1. Resumo de microbiologia Diagnostica 1
1 – Fundamentos laboratoriais do diagnostico microbiológico
O diagnostico microbiológico :
- Auxilia no diagnostico e tratamento das doenças infecciosas, avalia e monitora a terapêutica antimicrobiana, ajuda
a controlar infecções hospitalares (determinando as medidas de controle das infecções).
- Determina o perfil de sensibilidade e avalia o surgimento de resistência antimicrobiana.
O medico deve: solicitar o exame qdo indicado, na requisição deve conter os dados que possam auxiliar o
laboratório, interpretar corretamente os resultados para instituir a terapêutica mais adequada, e sempre que
necessário comunicar-se com o laboratório.
O laboratório deve: coletar e transportar o material de forma adequada, identificar as amostras, selecionar as
técnicas mais adequadas para cada caso, emitir os laudos, auxiliar o medico na interpretação dos exames.
O laboratório de microbiologia deve se estruturar adequadamente para isolamento, identificação e perfil de
sensibilidade, avaliar a qualidade do material clinico coleta e ter critérios para rejeição das amostras.
Procedimentos iniciais em microbiologia clinica
Princípios – a semeadura primaria adequada é uma das mais importantes e fundamentais etapas da rotina na
microbiologia. Qdo a coleta é realizada em outro lugar (hospitais e clinicas) se deve observar data e horário da
coleta, natureza do material clinico, sitio anatômico da coleta. A escolha dos meios de cultura mais apropriados,
temperatura, atmosfera e tempo de incubação garantem o sucesso do diagnostico.
2. Resumo de microbiologia Diagnostica 2
Qualquer material pode ser processado para cultura: Urina, Fezes, Escarro, Lavado brônquico, Líquor, Esperma,
Fragmento de tecido, Líquidos orgânicos , Secreções em geral.
• COLETA E TRANSPORTE - os materiais devem ser coletados e enviados ao laboratório em meios de
transporte e/ou frascos adequados para cada tipo de material, de acordo com o exame solicitado. Alguns
exemplos são:
- Frascos de coleta com boca larga e tampa de rosca para coleta de fezes, urina ou escarro.
- Swab com meio Stuart ou AMIES para Isolamento de bactérias aeróbias e anaeróbias facultativas
- Swab com Meio de Stuart ou AMIES com carvão ativado – para isolamento de bactérias aeróbias e
anaeróbias facultativas, preferencialmente para isolamento de gonococos, hemófilos e pneumococos.
- Meio Cary Blair – conservante de fezes para isolamento de enteropatógenos
- Meio TSA em tubo – para o envio de cepas de microrganismos para exames complementares ou para
confirmação da identificação laboratorial.
Os meios de transporte são inertes, isto é, preservam a viabilidade dos microrganismos nas amostras e
evitam a proliferação bacteriana, mantendo assim a proporção e a quantidade dos diversos microrganismos.
Esses meios frequentemente contem Agar semi-solido que auxilia na preservação contra a dessecação dos
microrganismos. Alguns contem carvão ativado ou outra substancia com a finalidade de adsorver e remover agentes
tóxicos como ácidos graxos.
O meio de transporte preconizado por Aimes é uma modificação do meio Stuart, no qual o glicerofosfato de
sódio foi substituído por um fosfato inorgânico. A presença de glicerofosfato no meio Stuart possibilitava que
espécies poucos exigentes se multiplicassem (microrganismos contaminantes) alterando a proporção dos
microorganismos presentes, dificultando a recuperação dos microrganismos mais fastidiosos. O fosfato inorgânico
elimina o eventual crescimento de contaminantes. Não há fonte de carbono nem de energia nos meios de
3. Resumo de microbiologia Diagnostica 3
transporte, impossibilitando assim a multiplicação bacteriana durante o acondicionamento da amostra no meio,
independente da temperatura.
• Recebimento da amostra
– Verificar identificação
– Verificar o volume de amostra x exames solicitados
– Verificar se amostra foi coletada em meio de transporte, swab e/ou frasco apropriado
– Verificar se a amostra é adequada para o exame solicitado
• RECOMENDA-SE QUE TODO O PROCESSAMENTO INICIAL DE AMOSTRAS CLÍNICAS SEJAM REALIZADOS EM
CABINE DE SEGURANÇA BIOLÓGICA
• O ideal é semear imediatamente ou até 2h após coleta após o recebimento da amostra.
