1. MAPEANDO O BRAÇO - OITAVAS E TRÍADES
É possível conhecer todas as notas no braço do instrumento sem decorá-las, no
sentido direto da palavra. É óbvio que, sem memorização, você não vai
identificar as notas - sem usar pelo menos um pouquinho da memória, não
saberíamos nem mesmo o nosso próprio nome.
A base deste método é compreender como são formados os acordes através do
conceito de intervalos e graus, e dominar padrões de oitavas e tríades; Através
deste estudo, você vai sem perceber, memorizar a posição das notas. Daí a
encaixar os 4 BOXES básicos de escalas - de onde sairão as maiores, menores e
as pentatônicas - será bem simples.
Oitavas
A oitava é a nota que está distante um intervalo de 12 e 1/2 tons da nota em
questão - por coincidência, é a mesma nota, só que mais aguda ou mais grave.
Como todos os conceitos baseados em INTERVALOS, pode-se desenhar um
padrão no braço do instrumento, e ele pode ser transportado para qualquer tom,
somente movendo este padrão acima ou abaixo no braço. Vejamos na prática:
pegue uma nota qualquer, uma única nota no braço todo - o Fá (F), por exemplo
(não se esqueça: do 12º traste para a frente tudo se repete...).
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
e||-F--|----|----|----|----|----|----|----|----|----|----|----|-F--|
B||----|----|----|----|----|-F--|----|----|----|----|----|----|----|
G||----|----|----|----|----|----|----|----|----|-F--|----|----|----|
D||----|----|-F--|----|----|----|----|----|----|----|----|----|----|
A||----|----|----|----|----|----|----|-F--|----|----|----|----|----|
E||-F--|----|----|----|----|----|----|----|----|----|----|----|-F--|
o o o o oo
Deste gráfico acima, podemos tirar PADRÕES de oitavas, válidos para QUALQUER
nota, em QUALQUER lugar do braço.
2. [padrão 1] - (1)válido para 6a. corda.
e||---|---|-8-|---|---|
B||---|---|---|---|---|
D||---|---|---|---|---|
G||---|---|---|---|---|
A||---|---|---|---|---|
E||---|---|-1-|---|---|
[padrão 2] - (1)válido para 6a. e 5a. cordas.
e||---|---|---|---|---|
B||---|---|---|---|---|
D||---|---|---|---|---|
G||---|---|---|-8-|---|
A||---|---|---|---|---|
E||---|-1-|---|---|---|
[padrão 3] - (1)válido para 4a. e 3a. cordas.
e||---|---|---|---|-8-|
B||---|---|---|---|---|
D||---|-1-|---|---|---|
G||---|---|---|---|---|
A||---|---|---|---|---|
E||---|---|---|---|---|
[padrão 4] - (1)válido para 6a. corda.
e||---|---|---|---|---|
B||---|---|---|---|---|
D||---|-8-|---|---|---|
G||---|---|---|---|---|
A||---|---|---|---|---|
E||---|---|---|---|-1-|
[padrão 5] - (1)válido para 5a. e 4a. cordas.
e||---|-8-|---|---|---|
B||---|---|---|---|---|
D||---|---|---|---|---|
G||---|---|---|-1-|---|
A||---|---|---|---|---|
E||---|---|---|---|---|
Você DEVE MEMORIZAR estes 5 padrões. Por quê? Lembre-se que o braço é
dividido em duas partes iguais: após o 12o. traste, tudo se repete. Suponha que
3. você saiba as notas da 6a. corda até o 12o. traste. Se você dominar os padrões
de oitavas, você será capaz de identificar TODAS as notas no braço.
Outra vantagem das oitavas é transportar "licks" (frases) de um lado para o outro
do braço com rapidez, através da visualização dos padrões - isto é muito utilizado
por bandas, como por exemplo "still loving you" - scorpions: os 2 licks distorcidos
da introdução são o mesmo: o 2o. é tocado uma oitava acima do primeiro.
O conceito também é válido para os baixistas: é muito comum utilizar-se oitavas
como forma de "preencher" as lacunas ou ritmar uma melodia onde a mesma
nota é tocada por vários compassos. Preste atenção em linhas de contrabaixo
usadas em samba, pagode e surf music, por exemplo, seguem sempre esse
padrão.
Treine randomicamente: escolha uma nota qualquer no braço, e tente achar pelo
menos 2 oitavas desta nota. Faça isso com o máximo de notas possíveis, por
toda a extensão do braço - inclusive, usando as cordas soltas. Pratique bastante,
e logo você estará memorizando todos os padrões. SOMENTE quando isto
acontecer, siga adiante com este artigo.
Tríades
As tríades são acordes formados por três notas, determinadas, em cada caso, por
sua posição relativa a intervalos na escala, de acordo com seus graus. Vamos
traduzir com um exemplo. Tomemos a escala de Dó maior (C).
C D E F G A B C
I II III IV V VI VII VIII
Temos acima as notas e os graus. Isto deve ser conhecido a este ponto. Não é
necessário decorar, apenas compreendê-los.
Tríades Maiores
Vamos nos basear na escala acima e extrair a tríade maior. As tríades maiores
são as formadoras dos acordes maiores, logo, a fórmula para obtermos as tríades
maiores só poderia ser: Tônica, 3ª e 5ª, ou I, III, V.
No caso de C = C (I), E (III) e G (V). Vejamos no braço:
0 1 2 3 4
e||---|---|---|---| = E
B||-x-|---|---|---| = C
G||---|---|---|---| = G
D||---|-x-|---|---| = E
A||---|---|-x-|---| = C
E||---|---|---|---| = (normalmente não é tocada, para manter a tônica mais grave)
Temos o acorde de C (dó maior) no braço e do lado direito, as notas.
Vejamos outro exemplo. Vamos para o de D (ré maior).
4. D E F# G A B C# D
I II III IV V VI VII VIII
Nossa tríade maior seria: D (I), F# (III) e A (V). Vamos conferir.
0 1 2 3 4
e||---|-x-|---|---| = F#
B||---|---|-x-|---| = D
G||---|-x-|---|---| = A
D||---|---|---|---| = D
A||---|---|---|---| = x(muda)
E||---|---|---|---| = x(muda)
Pronto, com apenas três notas, temos os acordes. Agora que entendemos as
tríades maiores, vamos tentar PADRONIZAR GRAFICAMENTE.
Vamos trabalhar, por exemplo, com um acorde que você deve costumar
conhecer através da pestana: o acorde de F (Fá maior). Vamos a escala.
