SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 7
Decisões de Financiamento
Alavancagem financeira
Uma empresa pode financiar suas atividades com recursos próprios (Patrimônio Líquido) ou de
terceiros (Empréstimos, Financiamentos e Debêntures). Normalmente, uma empresa que está
iniciando suas atividades faz uso apenas de recursos próprios, a administração da empresa está
praticamente toda nas mãos dos proprietários e os fluxos de caixa ainda são pequenos ou mesmo
negativos para pleitearem junto às instituições bancárias uma contratação de maior aborte.
Quando a empresa começa a obter mais sucesso, conquistar mercado, as necessidades de
investimento também aumentam e ela começa a fazer uso de recursos de terceiros para poder
continuar se expandindo. A existência do capital de terceiros (também chamados de passivo
oneroso) na estrutura de capital da empresa resulta a alavancagem financeira, entretanto esta só será
favorável caso a empresa possa ter um retorno de suas atividades operacionais, mensurado pelo
Retorno sobre o Patrimônio Liquido, também chamado de Retorno sobre o investimento
(ROI),maior do que o custo de contratação do capital de terceiros.
A alavancagem financeira possui por objetivo mensurar o grau de eficiência na utilização de capital
pertencente a terceiros, a fim de elevar (alavancar) a rentabilidade do capital próprio da empresa.
Tal alavancagem poderá ocorrer de maneira positiva (ou seja, favorável à empresa), indiferente (isto
é, neutra ou indiferente em relação à empresa) ou negativa (ou seja, desfavorável à empresa).
A alavancagem financeira procurará identificar se a rentabilidade do capital próprio, utilizando
parte dos recursos de terceiros na empresa, foi maior, igual ou menor que a rentabilidade
quehaveria se todo o capital utilizado fosse apenas próprio da empresa. Isto deve ser levado em
consideração, pois há encargos financeirosenvolvidos na utilização do capital de terceiros, o que
pode onerar muito a empresa. Deve a empresa, então,analisar se é melhor atuar apenas com valores
próprios ou, em atuando com valores de terceiros em conjunto comvalores próprios, qual a melhor
situação.
Para a alavancagem é necessário medir/quantificar o retorno proporcionado pela utilização dos
ativos da empresa. A medida derivada da geração de riqueza dos ativos financiados (capital próprio
+ capital de terceiros) é chamada de Retorno sobre Ativo (RsA) ou ROA. As riquezas de uma
empresa são geradas pelos ativos, que são financiados pelo capital próprio e de terceiros. Portanto
para aumentar a riqueza dos acionistas ou sócios, o RETORNO sobre o ATIVO TOTAL (RsA)
deve ser superior ao custo do capital próprio e de terceiros. A determinação da rentabilidade baseia-
se em três índices, a saber:
1. O Retorno sobre o Ativo (RsA) é calculado da seguinte forma:
RsA = LDIRAJ / AT
RsA = Retorno sobre o Ativo
LDIRAJ = Lucro Depois do Imposto de Renda e Antes do Juros (despesas financeiras)
AT = Ativo Total
Ou seja: Lucro Líquido + Despesas Financeiras
Ativo total
• É uma medida de rentabilidade do negócio antes da ocorrência de despesas financeiras geradas
pela tomada de recursos de terceiros.
Interpretação: Quanto a empresa gera de lucro para cada $1,00 investidos
2. Retorno sobre o Patrimônio Líquido:Outra medida de rentabilidade de um empreendimento,
pois mede o retorno contábil obtido com o investimento do capital próprio. É abreviado como sendo
(RsPL) ou ROE.
RsPL = LL / PL
RsPL = Rentabilidade do Patrimônio Líquido
LL = Lucro Líquido (corresponde ao resultado da entidade após impostos e despesas financeiras)
PL = Patrimônio Líquido (é o capital próprio, originário dos acionistas)
Interpretação:Quanto os acionistas/investidores ganham para cada $1,00 investidos
Custo da Dívida: Para medir o custo da dívida (ou retorno do capital de terceiros) proveniente da
utilização de recursos de terceiros (CD) é necessário usar a seguinte fórmula:
CD = Despesas Financeiras
_________________________________
Passivo Gerador de Encargos
(Empréstimos Bancários)
Interpretação:Quanto a empresa paga de juros para cada $1,00 investidos
O índice RsA mostra qual a rentabilidade do negócio. Quanto maior o índice, maior a eficiência.
O índice CD demonstra quanto a empresa paga para terceiros. Portanto, quanto menor o índice,
melhor a atratividade. Isso significa que se o custo da dívida é maior que o RsA, então os acionistas
