SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 4
Downloaden Sie, um offline zu lesen
Parte IV – P R O T O C O L O S   D E   T R A u M A    [241]
ou distensão abdominal após trauma indicam a possibilidade de lesão
visceral.
    No exame abdominal a inspeção é muito importante, para determinar
se o traumatismo é fechado ou penetrante. A distensão abdominal sugere
lesão de víscera maciça.
   A palpação deve ser feita nos quatro quadrantes, visando determinar:
sensibilidade, descompressão dolorosa e defesa.

   c. cOndUTA
   Executar a avaliação rápida do traumatizado.
   Abrir vias aéreas com manobra manual.
   Assistir ventilação caso necessário com bolsa e máscara.
   Administrar oxigênio 10 a 15 litros por minuto.
   Proceder a intubação orotraqueal e iniciar ventilação sob pressão
positiva caso estas medidas não sejam suficientes para manter a oxigenação
da vítima (saturação > 90% ou presença de choque).
   Radiografar o tórax e coluna cervical no leito.
   Estabilizar objetos extrusos.
    Proteger vísceras expostas com compressas úmidas sem tentar recoloca-
las no interior da cavidade.
   Tratar o estado de choque.
   Iniciar a reposição com cristalóide na presença de sinais de choque,
mas essa conduta não deve retardar o transporte.
   Monitorizar a PA após a infusão de 20 ml/kg de Ringer, pois a reposição
excessiva de volume pode agravar a hemorragia interna.
   Manter a pressão arterial sistólica em torno de 90 mmHg.
   Manter o ritmo cardíaco, oximetria e PNI continuamente monitorizados.
   Transferir para hospital de referência.


112. TRAUMA nA GRAVIdEz

   a. cOnSIdERAÇÕES ESPEcIAIS dE AVALIAÇÃO
   A incidência de traumatismos durante o período gestacional vem
aumentando nos últimos anos.
[242]     PROTOCOLOS DAS uNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO 24 hORAS


   As causas mais comuns são: acidentes automobilísticos, atropelamentos
e outros tipos de agressão.
    O trauma é a principal causa não-obstétrica de mortalidade materno-
fetal.
    Cerca de 80% das gestantes com choque hemorrágico tem morte do
feto.
    A gestação provoca alterações em praticamente todos os órgãos e
sistemas do organismo materno. O organismo da gestante apresenta
reações diferentes diante de agressão traumática.
   As prioridades no tratamento da grávida traumatizada são as mesmas
de uma paciente não gestante.
   Atenção deve ser dada ao segundo paciente, ou seja, o feto, depois
que a mãe foi estabilizada.
   No trauma penetrante as outras vísceras ficaram relativamente
protegidas pelo útero aumentado, que fica muito mais vulnerável.
   No trauma fechado, o líquido amniótico atua como um protetor fetal.
    O consumo de O2 está aumentado durante a gestação e a manutenção
de oxigenação adequada é importante na fase de reanimação da paciente
grávida traumatizada.
   Na gestante, há um aumento do volume plasmático, levando a uma
diminuição da hemoglobina, que fica em aproximadamente 11 g/dl e do
hematócrito, que pode chegar a 31 a 35% no final da gestação.
    Algumas pacientes podem exibir profunda hipotensão quando em
decúbito dorsal devido à compressão da veia cava inferior e da própria
aorta abdominal pelo útero aumentado. Esta situação é resolvida quando
se coloca a paciente em posição de decúbito lateral esquerdo.
    Nas grávidas o tempo de esvaziamento gástrico está aumentado e o
estômago fica comprimido pelo útero, tornando a paciente mais vulnerável
a aspiração pulmonar.
   A hemorragia é a principal causa de morte no período pós-traumático
e plenamente passível de um tratamento rápido e eficiente no próprio
cenário extra-hospitalar.