Técnicas microscópicas
A microscopia é a técnica mais comum utilizada para detecção de microrganismos diretamente de amostra clinicas e
para a melhor caracterização morfotintorial dos isolados em cultura.
Coloração pelo método de gram - metodologia utilizada para classificar as bactérias com base na morfologia e na
reação de coloração pelo método de gram. As bactérias podem ser gram positivas ou negativas de acordo com a
diferença na composição da parede bacteriana.
As bactérias gram positivas possuem uma parede espessa de peptideoglicano e grandes quantidades de acido
teicoico, o qual retem o corante inicial (cristal violeta), não sendo afetadas pela descoloração com álcool-acetona.
Com isso as células aparecem azul escuro.
As bactérias gram negativas possuem parede celular constituída de uma camada delgada (fina) de peptídeoglicano
que permite a descoloração do cristal violeta com álcool-acetona e posterior coloração com o corante de fundo,
safranina ou fucsina.
Resultado Cepa Resultado esperado
Gram negativo Escherichia coli Bacilos corados em rosa
Gram positivo Staphylococcus aureus Cocos corados em azul escuro ou violeta
Cultura (isolamento e identificação)
Os meios de cultura são preparações sólidas, semi-sólidas ou líquidas, simples ou complexas que se empregam no
laboratório para cultivar micro-organismos, constituindo ambientes artificiais que se assemelham tanto quanto
possível às condições naturais.
4. Resumo de microbiologia Diagnostica 4
• Selecionar o meio de cultura adequado
– Controle de qualidade do meio de cultura no uso
• Aparência, validade e ausência de contaminação
• Identificar os meios com informações de recuperação da amostra origem
• Não ocultar o nome nem a validade dos meios usados
5. Resumo de microbiologia Diagnostica 5
• Amostra em Swab – esfregaço e cultura – eluir swab em salina e utilizar para semear em esgotamento.
• Amostra de aspirados e exudatos – em seringa transferir para tubo estéril, homogenizar semear por
esgotamento, fazer esfregaço.
• Amostra de escarro – selecionar a porção mais purulenta ou sanguinolenta, preparar o esfregaço pela
coloração de gram, semear por esgotamento.
• Amostra de líquidos orgânicos – centrifugar, remover o sobrenadante e semear o sedimento, preparar
lamina.
• Amostra de fragmentos de biopsia de tecidos – transferir a amostra para placa estéril, fragmenta-la com
bisturi semear por esgotamento.
• Amostra de urina
Jato médio – homogenizar a amostra e semear com a alça, fazer esfregaço.
Primeiro jato – centrifugar, retirar o sobrenadante, semear o sedimento, preparar a lamina para
demarcação.
• Amostras ósseas – remover tecidos moles, transferir para o meio thioglicolato (THIO) que é um caldo.
• Amostra de fezes – semear em pequenas porções em meios apropriados por esgotamento. Transferir 4 a 5
porções para caldos enriquecidos.
Isolamentos
Técnicas de semeadura
Semeadura quantitativa em estrias com alça calibrada – com alça calibrada e flambada, faz o inoculo inicial
traçando uma linha central, em seguida são traçadas estrias verticalmente a esta linha central em zig-zag na
superfície do meio.
6. Resumo de microbiologia Diagnostica 6
Semeadura por esgotamento – descarregar o material na área 1 (podendo passar o próprio swab ou se for liquido
tocar com a alça flambada no material e espalhar na área 1), com a mesma alça tocar na área 1 e fazer estrias (área
2), em seguida tocar na área 2 e fazer estrias na área 3 de maneira bem ampla para se ter um bom is
isolamento
bacteriano.
Semi-quantitativa Cultura Qualitativa
7. Resumo de microbiologia Diagnostica 7
IDENTIFICAÇÃO
• MACROSCOPIA E MICROSCOPIA DAS COLÔNIAS
• IDENTIFICAÇÃO BIOQUÍMICA
• IDENTIFICAÇÃO SOROLÓGICA
• MÉTODOS MOLECULARES
Pag 58 do livro escanear
8. Resumo de microbiologia Diagnostica 8
Provas bioquímicas
Identificação laboratorial de Streptococcus
Características: são cocos gram positivos, que podem se apresentar isolados, aos pares ou
em cachos.
