SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 8
Downloaden Sie, um offline zu lesen
Cap´ıtulo 7
Movimento anual do Sol
Devido ao movimento de transla¸c˜ao da Terra em torno do Sol, o Sol apa-
rentemente se move entre as estrelas, ao longo do ano, descrevendo uma
trajet´oria na esfera celeste chamada Ecl´ıptica. A Ecl´ıptica ´e um c´ırculo
m´aximo que tem uma inclina¸c˜ao de 23◦27 em rela¸c˜ao ao Equador Celeste.
´E essa inclina¸c˜ao que causa as esta¸c˜oes do ano.
Setembro
Março
Junho
Dezembro
Eclípticaφ
Equador
Zênite
Polo Sul Celeste
0000
0000
1111
1111
41
7.1 Esta¸c˜oes do ano
Uma observa¸c˜ao simples que permite “ver” o movimento do Sol durante
o ano ´e atrav´es do gnˆomon. Um gnˆomon nada mais ´e do que uma haste
vertical fincada ao solo. Durante o dia, a haste, ao ser iluminada pelo Sol,
forma uma sombra cujo tamanho depende da hora do dia e da ´epoca do
ano. A dire¸c˜ao da sombra ao meio-dia real local nos d´a a dire¸c˜ao Norte-
Sul. Ao longo de um dia, a sombra ´e m´axima no nascer e no ocaso do Sol,
e ´e m´ınima ao meio-dia. Ao longo de um ano (`a mesma hora do dia), a
sombra ´e m´axima no Solst´ıcio de Inverno, e m´ınima no Solst´ıcio de Ver˜ao.
A bissectriz marca o tamanho da sombra nos equin´ocios. Foi observando a
varia¸c˜ao do tamanho da sombra do gnˆomon ao longo do ano que os antigos
determinaram o comprimento do ano das esta¸c˜oes, ou ano tropical.
Z
S.V.S.I.
S
S
Eq.
23.5
23.5o
o
7.1.1 Posi¸c˜oes caracter´ısticas do Sol
Durante o ano, o Sol ocupa quatro posi¸c˜oes caracter´ısticas na Ecl´ıptica:
• ≈ 21 Mar¸co: Sol cruza o Equador, indo do Hemisf´erio Sul para o
Hemisf´erio Norte:
α = 0h
δ = 0◦
42
o dia e a noite duram 12 h em toda a Terra.
nos p´olos, 24 h de crep´usculo.
Equin´ocio (lat: equi=igual+nox=noite) de Outono no HS.
Equin´ocio de Primavera no HN.
• ≈ 22 Junho: Sol est´a na m´axima declina¸c˜ao norte, incidindo direta-
mente na regi˜ao do Tr´opico de Cˆancer na Terra:
α = 6h
δ = +23.5◦ (N)
o dia mais curto do ano no HS, dia mais longo do ano no HN.
no p´olo S, Sol sempre abaixo do horizonte.
no p´olo N, Sol sempre acima do horizonte.
Solst´ıcio (lat: sol+sticium=parado) de Inverno no HS.
Solst´ıcio de Ver˜ao no HN.
dia em Porto Alegre dura 10h10m.
• ≈ 23 Setembro: Sol cruza o equador, indo do Hemisf´erio Norte para o
Hemisf´erio Sul:
α = 12h
δ = 0◦
o dia e a noite duram 12 h em toda a Terra.
nos p´olos, 24 h de crep´usculo.
Equin´ocio de Primavera no HS.
Equin´ocio de Outono no HN.
43
N
S
Equador
Celeste
Ecliptica
Sol em 22 Jun
Sol em 23 Set
Sol em 22 Dez
Sol em 21 Mar
• ≈ 22 Dezembro: Sol est´a na m´axima declina¸c˜ao sul incidindo direta-
mente na regi˜ao do Tr´opico de Capric´ornio na Terra:
α = 18h
δ = −23.5◦ (S)
o dia mais longo do ano no HS, dia mais curto do ano no HN.
no p´olo S, Sol sempre acima do horizonte.
no p´olo N, Sol sempre abaixo do horizonte.
Solst´ıcio de Ver˜ao no HS.
Solst´ıcio de Inverno no HN.
dia em Porto Alegre dura 14h10m.
7.1.2 Esta¸c˜oes em diferentes latitudes
Embora a ´orbita da Terra em torno do Sol seja uma elipse, e n˜ao um c´ırculo,
a distˆancia da Terra ao Sol varia somente 3%, sendo que a Terra est´a mais
44
pr´oxima do Sol em janeiro. Mas ´e f´acil lembrar que o Hemisf´erio Norte da
Terra tamb´em est´a mais pr´oximo do Sol em janeiro, e ´e inverno l´a.
Como j´a vimos no in´ıcio deste cap´ıtulo, a causa das esta¸c˜oes ´e a in-
clina¸c˜ao do eixo de rota¸c˜ao da Terra com rela¸c˜ao `a sua ´orbita. Esse ˆangulo,
chamado de obliq¨uidade da ecl´ıptica, ´e de 23◦27 . Devido a essa inclina¸c˜ao,
`a medida que a Terra orbita em torno do Sol, os raios solares incidem mais
diretamente em um hemisf´erio ou em outro, proporcionando mais horas com
luz durante o dia a um hemisf´erio ou a outro, e, portanto, aquecendo mais
um hemisf´erio ou outro.
Sol
N
N
N
N
E
E
Sol
23
23
Sol
o
o
S
S
22 Jun
21 Mar
23 Set
