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MERCE CUNNINGHAM 
Prof. Marcos Ramon - marcosramon@gmail.com
MERCE 
CUNNINGHAM 
(1909-2009) 
Começou a estudar dança com 12 
anos. Dois encontros marcam sua 
formação artística: John Cage e 
Martha Graham. Afasta-se 
gradualmente das propostas 
técnicas e estéticas de Graham ao 
mesmo tempo em que intensifica 
sua colaboração com Cage.
Depois de dançar com Graham, Merce Cunningham radicalizou 
intensamente ao recusar as temáticas de narrativa dramática. 
“Cunningham rejeitou tanto a narrativa quanto a explicitação de 
estados psicológicos na formulação da concepção 
coreográfica” (BERGSON; AMORIM, 2000, p. 89). 
Em sua concepção, os movimentos do corpo em relação ao 
espaço e tempo já possuíam significação por si só. Cunningham 
afastou-se do drama e “começou a trabalhar com manipulações 
do movimento sem o compromisso com o enredo, com a 
caracterização de personagens ou com a dramaticidade.” (SILVA, 
E. R., 2005, p. 105).
CUNNINGHAM 
A forma sem uma relação com uma 
estória ou tema não foi necessariamente 
uma inovação de Cunningham: o 
coreógrafo russo George Balanchine 
(1904-1983) já havia experimentado 
rupturas semelhantes ainda na década de 
30, ao entrar no campo da abstração na 
dança. 
Cunningham, porém foi além de 
Balanchine ao desconstruir a relação do 
corpo com o tempo e o espaço em sua 
arte coreográfica.
1) qualquer movimento pode ser material para a dança; 
2) qualquer procedimento é válido como método de criação; 
3) qualquer parte ou partes do corpo podem ser usadas (sujeitas às limitações 
naturais); 
4) a música, figurino, cenografia, iluminação e dança tem cada qual sua própria 
identidade e lógica; 
5) qualquer dançarino da companhia pode ser solista; 
6) pode-se dançar em qualquer espaço; 
7) a dança pode ser sobre qualquer coisa, mas é fundamentalmente e 
primeiramente sobre o corpo humano e seus movimentos, começando com o 
andar. (CUNNINGHAM APUD SILVA, E. R. 2005, p. 21).
No balé clássico como eu o aprendi, e até mesmo nas minhas 
experimentações anteriores em dança moderna, o espaço era observado em 
termos de estágio proscênico, ou seja, era frontal. E se (como em minhas 
peças), você decide fazer qualquer ponto do palco igualmente interessante? 
Eu costumava ouvir que o centro do espaço seria o mais importante: aquele 
era o centro de interesse. 
Mas em várias pinturas modernistas, esse não era o caso e o senso espacial 
era diferente. Então, eu decidi abrir o espaço e considerá-lo por igual, e 
qualquer lugar, ocupado ou não, é tão importante como qualquer outro. 
Nesse contexto não é necessário se referir a um ponto preciso no espaço. 
E quando aconteceu de eu ler a frase de Albert Einstein: “Não há pontos 
fixos no espaço”, eu pensei, de fato, se não há pontos fixos no espaço então 
todo ponto é igualmente interessante e igualmente mutável. 
(CUNNINGHAM APUD LESSCHAEVE, 1998, p. 29).
CUNNINGHAM 
Ele afirma que suas danças não expressam 
nada além delas mesmas e que, em vez de 
contar uma história suas coreografias 
querem se concentrar nos fatos físicos do 
corpo - o que braços e pernas, tronco e 
cabeça podem fazer em relação à 
gravidade, ao tempo e ao espaço. (...). Os 
movimentos das danças de Cunningham 
enfatizam habilidades de desarticulação do 
corpo, combinando e recombinando as 
partes do corpo em uma variedade de 
maneiras. (FOSTER, 1986, p. 32)
• Outra forte ruptura espacial experimentada por Cunningham foi o 
deslocamento das apresentações que aconteciam na sala do teatro para 
outros ambientes, tais como estádios, galerias, museus, praças etc. Ele 
desarticula a dança do habitual espaço teatral para ambientes com 
menos restrições. Cunningham substituiu “o palco convencional italiano 
pelas mais inusitadas opções cênicas: topo de arranha-céus, 
estacionamentos, galerias de arte, praças, ringue de boxe.” (SILVA, E. R., 
2005, p. 105). 
• Cunningham, influenciado por John Cage, experimentou também uma 
relação diferenciada de independência entre musica e dança. Ele 
repensou a relação da dança com a música, libertando-a de sua sujeição 
à composição musical, característica comum nas produções de dança 
moderna norte-americanas. Os únicos pontos em comum entre som e 
movimento eram a simultaneidade das ações e o tempo discorrido.
