SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 12
Trabalho de pesquisa 
ENGENHARIA 
GENÉTICA 
Tiago Faísca 
Biologia 
3ºAno do Curso Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar
Introdução 
Desde o século XVII que o conhecimento e a técnica têm vindo a desenvolver 
de um modo que a biologia, sobretudo a genética através da engenharia e da 
articulação com outros sectores tecno científicos, trazem a partir dessas 
mudanças, questões inéditas para a humanidade. 
O primeiro trabalho sobre a estrutura da molécula DNA, foi publicado na revista 
Nature em 1953. Os pioneiros da biologia molecular foram Watson e Crick que 
constituem um marco no desenvolvimento científico, pois propuseram o modelo 
de dupla hélice para o DNA e sugeriram uma possível forma de esta molécula 
se replicar. 
Em meados dos anos de 1972, Paul Berg e os seus colegas David Jackson e 
Robert Simons, da universidade de Stanford, Estados Unidos, conseguiram 
pela primeira vez criar uma molécula de DNA híbrida, isto é, produziram uma 
molécula única contendo DNA de diferentes organismos. Esta combinação foi 
designada como a criação da engenharia genética. 
A partir dai, a engenharia genética tem sido uma das ciências que mais se 
desenvolveu ao longo dos anos, e atualmente vem recebendo grande 
importância devido aos seus sucessos e às suas muitas descobertas. De um 
modo geral, segundo Aragão, a engenharia genética envolve, entre outras 
coisas, a criação de inúmeras combinações entre genes de organismos 
diferentes, através da manipulação dos genes. 
Nas últimas décadas os eventos tecno-científicos têm alcançado tal dinamismo 
que proezas artificiais contemporâneas nos permitem comer alimentos 
produzidos pela modificação, no laboratório, de genes de diferentes espécies 
ou de espécies melhoradas como por exemplo, tomates com cheiro de limão 
ou tomates que não amassam, de cereais diversos num só, de medicamentos 
personalizados que prometem descartar a possibilidade de doenças 
hereditárias, entre outros.
3ºAno do Curso Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar 
Engenharia Genética e a Saúde 
A engenharia genética é a modificação dos seres vivos pela manipulação direta 
do ADN, através da inserção ou deleção de fragmentos específicos. A sua 
aplicação pode ser na produção de vacinas, proteínas por microorganismos, 
alimentos, transplantes, terapia genética, animais transgênicos. 
Terapia Génica 
Terapia génica ou geneterapia é o tratamento, ou a sua tentativa, de doenças 
genéticas ou não-genéticas por meio da introdução, em células específicas do 
organismo, de uma cópia normal de um gene mutado ou em falta, ou por 
modulação da expressão genica. 
Uma doença poderá ser objecto de terapia génica quando se verificam os 
seguintes critérios: 
 Perigo de vida na ausência de terapia génica e inexistência de recursos 
terapêuticos alternativos 
 Relação favorável na ponderação do risco/benefício para o indivíduo e 
para a espécie 
 Clonagem e sequenciação prévia do gene em causa e dos seus 
elementos reguladores 
 Conhecimento da patologia molecular da doença 
 Ausência de precisão da dosagem génica 
 Existência de soluções técnicas para introduzir o gene nas células ou 
para modular a expressão do alelo mutado 
 Identificação das células alvo e da proporção de células a tratar para 
obter efeito terapêutico
 Existência de experimentação prévia em modelos animais que 
demonstre a segurança do método, 
Os retrovírus são outro grupo de importância bastante acentuada em estudos 
de terapia génica. A sua propriedade de integração ao genoma hospedeiro 
acentua a possibilidade de garantir uma expressão estável do transgene. As 
vantagens da utilização de retrovírus são a elevada eficiência (podendo ser 
traduzidas 100% das células), a ausência de toxicidade, a tradução simultânea 
de tantas células quanto as desejadas, a possibilidade de inserção no genoma 
humano de células hospedeiras de apenas uma cópia do DNA traduzido, a 
inserção do DNA no genoma e estabilidade do efeito terapêutico prolongada 
com 
risco 
3ºAno do Curso Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar 
quase 
nulo para as células. 
Contudo, há desvantagens associadas ao retrovírus tais como a necessidade 
das células estarem em divisão para se incorporarem no núcleo, a inactivação 
rápida devido ao complemento de soro, o comprimento do gene a inserir não 
pode ultrapassar as 8Kb, a instabilidade podendo a purificação reduzir a 
eficácia da tradução, a inserção ao acaso pode provocar mutagénese 
insercional, a dificuldade de regular com precisão a dose génica, a 
possibilidade de expressão transitória, a possibilidade de incorporação do 
retrovírus em células germinativas sem previsão ou tratamento das 
consequências para as gerações futuras. 
Os vírus adeno-associados são uma categoria de vectores que compreende 
uma pequena família dos parvovírus, que necessitam da colaboração de um 
outro vírus para infectar a célula, geralmente um adenovírus. Possuem 
algumas vantagens em relação aos demais sistemas virais, como integração 
específica no local, alta definição tecidual e ausência de efeitos patogénicos. 
No entanto, a limitação do tamanho do transgene carregado, a necessidade de 
vírus auxiliares para a produção destes vectores e, em certos casos, a perda 
da capacidade de integração localmente dirigida têm limitado a uti lização 
destes vectores. 
Por último, devemos destacar a importância dos vectores baseados em 
herpesvírus, que estão a ganhar um notável destaque pelo seu tropismo 
bastante elevado nas células nervosas. Assim, acredita-se que a uti lização 
destes vírus para procedimentos de transferência génica em células do sistema 
nervoso seja uma alternativa bastante viável futuramente.
Vectores 
Fig. 1 – Esquema do 
procedimento de terapia genética 
utilizando vectores virais. 
O gene de interesse é transportado por um vector e está contido numa 
molécula de ADN ou RNA que carrega ainda outros elementos genéticos 
importan 
3ºAno do Curso Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar 