   b. QUAdRO cLÍnIcO
   As gestantes sadias devido ao aumento de seu volume circulante podem
perder de 30 a 35% de sua volemia antes de exibirem sinais de choque,
como: hipotensão arterial, diminuição da pressão de pulso, taquipnéia,
Parte IV – P R O T O C O L O S   D E   T R A u M A     [243]
diminuição da diurese ou alterações do SNC, tais como ansiedade, confusão
e/ou letargia.
    Os sinais de sofrimento fetal antecedem os sinais e sintomas de choque
da gestante. Se o volume sanguíneo materno diminui devido ao trauma,
o fluxo sanguíneo placentário é diminuído seletivamente.
    A frequência cardíaca aumenta durante a gravidez alcançando no
3º trimestre, 15 a 20/min a mais que na mulher não grávida, fator a ser
considerado na interpretação da taquicardia em gestantes.
    A pressão arterial diminui de 10 a 15 mmHg durante o 2º trimestre e
retorna aos seus níveis normais próximos ao termo.

   c. cOndUTA
   Avaliar as vias aéreas com controle da coluna cervical.
   Utilizar a manobra manual de elevação modificada da mandíbula com
concomitante estabilização manual da cabeça e pescoço.
    Lembrar que pela compressão do estômago pelo útero e pelo tempo
de esvaziamento gástrico aumentado, que o estômago da grávida deve
ser considerado como cheio.
    Observar medidas para evitar a aspiração do conteúdo gástrico para
as vias aéreas, ou seja, a rotação lateral do corpo em bloco e aspiração
apropriada das vias aéreas superiores.
   Administrar O2 suplementar sob máscara com reservatório.
   Ventilar a vítima caso a ventilação esteja inadequada na frequência
de 12 a 16/min.
   Posicionar a paciente imobilizada sobre prancha longa inclinada para a
esquerda, ou alternativamente o útero pode ser deslocado manualmente
para a esquerda enquanto a paciente não estiver sobre a prancha.
   Avaliar a possibilidade de cesárea de emergência em caso de PCR.
    Obter acesso venoso a duas veias periféricas de extremidade superior,
com cateteres de calibre mínimo de 16, e a reposição de um volume líquido
inicial de 1 a 2 litros de Ringer Lactato ou soro fisiológico administrados
tão rapidamente quanto possível.
   Obter Ht, gasometria arterial, glicemia, eletrólitos e função renal.
   Reavaliar a paciente após a infusão de líquido e a infusão suspensa se
a PA chegar a 90 mmHg de sistólica.
[244]      PROTOCOLOS DAS uNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO 24 hORAS


   Efetuar o transporte da paciente para o hospital em todos os casos.
   Incluir no exame a avaliação da irritabilidade uterina (presença de
contrações e seu ritmo) e a altura do fundo de útero.
   Prestar atenção a saída de líquido amniótico ou sangramentos
vaginal.
   Anotar todos os dados observados e comunicá-los ao médico do
hospital de referência.


113. TRAUMA PEdIÁTRIcO

   a. cOnSIdERAÇÕES GERAIS dE AVALIAÇÃO
    Durante o atendimento a criança ferida uma das principais
dificuldades é lidar com os responsáveis, que geralmente estão ansiosos
e preocupados.
   A melhor maneira de ganhar a confiança dos pais é demonstrar
competência durante o atendimento. Envolvê-los no socorro.
    Sempre que possível mantenha os pais em contato físico e verbal com o
paciente. Pedir por exemplo que eles confortem a criança e ajudem segurando
algum equipamento. Explicar tudo o que está sendo feito para os responsáveis,
demonstre preocupação pela criança mantendo o profissionalismo.
    O traumatismo da cabeça é a causa mais comum de óbito após trauma
em pacientes pediátrico. As lesões da cabeça são mais frequentes na
criança devido ao tamanho e peso desta em relação ao corpo. As crianças
costumam apresentar um prognóstico melhor do que adultos com o mesmo
grau de lesão e a recuperação pode ser completa mesmo em pacientes
com lesões graves.
    O traumatismo de abdome representa a segunda causa de óbito após
trauma em pacientes pediátricos. Sua principal manifestação é o choque
hemorrágico causado pela rotura do fígado e do baço. Estes orgãos são
menos protegidos pelas costelas e são relativamente maiores em crianças.
   A parede torácica é mais elástica em crianças do que em adultos
diminuindo a chance de lesões como tórax instável e tamponamento
cardíaco, após o traumatismo de tórax.
   Traumatismos de coluna vertebral são pouco frequentes antes da
adolescência apesar do tamanho da cabeça da criança. Mas mesmo assim
imobilizar toda a criança com mecanismo de lesão sugestivo.

