O documento discute a religião da Umbanda no Brasil, destacando que ela sintetiza elementos de várias tradições religiosas do país de forma criativa. A Umbanda privilegia as tradições do Candomblé da Bahia e vê os Orixás como forças espirituais, não como entidades. Ela promove uma espiritualidade ecológica e uma conexão profunda com Deus e a natureza.
1. O encanto dos Orixás
Leonardo Boff
(nos 02 últimos slides há uma pequena biografia de Leonardo Boff)
Site oficial de Leonardo Boff:
http://www.leonardoboff.com
2. Quando atinge grau elevado
de complexidade,
toda cultura encontra sua
expressão artística,literária
e espiritual.
Mas ao criar uma religião a
partir de uma experiência
profunda do Mistério do mundo,
ela alcança sua
maturidade e aponta para valores
universais.
3. É o que representa a Umbanda,
religião, nascida das matrizes da
mais genuína brasilidade,
feita de europeus,
africanos
e indígenas.
Omulu
4. O nome Umbanda é carregado
de significação.
É composto de OM
(o som originário do universo nas
tradições orientais)
e de BANDHA (movimento
incessante
incessante da força divina).
Sincretiza de forma criativa
elementos das várias
tradições religiosas de
nosso país, criando
um sistema coerente.
5. Privilegia as tradições do
Candomblé da Bah poria
serem as mais populares e
próximas aos seres h umanos
em suas necessidades.
M não as considera como
as
entidades, apenas como
forças ou espíritos puros que
através dos G uias
espirituais se acercam
das pessoas para ajudá-las.
6. Os Orixás, a M Virgem,
ata
oR ompe-M ato,
o SeteFlech as,
a Cach oeira,
a Jurema
e os Caboclos
representam
facetas arq uetípicas
da
Divindade.
7. Elas não multiplicam Deus
num falso panteísmo
mas concretizam, sob os mais
diversos nomes,
o único e mesmo Deus.
Este, se sacramentaliza nos
elementos da natureza como
nas montanh as,
nas cach oeiras,
nas matas,
no mar,
no fogo
e nas tempestades.
8. Ao confrontar-se com estas
realidades, o fiel entra em
comunh com Deus.
ão
A Umbanda é uma religião
profundamente ecológica.
Devolve ao ser humano
o sentido da reverência
face às energias cósmicas.
R enuncia aos sacrifícios de
animais para restringir-se
somente às flores e à luz,
realidades sutis e espirituais.
9. Há um diplomata brasileiro, Flávio
Perri, q serviu em embaixadas
ue
importantes como P aris, Roma, Genebra
e Nova Y ork, q se deixou encantar
ue
pela religião da Umbanda.
Com recursos das ciências
comparadas das religiões e dos vários
métodos h ermenêuticos, elaborou
perspicazes reflexões q levam
ue
exatamente este título:
'O En todo Orixás
can s ',
desvendando-nos a
riqueza espiritual da Umbanda.
Permeia seu trabalh com poemas
o
próprios de fina percepção espiritual.
10. Ele se inscreve no gênero dos poetas
pensadores e místicos como:
Alvaro Campos (Fernando P essoa),
M M
urilo endes, T.S. Elliot
e o sufi Rumi.
Mesmo sob o encanto, seu estilo é
contido, sem q uer
ualq
exaltação, pois é esse rigor q a
ue
natureza do espiritual exige.
Além disso, ajuda a desmontar
Xango preconceitos q cercam a Umbanda,
ue
por causa de suas origens nos pobres
da cultura popular,
espontaneamente sincréticos.
11. Que eles tenh produzido significativa
am
espiritualidade e criado uma religião cujos
meios de expressão são puros e singelos revela
q profunda e rica é a cultura desses
uão
humilhados e ofendidos,
nossos irmãos
P re Ve
to lho e irmãs.
Como se dizia nos primórdios do Cristianismo q em sua origem,
ue,
também era uma religião de escravos e de marginalizados:
“Os pobres são nossos mestres, os humildes, nossos doutores”
12. Cab c
o lo
Talvez algum leitor estranh q um teólogo
e ue
como eu, diga tudo isso q escrevi.
ue
Apenas respondo:
Um teólogo q não consegue ver Deus para além dos limites de
ue
sua religião ou igreja não é um bom teólogo.
É antes um erudito de doutrinas.
Perde a ocasião de se encontrar com Deus, q se comunica por
ue
outros caminh e q fala por diferentes mensageiros,
os ue
seus verdadeiros anjos.
14. Leonardo Boff nasceu em Concórdia, Santa Catarina,
aos 14 de dezembro de 1938.
É neto de imigrantes italianos da região do Veneto, vindos para
oR G
io rande do Sul no final do século XIX.
Cursou Filosofia em Curitiba-P e Teologia em P
R etrópolis-RJ.
Doutorou-se em Teologia e Filosofia na
Universidade de M ue- Alemanh em 1970.
uniq a,
Ingressou na Ordem dos Frades Menores, franciscanos, em 1959.
Durante 22 anos, foi professor de Teologia Sistemática e Ecumênica
em Petrópolis, no Instituto Teológico Franciscano.
Professor de Teologia e Espiritualidade em vários centros de estudo e
universidades no Brasil e no exterior, além de professor-visitante nas
universidades de Lisboa (P ortugal), Salamanca (Espanh Harvard (EUA),
a),
Basel (Suíça) e Heidelberg (Alemanh a).
15. Em 1984, em razão de suas teses ligadas à Teologia da Libertação,
apresentadas no livro " Igreja: Carisma e Poder“ , foi submetido a um
processo pela Sagrada Congregação para a Defesa da Fé,
ex Santo Ofício, no Vaticano.
Em 1985, foi condenado a 01 ano de " silêncio obseq uioso" e deposto
de todas as suas funções editoriais e de magistério no campo religioso.
Dada a pressão mundial sobre o Vaticano, a pena foi suspensa em
1986, podendo retomar algumas de suas atividades
na cadeira de G alilei Galileu.
Em 1992, sendo de novo ameaçado com uma segunda punição pelas
autoridades de Roma, renunciou às suas atividades de padre
e se auto promoveu ao estado leigo.
"Mudou de trinch para continuar a mesma luta’’
eira