Celeste
Equador
Equador
Celeste
22 Dez
No Equador, todas as esta¸c˜oes s˜ao muito parecidas: todos os dias do
ano o Sol fica 12 horas acima do horizonte e 12 horas abaixo do horizonte.
A ´unica diferen¸ca ´e a altura do Sol: em ∼ 21 Jun o Sol cruza o meridiano
23◦27 ao norte do Zˆenite, em ∼ 23 Set o Sol cruza o meridiano 23◦27 ao sul
do Zˆenite, e, no resto do ano, ele cruza o meridiano entre esses dois pontos.
Portanto, a altura do Sol ao meio-dia no Equador n˜ao muda muito ao longo
do ano, e por isso n˜ao existe muita diferen¸ca entre inverno, ver˜ao, primavera
ou outono.
`A medida que se afasta do Equador, as esta¸c˜oes ficam mais acentuadas,
e as diferen¸cas tornam-se m´aximas nos p´olos.
45
7.2 Insola¸c˜ao
A quantidade de energia solar que chega, por unidade de tempo e por uni-
dade de ´area, a uma superf´ıcie perpendicular aos raios solares, `a distˆancia
m´edia Terra-Sol, se chama constante solar, e vale 1367 W/m2. Esse valor
da constante solar ´e medido por sat´elites logo acima da atmosfera terrestre.
Em geral estamos interessados em conhecer a a quantidade de energia
por unidade de ´area e por unidade de tempo que chega em um determinado
lugar da superf´ıcie da Terra, que chamamos insola¸c˜ao do lugar. A insola¸c˜ao
varia de acordo com o lugar, com a hora do dia e com a ´epoca do ano.
Devido `a rota¸c˜ao da Terra, a energia m´edia incidente no topo da at-
mosfera, por unidade de ´area e por unidade de tempo, ´e aproximadamente
1/4 da constante solar. Al´em disso, a atmosfera reflete 39% da radia¸c˜ao,
de forma que apenas 61% ´e usada no aquecimento da Terra. Chamando
Ez a energia m´edia que chega perpendiculamente `a superf´ıcie da Terra, por
unidade de tempo e por unidade de ´area, temos que
Ez = 0, 61 ×
1
4
× 1367 W/m2
= 208 W/m2
= 750 kW − h/m2
Se definirmos insola¸c˜ao solar como a quantidade de energia solar que
atinge uma unidade de ´area da Terra,
I =
Ez
A
e considerando que, quando o Sol est´a a uma altura θ em rela¸c˜ao ao hori-
zonte, a mesma energia ´e espalhada por uma ´area
A =
A
sen θ
vemos que devido `a varia¸c˜ao da altura m´axima do Sol para um lugar (de-
vido `a inclina¸c˜ao da ´orbita), acontece uma varia¸c˜ao da ´area iluminada na
superf´ıcie da Terra, o que leva a uma varia¸c˜ao na insola¸c˜ao.
46
Para Porto Alegre, cuja latitude ´e 30◦, a altura m´axima do Sol no
Solst´ıcio de Ver˜ao (≈ 21 Dez) ´e θV = 83, 5◦, j´a que o Sol est´a a (30◦ lat
- 23,5◦ decl.) 6, 5◦ do zˆenite ao meio-dia.
Ao meio-dia, no Solst´ıcio de Inverno (≈ 21 Jun), a altura m´axima do Sol
´e θI = 36, 5◦, j´a que o Sol est´a a (30◦ lat + 23,5◦ decl.) 53, 5◦ do zˆenite.
Desconsiderando, por enquanto, a varia¸c˜ao da insola¸c˜ao solar devido `a
varia¸c˜ao da distˆancia da Terra ao Sol, isto ´e, considerando a energia do Sol
no Zˆenite (Ez) constante, temos:
IV
II
=
Ez
AV
Ez
AI
=
sen θV
sen θI
=
0, 99
0, 59
= 1, 66
isto ´e, a insola¸c˜ao em Porto Alegre ´e 66% maior no ver˜ao do que no inverno.
Em compara¸c˜ao, o efeito da varia¸c˜ao da distˆancia entre a Terra e o Sol
pode ser calculado levando em conta que a energia do Sol por unidade de
´area que alcan¸ca a Terra ´e dada por:
Ez =
E
4πD2
⊗
,
onde D⊗ ´e a distˆancia da Terra do Sol no momento.
A varia¸c˜ao da insola¸c˜ao solar devido `a varia¸c˜ao de 3% da distˆancia Terra-
Sol entre o af´elio e o peri´elio ´e, portanto:
Iaf´elio
Iperi´elio
= 0, 972
= 0, 94,
isto ´e, em janeiro (peri´elio), a insola¸c˜ao solar ´e 6% maior do que em junho
(af´elio), o que tornaria as esta¸c˜oes mais rigorosas no Hemisf´erio Sul do que
47
no Norte. Este pequeno efeito ´e contrabalan¸cado pela maior propor¸c˜ao de
´agua no Hemisf´erio Sul, que as torna mais amenas.
Al´em da insola¸c˜ao, a dura¸c˜ao do dia, que ´e de 14h 10m no Solst´ıcio de
Ver˜ao e 10h 10m no Solst´ıcio de Inverno, em Porto Alegre, contribui nas
esta¸c˜oes do ano.
48