• Catalase – verifica a produção da enzima que cataliza a reação de transformação
do peróxido de hidrogênio em água e oxigênio gasoso. Deve se colocar uma gota
Deve-se
de H2O2 3% na lamina + 1 colonia. Se houver formação de bolhas o teste é
positivo.
• DNAse – verifica a produção da enzima que degrada DNA ou RNA. DDeve-se semear uma colônia em spot em
se
uma placa com DNA. Incubar a 35º - 37º por 24h em aerobiose. Revelar com HCL 1N.
• Coagulase – há duas formas ligada e livre
A forma livre é secretada extracelularmente e catalisa a
conversão de fibrinogênio em fibrina solúvel, promovendo
aglutinação dos estafilococos.
Colocar um inoculo denso em um tubo contendo plasma de coelho.
Incubar por 4h a 37ºC em aerobiose. Resultado positivo – formação
.
de coagulo, resultado negativo – incubar por mais 18
18-24h a
temperatura ambiente (pq na estufa pd haver produção de
ura
hemolisinas que dissolvem o coagulo).
• A forma ligada (“clumping factor”) esta na parede bacteriana e transforma fibrinogênio em fibrina
insolúvel diretamente.
Colocar uma gota de plasma de coelho + 1 suspensão densa. Observar aglutinação em 10seg. após esse tempo falso
suspensão
+.
9. Resumo de microbiologia Diagnostica 9
• Sensibilidade a novobiocina – verifica a sensibilidade ao
verifica-se
antibiótico
Deve-se preparar uma suspensao na escala 0,5 de M.F. com um swab
se swab,
semear em placa de Agar sangue e acrescentar um disco de novobiocina.
Incubar a 35º-37ºC por 18-24h em aerobiose. Medir o halo.
24h
Resultado: - Se o halo for >16mm sensível
- Se o halo for <16mm resistente -> S. saprophyticus
Sensibilidade
ilidade resultado
Catalase Coagulase
a novobiocina staphylococcus
+ + sensível S. aureus
+ - sensível S. epidermides
+ - sensível S. haemophylos
+ - Resistente S. saprophyticus
Obs.: Teste de DNAse positivo para s. aureus formação de halo
10. Resumo de microbiologia Diagnostica 10
Identificação laboratorial – Streptococcus
Características : São cocos gram +. Dispostos aos pares, catalase –, possuem algumas necessidades nutricionais: 35-
37ªC, 5 a 10% de CO2.
Apresentam hemólise em Agar sangue de carneiro (AS):
Alfa hemólise- lise parcial das hemácias – meio de cultura
fica esverdeado
Beta hemólise- lise completa das hemácias – meio de
cultura com halo transparente em torno da colônia.
Gama hemólise – ausência de hemólise – meio de cultura
sem alteração de cor.
TESTE BIOQUIMICOS:
• Teste de CAMP – faz a identificação presuntiva de estreptococos do grupo
beta hemoliticos (S. agalactiae).
Utiliza-se uma cepa de S.aureus produtora de beta hemolisina, faz um risco no
meio da placa.
Pega-se a bactéria a ser testada e faz se um risco horizontal sem encosta no risco
vertical de S. aureus. Alguma bactérias produzem uma prot extracelular (fator
camp) que age em sinergismo com a beta hemolisina gerando uma hemolise em
forma de seta.
• Prova PYR (pirrolidonil arilamidase) – identifica microrganismos que fazem hidrolise do pyr
Estreptococos do grupo A e
enterococcus.
Em caso +, a cor do meio fica
vermelha/Pink
11. Resumo de microbiologia Diagnostica 11
• Hidrólise de hipurato de sódio – capacidade da bactéria de
hidrolisar o hipurato de sodio em glicina e acido benzoico.
Revelação glicina – add reativo de ninhidrina – se + cor azul
escuro/roxo
Revelação de acido benzoico – add cloreto férrico – se + formação
de um precipitado abundante.
