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Grêmio Recreativo e Cultural
PISA NO ESPINHO
C.N.P.J: 73.787.772/0001-99
Presidente: Silas Júnior

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Grêmio Recreativo e Cultural PISA NO ESPINHO
“Do imaginário indígena: uma Ópera Popular.
Seja Garantido ou Caprichoso...
É Festa de Boi-Bumbá!”
***São João 2009***

Índice Geral
1. Histórico da quadrilha.........................................................................................04
2. Justificativa do tema.............................................................................................05
3. Histórico do tema..................................................................................................06
3.1 A Ilha de Parintins..........................................................................................07
3.2 O Fascínio do boi.............................................................................................09
3.3 O surgimento do boi no Brasil......................................................................11
3.4 A origem do Boi-Bumbá.................................................................................11
3.5 O Festival Folclórico de Parintins................................................................12
3.6 O Boi Garantido...............................................................................................18
3.7 O Boi Caprichoso.............................................................................................20
4. Fontes bibliográficas.............................................................................................22

Ficha Técnica
Pesquisa do tema: Thiago Vergete
Coreografia: Thiago Vergete
Roteiro do casamento: Thiago Vergete
Figurino e adereço: Leandro Marques
Repertório Musical: Thiago Vergete
Marcadores: Silas Júnior (CAPRICHOSO) e Thiago Vergete
(GARANTIDO).
Componentes: 82 dançarinos.
Casal de noivos: Mônica e Tádzio.

3
1. Histórico da Quadrilha

A Quadrilha Pisa no Espinho foi fundada em 09 de abril de 1980, no bairro de Rio
Doce em Olinda-PE, tendo como seus principais fundadores: Manoel da Rocha,
Silas Júnior, Marcos Valério, Romildo e Sílvio.
A origem de seu nome está relacionada com a seguinte história: um grupo de
amigos foram na mata de Rio Doce à procura de madeira para construir um
Palhoção, que na época era coberto com palhas de coqueiro. No caminho estavam
discutindo qual seria o nome da Quadrilha, e em um determinado momento, o
último da fileira deu um enorme grito, e todos lhe perguntaram o que aconteceu, e
o mesmo respondeu que havia pisado no espinho, daí todos decidiram que o nome
da Quadrilha seria PISA NO ESPINHO, e que está até hoje, mantém viva as
tradições culturais do país.
A Quadrilha Pisa no Espinho, durante toda sua trajetória, possui mais de 500
troféus e grandes títulos que lhe consagram como uma das melhores quadrilhas do
estado de Pernambuco, tendo como sua maior conquista o TETRACAMPEONATO do Festival de Quadrilhas da Rede Globo Nordeste, nos anos de
1993, 1994, 1995 e 1999.
4
Além deste grande trunfo, a Quadrilha Pisa no Espinho conquistou vários
campeonatos, entre eles:
- 3º lugar no Festival Regional de Quadrilhas Juninas do Nordeste, no ano de 1995;
- Tri-Campeã no Concurso de Quadrilhas da Fundação de Cultura da Cidade de
Caruaru, nos anos de 1995, 1996 e 1999;
- Tri-Campeã do Festival de Quadrilhas na cidade de Catende, nos anos de 1998,
1999 e 2000.
- Campeã do Festival Pernambucano de Quadrilhas Juninas pelo Grupo 2,
realizado pela Fundação de Cultura da Cidade do Recife, no ano de 2008, sendo
premiada ainda com o melhor figurino e melhor coreografia.
Dentre os eventos culturais mais importantes do estado, em que a Quadrilha Pisa
no Espinho participou, podemos mencionar a sua presença no Seminário contra a
seca e a fome do Sertão, com o tema “Brasil Nordeste” na cidade de Ouricuri, no
ano de 1993.
Vale acrescentar também que nos anos de 1993, 1994 e 1995 a Quadrilha Pisa no
Espinho foi convidada pela FUNDARPE, em nome da Sra. Sônia Medeiros (in
memorian), para apresentar seu espetáculo junino, que sempre valorizou nossa
cultura, no Festival de Inverno na cidade de Garanhuns.

2. Justificativa do Tema:
O Grêmio Recreativo e Cultural Pisa no Espinho, que sempre foi uma Quadrilha
engajada pelas causas sociais do Nordeste brasileiro, traz desta vez para o São João
2009, com muita ousadia e inovação, um lindo Espetáculo Junino, que tem como
núcleo principal a grande disputa entre os Bois-Bumbás Garantido e Caprichoso,
que se apresentam, anualmente, no Festival Folclórico de Parintins, por ocasião das
festas juninas da cidade.
E nada melhor que o São João e seu rico Ciclo Junino para difundir e valorizar as
manifestações culturais de nosso país, tão esquecidas pelo nosso povo e, também,
para ser palco desse lindo espetáculo, que encantará a todos com seu encanto e
magia.
Vale acrescentar, que foram vários os objetivos que nos levaram a desenvolver esse
grandioso espetáculo, tais como: disseminar a riqueza cultural dos Bois-Bumbás de
Parintins, que é em sua essência uma Festa Junina; apresentar a origem dos dois
5
Bois-Bumbás que surgiram a partir de uma promessa a São João; mostrar o
crescimento significativo do Festival Folclórico de Parintins, que é hoje,
reconhecido no Brasil e no mundo; conscientizar a nossa população quanto a
preservação da Amazônia, o pulmão verde do mundo; e, sobretudo, apresentar a
todos um Espetáculo digno do folclore brasileiro, numa simbiose entre a cultura
indígena parintintin, representada pela magia dois Bois-Bumbás Garantido e
Caprichoso, e a cultura popular nordestina, com o encanto da Quadrilha Junina,
que tem como principal representante a Quadrilha Pisa no Espinho, que busca
cada vez mais valorizar as nossas raízes e tradiçoes culturais.
É ainda preponderante, ressaltar, que não é nossa intenção reproduzir com rigor e
fidelidade o Festival Folclórico de Parintins, mas sim apresentar-lhes uma visão
junina desta Festa Popular, que se tornou, por excelência, um dos espetáculos mais
sublimes da cultura brasileira, e não obstante, mostrar um pouco de suas origens,
que estão enraizadas no Nordeste brasileiro.
E com todo o brilho das Festas Juninas, a Quadrilha Pisa no Espinho vai disputar o
São João 2009, transformando os Arraiais em um grande Bumbódromo, vestindo
toda engalanada as cores dos Bois Garantido (vermelho) e Caprichoso (azul),
estando todos nós unidos numa só missão: sermos a grande CAMPEÃ do São João
2009.
Como não poderia ser diferente, você é o grande convidado desse Espetáculo, que
ficará guardado em nossa memória.
Vamos GARANTIR.
Vamos CAPRICHAR.
Na Pisa no Espinho quero ser seu PAR.
Tem muito brilho.
Tem muita emoção.
A Pisa no Espinho é a ESTRELA que vai conquistar seu CORAÇÃO!
Thiago Vergete

3. Histórico do Tema:
Bem vindos ao Nordeste brasileiro!
Vindo de todos os lugares, os visitantes são atraídos pelas algazarras dos
“brincantes”, que dão boas vindas com alegres toadas.
6
Que emoção!
Essa triunfante chegada nos deixa sentir o pulsar do coração. E é neste clima de
vislumbramento que assistiremos a um lindo espetáculo junino, apresentado pela
Quadrilha Pisa no Espinho, cuja homenagem é nada mais, nada menos, que a
rivalidade entre os Bois-Bumbás Garantido e Caprichoso.
Haja coração!!!