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Movimento de Translação e Rotação
Movimento de Translação e RotaçãoMovimento de Translação e Rotação
Movimento de Translação e RotaçãoIvaildo
 
Geografia Movimento de translação e rotação
Geografia Movimento de translação e rotaçãoGeografia Movimento de translação e rotação
Geografia Movimento de translação e rotaçãoDorinha Matias
 
Terra movimentos e características
Terra movimentos e característicasTerra movimentos e características
Terra movimentos e característicasFernanda Lopes
 
Dia e noite
Dia e noiteDia e noite
Dia e noiteUFMS
 
Movimento de Rotacao e Translacao
Movimento de Rotacao e TranslacaoMovimento de Rotacao e Translacao
Movimento de Rotacao e TranslacaoEvandro Batista
 
TERRA : CONCEITOS FUNDAMENTAIS
TERRA : CONCEITOS FUNDAMENTAISTERRA : CONCEITOS FUNDAMENTAIS
TERRA : CONCEITOS FUNDAMENTAISFábio Ribeiro
 
Rotação e Translação
Rotação e TranslaçãoRotação e Translação
Rotação e Translaçãohsjval
 
Mov terra
Mov terraMov terra
Mov terraUSP
 
Movimentos da terra
Movimentos da terraMovimentos da terra
Movimentos da terraMariajoanaa
 
Orientação e Movimentos da terra.
Orientação e Movimentos da terra.Orientação e Movimentos da terra.
Orientação e Movimentos da terra.Lara Lídia
 
2 factores que_fazem_variar_a_radiacao_solar
2 factores que_fazem_variar_a_radiacao_solar2 factores que_fazem_variar_a_radiacao_solar
2 factores que_fazem_variar_a_radiacao_solarMinistério da Educação
 
Area de integração - 3.2 Filhos do sol
Area de integração - 3.2 Filhos do sol Area de integração - 3.2 Filhos do sol
Area de integração - 3.2 Filhos do sol AndreiaAlmeida95
 

Was ist angesagt? (18)

Movimentos da Terra
Movimentos da TerraMovimentos da Terra
Movimentos da Terra
 
Movimento de Translação e Rotação
Movimento de Translação e RotaçãoMovimento de Translação e Rotação
Movimento de Translação e Rotação
 
Movimentos da terra
Movimentos da terraMovimentos da terra
Movimentos da terra
 
Geografia Movimento de translação e rotação
Geografia Movimento de translação e rotaçãoGeografia Movimento de translação e rotação
Geografia Movimento de translação e rotação
 
Terra movimentos e características
Terra movimentos e característicasTerra movimentos e características
Terra movimentos e características
 
Dia e noite
Dia e noiteDia e noite
Dia e noite
 
Movimento de Rotacao e Translacao
Movimento de Rotacao e TranslacaoMovimento de Rotacao e Translacao
Movimento de Rotacao e Translacao
 
Dia E Noite
Dia E NoiteDia E Noite
Dia E Noite
 
TERRA : CONCEITOS FUNDAMENTAIS
TERRA : CONCEITOS FUNDAMENTAISTERRA : CONCEITOS FUNDAMENTAIS
TERRA : CONCEITOS FUNDAMENTAIS
 
Rotação e Translação
Rotação e TranslaçãoRotação e Translação
Rotação e Translação
 
Mov terra
Mov terraMov terra
Mov terra
 
Movimentos da terra
Movimentos da terraMovimentos da terra
Movimentos da terra
 
Unidade 3 parte 1
Unidade 3 parte 1Unidade 3 parte 1
Unidade 3 parte 1
 
Orientação e Movimentos da terra.
Orientação e Movimentos da terra.Orientação e Movimentos da terra.
Orientação e Movimentos da terra.
 
2 factores que_fazem_variar_a_radiacao_solar
2 factores que_fazem_variar_a_radiacao_solar2 factores que_fazem_variar_a_radiacao_solar
2 factores que_fazem_variar_a_radiacao_solar
 
Area de integração - 3.2 Filhos do sol
Area de integração - 3.2 Filhos do sol Area de integração - 3.2 Filhos do sol
Area de integração - 3.2 Filhos do sol
 
Movimentos da Terra
Movimentos da TerraMovimentos da Terra
Movimentos da Terra
 
Movimentos da Terra
Movimentos da TerraMovimentos da Terra
Movimentos da Terra
 

Andere mochten auch

DeSE: Final Crit Program
DeSE: Final Crit ProgramDeSE: Final Crit Program
DeSE: Final Crit ProgramSami Nerenberg
 
Hib 2008
Hib 2008Hib 2008
Hib 2008Alai Sj
 
Upa Conference Loic Nunez 18 June2008
Upa Conference Loic Nunez 18 June2008Upa Conference Loic Nunez 18 June2008
Upa Conference Loic Nunez 18 June2008Loic Nunez
 
Transmitting and Sharing Know-How through Sign Management
Transmitting and Sharing Know-How through Sign ManagementTransmitting and Sharing Know-How through Sign Management
Transmitting and Sharing Know-How through Sign ManagementNoël Conruyt
 
Uneb historia do direito
Uneb  historia do direitoUneb  historia do direito
Uneb historia do direitoYsnaia Peixoto
 
Ergonomía en el uso de computadores
Ergonomía en el uso de computadoresErgonomía en el uso de computadores
Ergonomía en el uso de computadoresyonh123
 
Camiseta nanotérmica
Camiseta nanotérmicaCamiseta nanotérmica
Camiseta nanotérmicadavidcc2210
 