• Prova de bile-esculina – identificação de bactérias capazes de
crescer em meio contendo 40% de bile e hidrolizar a esculina em
esculetina.
A esculetina reage com os íons férricos presentes no meio e forma um
precipitado escuro (enterococcus faecalis)
• Prova de tolerância ao sal ou crescimento em NaCl 6,5% - o microrganismo é semeado em caldo NaCl 6,5% e
al
incubado por 18-24h. se houver crescimento teste é positivo.
24h.
• Prova de Sensibilidade à optoquina – diferencia S. pneumoniae
de outros estreptococcus do grupo viridans. Realiz
Realizado em AS
mede-se o halo de inibição
Resultado halo >14mm sensível – S. pneumoniae
Halo < 14mm resistente – outros provas de identificação
17. Resumo de microbiologia Diagnostica 17
ENTEROCOCCUS
Identificação de enterobacterias
As características iniciais que uma bactéria pertence a família Enterobacteriaceae é a presença de hemólise e
colônias de tamanho variável.
São bacilos ou cocobacilos gram negativos e são anaeróbios facultativos.
Caldos para enriquecimento: selenito (inibe coliformes e algumas cepas de shigella) e tetrationato (inibe gram + e
coliformes).
“Os micro-organismos do genero Enterococcus são cocos Gram- e apresentam necessidades nutricionais variáveis e
o crescimento pode requerer meios complexos, contendo soro ou sangue. A temperatura ótima de crescimento e de
35ªC, porem, a maioria das amostras tolera temperaturas que variam de 10oC a 45oC. Os enterococos sao
distribuídos em ambientes diversos. Nos seres humanos fazem parte da microbiota do trato gastrintestinal, da
cavidade oral e do trato geniturinario. Estes microorganismos podem tolerar temperaturas equivalentes a 60oC por
ate 30 minutos e são capazes de crescer em meios contendo cloreto de sodio a 6,5% . E. faecalis e capaz de colonizar
os sistemas de canais radiculares, utilizando- se provavelmente dos substratos oriundos dos fluidos dos tecidos
conjuntivos subjacentes (osso alveolar e ligamento periodontal). Dentre os fatores de virulência destacam-se as
enzimas líticas, citolisinas, substancias de agregação, feromonios e acido lipoteicoico. E. faecalis tambem pode
interferir com a ativação dos linfócitos e outros grupos celulares, contribuindo para o insucesso da terapêutica
endodontica. Alem da sua habilidade para invadir e permanecer no interior dos túbulos dentinarios apresenta
elevada resistência aos curativos de demora utilizados entre sessões, inclusive aqueles a base de hidróxido de cálcio.
Foi descrito que as cepas de E. faecalis possuem uma bomba de prótons capaz de proteger o citoplasma bacteriano
do elevado pH conferido pelos produtos contendo hidróxido de cálcio. A espécie também e capaz de formar
18. Resumo de microbiologia Diagnostica 18
biofilmes onde as células bacterianas formam estruturas multicelulares coesas de difícil remoção pelo sistema
imunológico, alem de dificultar a atividade dos agentes antimicrobianos. Tais propriedades conferem aos E. faecalis
grande poder agressivo aos tecidos perirradiculares e maior resistência ao controle das infecções endodontias”.
(Artigo disponível em -> http://revista.aborj.org.br/index.php/rbo/article/viewFile/245/212)
Identificação de enterococcus
• Morfologia – bacilos ou cocos
• Propriedades tintoriais de gram – Gram negativos
• Característica morfológica da colônia em Agar
o Hemólise variável
o Colônias de tamanho variável, podendo se dispersar no meio
Meios de cultura
• Meio não seletivo Ricos – Agar sangue de carneiro – (E. coli, Klebsiella pneumoniae, Proteus spp, serratia
marcescens)
• Meio seletivo e diferencial
o MC (Mac conkey) composto de lactose, sais biliares e cristal violeta, indicadores de pH (vermelho
neutro) – impede o crescimento de bactérias gram positivas – (E. coli, citrobacter SP, serratia
marcescens).
o SS (salmonella-shigella) – Altamente seletivo – Salmonella e Shigella, Lactose – único açúcar, [ ] de
sais biliares e citrato de sódio – inibem G+ e coliformes, Indicador de pH – vermelho neutro,
Tiossulfato de sódio/citrato férrico – detecção H2S.
