª hora o útero apresenta-se em condições normais, firmemente contraído
completando assim o mecanismo de hemostasia.

Vantagens do parto Normal

       A recuperação é rápida
       Não há dor pós-parto.
       A rápida recuperação deixa a mãe mais tranqüila, o que favorece a lactação
       A alta é mais rápida, o que possibilita à mãe retomar seus afazeres prontamente
       A cada parto normal, o trabalho de parto é mais fácil do que no anterior
       Se a mulher vir a sofrer de mioma (patologia comum do útero), na eventual
       necessidade de uma operação, esta será mais fácil
       O relaxamento da musculatura pélvica não altera em nada o desempenho sexual
       A mulher participa ativamente do nascimento do filho

Desvantagens do parto Normal

       Possíveis danos à pelve;
       Possíveis danos ao períneo, uretra e ânus;
       Incontinência urinária e fecal;
       Dor no períneo, em casos de episiotomia e laceração.

A maior parte dos danos ocorridos durante o parto normal é causado pela má condução
do mesmo, especialmente quando são utilizadas manobras e intervenções
desnecessárias, muitas das quais condenadas pela Organização Mundial de Saúde -
como episiotomia ("corte"), manobra de kristeller (quando o médico ou enfermeiro
pressiona a barriga para forçar a expulsão do bebê) e uso corriqueiro de ocitocina
(hormônio que acelera as contrações). Um parto natural, realizado sem intervenções e
preferencialmente em posição que ajude à saída do bebê (cócoras, por exemplo)
dificilmente causará qualquer tipo de consequencia negativa.

Indicações

Três fatores devem ser levados em consideração para determinar a possibilidade ou não
do parto normal:

       Bacia (quadril) ou também chamada trajeto do parto,
       Força das contrações uterinas e o próprio feto.
       Caso não haja nenhuma intercorrência na gestação, pré-parto e trabalho de parto.

Se estes fatores forem bem proporcionados, a probabilidade de parto normal é grande.

Riscos do parto Normal

       Risco de ruptura do útero durante o trabalho de parto caso este tenha sido
       submetida a uma cirúrgia anteriormente - como cesariana ou miomectomia
       (cerca de 0,5% de risco);
       Mortalidade materna (menor do que na cesariana);
       Mortalidade neonatal (menor do que na cesariana);
       Prolapso anal;
       Topoalgia perineal.

Vantagens da cirúrgia cesárea

       O nascimento é menos demorado;
       Mãe pode decidir quando será o nascimento;
       É realizada no mesmo dia da internação;
       A mulher não sente dores durante o processo devido à anestesia;
       Ter a disponibilidade do médico que a acompanhou durante o pré-natal.

Desvantagens da cirurgia cesárea

       Recuperação mais lenta do que no parto normal;
       Os pontos internos são absorvidos, entretando os externos precisam ser
       retirados, demanda um retorno ao serviço de saúde.
       Na recuperação a mulher sente dores, ao rir, chorar, ficar de pé, espirrar,
       tossindo, amamentar, ao se movimentar, receio de evacuar e os pontos se
       abrirem.
       A mãe não participa ativamente do nascimento
       Atraso na lactação
       Risco de morte da mãe é 16 vezes maior do que no parto normal;
       Dobro na permanência hospitalar
       As dores após a cirurgia são do corte na barriga e da manipulação da cavidade
       abdominal pelo médico;
       Risco de infecção, inflamação, perda do útero, hemorragia
       Aumenta as chances de sofrer novas ceráseas nos nascimentos seguintes
O útero fica com uma cicatriz em seu músculo que é sempre um ponto mais
       frágil; na região pode haver perda da sensibilidade, dor, quelóides e aderências.
       A ruptura uterina acontece em 0,2 a 1,3% das mulheres que tiveram uma a três
       cesáreas e pode representar risco de morte para mãe e bebê
       O pulmão do bebê não é comprimido durante a cesárea e ele têm maior risco de
       ter desconforto para respirar após ser extraído. Pode acontecer uma síndrome
       que leva a criança à UTI neo natal (pulmões úmidos) e pneumonia
       especialmente nas cesarianas marcadas antes do sinal de maturidade pulmonar -
       trabalho de parto.
       A criança que nasce de cesárea passa por mais intervenções como aspiração
       nasogástrica, reanimação, entubação e respiração artificial.
       A mulher deve ficar sem pegar peso e fazer esforço físico nem ginástica por pelo
       menos 2 meses após a cirurgia;
       Cirurgias pélvicas como de miomas se complicam devido às aderências e às
       cirurgias anteriores;
       Qualquer operação cirúrgica pode trazer complicações à saúde, o que pode
       prejudicar a disposição sexual;
       Interfere com o estabelecimento do vínculo com a criança e atrasa a primeira
       amamentação.
       Há chances maiores do bebê não chorar quando nasce.