Tecnologías de información y comunicación utilizadas como herramientas
Tecnologías de información y comunicación utilizadas como herramientasTecnologías de información y comunicación utilizadas como herramientas
Tecnologías de información y comunicación utilizadas como herramientasyutz
 
Petição do MPF à Justiça federal sobre Lagoa da Conceição
Petição do MPF à Justiça federal sobre Lagoa da ConceiçãoPetição do MPF à Justiça federal sobre Lagoa da Conceição
Petição do MPF à Justiça federal sobre Lagoa da ConceiçãoLuis Antonio Hangai
 

Andere mochten auch (20)

Toyota pirus
Toyota pirusToyota pirus
Toyota pirus
 
DeSE: Final Crit Program
DeSE: Final Crit ProgramDeSE: Final Crit Program
DeSE: Final Crit Program
 
Hib 2008
Hib 2008Hib 2008
Hib 2008
 
Animals speak their mind.
Animals speak their mind.Animals speak their mind.
Animals speak their mind.
 
Upa Conference Loic Nunez 18 June2008
Upa Conference Loic Nunez 18 June2008Upa Conference Loic Nunez 18 June2008
Upa Conference Loic Nunez 18 June2008
 
Transmitting and Sharing Know-How through Sign Management
Transmitting and Sharing Know-How through Sign ManagementTransmitting and Sharing Know-How through Sign Management
Transmitting and Sharing Know-How through Sign Management
 
Cristina Caterev. Metode moderne de promovare a colecţiilor.
Cristina Caterev. Metode moderne de promovare a  colecţiilor.Cristina Caterev. Metode moderne de promovare a  colecţiilor.
Cristina Caterev. Metode moderne de promovare a colecţiilor.
 
Uneb historia do direito
Uneb  historia do direitoUneb  historia do direito
Uneb historia do direito
 
Ergonomía en el uso de computadores
Ergonomía en el uso de computadoresErgonomía en el uso de computadores
Ergonomía en el uso de computadores
 
Vampiros
VampirosVampiros
Vampiros
 
Modernismo 1
Modernismo 1Modernismo 1
Modernismo 1
 
Camiseta nanotérmica
Camiseta nanotérmicaCamiseta nanotérmica
Camiseta nanotérmica
 
Tecnologías de información y comunicación utilizadas como herramientas
Tecnologías de información y comunicación utilizadas como herramientasTecnologías de información y comunicación utilizadas como herramientas
Tecnologías de información y comunicación utilizadas como herramientas
 
Aprendizaje colaborativo
Aprendizaje colaborativoAprendizaje colaborativo
Aprendizaje colaborativo
 
Impresionismo 2
Impresionismo 2Impresionismo 2
Impresionismo 2
 
Guia sar-2008 ar
Guia sar-2008 ar Guia sar-2008 ar
Guia sar-2008 ar
 
Petição FETAG-PE
Petição FETAG-PEPetição FETAG-PE
Petição FETAG-PE
 
Petição do MPF à Justiça federal sobre Lagoa da Conceição
Petição do MPF à Justiça federal sobre Lagoa da ConceiçãoPetição do MPF à Justiça federal sobre Lagoa da Conceição
Petição do MPF à Justiça federal sobre Lagoa da Conceição
 
Barroco 9
Barroco 9Barroco 9
Barroco 9
 
Moda de los años 60 en colombia
Moda de los años 60  en colombiaModa de los años 60  en colombia
Moda de los años 60 en colombia
 

Ähnlich wie Astronomia e astrof´+¢sica parte 001

Aula 04 Movimento de Translação -As Estações do Ano (sem vídeos)
Aula 04   Movimento de Translação -As Estações do Ano (sem vídeos)Aula 04   Movimento de Translação -As Estações do Ano (sem vídeos)
Aula 04 Movimento de Translação -As Estações do Ano (sem vídeos)Claudio Henrique Ramos Sales
 
Os movimentos da terra
Os movimentos da terraOs movimentos da terra
Os movimentos da terraProfessor
 
Relações astronômicas terra-sol e Balanço de Calor.pdf
Relações astronômicas terra-sol e Balanço de Calor.pdfRelações astronômicas terra-sol e Balanço de Calor.pdf
Relações astronômicas terra-sol e Balanço de Calor.pdfLucasCsarFredianiSan
 
513508302-Movimentos-Da-Terra-e-Suas-Consequencias.pdf
513508302-Movimentos-Da-Terra-e-Suas-Consequencias.pdf513508302-Movimentos-Da-Terra-e-Suas-Consequencias.pdf
513508302-Movimentos-Da-Terra-e-Suas-Consequencias.pdftayanesouza2435
 
Conjunto slides 3
Conjunto slides 3Conjunto slides 3
Conjunto slides 3gatuxa24
 
Apostila completa geo geral nova 2011- 2º semestre
Apostila completa geo geral nova 2011- 2º semestreApostila completa geo geral nova 2011- 2º semestre
Apostila completa geo geral nova 2011- 2º semestreUNIVERSIDADE GUARULHOS
 
Revisões de CFQ- 7º ano
Revisões de CFQ- 7º anoRevisões de CFQ- 7º ano
Revisões de CFQ- 7º anoinessalgado
 
os movimentos da terra.ppt
os movimentos da terra.pptos movimentos da terra.ppt
os movimentos da terra.pptAna Maria
 
Movimento orbital da Terra e estações do Ano.pdf
Movimento orbital da Terra e estações do Ano.pdfMovimento orbital da Terra e estações do Ano.pdf
Movimento orbital da Terra e estações do Ano.pdfAndressaCosta90
 