19. Resumo de microbiologia Diagnostica 19
o EMB (“Eosina Metileno Blue”) - é um meio de cultura diferencial que
inibe o crescimento de bactérias Gram positivas e indica se a bactéria é
fermentadora ou não de lactose. Bactérias fermentadoras
de lactose apresentam-se em colônias com o centro preto. Colônias
de Escherichia coli são facilmente identificáveis por apresentarem
coloração verde metálico no meio EMB.
o VB – Verde Brilhante - Meio seletivo/diferencial – isolamento de
Salmonella (exceto Salmonella Typhi), Lac e sac – CH, [ ] de verde
brilhante – inibe G+ e alguns G(-), inclusive Shigella e Salmonella
enterica Typhi , Indicador de pH – vermelho de fenol, Salmonella - pink
20. Resumo de microbiologia Diagnostica 20
• Caldos para enriquecimento
o Selenito - o selenito de sódio inibe coliformes e pode inibir algumas cepas de Shigella
o Tetrationato - sais biliares inibem G+, tetrationato (formado após adição de solução de iodo) inibe
coliformes
Como diferenciar as Enterobacteriaceae ?
Metabolismo – fermentativo/oxidativo
o Teste de oxidase – Prova da citocromo-oxidase - Este sistema enzimático está relacionado com os
citocromos da cadeia respiratória de alguns microrganismos. A prova consiste em colocar uma gota do
reagente incolor tetrametil p-fenileno de amina, recém preparado e protegido da luz, em um papel de filtro.
Em seguida, várias colônias do microrganismo em estudo são espalhadas sobre a área do papel de filtro
contendo o reagente, utilizando uma alça de platina ou um bastão de vidro. A prova é considerada positiva
quando na mistura do reagente com a massa bacteriana desenvolve-se a cor púrpura em até 1 minuto. Na
reação negativa não há desenvolvimento de cor púrpura. As enterobactérias são oxidase negativas e podem
ser diferenciadas de outros bacilos Gram negativos. A prova pode ser feita também em culturas em meios
sólidos, adicionando-se o reagente oxalato de p-aminodimetilanilina. A reação inicia-se com o
desenvolvimento de cor rósea, marrom e finalmente uma coloração negra na superfície das colônias é
indicativa da produção de citocromo-oxidase, representando um teste positivo. O teste é negativo se não
ocorrer alteração da cor ou houver o desenvolvimento de uma cor rósea pálida.
E. coli Pseudomonas
o Sorotipagem (caracterização antigênica)
21. Resumo de microbiologia Diagnostica 21
o Prova bioquímica de TSI (Tríplice Açúcar Ferro – para verificar se a bactéria é uma fermentadora de glicose
Tríplice Ferro)
TSI - Meio nutricionalmente rico com inibidores que permite o crescimento da maioria das espécies bacterianas, só
não cresce as mais exigentes e anaeróbios.
O TSI só pode ser realizada com amostras já isoladas em placas com meio seletivo para bacilos gram negativos
entéricos. O indicador de pH é vermelho de fenol (pH ácido indicador fica amarelo; pH alcalino o indicador fica
vermelho).Um ponto importante é a proporção entre os açucares sendo que esse meio apresenta a proporção de
Glicose : Lactose : Sacarose 1:10:10 (g/L), há também tiossulfato de sódio, sulfato ferroso e peptona.
sulfato
22. Resumo de microbiologia Diagnostica 22
Fermentação dos Açucares
Produção de H2S
Se a bactéria produzir a enzima tiossulfato redutase ela ira degradar o tiossulfato de sódio presente no meio
produzindo H2S, este reage com o sulfato ferroso formando um precipitado preto de sulfeto ferroso. Para que esta
reação ocorra é necessário que o meio esteja ácido, assim se a base do tubo estiver negra deve ser lida como que a
negra
bactéria é fermentadora de glicose.
Produção de Gás
Há bactérias que degradam o ácido fórmico proveniente da fermentação da glicose produzindo H2
;CO2 devido a ação da enzima formiase. A produção de gás é evidenciada pela formação de bolhas
formiase.
e ou o meio pode rachar. Se houver muita produção de gás com o deslocamento do meio pode
seer indicativo de Klebsiela e Enterobacter.
