O documento discute vários mitos alimentares, definindo o que é um mito e como eles influenciam os hábitos alimentares. Explica que muitos mitos surgiram de crenças culturais ao longo dos anos e não têm base científica, mas ainda influenciam as escolhas das pessoas. Também discute vários mitos específicos, como sobre a gordura, hidratos de carbono, vinho e água, e explica o que a ciência realmente diz sobre esses tópicos.
2. Mito – O que é?
Um mito (do antigo grego μυθος, translit "mithós") é
uma narrativa de carácter simbólico, relacionada a
uma dada cultura. O mito procura explicar a realidade,
os fenómenos naturais, as origens do Mundo e do
Homem por meio de deuses, semi-deuses e heróis.
Ao mito está associado o rito. O rito é o modo de se pôr em acção o
mito na vida do homem - em cerimónias, danças, orações e sacrifícios.
O termo "mito" é, por vezes, utilizado de forma pejorativa para se
referir às crenças comuns (consideradas sem fundamento objectivo ou
científico, e vistas apenas como histórias de um universo puramente
maravilhoso) de diversas comunidades. No entanto, até
acontecimentos históricos se podem transformar em mitos, se
adquirem uma determinada carga simbólica para uma dada cultura.
Na maioria das vezes, o termo refere-se especificamente aos relatos
das civilizações antigas que, organizados, constituem uma mitologia -
por exemplo, a mitologia grega e a mitologia romana.
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3. Mitos/Crenças
Os mitos são crenças resultantes de hábitos conservados ao longo de
muitos anos, assumindo um papel de revelo nos hábitos alimentares.
Muito deles têm início na infância, referindo-se à alimentação e à
combinação de certos tipos de alimentos que seriam benéficos ou
prejudiciais à saúde.
Estes influenciam directamente as crianças, pois o conhecimento
popular é-lhes transmitido pelas mães e avós.
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4. Maus Hábitos Alimentares
São muitos os factores que influenciam no
mau hábito alimentar, entre eles os factores
culturais, sociais, psicológicos e económicos.
Certos mitos surgiram desde a escravatura
como uma forma de educação, de repressão,
de controlar o excesso, e de controlo social.
A falta de informação sobre os alimentos e os
mitos que a sociedade impôs, leva a que as
pessoas não se alimentem correctamente,
deixando de ingerir certos alimentos
essenciais ao nosso organismo, causando
desnutrição e carências nutricionais.
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5. Provas Científicas
● Não ter o status “cientificamente
comprovado” não significa que sejam
simplesmente mitos.
● Uma coisa é uma crença que já passou
por inúmeras provas cientificas e, assim,
passou a ser considerada como um
engano cientificamente comprovado.
(ex.: “A água engorda!”)
● Outra coisa são crenças que ainda não
foram submetidas a estudos científicos e,
por isso, devem ser considerados como
algo que ainda não foi cientificamente
comprovado.
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6. A Verdade dentro dos Mitos
Nós somos aquilo que comemos!!
Criar hábitos alimentares saudáveis é um dos
maiores desafios dos dias de hoje.
As profundas alterações sofridas pelo nosso
ambiente, iniciadas há 10.000 anos atrás com
a agricultura e domesticação dos animais, e
acentuadas pela revolução industrial de há
200 anos, ocorreram numa escala de tempo
evolucionária muito recente para o nosso
genoma se adaptar.
Apesar do desenvolvimento tecnológico da modernidade, cada um de nós tem
um mapa genético da “Idade da Pedra”.
Estudos de ADN confirmam que o genoma do Homem Moderno é semelhante
ao dos humanos de há 40.000 anos atrás.
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7. A Gordura Alimentar
A gordura dos alimentos tem uma longa reputação de ser prejudicial para a saúde.
A gordura dos alimentos engorda: FALSO
O que engorda é o excesso calórico.
Se existe a necessidade de perder peso, deve ingerir-
se menos calorias e/ou utilizar-se mais calorias através
do exercício físico.
Excesso calórico por comer demais e/ou utilizar menos calorias → Aumento da
gordura/peso corporal
Défice calórico por comer menos e/ou utilizar mais calorias → Diminuição de
gordura/perda de peso.
VERDADEIRO: A gordura dos alimentos pode ajudar a perder peso através da
diminuição do apetite.