Riscos

       A probabilidade de haver uma hemorragia é 10 vezes maior do que em um parto
       normal;
       O risco de morte da mãe chega a ser 16 vezes maior do que no parto normal;
       A possibilidade de depressão pós-parto da mulher é 30 a 40 vezes maior do que
       no parto normal;
       Problemas com a incisão cirúrgica e anemia;
       Aumenta a probabilidade de outra cesárea;
       Riscos da anestesia (e.g.: choque anafilático);
       Morbidade materna (sete a vinte vezes maior do que no parto normal);
       Riscos maiores de doenças respiratórias no RN;
       Aumento da mortalidade neonatal;
       Risco de ruptura uterina em gestação/ parto subsequentes;
       Risco de desencadeamento de trombose em membros inferiores.
       Riscos de paralisação dos intestinos

Após o nascimento

Normalmente logo após o nascimento, os pais dão um nome à criança. Podem escolher
de dois conjuntos de nomes; um se for um menino, e outro se for uma menina.

É costume as pessoas visitarem e trazerem uma prenda para a criança.

Muitas culturas prevêem ritos de iniciação para os recém-nascidos, tais como
circuncisão ou batismo, entre outros.
Variações

Quando o saco amniótico não rompeu durante o trabalho de parto ou fase expulsiva, a
criança pode nascer com as membranas intactas. Esta membrana pode ser facilmente
removida por quem estiver a auxiliar o parto. Na era medieval esta membrana era
considerada sinal de boa sorte, e em algumas culturas como sinal de proteção contra
afogamento. Em alguns países, era impressa em papel e deixada como recordação para a
criança. Com o advento das modernas técnicas obstétricas interventivas, a ruptura
artificial das membranas durante o período de dilatação do parto tornou-se comum e é
hoje raro (no Ocidente) ocorrerem nascimentos com as membranas intactas. No entanto,
a Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselha não se romper artificialmente as
membranas durante o parto. Aguarda-se a ruptura espontânea. Se não ocorrer até a
expulsão do feto, estará indicada a sua ruptura artificial.

Controle da dor

Devido ao tamanho relativamente grande do crânio humano e à forma da pélvis
humana, o parto é mais difícil e doloroso do que no caso dos outros mamíferos. Existem
vários métodos para aliviar as dores do parto, entre os quais se incluem a preparação
psicológica, apoio emocional, analgesia epidural, protóxido de azoto, opióides, e
métodos de estímulo ao parto natural tais como o método de Lamaze. Cada método tem
as suas vantagens tal como desvantagens.

Complicações

Ocasionalmente surgem complicações durante o trabalho de parto; usualmente,
requerem manejo por parte do médico de obstetra.

"Não progressão do trabalho de parto" (longo tempo de contrações na fase ativa do
trabalho de parto sem dilatação satisfatória do colo uterino) geralmente é tratada com
correção de dinâmica via gel de prostaglandina ou preparação intravenosade ocitocina
sintética. Estando mãe e bebê em boas condições pode-se aguardar, porém em situações
adversas (ou caso as intervenções não funcionem) uma cesariana pode ser necessária.