bancam a diferença com sua parte no lucro ou até com o próprio capital. Se o contrário acontecer,
os acionistas ganham a diferença. Portanto:
• RsA> que CD = a tomada de recursos de terceiro possibilitou um retorno maior sobre o ativo total
do que o custo da dívida, ou seja, o endividamento é benéfico para a empresa e a alavancagem
financeira é favorável.
• RsA< que CD = a tomada de recursos de terceiro é maior que o retorno sobre o ativo total, ou seja,
o endividamento não se mostrou benéfico para as contas da empresa e a alavancagem financeira é
desfavorável.
• RsA = CD = o endividamento é neutro, não contribuindo para a alavancagem que também é
neutra.
Grau de Alavancagem Financeira (GAF)
A análise do grau de alavancagem financeira é importante instrumento de gestão financeira. Existe
uma medida (na realidade um índice), denominadoGRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA.
Esse índice mede o quanto uma empresa está ganhando (ou perdendo) por conta da utilização de
CAPITAL DE TERCEIROS;
O grau de alavancagem financeira (GAF) é medido pela relação entre Retorno sobre Patrimônio
Líquido e Retorno sobre Ativo Total. Veja a fórmula abaixo:
GAF = RsPL / RsAT
Ou seja:
Onde:
LL = Lucro Líquido
PL = Patrimônio Líquido
DF = Despesa Financeira
AT = Ativo Total
O resultado desta operação pode ser:
▫ GAF maior que 1 = significa que o retorno sobre o patrimônio líquido é maior que o retorno sobre
o ativo total da empresa, indicando que o capital de terceiros contribuiu para a geração de um
retorno adicional para o acionista. (situação favorável).
▫ GAF menor que 1 = significa que o retorno sobre patrimônio líquido é menor que o retorno do
ativo total, caracterizando uma situação onde o capital de terceiros teve um custo tal que, além de
prejudicar, não possibilitou um retorno adicional para o acionista.(situação desfavorável)
▫ GAF = 1 = significa que nesta situação o capital de terceiros nem prejudicou e nem contribuiu
parageração de retorno adicional ao acionista. (situação nula ou indiferente).
Vamos ver um exemplo da alavancagem: (Sem considerar IR)
Ativo Passivo
10.000 0
PL
10.000
Lucro antes Juros 2000
Despesa de juros 0
Lucro após juros 2000
a) A empresa acima é financiada somente por capital próprio, sendo assim, apresenta um Retorno
sobre o Patrimônio Líquido de 20%.
GAF:
LL
PL
LL + DF ou
(LDIRAJ)
AT
RSPL = LL / PL => 2000 / 10000 = 0,2 ou 20%
RSAT= LDIRAJ/AT=>2000/10000=0,2 ou 20%
Ou seja, não houve alavancagem financeira, pois utilizou apenas capital próprio.
b) Caso a empresa consiga aumentar suas atividades, através de capital de terceiros (empréstimos),
mantendo a mesma margem de lucro, a atratividade de tal operação vai depender do custo do
empréstimo.
Situação 1 : Empréstimo de $10.000 ao custo de 10%:
Juros de 10% sobre empréstimo= 1.000
Ativo Passivo
20.000 10.000
PL
10.000
Lucro antes Juros 4000
Despesa de juros -1000
Lucro após juros 3000
RSPL = LL / PL => 3000 / 10000 = 0,3 ou 30%
RSAT= LDIRAJ/AT=>4000/20000=0,2 ou 20%
O Retorno sobre o PL aumentou para 30%. Isto ocorreu porque a rentabilidade da empresa (20%) é
maior que o custo do empréstimo (10%). Lembrando: RsA> que CD = a tomada de recursos de
terceiro possibilitou um retorno maior sobre o ativo total do que o custo da dívida, ou seja, o
endividamento é benéfico para a empresa e a alavancagem financeira é favorável.
LL 3.000
-----------
PL 10.000 0,3
GAF = ------------------ => -------------------- => -------------=> GAF = 1,5
LL + DF 3000 + 1000 0,2
-------------- -----------------
AT 20.000
Como o GAF é maior que 1, é interessante a empresa captar empréstimos.
Situação 2 : Empréstimo de $10.000 ao custo de 20%
Juros de 20% sobre empréstimo
Ativo 20.000 Passivo 10.000
PL 10.000
Lucro antes Juros 4000
Despesa de juros -2000
Lucro após juros 2000
RSPL = LL / PL => 2000 / 10000 = 0,2 ou 20%
O Retorno sobre o PL permaneceu o mesmo, como era de se esperar, uma vez que o custo do
empréstimo é igual à rentabilidade da empresa..
LL 2.000
----------- -----------
PL 10.000 0,2
GAF = ------------------ => -------------------- => -------------=> GAF = 1,0
LL + DF 2000 + 2000 0,2
-------------- ----------------
A T 20.000
Como o GAF é igual a 1, a captação de novos empréstimos é indiferente, não afeta o retorno para o
acionista.
Situação 3: Empréstimo de $10.000 ao custo de 30%
