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Tayana Motta Teixeira 
É comum o homem idealizar muitos aspectos de sua vida, assim como as pessoas e, também o seu país. No Brasil é ainda mais comum ouvir o discurso de “que se fôssemos um país desenvolvido como países europeus problemas como a corrupção não existiriam”, isso para citar apenas um exemplo. Há nesse comentário uma carga de valor colocando Europa como o ideal político, financeiro e cultural a ser seguido. Mas o grande problema nisso é um abandono ideológico de nosso próprio país, o que pode se transformar em um desincentivo também aos avanços do Brasil, pois seu próprio povo não pode desistir ou subestimar sua força. 
Para mudar, aprimorar e até criticar qualquer coisa, principalmente um país, é preciso conhecê-lo muito bem. Conhecer a parte teórica é importante, mas fisicamente ver os lugares do país, em especial os Poderes e o lugar onde se toma decisões importantes para a vida de todo brasileiro é sem dúvida quesito obrigatório. Brasília é a Capital Federal Brasileira, é onde os três Poderes, definidos na Constituição estão sediados, assim como muitos dos órgãos da administração, onde há também muitas decisões sendo tomadas, e pessoas são preparadas para o serviço público. 
Para nós, estudantes do ultimo ano do curso de Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo, que possuímos esse desejo de mudança e participação na administração latentes apenas ver a Capital Federal já é muito importante, para a formação e pessoalmente. Mas conhecer Brasília a partir de uma disciplina oferecida há oito anos na unidade Escola de Artes, Ciências e Humanidades – EACH, com a intuito de ver o real funcionamento dos Poderes e das instituições é ainda mais importante e especial. Tal disciplina foi denominada “Cidade Constitucional e a Capital da República”, e não reuniu apenas estudantes de Gestão de Políticas Públicas, mas também de Educação Física e Direito. 
Isto posto, farei a partir de agora um breve relato da nossa viagem, assim como nossas observações e experiências. A viagem foi programada para 7 dias, durante a chamada “semana da pátria” da Universidade de São Paulo, a qual não há atividades obrigatórias acadêmicas para todos ligados à Universidade, e nesse ano foi de 05 a 12 de setembro. Ficamos hospedados na Escola de Administração Fazendária – ESAF, onde fomos muito bem acolhidos e tratados. A primeira impressão que tive da cidade, no caminho do aeroporto até a ESAF foi de uma cidade enorme, com evidente concentração de renda, como nos disse o taxista ali também havia um “Morumbi”, e que os lugares eram muito distantes uns dos outros, tendo necessidade de um meio de transporte eficiente, e os carros particulares são os mais importantes. No dia em que desembarcamos havia greve de ônibus, e justamente a linha que passava pela ESAF, mas por ser no meio de um fim de semana, em um sábado, tal falta não estava sendo tão evidente. 
A primeira atividade na Capital ocorreu na tarde do dia 06, um sábado onde os alunos fizeram uma visita guiada ao Supremo Tribunal Federal (STJ) e ao Palácio do Itamaraty. Em especial o primeiro local, sede de um dos três poderes, tem diversas imagens divulgadas na mídia, e temos o ideário de muita “pompa”, e de fato existe, é um local tombado também e por isso muitos objetos que lá se encontram não podem ser mexidos ou retirados, mas a sala de julgamentos principais não me impactou referente à sua grandeza como imaginei. E existem muitos presentes de pessoas oficiais de outras nacionalidades, pois é ali que são recebidos, há grande ostentação de poder, como se espera do Poder Judiciário brasileiro, uma vez que é um âmbito extremamente elitizado.
Conhecer a famosa praça dos três poderes, e ver a simetria que há na distância física entre eles é ver concretizada de certa forma a Constituição Federal. 
No dia seguinte, 07 de setembro, feriado da independência do Brasil, madrugamos para ver o nascer do sol do Palácio da Alvorada, e seguimos para o desfile cívico-militar. O desfile impacta pela postura em especial dos militares, a hierarquia da classe fica muito evidente ali. Observando a população assistindo é engraçado como o julgamento cai no senso comum, de quanto mais armamento mais seguro o país está, independente do funcionamento e treinamento, em especial as crianças pensam assim. 
Na segunda-feira iniciamos o dia com palestras na própria ESAF, com integrantes da comunidade europeia, e países vizinhos como Honduras e El Salvador, os representates destes dois últimos passaram o resto da semana conosco por admirar a disciplina e querer implementa-las em seus países. A palestra tratou da sustentabilidade e seus impactos econômicos, o professor Paulo ministrou a maior parte. Na parte da tarde nos dirigimos à Escola Nacional de Administração Pública – ENAP, onde conversaram conosco Paulo Marques, Luis Henrique D’Andrea e Maria Isaura, versando principalmente sobre a carreira dos servidores públicos e o papel da ENAP. Na parte da noite voltamos a ter palestras na ESAF, com Ronaldo Iunes e Antônio Linderberg, sobre o tema de impostos e sua finalidades no Brasil.