3.1 A Ilha de Parintins
Localizada na Ilha Tupinambarana, a maior do Estado, com 7.069 Km², Parintins
situa-se à margem direita do Rio Amazonas, entre o rio Madeira e o Paraná dos
Ramos, no Médio Amazonas, o denominado "coração geográfico" do Estado, entre
Manaus e Belém (capital do Estado do Pará). O acesso é em via fluvial ou aérea.
Apesar de ser considerada uma cidade de pequeno porte, Parintins é a segunda
maior do Estado, com aproximadamente 97.000 habitantes. Encontra-se a uma
altitude de aproximadamente 15m acima do nível normal do Rio Amazonas.
Seu clima é tropical chuvoso-úmido, com precipitação pluviométrica anual
de 2275,4 mm e temperatura em torno de 21,3 a 36,4ºC. A umidade relativa do ar
chega a 85% (no Amazonas as estações do ano são em geral duas: inverno; estação
das chuvas e verão que é a das secas).
A sua vegetação é formada por floresta de várzea e de ‘terra firme’. Seu relevo é
composto de lagos, ilhotas e também uma pequena serra, nas divisas com o Estado
do Pará. Um dos seus pontos turísticos é o complexo lagunar de Macunaricanã, do
qual fazem parte aproximadamente 40 lagos (atração sazonal, que pode ser vista
em finais de julho).
A população na cidade, composta de mestiços, de olhos "amendoados" e cabelos
escuros, de acordo com o IBGE, pardos em sua grande maioria, seguida de
indígenas, amarelos, negros e outros sem declaração. A religião predominante é a
católica, seguida pela evangélica tradicional e evangélica episcopal.
A Ilha, atualmente, possui os maiores rebanhos de bois e búfalos do Estado. A
economia acontece através do plantio e comercialização de frutos típicos da região,
da malva (fibra), juta e da pesca. A extração vegetal é bastante praticada como, por
exemplo, a da copaíba (óleo), castanha do Brasil, pau-rosa cujo extrato é um dos
7
principais componentes do famoso perfume francês Chanel nº 05, e outras madeiras
nativas.
Conta com duas emissoras de rádio, quatro repetidoras de TV, indústria de
móveis, e um comércio relativamente bom. Os preços praticados por ocasião do
festival, principalmente com alimentação e hospedagem, são considerados
relativamente altos.
No quesito educação, além de diversas escolas de primeiro e segundo graus, do
Estado e do Município, a cidade conta, com dois campus Universitários. Um da
Universidade Federal (UFAM) e outro da Universidade Estadual (UEA) do
Amazonas que oferecem cursos técnicos e superiores. Todavia, somente a partir de
2003 é que cursos de Artes Plásticas, modalidades técnico e superior passam a ser
oferecidos na cidade pela Universidade Federal do Amazonas - UFAM.
A associação dos artistas plásticos, bem atuante, se ressente muito da falta de
espaços e incentivos por parte dos órgãos públicos. Da iniciativa pública, a cidade
não possui museus, nem outros locais destinados a exposições, a não ser um
pequeno espaço, na Secretaria de Cultura.
Produtos do artesanato local, regional e indígena são vendidos em lojas
especializadas e exposições, em pontos estratégicos da cidade que funcionam no
período do Festival.
A história oficial de Parintins começa no século XVI, com a chegada do português
José Pedro Cordovil, que aportou na ilha Tupinambarana e ali construiu uma
fazenda, onde colonizou índios e escravos. A cidade foi batizada com vários
nomes: Vila Nova da Rainha, Vila Bela da Imperatriz e finalmente em 1880, foi
denominada oficialmente de Parintins, em homenagem aos índios Parintintin que
habitavam a região.
Antes do descobrimento oficial do Brasil, em 1496 um vendaval obrigou uma
pequena caravela comandada pelo capitão Armendoriz de Cordoba a procurar
abrigo nesta ilha.
Não fosse a exuberância selvagem do local, esta parada seria apenas um fato
rotineiro a ser descrito no diário de bordo.
Os botes foram arriados e os marujos remaram ansiosos, atraídos pelo perfume das
exóticas flores. Após tanto tempo no mar, esta terra virgem os entorpecia, fazendo8
os cada vez mais embrenharem-se pela mata, abateram animais que nunca dantes
haviam visto, colheram frutos de raros sabores, se surpreenderam com uma fonte
cristalina, onde se banharam, supondo ser a fonte da juventude.
De repente o canto das águas foi cortado pela batida dos tambores selvagens. Os
visitantes logo perceberam que centenas de olhos os observavam.
Imediatamente guerreiros indígenas surgem contrastando minúsculas tangas e
corpos pintados com as formais vestimentas européias. O encontro foi desprovido
de agressividade de ambas as partes.
Pôde-se logo distinguir o chefe dos índios, que indicou para seguirem em direção
dos tambores.
Por uma alameda ladeada de flores, chegaram a um povoado. De imediato
avistaram rapazes e moças de cabelos negros e sedosos, crianças que corriam
alegres e velhos que socavam em pilões a mandioca ou que trabalhavam no tear.
Grandes vasos com pinturas geométricas apresentava uma nova estética aos
convidados, que logo perceberam estarem diante de uma solenidade: era a
cerimônia do MUIRAQUITÃ, troféu que as CUNHATÃS (mulheres jovem
amazonas) entregariam aos rapazes perpetuando o amor eterno.
Uma cerimônia de rara beleza que emocionou até o mais rude marujo ali presente.
Hoje, depois de muito século, mais uma vez os rituais desta Ilha voltam a encantar
ao homem branco.
E será através dessa emocionante cerimônia indígena que a Quadrilha Pisa no
Espinho realizará sua festa de Casamento.

3.2 O Fascínio do Boi
Ê - boi, oi vaqueiro, traz meu boi prá brincar!
Ê - ê, oi vaqueiro, traz meu boi prá dança!
(Silvio Camelão)
Na Ilha, a figura do Boi está por toda parte. E podemos reportar ao nosso tempo de
menino, em que éramos embalados por uma canção que falava: "Boi da cara preta,
pega esse menino, que tem medo de careta".
9
O boi deste o início da humanidade se faz presente em todas as culturas. Na festa
de Parintins, ele, o personagem principal, mais uma vez será imolado e exaltado
pela Quadrilha Pisa no Espinho.
Nesta euforia, que antecede a grande festa fazemos uma reflexão sobre algumas
manifestações populares, em que o Boi é a grande estrela.
- No antigo Egito o Boi representava a reencarnação de Osíris, o Deus da criação,
que era chamado de "Boi Apis". Segundo o mandamento do Deus Rá, era
sacrificado em substituição a seres humanos.
- Já na Grécia, a mitologia nos mostra o Boi como motivo de bravura para seus
heróis. O Deus dos Oceanos, Posseidon, fez emergir das profundezas do mar o
touro branco de Creta. Este touro deveria ser sacrificado em sua honra, por Minus
o rei de Creta. Porém, o sacrifício não ocorreu ocasionando a maldição da criatura
com cabeça de touro e corpo de homem, o Minotauro.
- A figura bovina na Índia aparece em clima de adoração e respeito. Em grandes
pompas as vacas sagradas atravessam as cidades cobertas com mantos bordados
de pedrarias. São perfumadas e incensadas. O povo prefere morrer de fome a
sacrificá-las.
- Na Espanha, todas as semanas, milhares de pessoas se reúnem na praça principal
para assistir a um duelo. O encontro do touro e da toureira, que já inspirou
inúmeros artistas, garante o sucesso do espetáculo.
- Trazidos pelos portugueses no século passado, o "Boi" chega ao nordeste
assumindo suas características. Invadiu Pernambuco, o Ceará e o Maranhão,
vestindo as alegres cores das frutas típicas. A febre da borracha no final do século
passado atraiu muitas pessoas para o Amazonas, e com ele seguiu o "auto" do
"Boi".
Saindo nesta colorida CIRANDA em que o Boi foi visto de diversas maneiras,
vamos de encontro a nossa meta principal, que é festejar um dos Bois mais
adorados do Brasil: O "BOI-BUMBÁ"!

10
3.3 O surgimento do boi no Brasil
A primeira referência escrita conhecida à brincadeira do boi no país data de 1840 e
vem do Recife. É o artigo “A estulticedo Bumba-meu-boi”, do frei Miguel do
Sacramento Lopes Gama, beneditino secularizado que redigia o jornal “O
Carapuceiro” na cidade do Recife (Lopes Gama, 1996). Como o título sugere não se
trata propriamente de uma descrição, mas antes de comentários soltos e argutos
que servem de pretexto, um sermão diante do escárnio ao personagem do
sacerdote no folguedo.
A segunda referência data de 1859, e vem de Manaus. É a do médico-viajante AvéLallémant (1961, p. 106) de um Bumbá presenciado naquela cidade, um “cortejo
pagão”, introduzido no seio de festa católica, em homenagem a são Pedro e são
Paulo. A descrição destaca a dança do boi com o pajé ao ritmo do maracá, a
“morte” do boi, os “maravilhosos efeitos de luz” provocados pelos archotes
durante a dança em volta do boi “morto”. O personagem do padre estava então
proibido.
No intervalo de tempo entre essas duas descrições, Vicente Salles (1970, pp. 27-9),
encontrou registros do Bumbá em jornais de Belém e de Óbidos, datados de 1850.
A referência ao folguedo no mesmo ano, em cidades bastantes distantes uma da
outra, sugere sua ampla difusão na Amazônia em meados do século XIX. O autor
assinala ainda os traços próprios do Bumbá do Norte, já bem definidos por ocasião
da descrição de 1859. Esses fatos favorecem a percepção da diversidade da
brincadeira já em seus primórdios, e sugerem sua disseminação simultânea em
várias províncias brasileiras na segunda metade do século XIX.

3.4 A origem do Boi-Bumbá
A festa do Boi-bumbá, ou Festa do Boi, ou ainda brincadeira do Boi, têm sua
origem no Nordeste do Brasil, onde derivou de outra Dança típica de lá, o Bumbameu-Boi. Com as constantes imigrações de Nordestinos para a Região Norte do
Brasil, em especial para o Estado do Amazonas, principalmente no Ciclo da
Borracha, houve também a imigração de manifestações culturais como o Bumbameu-boi que logo foi assimilado pela população e ganhou aspecto local.

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O Boi-bumbá tem sua história idêntica ao Bumba-meu-boi, é uma espécie de ópera
popular, cujo enredo não varia muito entre os inúmeros grupos de Boi-Bumbá
existentes, mas, basicamente, desenvolve-se em torno da lenda do fazendeiro que
tinha um boi de raça, muito bonito, e querido. As apresentações dos bois em
Parintins desenvolvem-se de acordo com um enredo que conta a história do Negro
Francisco, funcionário da fazenda e cuja sua mulher, Catirina fica grávida e sente
desejo de comer a língua do boi. Fica desesperado. Com medo de Catirina perder o
filho que espera, caso o desejo não seja atendido, resolve roubar o boi de seu
patrão para atender ao desejo de sua mulher.
Então, segundo o enredo, Negro Francisco mata o boi preferido do patrão. O amo
descobre e manda os índios caçarem Negro Francisco, que busca um pajé para
fazer ressuscitar o boi. O boi renasce e tudo vira uma grande festa. O imaginário
indígena e detalhes religiosos dos índios, como pajés e feiticeiros, foram
incorporados com mais influência ao Boi-Bumbá.