Juros de 30% sobre empréstimo
Ativo 20.000 Passivo 10.000
PL 10.000
Lucro antes Juros 4000
Despesa de juros -3000
Lucro após juros 1000
RSPL = LL / PL => 1000 / 10000 = 0,1 ou 10%
O Retorno sobre o PL diminuiu, pois o custo do empréstimo (30%) é maior que a rentabilidade da
empresa (10%). Lembrando: RsA< que CD = a tomada de recursos de terceiro é maior que o
retorno sobre o ativo total, ou seja, o endividamento não se mostrou benéfico para as contas da
empresa e a alavancagem financeira é desfavorável.
LL 1.000
------------ ----------
PL 10.000 0,1
GAF = ------------------ => -------------------- => -------------=> GAF = 0,5
LL + DF 1000 + 3000 0,2
-------------- -----------------
A 20.000
Como o GAF é menor que 1, a captação de novos empréstimos diminui o retorno para o acionista.
EXEMPLO:
Analisando a demonstração de resultados do quadro abaixo, sob duas hipóteses:
(a) Ativo Total, no valor de $500.000, financiado integralmente pelo capital próprio
(b) 60% do Ativo Total ($300.000) financiado pelo capital de terceiros comuma taxa de juros
de 35% ao ano (35% de $300.000=105.000). Ou seja, 40% ($200.000) do Ativo total é
financiado pelo capital próprio.
Reajuste da DRE:
Cap.
Próprio
Cap.
Próprio
100% 40%
Hipótese A Hipótese B
Vendas 1.000.000 1.000.000
( - ) Custo dos Produtos Vendidos -300.000 -300.000
( = ) Lucro Bruto 700.000 700.000
( - ) Despesas Administrativas e de Vendas -500.000 -500.000
( = ) Lucro Antes do Imposto de Renda e Juros 200.000 200.000
( - ) Imposto de Renda: 25% -50.000 -50.000
( = ) Lucro Depois do IR e Antes dos Juros 150.000 150.000
( - ) Juros DO CAPITAL DE TERCEIROS 0 -105.000
( = ) Lucro Depois do IR e Depoisdos Juros 45.000
( + ) Economia do IR sobre juros: 25% 0 26.250
( = ) Lucro Líquido 150.000 71.250
ANALISANDO AS HIPÓTESES A e B:
Fórmulas:
RAT = LDIRAJ / AT
RPL = LL / PL
D. R. E. Hipótese A
(sem empréstimo)
Hipótese B
(com empréstimo)
Vendas 1.000.000 1.000.000
Custo dos produtos vendidos (300.000) (300.000)
Lucro Bruto 700.000 700.000
Despesas administrativas e de vendas (500.000) (500.000)
LAJIR 200.000 200.000
Juros 0,00 (105.000)
LAIR 200.000 95.000
Imposto de renda (25%) 50.000 23.750
Lucro Líquido 150.000 71.250
Economia no IR devido aos juros 0,00 26.250
Hipótese A Hipótese B
Nessa hipótese, o PL é de R$
500.000. As rentabilidades são as
seguintes:
RAT = 150.000 / 500.000 = 30%
RPL = 150.000 / 500.000 = 30%
Nessa hipótese, o capital de terceiros é de
R$ 300.000 e o patrimônio líquido é de R$
200.000. As rentabilidades são as
seguintes:
RAT = 150.000 / 500.000 = 0,30 OU 30%
RPL = 71.250 / 200.000 = 35,625%
Conclusão:
Na hipótese A, o RAT é igual ao RPL (30%), pois não existe alavancagem financeira, por não
utilizar capital de terceiros para financiar o ativo;
Já na hipótese B, o RAT é 30% (o mesmo da hipótese A), porém o RPL é de 35,625, o que significa
que existe alavancagem financeira favorável, pois o RPL é maior do que o RAT. Isso ocorre porque
a empresa está financiando o ativo, utilizando o capital de terceiros que custa nominalmente
(105.000 / 300.000 = 35%).
Calculando o GAF:
Hipótese A:
GAF = RPL / RAT
GAF = 30% / 30% = 1 Alavancagem financeira foi nula.
Hipótese B:
GAF = RPL / RAT
GAF = 35,625% / 30% = 1,1875 Alavancagem financeira é favorável com retorno adicional de
18,75% a favor do acionista.
A próxima demonstração de resultado, desdobrada em lucro líquido gerado pelo capital próprio e
pelo capital de terceiros, vai facilitar a compreensão do efeito da alavancagem financeira. Pode-se
verificar que a utilização do capital de terceiros gerou um lucro líquido adicional de R$ 11.250,00.
 No caso do exemplo anterior, o proprietário da empresa deveria ter um lucro de apenas
R$ 60.000,00. Entretanto, por conta da Alavancagem Financeira, a lucratividade da
empresa é 18,75% ,maior, tendo em vista que: 18,75% de R$60.000,00= R$ 11.250,00,
 Nesse caso, o Grau de Alavancagem Financeira é igual a 1,1875, e como a empresa está
ganhando dinheiro (R$ 11.250,00 a mais do que deveria), ela conseguiu uma
Alavancagem Financeira POSITIVA.
D. R. E. Capital
próprio (40%)
Capital de
terceiros (60%)
Total (100%)
Lucro antes do IR e juros 80.000 120.000 200.000
Imposto de Renda – 25% (20.000) (30.000) (50.000)
Lucro após IR e antes de Juros 60.000 90.000 150.000
Juros 0 (105.000) (105.000)
Economia do IR sobre Juros 0 26.250 26.250
Lucro Líquido 60.000 11.250 71.250