Sofrimento fetal é definido por um padrão não tranquilizador da frequência cardíaca
fetal intraparto. A bradicardia - como é chamada - isoladamente não constitui
sofrimento fetal, outros fatores como a acidez sanguínea podem ser avaliadas antes de
optar por uma intervenção.

Não progressão da expulsão (a cabeça, ou parte que se apresente primeiro, não é
expulsa apesar das contrações): isto pode determinar intervenções como mudança de
posição materna, manobras, versões internas, extração a vácuo, extração a fórceps e em
último caso cesariana.

No passado e hoje as causas de morbidade e mortalidade materna são basicamente as
mesmas: hemorragia, hipertensão e infecção, e não estão relacionaas à via de parto e
sim à sua condução.

Hemorragia durante ou após o nascimento é potencialmente fatal em lugares sem acesso
a um alto nível de cuidado de emergência. Severas perdas de sangue podem causar
choque hipovolêmico, isto é, perfusão insuficiente dos órgãos vitais e que pode levar à
morte se não for imediatamente tratada por estancamento da hemorragia e transfusão
sanguínea.Hipopituitarismo depois de uma choque hipovolémico denomina-se
Síndrome de Sheehan.

No parto normal não necessariamente a episiotomia é necessária. Estima-se que se a
mulher estiver em posição favorável e a saída do pólo cefálico se der de maneira suave
o períneo mantenha-se íntegro - sem lacerações - em aproximadamente 50% dos
nascimentos. Lacerações de 1% grau são mais comuns e não requerem sutura. As
lacerações de 2% e 3% graus são raras e requerem sutura e maiores cuidados.

A episiotomia rotineira tem sido estudada e abolida; por se tratar de uma laceração de
segundo grau (compromete músculo e mucosa) tem vindo a ser considerado perigosa, e
seu uso não está associado a proteção da bexiga e assoalho pélvico.

Mecanismo do parto




Modelo de pélvis usada no início do século XX para ensino dos procedimentos
necessários na hora do parto. Museu de História da Medicina, Porto Alegre RS

Sob o ponto de vista mecânico, são quatro os elementos básicos para o estudo do parto:

       trajeto: a bacia
       objeto: o feto
       motor: as contrações uterinas e a prensa abdominal
       mecanismo: o conjunto de movimentos passivos desempenhado pelo feto para
       que possa nascer

Os movimentos próprios do mecanismo de parto concorrem para que haja adaptação aos
pontos mais estreitos do canal do parto e às diferenças de forma do canal, mediante
redução e acomodação dos diâmetros fetais aos pélvicos. A finalidade primordial é
colocar os menores diâmetros do feto em concordância com os menores diâmetros da
pelve.

Principais tempos do mecanismo de parto na apresentação cefálica fletida

       Tempo principal (tempo acessório)
Insinuação ou encaixe (flexão)
       Descida ou progressão (rotação interna)
       Desprendimento (deflexão)
       Restituição ou rotação externa (desprendimento dos ombros)

A insinuação é a passagem da maior circunferência da apresentação pelos limites do
estreito superior da bacia. O movimento complementar ou acessório, que permite a
redução dos diâmetros da apresentação, é a flexão (na apresentação cefálica fletida) ou a
deflexão (na apresentação cefálica defletida de face). Diz-se que a apresentação cefálica
fletida está insinuada quando o ponto de maior declive da apresentação (o vértex) atinge
o nível das espinhas ciáticas. O feto está, portanto, no plano 0 de DeLee. Na
apresentação cefálica fletida, a insinuação ocorre geralmente na variedade de posição
occípito-ilíaca-esquerda-anterior (para alguns, em occípito-ilíaca-esquerda-transversa).