F G A Bb C D E F
I II III IV V VI VII VIII
A tríade seria F - A - C. Vamos localizar no braço a posição relativa das três notas.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
e||-F--|----|----|----|-A--|----|----|-C--|----|----|----|----|-F--|
B||-C--|----|----|----|----|-F--|----|----|----|-A--|----|----|-C--|
G||----|-A--|----|----|-C--|----|----|----|----|-F--|----|----|----|
D||----|----|-F--|----|----|----|-A--|----|----|-C--|----|----|----|
A||----|----|-C--|----|----|----|----|-F--|----|----|----|-A--|----|
E||-F--|----|----|----|-A--|----|----|-C--|----|----|----|----|-F--|
Perceba que Pestana de F está assinalada nas 3 primeiras casas: na 1ª, a
pestana, para prendermos ao mesmo tempo F, C, F; na 2ª casa o A, e na 3ª casa,
o F, C.
Retorno a um conceito importantíssimo: todo padrão baseado em intervalo pode
ser transportado acima ou abaixo do braço, desde que mantenhamos os
intervalos: Se você utilizar este padrão, apenas substituindo a tônica (a nota da
6ª corda), você vai poder fazer qualquer acorde maior utilizando pestana. Veja o
padrão de "pestana maior" a partir da Tônica na 6ª corda.
e||---|-1-|---|---|---|
5. B||---|-5-|---|---|---|
D||---|-X-|-3-|---|---|
G||---|-X-|---|-1-|---|
A||---|-X-|---|-5-|---|
E||---|-1-|---|---|---|
Aliás, do padrão acima tira-se o que guitarristas chamam de "Power Chords" (ou
power acordes) - que são o uso da Tônica mais a 5ª, como I - V - I ou somente I -
V. Voltando a tríade. Para agruparmos as 3 notas (em 3 cordas adjacentes),
teríamos o seguinte padrão.
e||---|---|---|---|---|
B||---|-5-|---|---|---|
D||---|---|-3-|---|---|
G||---|---|---|-1-|---|
A||---|---|---|---|---|
E||---|---|---|---|---|
Mas o gráfico não evidencia somente isto; observe nas casas 5 e 6. Não conhece
a "forma" desta tríade? Sim, é a forma do D (Ré maior), só que em outro lugar.
Se você tocá-lo na 5ª casa, vai obter um F. É isso mesmo, confira as notas: C - F -
A. A isto chama-se inversão de acorde (porque as notas não aparecem na mesma
ordem da escala), muito conhecida de pianistas, que utilizam os acordes
invertidos pela disposição das notas no teclado. Este tipo de acorde é muito
utilizado para acompanhar teclados, ou para substituí-los, no caso de seu grupo
musical não contar com um. Tente uma experiência: enquanto uma guitarra toca
o acorde tradicional, na pestana, ligeiramente "Overdrive", mande uma tríade
numa guitarra limpa, ou adicionada de chorus (que enfatiza mais ainda a
proximidade sonora do teclado). Você está começando a diversificar sua gama de
timbres.
Vamos ver o padrão.
e||---|-3-|---|---|---|
B||---|---|-1-|---|---|
D||---|-5-|---|---|---|
G||---|---|---|---|---|
A||---|---|---|---|---|
E||---|---|---|---|---|
Outra "forma" velha conhecida: a forma do C (dó maior). Veja nas casas 6, 7, 8.
Neste caso, temos somente o I e III graus, porque no caso do C, o V grau é a
corda solta (G). Mas o nosso padrão de tríade, que é o que interessa, não tem a
"forma" do C. Nosso padrão é o seguinte.
e||---|---|---|---|---|
B||---|---|-1-|---|---|
6. D||---|-5-|---|---|---|
G||---|---|---|-3-|---|
A||---|---|---|---|---|
E||---|---|---|---|---|
Outra tríade direta (na ordem que aparece na escala) pode ser observada nas
casa 8 e 10.
e||---|-5-|---|---|---|
B||---|---|---|-3-|---|
D||---|---|---|-1-|---|
G||---|---|---|---|---|
A||---|---|---|---|---|
E||---|---|---|---|---|
Mais uma, invertida, no "formato" A (Lá maior) - casa 10.
e||---|---|---|---|---|
B||---|---|---|-3-|---|
D||---|---|---|-1-|---|
G||---|---|---|-5-|---|
A||---|---|---|---|---|
E||---|---|---|---|---|
Observe também as casas 10 - 12.
e||---|---|---|---|---|
B||---|---|---|---|---|
D||---|-1-|---|---|---|
G||---|-5-|---|---|---|
A||---|---|---|-3-|---|
E||---|---|---|---|---|
E também as casas 1 - 2.
e||-1-|---|---|---|---|
B||-5-|---|---|---|---|
D||---|-3-|---|---|---|
G||---|---|---|---|---|
A||---|---|---|---|---|
E||---|---|---|---|---|
7. Você deve se perguntar: Mas para que serve esta coisa toda? Bem, vamos a
prática.
Um exemplo foi dado acima: as tríades invertidas proporcionam som semelhante
ao obtido por teclados, pela sua construção na mesma sequência da escala do
piano. Pode-se usar para acompanhamento ou simulação deste timbre.
Violonistas acústicos vão adorar tocar músicas substituindo as pestanas por
tríades, por serem muito mais simples e muito menos cansativas do que elas,
principalmente em transições constantes.
As tríades proporcionam sequências de acordes magníficas, por manterem os
tons e alterarem apenas os intervalos - (Gênesis, The Who, Dire Straits e Van
Halen usam e abusam de tríades, e são "apenas" 3 notinhas).
Bandas com duas guitarras ou 1 guitarra e 1 violão podem e DEVEM utilizar
acordes comuns + tríades, tríades + tríades ou power acordes + tríades. Não é
recomendável aquela barulhada de 12 cordas idênticas com o mesmo timbre, a
menos que você esteja tocando Heavy Metal com Power Chords em oitavas
diferentes ou Trash, Dark, Death, ou qualquer coisa do gênero, onde quanto mais
barulho, melhor.
Como já foi dito, os padrões são transportáveis para qualquer lugar do braço,
logo, se você montou uma tríade de A (Lá) e o próximo acorde é G (sol), deslize
seus dedos dois trastes para trás e pronto, não mexeu nenhum dedo e o novo
acorde já está FEITO!!!
As relações de graus nas tríades são úteis também em solos. Você deve estar
cansado de ouvir e/ou tocar "double-stops" (pegadas c/ 2 notas de uma só vez).
Elas são baseadas na relação das notas da tríade, em pares I - III, III - V ou I - V.
Conhecendo as tríades, você pode enriquecer seus licks com double-stops
facilmente.