Exemplo “tipicamente americano”: uma baguete com manteiga de amendoim
irá manter a sensação de saciedade por mais tempo do que uma baguete
comum.
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8. A Gordura Alimentar (II)
A gordura trans/hidrogenada é prejudicial para a
saúde: VERDADE
Trata-se de gordura que é transformada até ficar num
estado semi-sólido através da adição de hidrogénio ao
óleo vegetal, de forma a aumentar o seu período útil
de vida nas estantes dos supermercados.
As gorduras trans também existem em pequenas quantidades na natureza,
como no leite e carne de bovinos.
As gorduras hidrogenizadas, muito comuns no preparo de alimentos fast-food,
são sólidas e não líquidas, como os óleos vegetais, por isso podem alterar a
textura dos alimentos processados. Além disso, relativamente à sua
durabilidade, uma barra de chocolate, por exemplo, duraria apenas trinta dias
sem gorduras trans, em vez de 18 meses, com as mesmas.
No entanto, existem cada vez mais indícios associando o consumo de gordura
trans ao maior risco de doenças cardíacas. 8
9. Hidratos de Carbono
A ingestão de hidratos de carbono, como pão,
biscoitos e bolachas, massas, farinhas, batata,
tubérculos no horário da noite, é prejudicial,
principalmente para aqueles que desejam reduzir
peso: FALSO
A justificação deste “tabu” verifica-se em situações nas quais o consumo
seja realmente exagerado, o que, de facto, contribui com um alto
fornecimento calórico.
Porém, é necessário destacar que o consumo em excesso de qualquer
nutriente (glúcidos, proteínas ou lípidos), implicará alto consumo calórico, o
que poderá prejudicar quem deseja controlar ou reduzir o seu peso.
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10. Hidratos de Carbono (II)
VERDADE: No período da noite, o metabolismo sofre
uma leve diminuição, por isso recomenda-se que o
jantar seja uma refeição mais leve, em relação ao
almoço.
Contudo, em qualquer hora do dia, é necessário ter uma
alimentação equilibrada, em que inclua todos os grupos
alimentares, não sendo importante a restrição de
nenhum nutriente especial.
É importante, sim, evitar os
excessos durante todo o
dia, tanto para contribuir
na redução de peso, como
para adquirir hábitos
alimentares saudáveis.
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11. Vinho
O Vinho é prejudicial à saúde – FALSO
A polémica é antiga, mas parece que, finalmente, os
estudiosos do problema chegaram a uma conclusão
definitiva em relação ao vinho. E ela é favorável.
VERDADE: Após alguns anos de estudos nos Estados
Unidos, Inglaterra, França e Dinamarca, os especialistas
concluíram que quem bebe vinho tinto regularmente
reduz em 35% o risco de desenvolver doenças
cardiovasculares.
A cada momento descobre-se no vinho uma nova propriedade positiva para a
saúde. Segundo esse estudo, o vinho é composto por cerca de 400
substâncias, algumas delas com capacidade para aumentar o HDL colesterol -
"colesterol bom", evitar a oxidação das células, reduzir a formação de placas
de gordura nas veias, dilatar os vasos e melhorar a circulação.
Já se descobriu que os efeitos benéficos do vinho, especialmente o tinto,
devem-se aos flavonóides e ao resveratrol das uvas. Os flavonóides são
substâncias antioxidantes conhecidas por aumentar o HDL colesterol diminuir
o risco de entupimento das artérias coronárias (aterosclerose) e ajudar a
baixar a pressão arterial. 11
12. Vinho (II)
Por esse motivo, recomendava-se o uso diário do vinho tinto como um
venerável remédio.
Se comer um prato de cozido à portuguesa,
feijoada à brasileira, tripas à moda do Porto,
e outros pratos ricos em gordura e com
carne, é mais aconselhável acompanhá-lo
com vinho tinto do que com água, uma vez
que o vinho poderá ajudar a equilibrar
reduzindo e queimar essas gorduras.
Porém, beber vinho tinto fora das refeições, e mesmo com as chamadas
refeições leves à base de saladas, não é muito benéfico.
Assim, não podemos esquecer que o vinho tinto também contém álcool, alvo
constante de pesquisas científicas por causar danos em quase todo o corpo.