tes para 
sua 
manutenção e expressão. As formas de transferência deste vector são muito 
variadas. Em primeiro lugar, é importante definir se é mais apropriado introduzir 
o gene diretamente no organismo (in vivo) ou se, alternativamente, células 
serão retiradas do indivíduo, modificadas e depois reintroduzidas (ex vivo). 
Conforme detalhado a seguir, algumas das formas de transferência utilizam 
vírus, dos quais os principais são os retrovírus, os adenovírus e os vírus adeno-associados. 
Outras formas de transferência incluem a injecção directa do gene 
no organismo, bem como métodos utilizando princípios físicos (biolística, 
eletroporação) ou químicos (lipofecção). A avaliação do sucesso do 
procedimento envolve a análise da manutenção de expressão do gene nas 
células transformadas e a correcção da doença. 
Um vector ideal teria algumas características altamente desejáveis, entre as 
quais podemos destacar as seguintes: fácil manipulação, produção e 
purificação; flexibilidade quanto ao tamanho do gene inserido; alta eficiência de 
transferência génica; e baixa toxicidade. A escolha deste depende 
essencialmente da doença, do gene terapêutico, a via de administração e a 
duração desejada da expressão génica. 
Vectores Virais 
De todos os sistemas de transferência génica, os virais são os actualmente 
mais utilizados nos estudos para desenvolvimento de protocolos de terapia 
génica, devido principalmente à alta eficiência de tradução obtida com estes 
vectores. 
Os adenovírus são vírus responsáveis pelas infecções benignas do tracto 
respiratório, mais concretamente de rinofaringites. São capazes de penetrar 
tanto em células em proliferação, como em células em não proliferação, não 
inserindo o seu material genético no genoma da célula hóspede, mantendo a
sua actividade durante 10 meses. São bastante utilizados principalmente 
devido à pouca patogenicidade e ao tropismo amplo por células humanas. No 
entanto, a grande imunogenicidade e a expressão génica temporária 
relacionadas a estes vectores limitam suas aplicações. Atualmente, os 
adenovírus têm uma aplicação importante na transferência de genes suicidas a 
tumores. 
Vectores não virais 
Os plasmídeos são moléculas de ADN circulares, extragenómicos, de 
replicação autónoma e independente do cromossoma bacteriano. Estes 
apresentam vantagem adaptativa às bactérias, como o poder de infecção no 
caso de patogenias, além da resistência a antibióticos e a possibilidade de 
defesa contra bactérias. São elementos extremamente importantes para a 
biotecnologia, uma vez que possuem genes que controlam a capacidade da 
própria 
transferê 
3ºAno do Curso Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar 
ncia de 
uma célula bacteriana para outra. As suas vantagens são fácil manipulação e 
potencial para produção de grandes quantidades; não é patogénico nem 
imunogénico; não necessita de vector para infecção; pode programar 
expressão génica a longo prazo em células pós-mitóticas in vivo. 
Tipos de terapia génica 
Terapia génica somática 
 Este tipo de terapia génica é feito em células somáticas do indivíduo 
doente, submetidas a tradução com o gene normal. É utilizada para não 
relacionados com a produção de gâmetas. Pode ser comparada ao 
processo de transplante de um órgão, pois pode curar o indivíduo, 
porém o mecanismo somático responsável por essa cura não é 
transmitido aos descendentes. A sua característica básica é a de 
provocar uma alteração no ADN do portador da patologia, através da 
utilização de um vector. Os problemas operacionais associados a esta 
técnica são: o tempo de vida da célula hospedeira; a baixa expressão do 
gene; o controlo da expressão génica; a dificuldade de atingir o tecido-alvo 
e o seu potencial oncogênico. 
Terapia génica germinativa 
 Baseia-se na alteração de células reprodutivas (óvulos, 
espermatozóides ou células precursoras). Além das questões éticas, 
esta terapia apresenta inúmeros problemas operacionais: alta taxa de
mortalidade; desenvolvimento de tumores e malformações; alteração de 
embriões potencialmente normais e a irreversibilidade das acções. 
Ex vivo 
 A técnica ex vivo é viável quando o erro está presente nas células do 
sangue ou quando o erro é sistémico e pode ser corrigido por 
transfecção ou tradução de células sem especificidade do tecido. As 
células são recolhidas do doente, são tratadas in vitro e, posteriormente, 
reintroduzidas no organismo. A maior parte da terapia génica é realizada 
por esta técnica. Retiram-se as células do organismo, faz-se cultura das 
mesmas, usam-se vectores para nelas inserir o gene previamente 
isolado e, por infusão, essas células são reincorporadas no organismo. 
As células da medula são as mais usadas em terapia ex vivo, embora 
existam testes em outros tipos de células. A grande vantagem desta 
técnica é a selecção das células para as quais a manipulação vai ser 
efectuada, permitindo também que estas sejam testadas logo após a 
s 
e 
u 
in 
te 
rior codificam. 
In vivo 
3ºAno do Curso Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar 
 Na técnica in vivo, a terapia génica é executada no indivíduo, sem 
definição de um território específico, por injecção na corrente sanguínea 
dos vectores recombinantes. O gene modificado é levado directamente 
ao organismo do paciente, também usando vectores, porém sem a 
retirada de células e sua subsequente reintrodução no paciente. Esta 
técnica é mais fácil de implementar e não necessita de tanto apoio 
tecnológico como a técnica ex vivo. Contudo, a técnica in vivo depara 
com algumas dificuldades, tais como a acção do sistema imunológico e 
a não selectividade dos vectores para as células alvo. 
Objecções à terapia génica 
Para esta ser considerada um recurso na prática clínica, são necessárias 
aquisições aparentemente inatingíveis, como as que permitam aos vectores 
uma direccionalidade segura em termos de células alvo quando esta for 
necessária, uma adequação na inserção no locus homólogo em contraposição