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Exercicios razonetes e balancetes 1
Exercicios razonetes e balancetes 1Exercicios razonetes e balancetes 1
Exercicios razonetes e balancetes 1Daniel Itabaiana
 
Analise das demonstrações financeiras
Analise das demonstrações financeirasAnalise das demonstrações financeiras
Analise das demonstrações financeirasbelyalmeida
 
Aula 2 e 3 novos slides
Aula 2 e 3 novos slidesAula 2 e 3 novos slides
Aula 2 e 3 novos slidesIcaro Mendes
 
Contabilidade introdutória livro exercícios
Contabilidade introdutória   livro exercíciosContabilidade introdutória   livro exercícios
Contabilidade introdutória livro exercíciosPaulo Amorim
 
Livro de exercício - contabilidade introdutória
Livro de exercício   - contabilidade introdutóriaLivro de exercício   - contabilidade introdutória
Livro de exercício - contabilidade introdutóriaLylian Vieira
 
Contabilidade de Custos - Conceitos Básicos
Contabilidade de Custos - Conceitos BásicosContabilidade de Custos - Conceitos Básicos
Contabilidade de Custos - Conceitos BásicosDiego Lopes
 
Exercicios resolvidos contabilidade aula 12
Exercicios resolvidos contabilidade   aula 12Exercicios resolvidos contabilidade   aula 12
Exercicios resolvidos contabilidade aula 12cathedracontabil
 
60 Exercícios Resolvidos de Administração Financeira para Concursos
60 Exercícios Resolvidos de Administração Financeira para Concursos60 Exercícios Resolvidos de Administração Financeira para Concursos
60 Exercícios Resolvidos de Administração Financeira para ConcursosMilton Henrique do Couto Neto
 
Avaliacao de Empresas por Prof. Marcelo Alvim
Avaliacao de Empresas por Prof. Marcelo AlvimAvaliacao de Empresas por Prof. Marcelo Alvim
Avaliacao de Empresas por Prof. Marcelo AlvimValor da Empresa
 
Lançamentos em razonetes resolvidos 00
Lançamentos em razonetes resolvidos 00Lançamentos em razonetes resolvidos 00
Lançamentos em razonetes resolvidos 00capitulocontabil
 
SNC Investimentos Ativos Fixos Tangíveis
SNC Investimentos Ativos Fixos TangíveisSNC Investimentos Ativos Fixos Tangíveis
SNC Investimentos Ativos Fixos TangíveisRui Filipe Garcia
 
Economia aula 7 - a macroeconomia keynesiana
Economia   aula 7 - a macroeconomia keynesianaEconomia   aula 7 - a macroeconomia keynesiana
Economia aula 7 - a macroeconomia keynesianaFelipe Leo
 
5.+alavancagem+operacional+e+alavancagem+financeira
5.+alavancagem+operacional+e+alavancagem+financeira5.+alavancagem+operacional+e+alavancagem+financeira
5.+alavancagem+operacional+e+alavancagem+financeiraManú Felicio
 
Metodo das partidas dobradas
Metodo das partidas dobradasMetodo das partidas dobradas
Metodo das partidas dobradassimuladocontabil
 
Atos e fatos contábeis
Atos e fatos contábeisAtos e fatos contábeis
Atos e fatos contábeisGustavo Paiva
 

Was ist angesagt? (20)

Exercicios razonetes e balancetes 1
Exercicios razonetes e balancetes 1Exercicios razonetes e balancetes 1
Exercicios razonetes e balancetes 1
 
Analise das demonstrações financeiras
Analise das demonstrações financeirasAnalise das demonstrações financeiras
Analise das demonstrações financeiras
 
Aula 2 e 3 novos slides
Aula 2 e 3 novos slidesAula 2 e 3 novos slides
Aula 2 e 3 novos slides
 
Contabilidade introdutória livro exercícios
Contabilidade introdutória   livro exercíciosContabilidade introdutória   livro exercícios
Contabilidade introdutória livro exercícios
 
Apostila vii eva e mva
Apostila vii   eva e mvaApostila vii   eva e mva
Apostila vii eva e mva
 
Livro de exercício - contabilidade introdutória
Livro de exercício   - contabilidade introdutóriaLivro de exercício   - contabilidade introdutória
Livro de exercício - contabilidade introdutória
 
Contabilidade de Custos - Conceitos Básicos
Contabilidade de Custos - Conceitos BásicosContabilidade de Custos - Conceitos Básicos
Contabilidade de Custos - Conceitos Básicos
 
Exercicios resolvidos contabilidade aula 12
Exercicios resolvidos contabilidade   aula 12Exercicios resolvidos contabilidade   aula 12
Exercicios resolvidos contabilidade aula 12
 
Apresentação valuation
Apresentação valuationApresentação valuation
Apresentação valuation
 
60 Exercícios Resolvidos de Administração Financeira para Concursos
60 Exercícios Resolvidos de Administração Financeira para Concursos60 Exercícios Resolvidos de Administração Financeira para Concursos
60 Exercícios Resolvidos de Administração Financeira para Concursos
 
Balanço patrimonial
Balanço patrimonialBalanço patrimonial
Balanço patrimonial
 
Avaliacao de Empresas por Prof. Marcelo Alvim
Avaliacao de Empresas por Prof. Marcelo AlvimAvaliacao de Empresas por Prof. Marcelo Alvim
Avaliacao de Empresas por Prof. Marcelo Alvim
 
Lançamentos em razonetes resolvidos 00
Lançamentos em razonetes resolvidos 00Lançamentos em razonetes resolvidos 00
Lançamentos em razonetes resolvidos 00
 
SNC Investimentos Ativos Fixos Tangíveis
SNC Investimentos Ativos Fixos TangíveisSNC Investimentos Ativos Fixos Tangíveis
SNC Investimentos Ativos Fixos Tangíveis
 
Economia aula 7 - a macroeconomia keynesiana
Economia   aula 7 - a macroeconomia keynesianaEconomia   aula 7 - a macroeconomia keynesiana
Economia aula 7 - a macroeconomia keynesiana
 
5.+alavancagem+operacional+e+alavancagem+financeira
5.+alavancagem+operacional+e+alavancagem+financeira5.+alavancagem+operacional+e+alavancagem+financeira
5.+alavancagem+operacional+e+alavancagem+financeira
 