Além dos danos físicos, o consumo de álcool também é grande responsável
por acidentes de trânsito, problemas conjugais, familiares e sociais.
Se não houver bom senso o melhor será evitar o “nectar dos Deuses”!
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13. Afrodisíacos
Chocolate, ovo de codorniz, pimenta, ostras… são verdadeiros afrodisíacos. -
FALSO
“Se tem como costume investir nesses alimentos achando que têm poderes
afrodisíacos, esqueça.”
É verdade que a pimenta, por exemplo, aumenta a pulsação e induz ao suor,
produzindo uma sensação parecida com a da excitação sexual. Mas isso é bem
diferente de provocá-la.
Os pesquisadores garantem: “Os afrodisíacos não existem! - mas podem
induzir a um efeito placebo.“
Ou seja, se existir a crença de que, ao comer ostras ou pimenta, haverá um
melhoramento no desempenho sexual, isso pode realmente acontecer. -
VERDADE
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14. Água
Beber água engorda: FALSO
Algumas controvérsias (água engorda ou emagrece)
surgem de tempos em tempos e desta vez as pessoas
cultivam dúvidas sobre as funções da água
no organismo.
Existem aqueles que acreditam que a água, tal como
a gordura, pode contribuir com a obesidade
das pessoas, engordando-as.
No entanto, constatou-se cientificamente: beber água faz perder peso!
VERDADES inquestionáveis sobre a água:
A água é um nutriente essencial ao funcionamento do corpo humano.
A água constitui pelo menos dois terços de nosso peso corpóreo.
ÁGUA NÃO CONTÉM CALORIAS.
É necessário, em média, o consumo diário de 2 litros e meio de água na dieta
humana.
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15. Água
A água é o nutriente mais importante na alimentação do ser humano. Na
sua ausência total da água a morte ocorre em poucos dias.
Em indivíduos saudáveis existe um rigoroso equilíbrio entre a água ingerida, a
incorporada no organismo e a eliminada pelo mesmo.
A entrada de água no organismo A sua eliminação ocorre por 4 formas
ocorre por 3 vias: específicas, sendo:
1) Ingestão de líquidos; 1) Pelos rins nas vias urinárias;
2) Ingestão de água contida nos 2) Pelo suor;
alimentos; 3) Nas fezes;
3)Através dos resultado dos 4) Por difusão na pele (não é suor) ou
processos metabólicos internos de por evaporação no aparelho
lípidos, proteínas e glúcidos. respiratório.
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16. Água
Se um indivíduo pesa 70 kg, cerca de 42 kg do seu
corpo serão água. O aumento da gordura corporal
diminui a proporção de água no organismo.
Desta forma, a água estará armazenada no corpo
humano dentro das células na forma de fluido
intracelular e fora delas na forma de extra-celular
subdividindo-se em líquido intersticial, sangue, plasma,
fluído das articulações, membranas do coração e do
intestino, líquido ocular e líquido encefalicoraquidiano.
VERDADE: Beber água não engorda. Mas pode ajudar a emagrecer. As mais
recentes pesquisas científicas indicam que, ao contrário de engordar, o gasto de
calorias nas variadas formas de processamento da água no organismo força o
corpo ao aumento do metabolismo sem contribuir com calorias para efectivação
dos processos. Resultado: o balanço calórico do processamento da água sempre
será negativo forçando o corpo a utilizar outras fontes de reserva energética.
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17. Água II
Devemos beber 8 copos de água diariamente - FALSO
Esse mito é fruto de um mal-entendido.
De fato, o Conselho Nacional de Pesquisas dos EUA
revelou, em 1945, que o consumo diário adequado de
água para adultos era de 2,5 litros (o equivalente a 8
copos).
Mas a maioria das pessoas ignorou a afirmação que
veio depois: “A maior parte dessa quantidade está
contida em alimentos preparados” - VERDADE
Alimentos como tomate, pepino, chuchu e melancia têm 95% de sua
composição em água.
Chá, leite, sucos e até café também devem entrar na contagem. Além disso,
os 2 litros e meio não são uma regra universal.
Tudo depende da saúde de cada pessoa e da temperatura do lugar em que ela
vive.
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18. Outros Mitos
Comer o dia todo engorda - FALSO
Como é de conhecimento de todos, o organismo trabalha por ciclos, desta
forma o ideal é fornecer quantidades suficientes de energia ao organismo, de
acordo com a sua necessidade.