Movimentos da Terra translação e rotação
Movimentos da Terra translação e rotaçãoMovimentos da Terra translação e rotação
Movimentos da Terra translação e rotaçãoNilcilene Souza
 
aula 1 - paralelosmeridianosemovimentosdaterra-120304072443-phpapp01.pdf
aula 1 - paralelosmeridianosemovimentosdaterra-120304072443-phpapp01.pdfaula 1 - paralelosmeridianosemovimentosdaterra-120304072443-phpapp01.pdf
aula 1 - paralelosmeridianosemovimentosdaterra-120304072443-phpapp01.pdfnomeinspirado
 
aula 1 - linhas imaginários e coordenadas-120304072443-phpapp01.ppt
aula 1 - linhas imaginários e coordenadas-120304072443-phpapp01.pptaula 1 - linhas imaginários e coordenadas-120304072443-phpapp01.ppt
aula 1 - linhas imaginários e coordenadas-120304072443-phpapp01.pptnomeinspirado
 
Fusos horarios mmmmm.mm...m.m....mmmmmmm
Fusos horarios mmmmm.mm...m.m....mmmmmmmFusos horarios mmmmm.mm...m.m....mmmmmmm
Fusos horarios mmmmm.mm...m.m....mmmmmmmPauloFernandoAntunes1
 
terra_forma_e_movimento.ppt
terra_forma_e_movimento.pptterra_forma_e_movimento.ppt
terra_forma_e_movimento.pptdaniel936004
 

Ähnlich wie Astronomia e astrof´+¢sica parte 001 (20)

Cartografia básica
Cartografia básicaCartografia básica
Cartografia básica
 
Cartografia
CartografiaCartografia
Cartografia
 
Aula 04 Movimento de Translação -As Estações do Ano (sem vídeos)
Aula 04   Movimento de Translação -As Estações do Ano (sem vídeos)Aula 04   Movimento de Translação -As Estações do Ano (sem vídeos)
Aula 04 Movimento de Translação -As Estações do Ano (sem vídeos)
 
Os movimentos da terra
Os movimentos da terraOs movimentos da terra
Os movimentos da terra
 
Relações astronômicas terra-sol e Balanço de Calor.pdf
Relações astronômicas terra-sol e Balanço de Calor.pdfRelações astronômicas terra-sol e Balanço de Calor.pdf
Relações astronômicas terra-sol e Balanço de Calor.pdf
 
513508302-Movimentos-Da-Terra-e-Suas-Consequencias.pdf
513508302-Movimentos-Da-Terra-e-Suas-Consequencias.pdf513508302-Movimentos-Da-Terra-e-Suas-Consequencias.pdf
513508302-Movimentos-Da-Terra-e-Suas-Consequencias.pdf
 
Conjunto slides 3
Conjunto slides 3Conjunto slides 3
Conjunto slides 3
 
Apostila completa geo geral nova 2011- 2º semestre
Apostila completa geo geral nova 2011- 2º semestreApostila completa geo geral nova 2011- 2º semestre
Apostila completa geo geral nova 2011- 2º semestre
 
Revisões de CFQ- 7º ano
Revisões de CFQ- 7º anoRevisões de CFQ- 7º ano
Revisões de CFQ- 7º ano
 
os movimentos da terra.ppt
os movimentos da terra.pptos movimentos da terra.ppt
os movimentos da terra.ppt
 
Movimento orbital da Terra e estações do Ano.pdf
Movimento orbital da Terra e estações do Ano.pdfMovimento orbital da Terra e estações do Ano.pdf
Movimento orbital da Terra e estações do Ano.pdf
 
Unidade 3
Unidade 3Unidade 3
Unidade 3
 
Movimentos da Terra translação e rotação
Movimentos da Terra translação e rotaçãoMovimentos da Terra translação e rotação
Movimentos da Terra translação e rotação
 
cartografia completo.pptx
cartografia completo.pptxcartografia completo.pptx
cartografia completo.pptx
 
CARTOGRAFIA.pptx
CARTOGRAFIA.pptxCARTOGRAFIA.pptx
CARTOGRAFIA.pptx
 
aula 1 - paralelosmeridianosemovimentosdaterra-120304072443-phpapp01.pdf
aula 1 - paralelosmeridianosemovimentosdaterra-120304072443-phpapp01.pdfaula 1 - paralelosmeridianosemovimentosdaterra-120304072443-phpapp01.pdf
aula 1 - paralelosmeridianosemovimentosdaterra-120304072443-phpapp01.pdf
 
aula 1 - linhas imaginários e coordenadas-120304072443-phpapp01.ppt
aula 1 - linhas imaginários e coordenadas-120304072443-phpapp01.pptaula 1 - linhas imaginários e coordenadas-120304072443-phpapp01.ppt
aula 1 - linhas imaginários e coordenadas-120304072443-phpapp01.ppt
 
Aulacomslaids
AulacomslaidsAulacomslaids
Aulacomslaids
 
Fusos horarios mmmmm.mm...m.m....mmmmmmm
Fusos horarios mmmmm.mm...m.m....mmmmmmmFusos horarios mmmmm.mm...m.m....mmmmmmm
Fusos horarios mmmmm.mm...m.m....mmmmmmm
 
terra_forma_e_movimento.ppt
terra_forma_e_movimento.pptterra_forma_e_movimento.ppt
terra_forma_e_movimento.ppt
 