Ainda falando sobre solos, licks e riffs famosíssimos foram e são construídos
utilizando-se somente tríades. Ouça "Sultans of Swing" (Dire Straits) ou "Hotel
California" (Eagles), e perceba que instrodução e solos são nada mais do que as
tríades dos acordes das músicas com alguns "assessórios" básicos, como slides,
bends, cromáticos, harmônicos... tudo simples e com um efeito sonoro
agradabilíssimo. As duas composições são Clássicos nesse estilo!
Quer ver como esse método está se encaixando? Se você REALMENTE já decorou
os padrões de oitava, vai achar bem simples adicionar III e V graus, que também
seguem os mesmos padrões de oitava. Tente! Você nunca imaginou que poderia
fazer aquele A (lá maior) da sua primeira aula de violão em tantos lugares
diferentes!!!.
Você pode não estar acreditando nisto, mas acabamos de estabelecer uma coisa
sensacional, a qual, após dominada, trará para você o mapeamento total do
braço do instrumento, proporcionando facilidade no estudo de notas, escalas,
acordes. TUDO o que for feito em cima do braço.
Estudo baseado em Bill Quinn (www.harmonycentral.com)
Roger Brotherhood - roger.brotherhood@njackn.uucp
8. ***********************************************************
DICAS DE GRANDES MÚSICOS
"Ouça muitos outros guitarristas. Ache inspiração em outros instrumentos
também, isso ajuda muito. Tocar em JAMS também é uma escola maravilhosa
para quem quer desenvolver um ótimo ouvido. Estude de maneira apaixonada, é
a melhor forma de criar uma linguagem musical"
John Petrucci
"Toque para o som e não para você. Deixe o ego de lado"
Michel Leme
"Não queira tocar como ninguém, seja você mesmo.Eu não uso a palavra roubar,
mas tente tomar emprestado um pouco de cada cara que ouvir tocar. Mas não
tente soar exatamente igual como outro."
BB King
"Desencante de regras e técnicas. Toque de forma natural. Vale tudo !!! "
Sandro Haick
"Você é o que pensa ser... por isso nunca se subestime, pois ninguém é mais do
que ninguém, mas pode ser cada vez melhor que si mesmo. Surpreenda-se !!!"
Darli Parisi
"Quando estiver estudando nunca repita o que já sabe. Use essas coisas no seu
dia-a-dia. Durante o tempo de estudo, procure novidades"
Faiska
"Tenha um bom mestre"
Lanny Gordin
"Sempre procurei fazer o que gosto, por isso, sou guitarrista. Portanto, tenha
prazer quando tocar"
Frank Solari
"Toque com o ouvido e não apenas com as mãos. Por exemplo, se você for
inventar ou tirar uma frase, deve assobiá-la ou cantá-la antes. Caso contrário não
vai adiantar nada. Os dedos não pensam, isso é função da cabeça!!!"
Eduardo Ardanuy
"Ouça todos os estilos sem preconceito. Procure tirar músicas e ter aulas para
tirar os vícios"
Fábio "Índio" Amaral
"Acredite nos seus sonhos e lute por eles!"
Marcio Okayama
"O guitarrista deve desgrudar do instrumento e estudar música. Se você tem o
hábito de tocar oito horas por dia, dedique quatro para a guitarra e outras quatro
9. para o aprendizado de música: harmonia, composição, solfejo, leitura, percepção
etc..."
Pollaco
"Grave tudo que você tocar; inclusive estudos, e você vai perceber melhor no
que deve melhorar"
Steve Vai
"Faça exercícios de digitação para aquecer as mãos antes de tocar. Tenha calma
na hora de estudar, não se apresse. E procure praticar tudo com som limpo, sem
distorção !!!"
Ives Passarell
"Há duas maneiras de tocar guitarra. A primeira é pela curtição: o palco, o
ensaio, o êxtase, a festa... A segunda é o estudo. Sempre falo para um aluno : 'se
você toca duas horas por dia, dedique uma hora e meia para a festa e meia hora
para o estudo'. Mas, durante essa meia hora, o estudante deve ter uma disciplina
militar!!! ...No período do aprendizado, o erro é inadimissível. Se errar a
penúltima nota de uma escala, por exemplo, o músico deve dar uma importância
vital para essa falha. Precisa voltar à escala e tocá-la mais devagar até que saia
perfeita. O erro serve para aprender e, por isso, durante o estudo, o aluno precisa
ser chato e exigente consigo mesmo. Agora, durante a festa, ele pode errar e dar
risada!!!"
Wander Taffo
"Copie nota por nota as músicas que você gosta. Quando eu tinha dez anos, tirei
de ouvido Black Magic Woman, do Santana, inteirinha. No meu caso. isso me
ajudou muito!!!"
Nuno Mindelis
"Escolha uma harmonia de uma canção que você já conheça e toque. Toque-a
diversas vezes procurando ouvir os baixos. Depois disso, cante os baixos
enquanto toca a melodia. Em seguida toque os baixos cantando a melodia."
Celso Brescia
"Aprenda a tocar guitarra com prazer e paciência. Não utilize tensão em nada
que você fizer. Existe um tempo para assimilar cada passo dado e esse tempo só
você poderá determinar. Tente construir 'seu mundo musical' ouvindo música,
procurando informações em livros, vídeo-aulas, shows, aprendendo acordes com
seu 'tio' que diz tocar violão etc... Procure sempre orientação de músicos
experientes. Toda forma de informação é válida, pois ela vai formar seu conteúdo
musical filtrado e personalizado."
Santos
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HARMONIA
O INSTRUMENTO
10. O violão e a guitarra são instrumentos harmônico-melódicos, ou seja, eles são
utilizados para executar acompanhamentos (harmonia), solos (melodias) ou
ambos simultaneamente.
É importante acostumar-se com as nomenclaturas, não só do violão e da
guitarra, mas da música em geral, pois elas são muito ultilizadas.
CONCEITOS BÁSICOS DE MÚSICA
RITMO- É a ordem a que obedecem os sons em valores de duração variáveis
dentro do discurso musical. O ritmo é a primeira condição da música e o fator
mais importante. Por exemplo: A mesma música (melodia e harmonia) pode ser
executada em diferentes ritmos, o que daria características completamente
distintas a cada execução.
MELODIA- É uma sucessão de sons (isolados) em alturas e valores diferentes que
obedecem a um sentido lógico musical. A melodia é a identificação da música por
excelência. Por exemplo: No caso da música acima, mesmo em diferentes ritmos
e até com outras harmonias reconheceríamos a música por causa de sua
melodia, que seria a mesma.
HARMONIA- Se colocarmos melodia sobre melodia (diferentes) obteremos um
conjunto de sons que chamamos de harmonia; ela faz o acompanhamento da
melodia principal na forma de acordes, que como veremos para frente, são
conjuntos de três ou mais notas tocados simultaneamente.