O número mínimo de refeições são 4 (pequeno-almoço, almoço, lanche e
jantar), no entanto para um bom funcionamento do organismo e de forma a
não engordar deveram ser feitas 6 refeições (pequeno-almoço, pequeno
lanche da manhã, almoço, lanche, jantar e uma pequena ceia).
VERDADE: É importante não ficar muito tempo em jejum, pois o metabolismo
que transforma os alimentos em energia fica mais lento, e como forma de
defesa pode gerar alguns danos ao nosso organismo como a dor de cabeça,
fraqueza, perda de peso à custa da massa muscular, e não referindo que a
fome fica incontornável na refeição seguinte, levando ao aumento da
quantidade de alimentos ingeridos, e a um possível aumento de peso corporal
(massa gorda).
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19. Conclusão
A alimentação de muitas pessoas é sustentada por mitos transmitidos pelos pais
e avós. Mito alimentar é o conjunto de crenças vinculadas à alimentação que
necessariamente não possui um fundamento real, mas são considerados
correctos pela população. Os alimentos em geral são cercados de mitos e cada
vez mais estão presentes no nosso dia-a-dia, prejudicando a alimentação.
É muito importante mantermo-nos informados
Existem muitas pessoas que não se alimentam bem devido à sua ignorância.
Em plena fartura, (principalmente nas zonas rurais) alimentam-se
incorrectamente, devido às superstições, tabus e crenças. Esses indivíduos tem
medo de misturar os alimentos, acreditando que isso faz mal.
As misturas são tão temidas, ao ponto de se condenar até a valiosa salada de
frutas, leite e as frutas, ingeridas umas atrás das outras, envenenam e podem
até provocar a morte.
O importante é manter uma alimentação equilibrada, variada e completa,
tendo como base de orientação a Roda dos Alimentos, que apresentamos de
seguida, e considerando sempre as necessidades individuais de cada pessoa de
acordo com o seu tipo de vida e do seu próprio metabolismo.
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21. Conclusão
Roda dos Alimentos
A nova Roda dos Alimentos mantém o formato circular original, associado ao
prato vulgarmente utilizado às refeições, a nova versão subdivide alguns dos
anteriores grupos e estabelece porções diárias equivalentes, para além de incluir
a água no centro desta nova representação gráfica.
É composta por sete grupos, com funções e características nutricionais
específicas:
Cereais e derivados, tubérculos – 28%
Hortícolas – 23%
Fruta – 20%
Lacticínios – 18%
Carne, pescado e ovos – 5%
Leguminosas – 4%
Gorduras e óleos – 2%
Dentro de cada divisão estão reunidos alimentos nutricionalmente semelhantes
entre si, para que possam ser regularmente substituídos, assegurando a
variedade nutricional e alimentar. 21
22. Conclusão
Roda dos Alimentos
Produtos lácteos - Os produtos lácteos são ricos em
proteínas, vitaminas e minerais, especialmente cálcio, o
qual é essencial para ossos e dentes saudáveis. É
importante escolher produtos lácteos magros porque
os produtos lácteos gordos contêm um alto teor de
gordura total e saturada.
Carne, peixe e proteínas alternativas - Estes produtos
são todos muito ricos em proteínas e são todos muito
importantes na nossa alimentação do dia a dia. Todo o
indivíduo para crescer, para desenvolver a sua massa
muscular precisa de um alto valor de proteína, uma
criança precisa por dia cerca de 2 a 3 gramas por quilo
de peso enquanto que um adulto já só necessita de 1
grama por quilo de peso. Claro que a proteína não se
obtêm só nestes alimentos mas sim em todos, mas
estes são sem dúvida os mais importantes.
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23. Conclusão
Roda dos Alimentos
Alimentos ricos em gordura e açúcar - Evite o
mais possível os alimentos ricos em gordura e
açúcar, tal como os bolos, pasteis, batatas fritas
de pacote, chocolates, molhos com natas etc.
Estes alimentos têm pouco valor nutricional e
contribuem para o aumento de peso.
Os líquidos - são muito importantes no
organismo porque cerca de 70% do nosso
organismo é água. A água é sem duvida a bebida
ideal. Os sumos de fruta refrigerantes já têm
açúcar e outros aditivos.
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