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Parto

  • 1. Parto . O parto (também chamado nascimento) é a saída do feto do útero materno. Pode ser visto como o oposto da morte, dado que é o início da vida de um indivíduo fora do útero. A idade de um indivíduo é definida em relação a este acontecimento na maior parte das culturas. Primeiro período do parto - período de dilatação Um parto humano típico começa com o início da primeira fase do parto: contracções do útero, inicialmente com frequência de 2 a 3 em cada 10 minutos e com duração aproximada de 40 segundos. Ocasionalmente, o parto é precedido da ruptura do saco amniótico, também chamado de ruptura das águas quando se romper. As contracções aceleram até que ocorram com frequência de 5 a cada 10 minutos e duração clínica de 70 segundos, quando se aproxima a expulsão do feto. Na expulsão, somam-se as contracções uterinas aos esforços expulsivos voluntários da mãe. O trabalho de parto pode se iniciar com colo uterino fechado, abrindo com a força das contracções, ou com dilatação de 2 a 3 centímetros nas primíparas, e de 3 a 4 centímetros nas multíparas. Cada contracção dilata a colo uterino até que ele atinge 10 centímetros de diâmetro. A duração do trabalho de parto varia imensamente mas em média dura cerca de 12 horas para mulheres parindo pela primeira vez (primíparas), ou em torno de 8 horas em mulheres que já pariram anteriormente (multíparas). Segunda fase do parto - período expulsivo
  • 2. A segunda fase do parto inicia com a cervix completamente dilatada (10 cm) e termina com a expulsão fetal. Uma nova força começa a atuar, a contração da musculatura do diafragma e da parede abdominal que associados as contrações comprimem o útero de cima para baixo e da frente para trás e assim o bebê é expelido. O bebé usualmente nasce de cabeça, a chamada apresentação cefálica. Em alguns casos ocorre a apresentação dos pés ou nádegas primeiro (apresentação pélvica). Com pessoal devidamente treinado, mesmo bebés nessa apresentação ("breech") podem nascer através da vagina. 95% nascem com apresentação cefálica 4% nascem com apresentação pélvica 1% nascem com apresentação transversa Existem vários tipos de posições invertidas de nascimento, sendo a mais comum aquela em que as nádegas do bebê saem primeiro, e as pernas estão dobradas sobre o corpo do bebê com os joelhos curvados e pés perto das nádegas. Outras disposição consistem quando o bebê tem suas pernas estendidas e direção das orelhas, ou mais incomum quando uma ou as duas pernas estão estendidas, sendo o pé(s) primeiro apresentados ao nascer. Uma outra disposição, rara, é quando o bebê encontra-se numa posição transversal, isto é, disposto de lado no útero, e sendo a mão ou o cotovelo o primeiro a entrar no canal de parto. Neste caso, o nascimento "natural" (vaginal) não deve ser empreendido, a menos em raríssimos casos em que se pode empurar o braço do bebê de volta, e fazê-lo voltar à posição apropriada. Imediatamente após o parto a criança passa por extensas modificações fisiológicas à medida que se habitua à sua respiração independente. Várias estruturas cardíacas começam a regredir imediatamente após o parto, como o ductus arteriosus e o foramen ovale. O estado médico da criança é avaliado através da escala de Apgar, baseada em cinco parâmetros. Quanto maior o valor melhor está a criança. Terceira fase - Terceiro período, secundamento ou dequitadura A terceira fase do parto compreende ao desprendimento, descida e expulsão da placenta e membranas. Ocorre entre 5 a 30 minutos após termino do período expulsivo. Ocorre pelas contrações uterinas que diminuem o volume do útero e consequentemente aumentam a espessura da parede muscular, com esta redução a placenta se descola pois não possui elasticidade. Assim ocorre a infiltração de sangue entre a placenta e a decídua basal remanescente originando hematoma retroplacentário. As membranas fetais permanecem no local até que a placenta se desprenda por completo, quando se dirige à vagina e é expulsa através de contrações ou por meio de esforços manuais, ou da mãe, se não estiver sob efeito anestésico, ou do ou da assistente do parto.