Para prosseguir com as outras provas Bioquímicas devemos usar as colônias de bactérias que
cresceram na parte superior do TSI. Entretanto devemos ter certeza que no TSI só tem uma
espécie, isso é obtido a partir de meios seletivos e caldos nutritivos.
Indol
O indol é produzido a partir do tríptofano existente no meio de cultura sob a ação da triptofanase,
há também a produção de ácido pirúvico e amônia.
O indol pode ser detectado pela formação de um anel rosa “pink” na parte superior do tubo após a
adição p-dimetilaminobenzaldeído (reativo de kovacs).
dimetilaminobenzaldeído
23. Resumo de microbiologia Diagnostica 23
VM (Vermelho de Metila)
Teste que avalia se as bactérias que fermentam a glicose pela via ácida mista, com isso há a produção de vários
ácidos (ácido fórmico, lático, acético) que faz com que o pH do meio fique abaixo de 4,4 que é o limite de viragem do
indicador de pH.
O indicador de pH é o vermelho de metila que em pH abaixo de 4,4 é vermelho e acima de 6 é amarelo.
VP (Voges Proskauer)
Há bactérias que utilizam a fermentação butilenoglicólica, fermentam a glicose produzindo acetil
acetil-metil- carbinol
(acetoína), butilenoglicol e pequenas quantidades de ácidos.Quando é adicionado KOH e na presença de O2
noglicol
atmosférico a acetoína é convertida em diacetila a adicição de alfa naftol nesta reação cataliza a produção de um
alfa-naftol
anel vermelho.
24. Resumo de microbiologia Diagnostica 24
Citrato
Este teste determina se a bactéria é capaz de o citrato de sódio como única fonte de carbono para o seu
éria
metabolismo e crescimento. Deve ser utilizado o meio Citrato de Simmons, composto por citrato de sódio, fosfato
de amônia e por azul de bromo fenol.Com o uso de citrato há a produção de hidróxido de amônia que eleva o pH
fazendo que a reação se torne azul.
25. Resumo de microbiologia Diagnostica 25
Urease
Há bactérias que possuem a enzima urease que garante a capacidade de degradar a uréia presente no meio
liberando amônia, CO2 e H2O. A amônia reage formando carbonato de amônia que alcaliniza o meio.O indicador de
carbonato
pH é o vermelho de fenol que em meio alcalino toma a coloração “pink”.
Fenilalanina Desaminase (FAD)
Há bactérias que produzem enzimas que desaminam a fenilalanina presente no meio, originando o ácido
fenilpirúvico, que reage com o cloreto férrico adicionado ao meio, desenvolvendo cor verde.Essa prova é presuntiva
enilpirúvico,
para Proteus, Morganela, Providencia.
26. Resumo de microbiologia Diagnostica 26
Lisina descarboxilase(LDC)
Há algumas bactérias que possuem a lisina descarboxilase que descorboxila a lisina produzindo a cadaverina mais
CO2, essa descaroboxilização alcaliniza o meio.O meio contém o indicador azul de bromocresol, que em pH alcalino
apresenta-se em cor roxo e em meio ácido a cor amarela. A reação se processa em anaerobiose deve-se cobrir o
se
meio com óleo mineral ou cera de carnúba.
Mio (Motilidade, Indol e ornitina)
Se a bactéria produz a enzima ornitina descarboxilase, ela será capaz de descarboxilar a ornitina produzindo gás
carbônico e putrecina, isso eleva o pH do meio. O indicador de pH usado é o púrpura de bromocresol que e,
meio.
condições alcalinas se torna roxo. É útil para diferenciar entre Klebsiella (negaivo) e Enterobacter (positivo).
A produção de Indol pode ser detectado colocando um papel filtro ou algodão umedecido com reativo de indol, na
umedecido
aula prática o indol foi feito separado para que ficasse de forma mais didática.
A motilidade é observada através do aspecto do meio, isso decorre do fato que o meio é semi
semi-sólido e permite o
crescimento bacteriano por todo o tubo. Se a motilidade é positiva o aspecto do meio será turvo enquanto que
27. Resumo de microbiologia Diagnostica 27
motilidade negativa só observaremos a picada. Fica mais fácil de observar a motilidade pondo os tubos contra um
folha de papel pautada, se conseguirmos observar as linhas através do tubo é motilidade negativa.