AS NOTAS MUSICAIS
Na música chamada"ocidental", os sons foram divididos em intervalos que
chamamos de semitom, onde um ouvido, mesmo destreinado, consegue
reconhecer a diferença de altura entre uma nota e outra. Com esta divisão
surgiram 12 sons. Destes 12 sons, 7 notas receberam nomes diferentes e as
outras 5 estes mesmos nomes acrescentados de sinais, que chamamos de
acidentes. as 7 notas são:
DÓ - RÉ - MI - FÁ - SOL - LÁ - SI
Antes de falarmos dos acidentes temos que ver os conceitos de tom e semi -
tom.
SEMITOM é o menor intervalo (altura) entre duas notas musicais. No violão
eqüivale a ir de uma casa a outra no braço.
TOM- é o intervalo equivalente à soma de dois semitons. No violão deve-se pular
uma casa entre uma nota e outra.
11. Vejamos então os acidentes:
b BEMOL - Baixa a altura da nota em um semitom.
bb DOBRADO BEMOL - Baixa a altura da nota em
# SUSTENIDO - Eleva a altura da nota em um semitom.
## DOBRADO SUSTENIDO - Eleva a altura da nota em
Exemplo: A nota ré elevada em um semitom chama-se ré sustenido. A mesma
nota ré diminuída em um semitom chama-se rébemol. O dobrado bemol e
dobrado sustenido são raramente usados.
No esquema a seguir temos o quadro completo dos 12 sons. Note que por
exemplo, no semitom entre o dó e o ré temos o sustenido e ré bemol. Quando a
mesma nota possui nomes diferentes e a mesma altura damos o nome de nota
enharmônica.
Os 12 sons:
C C# D D# E F F# G G# A A# B
Db Eb Gb Ab Bb
NOTAS NO VIOLÃO/GUITARRA
Em ambos contamos as seis cordas de baixo para cima, ou seja, a primeira corda
é a mais fina e a sexta corda a mais grossa.
Cada uma das cordas é uma nota, a saber:
1- corda - MI
2- corda - SI
3- corda - SOL
4- corda - RÉ
5- corda - LÁ
6- corda - MI
Para saber as outras notas deve-se ir andando em semitons ou tons. Por
exemplo: A primeira corda solta é a nota mi. Se tocarmos a nota da primeira
casa, teremos andado um semitom encontrando a nota fá. Se andarmos agora
um tom, tocaremos a nota da terceira casa e acharemos o sol. Mais um tom e
teremos o lá, e assim por diante. O esquema é igual para todas as cordas.
12. Para facilitar temos abaixo a disposição de tons e semitons das 7 notas naturais,
que formam o que chamamos de escala maior. Veremos escala com mais
detalhes adiante.
DO RE MI FA SOL LA SI DO
Tom Tom Semi Tom Tom Tom Semi
tom tom
POSIÇÃO DAS MÃOS
A mão esquerda deve se colocar de maneira que o polegar fique no meio do
braço dando apoio aos demais dedos. Estes quando tocam as notas, devem fazê-
lo apertando as cordas um pouco antes dos trastes e não devem se distanciar
muito do braço do instrumento. Para efeito de exercícios chamaremos os dedos
da mão esquerda por números: indicador 1, médio 2, anular 3, mindinho 4.
A mão direita deve ficar "solta" sobre as cordas, com o antebraço relaxado.
Chamaremos os dedos de :
p - polegar, i - indicador, m - médio, e a- anular. Na execução de melodias,
alternaremos
o indicador e o médio, e para o acompanhamento com dedilhado, ou batida,
utilizaremos todos os dedos.
Na guitarra utiliza-se a palheta, que pode ser usada no violão também.
Aconselha-se manter sempre as unhas da mão direita mais compridas e lixadas,
para dar mais brilho no toque.
CIFRA / TABLATURA
Cifra é um padrão mundial de escrita das notas musicais. As notas que vimos a
pouco serão agora representadas por letras. É essencial que se tenha isso
decorado. Os acidentes são escritos depois da letra. Exemplos abaixo .
DO - C RÉ - D MI - E FÁ - F SOL - G LÁ - A SI - B
Quando houver acidente teremos : C#, D#,Bb etc...
tablatura é um sistema de escrita simplificado para violão, guitarra e baixo.
Teremos 06 linhas que correspondem às cordas, sendo a primeira linha a
primeira corda, e os números correspondem às casas onde as notas devem ser
tocadas. Os números que aparecem fora das linhas, são os dedos que se deve
utilizar (digitação). Exemplo:
Toque a terceira corda solta; na casa 2; a segunda corda solta; na casa1; na casa
3; a primeira corda solta; na casa1 e na casa 3.
13. A partir de agora tudo virá escrito em cifras e tablatura.
ESCALA
Escala é uma sucessão de sons que se distribuem em tons e semitons. A escala
pode ser Cromática (quando tocada em semitons) e diatônica (quando tocada em
tons e semitons).
O estudo constante das escalas contribuem efetivamente para o
desenvolvimento auditivo; conhecimento das posições das notas em todo o braço
e o desenvolvimento mecânico das mãos.
Devemos ter em mente que toda melodia está baseada sempre em algum tipo
de escala.
Existem vários tipos de escala, mas estudaremos a princípio a escala maior, que
já mencionamos.
Independente de que nota se comece, a escala maior terá sempre a seguinte
disposição de tons e semitons :
T T ST T T T ST
Temos abaixo as principais digitações ( modo como se posicionam os dedos no
braço) da escala maior. A primeira tem tônica ( Nota que dá nome à escala) na
sexta corda e a segunda tem a tônica na quinta corda. Nos exemplos abaixo a
primeira escala é de G e a segunda de C. Se quisermos a escala de A por
exemplo, é só tocar a mesma digitação da primeira escala começando da casa 5,
onde é a nota A.
Portanto sabendo de cor as digitações, podemos tocar as 12 escalas maiores por
todo o braço.