3.5 O Festival Folclórico de Parintins

O Festival Folclórico de Parintins é uma festa popular realizada anualmente no
último final de semana de junho na cidade de Parintins, Amazonas.
O Festival é uma Ópera Popular a céu aberto, onde competem duas agremiações, o
Boi Garantido, de cor vermelha, e o Boi Caprichoso, de cor azul. A apresentação
ocorre no Bumbódromo (Centro Cultural e Esportivo Amazonino Mendes), um
12
tipo de estádio com o formato de uma cabeça de boi estilizada, com capacidade
para aproximadamente 40 mil espectadores. Durante as três noites de
apresentação, os dois bois exploram as temáticas regionais como lendas, rituais
indígenas e costumes dos ribeirinhos através de alegorias e encenações. O Festival
de Parintins se tornou um dos maiores divulgadores da cultura local.
O festival é realizado desde 1965 e já teve vários locais de disputa como a quadra
da catedral de Nossa Senhora do Carmo, a quadra da extinta CCE e o estádio Tupy
Cantanhede.
Até 2005 era realizado sempre nos dias 28, 29 e 30 de junho. Uma lei municipal
mudou a data para o último fim de semana desse mesmo mês.
Em Parintins, um torcedor jamais fala o nome do outro Boi, e usa apenas a palavra
"contrário" quando quer se referir ao opositor. São proibidas vaias, palmas, gritos
ou qualquer outra demonstração de expressão quando o "contrário" se apresenta.
Em 1965 aconteceu o primeiro Festival Folclórico de Parintins, criado por
Raimundo Muniz, mas não houve participação dos bumbás. A primeira disputa
veio no segundo Festival.
Os componentes do festival:
1. Apresentador: A ópera do Boi tem um apresentador oficial, ou Mestre de
Cerimônia que comanda todo o espetáculo, esboçando com sua saudação aos
guiados, convidados e galera os contornos do grande espetáculo, contagiando a
galera com sua alegria, fazendo o coração de cada brincante bater mais forte e
chama para o centro da Arena o Levantador de Toadas.
2. Levantador de Toadas: É o intérprete oficial da agremiação. O levantador de
toadas faz a trilha sonora e dá um show de interpretação, transmitindo
empolgação à sua Galera (torcida). Todas as músicas que fazem a trilha sonora das
apresentações são interpretadas pelo levantador de toadas. Trata-se de uma figura
importante, já que a técnica, a força e a beleza de sua interpretação não só valem
pontos como ajudam a trazer à tona a emoção dos brincantes.
3. Batucada: A batida dos seus instrumentos se caracteriza por uma cadência
específica no compasso 2/4.
4. Ritual Indígena: O ritual dos Bumbás mostra a lenda de Pai Francisco e Mãe
Catirina que conseguem com a ajuda do Pajé, o poderoso curandeiro e temido
13
feiticeito, renascer o boi do patrão. Conta a lenda que Mãe Catirina, grávida, deseja
comer a língua do boi mais bonito da fazenda. Para satisfazer o desejo da mulher,
Pai Francisco manda matar o boi de estimação do patrão. Pai Francisco é
descoberto, tenta fugir, mas é preso. Para salvar o boi, um padre e um médico são
chamados (o pajé, na tradição indígena) e o boi ressuscita. Pai Francisco e Mãe
Catirina são perdoados e há uma grande comemoração.
5. Porta-estandarte: A Porta-Estandarte é responsável por trazer o estandarte com o
tema do Boi.

6. Amo do Boi: No auto do boi original, o Amo do Boi é o dono do Boi e da
fazenda, é quem fica triste com a morte de seu Boi querido, manda prender Pai
Francisco e Catirina - assassinos do boi - e chama o pajé para ressuscitá-lo. Em
Parintins, o Amo do Boi tem a importante função de tirar versos, alguns de
exaltação ao Boi e à torcida, outros que se referem à temática que o Boi apresenta
naquele ano e outros que desafiam o rival.

7. Sinhazinha da Fazenda: Ela representa a ascensão do ciclo do couro, a
colonização e a influência espanhola, portuguesa e francesa na Amazônia. Sua
indumentária é tradicionalmente inspirada no século XVI. É a filha do dono da
fazenda, que se apresenta na arena dando sal pro boi.

8. Rainha do Folclore: A rainha acompanha a figura típica regional do período da
ascensão da borracha que foi a riqueza por muitos anos na Amazônia. Sua
indumentária simboliza o Seringueiro e o seu nobre Ofício, e representa ainda a
cultura popular cabocla.
9. Cunhã-Poranga: A Cunhã-poranga representa a beleza indígena. Ilumina com
sua presença o espetáculo e o desfecho do ritual. Cunhã-Poranga significa "mulher
bonita".

10. Boi-Bumbá: É a evolução do Boi (a pessoa que faz esta evolução é chamado de
Tripa).
11. Toada: A música, que é acompanhada durante todo o tempo, é a toada,
acompanhada por um grupo de mais 400 ritmistas. Os dois Bois dançam e cantam
14
por um período de três horas, com ordem de entrada na arena alternada em cada
dia. As letras das canções resgatam o passado de mitos e lendas da floresta
amazônica. Muitas das toadas incluem também sons da floresta e canto de
pássaros.
12. Pajé: Ele é o elo entre o mundo dos mortos e dos vivos. Do bem e do mal, da
saúde e da enfermidade, do instinto humano e animal, do céu e da terra. O Pajé em
si já representa os quatro elementos. Seus pés evocam o elemento terra ao dançar.
A lança ou maracá em suas mãos chamam os ventos quando posto em movimento.
O suor é o elemento água e o calor que emana do seu corpo é o fogo.
13. Tribo Indígena Masculina: Representa uma determinada tribo escolhida para
ser retratada, observando sempre suas características originais, costumes, hábitos,
dança, etc. sua localização e sua origem.

14. Tribo Indígena Feminina: Representa uma determinada tribo escolhida para ser
retratada, observando sempre suas características originais, costumes, hábitos,
dança, etc. sua localização e sua origem.
15. Tuxaua Luxo: Caracteriza o líder da tribo o aspecto da indumentária luxuosa.
16. Tuxaua Originalidade: Caracteriza o líder da tribo sob o aspecto da
indumentária original com material natural da região.
17. Figura Típica Regional: É uma dramatização de personagens reais da
Amazônia, como juteiros, farinheiros, comerciantes do regatão, romeiros de
procissões diversas, seringueiros, etc.
18. Alegorias: São estruturas artísticas que dão suporte ao cenário que se pretende
retratar.
19. Lenda Amazônica: É uma dramatização de alguma lenda popular em alguma
região da Amazônia, ilustrando as suas raízes e as histórias que passam de pai
para filho.
20. Vaqueirada: A guardiã do Boi entra na arena com seu bailado tradicional.
21. Galera: Torcida que participa, criando um monumento vivo, um único corpo,
um só coração. A galera dá um show à parte. Enquanto um Boi se apresenta, sua
15
galera participa com todo entusiasmo. Seu desempenho também é julgado. Do
outro lado, a galera do contrário (adversário) não se manifesta, ficando no mais
absoluto silêncio, num exemplo de cordialidade, respeito e civilidade.
22. Coreografia e Organização: Arte de compor um bailado em consonância com os
ritmos.
23. Jurados: Os jurados são sorteados na véspera do Festival e todos vêm de outros
estados. Pela proximidade, pessoas do norte são vetadas. O requisito é ser
estudioso da arte, da cultura e do folclore brasileiro. Mais de 20 itens são julgados,
à luz de um regulamento simples, claro e preciso.
Os títulos do Festival:
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1966 - Garantido
1967 - Garantido
1968 - Garantido
1969 - Caprichoso
1970 - Garantido
1971 - Garantido
1972 - Caprichoso
1973 - Garantido
1974 - Caprichoso
1975 - Garantido
1976 - Caprichoso
1977 - Garantido
1978 - Garantido
1979 - Caprichoso
1980 - Garantido
1981 - Garantido
1982 - Garantido
1983 - Garantido
1984 - Garantido
1985 - Caprichoso
1986 - Garantido
1987 - Caprichoso
1988 - Garantido
1989 - Garantido
1990 - Caprichoso
1991 - Garantido
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1992 - Caprichoso
1993 - Garantido
1994 - Caprichoso
1995 - Caprichoso
1996 - Caprichoso
1997 - Garantido
1998 - Caprichoso
1999 - Garantido
2000 - Caprichoso/Garantido (empate)
2001 - Garantido
2002 - Garantido
2003 - Caprichoso
2004 - Garantido
2005 - Garantido
2006 - Garantido
2007 - Caprichoso
2008 - Caprichoso

Número de vitórias:
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Garantido - 26
Caprichoso - 16
empates- 01

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3.6 O Boi Garantido

A história do Boi Garantido começa em 24 de junho de 1913, quando o filho de
pescador Lindolfo Monteverde resolveu por em prática uma das histórias que
ouvia de seu avô, ex-escravo de origem maranhense que veio para a Ilha de
Parintins em busca de um espaço para a sua família viver e produzir.
Dentre as inúmeras histórias, Lindolfo ouviu a história de um boi que dançava
visitando famílias e alegrando as pessoas. Havia muitas lendas em torno deste boi
contado pelo avô. A que mais chamava a atenção do neto era sobre o roubo da
língua do boi e os versos cantados durante o ritual do boi que envolvia Pai
Francisco, Mãe Catirina, o Amo do Boi, o Pajé e outras figuras. Antes de
concretizar a idéia para lembrar as histórias do avô, foram realizados vários
ensaios, até chegar o momento da primeira apresentação que começou como uma
simples brincadeira junina. Contam os mais antigos que a apresentação foi
antecedida de uma ladainha e depois houve distribuição de Aluá, bolo de
macaxeira, tacacá e, no final, muito forró.
Mais tarde, ao servir o exército, Lindolfo Monteverde adoeceu e a gravidade de sua
doença o levou a fazer promessa a São João Batista, prometendo que, se ficasse
18
bom e enquanto tivesse vida, seu bumba jamais deixaria de sair nas ruas. Foi então
que o Garantido passou a ser chamado de “Boi da Promessa”.
A partir de então, todos os anos os torcedores do Boi se reúnem na noite de 24 de
junho para rezar a ladainha e festejar São João Batista e em seguida saem pelas
ruas da cidade, dançando em frente às casas que tiverem fogueiras acesas.
Segundo os mais antigos, esta saída do Garantido pelas ruas da cidade era normal
durante a época das festas juninas.
Contam que Lindolfo Monteverde era um cantador e repentista que causava
admiração em quem o ouvia cantar, por causa do timbre de voz que dominava os
terreiros e era ouvido à distância sem utilizar nenhum tipo de aparelho sonoro
mecânico. Lindolfo também incomodava os torcedores do boi contrário com sua
firmeza de voz e a inteligência dos desafios que criava. Até hoje, é considerado o
melhor compositor de toadas que o boi-bumbá de Parintins registrou.
Desde a sua criação, o Garantido se apresenta com um coração na testa e as cores
Vermelha e branca foram adotadas pela torcida. A cor Vermelha, do coração e a
branca, do boi.
O nome Garantido surgiu do próprio criador, Lindolfo Monteverde, que em suas
toadas sempre lembrava aos bois contrários que seu bumbá sempre saía inteiro dos
confrontos de ruas que, na época, eram rotineiros. Dizia Lindolfo que nas “brigas”
com os contrários a cabeça de seu boi nunca quebrava ou ficava avariada, “isso era
garantido”.
A brincadeira foi evoluindo e em 1965 aconteceu o primeiro Festival Folclórico de
Parintins, mas não houve participação dos bumbás. A primeira disputa veio no
segundo Festival quando o Garantido enfrentou o Caprichoso (o contrário). O
primeiro empate da disputa aconteceu no ano de 2000.
Em sua história, lhe foram atribuídos vários slogans carinhosos, como: “Boi da
Promessa”, “Boi do Coração”, “Brinquedo de São João”, “Boi do Povão” e outros.
O mais popular é “Brinquedo de São João”, de autoria de Lindolfo Monteverde
para homenagear o santo a quem se apegou para curar a doença que o ameaçava
quando servia o exército. Os dirigentes preservam até os dias atuais este slogan
como forma de reconhecimento a Lindolfo, o poeta maior da Nação Vermelha e
Branca.

