O documento discute como a internet e as redes sociais podem contribuir para o estabelecimento de uma identidade fragmentada e mutante no século XXI. Analisa como os usuários de redes sociais apresentam sinais que justificam a importância dada à internet nessa construção identitária, e levanta questões sobre o controle de conteúdo e seleção de informação nesse processo.
2. A partir de uma apresentação histórica sobre a
formação da identidade, passando pelas
transformações na comunicação até a
chegada da comunicação mediada por
computadores, este trabalho busca analisar o
papel da internet e das redes sociais como
colaboradores para o estabelecimento desse
novo padrão identitário – fragmentado e
mutante. Um conjunto de sinais apresentados
pelos usuários de redes sociais aparece como
justificativa para a importância que os
indivíduos de hoje dão para a Internet e seu
papel nesse jogos identitários. Finalmente, são
lançadas questões sobre controle de
conteúdo, capacidade de seleção de
informação e observação de outros indicativos
como também participantes desse processo
de estruturação de identidade.
5. A EVOLUÇÃO DO ATO DE
COMUNICAR
COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL
COMUNICAÇÃO DE ELITE
COMUNICAÇÃO DE MASSA
COMUNICAÇÃO INDIVIDUAL
COMUNICAÇÃO EM AMBIENTE VIRTUAL
6. Internet e Redes Sociais: participantes de um
processo construtivo de identidade
• 5 anos / 5 milhões de usuários
• Uma teia de laços fracos
• Zona de semelhanças
• A cultura do ciberespaço
• A mutualidade: indivíduo/redes sociais
É tolice, além de injusto, culpar apenas a eletrônica pelo que está acontecendo com as
pessoas que nascem num mundo interligado por conexões a cabo, com fio ou sem fio.
Os aparelhos eletrônicos respondem a uma necessidade que não criaram; o máximo
que fizeram foi torná-la mais aguda e evidente, por colocarem ao alcance de todos, e
de modo sedutor, os meios de satisfazê-la sem exigir qualquer esforço maior que
apertar algumas teclas. (BAUMANN, 2004)
8. FOMO OU A “DOENÇA DA INTERNET”
Joãoé o típico jovem do século XXI. Já nasceu no tempo em que
máquinas datilográficas eram item de decoração e a expressão “cair a
ficha” não tinha sentido lógico. É um moderador num fórum sobre
games e personalidade influente no live streaming de estreia do BBB,
todo ano. Seguido por quase 5 mil pessoas no Instagram dá dicas de
dieta e exercícios para fitness. Está inserido em 9 grupos no Whatsapp,
de amigos e colegas de faculdade até compromissos como promoter de
festas organizadas via Facebook. Há dois dias João sofreu um assalto
violento que além de deixá-lo com o braço direito deslocado levaram
sua mochila com iPad e os dois celulares. Em recuperação sem sair de
casa João se sente como o último colocado numa maratona. Enquanto
todos já chegaram e sabem o placar ele ainda está no meio do caminho
e sem ver as placas porque se perdeu. Angustiado, sente mais a dor da
falta da conexão com o seu mundo do que a de seu braço agora
engessado.
9. FOMO OU A “DOENÇA DA INTERNET”
Mariapassou a semana inteira baixando filmes que viu como top
recomendados em sua rede social para cinéfilos. Nesse sábado preparou
o edredom e a pipoca e um bloquinho com caneta para tomar notas para
postar em seu blog as resenhas de cada película. Já preparada para a
‘maratona’ passa os olhos pelo Facebook só para saber o que está
acontecendo e postar seu programa da noite. Descobre que um grupo de
amigos fez checkin numa boate perto de sua casa, que uma sub-
celebridade postou fotos de seu casamento “secreto”, que as fotos de
formatura de uma prima estão online e que seu look não está digno.
Manda beijo pelo Twitter para seus amigos que estão na boate e
desmarca suas fotos no álbum de um desconhecido. Já está há 20
minutos vasculhando um canal no YouTube sobre maquiagem e tomando
notas sobre quais lojas virtuais ela vai achar os kits de sombra pra repetir
tudo em casa. Pensa em como estão seus amigos na boate, nos outros
100 vídeos sobre maquiagem do canal recém descoberto, que poderia
simplesmente deitar e dormir e se vale mesmo a pena assistir a todos
aqueles filmes. Se sente ansiosa e indecisa. Fecha tudo, desliga o filme e
vai bater papo pelo Skype com um inglês que acabou de conhecer pelo
Tinder.
10. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
• BAUMAN, Z. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editores: 2001.
• ___________. Identidade. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editores: 2004.
• CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo, Paz e Terra: 1999.
• GUIMARÃES JR, Mário José Lopes. A Cibercultura e o Surgimento de Novas
Formas de Sociabilidade. Piriápolis, Uruguai:1997. Acessado em: 18/01/14
Disponível em: <
•
• HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro, DP&A:
1997.
• HERMAN, Dan. The Fear of Missing Out (FOMO) Acessado em : 18/01/14
Disponível em: < http://www.danherman.com/The-Fear-of-Missing-Out-
(FOMO)-by-Dan-Herman.html>
•
• HERMANN, Rosana. Porforofobia – Palestra de Rosana Hermann no YouPix.
Acessado em18/01/14. Disponível em: <
http://www.youtube.com/watch?v=iG9aLukIR0k>
• LÉVY, Pierre. O que é o virtual? São Paulo. Ed. 34: 2003.
• MARINHO, Leonardo. Fear of Missing Out (FOMO): A síndrome da era digital e
mídias sociais. Acessado em: 18/01/2014. Disponível em: <
http://deutilt.com.br/tecnologia/fear-of-missing-out-fomo-a-sindrome-da-era-
digital-e-midias-sociais/>