  • 3. A dequitação efetua-se através de dois mecanismos: Central ou Baudelocque - Schultze: 75% dos casos: placenta se torna invertida sobre si e a superficie fetal brilhante aparece primeiro na saida vaginal com sangramento somente após a expulsão. Marginal ou de Ducan: 25% dos casos: placenta desce lateralmente e se apresenta na saída vaginal com a superficie materna encrespada, acompanhada de discreto mas contínuo sangramento. Quarta fase - período de Greenberg O período de Greenberg imediato corresponde à primeira hora depois da saída da placenta. É de fundamental importância nos processos hemostáticos (impedir o sangramento excessivo). Durante esse período há a possibilidade maior de ocorrerem grandes hemorragias. Os mecanismos que coibem o sangramento do pós-parto são: Miotamponamento: inicia-se imediatamente depois da saída da placenta e consiste na contração potente da musculatura uterina, tamponando a saída dos vasos sanguíneos que irrigavam a placenta. Se este mecanismo não ocorrer de forma adequada, há a chamada "hipotonia uterina", que pode resultar em sangramentos excessivos e coloca a vida da mulher em risco. Trombotamponamento: depende da formação de pequenos coágulos (trombos) que obliteram vasos uteroplacentários. Após 1ª hora o útero apresenta-se em condições normais, firmemente contraído completando assim o mecanismo de hemostasia. Vantagens do parto Normal A recuperação é rápida Não há dor pós-parto. A rápida recuperação deixa a mãe mais tranqüila, o que favorece a lactação A alta é mais rápida, o que possibilita à mãe retomar seus afazeres prontamente A cada parto normal, o trabalho de parto é mais fácil do que no anterior Se a mulher vir a sofrer de mioma (patologia comum do útero), na eventual necessidade de uma operação, esta será mais fácil O relaxamento da musculatura pélvica não altera em nada o desempenho sexual A mulher participa ativamente do nascimento do filho Desvantagens do parto Normal Possíveis danos à pelve; Possíveis danos ao períneo, uretra e ânus; Incontinência urinária e fecal; Dor no períneo, em casos de episiotomia e laceração. A maior parte dos danos ocorridos durante o parto normal é causado pela má condução do mesmo, especialmente quando são utilizadas manobras e intervenções desnecessárias, muitas das quais condenadas pela Organização Mundial de Saúde - como episiotomia ("corte"), manobra de kristeller (quando o médico ou enfermeiro
  • 4. pressiona a barriga para forçar a expulsão do bebê) e uso corriqueiro de ocitocina (hormônio que acelera as contrações). Um parto natural, realizado sem intervenções e preferencialmente em posição que ajude à saída do bebê (cócoras, por exemplo) dificilmente causará qualquer tipo de consequencia negativa. Indicações Três fatores devem ser levados em consideração para determinar a possibilidade ou não do parto normal: Bacia (quadril) ou também chamada trajeto do parto, Força das contrações uterinas e o próprio feto. Caso não haja nenhuma intercorrência na gestação, pré-parto e trabalho de parto. Se estes fatores forem bem proporcionados, a probabilidade de parto normal é grande. Riscos do parto Normal Risco de ruptura do útero durante o trabalho de parto caso este tenha sido submetida a uma cirúrgia anteriormente - como cesariana ou miomectomia (cerca de 0,5% de risco); Mortalidade materna (menor do que na cesariana); Mortalidade neonatal (menor do que na cesariana); Prolapso anal; Topoalgia perineal. Vantagens da cirúrgia cesárea O nascimento é menos demorado; Mãe pode decidir quando será o nascimento; É realizada no mesmo dia da internação; A mulher não sente dores durante o processo devido à anestesia; Ter a disponibilidade do médico que a acompanhou durante o pré-natal. Desvantagens da cirurgia cesárea Recuperação mais lenta do que no parto normal; Os pontos internos são absorvidos, entretando os externos precisam ser retirados, demanda um retorno ao serviço de saúde. Na recuperação a mulher sente dores, ao rir, chorar, ficar de pé, espirrar, tossindo, amamentar, ao se movimentar, receio de evacuar e os pontos se abrirem. A mãe não participa ativamente do nascimento Atraso na lactação Risco de morte da mãe é 16 vezes maior do que no parto normal; Dobro na permanência hospitalar As dores após a cirurgia são do corte na barriga e da manipulação da cavidade abdominal pelo médico; Risco de infecção, inflamação, perda do útero, hemorragia Aumenta as chances de sofrer novas ceráseas nos nascimentos seguintes