à inserção ao acaso no genoma, uma dosagem genica adequada, um efeito de 
cura que se prolongue a vida do indivíduo, custos reduzidos, efeitos colaterais 
reduzidos e uma relação risco/benefício atractiva. 
Testes genéticos 
As nossas células possuem um conjunto de genes, em que estes controlam o 
nosso crescimento e o modo como o corpo funciona, são ainda responsáveis 
por muitas das nossas características, tais como a cor dos olhos, grupo de 
sangue ou a altura, entre outros. Os genes estão contidos em cromossomas, 
no qual possuímos 46 cromossomas herdados pelos pais, 23 pares da mãe e 
23 do pai, em cada uma da maioria das nossas células. 
Por vezes, ocorre uma alteração, ou seja uma mutação, na cópia de um gene 
ou cromossoma, que o impede de funcionar devidamente. Esta mudança pode 
provocar uma doença genética, pois o gene deixa de comunicar as instruções 
correctas ao organismo. Alguns exemplos de doenças genéticas incluem a 
síndrome de Down, a paramiloidose, a fibrose cística e a distrofia muscular de 
Duchenne. 
Para que se identifique as alterações nos cromossomas, genes ou proteínas 
deve se recorrer a testes genéticos, estas alterações na maioria das vezes são 
hereditárias. Os resultados deste tipo de teste pode confirmar ou descartar uma 
suspeita 
3ºAno do Curso Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar 
condiçã 
o 
genética ou ajudar a determinar a possibilidade de uma pessoa desenvolver ou 
transmitir uma doença genética. Na fig. 2 está demonstrado um esquema do 
procedimento dos testes genéticos. 
Fig.2 – Esquema de procedimento 
de teste genético
Vantagens e desvantagens da utilização de Organismos Geneticamente 
Modificados 
Vantagens: 
 O alimento pode ser enriquecido com um componente nutricional 
essencial, como por exemplo, o arroz geneticamente modificado que 
produz vitamina A. 
 Um microorganismo geneticamente modificado produz enzimas usadas 
na fabricação de queijos e pães, reduzindo o seu preço 
Desvantagens: 
 Apenas em poucos laboratórios tem os dispendiosos equipamentos, 
reagentes e pesquisadpres capazes de obter organismos transgênicos 
com toda a segurança requerida pela Lei de Biosegurança. 
 Após a obtenção do organismo transgénico, segue-se a fase mais longa 
e dispendiosa, de cinco ou mais anos, e milhões de euros para 
selecionar e desenvolver o produto. Somente algumas empresas tem a 
capacidade para aguentar com os custos necessários para lançar novos 
organismos transgénicos. 
Vantagens e desvantagens da utilização da engenharia 
genética na agricultura 
 Engenheiros genéticos afirmas que a tecnologia de manipulação 
g 
3ºAno do Curso Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar 
e 
n 
ética é segura. Dizem alguns que é necessária a fim de manter a 
produção de alimentos para suprir o crescimento das populações. 
 Entretanto, outros discutem que o maior problema é a distribuição e não 
a produção, pois a fome de parte da população é o resultado da 
distribuição desigual de alimento e riqueza. Portanto, não haveria 
necessidade de produção de alimentos geneticamente modificados. 
 Outros ainda afirmas que as modificações genéticas podem ter 
consequências inesperadas, podendo danificar tanto nos organismos 
modificados como no seu ambiente.
Conclusão 
Para algumas pessoas, esta é a oportunidade para uma vida melhor e mais 
saudáve 
3ºAno do Curso Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar 
l, mas 
existem 
outras que temem que apenas se esteja a tentar criar um ser humano perfeito 
no caso da clonagem. A engenharia genética pode ser usada para melhorar a 
vida das pessoas, mas também poderia ser usada para prejudicar a vida das 
pessoas. 
No entanto, a engenharia genética aplicada à saúde como se pode concluir, 
após a realização deste trabalho é que se no futuro a pesquisa sobre 
processos de manipulação do DNA humano for realizada com mais precisão e 
eficácia, os cientistas serão capazes de criar curas para doenças que não são 
curáveis hoje, como os defeitos de nascimento poderem ser quase totalmente 
eliminados se os médicos foram capazes de mudar os genes da criança antes 
do nascimento. O processo também pode ser adaptado para curar doenças
hereditárias e impedi-los de passar às gerações futuras. Também poderia 
permitir que pessoas com história familiar de doenças, como cancro, para 
modificar a sua predisposição genética à doença. 
Com o passar do tempo e com descobertas sempre a surgirem, as pessoas 
poderão manter os seus estilos de vidas sem a ameaça de por exemplo a SIDA 
ou cancro e não teriam que viver com medo de contrair um vírus mortal ou 
doença hereditária. Hoje em dia, é usada na luta contra problemas como a 
fibrose cística, diabetes, entre outros. 
Embora possam ter um efeito positivo, os novos organismos criados por 
engenharia genética podem representar um problema ecológico. As mudanças 
que a espécie geneticamente faria no ambiente de uma região são 
imprevisíveis. Assim como uma espécie exótica, o lançamento de uma nova 
espécie geneticamente modificados também teria a possibilidade de causar um 
desequilíbrio na ecologia de uma região. 
A engenharia genética também pode criar efeitos secundários desconhecidos, 
pois alterações numa planta ou animal podem causar reações alérgicas em 
algumas pessoas que na sua forma original não ocorreriam. 
Webgrafia 
 ht 
3ºAno do Curso Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar 
tp 
:// 
w 
ww.eurogentest.org/patient /leaflet/portuguese/what_is_a_genetic_tes t.xhtml – 14 de 
Dezembro de 2010. 
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia_gen%C3%A9tica 
 http://ambientes.ambientebrasil.com.br/biotecnologia/artigos_de_biotecn 
ologia/engenharia_genetica_(a_ciencia_da_vida).html 
 http://www.infoescola.com/biologia/engenharia-genetica/
 http://www.infopedia.pt/$engenharia-genetica 
3ºAno do Curso Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Universidade estadual do ceará – uece
Universidade estadual do ceará – ueceUniversidade estadual do ceará – uece
Universidade estadual do ceará – uecedayrla
 