19
O Garantido surgiu na antiga estrada Terra Santa, hoje Av. Lindolfo Monteverde,
na tradicional Baixa do São José. Atualmente, um complexo arquitetônico da
antiga Fabriljuta, localizado no Km 1 da Rodovia Odovaldo Novo, adquirido pela
agremiação, abriga toda a estrutura de galpões, a diretoria e demais
coordenadorias que fazem parte da administração do boi que, hoje, é a brincadeira
mais séria dos habitantes de Parintins, a Ilha do Boi-bumbá.
E como não poderia ser diferente, a Quadrilha Pisa no Espinho se veste de
vermelho e branco para representar o Boi Garantido, o Boi do Povão.

3.7 O Boi Caprichoso

Vindos de Crato, no Ceará, os irmãos Cid embarcaram rumo à Amazônia em busca
de uma nova vida, trabalho, mulher e filhos. Devotos de São João Batista,
prometeram à este santo um Boi de Pano caso tivessem suas graças alcançadas.
Fruto de uma promessa e de sonhos realizados, é criado então, em 20 de Outubro
de 1913, pelas mãos dos irmãos Cid, um Boi, todo feito de pano, o primeiro Boi de
Parintins, boi ofertado a São João Batista.

20
Surge na história, um ilustre filho de Parintins, José Furtado Belém, advogado que
fez carreira política em Parintins , chegando a Vice-governador do estado. José
Belém havia conhecido a dança do “Boi” quando estivera em visita a Manaus.
Do encontro dos irmãs Cid, somam suas idéias e é criado então o “Boi” Galante.
Inicialmente teria sido um Boi simples, feito de caixa de papelão, sairia às ruas pela
1ª vez, em junho de 1922.
Em 1925, junto com a família Cid, um grupo de pessoas estivera reunida. Tinham
como objetivo, fundar um “Boi-Bumbá”. Um dos presentes, o coronel João
Meireles, teria sugerido colocar o nome de Caprichoso – Boi que teria visto em
Manaus, do qual o coronel seria fã. Todos concordam e acertam ainda que Félix
Cid, repentista e dotado de de uma voz maravilhosa, seria o amo do boi.
O nome, Caprichoso, teria um significado intríseco a ele, isto é, as pessoas cheias
de capricho, trabalho e honestidade. O sufixo ‘oso’, significando provido ou cheio
de glória. Quando somados, ‘capricho’ mais ‘oso’ poderia-se dizer que é
extravagante e primoroso em sua arte. Caprichoso (adjetivo): que capricha, feito
por capricho, excêntrico, variável, teimoso, obstinado – in pequeno dicionário
brasileiro de língua portuguesa.
Com todos estes atributos, o boi recebe oficialmente, na Travessa Sá de Peixoto, o
nome de Boi-Bumbá Caprichoso.
O Boi Caprichoso contava, inicialmente, com uma marujada de 20 pessoas, com
um instrumental feito de madeira oca com peles de animais.
Os símbolos da Marujada eram: a Estrela maior, o Amo e A Vaqueirada. É de onde
vem a inspiração para o símbolo do Caprichoso: a estrela azul.
O Curral do do Boi Caprichoso Zeca Xibelão, em Parintins, na Cidade do
Caprichoso (lado azul da Ilha), leva o nome do primeiro tuxaua da história do
Bumbá, é o lugar são realizados os ensaios da Marujada de Guerra (nome dado ao
conjunto de ritmistas do Caprichoso), tribos e festas nos finais de semana como a
Tarde Alegre, onde as crianças brincam em um bem organizado boi-mirim e
cultivam desde cedo a paixão pelo folclore local. Marujada de Guerra, assim é
chamado o conjunto de ritmistas do Boi-Bumbá Caprichoso. É um patrimônio da
nação azul e branca que leva este nome desde a criação do boi Caprichoso em
Parintins.

21
Em meados da década de 1970, Luiz Pereira se tornou o novo dono do Bumbá
quando decidiu trazer o Caprichoso de barco da Comunidade do Aninga à
Parintins. No desembarque, os ritmistas vestiam trajes em azul e branco que
lembravam os uniformes de marujo.
Atualmente, o boi caprichoso possui uma nação com uma quantidade incontável
de torcedores apaixonados pelo bumbá que defende as cores azul e branca. E
afirmam, que quem aprende ou nasce sendo Caprichoso é de se orgulhar
infinitivamente.
Mais que um boi, ele representa a paixão de sua torcida, chamada carinhosamente
de Nação Azul e Branca e Falange Azulada.
É o Boi que a cada ano se supera em sua criatividade, para mostrar na arena do
Bumbódromo em Parintins, um espetáculo maior a cada ano.
Boi de garra, boi de fibra, boi que capricha, boi que conta as lendas e o folclore dos
povos da Amazônia. Boi que defende o verde das matas, sendo por isto o
verdadeiro guardião da Amazônia. Boi de pescadores, o Boi de Parintins.
Vestindo-se de azul e branco, e nas cores da alegria, a Quadrilha a Pisa no Espinho
representa o Boi Caprichoso, o Boi da Preservação da Amazônia.

4. Fontes bibliográficas
- AZEVEDO NETO, A. Bumba meu boi no Maranhão. São Luís: Alcântara, 1983. 86
p.
- CASCUDO, L. da C. Dicionário do folclore brasileiro. 11. ed. rev.e atual. São
Paulo: Global, 2001. 768 p.
- ALMEIDA, M. da C. de. Complexidade e cosmologia da tradição. Belém:
EDUEPA, 2001. 145 p.
- SUASSUNA, A. Iniciação à Estética. 6. ed. Recife: Universitária -UFPE, 2004. 396
p.
- PINHEIRO, Roosivelt Max Sampaio. Cultura visual e práticas artísticas no 36º
22
Festival Folclórico de Parintins. Rio de Janeiro: UFRJ, 2002.
- TEIXEIRA, João Gabriel L. C ., et al (org). Patrimônio imaterial, performance
cultural e (re) tradicionalização. Brasília: ICS-UnB, 2004.
- VALENTIN, Andréas. Contrários – a celebração da rivalidade dos bois-bumbás
de Parintins. Niterói: UFF, 2004.
- SAUNIER, Tonzinho. O magnífico folclore de Parintins. Manaus : Parintintin. s.d.
- Assayag, Simão. Boi-Bumbá: festas andanças e pajelanças. Rio de Janeiro:
FUNARTE,
1995.
- Braga, S. I.G. Os bois-bumbás de Parintins. Rio de Janeiro: Funarte, EDUA,
Manaus,
Am, 2002.
- Costa, Bento M. Boi-Bumbá: um Auto Popular. Belém: Barra, 1974.
- Valentin, Andréas & Cunha, Paulo José: Vermelho, um pessoal garantido. Rio de
Janeiro: Zit Gráfica Editora, 1998.

Outras fontes julgadas necessárias:
http://www.canalgarantido.com
http://www.boicaprichoso.com
http://www.parintins.com
http://www.revistas.ufg.br/index.php/fef/article/viewArticle/116/1633
http://www.abrasoffa.org.br/folclore/lendas/muiraquita.htm
http://hemi.es.its.nyu.edu/journal/2_1/pinheiro.pdf
http://portalamazonia.globo.com/artigo_amazonia_az.php?idAz=236
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-59702000000500012&script=sci_arttext
http://www.parintins.com/?n=1094&l=pt
http://pt.wikipedia.org/wiki/Boi_Garantido
http://www.noivaspb.com.br/casareli.php?id=2&&pageNum_reli2=0
http://pt.wikipedia.org/wiki/Boi_caprichoso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93131999000100002
http://www.piracaia.com/index.php?option=com_content&view=article&id=123:ocasamento-na-tradicao-indigena-brasileira&catid=51:valter&Itemid=120
23
http://www.seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/article/viewArticle/2301
http://biblioteca.universia.net/ficha.do?id=3994489
http://www.musa.ufsc.br/Monografia%20EC.pdf
http://poseca.incubadora.fapesp.br/portal/bdtd/2007/2007-do-patricio_patricia.pdf
http://www.parintins.com.br/histcaprichoso.asp
http://www.parintins.com.br/pontos.asp
http://www.parintins.com.br/histgarantido.asp
http://www.coc.fiocruz.br/hscience/vol6_suplemento.htm
http://www.galeriadosamba.com.br/V41/ES.asp?0T,0,%66572
http://www.galeriadosamba.com.br/V41/ES.asp
http://boigarantidoecaprichoso.blogspot.com/2007/06/conhecido-como-toada-dohttp://boi-bumb-o-som.html
http://portalamazonia.globo.com/artigo_amazonia_az.php?idAz=239
http://www.boibumba.com/dictionary_pt.htm#letter_k
http://www6.ufrgs.br/infotec/teses97-99/negrao-ufba99.htm
http://www.sidneyrezende.com/blog/lula
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93pera
http://pt.wikipedia.org/wiki/Parintins
http://pt.wikipedia.org/wiki/Amazonas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nossa_Senhora_do_Carmo
http://parintins.com/index.php?p=artigos
http://parintins.com/docs/parintins/index.php?p=ilha
http://parintins.com/docs/parintins/index.php?p=localizacao
http://parintins.com/docs/parintins/index.php?p=comochegar
http://parintins.com/docs/parintins/index.php?p=quandoir
http://parintins.com/docs/parintins/index.php?p=artesanato
http://parintins.com/docs/parintins/index.php?p=vidanoturna
http://parintins.com/docs/parintins/index.php?p=pontosturisticos
http://parintins.com/docs/parintins/index.php?p=infraestrutura
http://parintins.com/docs/parintins/index.php?p=historiadeparintins
http://parintins.com/docs/parintins/index.php?p=geografia
http://parintins.com/docs/parintins/index.php?p=servicos
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QUADRILHA PISA NO ESPINHO 2009 - SINOPSE