Mehr von Thommas Kevin

Coment obf nivel3_3fase
Coment obf nivel3_3faseComent obf nivel3_3fase
Coment obf nivel3_3faseThommas Kevin
 
Coment obf nivel1_3fase
Coment obf nivel1_3faseComent obf nivel1_3fase
Coment obf nivel1_3faseThommas Kevin
 
Coment obf nivel2_3fase
Coment obf nivel2_3faseComent obf nivel2_3fase
Coment obf nivel2_3faseThommas Kevin
 
Unicamp2011 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2011 2fase 3dia_parte_001Unicamp2011 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2011 2fase 3dia_parte_001Thommas Kevin
 
Unicamp2002 2fase 2dia_parte_001
Unicamp2002 2fase 2dia_parte_001Unicamp2002 2fase 2dia_parte_001
Unicamp2002 2fase 2dia_parte_001Thommas Kevin
 
Unicamp2012 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2012 2fase 3dia_parte_001Unicamp2012 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2012 2fase 3dia_parte_001Thommas Kevin
 
Unicamp2010 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2010 2fase 3dia_parte_001Unicamp2010 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2010 2fase 3dia_parte_001Thommas Kevin
 
Unicamp2009 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2009 2fase 3dia_parte_001Unicamp2009 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2009 2fase 3dia_parte_001Thommas Kevin
 
Unicamp2008 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2008 2fase 3dia_parte_001Unicamp2008 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2008 2fase 3dia_parte_001Thommas Kevin
 
Unicamp2007 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2007 2fase 3dia_parte_001Unicamp2007 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2007 2fase 3dia_parte_001Thommas Kevin
 
Unicamp2006 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2006 2fase 3dia_parte_001Unicamp2006 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2006 2fase 3dia_parte_001Thommas Kevin
 
Unicamp2005 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2005 2fase 3dia_parte_001Unicamp2005 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2005 2fase 3dia_parte_001Thommas Kevin
 
Unicamp2004 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2004 2fase 3dia_parte_001Unicamp2004 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2004 2fase 3dia_parte_001Thommas Kevin
 
Unicamp2003 2fase 2dia_parte_001
Unicamp2003 2fase 2dia_parte_001Unicamp2003 2fase 2dia_parte_001
Unicamp2003 2fase 2dia_parte_001Thommas Kevin
 
Unicamp2002 2fase 2dia_parte_001
Unicamp2002 2fase 2dia_parte_001Unicamp2002 2fase 2dia_parte_001
Unicamp2002 2fase 2dia_parte_001Thommas Kevin
 
Unicamp2001 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2001 2fase 3dia_parte_001Unicamp2001 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2001 2fase 3dia_parte_001Thommas Kevin
 
Unicamp1998 2fase (1) parte_001
Unicamp1998 2fase (1) parte_001Unicamp1998 2fase (1) parte_001
Unicamp1998 2fase (1) parte_001Thommas Kevin
 
Unicamp2013 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2013 2fase 3dia_parte_001Unicamp2013 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2013 2fase 3dia_parte_001Thommas Kevin
 
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001Thommas Kevin
 

Mehr von Thommas Kevin (20)

01 parte 001
01 parte 00101 parte 001
01 parte 001
 
Coment obf nivel3_3fase
Coment obf nivel3_3faseComent obf nivel3_3fase
Coment obf nivel3_3fase
 
Coment obf nivel1_3fase
Coment obf nivel1_3faseComent obf nivel1_3fase
Coment obf nivel1_3fase
 
Coment obf nivel2_3fase
Coment obf nivel2_3faseComent obf nivel2_3fase
Coment obf nivel2_3fase
 
Unicamp2011 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2011 2fase 3dia_parte_001Unicamp2011 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2011 2fase 3dia_parte_001
 
Unicamp2002 2fase 2dia_parte_001
Unicamp2002 2fase 2dia_parte_001Unicamp2002 2fase 2dia_parte_001
Unicamp2002 2fase 2dia_parte_001
 
Unicamp2012 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2012 2fase 3dia_parte_001Unicamp2012 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2012 2fase 3dia_parte_001
 
Unicamp2010 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2010 2fase 3dia_parte_001Unicamp2010 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2010 2fase 3dia_parte_001
 
Unicamp2009 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2009 2fase 3dia_parte_001Unicamp2009 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2009 2fase 3dia_parte_001
 
Unicamp2008 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2008 2fase 3dia_parte_001Unicamp2008 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2008 2fase 3dia_parte_001
 
Unicamp2007 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2007 2fase 3dia_parte_001Unicamp2007 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2007 2fase 3dia_parte_001
 
Unicamp2006 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2006 2fase 3dia_parte_001Unicamp2006 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2006 2fase 3dia_parte_001
 
Unicamp2005 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2005 2fase 3dia_parte_001Unicamp2005 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2005 2fase 3dia_parte_001
 
Unicamp2004 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2004 2fase 3dia_parte_001Unicamp2004 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2004 2fase 3dia_parte_001
 
Unicamp2003 2fase 2dia_parte_001
Unicamp2003 2fase 2dia_parte_001Unicamp2003 2fase 2dia_parte_001
Unicamp2003 2fase 2dia_parte_001
 
Unicamp2002 2fase 2dia_parte_001
Unicamp2002 2fase 2dia_parte_001Unicamp2002 2fase 2dia_parte_001
Unicamp2002 2fase 2dia_parte_001
 
Unicamp2001 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2001 2fase 3dia_parte_001Unicamp2001 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2001 2fase 3dia_parte_001
 