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Atendimento a PCR
Atendimento a PCRAtendimento a PCR
Atendimento a PCRMarco Lamim
 
Laec liga acadêmica de emergências clínicas - rcp 2015 atualizado
Laec   liga acadêmica de emergências clínicas - rcp 2015 atualizadoLaec   liga acadêmica de emergências clínicas - rcp 2015 atualizado
Laec liga acadêmica de emergências clínicas - rcp 2015 atualizadoLAEC UNIVAG
 
Novas diretrizes de Reanimação Cardiopulmonar Neopediátrica
Novas diretrizes de Reanimação Cardiopulmonar NeopediátricaNovas diretrizes de Reanimação Cardiopulmonar Neopediátrica
Novas diretrizes de Reanimação Cardiopulmonar Neopediátricaresenfe2013
 
Suporte básico de vida em pediatria 2013
Suporte básico de vida em pediatria 2013Suporte básico de vida em pediatria 2013
Suporte básico de vida em pediatria 2013Antonio Souto
 
Acesso Venosos Em CriançAs E Adultos
Acesso Venosos Em CriançAs E AdultosAcesso Venosos Em CriançAs E Adultos
Acesso Venosos Em CriançAs E AdultosRenato Bach
 
Primeiros Socorros - Atendimento de emergência a politraumatizados
Primeiros Socorros - Atendimento de emergência a politraumatizadosPrimeiros Socorros - Atendimento de emergência a politraumatizados
Primeiros Socorros - Atendimento de emergência a politraumatizadosCleanto Santos Vieira
 
Reanimação cardiopulmonar avançada 2015
Reanimação cardiopulmonar avançada 2015Reanimação cardiopulmonar avançada 2015
Reanimação cardiopulmonar avançada 2015Antonio Souto
 
Suporte bã¡sico de vida em pediatria
Suporte bã¡sico de vida em pediatriaSuporte bã¡sico de vida em pediatria
Suporte bã¡sico de vida em pediatriaAnna Paula Bastos
 
Risco de Broncoaspiração na obesidade
Risco de Broncoaspiração na obesidadeRisco de Broncoaspiração na obesidade
Risco de Broncoaspiração na obesidadeAnestesiador
 
Suporte básico de vida
Suporte básico de vida Suporte básico de vida
Suporte básico de vida DiegoAugusto86
 
Atendimento cardiovascular de emergência
Atendimento cardiovascular de emergênciaAtendimento cardiovascular de emergência
Atendimento cardiovascular de emergênciaLeandro de Carvalho
 
2.reanimação neonatal
2.reanimação neonatal2.reanimação neonatal
2.reanimação neonatalMickael Gomes
 

Was ist angesagt? (20)

Atendimento a PCR
Atendimento a PCRAtendimento a PCR
Atendimento a PCR
 
PCR- Parada Cardiorrespiratória
PCR- Parada CardiorrespiratóriaPCR- Parada Cardiorrespiratória
PCR- Parada Cardiorrespiratória
 
Mercredi pcr
Mercredi pcrMercredi pcr
Mercredi pcr
 
E Nf. 03
E Nf. 03E Nf. 03
E Nf. 03
 
Laec liga acadêmica de emergências clínicas - rcp 2015 atualizado
Laec   liga acadêmica de emergências clínicas - rcp 2015 atualizadoLaec   liga acadêmica de emergências clínicas - rcp 2015 atualizado
Laec liga acadêmica de emergências clínicas - rcp 2015 atualizado
 
Sbv
SbvSbv
Sbv
 
RCP - Suporte Básico de Vida (2014)
RCP - Suporte Básico de Vida (2014)RCP - Suporte Básico de Vida (2014)
RCP - Suporte Básico de Vida (2014)
 