  • 5. O útero fica com uma cicatriz em seu músculo que é sempre um ponto mais frágil; na região pode haver perda da sensibilidade, dor, quelóides e aderências. A ruptura uterina acontece em 0,2 a 1,3% das mulheres que tiveram uma a três cesáreas e pode representar risco de morte para mãe e bebê O pulmão do bebê não é comprimido durante a cesárea e ele têm maior risco de ter desconforto para respirar após ser extraído. Pode acontecer uma síndrome que leva a criança à UTI neo natal (pulmões úmidos) e pneumonia especialmente nas cesarianas marcadas antes do sinal de maturidade pulmonar - trabalho de parto. A criança que nasce de cesárea passa por mais intervenções como aspiração nasogástrica, reanimação, entubação e respiração artificial. A mulher deve ficar sem pegar peso e fazer esforço físico nem ginástica por pelo menos 2 meses após a cirurgia; Cirurgias pélvicas como de miomas se complicam devido às aderências e às cirurgias anteriores; Qualquer operação cirúrgica pode trazer complicações à saúde, o que pode prejudicar a disposição sexual; Interfere com o estabelecimento do vínculo com a criança e atrasa a primeira amamentação. Há chances maiores do bebê não chorar quando nasce. Riscos A probabilidade de haver uma hemorragia é 10 vezes maior do que em um parto normal; O risco de morte da mãe chega a ser 16 vezes maior do que no parto normal; A possibilidade de depressão pós-parto da mulher é 30 a 40 vezes maior do que no parto normal; Problemas com a incisão cirúrgica e anemia; Aumenta a probabilidade de outra cesárea; Riscos da anestesia (e.g.: choque anafilático); Morbidade materna (sete a vinte vezes maior do que no parto normal); Riscos maiores de doenças respiratórias no RN; Aumento da mortalidade neonatal; Risco de ruptura uterina em gestação/ parto subsequentes; Risco de desencadeamento de trombose em membros inferiores. Riscos de paralisação dos intestinos Após o nascimento Normalmente logo após o nascimento, os pais dão um nome à criança. Podem escolher de dois conjuntos de nomes; um se for um menino, e outro se for uma menina. É costume as pessoas visitarem e trazerem uma prenda para a criança. Muitas culturas prevêem ritos de iniciação para os recém-nascidos, tais como circuncisão ou batismo, entre outros.
  • 6. Variações Quando o saco amniótico não rompeu durante o trabalho de parto ou fase expulsiva, a criança pode nascer com as membranas intactas. Esta membrana pode ser facilmente removida por quem estiver a auxiliar o parto. Na era medieval esta membrana era considerada sinal de boa sorte, e em algumas culturas como sinal de proteção contra afogamento. Em alguns países, era impressa em papel e deixada como recordação para a criança. Com o advento das modernas técnicas obstétricas interventivas, a ruptura artificial das membranas durante o período de dilatação do parto tornou-se comum e é hoje raro (no Ocidente) ocorrerem nascimentos com as membranas intactas. No entanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselha não se romper artificialmente as membranas durante o parto. Aguarda-se a ruptura espontânea. Se não ocorrer até a expulsão do feto, estará indicada a sua ruptura artificial. Controle da dor Devido ao tamanho relativamente grande do crânio humano e à forma da pélvis humana, o parto é mais difícil e doloroso do que no caso dos outros mamíferos. Existem vários métodos para aliviar as dores do parto, entre os quais se incluem a preparação psicológica, apoio emocional, analgesia epidural, protóxido de azoto, opióides, e métodos de estímulo ao parto natural tais como o método de Lamaze. Cada método tem as suas vantagens tal como