28. Resumo de microbiologia Diagnostica 28
Se a bacteria for indol + e citrato - pensar em E. coli
Se houver a presença de mto gás e citrato +, com lisina e ureia + e colônia mucoide:
+indol – klebisella oxygoca
- indol – klebisella pneumoniae
E. cloaceae – lisina neg e indol neg
E. aerogenes – lisina posi e indol neg
E. aglomerans – lisina neg e indol posit, motilidade neg
Serratia – lisina posit, sacarose neg, motilidade neg
Se a bactéria for sem gás ou com pouca produção, lisina posit, sacarose neg e motilidade neg – shigella
Meio inalterado – pseudômonas aeroginosa (indulto escuro) ou alcaligenes faecalis (induto esbranquiçado).
Bacilos Gram-Negativos Não Fermentadores
Pg 93 – figura 5.5
29. Resumo de microbiologia Diagnostica 29
2 grupos importantes:
o Enterobactérias
BGN-F = Fermentadoras de glicose
BGN-NF = Não-Fermentadores de glicose
• Maior importância clínica - Pseudomonas aeruginosa (Bacilo Gram-negativo aeróbio, móvel, não-esporulado,
Com 1 a 3 flagelos polares, Desenvolve-se bem em diversos meios de cultura e em diversas temperaturas
(temp. ótima: 37oC), Produz pigmentos solúveis: piocianina (azul-esverdeado) e fluoresceína (amarelo-
esverdeado), Altamente patogênica: resistência a diversos antimicrobianos – provas bioquímicas Oxidase
negativos, hidrólise de esculina positiva e catalase positiva)
• Vários gêneros – Acinetobacter SP (Utiliza várias tipos de fontes de carbono em seu metabolismo →
expandindo seu habitat, Bacilo ou cocobacilo - Infecções: pneumonias, meningites, endocardites, infecções
de pele e feridas e ITU), Burkholderia, Stenotrophomonas.
• Considerações gerais – Aeróbios, Não esporogênicos, Não utilizam a via fermentativa, Crescem na superfície
dos meios de cultura, Nomenclatura constantemente alterada.
• Metabolismo - Metabolismo fermentativo e oxidativo.
Fatores de virulência
• Adesinas (pili e cápsula), cápsula de alginato (confere proteção à bactéria, cepas mucóides – biofilmes, alginato:
atividade contra aminoglicosídeos), Produção de proteases e enzimas proteolíticas - inativam citocinas.
• Produção de leucocidina: citotoxina que atua na membrana celular dos leucócitos
• Produção de hemolisinas: contribui para invasão tecidual através de efeitos citotóxicos
• secreção de pigmentos por P. aeruginosa como a piocianina: destruindo o epitélio respiratório
• Lipopolissacarídeos (endotoxina)
• Exotoxina A: potente inibidor de síntese proteica (necrose)
• Exoenzima S: proteína de membrana celular com efeitos citotóxicos e de adesão
Mecanismos de Resistência
• β-lactamase
• Melato-β-lactamase
• Cefalosporinase
• Efluxo do antimicrobiano
• Alteração de proteínas da membrana externa
30. Resumo de microbiologia Diagnostica 30
Identificação Laboratorial
• Enzima Oxidase
• Motilidade
• Cocobacilos ou Bacilos Gram-negativos
• Não utilizam CBI na ausência de O2
• Aeróbios estritos
• Características que nos fazem suspeitar que estamos frente a um BGN NF - Falta de evidência de
fermentação da glicose, Crescimento pobre ou ausência de crescimento em MC.
Teste de OF
• Oxidação-Fermentação
• BGN-NF X enterobactérias (BGN-F)
• Diversos açúcares
• Tubo aberto (com oxigênio)
• Tubo fechado (sem oxigênio)
• Base OF (Hugh & Leifson)
• [ ] peptonas diminuída
• [ ] CBI aumentada
• [ ] ágar diminuída
• Azul de bromotimol - p/ detecção de ácidos
Crescimento - Meios seletivos
– Agar Cetrimida (Pseudomonas sp.)