Na manhã seguinte fomo para a Controladoria Geral da União – CGU, com palestras sobre o papel da CGU e alguns programas específicos no campo da transparência, falaram: Carlos Higino, Henrique Rosa, Ronald da Silva, Amilton e Marcos. Após o almoço fizemos programa de turistas e visitamos a Catedral de Brasília, obra de Oscar Niemayer, como turista achei maravilhosa como fiel muito barulho e pouco respeito à tal religião. Após fomos para a Universidade de Brasília – UnB, onde tivemos grande aula com o professor José Geraldo de Souza Junior nos falando sobre “caminhos” e a participação social nisso e após uma serie de falas de diversas secretarias nacionais da Saúde. 
Quarta-feira foi dia de conhecer o Congresso Nacional, outro Poder, onde de manhã tivemos palestras na Câmara dos Deputados e experiências sobre Comissões Parlamentares. Antes disso passamos no Bosque dos Constituintes, local pouco divulgado, mas que têm grande importância em uma cidade no meio do cerrado e com todos problemas ambientais típicos. A tarde partimos para a CEFOR – Centro de Formação da Câmara, onde o importante papel de tal instituição nos foi explicitado. Em seguida fizemos uma visita guiada ao Congresso Nacional, onde ali sim me impressionei mais que em imagens pela TV, fomos em um dia em que estava ocorrendo
CPI da Petrobrás, e a casa estava inflamada, e pudemos sentir o que seria a administração. 
No dia seguinte nos dirigimos pela manhã à Caixa Econômica Federal para ver os vitrias, coloridos, e que representam cada estado do Brasil. Após, fomos ao Banco Central e em um lindo auditório os temas programs sociais e educação financeira foram ministrados por Gustavo Ribeiro e Silvio Carlos Arduini. Na sexta-feira, último dia de atividades em Brasília o programa era conhecer a Casa Civil, o terceiro Poder brasileiro, e a Torre de TV. 
Com o itinerário apresentado é impossível não imaginar o brilho nos olhos que eu via refletido em cada colega. Foi talvez a atividade mais importante em minha graduação, pois nos aproximamos à teoria que tanto falamos em sala de aula. Por isso também é tão importante expandir a universidade, aproximar os estudantes do objeto futuro de trabalho, assim como aproximar à realidade e à população, seja o curso que for. Por se tratar de uma universidade pública tal aproximação da sociedade, de modo geral, deveria ser tida como obrigatório pelos estudantes, não através de lei, mas de um ideal intrínseco à cada um. Assim talvez podemos alcançar um país melhor, com as mudanças necessárias e ser também um referencial internacional para outros países.
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  • 1. Tayana Motta Teixeira É comum o homem idealizar muitos aspectos de sua vida, assim como as pessoas e, também o seu país. No Brasil é ainda mais comum ouvir o discurso de “que se fôssemos um país desenvolvido como países europeus problemas como a corrupção não existiriam”, isso para citar apenas um exemplo. Há nesse comentário uma carga de valor colocando Europa como o ideal político, financeiro e cultural a ser seguido. Mas o grande problema nisso é um abandono ideológico de nosso próprio país, o que pode se transformar em um desincentivo também aos avanços do Brasil, pois seu próprio povo não pode desistir ou subestimar sua força. Para mudar, aprimorar e até criticar qualquer coisa, principalmente um país, é preciso conhecê-lo muito bem. Conhecer a parte teórica é importante, mas fisicamente ver os lugares do país, em especial os Poderes e o lugar onde se toma decisões importantes para a vida de todo brasileiro é sem dúvida quesito obrigatório. Brasília é a Capital Federal Brasileira, é onde os três Poderes, definidos na Constituição estão sediados, assim como muitos dos órgãos da administração, onde há também muitas decisões sendo tomadas, e pessoas são preparadas para o serviço público. Para nós, estudantes do ultimo ano do curso de Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo, que possuímos esse desejo de mudança e participação na administração latentes apenas ver a Capital Federal já é muito importante, para a formação e pessoalmente. Mas conhecer Brasília a partir de uma disciplina oferecida há oito anos na unidade Escola de Artes, Ciências e Humanidades – EACH, com a intuito de ver o real funcionamento dos Poderes e das instituições é ainda mais importante e especial. Tal disciplina foi denominada “Cidade Constitucional e a Capital da República”, e não reuniu apenas estudantes de Gestão de Políticas Públicas, mas