desvantagens. Complicações Ocasionalmente surgem complicações durante o trabalho de parto; usualmente, requerem manejo por parte do médico de obstetra. "Não progressão do trabalho de parto" (longo tempo de contrações na fase ativa do trabalho de parto sem dilatação satisfatória do colo uterino) geralmente é tratada com correção de dinâmica via gel de prostaglandina ou preparação intravenosade ocitocina sintética. Estando mãe e bebê em boas condições pode-se aguardar, porém em situações adversas (ou caso as intervenções não funcionem) uma cesariana pode ser necessária. Sofrimento fetal é definido por um padrão não tranquilizador da frequência cardíaca fetal intraparto. A bradicardia - como é chamada - isoladamente não constitui sofrimento fetal, outros fatores como a acidez sanguínea podem ser avaliadas antes de optar por uma intervenção. Não progressão da expulsão (a cabeça, ou parte que se apresente primeiro, não é expulsa apesar das contrações): isto pode determinar intervenções como mudança de posição materna, manobras, versões internas, extração a vácuo, extração a fórceps e em último caso cesariana. No passado e hoje as causas de morbidade e mortalidade materna são basicamente as mesmas: hemorragia, hipertensão e infecção, e não estão relacionaas à via de parto e sim à sua condução. Hemorragia durante ou após o nascimento é potencialmente fatal em lugares sem acesso a um alto nível de cuidado de emergência. Severas perdas de sangue podem causar
  • 7. choque hipovolêmico, isto é, perfusão insuficiente dos órgãos vitais e que pode levar à morte se não for imediatamente tratada por estancamento da hemorragia e transfusão sanguínea.Hipopituitarismo depois de uma choque hipovolémico denomina-se Síndrome de Sheehan. No parto normal não necessariamente a episiotomia é necessária. Estima-se que se a mulher estiver em posição favorável e a saída do pólo cefálico se der de maneira suave o períneo mantenha-se íntegro - sem lacerações - em aproximadamente 50% dos nascimentos. Lacerações de 1% grau são mais comuns e não requerem sutura. As lacerações de 2% e 3% graus são raras e requerem sutura e maiores cuidados. A episiotomia rotineira tem sido estudada e abolida; por se tratar de uma laceração de segundo grau (compromete músculo e mucosa) tem vindo a ser considerado perigosa, e seu uso não está associado a proteção da bexiga e assoalho pélvico. Mecanismo do parto Modelo de pélvis usada no início do século XX para ensino dos procedimentos necessários na hora do parto. Museu de História da Medicina, Porto Alegre RS Sob o ponto de vista mecânico, são quatro os elementos básicos para o estudo do parto: trajeto: a bacia objeto: o feto motor: as contrações uterinas e a prensa abdominal mecanismo: o conjunto de movimentos passivos desempenhado pelo feto para que possa nascer Os movimentos próprios do mecanismo de parto concorrem para que haja adaptação aos pontos mais estreitos do canal do parto e às diferenças de forma do canal, mediante redução e acomodação dos diâmetros fetais aos pélvicos. A finalidade primordial é colocar os menores diâmetros do feto em concordância com os menores diâmetros da pelve. Principais tempos do mecanismo de parto na apresentação cefálica fletida Tempo principal (tempo acessório)
  • 8. Insinuação ou encaixe (flexão) Descida ou progressão (rotação interna) Desprendimento (deflexão) Restituição ou rotação externa (desprendimento dos ombros) A insinuação é a passagem da maior circunferência da apresentação pelos limites do estreito superior da bacia. O movimento complementar ou acessório, que permite a redução dos diâmetros da apresentação, é a flexão (na apresentação cefálica fletida) ou a deflexão (na apresentação cefálica defletida de face). Diz-se que a apresentação cefálica fletida está insinuada quando o ponto de maior declive da apresentação (o vértex) atinge o nível das espinhas ciáticas. O feto está, portanto, no plano 0 de DeLee. Na apresentação cefálica fletida, a insinuação ocorre geralmente na variedade de posição occípito-ilíaca-esquerda-anterior (para alguns, em occípito-ilíaca-esquerda-transversa).