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Em jeito de epígrafe e de apelo às musas…


       Dai-me agora um som alto e sublimado,
       Um estilo grandíloquo e corrente,»
       (…)
       Dai-me uma fúria grande e sonorosa,
       E não de agreste avena ou frauta ruda,
       Mas de tuba canora e belicosa,
       Que o peito acende e a cor ao gesto muda;
       (…)
                                        Os Lusíadas, Canto I
Apresentando-me…




   «Não há maior comédia que a minha vida;
   e quando quero ou chorar ou rir,
   admirar-me ou dar graças a Deus
   ou zombar do mundo,
   não tenho mais que olhar para mim.»


      António Vieira, «Carta a um Padre», Fevereiro de 1658.
Apresentando-me…


        O meu nome completo é Luís Timóteo Barros Ferreira, Luís do pai e era com Z, Luiz; Timóteo do
avô e era para ser com H, Timotheo. Creio que o zelosíssimo funcionário do Registo Civil pensou que era
uma grafia muito antiquada para criança daqueles tempos, final da década de sessenta do século passado,
1967, década da morte de J. F. Kennedy, do Maio de 68 e da chegada do homem à lua.
        Tenho 42 anos e uma filha de 14. A adolescência pequeno-burguesa num Rio de Janeiro cada vez
mais miserável correu conturbada, como era esperado e desejado por todos os adolescentes, ainda que
digam o contrário. Os anos de ditadura no Brasil ajudaram a catalizar aquela fome de viver típica da
juventude. O Movimento Estudantil, o associativismo penosamente apartidário, foi escola da vida.
Emigrar pareceu ser um destino inscrito nos genes e no carácter. Sou a terceira geração a cruzar o
Atlântico, agora no sentido inverso, e julguei que beberia dos lácteos úberes da Lusa-Atenas a
europeidade… Ledo engano. A Coimbra do final da década de 80 era provinciana e casmurra, formal e
triste. E distante da Europa! Mas era Coimbra! E eu era repúblico, republicano, anticlerical, laico e
sempre, sempre livre das peias dos partidos políticos. Como dizia o Herculano, sou um libertadeiro.
O ensino surgiu da necessidade e tornei-me, com espanto, um proletário da educação: simplesmente
preenchi um impresso e eis-me na escola, sôtor pr’aqui, sôtor pr’ali, pastinha na mão, salário no bolso,
desespero no coração. O Cavaquismo avançava a passos largos para o seu fim, o investimento escasseava,
vi negado por duas vezes o acesso à carreira de investigação. A vida é feita de realidades e necessidades.
Ser professor era fácil, o mais difícil era gostar de o ser. Aprendi a gostar, inteiramente, verticalmente e
não raras vezes contra os próprios professores e contra o ensino.
        Leccionei História no Secundário e a cada ano que me aproximava do vínculo eterno à Função
Pública mais claro se tornava que ficaria adstrito ao 2º Ciclo, com a possibilidade e o risco de leccionar
Língua Portuguesa. Tal aconteceu em 1997/98. Estranhamente e com surpresa gostei, sentindo claramente
que o prazer se sobrepunha às dificuldades da falta de treino e de didáctica. Lembro-me perfeitamente dos
meus dias de 6ºA e 6ºB, dos erros e dos acertos, dos desafios e da rotina, de tudo o que fizemos, vivemos
e aprendemos, sendo ainda um prazer lembrar, quando encontro alguns daqueles alunos, as peripécias de
tão bem fadado ano. A partir de então dar português tornou-se numa coisa bem diferente de dar história.
E enquanto em contador de histórias à minha filha me tornava, ia-me tornando cada vez mais professor de
português.
        A disciplina de Língua Portuguesa nos permitia, a mim e aos meus alunos, falar do que é bom e
belo. A disciplina de História impunha-nos falar do contingente e do necessário. A Língua Portuguesa
transportava-nos a um mundo de fantasia, de jogo e de fruição. A História nos prendia a lógicas de
poderes, estruturas e dominação. E se nem tudo são rosas, nem tudo espinhos. A gramática por vezes
exige equações lógicas e a história também é narrativa ficcional. É certo que nas veredas que ligam esses
caminhos se cruzaram toda a sorte de influências: dos programas aos currículos, do sistema às
mentalidades, dos manuais às escolas, tudo concorreu e concorre para condicionar opções e escolhas.
Estou cansado. Sei por onde ir, seguindo alguns espíritos lúcidos, mas sei que por onde vai a maioria é
por onde não vou. Arrastado por um inexorável meio profissional, docente e discente, familiar, social e
político, por vezes sinto desfalecer a força que me impele contra a corrente. É nesses momentos, quando
caio, que me empurra uma desconhecida força, obrigando-me, bolinando, a passar além da dor de me
sentir um vencido da vida. Estou aqui para aprender, para transformar a minha prática, para aprender a
transformar, ajudando com mão precisa a quem precisa de uma mão amiga e sábia para aprender.
Termino pois em tom épico, se não trágico, citando o maior dos poetas: “Vereis amor da pátria, não
movido / De prémio vil, mas alto e quase eterno”.
Aí vêm programas, metas e outras coisas mais…