Novas diretrizes de Reanimação Cardiopulmonar Neopediátrica
Novas diretrizes de Reanimação Cardiopulmonar NeopediátricaNovas diretrizes de Reanimação Cardiopulmonar Neopediátrica
Novas diretrizes de Reanimação Cardiopulmonar Neopediátrica
 
Suporte básico de vida em pediatria 2013
Suporte básico de vida em pediatria 2013Suporte básico de vida em pediatria 2013
Suporte básico de vida em pediatria 2013
 
Acesso Venosos Em CriançAs E Adultos
Acesso Venosos Em CriançAs E AdultosAcesso Venosos Em CriançAs E Adultos
Acesso Venosos Em CriançAs E Adultos
 
Primeiros Socorros - Atendimento de emergência a politraumatizados
Primeiros Socorros - Atendimento de emergência a politraumatizadosPrimeiros Socorros - Atendimento de emergência a politraumatizados
Primeiros Socorros - Atendimento de emergência a politraumatizados
 
Reanimação cardiopulmonar avançada 2015
Reanimação cardiopulmonar avançada 2015Reanimação cardiopulmonar avançada 2015
Reanimação cardiopulmonar avançada 2015
 
Suporte bã¡sico de vida em pediatria
Suporte bã¡sico de vida em pediatriaSuporte bã¡sico de vida em pediatria
Suporte bã¡sico de vida em pediatria
 
Risco de Broncoaspiração na obesidade
Risco de Broncoaspiração na obesidadeRisco de Broncoaspiração na obesidade
Risco de Broncoaspiração na obesidade
 
Novas diretrizes na pcr
Novas diretrizes na pcrNovas diretrizes na pcr
Novas diretrizes na pcr
 
Suporte básico de vida
Suporte básico de vida Suporte básico de vida
Suporte básico de vida
 
Atendimento cardiovascular de emergência
Atendimento cardiovascular de emergênciaAtendimento cardiovascular de emergência
Atendimento cardiovascular de emergência
 
2.reanimação neonatal
2.reanimação neonatal2.reanimação neonatal
2.reanimação neonatal
 
Palestra Parada Cárdiorrespiratória
Palestra Parada CárdiorrespiratóriaPalestra Parada Cárdiorrespiratória
Palestra Parada Cárdiorrespiratória
 
Trauma na criança
Trauma na criança  Trauma na criança
Trauma na criança
 

Ähnlich wie Cap 112 trauma na gravidez

Constrição fetal do canal arterial após autouso materno de propianato de
Constrição fetal do canal arterial após autouso materno de propianato deConstrição fetal do canal arterial após autouso materno de propianato de
Constrição fetal do canal arterial após autouso materno de propianato degisa_legal
 
APOSTILA 3 cti centro de terapia intensiva
APOSTILA 3 cti centro de terapia intensivaAPOSTILA 3 cti centro de terapia intensiva
APOSTILA 3 cti centro de terapia intensivaizabellinurse
 
Aula 7 -_disturbios_hemorragicos
Aula 7 -_disturbios_hemorragicosAula 7 -_disturbios_hemorragicos
Aula 7 -_disturbios_hemorragicosGustavo Henrique
 
Suporte basico de vida em pediatria
Suporte basico de vida em pediatriaSuporte basico de vida em pediatria
Suporte basico de vida em pediatriaFlaviaMota33
 
Hipertensão arterial na gravidez e tpn.pptx
Hipertensão arterial na gravidez e tpn.pptxHipertensão arterial na gravidez e tpn.pptx
Hipertensão arterial na gravidez e tpn.pptxdenZenilim
 
Estação Aula Prática (Troca de Curativo do Dreno de Tórax)
Estação Aula Prática (Troca de Curativo do Dreno de Tórax)Estação Aula Prática (Troca de Curativo do Dreno de Tórax)
Estação Aula Prática (Troca de Curativo do Dreno de Tórax)cuidadoaoadulto
 
Cuidados imediatos ao rn
Cuidados imediatos ao rnCuidados imediatos ao rn
Cuidados imediatos ao rnAlvaro Felipe
 