  • 1. Grêmio Recreativo e Cultural PISA NO ESPINHO C.N.P.J: 73.787.772/0001-99 Presidente: Silas Júnior 1
  • 2. 2
  • 3. Grêmio Recreativo e Cultural PISA NO ESPINHO “Do imaginário indígena: uma Ópera Popular. Seja Garantido ou Caprichoso... É Festa de Boi-Bumbá!” ***São João 2009*** Índice Geral 1. Histórico da quadrilha.........................................................................................04 2. Justificativa do tema.............................................................................................05 3. Histórico do tema..................................................................................................06 3.1 A Ilha de Parintins..........................................................................................07 3.2 O Fascínio do boi.............................................................................................09 3.3 O surgimento do boi no Brasil......................................................................11 3.4 A origem do Boi-Bumbá.................................................................................11 3.5 O Festival Folclórico de Parintins................................................................12 3.6 O Boi Garantido...............................................................................................18 3.7 O Boi Caprichoso.............................................................................................20 4. Fontes bibliográficas.............................................................................................22 Ficha Técnica Pesquisa do tema: Thiago Vergete Coreografia: Thiago Vergete Roteiro do casamento: Thiago Vergete Figurino e adereço: Leandro Marques Repertório Musical: Thiago Vergete Marcadores: Silas Júnior (CAPRICHOSO) e Thiago Vergete (GARANTIDO). Componentes: 82 dançarinos. Casal de noivos: Mônica e Tádzio. 3
  • 4. 1. Histórico da Quadrilha A Quadrilha Pisa no Espinho foi fundada em 09 de abril de 1980, no bairro de Rio Doce em Olinda-PE, tendo como seus principais fundadores: Manoel da Rocha, Silas Júnior, Marcos Valério, Romildo e Sílvio. A origem de seu nome está relacionada com a seguinte história: um grupo de amigos foram na mata de Rio Doce à procura de madeira para construir um Palhoção, que na época era coberto com palhas de coqueiro. No caminho estavam discutindo qual seria o nome da Quadrilha, e em um determinado momento, o último da fileira deu um enorme grito, e todos lhe perguntaram o que aconteceu, e o mesmo respondeu que havia pisado no espinho, daí todos decidiram que o nome da Quadrilha seria PISA NO ESPINHO, e que está até hoje, mantém viva as tradições culturais do país. A Quadrilha Pisa no Espinho, durante toda sua trajetória, possui mais de 500 troféus e grandes títulos que lhe consagram como uma das melhores quadrilhas do estado de Pernambuco, tendo como sua maior conquista o TETRACAMPEONATO do Festival de Quadrilhas da Rede Globo Nordeste, nos anos de 1993, 1994, 1995 e 1999. 4
  • 5. Além deste grande trunfo, a Quadrilha Pisa no Espinho conquistou vários campeonatos, entre eles: - 3º lugar no Festival Regional de Quadrilhas Juninas do Nordeste, no ano de 1995; - Tri-Campeã no Concurso de Quadrilhas da Fundação de Cultura da Cidade de Caruaru, nos anos de 1995, 1996 e 1999; - Tri-Campeã do Festival de Quadrilhas na cidade de Catende, nos anos de 1998, 1999 e 2000. - Campeã do Festival Pernambucano de Quadrilhas Juninas pelo Grupo 2, realizado pela Fundação de Cultura da Cidade do Recife, no ano de 2008, sendo premiada ainda com o melhor figurino e melhor coreografia. Dentre os eventos culturais mais importantes do estado, em que a Quadrilha Pisa no Espinho participou, podemos mencionar a sua presença no Seminário contra a seca e a fome do Sertão, com o tema “Brasil Nordeste” na cidade de Ouricuri, no ano de 1993. Vale acrescentar também que nos anos de 1993, 1994 e 1995 a Quadrilha Pisa no Espinho foi convidada pela FUNDARPE, em nome da Sra. Sônia Medeiros (in memorian), para apresentar seu espetáculo junino, que sempre valorizou nossa cultura, no Festival de Inverno na cidade de Garanhuns. 2. Justificativa do Tema: O Grêmio Recreativo e Cultural Pisa no Espinho, que sempre foi uma Quadrilha engajada pelas causas sociais do Nordeste brasileiro, traz desta vez para o São João 2009, com muita ousadia e inovação, um lindo Espetáculo Junino, que tem como núcleo principal a grande disputa entre os Bois-Bumbás Garantido e Caprichoso, que se apresentam, anualmente, no Festival Folclórico de Parintins, por ocasião das festas juninas da cidade. E nada melhor que o São João e seu rico Ciclo Junino para difundir e valorizar as manifestações culturais de nosso país, tão esquecidas pelo nosso povo e, também, para ser palco desse lindo espetáculo, que encantará a todos com seu encanto e magia. Vale acrescentar, que foram vários os objetivos que nos levaram a desenvolver esse grandioso espetáculo, tais como: disseminar a riqueza cultural dos Bois-Bumbás de Parintins, que é em sua essência uma Festa Junina; apresentar a origem dos dois 5
  • 6. Bois-Bumbás que surgiram a partir de uma promessa a São João; mostrar o crescimento significativo do Festival Folclórico de Parintins, que é hoje, reconhecido no Brasil e no mundo; conscientizar a nossa população quanto a preservação da Amazônia, o pulmão verde do mundo; e, sobretudo, apresentar a todos um Espetáculo digno do folclore brasileiro, numa simbiose entre a cultura indígena parintintin, representada pela magia dois Bois-Bumbás Garantido e Caprichoso, e a cultura popular nordestina, com o encanto da Quadrilha Junina, que tem como principal representante a Quadrilha Pisa no Espinho, que busca cada vez mais valorizar as nossas raízes e tradiçoes culturais. É ainda preponderante, ressaltar, que não é nossa intenção reproduzir com rigor e fidelidade o Festival Folclórico de Parintins, mas sim apresentar-lhes uma visão junina desta Festa Popular, que se tornou, por excelência, um dos espetáculos mais sublimes da cultura brasileira, e não obstante, mostrar um pouco de suas origens, que estão enraizadas no Nordeste brasileiro. E com todo o brilho das Festas Juninas, a Quadrilha Pisa no Espinho vai disputar o São João 2009, transformando os Arraiais em um grande Bumbódromo, vestindo toda engalanada as cores dos Bois Garantido (vermelho) e Caprichoso (azul), estando todos nós unidos numa só missão: sermos a grande CAMPEÃ do São João 2009. Como não poderia ser diferente, você é o grande convidado desse Espetáculo, que ficará guardado em nossa memória. Vamos GARANTIR. Vamos CAPRICHAR. Na Pisa no Espinho quero ser seu PAR. Tem muito brilho. Tem muita emoção. A Pisa no Espinho é a ESTRELA que vai conquistar seu CORAÇÃO! Thiago Vergete 3. Histórico do Tema: Bem vindos ao Nordeste brasileiro! Vindo de todos os lugares, os visitantes são atraídos pelas algazarras dos “brincantes”, que dão boas vindas com alegres toadas. 6
  • 7. Que emoção! Essa triunfante chegada nos deixa sentir o pulsar do coração. E é neste clima de vislumbramento que assistiremos a um lindo espetáculo junino, apresentado pela Quadrilha Pisa no Espinho, cuja homenagem é nada mais, nada menos, que a rivalidade entre os Bois-Bumbás Garantido e Caprichoso. Haja coração!!! 3.1 A Ilha de Parintins Localizada na Ilha Tupinambarana, a maior do Estado, com 7.069 Km², Parintins situa-se à margem direita do Rio Amazonas, entre o rio Madeira e o Paraná dos Ramos, no Médio Amazonas, o denominado "coração geográfico" do Estado, entre Manaus e Belém (capital do Estado do Pará). O acesso é em via fluvial ou aérea. Apesar de ser considerada uma cidade de pequeno porte, Parintins é a segunda maior do Estado, com aproximadamente 97.000 habitantes. Encontra-se a uma altitude de aproximadamente 15m acima do nível normal do Rio Amazonas. Seu clima é tropical chuvoso-úmido, com precipitação pluviométrica anual de 2275,4 mm e temperatura em torno de 21,3 a 36,4ºC. A umidade relativa do ar chega a 85% (no Amazonas as estações do ano são em geral duas: inverno; estação das chuvas e verão que é a das secas). A sua vegetação é formada por floresta de várzea e de ‘terra firme’. Seu relevo é composto de lagos, ilhotas e também uma pequena serra, nas divisas com o Estado do Pará. Um dos seus pontos turísticos é o complexo lagunar de Macunaricanã, do qual fazem parte aproximadamente 40 lagos (atração sazonal, que pode ser vista em finais de julho). A população na cidade, composta de mestiços, de olhos "amendoados" e cabelos escuros, de acordo com o IBGE, pardos em sua grande maioria, seguida de indígenas, amarelos, negros e outros sem declaração. A religião predominante é a católica, seguida pela evangélica tradicional e evangélica episcopal. A Ilha, atualmente, possui os maiores rebanhos de bois e búfalos do Estado. A economia acontece através do plantio e comercialização de frutos típicos da região, da malva (fibra), juta e da pesca. A extração vegetal é bastante praticada como, por exemplo, a da copaíba (óleo), castanha do Brasil, pau-rosa cujo extrato é um dos 7