11 - biotecnologia e engenharia genética
11 - biotecnologia e engenharia genética11 - biotecnologia e engenharia genética
11 - biotecnologia e engenharia genéticaMarcus Magarinho
 
Biotecnologia e engenharia genética
Biotecnologia e engenharia genéticaBiotecnologia e engenharia genética
Biotecnologia e engenharia genéticaThiago Fellipe
 
Divulgação técnica vírus oncogênicos em animais.
Divulgação técnica vírus oncogênicos em animais.Divulgação técnica vírus oncogênicos em animais.
Divulgação técnica vírus oncogênicos em animais.Safia Naser
 
Fundamentos de Engenharia Genética
Fundamentos de Engenharia GenéticaFundamentos de Engenharia Genética
Fundamentos de Engenharia GenéticaPedro Veiga
 
A produção e o desenvolvimento de vacinas no brasil
A produção e o desenvolvimento de vacinas no brasilA produção e o desenvolvimento de vacinas no brasil
A produção e o desenvolvimento de vacinas no brasilThuane Sales
 
Expressão heteróloga
Expressão heterólogaExpressão heteróloga
Expressão heterólogaIvson Cassiano
 
Engenharia genética
Engenharia genéticaEngenharia genética
Engenharia genéticaAleni Fonseca
 
Bioinformática Apostila de Introdução
 Bioinformática Apostila de Introdução Bioinformática Apostila de Introdução
Bioinformática Apostila de IntroduçãoGregorio Leal da Silva
 
Biologia molecular seminário - plantas transgênicas
Biologia molecular   seminário - plantas transgênicasBiologia molecular   seminário - plantas transgênicas
Biologia molecular seminário - plantas transgênicasFilho João Evangelista
 
Engenharia genetica e a produção de medicamentos
Engenharia genetica e a produção de medicamentosEngenharia genetica e a produção de medicamentos
Engenharia genetica e a produção de medicamentosVitória Melo
 
Aplicação da Engenharia Genética na Medicina
Aplicação da Engenharia Genética na MedicinaAplicação da Engenharia Genética na Medicina
Aplicação da Engenharia Genética na MedicinaAntónio Morais
 
CN9-engenharia genética
CN9-engenharia genéticaCN9-engenharia genética
CN9-engenharia genéticaRita Rainho
 

Was ist angesagt? (20)

Universidade estadual do ceará – uece
Universidade estadual do ceará – ueceUniversidade estadual do ceará – uece
Universidade estadual do ceará – uece
 
11 - biotecnologia e engenharia genética
11 - biotecnologia e engenharia genética11 - biotecnologia e engenharia genética
11 - biotecnologia e engenharia genética
 
3S_Terapias genicas
3S_Terapias genicas3S_Terapias genicas
3S_Terapias genicas
 
Engenharia genética
Engenharia genéticaEngenharia genética
Engenharia genética
 
Biotecnologia e engenharia genética
Biotecnologia e engenharia genéticaBiotecnologia e engenharia genética
Biotecnologia e engenharia genética
 
Výýrus
VýýrusVýýrus
Výýrus
 
Biotecnologia
Biotecnologia Biotecnologia
Biotecnologia
 
Divulgação técnica vírus oncogênicos em animais.
Divulgação técnica vírus oncogênicos em animais.Divulgação técnica vírus oncogênicos em animais.
Divulgação técnica vírus oncogênicos em animais.
 
Fundamentos de Engenharia Genética
Fundamentos de Engenharia GenéticaFundamentos de Engenharia Genética
Fundamentos de Engenharia Genética
 
Lesões genéticas no câncer.
Lesões genéticas no câncer.Lesões genéticas no câncer.
Lesões genéticas no câncer.
 
A produção e o desenvolvimento de vacinas no brasil
A produção e o desenvolvimento de vacinas no brasilA produção e o desenvolvimento de vacinas no brasil
A produção e o desenvolvimento de vacinas no brasil
 
Expressão heteróloga
Expressão heterólogaExpressão heteróloga
Expressão heteróloga
 
Personalomics
PersonalomicsPersonalomics
Personalomics
 
Engenharia genética
Engenharia genéticaEngenharia genética
Engenharia genética
 
Bioinformática Apostila de Introdução
 Bioinformática Apostila de Introdução Bioinformática Apostila de Introdução
Bioinformática Apostila de Introdução
 
Biologia molecular seminário - plantas transgênicas
Biologia molecular   seminário - plantas transgênicasBiologia molecular   seminário - plantas transgênicas
Biologia molecular seminário - plantas transgênicas
 
Engenharia genetica e a produção de medicamentos
Engenharia genetica e a produção de medicamentosEngenharia genetica e a produção de medicamentos
Engenharia genetica e a produção de medicamentos
 
A Engenharia GenéTica
A Engenharia GenéTicaA Engenharia GenéTica
A Engenharia GenéTica
 
Aplicação da Engenharia Genética na Medicina
Aplicação da Engenharia Genética na MedicinaAplicação da Engenharia Genética na Medicina
Aplicação da Engenharia Genética na Medicina
 
CN9-engenharia genética
CN9-engenharia genéticaCN9-engenharia genética
CN9-engenharia genética
 

Ähnlich wie Engenharia Genética

Ähnlich wie Engenharia Genética (20)

22 ge aula10_terapia_genica
22 ge aula10_terapia_genica22 ge aula10_terapia_genica
22 ge aula10_terapia_genica
 
Terapia genética
Terapia genéticaTerapia genética
Terapia genética
 
Universidade estadual do ceará – uece
Universidade estadual do ceará – ueceUniversidade estadual do ceará – uece
Universidade estadual do ceará – uece
 
Aula 6 EPIGENÉTICA NUTRIGENÉTICA E CARCINOGENESE.pptx
Aula 6 EPIGENÉTICA NUTRIGENÉTICA E CARCINOGENESE.pptxAula 6 EPIGENÉTICA NUTRIGENÉTICA E CARCINOGENESE.pptx
Aula 6 EPIGENÉTICA NUTRIGENÉTICA E CARCINOGENESE.pptx
 