INTERVALOS
Intervalo é a diferença de altura entre dois sons. Se tocarmos um C e um E por
exemplo, haverá um intervalo de 2 tons entre as duas notas. Tocadas ao mesmo
tempo, teremos um intervalo harmônico; se tocadas uma após a outra teremos
um intervalo melódico. A nomenclatura do intervalo é denominada de acordo
com o número de notas existente entre a primeira (inclusive) e a última
(inclusive). Ex: entre o C e o E há 3 notas ( o C, o D e o E), portanto este intervalo
é chamado de terça. Entre o C e o A o intervalo será de sexta, e assim por
diante. Além da classificação numérica (segunda, terça, etc.), os intervalos
possuem uma classificação qualitativa, referentes a semitons que podem ser
adicionados ou subtraídos do intervalo. A saber: Maiores, Menores, Justos,
Diminuídos e Aumentados. Os dois grupos básicos são os Maiores e os Justos,
sendo as outras denominações decorrentes de alterações de semitom nos dois
14. grupos. Importante: um intervalo Maior nunca será Justo e vice-versa. Observe
abaixo o que acontece quando um intervalo é alterado:
1 Semitom Acima Aumentado Aumentado
INTERVALO MAIOR JUSTO
1 Semitom Abaixo Menor Diminuido
Ex: O intervalo do C para o E é de terça Maior. Se alterarmos o E para Eb, o
intervalo passa a ser de terça Menor, pois ele perdeu um semitom. Se alterarmos
o E para E#, o intervalo ganha um semitom e passa a ser terça Aumentada.
Vejamos agora os intervalos na escala maior, onde distinguiremos onde estão os
intervalos Maiores e Justos. Lembrando que este exemplo, na escala de A, se
repete nas outras 11 escalas :
GRAUS I II III IV V VI VII VIII
NOTAS A B C# D E F# G# A
INTERV. 2M 3M 4J 5J 6M 7M 8J
INT.2ª 8va. 9M 3M 11J 5J 13M 7M 8J
Observe que na segunda oitava 3 intervalos mudam de nome, e os demais
permanecem inalterados. Na realidade não é comum no meio musical dizer
intervalo de décima maior ou décima segunda justa. Os intervalos de 9ª, 11ª e
13ª são constantemente encontrados como dissonância nos acordes, como
veremos adiante.
Temos então:
Intervalos MAIORES: 2, 3, 6 e 7
Intervalos JUSTOS : 4, 5 e 8
Vejamos agora os intervalos no braço do instrumento. Temos todos os intervalos
nas duas digitações de escala maior.
O estudo dos intervalos é importante para o desenvolvimento do ouvido e
essencial para compreender toda a teoria musical.
CICLO DAS 5as
O ciclo das 5-as. vai nos mostrar a ordem de aparecimento dos sustenidos nas
escalas maiores. A partir de C maior, que não tem acidentes, pegamos sempre o
quinto grau para formar a próxima escala, que ganhará um novo sustenido no
sétimo grau.
15. As notas do sétimo grau que forem ganhando sustenidos, se repetem nas escalas
posteriores. Teremos ao final a ordem das notas onde aparecem os sustenidos.
GRAUS I II III IV V VI VII VIII
NOTAS C D E F G A B C
1# G A B C D E F# G
2# D E F# G A B C# D
3# A B C# D E F# G# A
4# E F# G# A B C# D# E
5# B C# D# E F# G# A# B
6# F# G# A# B C# D# E# F#
7# C# D# E# F# G# A# B# C#
A ordem do aparecimento dos sustenidos, que foi no sétimo grau das escalas é:
( FA-DO-SOL-RE-LA-MI-SI)
Para saber quantos acidentes tem cada escala e quais são, proceda da seguinte
forma:
1) Conte a partir de C, em quintas e descubra quantos acidentes tem a escala.
2) Se você procurou E por exemplo, já descobriu que ela tem 4 sustenidos. Para
saber
quais são, basta ter decorado a ordem de aparecimento dos sustenidos e ver
quais são
as quatro primeiras notas: FA-DO-SOL-RE.
3) E se você prestar atenção, vai reparar que a ordem das quintas, a partir de C,
também está na ordem de aparecimento dos sustenidos. Portanto é fundamental
decorar esta ordem.
IMPORTANTE : TODAS AS NOTAS NATURAIS, COM EXCEÇÃO DO FÁ, ESTÃO NO
CICLO
DAS 5as.
CICLO DAS 4as
O ciclo das 4as. nos dará a ordem de aparecimento dos bemóis nas escalas
maiores.
A partir de C Maior, pegamos o quarto grau para formar as próximas escalas, e os
bemóis também aparecerão no quarto grau. Vejamos então:
GRAUS I II III IV V VI VII VIII
16. NOTAS C D E F G A B C
1b F G A Bb C D E F
2b Bb C D Eb F G A Bb
3b Eb F G Ab Bb C D Eb
4b Ab Bb C Db Eb F G Ab
5b Db Eb F Gb Ab Bb C Db
6b Gb Ab Bb Cb Db Eb F Gb
7b Cb Db Eb Fb Gb Ab Bb Cb
A ordem de aparecimento dos bemóis é:
(SI-MI-LA-RE-SOL-DO-FA)
Observe que é a ordem inversa dos sustenidos, portanto decorando a primeira
ordem você já saberá esta.
Para saber quantos acidentes tem cada escala e quais são proceda da seguinte
forma:
1) Siga a ordem até a escala que você procura e conte mais uma nota. Ex: Se
você pro-
cura Eb, ela terá 3 bemóis, SI-MI-LA. Ë mais simples que os sustenidos.
ORDEM DOS SUSTENIDOS ( FA-DO-SOL-RE-LA-MI-SI )
ORDEM DOS BEMÓIS (SI-MI-LA-RE-SOL-DO-FA )
FORMAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS ACORDES
Quando ouvimos um intervalo harmônico (duas notas tocadas simultaneamente)
já podemos o analisar como um acorde. Os acordes são formados por um
empilhamento de terças a partir de uma tônica, que chamamos de tríade. O
acorde de C, por exemplo, é formado pelas notas C, E e G. C é a tônica, E terça
de C e G terça de E. Se continuarmos a empilhar as terças, viriam o B, o D, etc.,
que são as dissonâncias acrescentadas à tríade.
As tríades se classificam da seguinte forma:
MAIORES - T 3 5
17. MENORES - T 3b 5
AUMENTADAS - T 3 5+
DIMINUTAS - T 3b 5b
SUSPENSAS - T 4 5
Nos acordes mais usados (maiores e menores) note que a única diferença é o
intervalo de terça.
As dissonâncias são notas acrescentadas à tríade principal, que dão mais brilho
ao acorde. Caso o acorde tenha muitas dissonâncias, podemos omitir a 5, mas
devemos manter sempre a T e a 3. Vamos a um exemplo: Temos um acorde de
G, com pestana, na 3 casa da 6 corda; vamos transformar este acorde: G menor
com 7 e 9. Primeiro- a terça deve ser deslocada um semitom para trás para o
acorde ficar menor: tire o dedo dois da digitação. Segundo- para colocar a sétima
vamos tirar uma das tônicas do acorde (lembrando que esta digitação possui três
tônicas e podemos omitir duas); tire o dedo quatro da digitação. Terceiro- para
colocar a 9 vamos omitir outra tônica do acorde; coloque o dedo quatro na
primeira corda, quinta casa (nota A). Neste caso não foi necessário omitir a 5 do
acorde.