  • 8. principais componentes do famoso perfume francês Chanel nº 05, e outras madeiras nativas. Conta com duas emissoras de rádio, quatro repetidoras de TV, indústria de móveis, e um comércio relativamente bom. Os preços praticados por ocasião do festival, principalmente com alimentação e hospedagem, são considerados relativamente altos. No quesito educação, além de diversas escolas de primeiro e segundo graus, do Estado e do Município, a cidade conta, com dois campus Universitários. Um da Universidade Federal (UFAM) e outro da Universidade Estadual (UEA) do Amazonas que oferecem cursos técnicos e superiores. Todavia, somente a partir de 2003 é que cursos de Artes Plásticas, modalidades técnico e superior passam a ser oferecidos na cidade pela Universidade Federal do Amazonas - UFAM. A associação dos artistas plásticos, bem atuante, se ressente muito da falta de espaços e incentivos por parte dos órgãos públicos. Da iniciativa pública, a cidade não possui museus, nem outros locais destinados a exposições, a não ser um pequeno espaço, na Secretaria de Cultura. Produtos do artesanato local, regional e indígena são vendidos em lojas especializadas e exposições, em pontos estratégicos da cidade que funcionam no período do Festival. A história oficial de Parintins começa no século XVI, com a chegada do português José Pedro Cordovil, que aportou na ilha Tupinambarana e ali construiu uma fazenda, onde colonizou índios e escravos. A cidade foi batizada com vários nomes: Vila Nova da Rainha, Vila Bela da Imperatriz e finalmente em 1880, foi denominada oficialmente de Parintins, em homenagem aos índios Parintintin que habitavam a região. Antes do descobrimento oficial do Brasil, em 1496 um vendaval obrigou uma pequena caravela comandada pelo capitão Armendoriz de Cordoba a procurar abrigo nesta ilha. Não fosse a exuberância selvagem do local, esta parada seria apenas um fato rotineiro a ser descrito no diário de bordo. Os botes foram arriados e os marujos remaram ansiosos, atraídos pelo perfume das exóticas flores. Após tanto tempo no mar, esta terra virgem os entorpecia, fazendo8
  • 9. os cada vez mais embrenharem-se pela mata, abateram animais que nunca dantes haviam visto, colheram frutos de raros sabores, se surpreenderam com uma fonte cristalina, onde se banharam, supondo ser a fonte da juventude. De repente o canto das águas foi cortado pela batida dos tambores selvagens. Os visitantes logo perceberam que centenas de olhos os observavam. Imediatamente guerreiros indígenas surgem contrastando minúsculas tangas e corpos pintados com as formais vestimentas européias. O encontro foi desprovido de agressividade de ambas as partes. Pôde-se logo distinguir o chefe dos índios, que indicou para seguirem em direção dos tambores. Por uma alameda ladeada de flores, chegaram a um povoado. De imediato avistaram rapazes e moças de cabelos negros e sedosos, crianças que corriam alegres e velhos que socavam em pilões a mandioca ou que trabalhavam no tear. Grandes vasos com pinturas geométricas apresentava uma nova estética aos convidados, que logo perceberam estarem diante de uma solenidade: era a cerimônia do MUIRAQUITÃ, troféu que as CUNHATÃS (mulheres jovem amazonas) entregariam aos rapazes perpetuando o amor eterno. Uma cerimônia de rara beleza que emocionou até o mais rude marujo ali presente. Hoje, depois de muito século, mais uma vez os rituais desta Ilha voltam a encantar ao homem branco. E será através dessa emocionante cerimônia indígena que a Quadrilha Pisa no Espinho realizará sua festa de Casamento. 3.2 O Fascínio do Boi Ê - boi, oi vaqueiro, traz meu boi prá brincar! Ê - ê, oi vaqueiro, traz meu boi prá dança! (Silvio Camelão) Na Ilha, a figura do Boi está por toda parte. E podemos reportar ao nosso tempo de menino, em que éramos embalados por uma canção que falava: "Boi da cara preta, pega esse menino, que tem medo de careta". 9
  • 10. O boi deste o início da humanidade se faz presente em todas as culturas. Na festa de Parintins, ele, o personagem principal, mais uma vez será imolado e exaltado pela Quadrilha Pisa no Espinho. Nesta euforia, que antecede a grande festa fazemos uma reflexão sobre algumas manifestações populares, em que o Boi é a grande estrela. - No antigo Egito o Boi representava a reencarnação de Osíris, o Deus da criação, que era chamado de "Boi Apis". Segundo o mandamento do Deus Rá, era sacrificado em substituição a seres humanos. - Já na Grécia, a mitologia nos mostra o Boi como motivo de bravura para seus heróis. O Deus dos Oceanos, Posseidon, fez emergir das profundezas do mar o touro branco de Creta. Este touro deveria ser sacrificado em sua honra, por Minus o rei de Creta. Porém, o sacrifício não ocorreu ocasionando a maldição da criatura com cabeça de touro e corpo de homem, o Minotauro. - A figura bovina na Índia aparece em clima de adoração e respeito. Em grandes pompas as vacas sagradas atravessam as cidades cobertas com mantos bordados de pedrarias. São perfumadas e incensadas. O povo prefere morrer de fome a sacrificá-las. - Na Espanha, todas as semanas, milhares de pessoas se reúnem na praça principal para assistir a um duelo. O encontro do touro e da toureira, que já inspirou inúmeros artistas, garante o sucesso do espetáculo. - Trazidos pelos portugueses no século passado, o "Boi" chega ao nordeste assumindo suas características. Invadiu Pernambuco, o Ceará e o Maranhão, vestindo as alegres cores das frutas típicas. A febre da borracha no final do século passado atraiu muitas pessoas para o Amazonas, e com ele seguiu o "auto" do "Boi". Saindo nesta colorida CIRANDA em que o Boi foi visto de diversas maneiras, vamos de encontro a nossa meta principal, que é festejar um dos Bois mais adorados do Brasil: O "BOI-BUMBÁ"! 10
  • 11. 3.3 O surgimento do boi no Brasil A primeira referência escrita conhecida à brincadeira do boi no país data de 1840 e vem do Recife. É o artigo “A estulticedo Bumba-meu-boi”, do frei Miguel do Sacramento Lopes Gama, beneditino secularizado que redigia o jornal “O Carapuceiro” na cidade do Recife (Lopes Gama, 1996). Como o título sugere não se trata propriamente de uma descrição, mas antes de comentários soltos e argutos que servem de pretexto, um sermão diante do escárnio ao personagem do sacerdote no folguedo. A segunda referência data de 1859, e vem de Manaus. É a do médico-viajante AvéLallémant (1961, p. 106) de um Bumbá presenciado naquela cidade, um “cortejo pagão”, introduzido no seio de festa católica, em homenagem a são Pedro e são Paulo. A descrição destaca a dança do boi com o pajé ao ritmo do maracá, a “morte” do boi, os “maravilhosos efeitos de luz” provocados pelos archotes durante a dança em volta do boi “morto”. O personagem do padre estava então proibido. No intervalo de tempo entre essas duas descrições, Vicente Salles (1970, pp. 27-9), encontrou registros do Bumbá em jornais de Belém e de Óbidos, datados de 1850. A referência ao folguedo no mesmo ano, em cidades bastantes distantes uma da outra, sugere sua ampla difusão na Amazônia em meados do século XIX. O autor assinala ainda os traços próprios do Bumbá do Norte, já bem definidos por ocasião da descrição de 1859. Esses fatos favorecem a percepção da diversidade da brincadeira já em seus primórdios, e sugerem sua disseminação simultânea em várias províncias brasileiras na segunda metade do século XIX. 3.4 A origem do Boi-Bumbá A festa do Boi-bumbá, ou Festa do Boi, ou ainda brincadeira do Boi, têm sua origem no Nordeste do Brasil, onde derivou de outra Dança típica de lá, o Bumbameu-Boi. Com as constantes imigrações de Nordestinos para a Região Norte do Brasil, em especial para o Estado do Amazonas, principalmente no Ciclo da Borracha, houve também a imigração de manifestações culturais como o Bumbameu-boi que logo foi assimilado pela população e ganhou aspecto local. 11
  • 12. O Boi-bumbá tem sua história idêntica ao Bumba-meu-boi, é uma espécie de ópera popular, cujo enredo não varia muito entre os inúmeros grupos de Boi-Bumbá existentes, mas, basicamente, desenvolve-se em torno da lenda do fazendeiro que tinha um boi de raça, muito bonito, e querido. As apresentações dos bois em Parintins desenvolvem-se de acordo com um enredo que conta a história do Negro Francisco, funcionário da fazenda e cuja sua mulher, Catirina fica grávida e sente desejo de comer a língua do boi. Fica desesperado. Com medo de Catirina perder o filho que espera, caso o desejo não seja atendido, resolve roubar o boi de seu patrão para atender ao desejo de sua mulher. Então, segundo o enredo, Negro Francisco mata o boi preferido do patrão. O amo descobre e manda os índios caçarem Negro Francisco, que busca um pajé para fazer ressuscitar o boi. O boi renasce e tudo vira uma grande festa. O imaginário indígena e detalhes religiosos dos índios, como pajés e feiticeiros, foram incorporados com mais influência ao Boi-Bumbá. 3.5 O Festival Folclórico de Parintins O Festival Folclórico de Parintins é uma festa popular realizada anualmente no último final de semana de junho na cidade de Parintins, Amazonas. O Festival é uma Ópera Popular a céu aberto, onde competem duas agremiações, o Boi Garantido, de cor vermelha, e o Boi Caprichoso, de cor azul. A apresentação ocorre no Bumbódromo (Centro Cultural e Esportivo Amazonino Mendes), um 12