– BCSA (Burkolderia cepacia selective agar)
• Antibióticos para inibir crescimento de outras bactérias
• Crescimento em MC a 42oC
– Identificar espécies de Acinetobacter
Prova de oxidase e motilidade
31. Resumo de microbiologia Diagnostica 31
Produção de pigmentos
• Meio de Tech & Flo – contém peptonas espec
especiais e [ ] de
2+
Mg e sulfato aumentada – aumentar a produção de
pigmentos
– Bacto peptona (Tech) – piocianina (azul turquesa
luz visível, sem fluorescência sob UV)
– Peptona-3-proteose (Flo) – pioverdina (amarela luz
proteose
visível, com fluorescência sob UV)
Descarboxilação de AA
• Caldo Moeller
• Pequena quantidade de substrato + inóculo denso
• Reação positiva: intensificação da cor púrpura
32. Resumo de microbiologia Diagnostica 32
Diagnostico bacteriológico das infecções da C.S.
Bacteremia (presença de bactérias no sangue) pode ser:
- Transitoria – microrganismos da microbiota na C.S.
- intermitente – bactérias de um foco de infecção primário vai para a C.S
- Continua – acesso direto a c.s
- Escape – após 1 a 2 dias do inicio da antibioticoterapia supostamente adequada.
Septicemia – complexa reação inflamatória sistêmica a uma infecção, é uma condição toxica – sepse (LPS), o sangue
se apresenta com cels fagociticas e a multiplicação dos microrganismos é maior que a remoção pelos fagócitos.
Doenças do sistema vascular
Tipos de infecção
Intravascular
o Endocardites – anormalidade no endocárdio pela presença de microrganismos no sangue (coletar 3
amostras, punção venosa de diferentes lugares, em intervalos de 15 a 30 min).
o Bacteremia associada ao uso de cateter intravenoso – rotas de infecção superfície externa do
cateter.
Infecções da C.S. podem ser:
o Infecçoes primarias do acesso vascular (por uso de cateter, tubos subcutâneos ) complicações – infecção
da C.S, focos metastáticos em outros órgãos.
o Cateter vascular – corpo estranho processo inflamatório, infecção por pqnos inoculos (que pode ser
contaminação do cateter, do canhão, das soluções ou hematogênica – foco infeccioso a distancia).
o Fatores do hospedeiro – idade, imunossupressão, seleção da microflora com antibióticos, gravidade da
doença de base e etc.
o Fatores relacionados ao acesso vascular – duração do cateterismo, habilidade de introduzir o cateter,
forma de inserção, trocas e etc.
Infecções extravasculares – multiplicação localizada microrganismos que são drenados para os vasos
linfáticos e caem na C.S.
33. Resumo de microbiologia Diagnostica 33
Diagnostico
- Presença de drenagem purulenta no sitio vascular
- Sinais flogisticos locais: dor, calor, eritema.
o Hemocultura – numero de frascos coletados devera ser considerado de acordo com a condição clinica do
paciente. Duas a três amostras de diferentes locais em intervalo de 30 min.
o Cultura de cateter venoso central (CVC)- suspeita de colonização – presença de secreção purulenta
- CVC curta permanência (>15UFC) – retirar a ponta (semi quantitativa) + hemocultura (qualitativa) =
verificar se a hemo e a CVC de ponta for + tem o msm microrganismo.
- CVC longa permanência – não remover, cultura da secreção peri cateter + hemocultura.
Hemocultura CVC Fazer
- Não cultivado Cultivar CVC
- - Investigar outros focos
- + > 15 UFC Não tratar observar evolução (colonização)
+ + >15UFC Tratamento para bacteremia
Coleta da amostra
- antissepsia local, volume da amostra, anticoagulograma, meio de cultura.
- preparo do sitio de coleta – lavar com sabão, enxaguar em água estéril, aplicar iodo e secar, aplicar
álcool e secar.
- Coleta – seringa e agulha sistema fechado diretamente do cateter
Meios de cultura utilizados – caldo rico (TSB, BHI) incubar a 35ºC.
Resultados – S. aureus, S. pneumoniae, p. aeroginosa, c. albicans e enterobacterias.