Manual urgencia emergencia trauma atls
Manual urgencia emergencia trauma atls Manual urgencia emergencia trauma atls
Manual urgencia emergencia trauma atls David Barros
 
5° AULA - Assistência de Enfermagem no PARTO-PUÉRPERIO.pptx
5° AULA - Assistência de Enfermagem no PARTO-PUÉRPERIO.pptx5° AULA - Assistência de Enfermagem no PARTO-PUÉRPERIO.pptx
5° AULA - Assistência de Enfermagem no PARTO-PUÉRPERIO.pptxNatasha Louise
 
0416 emergências obstétricas - Marion
0416 emergências obstétricas - Marion0416 emergências obstétricas - Marion
0416 emergências obstétricas - Marionlaiscarlini
 
Assistência ao paciente cardíaco POI
Assistência ao paciente cardíaco POIAssistência ao paciente cardíaco POI
Assistência ao paciente cardíaco POIRaquelzinha Vales
 
P cardiopatia congenita
P cardiopatia congenitaP cardiopatia congenita
P cardiopatia congenitagisa_legal
 
Atendimento a gestante_traumatizada
Atendimento a gestante_traumatizadaAtendimento a gestante_traumatizada
Atendimento a gestante_traumatizadaerica nonato
 

Ähnlich wie Cap 112 trauma na gravidez (20)

Constrição fetal do canal arterial após autouso materno de propianato de
Constrição fetal do canal arterial após autouso materno de propianato deConstrição fetal do canal arterial após autouso materno de propianato de
Constrição fetal do canal arterial após autouso materno de propianato de
 
plano domiciliar.docx 1
plano domiciliar.docx 1plano domiciliar.docx 1
plano domiciliar.docx 1
 
Aula PCR.pptx
Aula PCR.pptxAula PCR.pptx
Aula PCR.pptx
 
slide-sv.pdf
slide-sv.pdfslide-sv.pdf
slide-sv.pdf
 
APOSTILA 3 cti centro de terapia intensiva
APOSTILA 3 cti centro de terapia intensivaAPOSTILA 3 cti centro de terapia intensiva
APOSTILA 3 cti centro de terapia intensiva
 
Placenta Previa
Placenta PreviaPlacenta Previa
Placenta Previa
 
slide-sbv.pptx
slide-sbv.pptxslide-sbv.pptx
slide-sbv.pptx
 
Pcr
PcrPcr
Pcr
 
Aula 7 -_disturbios_hemorragicos
Aula 7 -_disturbios_hemorragicosAula 7 -_disturbios_hemorragicos
Aula 7 -_disturbios_hemorragicos
 
Suporte basico de vida em pediatria
Suporte basico de vida em pediatriaSuporte basico de vida em pediatria
Suporte basico de vida em pediatria
 
Hipertensão arterial na gravidez e tpn.pptx
Hipertensão arterial na gravidez e tpn.pptxHipertensão arterial na gravidez e tpn.pptx
Hipertensão arterial na gravidez e tpn.pptx
 
Estação Aula Prática (Troca de Curativo do Dreno de Tórax)
Estação Aula Prática (Troca de Curativo do Dreno de Tórax)Estação Aula Prática (Troca de Curativo do Dreno de Tórax)
Estação Aula Prática (Troca de Curativo do Dreno de Tórax)
 
Cuidados imediatos ao rn
Cuidados imediatos ao rnCuidados imediatos ao rn
Cuidados imediatos ao rn
 
Onfalocele e gastrosquise
Onfalocele e gastrosquiseOnfalocele e gastrosquise
Onfalocele e gastrosquise
 
Manual urgencia emergencia trauma atls
Manual urgencia emergencia trauma atls Manual urgencia emergencia trauma atls
Manual urgencia emergencia trauma atls
 
5° AULA - Assistência de Enfermagem no PARTO-PUÉRPERIO.pptx
5° AULA - Assistência de Enfermagem no PARTO-PUÉRPERIO.pptx5° AULA - Assistência de Enfermagem no PARTO-PUÉRPERIO.pptx
5° AULA - Assistência de Enfermagem no PARTO-PUÉRPERIO.pptx
 