  • 13. tipo de estádio com o formato de uma cabeça de boi estilizada, com capacidade para aproximadamente 40 mil espectadores. Durante as três noites de apresentação, os dois bois exploram as temáticas regionais como lendas, rituais indígenas e costumes dos ribeirinhos através de alegorias e encenações. O Festival de Parintins se tornou um dos maiores divulgadores da cultura local. O festival é realizado desde 1965 e já teve vários locais de disputa como a quadra da catedral de Nossa Senhora do Carmo, a quadra da extinta CCE e o estádio Tupy Cantanhede. Até 2005 era realizado sempre nos dias 28, 29 e 30 de junho. Uma lei municipal mudou a data para o último fim de semana desse mesmo mês. Em Parintins, um torcedor jamais fala o nome do outro Boi, e usa apenas a palavra "contrário" quando quer se referir ao opositor. São proibidas vaias, palmas, gritos ou qualquer outra demonstração de expressão quando o "contrário" se apresenta. Em 1965 aconteceu o primeiro Festival Folclórico de Parintins, criado por Raimundo Muniz, mas não houve participação dos bumbás. A primeira disputa veio no segundo Festival. Os componentes do festival: 1. Apresentador: A ópera do Boi tem um apresentador oficial, ou Mestre de Cerimônia que comanda todo o espetáculo, esboçando com sua saudação aos guiados, convidados e galera os contornos do grande espetáculo, contagiando a galera com sua alegria, fazendo o coração de cada brincante bater mais forte e chama para o centro da Arena o Levantador de Toadas. 2. Levantador de Toadas: É o intérprete oficial da agremiação. O levantador de toadas faz a trilha sonora e dá um show de interpretação, transmitindo empolgação à sua Galera (torcida). Todas as músicas que fazem a trilha sonora das apresentações são interpretadas pelo levantador de toadas. Trata-se de uma figura importante, já que a técnica, a força e a beleza de sua interpretação não só valem pontos como ajudam a trazer à tona a emoção dos brincantes. 3. Batucada: A batida dos seus instrumentos se caracteriza por uma cadência específica no compasso 2/4. 4. Ritual Indígena: O ritual dos Bumbás mostra a lenda de Pai Francisco e Mãe Catirina que conseguem com a ajuda do Pajé, o poderoso curandeiro e temido 13
  • 14. feiticeito, renascer o boi do patrão. Conta a lenda que Mãe Catirina, grávida, deseja comer a língua do boi mais bonito da fazenda. Para satisfazer o desejo da mulher, Pai Francisco manda matar o boi de estimação do patrão. Pai Francisco é descoberto, tenta fugir, mas é preso. Para salvar o boi, um padre e um médico são chamados (o pajé, na tradição indígena) e o boi ressuscita. Pai Francisco e Mãe Catirina são perdoados e há uma grande comemoração. 5. Porta-estandarte: A Porta-Estandarte é responsável por trazer o estandarte com o tema do Boi. 6. Amo do Boi: No auto do boi original, o Amo do Boi é o dono do Boi e da fazenda, é quem fica triste com a morte de seu Boi querido, manda prender Pai Francisco e Catirina - assassinos do boi - e chama o pajé para ressuscitá-lo. Em Parintins, o Amo do Boi tem a importante função de tirar versos, alguns de exaltação ao Boi e à torcida, outros que se referem à temática que o Boi apresenta naquele ano e outros que desafiam o rival. 7. Sinhazinha da Fazenda: Ela representa a ascensão do ciclo do couro, a colonização e a influência espanhola, portuguesa e francesa na Amazônia. Sua indumentária é tradicionalmente inspirada no século XVI. É a filha do dono da fazenda, que se apresenta na arena dando sal pro boi. 8. Rainha do Folclore: A rainha acompanha a figura típica regional do período da ascensão da borracha que foi a riqueza por muitos anos na Amazônia. Sua indumentária simboliza o Seringueiro e o seu nobre Ofício, e representa ainda a cultura popular cabocla. 9. Cunhã-Poranga: A Cunhã-poranga representa a beleza indígena. Ilumina com sua presença o espetáculo e o desfecho do ritual. Cunhã-Poranga significa "mulher bonita". 10. Boi-Bumbá: É a evolução do Boi (a pessoa que faz esta evolução é chamado de Tripa). 11. Toada: A música, que é acompanhada durante todo o tempo, é a toada, acompanhada por um grupo de mais 400 ritmistas. Os dois Bois dançam e cantam 14
  • 15. por um período de três horas, com ordem de entrada na arena alternada em cada dia. As letras das canções resgatam o passado de mitos e lendas da floresta amazônica. Muitas das toadas incluem também sons da floresta e canto de pássaros. 12. Pajé: Ele é o elo entre o mundo dos mortos e dos vivos. Do bem e do mal, da saúde e da enfermidade, do instinto humano e animal, do céu e da terra. O Pajé em si já representa os quatro elementos. Seus pés evocam o elemento terra ao dançar. A lança ou maracá em suas mãos chamam os ventos quando posto em movimento. O suor é o elemento água e o calor que emana do seu corpo é o fogo. 13. Tribo Indígena Masculina: Representa uma determinada tribo escolhida para ser retratada, observando sempre suas características originais, costumes, hábitos, dança, etc. sua localização e sua origem. 14. Tribo Indígena Feminina: Representa uma determinada tribo escolhida para ser retratada, observando sempre suas características originais, costumes, hábitos, dança, etc. sua localização e sua origem. 15. Tuxaua Luxo: Caracteriza o líder da tribo o aspecto da indumentária luxuosa. 16. Tuxaua Originalidade: Caracteriza o líder da tribo sob o aspecto da indumentária original com material natural da região. 17. Figura Típica Regional: É uma dramatização de personagens reais da Amazônia, como juteiros, farinheiros, comerciantes do regatão, romeiros de procissões diversas, seringueiros, etc. 18. Alegorias: São estruturas artísticas que dão suporte ao cenário que se pretende retratar. 19. Lenda Amazônica: É uma dramatização de alguma lenda popular em alguma região da Amazônia, ilustrando as suas raízes e as histórias que passam de pai para filho. 20. Vaqueirada: A guardiã do Boi entra na arena com seu bailado tradicional. 21. Galera: Torcida que participa, criando um monumento vivo, um único corpo, um só coração. A galera dá um show à parte. Enquanto um Boi se apresenta, sua 15
  • 16. galera participa com todo entusiasmo. Seu desempenho também é julgado. Do outro lado, a galera do contrário (adversário) não se manifesta, ficando no mais absoluto silêncio, num exemplo de cordialidade, respeito e civilidade. 22. Coreografia e Organização: Arte de compor um bailado em consonância com os ritmos. 23. Jurados: Os jurados são sorteados na véspera do Festival e todos vêm de outros estados. Pela proximidade, pessoas do norte são vetadas. O requisito é ser estudioso da arte, da cultura e do folclore brasileiro. Mais de 20 itens são julgados, à luz de um regulamento simples, claro e preciso. Os títulos do Festival:                           1966 - Garantido 1967 - Garantido 1968 - Garantido 1969 - Caprichoso 1970 - Garantido 1971 - Garantido 1972 - Caprichoso 1973 - Garantido 1974 - Caprichoso 1975 - Garantido 1976 - Caprichoso 1977 - Garantido 1978 - Garantido 1979 - Caprichoso 1980 - Garantido 1981 - Garantido 1982 - Garantido 1983 - Garantido 1984 - Garantido 1985 - Caprichoso 1986 - Garantido 1987 - Caprichoso 1988 - Garantido 1989 - Garantido 1990 - Caprichoso 1991 - Garantido 16
  • 17.                  1992 - Caprichoso 1993 - Garantido 1994 - Caprichoso 1995 - Caprichoso 1996 - Caprichoso 1997 - Garantido 1998 - Caprichoso 1999 - Garantido 2000 - Caprichoso/Garantido (empate) 2001 - Garantido 2002 - Garantido 2003 - Caprichoso 2004 - Garantido 2005 - Garantido 2006 - Garantido 2007 - Caprichoso 2008 - Caprichoso Número de vitórias:    Garantido - 26 Caprichoso - 16 empates- 01 17
  • 18. 3.6 O Boi Garantido A história do Boi Garantido começa em 24 de junho de 1913, quando o filho de pescador Lindolfo Monteverde resolveu por em prática uma das histórias que ouvia de seu avô, ex-escravo de origem maranhense que veio para a Ilha de Parintins em busca de um espaço para a sua família viver e produzir. Dentre as inúmeras histórias, Lindolfo ouviu a história de um boi que dançava visitando famílias e alegrando as pessoas. Havia muitas lendas em torno deste boi contado pelo avô. A que mais chamava a atenção do neto era sobre o roubo da língua do boi e os versos cantados durante o ritual do boi que envolvia Pai Francisco, Mãe Catirina, o Amo do Boi, o Pajé e outras figuras. Antes de concretizar a idéia para lembrar as histórias do avô, foram realizados vários ensaios, até chegar o momento da primeira apresentação que começou como uma simples brincadeira junina. Contam os mais antigos que a apresentação foi antecedida de uma ladainha e depois houve distribuição de Aluá, bolo de macaxeira, tacacá e, no final, muito forró. Mais tarde, ao servir o exército, Lindolfo Monteverde adoeceu e a gravidade de sua doença o levou a fazer promessa a São João Batista, prometendo que, se ficasse 18
  • 19. bom e enquanto tivesse vida, seu bumba jamais deixaria de sair nas ruas. Foi então que o Garantido passou a ser chamado de “Boi da Promessa”. A partir de então, todos os anos os torcedores do Boi se reúnem na noite de 24 de junho para rezar a ladainha e festejar São João Batista e em seguida saem pelas ruas da cidade, dançando em frente às casas que tiverem fogueiras acesas. Segundo os mais antigos, esta saída do Garantido pelas ruas da cidade era normal durante a época das festas juninas. Contam que Lindolfo Monteverde era um cantador e repentista que causava admiração em quem o ouvia cantar, por causa do timbre de voz que dominava os terreiros e era ouvido à distância sem utilizar nenhum tipo de aparelho sonoro mecânico. Lindolfo também incomodava os torcedores do boi contrário com sua firmeza de voz e a inteligência dos desafios que criava. Até hoje, é considerado o melhor compositor de toadas que o boi-bumbá de Parintins registrou. Desde a sua criação, o Garantido se apresenta com um coração na testa e as cores Vermelha e branca foram adotadas pela torcida. A cor Vermelha, do coração e a branca, do boi. O nome Garantido surgiu do próprio criador, Lindolfo Monteverde, que em suas toadas sempre lembrava aos bois contrários que seu bumbá sempre saía inteiro dos confrontos de ruas que, na época, eram rotineiros. Dizia Lindolfo que nas “brigas” com os contrários a cabeça de seu boi nunca quebrava ou ficava avariada, “isso era garantido”. A brincadeira foi evoluindo e em 1965 aconteceu o primeiro Festival Folclórico de Parintins, mas não houve participação dos bumbás. A primeira disputa veio no segundo Festival quando o Garantido enfrentou o Caprichoso (o contrário). O primeiro empate da disputa aconteceu no ano de 2000. Em sua história, lhe foram atribuídos vários slogans carinhosos, como: “Boi da Promessa”, “Boi do Coração”, “Brinquedo de São João”, “Boi do Povão” e outros. O mais popular é “Brinquedo de São João”, de autoria de Lindolfo Monteverde para homenagear o santo a quem se apegou para curar a doença que o ameaçava quando servia o exército. Os dirigentes preservam até os dias atuais este slogan como forma de reconhecimento a Lindolfo, o poeta maior da Nação Vermelha e Branca. 19