Transgenicidade
TransgenicidadeTransgenicidade
Transgenicidade
 
Melhoramento genetico brasilia
Melhoramento genetico brasiliaMelhoramento genetico brasilia
Melhoramento genetico brasilia
 
Genetica -mapa_de_conceitos
Genetica  -mapa_de_conceitosGenetica  -mapa_de_conceitos
Genetica -mapa_de_conceitos
 
Alimentos Transgênicos
Alimentos Transgênicos Alimentos Transgênicos
Alimentos Transgênicos
 
Organismos geneticamente modificados
Organismos geneticamente modificadosOrganismos geneticamente modificados
Organismos geneticamente modificados
 
Bio30
Bio30Bio30
Bio30
 
Terapia genética.docx
Terapia genética.docxTerapia genética.docx
Terapia genética.docx
 
Biotecnologia agricola
Biotecnologia agricolaBiotecnologia agricola
Biotecnologia agricola
 
Terapia Gênica
Terapia GênicaTerapia Gênica
Terapia Gênica
 
Alimentos transgênicos.
Alimentos transgênicos.Alimentos transgênicos.
Alimentos transgênicos.
 
Ética e Alimentos Transgenicos
Ética e Alimentos TransgenicosÉtica e Alimentos Transgenicos
Ética e Alimentos Transgenicos
 
2a atividade de_genetica_molecula
2a atividade de_genetica_molecula2a atividade de_genetica_molecula
2a atividade de_genetica_molecula
 
3S_Resumo_
3S_Resumo_ 3S_Resumo_
3S_Resumo_
 
Resumo
ResumoResumo
Resumo
 
(6) 2008-2009 - 9º ano - genética & sociedade
(6)   2008-2009 - 9º ano - genética & sociedade(6)   2008-2009 - 9º ano - genética & sociedade
(6) 2008-2009 - 9º ano - genética & sociedade
 
Aula 1 -_introdução_à_biotecnologia
Aula 1 -_introdução_à_biotecnologiaAula 1 -_introdução_à_biotecnologia
Aula 1 -_introdução_à_biotecnologia
 

Mehr von Tiago Faisca

Hortofrutícolas Minimamente Processadas
Hortofrutícolas Minimamente ProcessadasHortofrutícolas Minimamente Processadas
Hortofrutícolas Minimamente ProcessadasTiago Faisca
 
Produção de Azeite
Produção de AzeiteProdução de Azeite
Produção de AzeiteTiago Faisca
 
ONU - Organização das Nações Unidas
ONU - Organização das Nações UnidasONU - Organização das Nações Unidas
ONU - Organização das Nações UnidasTiago Faisca
 
Abate de bovinos -
Abate de bovinos - Abate de bovinos -
Abate de bovinos - Tiago Faisca
 
Programação linear Matematica
Programação linear  MatematicaProgramação linear  Matematica
Programação linear MatematicaTiago Faisca
 
Padre António Vieira
Padre António VieiraPadre António Vieira
Padre António VieiraTiago Faisca
 
Higienização e haccp na indústria agro alimentar
Higienização e haccp na indústria agro alimentarHigienização e haccp na indústria agro alimentar
Higienização e haccp na indústria agro alimentarTiago Faisca
 
Almeida Garrett - Vida e Obra
Almeida Garrett - Vida e ObraAlmeida Garrett - Vida e Obra
Almeida Garrett - Vida e ObraTiago Faisca
 

Mehr von Tiago Faisca (13)

Hortofrutícolas Minimamente Processadas
Hortofrutícolas Minimamente ProcessadasHortofrutícolas Minimamente Processadas
Hortofrutícolas Minimamente Processadas
 
Produção de Azeite
Produção de AzeiteProdução de Azeite
Produção de Azeite
 
Jose Saramago
Jose Saramago Jose Saramago
Jose Saramago
 
ONU - Organização das Nações Unidas
ONU - Organização das Nações UnidasONU - Organização das Nações Unidas
ONU - Organização das Nações Unidas
 
Abate de bovinos -
Abate de bovinos - Abate de bovinos -
Abate de bovinos -
 
Convento de Mafra
Convento de MafraConvento de Mafra
Convento de Mafra
 
Programação linear Matematica
Programação linear  MatematicaProgramação linear  Matematica
Programação linear Matematica
 
Probabilidades
Probabilidades   Probabilidades
Probabilidades
 
Manteiga
ManteigaManteiga
Manteiga
 
Padre António Vieira
Padre António VieiraPadre António Vieira
Padre António Vieira
 
Fernando Pessoa
Fernando Pessoa  Fernando Pessoa
Fernando Pessoa
 
Higienização e haccp na indústria agro alimentar
Higienização e haccp na indústria agro alimentarHigienização e haccp na indústria agro alimentar
Higienização e haccp na indústria agro alimentar
 
Almeida Garrett - Vida e Obra
Almeida Garrett - Vida e ObraAlmeida Garrett - Vida e Obra
Almeida Garrett - Vida e Obra
 

Kürzlich hochgeladen

Historia da Agricultura Agronomia 2017.pptx
Historia da Agricultura Agronomia 2017.pptxHistoria da Agricultura Agronomia 2017.pptx
Historia da Agricultura Agronomia 2017.pptxCarlosMelo486412
 
Planejamento do viveiro de mudas florestais
Planejamento do viveiro de mudas florestaisPlanejamento do viveiro de mudas florestais
Planejamento do viveiro de mudas florestaisandersonwebler1
 
NEUROCIENCIA I (1).ppt aula explicativa 1
NEUROCIENCIA I (1).ppt aula explicativa 1NEUROCIENCIA I (1).ppt aula explicativa 1
NEUROCIENCIA I (1).ppt aula explicativa 1conselhosade2
 
TÉCNICA DE CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA
TÉCNICA DE CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADATÉCNICA DE CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA
TÉCNICA DE CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADAprofjulhilson
 
Apresentação sobre o cientista linus pauling.pptx
Apresentação sobre o cientista linus pauling.pptxApresentação sobre o cientista linus pauling.pptx
Apresentação sobre o cientista linus pauling.pptxTatianaMalcher
 