0416 emergências obstétricas - Marion
0416 emergências obstétricas - Marion0416 emergências obstétricas - Marion
0416 emergências obstétricas - Marion
 
Assistência ao paciente cardíaco POI
Assistência ao paciente cardíaco POIAssistência ao paciente cardíaco POI
Assistência ao paciente cardíaco POI
 
P cardiopatia congenita
P cardiopatia congenitaP cardiopatia congenita
P cardiopatia congenita
 
Atendimento a gestante_traumatizada
Atendimento a gestante_traumatizadaAtendimento a gestante_traumatizada
Atendimento a gestante_traumatizada
 

Mehr von Thiago Viegas

Cap 111- traumatismos abdominais
Cap 111- traumatismos abdominaisCap 111- traumatismos abdominais
Cap 111- traumatismos abdominaisThiago Viegas
 
Cap 123 intubação nasotraqueal cega
Cap 123 intubação nasotraqueal cegaCap 123 intubação nasotraqueal cega
Cap 123 intubação nasotraqueal cegaThiago Viegas
 
Cap 122 sequência rápida de intubação (sri)
Cap 122 sequência rápida de intubação (sri)Cap 122 sequência rápida de intubação (sri)
Cap 122 sequência rápida de intubação (sri)Thiago Viegas
 
Cap 120 transporte de paciente em ventilação mecânica
Cap 120  transporte de paciente em ventilação mecânicaCap 120  transporte de paciente em ventilação mecânica
Cap 120 transporte de paciente em ventilação mecânicaThiago Viegas
 
Cap 117 utilização de marcapasso transcutâneo
Cap 117 utilização de marcapasso transcutâneoCap 117 utilização de marcapasso transcutâneo
Cap 117 utilização de marcapasso transcutâneoThiago Viegas
 
Cap 116 implante de marcapasso transvenoso
Cap 116 implante de marcapasso transvenosoCap 116 implante de marcapasso transvenoso
Cap 116 implante de marcapasso transvenosoThiago Viegas
 
Cap 114. avaliação sistemática de radiografias do tórax
Cap 114.  avaliação sistemática de radiografias do tóraxCap 114.  avaliação sistemática de radiografias do tórax
Cap 114. avaliação sistemática de radiografias do tóraxThiago Viegas
 
Cap 113 trauma pediátrico
Cap 113  trauma pediátricoCap 113  trauma pediátrico
Cap 113 trauma pediátricoThiago Viegas
 

Mehr von Thiago Viegas (9)

Cap 111- traumatismos abdominais
Cap 111- traumatismos abdominaisCap 111- traumatismos abdominais
Cap 111- traumatismos abdominais
 
Cap 123 intubação nasotraqueal cega
Cap 123 intubação nasotraqueal cegaCap 123 intubação nasotraqueal cega
Cap 123 intubação nasotraqueal cega
 
Cap 122 sequência rápida de intubação (sri)
Cap 122 sequência rápida de intubação (sri)Cap 122 sequência rápida de intubação (sri)
Cap 122 sequência rápida de intubação (sri)
 
Cap 120 transporte de paciente em ventilação mecânica
Cap 120  transporte de paciente em ventilação mecânicaCap 120  transporte de paciente em ventilação mecânica
Cap 120 transporte de paciente em ventilação mecânica
 
Cap 117 utilização de marcapasso transcutâneo
Cap 117 utilização de marcapasso transcutâneoCap 117 utilização de marcapasso transcutâneo
Cap 117 utilização de marcapasso transcutâneo
 
Cap 116 implante de marcapasso transvenoso
Cap 116 implante de marcapasso transvenosoCap 116 implante de marcapasso transvenoso
Cap 116 implante de marcapasso transvenoso
 
Cap 115 analgesia
Cap 115 analgesiaCap 115 analgesia
Cap 115 analgesia
 
Cap 114. avaliação sistemática de radiografias do tórax
Cap 114.  avaliação sistemática de radiografias do tóraxCap 114.  avaliação sistemática de radiografias do tórax
Cap 114. avaliação sistemática de radiografias do tórax
 