Metodo das partidas dobradas
Metodo das partidas dobradasMetodo das partidas dobradas
Metodo das partidas dobradas
 
Atos e fatos contábeis
Atos e fatos contábeisAtos e fatos contábeis
Atos e fatos contábeis
 
Rácios financeiros e económicos
Rácios financeiros e económicosRácios financeiros e económicos
Rácios financeiros e económicos
 
Aula gestão financeira - Aula 01
Aula gestão financeira - Aula 01Aula gestão financeira - Aula 01
Aula gestão financeira - Aula 01
 

Ähnlich wie Alavancagem financeira

Analise das Demonstrações Financeiras
Analise das Demonstrações FinanceirasAnalise das Demonstrações Financeiras
Analise das Demonstrações FinanceirasIsabel Castilho
 
Estrutura de capital da empresa.docx
Estrutura de capital da empresa.docxEstrutura de capital da empresa.docx
Estrutura de capital da empresa.docxmanueltsibia
 
Eng. economica análise de custo, volume, lucro e formação de preço
Eng. economica   análise de custo, volume, lucro e formação de preçoEng. economica   análise de custo, volume, lucro e formação de preço
Eng. economica análise de custo, volume, lucro e formação de preçoPaulo Ricardo Matos
 
Apostila 04 variacoes do patrimonio liquido-c.geral
Apostila 04 variacoes do patrimonio liquido-c.geralApostila 04 variacoes do patrimonio liquido-c.geral
Apostila 04 variacoes do patrimonio liquido-c.geralzeramento contabil
 
Contabilidade para executivos por Sami Kuperchmit
Contabilidade para executivos por Sami KuperchmitContabilidade para executivos por Sami Kuperchmit
Contabilidade para executivos por Sami KuperchmitSami Kuperchmit
 
Caderno - Análise Financeira
Caderno - Análise FinanceiraCaderno - Análise Financeira
Caderno - Análise FinanceiraCadernos PPT
 
Módulo 4 contabilidade gerencial
Módulo 4   contabilidade gerencialMódulo 4   contabilidade gerencial
Módulo 4 contabilidade gerencialPUC Minas
 
Simulado: Análise das Demonstrações Contábeis p/ TCU
Simulado: Análise das Demonstrações Contábeis p/ TCUSimulado: Análise das Demonstrações Contábeis p/ TCU
Simulado: Análise das Demonstrações Contábeis p/ TCUEstratégia Concursos
 
Administração financeira apostila
Administração financeira   apostilaAdministração financeira   apostila
Administração financeira apostilaRenan Miranda
 
Prova Análise das Demonstrações - TCU 2015
Prova Análise das Demonstrações - TCU 2015Prova Análise das Demonstrações - TCU 2015
Prova Análise das Demonstrações - TCU 2015Estratégia Concursos
 
Exercicio contab alav e renta
Exercicio contab alav e rentaExercicio contab alav e renta
Exercicio contab alav e rentaDiana NG
 
Plano de negócios aula 11
Plano de negócios aula 11Plano de negócios aula 11
Plano de negócios aula 11Allyne Keyth
 
Análise de investimento (tir, val, payback)
Análise de investimento (tir, val, payback)Análise de investimento (tir, val, payback)
Análise de investimento (tir, val, payback)Universidade Pedagogica
 

Ähnlich wie Alavancagem financeira (20)

RáCios Financeiros
RáCios FinanceirosRáCios Financeiros
RáCios Financeiros
 
Analise das Demonstrações Financeiras
Analise das Demonstrações FinanceirasAnalise das Demonstrações Financeiras
Analise das Demonstrações Financeiras
 
Gestão de custos alavancagem
Gestão de custos   alavancagemGestão de custos   alavancagem
Gestão de custos alavancagem
 
Estrutura de capital da empresa.docx
Estrutura de capital da empresa.docxEstrutura de capital da empresa.docx
Estrutura de capital da empresa.docx
 
Eng. economica análise de custo, volume, lucro e formação de preço
Eng. economica   análise de custo, volume, lucro e formação de preçoEng. economica   análise de custo, volume, lucro e formação de preço
Eng. economica análise de custo, volume, lucro e formação de preço
 
Apostila 04 variacoes do patrimonio liquido-c.geral
Apostila 04 variacoes do patrimonio liquido-c.geralApostila 04 variacoes do patrimonio liquido-c.geral
Apostila 04 variacoes do patrimonio liquido-c.geral
 
Contabilidade para executivos por Sami Kuperchmit
Contabilidade para executivos por Sami KuperchmitContabilidade para executivos por Sami Kuperchmit
Contabilidade para executivos por Sami Kuperchmit
 
Caderno - Análise Financeira
Caderno - Análise FinanceiraCaderno - Análise Financeira
Caderno - Análise Financeira
 
Módulo 4 contabilidade gerencial
Módulo 4   contabilidade gerencialMódulo 4   contabilidade gerencial
Módulo 4 contabilidade gerencial
 
Simulado: Análise das Demonstrações Contábeis p/ TCU
Simulado: Análise das Demonstrações Contábeis p/ TCUSimulado: Análise das Demonstrações Contábeis p/ TCU
Simulado: Análise das Demonstrações Contábeis p/ TCU
 