   «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades…»




       «Que dias há que na alma me tem posto
       Um não sei quê, que nasce não sei onde,
       Vem não sei como, e dói não sei porquê.»


                                    Luís de Camões
Diferentes perspectivas (concorrentes)




             TÉCNICA              REFLEXIVA




              CRÍTICA               ÉTICA
Diferentes perspectivas (convergentes)




                   TÉCNICA REFLEXIVA




                   CRÍTICA    ÉTICA
Metodologia da formação


                                      EXPOSIÇÃO
                       (oral e com recurso ao projector de vídeo)




     PARTICIPAÇÃO                                                   PRODUÇÃO
(espontânea e/ou solicitada,                              (de materiais didácticos, de
                                                        estratégias, de textos reflexivos,
  de partilha e de crítica)                                    críticos e criativos)


                                       REFLEXÃO
                               (espontânea e/ou preparada)
Metodologia da formação


 Blogue de apoio no WordPress      Documentos, ligações, comentários…

              http://entresisifoeprocusto.wordpress.com


 Conta de correio electrónico      Comunicação facilitada entre todos.

              gzarco-npp@googlegroups.com




é favor não
                        As novas tecnologias só têm
 entrar em
                        sentido se forem um auxílio.
desespero!
Metodologia da formação - Avaliação

 É expressa de 1 a 10.

 É baseada em trabalhos individuais.

 A frequência é contabilizada.

   Trabalhos – 80%           Assiduidade – 20%


 Compreensão e expressão oral, leitura,
 escrita e conhecimento explícito da língua.



 O que se entende por trabalhos individuais?...
Evolução da formação de professores

 Formação académica desligada da realidade da escola.

 Excessiva academização dos estágios integrados.

 Ausência de formação contínua.

 Formações de cariz formal-legal (progressão na carreira).

 Aparecimento de centros e de comissões de formação.

 Período de transição (?)


    opinião                   necessidade de mudar
   de vários                     o paradigma da
    autores                  formação de professores
Necessidade de mudança na formação de professores

«Chegou o tempo de fazermos uma verdadeira revolução na
formação de professores. O que existe é frágil. A interligação
entre questões do ensino, da investigação e das práticas
escolares e a participação efectiva dos profissionais na formação
dos futuros professores são fundamentais para que se crie um
novo modelo de formação de professores.»
                                                    (Nóvoa, 2010)




    A ESCOLA COMO UMA ORGANIZAÇÃO APRENDENTE



                    Google                   Petrobrás
Necessidade de mudança na formação de professores

             CENTRADA NO PROFESSOR




EM EQUIPA         FORMAÇÃO           EM CONTEXTO




                  TODOS SÃO
            FORMANDOS E FORMADORES
Perspectiva histórica do currículo
Antes de 1836…
Passos Manuel – 1836 – Criação dos Liceus e Escolas Normais.
Costa Cabral – 1844 – fim do ensino mútuo e reforma.
Jaime Moniz – 1894 – programas a nível nacional e manual único.
De 1910 a 1926 – educação popular e ênfase no ensino primário.
Ricardo Jorge – 1926 – redução de matérias, disciplinas e horários.
Cordeiro Ramos – 1930 – retoma maior centralismo educativo.
Pires de Lima – 1947 – ensino técnico-profissional e inspecção.
De 1910 a 1926 – educação popular e ênfase no ensino primário.
De 1968 à reforma de Veiga Simão de 1973 – educação popular e
ênfase no ensino primário e pré-escolar.
Roberto Carneiro – 1989/1991.
Ana Benavente – 2001.