Bilhete de Identidade sobre o Tungsténio.pptx
Bilhete de Identidade sobre o Tungsténio.pptxBilhete de Identidade sobre o Tungsténio.pptx
Bilhete de Identidade sobre o Tungsténio.pptxSusanaRangel12
 

Kürzlich hochgeladen (6)

Historia da Agricultura Agronomia 2017.pptx
Historia da Agricultura Agronomia 2017.pptxHistoria da Agricultura Agronomia 2017.pptx
Historia da Agricultura Agronomia 2017.pptx
 
Planejamento do viveiro de mudas florestais
Planejamento do viveiro de mudas florestaisPlanejamento do viveiro de mudas florestais
Planejamento do viveiro de mudas florestais
 
NEUROCIENCIA I (1).ppt aula explicativa 1
NEUROCIENCIA I (1).ppt aula explicativa 1NEUROCIENCIA I (1).ppt aula explicativa 1
NEUROCIENCIA I (1).ppt aula explicativa 1
 
TÉCNICA DE CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA
TÉCNICA DE CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADATÉCNICA DE CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA
TÉCNICA DE CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA
 
Apresentação sobre o cientista linus pauling.pptx
Apresentação sobre o cientista linus pauling.pptxApresentação sobre o cientista linus pauling.pptx
Apresentação sobre o cientista linus pauling.pptx
 
Bilhete de Identidade sobre o Tungsténio.pptx
Bilhete de Identidade sobre o Tungsténio.pptxBilhete de Identidade sobre o Tungsténio.pptx
Bilhete de Identidade sobre o Tungsténio.pptx
 