  • 20. O Garantido surgiu na antiga estrada Terra Santa, hoje Av. Lindolfo Monteverde, na tradicional Baixa do São José. Atualmente, um complexo arquitetônico da antiga Fabriljuta, localizado no Km 1 da Rodovia Odovaldo Novo, adquirido pela agremiação, abriga toda a estrutura de galpões, a diretoria e demais coordenadorias que fazem parte da administração do boi que, hoje, é a brincadeira mais séria dos habitantes de Parintins, a Ilha do Boi-bumbá. E como não poderia ser diferente, a Quadrilha Pisa no Espinho se veste de vermelho e branco para representar o Boi Garantido, o Boi do Povão. 3.7 O Boi Caprichoso Vindos de Crato, no Ceará, os irmãos Cid embarcaram rumo à Amazônia em busca de uma nova vida, trabalho, mulher e filhos. Devotos de São João Batista, prometeram à este santo um Boi de Pano caso tivessem suas graças alcançadas. Fruto de uma promessa e de sonhos realizados, é criado então, em 20 de Outubro de 1913, pelas mãos dos irmãos Cid, um Boi, todo feito de pano, o primeiro Boi de Parintins, boi ofertado a São João Batista. 20
  • 21. Surge na história, um ilustre filho de Parintins, José Furtado Belém, advogado que fez carreira política em Parintins , chegando a Vice-governador do estado. José Belém havia conhecido a dança do “Boi” quando estivera em visita a Manaus. Do encontro dos irmãs Cid, somam suas idéias e é criado então o “Boi” Galante. Inicialmente teria sido um Boi simples, feito de caixa de papelão, sairia às ruas pela 1ª vez, em junho de 1922. Em 1925, junto com a família Cid, um grupo de pessoas estivera reunida. Tinham como objetivo, fundar um “Boi-Bumbá”. Um dos presentes, o coronel João Meireles, teria sugerido colocar o nome de Caprichoso – Boi que teria visto em Manaus, do qual o coronel seria fã. Todos concordam e acertam ainda que Félix Cid, repentista e dotado de de uma voz maravilhosa, seria o amo do boi. O nome, Caprichoso, teria um significado intríseco a ele, isto é, as pessoas cheias de capricho, trabalho e honestidade. O sufixo ‘oso’, significando provido ou cheio de glória. Quando somados, ‘capricho’ mais ‘oso’ poderia-se dizer que é extravagante e primoroso em sua arte. Caprichoso (adjetivo): que capricha, feito por capricho, excêntrico, variável, teimoso, obstinado – in pequeno dicionário brasileiro de língua portuguesa. Com todos estes atributos, o boi recebe oficialmente, na Travessa Sá de Peixoto, o nome de Boi-Bumbá Caprichoso. O Boi Caprichoso contava, inicialmente, com uma marujada de 20 pessoas, com um instrumental feito de madeira oca com peles de animais. Os símbolos da Marujada eram: a Estrela maior, o Amo e A Vaqueirada. É de onde vem a inspiração para o símbolo do Caprichoso: a estrela azul. O Curral do do Boi Caprichoso Zeca Xibelão, em Parintins, na Cidade do Caprichoso (lado azul da Ilha), leva o nome do primeiro tuxaua da história do Bumbá, é o lugar são realizados os ensaios da Marujada de Guerra (nome dado ao conjunto de ritmistas do Caprichoso), tribos e festas nos finais de semana como a Tarde Alegre, onde as crianças brincam em um bem organizado boi-mirim e cultivam desde cedo a paixão pelo folclore local. Marujada de Guerra, assim é chamado o conjunto de ritmistas do Boi-Bumbá Caprichoso. É um patrimônio da nação azul e branca que leva este nome desde a criação do boi Caprichoso em Parintins. 21
  • 22. Em meados da década de 1970, Luiz Pereira se tornou o novo dono do Bumbá quando decidiu trazer o Caprichoso de barco da Comunidade do Aninga à Parintins. No desembarque, os ritmistas vestiam trajes em azul e branco que lembravam os uniformes de marujo. Atualmente, o boi caprichoso possui uma nação com uma quantidade incontável de torcedores apaixonados pelo bumbá que defende as cores azul e branca. E afirmam, que quem aprende ou nasce sendo Caprichoso é de se orgulhar infinitivamente. Mais que um boi, ele representa a paixão de sua torcida, chamada carinhosamente de Nação Azul e Branca e Falange Azulada. É o Boi que a cada ano se supera em sua criatividade, para mostrar na arena do Bumbódromo em Parintins, um espetáculo maior a cada ano. Boi de garra, boi de fibra, boi que capricha, boi que conta as lendas e o folclore dos povos da Amazônia. Boi que defende o verde das matas, sendo por isto o verdadeiro guardião da Amazônia. Boi de pescadores, o Boi de Parintins. Vestindo-se de azul e branco, e nas cores da alegria, a Quadrilha a Pisa no Espinho representa o Boi Caprichoso, o Boi da Preservação da Amazônia. 4. Fontes bibliográficas - AZEVEDO NETO, A. Bumba meu boi no Maranhão. São Luís: Alcântara, 1983. 86 p. - CASCUDO, L. da C. Dicionário do folclore brasileiro. 11. ed. rev.e atual. São Paulo: Global, 2001. 768 p. - ALMEIDA, M. da C. de. Complexidade e cosmologia da tradição. Belém: EDUEPA, 2001. 145 p. - SUASSUNA, A. Iniciação à Estética. 6. ed. Recife: Universitária -UFPE, 2004. 396 p. - PINHEIRO, Roosivelt Max Sampaio. Cultura visual e práticas artísticas no 36º 22
  • 23. Festival Folclórico de Parintins. Rio de Janeiro: UFRJ, 2002. - TEIXEIRA, João Gabriel L. C ., et al (org). Patrimônio imaterial, performance cultural e (re) tradicionalização. Brasília: ICS-UnB, 2004. - VALENTIN, Andréas. Contrários – a celebração da rivalidade dos bois-bumbás de Parintins. Niterói: UFF, 2004. - SAUNIER, Tonzinho. O magnífico folclore de Parintins. Manaus : Parintintin. s.d. - Assayag, Simão. Boi-Bumbá: festas andanças e pajelanças. Rio de Janeiro: FUNARTE, 1995. - Braga, S. I.G. Os bois-bumbás de Parintins. Rio de Janeiro: Funarte, EDUA, Manaus, Am, 2002. - Costa, Bento M. Boi-Bumbá: um Auto Popular. Belém: Barra, 1974. - Valentin, Andréas & Cunha, Paulo José: Vermelho, um pessoal garantido. Rio de Janeiro: Zit Gráfica Editora, 1998. Outras fontes julgadas necessárias: http://www.canalgarantido.com http://www.boicaprichoso.com http://www.parintins.com http://www.revistas.ufg.br/index.php/fef/article/viewArticle/116/1633 http://www.abrasoffa.org.br/folclore/lendas/muiraquita.htm http://hemi.es.its.nyu.edu/journal/2_1/pinheiro.pdf http://portalamazonia.globo.com/artigo_amazonia_az.php?idAz=236 http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-59702000000500012&script=sci_arttext http://www.parintins.com/?n=1094&l=pt http://pt.wikipedia.org/wiki/Boi_Garantido http://www.noivaspb.com.br/casareli.php?id=2&&pageNum_reli2=0 http://pt.wikipedia.org/wiki/Boi_caprichoso http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93131999000100002 http://www.piracaia.com/index.php?option=com_content&view=article&id=123:ocasamento-na-tradicao-indigena-brasileira&catid=51:valter&Itemid=120 23
  • 24. http://www.seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/article/viewArticle/2301 http://biblioteca.universia.net/ficha.do?id=3994489 http://www.musa.ufsc.br/Monografia%20EC.pdf http://poseca.incubadora.fapesp.br/portal/bdtd/2007/2007-do-patricio_patricia.pdf http://www.parintins.com.br/histcaprichoso.asp http://www.parintins.com.br/pontos.asp http://www.parintins.com.br/histgarantido.asp http://www.coc.fiocruz.br/hscience/vol6_suplemento.htm http://www.galeriadosamba.com.br/V41/ES.asp?0T,0,%66572 http://www.galeriadosamba.com.br/V41/ES.asp http://boigarantidoecaprichoso.blogspot.com/2007/06/conhecido-como-toada-dohttp://boi-bumb-o-som.html http://portalamazonia.globo.com/artigo_amazonia_az.php?idAz=239 http://www.boibumba.com/dictionary_pt.htm#letter_k http://www6.ufrgs.br/infotec/teses97-99/negrao-ufba99.htm http://www.sidneyrezende.com/blog/lula http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93pera http://pt.wikipedia.org/wiki/Parintins http://pt.wikipedia.org/wiki/Amazonas http://pt.wikipedia.org/wiki/Nossa_Senhora_do_Carmo http://parintins.com/index.php?p=artigos http://parintins.com/docs/parintins/index.php?p=ilha http://parintins.com/docs/parintins/index.php?p=localizacao http://parintins.com/docs/parintins/index.php?p=comochegar http://parintins.com/docs/parintins/index.php?p=quandoir http://parintins.com/docs/parintins/index.php?p=artesanato http://parintins.com/docs/parintins/index.php?p=vidanoturna http://parintins.com/docs/parintins/index.php?p=pontosturisticos http://parintins.com/docs/parintins/index.php?p=infraestrutura http://parintins.com/docs/parintins/index.php?p=historiadeparintins http://parintins.com/docs/parintins/index.php?p=geografia http://parintins.com/docs/parintins/index.php?p=servicos http://parintins.com/index.php http://www.parintins.com/?n=1673&l=pt 24