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Evolução da formação de professores e perspectivas históricas do currículo

  • 1.
  • 2. Em jeito de epígrafe e de apelo às musas… Dai-me agora um som alto e sublimado, Um estilo grandíloquo e corrente,» (…) Dai-me uma fúria grande e sonorosa, E não de agreste avena ou frauta ruda, Mas de tuba canora e belicosa, Que o peito acende e a cor ao gesto muda; (…) Os Lusíadas, Canto I
  • 3. Apresentando-me… «Não há maior comédia que a minha vida; e quando quero ou chorar ou rir, admirar-me ou dar graças a Deus ou zombar do mundo, não tenho mais que olhar para mim.» António Vieira, «Carta a um Padre», Fevereiro de 1658.
  • 4. Apresentando-me… O meu nome completo é Luís Timóteo Barros Ferreira, Luís do pai e era com Z, Luiz; Timóteo do avô e era para ser com H, Timotheo. Creio que o zelosíssimo funcionário do Registo Civil pensou que era uma grafia muito antiquada para criança daqueles tempos, final da década de sessenta do século passado, 1967, década da morte de J. F. Kennedy, do Maio de 68 e da chegada do homem à lua. Tenho 42 anos e uma filha de 14. A adolescência pequeno-burguesa num Rio de Janeiro cada vez mais miserável correu conturbada, como era esperado e desejado por todos os adolescentes, ainda que digam o contrário. Os anos de ditadura no Brasil ajudaram a catalizar aquela fome de viver típica da juventude. O Movimento Estudantil, o associativismo penosamente apartidário, foi escola da vida. Emigrar pareceu ser um destino inscrito nos genes e no carácter. Sou a terceira geração a cruzar o Atlântico, agora no sentido inverso, e julguei que beberia dos lácteos úberes da Lusa-Atenas a europeidade… Ledo engano. A Coimbra do final da década de 80 era provinciana e casmurra, formal e triste. E distante da Europa! Mas era Coimbra! E eu era repúblico, republicano, anticlerical, laico e sempre, sempre livre das peias dos partidos políticos. Como dizia o Herculano, sou um libertadeiro. O ensino surgiu da necessidade e tornei-me, com espanto, um proletário da educação: simplesmente preenchi um impresso e eis-me na escola, sôtor pr’aqui, sôtor pr’ali, pastinha na mão, salário no bolso, desespero no coração. O Cavaquismo avançava a passos largos para o seu fim, o investimento escasseava, vi negado por duas vezes o acesso à carreira de investigação. A vida é feita de realidades e necessidades. Ser professor era fácil, o mais difícil era gostar de o ser. Aprendi a gostar, inteiramente, verticalmente e não raras vezes contra os próprios professores e contra o ensino. Leccionei História no Secundário e a cada ano que me aproximava do vínculo eterno à Função Pública mais claro se tornava que ficaria adstrito ao 2º Ciclo, com a possibilidade e o risco de leccionar Língua Portuguesa. Tal aconteceu em 1997/98. Estranhamente e com surpresa gostei, sentindo claramente que o prazer se sobrepunha às dificuldades da falta de treino e de didáctica. Lembro-me perfeitamente dos meus dias de 6ºA e 6ºB, dos erros e dos acertos, dos desafios e da rotina, de tudo o que fizemos, vivemos e aprendemos, sendo ainda um prazer lembrar, quando encontro alguns daqueles alunos, as peripécias de tão bem fadado ano. A partir de então dar português tornou-se numa coisa bem diferente de dar história. E enquanto em contador de histórias à minha filha me tornava, ia-me tornando cada vez mais professor de português. A disciplina de Língua Portuguesa nos permitia, a mim e aos meus alunos, falar do que é bom e belo. A disciplina de História impunha-nos falar do contingente e do necessário. A Língua Portuguesa transportava-nos a um mundo de fantasia, de jogo e de fruição. A História nos prendia a lógicas de poderes, estruturas e dominação. E se nem tudo são rosas, nem tudo espinhos. A gramática por vezes exige equações lógicas e a história também é narrativa ficcional. É certo que nas veredas que ligam esses caminhos se cruzaram toda a sorte de influências: dos programas aos currículos, do sistema às mentalidades, dos manuais às escolas, tudo concorreu e concorre para condicionar opções e escolhas. Estou cansado. Sei por onde ir, seguindo alguns espíritos lúcidos, mas sei que por onde vai a maioria é por onde não vou. Arrastado por um inexorável meio profissional, docente e discente, familiar, social e político, por vezes sinto desfalecer a força que me impele contra a corrente. É nesses momentos, quando caio, que me empurra uma desconhecida força, obrigando-me, bolinando, a passar além da dor de me sentir um vencido da vida. Estou aqui para aprender, para transformar a minha prática, para aprender a transformar, ajudando com mão precisa a quem precisa de uma mão amiga e sábia para aprender. Termino pois em tom épico, se não trágico, citando o maior dos poetas: “Vereis amor da pátria, não movido / De prémio vil, mas alto e quase eterno”.
  • 5. Aí vêm programas, metas e outras coisas mais… «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades…» «Que dias há que na alma me tem posto Um não sei quê, que nasce não sei onde, Vem não sei como, e dói não sei porquê.» Luís de Camões
  • 6. Diferentes perspectivas (concorrentes) TÉCNICA REFLEXIVA CRÍTICA ÉTICA
  • 7. Diferentes perspectivas (convergentes) TÉCNICA REFLEXIVA CRÍTICA ÉTICA
  • 8. Metodologia da formação EXPOSIÇÃO (oral e com recurso ao projector de vídeo) PARTICIPAÇÃO PRODUÇÃO (espontânea e/ou solicitada, (de materiais didácticos, de estratégias, de textos reflexivos, de partilha e de crítica) críticos e criativos) REFLEXÃO (espontânea e/ou preparada)
  • 9. Metodologia da formação Blogue de apoio no WordPress Documentos, ligações, comentários… http://entresisifoeprocusto.wordpress.com Conta de correio electrónico Comunicação facilitada entre todos. gzarco-npp@googlegroups.com é favor não As novas tecnologias só têm entrar em sentido se forem um auxílio. desespero!
  • 10. Metodologia da formação - Avaliação  É expressa de 1 a 10.  É baseada em trabalhos individuais.  A frequência é contabilizada. Trabalhos – 80% Assiduidade – 20% Compreensão e expressão oral, leitura, escrita e conhecimento explícito da língua. O que se entende por trabalhos individuais?...
  • 11. Evolução da formação de professores  Formação académica desligada da realidade da escola.  Excessiva academização dos estágios integrados.  Ausência de formação contínua.  Formações de cariz formal-legal (progressão na carreira).  Aparecimento de centros e de comissões de formação.  Período de transição (?) opinião necessidade de mudar de vários o paradigma da autores formação de professores
  • 12. Necessidade de mudança na formação de professores «Chegou o tempo de fazermos uma verdadeira revolução na formação de professores. O que existe é frágil. A interligação entre questões do ensino, da investigação e das práticas escolares e a participação efectiva dos profissionais na formação dos futuros professores são fundamentais para que se crie um novo modelo de formação de professores.» (Nóvoa, 2010) A ESCOLA COMO UMA ORGANIZAÇÃO APRENDENTE Google Petrobrás
  • 13. Necessidade de mudança na formação de professores CENTRADA NO PROFESSOR EM EQUIPA FORMAÇÃO EM CONTEXTO TODOS SÃO FORMANDOS E FORMADORES
  • 14. Perspectiva histórica do currículo Antes de 1836… Passos Manuel – 1836 – Criação dos Liceus e Escolas Normais. Costa Cabral – 1844 – fim do ensino mútuo e reforma. Jaime Moniz – 1894 – programas a nível nacional e manual único. De 1910 a 1926 – educação popular e ênfase no ensino primário. Ricardo Jorge – 1926 – redução de matérias, disciplinas e horários. Cordeiro Ramos – 1930 – retoma maior centralismo educativo. Pires de Lima – 1947 – ensino técnico-profissional e inspecção. De 1910 a 1926 – educação popular e ênfase no ensino primário. De 1968 à reforma de Veiga Simão de 1973 – educação popular e ênfase no ensino primário e pré-escolar. Roberto Carneiro – 1989/1991. Ana Benavente – 2001.