As dissonâncias mais comuns são a 7, 7M, 9 e 13. Antes de ver algumas
digitações analisadas, é necessário abordar como cifrar os acordes:
C - acorde maior
Cm - acorde menor
C maj7, C 7+ ou C 7M - acorde maior com sétima maior
C 7 - acorde maior com sétima (menor)
C sus - acorde suspenso
C + - acorde aumentado
C o - acorde diminuto
As demais dissonâncias, quando aparecem sem sinais são maiores ou justas.
Quando aparecer o sinal - ou b, a dissonância é menor ou diminuída.
Quando aparecer o sinal + a dissonância é aumentada (com exceção da sétima,
como vimos acima)
Exemplos:
Em6 - Mi menor com sexta
A 7/9+ - Lá com sétima e nona aumentada
G 7/13b ou G 7/13- - Sol com sétima e décima terceira menor
TONALIDADE E FUNÇÃO DOS ACORDES
Como já vimos, uma melodia costuma se desenvolver utilizando as notas de uma
escala .
Os acordes que acompanham esta melodia são formados das mesmas notas da
escala (este conceito tradicional de harmonia é pouco utilizado hoje em dia, onde
a harmonização das músicas é mais livre, sem prender-se em regras específicas,
porém isto depende muito do estilo musical) e cada acorde tem função específica
18. na música. A esse conjunto de funções dos graus da escala e dos acordes sobre
eles formados, dá-se o nome de tonalidade. O tom da música recebe o nome da
escala que é construída a melodia. Por exemplo: Se a melodia de um trecho
musical foi construída sobre a escala de Bb, dizemos que a tonalidade deste
trecho é de Bb, ou que este trecho "está" em Bb.
Cada nota da escala maior também gera uma nova escala, criando desta
maneira 7 modos (7 maneiras diferentes de você tocar a mesma escala maior),
que se chamam modos gregorianos. Cada modo possui um nome, e gera um tipo
de acorde. Os acordes gerados pelos modos formam o Campo Harmônico Maior.
CAMPO HARMÔNICO DE A MAIOR
Independente da escala em questão, um Campo Harmônico Maior gera sempre
os mesmos tipos de acordes para cada grau:
Imaj7 IIm7 IIIm7 IVmaj7 V7 VIm7 VIIm7/5-
As funções principais estão nos graus I, IV e V (acordes maiores) que são:
Grau I - TÔNICA - Função de repouso, resolução (geralmente é o primeiro e o
último acorde da música)
Grau IV - SUBDOMINANTE - Ë um acorde de meia tensão, geralmente ponte entre
os graus I e V
Grau V - DOMINANTE - Função de tensão, é o acorde que pede resolução.
Os demais acordes (menores) são relativos dos três principais, ou seja, podem
substituir os acordes maiores, obedecendo as mesmas funções tonais:
Grau IIm - relativo do IV
Grau IIIm - relativo do V
Grau VIm - relativo do I
Grau VIIm5- - relativo secundário do V
Chamamos de relativos os acordes que possuem notas em comum. Por exemplo:
O acorde de C possui as notas C, E e G, e seu relativo menor (Am) possui as
notas A, C e E e se acrescentarmos a sétima ele passa a ter a nota G também.
Todo acorde maior tem seu relativo menor e vice-versa. Os relativos menores são
sempre o sexto grau da escala do acorde maior (como no exemplo acima C e
Am) e o relativo maior dos acordes menores é o inverso, ou seja, o terceiro grau
menor da escala do acorde menor (modo eólio). Por exemplo: o relativo maior de
C#m é E (Terça menor do acorde de C#m).
Portanto, na prática, as músicas tonais são sempre formadas pelas 3 funções -
Tônica, Subdominante e Dominante - mas os 3 principais acordes são
constantemente substituídos por seus relativos.
Na música atual é muito comum termos mais de uma tonalidade na mesma
música(o que chamamos de modulação ), ou ainda composições onde os acordes
são escolhidos aleatoriamente, combinando com as notas de repouso e com os
trechos melódicos (o que chamamos de música modal).
19. Veremos agora as dissonâncias que podem ser acrescentadas em cada acorde do
Campo Harmônico:
Grau I - 7M, 9 e 6
Grau II - 7, 9, 6 e 11
Grau III - 7 e 11
Grau IV - 7M, 9, 6 e 11+
Grau V - 7, 9 e 13
Grau VI - 7, 9, 11 e 6b
Grau VII - 7, 9b ou 11 (este acorde já possui 5- )
Independente dos acordes usados, toda música possui as três funções
harmônicas. Mais importante do que analisar de onde vêm os acordes, ou porque
tal acorde foi utilizado, é conseguir reconhecer pelo ouvido as funções, o que dá
ao músico incrível liberdade, principalmente na hora da improvisação. O treino do
ouvido musical (percepção) é tão importante (senão mais) quanto o estudo
teórico e prático, e deve ser levado à sério tanto quanto os outros. E lembre-se: a
única maneira de se tornar um bom músico é tendo disciplina e regularidade de
estudo, para que você possa sempre estudar simultaneamente um pouco de
cada área e crescer por igual.
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Truques & Macetes para Solos
Para quem já tem um certo nível de aprendizagem este método servirá para
aprimorar ainda mais o seu desenvolvimento musical, e quem sabe, até lhe tirar
algumas dúvidas quanto à técnicas. Mas para quem não sabe ainda solar, este é
o maior estudo de solo que você não pode passar nem se quer um segundo sem
executar cada exercício.
A seguir você verá que destaco as mais variadas formas de incrementar seus
solos, além do mais explico cada passo dos truques, ou seja, como aplicá-los,
onde aplicá-los e desvendo para você numa forma simples a estrutura de cada
frase.
Tudo isso é para ser aproveitado e executado nas mais diversas situações.
Para começar nosso estudo coloquei no Ex. A1 uma seqüência ascendente
dentro da escala de C, mas esta seqüência possui algo de comum em cada bloco
20. de notas. Observe que cada bloco contém 2 grupos, sendo o primeiro grupo
constituído das notas G-A e o segundo grupo A-G. Visivelmente é bem notável
que o segundo grupo é a repetição do primeiro, porém invertido e além do mais
num intervalor de oitava "acima".
G - A
2M ascendente
A - G
uma oitava acima "invertida"
A princípio seria essa a estrutura deste simples truque. É importante
conhecer bem as oitavas de todas as notas (no braço da guitarra), no Ex. A1
destaco inversões ascendentes na escala de C em 3 oitavas, na qual será muito
usado no decorrer do estudo.