Administração financeira apostila
Administração financeira   apostilaAdministração financeira   apostila
Administração financeira apostila
 
Prova Análise das Demonstrações - TCU 2015
Prova Análise das Demonstrações - TCU 2015Prova Análise das Demonstrações - TCU 2015
Prova Análise das Demonstrações - TCU 2015
 
Principais rácios da rendibilidade
Principais rácios da rendibilidadePrincipais rácios da rendibilidade
Principais rácios da rendibilidade
 
Exercicio contab alav e renta
Exercicio contab alav e rentaExercicio contab alav e renta
Exercicio contab alav e renta
 
Plano de negócios aula 11
Plano de negócios aula 11Plano de negócios aula 11
Plano de negócios aula 11
 
Senac
SenacSenac
Senac
 
Adm fin
Adm finAdm fin
Adm fin
 
Análise de investimento (tir, val, payback)
Análise de investimento (tir, val, payback)Análise de investimento (tir, val, payback)
Análise de investimento (tir, val, payback)
 
A AnáLise Financeira
A AnáLise FinanceiraA AnáLise Financeira
A AnáLise Financeira
 
Analise.ppt
Analise.pptAnalise.ppt
Analise.ppt
 

Alavancagem financeira

  • 1. Decisões de Financiamento Alavancagem financeira Uma empresa pode financiar suas atividades com recursos próprios (Patrimônio Líquido) ou de terceiros (Empréstimos, Financiamentos e Debêntures). Normalmente, uma empresa que está iniciando suas atividades faz uso apenas de recursos próprios, a administração da empresa está praticamente toda nas mãos dos proprietários e os fluxos de caixa ainda são pequenos ou mesmo negativos para pleitearem junto às instituições bancárias uma contratação de maior aborte. Quando a empresa começa a obter mais sucesso, conquistar mercado, as necessidades de investimento também aumentam e ela começa a fazer uso de recursos de terceiros para poder continuar se expandindo. A existência do capital de terceiros (também chamados de passivo oneroso) na estrutura de capital da empresa resulta a alavancagem financeira, entretanto esta só será favorável caso a empresa possa ter um retorno de suas atividades operacionais, mensurado pelo Retorno sobre o Patrimônio Liquido, também chamado de Retorno sobre o investimento (ROI),maior do que o custo de contratação do capital de terceiros. A alavancagem financeira possui por objetivo mensurar o grau de eficiência na utilização de capital pertencente a terceiros, a fim de elevar (alavancar) a rentabilidade do capital próprio da empresa. Tal alavancagem poderá ocorrer de maneira positiva (ou seja, favorável à empresa), indiferente (isto é, neutra ou indiferente em relação à empresa) ou negativa (ou seja, desfavorável à empresa). A alavancagem financeira procurará identificar se a rentabilidade do capital próprio, utilizando parte dos recursos de terceiros na empresa, foi maior, igual ou menor que a rentabilidade quehaveria se todo o capital utilizado fosse apenas próprio da empresa. Isto deve ser levado em consideração, pois há encargos financeirosenvolvidos na utilização do capital de terceiros, o que pode onerar muito a empresa. Deve a empresa, então,analisar se é melhor atuar apenas com valores próprios ou, em atuando com valores de terceiros em conjunto comvalores próprios, qual a melhor situação. Para a alavancagem é necessário medir/quantificar o retorno proporcionado pela utilização dos ativos da empresa. A medida derivada da geração de riqueza dos ativos financiados (capital próprio + capital de terceiros) é chamada de Retorno sobre Ativo (RsA) ou ROA. As riquezas de uma empresa são geradas pelos ativos, que são financiados pelo capital próprio e de terceiros. Portanto para aumentar a riqueza dos acionistas ou sócios, o RETORNO sobre o ATIVO TOTAL (RsA) deve ser superior ao custo do capital próprio e de terceiros. A determinação da rentabilidade baseia- se em três índices, a saber: 1. O Retorno sobre o Ativo (RsA) é calculado da seguinte forma: RsA = LDIRAJ / AT RsA = Retorno sobre o Ativo LDIRAJ = Lucro Depois do Imposto de Renda e Antes do Juros (despesas financeiras) AT = Ativo Total Ou seja: Lucro Líquido + Despesas Financeiras Ativo total