Engenharia Genética

  • 1. Trabalho de pesquisa ENGENHARIA GENÉTICA Tiago Faísca Biologia 3ºAno do Curso Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar
  • 2. Introdução Desde o século XVII que o conhecimento e a técnica têm vindo a desenvolver de um modo que a biologia, sobretudo a genética através da engenharia e da articulação com outros sectores tecno científicos, trazem a partir dessas mudanças, questões inéditas para a humanidade. O primeiro trabalho sobre a estrutura da molécula DNA, foi publicado na revista Nature em 1953. Os pioneiros da biologia molecular foram Watson e Crick que constituem um marco no desenvolvimento científico, pois propuseram o modelo de dupla hélice para o DNA e sugeriram uma possível forma de esta molécula se replicar. Em meados dos anos de 1972, Paul Berg e os seus colegas David Jackson e Robert Simons, da universidade de Stanford, Estados Unidos, conseguiram pela primeira vez criar uma molécula de DNA híbrida, isto é, produziram uma molécula única contendo DNA de diferentes organismos. Esta combinação foi designada como a criação da engenharia genética. A partir dai, a engenharia genética tem sido uma das ciências que mais se desenvolveu ao longo dos anos, e atualmente vem recebendo grande importância devido aos seus sucessos e às suas muitas descobertas. De um modo geral, segundo Aragão, a engenharia genética envolve, entre outras coisas, a criação de inúmeras combinações entre genes de organismos diferentes, através da manipulação dos genes. Nas últimas décadas os eventos tecno-científicos têm alcançado tal dinamismo que proezas artificiais contemporâneas nos permitem comer alimentos produzidos pela modificação, no laboratório, de genes de diferentes espécies ou de espécies melhoradas como por exemplo, tomates com cheiro de limão ou tomates que não amassam, de cereais diversos num só, de medicamentos personalizados que prometem descartar a possibilidade de doenças hereditárias, entre outros.
  • 3. 3ºAno do Curso Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar Engenharia Genética e a Saúde A engenharia genética é a modificação dos seres vivos pela manipulação direta do ADN, através da inserção ou deleção de fragmentos específicos. A sua aplicação pode ser na produção de vacinas, proteínas por microorganismos, alimentos, transplantes, terapia genética, animais transgênicos. Terapia Génica Terapia génica ou geneterapia é o tratamento, ou a sua tentativa, de doenças genéticas ou não-genéticas por meio da introdução, em células específicas do organismo, de uma cópia normal de um gene mutado ou em falta, ou por modulação da expressão genica. Uma doença poderá ser objecto de terapia génica quando se verificam os seguintes critérios:  Perigo de vida na ausência de terapia génica e inexistência de recursos terapêuticos alternativos  Relação favorável na ponderação do risco/benefício para o indivíduo e para a espécie  Clonagem e sequenciação prévia do gene em causa e dos seus elementos reguladores  Conhecimento da patologia molecular da doença  Ausência de precisão da dosagem génica  Existência de soluções técnicas para introduzir o gene nas células ou para modular a expressão do alelo mutado  Identificação das células alvo e da proporção de células a tratar para obter efeito terapêutico
  • 4.  Existência de experimentação prévia em modelos animais que demonstre a segurança do método, Os retrovírus são outro grupo de importância bastante acentuada em estudos de terapia génica. A sua propriedade de integração ao genoma hospedeiro acentua a possibilidade de garantir uma expressão estável do transgene. As vantagens da utilização de retrovírus são a elevada eficiência (podendo ser traduzidas 100% das células), a ausência de toxicidade, a tradução simultânea de tantas células quanto as desejadas, a possibilidade de inserção no genoma humano de células hospedeiras de apenas uma cópia do DNA traduzido, a inserção do DNA no genoma e estabilidade do efeito terapêutico prolongada com risco 3ºAno do Curso Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar quase nulo para as células. Contudo, há desvantagens associadas ao retrovírus tais como a necessidade das células estarem em divisão para se incorporarem no núcleo, a inactivação rápida devido ao complemento de soro, o comprimento do gene a inserir não pode ultrapassar as 8Kb, a instabilidade podendo a purificação reduzir a eficácia da tradução, a inserção ao acaso pode provocar mutagénese insercional, a dificuldade de regular com precisão a dose génica, a possibilidade de expressão transitória, a possibilidade de incorporação do retrovírus em células germinativas sem previsão ou tratamento das consequências para as gerações futuras. Os vírus adeno-associados são uma categoria de vectores que compreende uma pequena família dos parvovírus, que necessitam da colaboração de um outro vírus para infectar a célula, geralmente um adenovírus. Possuem algumas vantagens em relação aos demais sistemas virais, como integração específica no local, alta definição tecidual e ausência de efeitos patogénicos. No entanto, a limitação do tamanho do transgene carregado, a necessidade de vírus auxiliares para a produção destes vectores e, em certos casos, a perda da capacidade de integração localmente dirigida têm limitado a uti lização destes vectores. Por último, devemos destacar a importância dos vectores baseados em herpesvírus, que estão a ganhar um notável destaque pelo seu tropismo bastante elevado nas células nervosas. Assim, acredita-se que a uti lização destes vírus para procedimentos de transferência génica em células do sistema nervoso seja uma alternativa bastante viável futuramente.
  • 5. Vectores Fig. 1 – Esquema do procedimento de terapia genética utilizando vectores virais. O gene de interesse é transportado por um vector e está contido numa molécula de ADN ou RNA que carrega ainda outros elementos genéticos importan 3ºAno do Curso Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar tes para sua manutenção e expressão. As formas de transferência deste vector são muito variadas. Em primeiro lugar, é importante definir se é mais apropriado introduzir o gene diretamente no organismo (in vivo) ou se, alternativamente, células serão retiradas do indivíduo, modificadas e depois reintroduzidas (ex vivo). Conforme detalhado a seguir, algumas das formas de transferência utilizam vírus, dos quais os principais são os retrovírus, os adenovírus e os vírus adeno-associados. Outras formas de transferência incluem a injecção directa do gene no organismo, bem como métodos utilizando princípios físicos (biolística, eletroporação) ou químicos (lipofecção). A avaliação do sucesso do procedimento envolve a análise da manutenção de expressão do gene nas células transformadas e a correcção da doença. Um vector ideal teria algumas características altamente desejáveis, entre as quais podemos destacar as seguintes: fácil manipulação, produção e purificação; flexibilidade quanto ao tamanho do gene inserido; alta eficiência de transferência génica; e baixa toxicidade. A escolha deste depende essencialmente da doença, do gene terapêutico, a via de administração e a duração desejada da expressão génica. Vectores Virais De todos os sistemas de transferência génica, os virais são os actualmente mais utilizados nos estudos para desenvolvimento de protocolos de terapia génica, devido principalmente à alta eficiência de tradução obtida com estes vectores. Os adenovírus são vírus responsáveis pelas infecções benignas do tracto respiratório, mais concretamente de rinofaringites. São capazes de penetrar tanto em células em proliferação, como em células em não proliferação, não inserindo o seu material genético no genoma da célula hóspede, mantendo a
  • 6. sua actividade durante 10 meses. São bastante utilizados principalmente devido à pouca patogenicidade e ao tropismo amplo por células humanas. No entanto, a grande imunogenicidade e a expressão génica temporária relacionadas a estes vectores limitam suas aplicações. Atualmente, os adenovírus têm uma aplicação importante na transferência de genes suicidas a tumores. Vectores não virais Os plasmídeos são moléculas de ADN circulares, extragenómicos, de replicação autónoma e independente do cromossoma bacteriano. Estes apresentam vantagem adaptativa às bactérias, como o poder de infecção no caso de patogenias, além da resistência a antibióticos e a possibilidade de defesa contra bactérias. São elementos extremamente importantes para a biotecnologia, uma vez que possuem genes que controlam a capacidade da própria transferê 3ºAno do Curso Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar ncia de uma célula bacteriana para outra. As suas vantagens são fácil manipulação e potencial para produção de grandes quantidades; não é patogénico nem imunogénico; não necessita de vector para infecção; pode programar expressão génica a longo prazo em células pós-mitóticas in vivo. Tipos de terapia génica Terapia génica somática  Este tipo de terapia génica é feito em células somáticas do indivíduo doente, submetidas a tradução com o gene normal. É utilizada para não relacionados com a produção de gâmetas. Pode ser comparada ao processo de transplante de um órgão, pois pode curar o indivíduo, porém o mecanismo somático responsável por essa cura não é transmitido aos descendentes. A sua característica básica é a de provocar uma alteração no ADN do portador da patologia, através da utilização de um vector. Os problemas operacionais associados a esta técnica são: o tempo de vida da célula hospedeira; a baixa expressão do gene; o controlo da expressão génica; a dificuldade de atingir o tecido-alvo e o seu potencial oncogênico. Terapia génica germinativa  Baseia-se na alteração de células reprodutivas (óvulos, espermatozóides ou células precursoras). Além das questões éticas, esta terapia apresenta inúmeros problemas operacionais: alta taxa de