Este truque funciona muito bem e dá um ótimo resultado na resolução do solo,
mas isso não quer dizer que não pode ser modificado, podemos ainda
incrementar mais.
No primeiro bloco do Ex. A1 as duas primeiras notas do grupo possuem um
intervalo de 2M (Segunda maior G-A), porém este intervalo poderá ser alterado
(terça maior; quarta justa etc.) ou até mesmo ser invertido (ascendente ou
descendente). Pegue o Ex. A2 e observe que os grupos são descendentes e (em
relação um ao outro) não foram invertidos, somente executados repetitivamente
com uma diferença de oitava, observe também que o truque foi feito com uma
divisão rítmica que se encaixa do quarto tempo do 1º compasso para o primeiro
tempo do 2º compasso (ponto 1), em fim, os grupos neste exemplo são
descendentes, isso prova que é possível inverter a seqüência de ascendente para
descendente.
A - G
2M descendente
A - G
uma oitava acima "idêntica"
Neste mesmo exemplo temos no terceiro compasso a execução deste
mesmo truque, porém em outra divisão rítmica numa seqüência ascendente com
intervalo de Terça maior (ponto 2).
Já neste caso os grupos tornaram a ser invertidos, o primeiro grupo ascende
e o segundo descende, também é alterado o intervalo dos mesmos "uso uma
terça maior".
F - A
3M ascendente
A - F
21. uma oitava acima "invertida"
Independente de qual seja o intervalo das notas pode-se aplicar o truque.
É importante salientar-mos um pouco sobre a divisão. Veja que no ponto 2 o
"F" é anacruze do segundo tempo, onde o terceiro tempo é dividido pela
execução de duas notas "A" com duração de colcheias numa diferença de uma
oitava ascendente, até cairmos novamente num tético "F" com intervalo
(distância) de uma oitava do primeiro (observe a PARTITURA).
No Ex. A3 temos o truque dispensado em tercinas na qual dá um ótimo e
perfeito resultado (ponto 3), observe que o truque preenche o terceiro e quarto
tempos do compasso e é executado por quatro sons, sendo estes sons tirados de
apenas duas notas: C - D e D - C, porém o primeiro C possui um tempo de
semínima, restando apenas três notas na qual foi aplicado a tercina.
Este tipo de divisão funciona muito bem, embora não se destaca muito o
movimento do truque, pois passa pelas notas com um tanto de obscuridade,
tanto é que se na execução deste truque (nesta divisão) não estiver-mos ligados
no sentido melódico do solo, é capaz de passar por nós sem perceber-mos que
foi executado tal truque. Podemos esclarecer ainda mais, observe que a maior
parte das notas do truque são executadas em tempo rápido, ou seja, as três
últimas notas do truque são executadas em apenas um tempo (tercinas), e é isso
que deixa um tanto de dificuldade para desvendar-mos tal truque.
Mas com tudo isso torno a dizer que o truque em tercinas funciona muito
bem porque a tercina conclui o truque, pois após o primeiro C é completado o
restante do truque, não dando tempo para apoiar-se em alguma nota do mesmo,
restando a seguir somente outro ponto na qual deve apoiar-se para harmonizar
com a base do solo. Neste mesmo exemplo encontramos o truque começando já
em tercinas (ponto 4), já neste caso o truque usa o último A para apoiar-se num
tempo de mínima. Se observar-mos bem o ponto 4 tem uma função de
finalização, veja que a frase acaba no A grave, usei o truque neste caso somente
para não deixar um final vazio, dando término na mesma nota, ainda podemos
concluir neste caso que o truque foi usado somente como uma forma de chegar-
mos até outra nota "A".
A - C
3m
C - A
oitava acima (invertido)
Seria muito bom se analisar-mos ainda mais este ponto. Veja que as três
primeiras notas são tercinas, restando então apenas a última nota (A) para
apoiar-se, sendo esta nota integrante do truque. Se ainda formos mais além
veremos também que o intervalo do grupo foi alterado, usei uma terça menor
22. (3m), ascendendo as duas primeira notas e descendendo as duas segunda notas.
Quero somente te alertar que ao usar notas de apoio para harmonização do solo
com a base, é necessário ter em mente a tríade do acorde na qual esta sendo
usado no momento do solo, pois bem, o ponto 4 escrevi em cima do acorde Am7,
e obviamente deveria apoiar-se em uma das notas triádicas de Am7, na qual usei
a própria tônica do acorde num tempo de mínima.
A seguir temos ainda no Ex. A4 o truque executado mas na ordem inversa
das notas, também dá um bom resultado, embora é menos percebido ainda, mas
não deixa de ser um bom argumento para incrementar seu improviso. Usei neste
caso (ponto 5) um intervalo de oitava justa e inverti os grupos, ou seja, um grupo
ascende oito notas e outro descende oito notas.
C - C
ascende oito notas
B - B
descende oito notas
O truque é dispensado em colcheias que ao iniciar puxa logo um C anacruze
(ponto 5) do terceiro tempo do compasso e ao terminar rouba uma colcheia do
segundo compasso (nota B), e o mesmo desenho adaptei no final do segundo
compasso (ponto 6), e por isso digo que todo truque, macete ou técnica
aprendida tem muito valor para um guitarrista (músico em geral), você poderá
até concretizar um bom e perfeito solo na qual usa somente truques de
seqüência, de divisão rítmica ou até de digitação, basta pegar toda essa matéria
e valorizar o conteúdo e estudar diferentes aplicações destas inversões nas mais
diversas tonalidades, não fique somente nestes exercícios, crie os seus !
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DICAS DE ESTUDOS
Recomendação - Procure sempre um lugar calmo e quieto para estudar, e não
use nenhum tipo de efeito na guitarra, pois, os efeitos podem mascarar seus
erros. Execute tudo bem devagar até que você decore as digitações, depois, vá
aumentando a velocidade gradativamente até o seu limite. Se possível, utilize
um metrônomo durante o estudo. Quando você errar, não continue do ponto
onde parou, recomece o exercício desde o início sempre, isto garante que você
supere o erro e fixe melhor todo o movimento. Nunca desanime, lembre-se,
ninguém nasceu sabendo.
23. Escalas - O aprendizado de escalas é muito importante para o seu
desenvolvimento como guitarrista. Ao estudar uma escala, tenha em mente que
o principal é a digitação. Uma mesma escala pode ser usada em vários pontos do
braço, por exemplo, a escala natural de " F ", você pode executar a sua digitação
começando por qualquer casa do braço, basta respeitar os intervalos e estará
correto. Qualquer outra escala pode ser usada da mesma maneira, não
importando qual seja. Execute as escalas sempre em vários pontos do braço, isto
dará a você uma gama maior de estilos para explorar. Consulte a régua de
escalas e você terá uma boa idéia de como se utilizar destes recursos.