  • 2. • É uma medida de rentabilidade do negócio antes da ocorrência de despesas financeiras geradas pela tomada de recursos de terceiros. Interpretação: Quanto a empresa gera de lucro para cada $1,00 investidos 2. Retorno sobre o Patrimônio Líquido:Outra medida de rentabilidade de um empreendimento, pois mede o retorno contábil obtido com o investimento do capital próprio. É abreviado como sendo (RsPL) ou ROE. RsPL = LL / PL RsPL = Rentabilidade do Patrimônio Líquido LL = Lucro Líquido (corresponde ao resultado da entidade após impostos e despesas financeiras) PL = Patrimônio Líquido (é o capital próprio, originário dos acionistas) Interpretação:Quanto os acionistas/investidores ganham para cada $1,00 investidos Custo da Dívida: Para medir o custo da dívida (ou retorno do capital de terceiros) proveniente da utilização de recursos de terceiros (CD) é necessário usar a seguinte fórmula: CD = Despesas Financeiras _________________________________ Passivo Gerador de Encargos (Empréstimos Bancários) Interpretação:Quanto a empresa paga de juros para cada $1,00 investidos O índice RsA mostra qual a rentabilidade do negócio. Quanto maior o índice, maior a eficiência. O índice CD demonstra quanto a empresa paga para terceiros. Portanto, quanto menor o índice, melhor a atratividade. Isso significa que se o custo da dívida é maior que o RsA, então os acionistas bancam a diferença com sua parte no lucro ou até com o próprio capital. Se o contrário acontecer, os acionistas ganham a diferença. Portanto: • RsA> que CD = a tomada de recursos de terceiro possibilitou um retorno maior sobre o ativo total do que o custo da dívida, ou seja, o endividamento é benéfico para a empresa e a alavancagem financeira é favorável. • RsA< que CD = a tomada de recursos de terceiro é maior que o retorno sobre o ativo total, ou seja, o endividamento não se mostrou benéfico para as contas da empresa e a alavancagem financeira é desfavorável. • RsA = CD = o endividamento é neutro, não contribuindo para a alavancagem que também é neutra. Grau de Alavancagem Financeira (GAF) A análise do grau de alavancagem financeira é importante instrumento de gestão financeira. Existe uma medida (na realidade um índice), denominadoGRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA.
  • 3. Esse índice mede o quanto uma empresa está ganhando (ou perdendo) por conta da utilização de CAPITAL DE TERCEIROS; O grau de alavancagem financeira (GAF) é medido pela relação entre Retorno sobre Patrimônio Líquido e Retorno sobre Ativo Total. Veja a fórmula abaixo: GAF = RsPL / RsAT Ou seja: Onde: LL = Lucro Líquido PL = Patrimônio Líquido DF = Despesa Financeira AT = Ativo Total O resultado desta operação pode ser: ▫ GAF maior que 1 = significa que o retorno sobre o patrimônio líquido é maior que o retorno sobre o ativo total da empresa, indicando que o capital de terceiros contribuiu para a geração de um retorno adicional para o acionista. (situação favorável). ▫ GAF menor que 1 = significa que o retorno sobre patrimônio líquido é menor que o retorno do ativo total, caracterizando uma situação onde o capital de terceiros teve um custo tal que, além de prejudicar, não possibilitou um retorno adicional para o acionista.(situação desfavorável) ▫ GAF = 1 = significa que nesta situação o capital de terceiros nem prejudicou e nem contribuiu parageração de retorno adicional ao acionista. (situação nula ou indiferente). Vamos ver um exemplo da alavancagem: (Sem considerar IR) Ativo Passivo 10.000 0 PL 10.000 Lucro antes Juros 2000 Despesa de juros 0 Lucro após juros 2000 a) A empresa acima é financiada somente por capital próprio, sendo assim, apresenta um Retorno sobre o Patrimônio Líquido de 20%. GAF: LL PL LL + DF ou (LDIRAJ) AT
  • 4. RSPL = LL / PL => 2000 / 10000 = 0,2 ou 20% RSAT= LDIRAJ/AT=>2000/10000=0,2 ou 20% Ou seja, não houve alavancagem financeira, pois utilizou apenas capital próprio. b) Caso a empresa consiga aumentar suas atividades, através de capital de terceiros (empréstimos), mantendo a mesma margem de lucro, a atratividade de tal operação vai depender do custo do empréstimo. Situação 1 : Empréstimo de $10.000 ao custo de 10%: Juros de 10% sobre empréstimo= 1.000 Ativo Passivo 20.000 10.000 PL 10.000 Lucro antes Juros 4000 Despesa de juros -1000 Lucro após juros 3000 RSPL = LL / PL => 3000 / 10000 = 0,3 ou 30% RSAT= LDIRAJ/AT=>4000/20000=0,2 ou 20% O Retorno sobre o PL aumentou para 30%. Isto ocorreu porque a rentabilidade da empresa (20%) é maior que o custo do empréstimo (10%). Lembrando: RsA> que CD = a tomada de recursos de terceiro possibilitou um retorno maior sobre o ativo total do que o custo da dívida, ou seja, o endividamento é benéfico para a empresa e a alavancagem financeira é favorável. LL 3.000 ----------- PL 10.000 0,3 GAF = ------------------ => -------------------- => -------------=> GAF = 1,5 LL + DF 3000 + 1000 0,2 -------------- ----------------- AT 20.000 Como o GAF é maior que 1, é interessante a empresa captar empréstimos. Situação 2 : Empréstimo de $10.000 ao custo de 20% Juros de 20% sobre empréstimo Ativo 20.000 Passivo 10.000 PL 10.000 Lucro antes Juros 4000 Despesa de juros -2000 Lucro após juros 2000 RSPL = LL / PL => 2000 / 10000 = 0,2 ou 20% O Retorno sobre o PL permaneceu o mesmo, como era de se esperar, uma vez que o custo do empréstimo é igual à rentabilidade da empresa..