  • 7. mortalidade; desenvolvimento de tumores e malformações; alteração de embriões potencialmente normais e a irreversibilidade das acções. Ex vivo  A técnica ex vivo é viável quando o erro está presente nas células do sangue ou quando o erro é sistémico e pode ser corrigido por transfecção ou tradução de células sem especificidade do tecido. As células são recolhidas do doente, são tratadas in vitro e, posteriormente, reintroduzidas no organismo. A maior parte da terapia génica é realizada por esta técnica. Retiram-se as células do organismo, faz-se cultura das mesmas, usam-se vectores para nelas inserir o gene previamente isolado e, por infusão, essas células são reincorporadas no organismo. As células da medula são as mais usadas em terapia ex vivo, embora existam testes em outros tipos de células. A grande vantagem desta técnica é a selecção das células para as quais a manipulação vai ser efectuada, permitindo também que estas sejam testadas logo após a s e u in te rior codificam. In vivo 3ºAno do Curso Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar  Na técnica in vivo, a terapia génica é executada no indivíduo, sem definição de um território específico, por injecção na corrente sanguínea dos vectores recombinantes. O gene modificado é levado directamente ao organismo do paciente, também usando vectores, porém sem a retirada de células e sua subsequente reintrodução no paciente. Esta técnica é mais fácil de implementar e não necessita de tanto apoio tecnológico como a técnica ex vivo. Contudo, a técnica in vivo depara com algumas dificuldades, tais como a acção do sistema imunológico e a não selectividade dos vectores para as células alvo. Objecções à terapia génica Para esta ser considerada um recurso na prática clínica, são necessárias aquisições aparentemente inatingíveis, como as que permitam aos vectores uma direccionalidade segura em termos de células alvo quando esta for necessária, uma adequação na inserção no locus homólogo em contraposição
  • 8. à inserção ao acaso no genoma, uma dosagem genica adequada, um efeito de cura que se prolongue a vida do indivíduo, custos reduzidos, efeitos colaterais reduzidos e uma relação risco/benefício atractiva. Testes genéticos As nossas células possuem um conjunto de genes, em que estes controlam o nosso crescimento e o modo como o corpo funciona, são ainda responsáveis por muitas das nossas características, tais como a cor dos olhos, grupo de sangue ou a altura, entre outros. Os genes estão contidos em cromossomas, no qual possuímos 46 cromossomas herdados pelos pais, 23 pares da mãe e 23 do pai, em cada uma da maioria das nossas células. Por vezes, ocorre uma alteração, ou seja uma mutação, na cópia de um gene ou cromossoma, que o impede de funcionar devidamente. Esta mudança pode provocar uma doença genética, pois o gene deixa de comunicar as instruções correctas ao organismo. Alguns exemplos de doenças genéticas incluem a síndrome de Down, a paramiloidose, a fibrose cística e a distrofia muscular de Duchenne. Para que se identifique as alterações nos cromossomas, genes ou proteínas deve se recorrer a testes genéticos, estas alterações na maioria das vezes são hereditárias. Os resultados deste tipo de teste pode confirmar ou descartar uma suspeita 3ºAno do Curso Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar condiçã o genética ou ajudar a determinar a possibilidade de uma pessoa desenvolver ou transmitir uma doença genética. Na fig. 2 está demonstrado um esquema do procedimento dos testes genéticos. Fig.2 – Esquema de procedimento de teste genético
  • 9. Vantagens e desvantagens da utilização de Organismos Geneticamente Modificados Vantagens:  O alimento pode ser enriquecido com um componente nutricional essencial, como por exemplo, o arroz geneticamente modificado que produz vitamina A.  Um microorganismo geneticamente modificado produz enzimas usadas na fabricação de queijos e pães, reduzindo o seu preço Desvantagens:  Apenas em poucos laboratórios tem os dispendiosos equipamentos, reagentes e pesquisadpres capazes de obter organismos transgênicos com toda a segurança requerida pela Lei de Biosegurança.  Após a obtenção do organismo transgénico, segue-se a fase mais longa e dispendiosa, de cinco ou mais anos, e milhões de euros para selecionar e desenvolver o produto. Somente algumas empresas tem a capacidade para aguentar com os custos necessários para lançar novos organismos transgénicos. Vantagens e desvantagens da utilização da engenharia genética na agricultura  Engenheiros genéticos afirmas que a tecnologia de manipulação g 3ºAno do Curso Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar e n ética é segura. Dizem alguns que é necessária a fim de manter a produção de alimentos para suprir o crescimento das populações.  Entretanto, outros discutem que o maior problema é a distribuição e não a produção, pois a fome de parte da população é o resultado da distribuição desigual de alimento e riqueza. Portanto, não haveria necessidade de produção de alimentos geneticamente modificados.  Outros ainda afirmas que as modificações genéticas podem ter consequências inesperadas, podendo danificar tanto nos organismos modificados como no seu ambiente.
  • 10. Conclusão Para algumas pessoas, esta é a oportunidade para uma vida melhor e mais saudáve 3ºAno do Curso Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar l, mas existem outras que temem que apenas se esteja a tentar criar um ser humano perfeito no caso da clonagem. A engenharia genética pode ser usada para melhorar a vida das pessoas, mas também poderia ser usada para prejudicar a vida das pessoas. No entanto, a engenharia genética aplicada à saúde como se pode concluir, após a realização deste trabalho é que se no futuro a pesquisa sobre processos de manipulação do DNA humano for realizada com mais precisão e eficácia, os cientistas serão capazes de criar curas para doenças que não são curáveis hoje, como os defeitos de nascimento poderem ser quase totalmente eliminados se os médicos foram capazes de mudar os genes da criança antes do nascimento. O processo também pode ser adaptado para curar doenças
  • 11. hereditárias e impedi-los de passar às gerações futuras. Também poderia permitir que pessoas com história familiar de doenças, como cancro, para modificar a sua predisposição genética à doença. Com o passar do tempo e com descobertas sempre a surgirem, as pessoas poderão manter os seus estilos de vidas sem a ameaça de por exemplo a SIDA ou cancro e não teriam que viver com medo de contrair um vírus mortal ou doença hereditária. Hoje em dia, é usada na luta contra problemas como a fibrose cística, diabetes, entre outros. Embora possam ter um efeito positivo, os novos organismos criados por engenharia genética podem representar um problema ecológico. As mudanças que a espécie geneticamente faria no ambiente de uma região são imprevisíveis. Assim como uma espécie exótica, o lançamento de uma nova espécie geneticamente modificados também teria a possibilidade de causar um desequilíbrio na ecologia de uma região. A engenharia genética também pode criar efeitos secundários desconhecidos, pois alterações numa planta ou animal podem causar reações alérgicas em algumas pessoas que na sua forma original não ocorreriam. Webgrafia  ht 3ºAno do Curso Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar tp :// w ww.eurogentest.org/patient /leaflet/portuguese/what_is_a_genetic_tes t.xhtml – 14 de Dezembro de 2010.  http://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia_gen%C3%A9tica  http://ambientes.ambientebrasil.com.br/biotecnologia/artigos_de_biotecn ologia/engenharia_genetica_(a_ciencia_da_vida).html  http://www.infoescola.com/biologia/engenharia-genetica/
  • 12.  http://www.infopedia.pt/$engenharia-genetica 3ºAno do Curso Técnico de Processamento e Controlo de Qualidade Alimentar