Unicamp1998 2fase (1) parte_001
Unicamp1998 2fase (1) parte_001Unicamp1998 2fase (1) parte_001
Unicamp1998 2fase (1) parte_001
 
Unicamp2013 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2013 2fase 3dia_parte_001Unicamp2013 2fase 3dia_parte_001
Unicamp2013 2fase 3dia_parte_001
 
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
Astronomia e astrof´+¢sica parte 001
 

Astronomia e astrof´+¢sica parte 001

  • 1. Cap´ıtulo 7 Movimento anual do Sol Devido ao movimento de transla¸c˜ao da Terra em torno do Sol, o Sol apa- rentemente se move entre as estrelas, ao longo do ano, descrevendo uma trajet´oria na esfera celeste chamada Ecl´ıptica. A Ecl´ıptica ´e um c´ırculo m´aximo que tem uma inclina¸c˜ao de 23◦27 em rela¸c˜ao ao Equador Celeste. ´E essa inclina¸c˜ao que causa as esta¸c˜oes do ano. Setembro Março Junho Dezembro Eclípticaφ Equador Zênite Polo Sul Celeste 0000 0000 1111 1111 41
  • 2. 7.1 Esta¸c˜oes do ano Uma observa¸c˜ao simples que permite “ver” o movimento do Sol durante o ano ´e atrav´es do gnˆomon. Um gnˆomon nada mais ´e do que uma haste vertical fincada ao solo. Durante o dia, a haste, ao ser iluminada pelo Sol, forma uma sombra cujo tamanho depende da hora do dia e da ´epoca do ano. A dire¸c˜ao da sombra ao meio-dia real local nos d´a a dire¸c˜ao Norte- Sul. Ao longo de um dia, a sombra ´e m´axima no nascer e no ocaso do Sol, e ´e m´ınima ao meio-dia. Ao longo de um ano (`a mesma hora do dia), a sombra ´e m´axima no Solst´ıcio de Inverno, e m´ınima no Solst´ıcio de Ver˜ao. A bissectriz marca o tamanho da sombra nos equin´ocios. Foi observando a varia¸c˜ao do tamanho da sombra do gnˆomon ao longo do ano que os antigos determinaram o comprimento do ano das esta¸c˜oes, ou ano tropical. Z S.V.S.I. S S Eq. 23.5 23.5o o 7.1.1 Posi¸c˜oes caracter´ısticas do Sol Durante o ano, o Sol ocupa quatro posi¸c˜oes caracter´ısticas na Ecl´ıptica: • ≈ 21 Mar¸co: Sol cruza o Equador, indo do Hemisf´erio Sul para o Hemisf´erio Norte: α = 0h δ = 0◦ 42
  • 3. o dia e a noite duram 12 h em toda a Terra. nos p´olos, 24 h de crep´usculo. Equin´ocio (lat: equi=igual+nox=noite) de Outono no HS. Equin´ocio de Primavera no HN. • ≈ 22 Junho: Sol est´a na m´axima declina¸c˜ao norte, incidindo direta- mente na regi˜ao do Tr´opico de Cˆancer na Terra: α = 6h δ = +23.5◦ (N) o dia mais curto do ano no HS, dia mais longo do ano no HN. no p´olo S, Sol sempre abaixo do horizonte. no p´olo N, Sol sempre acima do horizonte. Solst´ıcio (lat: sol+sticium=parado) de Inverno no HS. Solst´ıcio de Ver˜ao no HN. dia em Porto Alegre dura 10h10m. • ≈ 23 Setembro: Sol cruza o equador, indo do Hemisf´erio Norte para o Hemisf´erio Sul: α = 12h δ = 0◦ o dia e a noite duram 12 h em toda a Terra. nos p´olos, 24 h de crep´usculo. Equin´ocio de Primavera no HS. Equin´ocio de Outono no HN. 43
  • 4. N S Equador Celeste Ecliptica Sol em 22 Jun Sol em 23 Set Sol em 22 Dez Sol em 21 Mar • ≈ 22 Dezembro: Sol est´a na m´axima declina¸c˜ao sul incidindo direta- mente na regi˜ao do Tr´opico de Capric´ornio na Terra: α = 18h δ = −23.5◦ (S) o dia mais longo do ano no HS, dia mais curto do ano no HN. no p´olo S, Sol sempre acima do horizonte. no p´olo N, Sol sempre abaixo do horizonte. Solst´ıcio de Ver˜ao no HS. Solst´ıcio de Inverno no HN. dia em Porto Alegre dura 14h10m. 7.1.2 Esta¸c˜oes em diferentes latitudes Embora a ´orbita da Terra em torno do Sol seja uma elipse, e n˜ao um c´ırculo, a distˆancia da Terra ao Sol varia somente 3%, sendo que a Terra est´a mais 44