Cap 113 trauma pediátrico
Cap 113  trauma pediátricoCap 113  trauma pediátrico
Cap 113 trauma pediátrico
 

Cap 112 trauma na gravidez

  • 1. Parte IV – P R O T O C O L O S D E T R A u M A [241] ou distensão abdominal após trauma indicam a possibilidade de lesão visceral. No exame abdominal a inspeção é muito importante, para determinar se o traumatismo é fechado ou penetrante. A distensão abdominal sugere lesão de víscera maciça. A palpação deve ser feita nos quatro quadrantes, visando determinar: sensibilidade, descompressão dolorosa e defesa. c. cOndUTA Executar a avaliação rápida do traumatizado. Abrir vias aéreas com manobra manual. Assistir ventilação caso necessário com bolsa e máscara. Administrar oxigênio 10 a 15 litros por minuto. Proceder a intubação orotraqueal e iniciar ventilação sob pressão positiva caso estas medidas não sejam suficientes para manter a oxigenação da vítima (saturação > 90% ou presença de choque). Radiografar o tórax e coluna cervical no leito. Estabilizar objetos extrusos. Proteger vísceras expostas com compressas úmidas sem tentar recoloca- las no interior da cavidade. Tratar o estado de choque. Iniciar a reposição com cristalóide na presença de sinais de choque, mas essa conduta não deve retardar o transporte. Monitorizar a PA após a infusão de 20 ml/kg de Ringer, pois a reposição excessiva de volume pode agravar a hemorragia interna. Manter a pressão arterial sistólica em torno de 90 mmHg. Manter o ritmo cardíaco, oximetria e PNI continuamente monitorizados. Transferir para hospital de referência. 112. TRAUMA nA GRAVIdEz a. cOnSIdERAÇÕES ESPEcIAIS dE AVALIAÇÃO A incidência de traumatismos durante o período gestacional vem aumentando nos últimos anos.
  • 2. [242] PROTOCOLOS DAS uNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO 24 hORAS As causas mais comuns são: acidentes automobilísticos, atropelamentos e outros tipos de agressão. O trauma é a principal causa não-obstétrica de mortalidade materno- fetal. Cerca de 80% das gestantes com choque hemorrágico tem morte do feto. A gestação provoca alterações em praticamente todos os órgãos e sistemas do organismo materno. O organismo da gestante apresenta reações diferentes diante de agressão traumática. As prioridades no tratamento da grávida traumatizada são as mesmas de uma paciente não gestante. Atenção deve ser dada ao segundo paciente, ou seja, o feto, depois que a mãe foi estabilizada. No trauma penetrante as outras vísceras ficaram relativamente protegidas pelo útero aumentado, que fica muito mais vulnerável. No trauma fechado, o líquido amniótico atua como um protetor fetal. O consumo de O2 está aumentado durante a gestação e a manutenção de oxigenação adequada é importante na fase de reanimação da paciente grávida traumatizada. Na gestante, há um aumento do volume plasmático, levando a uma diminuição da hemoglobina, que fica em aproximadamente 11 g/dl e do hematócrito, que pode chegar a 31 a 35% no final da gestação. Algumas pacientes podem exibir profunda hipotensão quando em decúbito dorsal devido à compressão da veia cava inferior e da própria aorta abdominal pelo útero aumentado. Esta situação é resolvida quando se coloca a paciente em posição de decúbito lateral esquerdo. Nas grávidas o tempo de esvaziamento gástrico está aumentado e o estômago fica comprimido pelo útero, tornando a paciente mais vulnerável a aspiração pulmonar. A hemorragia é a principal causa de morte no período pós-traumático e plenamente passível de um tratamento rápido e eficiente no próprio cenário extra-hospitalar. b. QUAdRO cLÍnIcO As gestantes sadias devido ao aumento de seu volume circulante podem perder de 30 a 35% de sua volemia antes de exibirem sinais de choque, como: hipotensão arterial, diminuição da pressão de pulso, taquipnéia,