  • 5. LL 2.000 ----------- ----------- PL 10.000 0,2 GAF = ------------------ => -------------------- => -------------=> GAF = 1,0 LL + DF 2000 + 2000 0,2 -------------- ---------------- A T 20.000 Como o GAF é igual a 1, a captação de novos empréstimos é indiferente, não afeta o retorno para o acionista. Situação 3: Empréstimo de $10.000 ao custo de 30% Juros de 30% sobre empréstimo Ativo 20.000 Passivo 10.000 PL 10.000 Lucro antes Juros 4000 Despesa de juros -3000 Lucro após juros 1000 RSPL = LL / PL => 1000 / 10000 = 0,1 ou 10% O Retorno sobre o PL diminuiu, pois o custo do empréstimo (30%) é maior que a rentabilidade da empresa (10%). Lembrando: RsA< que CD = a tomada de recursos de terceiro é maior que o retorno sobre o ativo total, ou seja, o endividamento não se mostrou benéfico para as contas da empresa e a alavancagem financeira é desfavorável. LL 1.000 ------------ ---------- PL 10.000 0,1 GAF = ------------------ => -------------------- => -------------=> GAF = 0,5 LL + DF 1000 + 3000 0,2 -------------- ----------------- A 20.000 Como o GAF é menor que 1, a captação de novos empréstimos diminui o retorno para o acionista. EXEMPLO: Analisando a demonstração de resultados do quadro abaixo, sob duas hipóteses: (a) Ativo Total, no valor de $500.000, financiado integralmente pelo capital próprio (b) 60% do Ativo Total ($300.000) financiado pelo capital de terceiros comuma taxa de juros de 35% ao ano (35% de $300.000=105.000). Ou seja, 40% ($200.000) do Ativo total é financiado pelo capital próprio.
  • 6. Reajuste da DRE: Cap. Próprio Cap. Próprio 100% 40% Hipótese A Hipótese B Vendas 1.000.000 1.000.000 ( - ) Custo dos Produtos Vendidos -300.000 -300.000 ( = ) Lucro Bruto 700.000 700.000 ( - ) Despesas Administrativas e de Vendas -500.000 -500.000 ( = ) Lucro Antes do Imposto de Renda e Juros 200.000 200.000 ( - ) Imposto de Renda: 25% -50.000 -50.000 ( = ) Lucro Depois do IR e Antes dos Juros 150.000 150.000 ( - ) Juros DO CAPITAL DE TERCEIROS 0 -105.000 ( = ) Lucro Depois do IR e Depoisdos Juros 45.000 ( + ) Economia do IR sobre juros: 25% 0 26.250 ( = ) Lucro Líquido 150.000 71.250 ANALISANDO AS HIPÓTESES A e B: Fórmulas: RAT = LDIRAJ / AT RPL = LL / PL D. R. E. Hipótese A (sem empréstimo) Hipótese B (com empréstimo) Vendas 1.000.000 1.000.000 Custo dos produtos vendidos (300.000) (300.000) Lucro Bruto 700.000 700.000 Despesas administrativas e de vendas (500.000) (500.000) LAJIR 200.000 200.000 Juros 0,00 (105.000) LAIR 200.000 95.000 Imposto de renda (25%) 50.000 23.750 Lucro Líquido 150.000 71.250 Economia no IR devido aos juros 0,00 26.250 Hipótese A Hipótese B Nessa hipótese, o PL é de R$ 500.000. As rentabilidades são as seguintes: RAT = 150.000 / 500.000 = 30% RPL = 150.000 / 500.000 = 30% Nessa hipótese, o capital de terceiros é de R$ 300.000 e o patrimônio líquido é de R$ 200.000. As rentabilidades são as seguintes: RAT = 150.000 / 500.000 = 0,30 OU 30% RPL = 71.250 / 200.000 = 35,625%
  • 7. Conclusão: Na hipótese A, o RAT é igual ao RPL (30%), pois não existe alavancagem financeira, por não utilizar capital de terceiros para financiar o ativo; Já na hipótese B, o RAT é 30% (o mesmo da hipótese A), porém o RPL é de 35,625, o que significa que existe alavancagem financeira favorável, pois o RPL é maior do que o RAT. Isso ocorre porque a empresa está financiando o ativo, utilizando o capital de terceiros que custa nominalmente (105.000 / 300.000 = 35%). Calculando o GAF: Hipótese A: GAF = RPL / RAT GAF = 30% / 30% = 1 Alavancagem financeira foi nula. Hipótese B: GAF = RPL / RAT GAF = 35,625% / 30% = 1,1875 Alavancagem financeira é favorável com retorno adicional de 18,75% a favor do acionista. A próxima demonstração de resultado, desdobrada em lucro líquido gerado pelo capital próprio e pelo capital de terceiros, vai facilitar a compreensão do efeito da alavancagem financeira. Pode-se verificar que a utilização do capital de terceiros gerou um lucro líquido adicional de R$ 11.250,00.  No caso do exemplo anterior, o proprietário da empresa deveria ter um lucro de apenas R$ 60.000,00. Entretanto, por conta da Alavancagem Financeira, a lucratividade da empresa é 18,75% ,maior, tendo em vista que: 18,75% de R$60.000,00= R$ 11.250,00,  Nesse caso, o Grau de Alavancagem Financeira é igual a 1,1875, e como a empresa está ganhando dinheiro (R$ 11.250,00 a mais do que deveria), ela conseguiu uma Alavancagem Financeira POSITIVA. D. R. E. Capital próprio (40%) Capital de terceiros (60%) Total (100%) Lucro antes do IR e juros 80.000 120.000 200.000 Imposto de Renda – 25% (20.000) (30.000) (50.000) Lucro após IR e antes de Juros 60.000 90.000 150.000 Juros 0 (105.000) (105.000) Economia do IR sobre Juros 0 26.250 26.250 Lucro Líquido 60.000 11.250 71.250