  • 5. pr´oxima do Sol em janeiro. Mas ´e f´acil lembrar que o Hemisf´erio Norte da Terra tamb´em est´a mais pr´oximo do Sol em janeiro, e ´e inverno l´a. Como j´a vimos no in´ıcio deste cap´ıtulo, a causa das esta¸c˜oes ´e a in- clina¸c˜ao do eixo de rota¸c˜ao da Terra com rela¸c˜ao `a sua ´orbita. Esse ˆangulo, chamado de obliq¨uidade da ecl´ıptica, ´e de 23◦27 . Devido a essa inclina¸c˜ao, `a medida que a Terra orbita em torno do Sol, os raios solares incidem mais diretamente em um hemisf´erio ou em outro, proporcionando mais horas com luz durante o dia a um hemisf´erio ou a outro, e, portanto, aquecendo mais um hemisf´erio ou outro. Sol N N N N E E Sol 23 23 Sol o o S S 22 Jun 21 Mar 23 Set Celeste Equador Equador Celeste 22 Dez No Equador, todas as esta¸c˜oes s˜ao muito parecidas: todos os dias do ano o Sol fica 12 horas acima do horizonte e 12 horas abaixo do horizonte. A ´unica diferen¸ca ´e a altura do Sol: em ∼ 21 Jun o Sol cruza o meridiano 23◦27 ao norte do Zˆenite, em ∼ 23 Set o Sol cruza o meridiano 23◦27 ao sul do Zˆenite, e, no resto do ano, ele cruza o meridiano entre esses dois pontos. Portanto, a altura do Sol ao meio-dia no Equador n˜ao muda muito ao longo do ano, e por isso n˜ao existe muita diferen¸ca entre inverno, ver˜ao, primavera ou outono. `A medida que se afasta do Equador, as esta¸c˜oes ficam mais acentuadas, e as diferen¸cas tornam-se m´aximas nos p´olos. 45
  • 6. 7.2 Insola¸c˜ao A quantidade de energia solar que chega, por unidade de tempo e por uni- dade de ´area, a uma superf´ıcie perpendicular aos raios solares, `a distˆancia m´edia Terra-Sol, se chama constante solar, e vale 1367 W/m2. Esse valor da constante solar ´e medido por sat´elites logo acima da atmosfera terrestre. Em geral estamos interessados em conhecer a a quantidade de energia por unidade de ´area e por unidade de tempo que chega em um determinado lugar da superf´ıcie da Terra, que chamamos insola¸c˜ao do lugar. A insola¸c˜ao varia de acordo com o lugar, com a hora do dia e com a ´epoca do ano. Devido `a rota¸c˜ao da Terra, a energia m´edia incidente no topo da at- mosfera, por unidade de ´area e por unidade de tempo, ´e aproximadamente 1/4 da constante solar. Al´em disso, a atmosfera reflete 39% da radia¸c˜ao, de forma que apenas 61% ´e usada no aquecimento da Terra. Chamando Ez a energia m´edia que chega perpendiculamente `a superf´ıcie da Terra, por unidade de tempo e por unidade de ´area, temos que Ez = 0, 61 × 1 4 × 1367 W/m2 = 208 W/m2 = 750 kW − h/m2 Se definirmos insola¸c˜ao solar como a quantidade de energia solar que atinge uma unidade de ´area da Terra, I = Ez A e considerando que, quando o Sol est´a a uma altura θ em rela¸c˜ao ao hori- zonte, a mesma energia ´e espalhada por uma ´area A = A sen θ vemos que devido `a varia¸c˜ao da altura m´axima do Sol para um lugar (de- vido `a inclina¸c˜ao da ´orbita), acontece uma varia¸c˜ao da ´area iluminada na superf´ıcie da Terra, o que leva a uma varia¸c˜ao na insola¸c˜ao. 46
  • 7. Para Porto Alegre, cuja latitude ´e 30◦, a altura m´axima do Sol no Solst´ıcio de Ver˜ao (≈ 21 Dez) ´e θV = 83, 5◦, j´a que o Sol est´a a (30◦ lat - 23,5◦ decl.) 6, 5◦ do zˆenite ao meio-dia. Ao meio-dia, no Solst´ıcio de Inverno (≈ 21 Jun), a altura m´axima do Sol ´e θI = 36, 5◦, j´a que o Sol est´a a (30◦ lat + 23,5◦ decl.) 53, 5◦ do zˆenite. Desconsiderando, por enquanto, a varia¸c˜ao da insola¸c˜ao solar devido `a varia¸c˜ao da distˆancia da Terra ao Sol, isto ´e, considerando a energia do Sol no Zˆenite (Ez) constante, temos: IV II = Ez AV Ez AI = sen θV sen θI = 0, 99 0, 59 = 1, 66 isto ´e, a insola¸c˜ao em Porto Alegre ´e 66% maior no ver˜ao do que no inverno. Em compara¸c˜ao, o efeito da varia¸c˜ao da distˆancia entre a Terra e o Sol pode ser calculado levando em conta que a energia do Sol por unidade de ´area que alcan¸ca a Terra ´e dada por: Ez = E 4πD2 ⊗ , onde D⊗ ´e a distˆancia da Terra do Sol no momento. A varia¸c˜ao da insola¸c˜ao solar devido `a varia¸c˜ao de 3% da distˆancia Terra- Sol entre o af´elio e o peri´elio ´e, portanto: Iaf´elio Iperi´elio = 0, 972 = 0, 94, isto ´e, em janeiro (peri´elio), a insola¸c˜ao solar ´e 6% maior do que em junho (af´elio), o que tornaria as esta¸c˜oes mais rigorosas no Hemisf´erio Sul do que 47
  • 8. no Norte. Este pequeno efeito ´e contrabalan¸cado pela maior propor¸c˜ao de ´agua no Hemisf´erio Sul, que as torna mais amenas. Al´em da insola¸c˜ao, a dura¸c˜ao do dia, que ´e de 14h 10m no Solst´ıcio de Ver˜ao e 10h 10m no Solst´ıcio de Inverno, em Porto Alegre, contribui nas esta¸c˜oes do ano. 48