Exercícios - Pratique os exercícios sempre lentamente, e depois vá aumentando
a velocidade. Para se tocar rapidamente, o segredo é praticar bem devagar.
Desta forma, você aprenderá melhor todas as digitações propostas e conhecerá
mais profundamente o braço do instrumento. Praticando lentamente e
aumentando a velocidade gradativamente é a melhor maneira de se adquirir
velocidade. Existem exercícios específicos para você praticar, escolha o que vier
de encontro às suas dificuldades e vá passando de um para outro até se sentir
satisfeito com a sua performance, não importa a ordem, o importante é que você
faça todos eles corretamente.
Licks - Os licks são pequenos pedaços de solos, pratique-os até a exaustão,
quanto mais melhor. Comece sempre lentamente, execute o lick até conseguir
decorá-lo, depois aumente a velocidade até o seu limite. Com o tempo você
conseguirá tocá-lo rápida e perfeitamente. Uma boa dica é você tentar compor os
seus próprios licks. Demora um pouco para você conseguir, mas desta forma, a
prática vai levar você a fazer licks facilmente, e tirar deles boas idéias para seus
solos.
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ORGANIZE SEU TEMPO
Você pode imprimir esta página e tirar cópias para montar sua planilha pessoal
de estudo.
Esta "Planilha de Estudo" foi desenvolvida para ser um guia que pode variar de
pessoa para pessoa, dependendo de seu nível de habilidade, aptidão para
aprender e tempo disponível para praticar. A idéia principal é oferecer um plano
de estudo organizado com objetivos definidos.
Sugestão: 3 horas por dia, 5 dias por semana.
Sempre antes de cada sessão, devem ser realizados 5 a 10 minutos de
exercícios de aquecimento.
Assunto
Tempo recomendado
Seu tempo
Notas no braço do instrumento
24. 15 min.
Escalas
15 min.
Pausa 5 min.
Estudo de intervalos 15 min.
Arpejos 15 min.
Pausa 5 min.
Acordes 15 min.
Leitura 30 min.
Pausa 5 min.
Improvisação
Tocar/ouvir músicas 50 min.
Tempo total: 2 h e 50 min
O tempo dedicado a cada um dos tópicos pode variar de acordo com as
habilidades de cada indivíduo, entretanto aconselha-se manter o tempo dedicado
ao estudo de leitura.
Lembre-se, estude com disciplina. Perseverança é a chave do sucesso.
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A IMPORTÂNCIA DA TÉCNICA
Hoje em dia existe uma grande controvérsia com relação a técnica/feeling de um
músico. É realmente verdade que um cara que tem uma técnica muito apurada
não tem feeling o suficiente e vice-versa? Qual a verdadeira importância de se
ter uma boa técnica?
Imagine a seguinte situação: você está no palco tocando e na hora do solo, você
se inspira e começa a ouvir dentro de sua cabeça um solo maravilhoso. As
primeiras notas bem compridas, com um feedback orgásmico. Então você toca o
que você escuta. Fica muito legal... você se empolga, a banda também, o público
adora. Depois, você começa a ouvir umas frases pentatônicas e, graças as vídeo-
aulas que você comprou e ao tempo gasto utilizado para estudar aquelas frases o
som sai bacana. Mais uma vez, você se empolga e junto vão o público e a banda,
que agora passa para um groove mais pesado, crescendo junto com seu solo.
Ouvindo o som da banda crescendo, agora a tua cabeça começa a ouvir umas
frases com uma avalanche de notas rápidas, acrescentadas com uns toques de
wah-wah (aquele que você acabou de comprar e estava doido para estrear),
usando muito a alavanca para esticar as cordas até a morte, uma verdadeira
explosão.
Pois é, na cabeça estava tudo fácil. Mas na hora de botar em prática... a mão
esquerda não acompanhou, a palhetada falhou, os arpejos não saíram, deu tudo
errado. A capacidade física não foi suficiente para botar para fora toda aquela
musicalidade que há em você.
25. Talvez essa seja a resposta do verdadeiro motivo para se ter uma boa técnica:
usá-la para conseguir executar a música que esta em você. Ter mãos preparadas
para pôr pra fora, através do seu instrumento, toda a sua musicalidade, ou seja,
tudo aquilo que faz parte de seu mundo musical.
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HARMONIA FUNCIONAL
Formação da Escala de Acordes (Tons maiores e menores)
Tônica / 3ª / 5ª / 7ª (sempre tomando por base o Tom da música)
Escala Maior - Qualquer Tom
1ª MAIOR / 2ª menor / 3ª menor / 4ª MAIOR / 5ª MAIOR c/ SÉTIMA / 6ª menor / 7ª
menor c/ 7ª e 5ª bemol
Exemplo:
C7+ / Dm7 / Em7 / F7+ / G7 / Am7 / Bm7/5b
Escala Menor Natural - Qualquer Tom
1ª menor / 2ª menor c/ 7ª e 5ª bemol / 3ª MAIOR / 4ª Menor / 5ª Menor c/
SÉTIMA / 6ª MAIOR / 7ª MAIOR
Exemplo:
Am7 / Bm7/5b / C7M / Dm7 / Em7 / F7M / G7
Escala Menor Harmônica - Qualquer Tom
1ª menor c/ 7ª MAIOR/ 2ª menor c/ 7ª e 5ª bemol / 3ª MAIOR com 5ª sustenida /
4ª c/ sétima / 5ª c/sétima / 6ª MAIOR / 7ª Diminuta
26. Exemplo:
Cm7M / Dm7/5b / Eb7M/5# / F7 / G7 / Ab7M / Bº
Escala Menor Melódica - Qualquer Tom
1ª menor c/ 7ª MAIOR/ 2ª menor c/ sétima / 3ª MAIOR com 5ª sustenida / 4ª c/
sétima / 5ª c/sétima / 6ª menor c/ 7ª e 5ª bemol / 7ª menor c/ 7ª e 5ª bemol
Exemplo:
Cm7M / Dm7 / Eb7M/5# / F7 / G7 / Am7/5b / Bm7/5b
Exemplo de Análise harmônica
C7+/9 / Am7/4 / Dm7/9 / Gsus4 ou G7/4/9
I 7M(9) à VI 7/4 à II 7(9) à V 7/4/9
Lembre-se:
Os conceitos aqui aplicados sobre "harmonia funcional", devem ser praticados
em todas as tonalidades.
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