  • 3. Parte IV – P R O T O C O L O S D E T R A u M A [243] diminuição da diurese ou alterações do SNC, tais como ansiedade, confusão e/ou letargia. Os sinais de sofrimento fetal antecedem os sinais e sintomas de choque da gestante. Se o volume sanguíneo materno diminui devido ao trauma, o fluxo sanguíneo placentário é diminuído seletivamente. A frequência cardíaca aumenta durante a gravidez alcançando no 3º trimestre, 15 a 20/min a mais que na mulher não grávida, fator a ser considerado na interpretação da taquicardia em gestantes. A pressão arterial diminui de 10 a 15 mmHg durante o 2º trimestre e retorna aos seus níveis normais próximos ao termo. c. cOndUTA Avaliar as vias aéreas com controle da coluna cervical. Utilizar a manobra manual de elevação modificada da mandíbula com concomitante estabilização manual da cabeça e pescoço. Lembrar que pela compressão do estômago pelo útero e pelo tempo de esvaziamento gástrico aumentado, que o estômago da grávida deve ser considerado como cheio. Observar medidas para evitar a aspiração do conteúdo gástrico para as vias aéreas, ou seja, a rotação lateral do corpo em bloco e aspiração apropriada das vias aéreas superiores. Administrar O2 suplementar sob máscara com reservatório. Ventilar a vítima caso a ventilação esteja inadequada na frequência de 12 a 16/min. Posicionar a paciente imobilizada sobre prancha longa inclinada para a esquerda, ou alternativamente o útero pode ser deslocado manualmente para a esquerda enquanto a paciente não estiver sobre a prancha. Avaliar a possibilidade de cesárea de emergência em caso de PCR. Obter acesso venoso a duas veias periféricas de extremidade superior, com cateteres de calibre mínimo de 16, e a reposição de um volume líquido inicial de 1 a 2 litros de Ringer Lactato ou soro fisiológico administrados tão rapidamente quanto possível. Obter Ht, gasometria arterial, glicemia, eletrólitos e função renal. Reavaliar a paciente após a infusão de líquido e a infusão suspensa se a PA chegar a 90 mmHg de sistólica.
  • 4. [244] PROTOCOLOS DAS uNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO 24 hORAS Efetuar o transporte da paciente para o hospital em todos os casos. Incluir no exame a avaliação da irritabilidade uterina (presença de contrações e seu ritmo) e a altura do fundo de útero. Prestar atenção a saída de líquido amniótico ou sangramentos vaginal. Anotar todos os dados observados e comunicá-los ao médico do hospital de referência. 113. TRAUMA PEdIÁTRIcO a. cOnSIdERAÇÕES GERAIS dE AVALIAÇÃO Durante o atendimento a criança ferida uma das principais dificuldades é lidar com os responsáveis, que geralmente estão ansiosos e preocupados. A melhor maneira de ganhar a confiança dos pais é demonstrar competência durante o atendimento. Envolvê-los no socorro. Sempre que possível mantenha os pais em contato físico e verbal com o paciente. Pedir por exemplo que eles confortem a criança e ajudem segurando algum equipamento. Explicar tudo o que está sendo feito para os responsáveis, demonstre preocupação pela criança mantendo o profissionalismo. O traumatismo da cabeça é a causa mais comum de óbito após trauma em pacientes pediátrico. As lesões da cabeça são mais frequentes na criança devido ao tamanho e peso desta em relação ao corpo. As crianças costumam apresentar um prognóstico melhor do que adultos com o mesmo grau de lesão e a recuperação pode ser completa mesmo em pacientes com lesões graves. O traumatismo de abdome representa a segunda causa de óbito após trauma em pacientes pediátricos. Sua principal manifestação é o choque hemorrágico causado pela rotura do fígado e do baço. Estes orgãos são menos protegidos pelas costelas e são relativamente maiores em crianças. A parede torácica é mais elástica em crianças do que em adultos diminuindo a chance de lesões como tórax instável e tamponamento cardíaco, após o traumatismo de tórax. Traumatismos de coluna vertebral são pouco frequentes antes da adolescência apesar do tamanho da cabeça da criança. Mas mesmo assim imobilizar toda a criança com mecanismo de lesão sugestivo.