Merce Cunningham: desconstruindo a dança

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Merce Cunningham: desconstruindo a dança

  • 1. MERCE CUNNINGHAM Prof. Marcos Ramon - marcosramon@gmail.com
  • 2. MERCE CUNNINGHAM (1909-2009) Começou a estudar dança com 12 anos. Dois encontros marcam sua formação artística: John Cage e Martha Graham. Afasta-se gradualmente das propostas técnicas e estéticas de Graham ao mesmo tempo em que intensifica sua colaboração com Cage.
  • 3. Depois de dançar com Graham, Merce Cunningham radicalizou intensamente ao recusar as temáticas de narrativa dramática. “Cunningham rejeitou tanto a narrativa quanto a explicitação de estados psicológicos na formulação da concepção coreográfica” (BERGSON; AMORIM, 2000, p. 89). Em sua concepção, os movimentos do corpo em relação ao espaço e tempo já possuíam significação por si só. Cunningham afastou-se do drama e “começou a trabalhar com manipulações do movimento sem o compromisso com o enredo, com a caracterização de personagens ou com a dramaticidade.” (SILVA, E. R., 2005, p. 105).
  • 4.
  • 5.
  • 6. CUNNINGHAM A forma sem uma relação com uma estória ou tema não foi necessariamente uma inovação de Cunningham: o coreógrafo russo George Balanchine (1904-1983) já havia experimentado rupturas semelhantes ainda na década de 30, ao entrar no campo da abstração na dança. Cunningham, porém foi além de Balanchine ao desconstruir a relação do corpo com o tempo e o espaço em sua arte coreográfica.
  • 7. 1) qualquer movimento pode ser material para a dança; 2) qualquer procedimento é válido como método de criação; 3) qualquer parte ou partes do corpo podem ser usadas (sujeitas às limitações naturais); 4) a música, figurino, cenografia, iluminação e dança tem cada qual sua própria identidade e lógica; 5) qualquer dançarino da companhia pode ser solista; 6) pode-se dançar em qualquer espaço; 7) a dança pode ser sobre qualquer coisa, mas é fundamentalmente e primeiramente sobre o corpo humano e seus movimentos, começando com o andar. (CUNNINGHAM APUD SILVA, E. R. 2005, p. 21).
  • 8.
  • 9.
  • 10. No balé clássico como eu o aprendi, e até mesmo nas minhas experimentações anteriores em dança moderna, o espaço era observado em termos de estágio proscênico, ou seja, era frontal. E se (como em minhas peças), você decide fazer qualquer ponto do palco igualmente interessante? Eu costumava ouvir que o centro do espaço seria o mais importante: aquele era o centro de interesse. Mas em várias pinturas modernistas, esse não era o caso e o senso espacial era diferente. Então, eu decidi abrir o espaço e considerá-lo por igual, e qualquer lugar, ocupado ou não, é tão importante como qualquer outro. Nesse contexto não é necessário se referir a um ponto preciso no espaço. E quando aconteceu de eu ler a frase de Albert Einstein: “Não há pontos fixos no espaço”, eu pensei, de fato, se não há pontos fixos no espaço então todo ponto é igualmente interessante e igualmente mutável. (CUNNINGHAM APUD LESSCHAEVE, 1998, p. 29).
  • 11. CUNNINGHAM Ele afirma que suas danças não expressam nada além delas mesmas e que, em vez de contar uma história suas coreografias querem se concentrar nos fatos físicos do corpo - o que braços e pernas, tronco e cabeça podem fazer em relação à gravidade, ao tempo e ao espaço. (...). Os movimentos das danças de Cunningham enfatizam habilidades de desarticulação do corpo, combinando e recombinando as partes do corpo em uma variedade de maneiras. (FOSTER, 1986, p. 32)
  • 12.
  • 13. • Outra forte ruptura espacial experimentada por Cunningham foi o deslocamento das apresentações que aconteciam na sala do teatro para outros ambientes, tais como estádios, galerias, museus, praças etc. Ele desarticula a dança do habitual espaço teatral para ambientes com menos restrições. Cunningham substituiu “o palco convencional italiano pelas mais inusitadas opções cênicas: topo de arranha-céus, estacionamentos, galerias de arte, praças, ringue de boxe.” (SILVA, E. R., 2005, p. 105). • Cunningham, influenciado por John Cage, experimentou também uma relação diferenciada de independência entre musica e dança. Ele repensou a relação da dança com a música, libertando-a de sua sujeição à composição musical, característica comum nas produções de dança moderna norte-americanas. Os únicos pontos em comum entre som e movimento eram a simultaneidade das ações e o tempo discorrido.