também de Educação Física e Direito. Isto posto, farei a partir de agora um breve relato da nossa viagem, assim como nossas observações e experiências. A viagem foi programada para 7 dias, durante a chamada “semana da pátria” da Universidade de São Paulo, a qual não há atividades obrigatórias acadêmicas para todos ligados à Universidade, e nesse ano foi de 05 a 12 de setembro. Ficamos hospedados na Escola de Administração Fazendária – ESAF, onde fomos muito bem acolhidos e tratados. A primeira impressão que tive da cidade, no caminho do aeroporto até a ESAF foi de uma cidade enorme, com evidente concentração de renda, como nos disse o taxista ali também havia um “Morumbi”, e que os lugares eram muito distantes uns dos outros, tendo necessidade de um meio de transporte eficiente, e os carros particulares são os mais importantes. No dia em que desembarcamos havia greve de ônibus, e justamente a linha que passava pela ESAF, mas por ser no meio de um fim de semana, em um sábado, tal falta não estava sendo tão evidente. A primeira atividade na Capital ocorreu na tarde do dia 06, um sábado onde os alunos fizeram uma visita guiada ao Supremo Tribunal Federal (STJ) e ao Palácio do Itamaraty. Em especial o primeiro local, sede de um dos três poderes, tem diversas imagens divulgadas na mídia, e temos o ideário de muita “pompa”, e de fato existe, é um local tombado também e por isso muitos objetos que lá se encontram não podem ser mexidos ou retirados, mas a sala de julgamentos principais não me impactou referente à sua grandeza como imaginei. E existem muitos presentes de pessoas oficiais de outras nacionalidades, pois é ali que são recebidos, há grande ostentação de poder, como se espera do Poder Judiciário brasileiro, uma vez que é um âmbito extremamente elitizado.
  • 2. Conhecer a famosa praça dos três poderes, e ver a simetria que há na distância física entre eles é ver concretizada de certa forma a Constituição Federal. No dia seguinte, 07 de setembro, feriado da independência do Brasil, madrugamos para ver o nascer do sol do Palácio da Alvorada, e seguimos para o desfile cívico-militar. O desfile impacta pela postura em especial dos militares, a hierarquia da classe fica muito evidente ali. Observando a população assistindo é engraçado como o julgamento cai no senso comum, de quanto mais armamento mais seguro o país está, independente do funcionamento e treinamento, em especial as crianças pensam assim. Na segunda-feira iniciamos o dia com palestras na própria ESAF, com integrantes da comunidade europeia, e países vizinhos como Honduras e El Salvador, os representates destes dois últimos passaram o resto da semana conosco por admirar a disciplina e querer implementa-las em seus países. A palestra tratou da sustentabilidade e seus impactos econômicos, o professor Paulo ministrou a maior parte. Na parte da tarde nos dirigimos à Escola Nacional de Administração Pública – ENAP, onde conversaram conosco Paulo Marques, Luis Henrique D’Andrea e Maria Isaura, versando principalmente sobre a carreira dos servidores públicos e o papel da ENAP. Na parte da noite voltamos a ter palestras na ESAF, com Ronaldo Iunes e Antônio Linderberg, sobre o tema de impostos e sua finalidades no Brasil.
  • 3. Na manhã seguinte fomo para a Controladoria Geral da União – CGU, com palestras sobre o papel da CGU e alguns programas específicos no campo da transparência, falaram: Carlos Higino, Henrique Rosa, Ronald da Silva, Amilton e Marcos. Após o almoço fizemos programa de turistas e visitamos a Catedral de Brasília, obra de Oscar Niemayer, como turista achei maravilhosa como fiel muito barulho e pouco respeito à tal religião. Após fomos para a Universidade de Brasília – UnB, onde tivemos grande aula com o professor José Geraldo de Souza Junior nos falando sobre “caminhos” e a participação social nisso e após uma serie de falas de diversas secretarias nacionais da Saúde. Quarta-feira foi dia de conhecer o Congresso Nacional, outro Poder, onde de manhã tivemos palestras na Câmara dos Deputados e experiências sobre Comissões Parlamentares. Antes disso passamos no Bosque dos Constituintes, local pouco divulgado, mas que têm grande importância em uma cidade no meio do cerrado e com todos problemas ambientais típicos. A tarde partimos para a CEFOR – Centro de Formação da Câmara, onde o importante papel de tal instituição nos foi explicitado. Em seguida fizemos uma visita guiada ao Congresso Nacional, onde ali sim me impressionei mais que em imagens pela TV, fomos em um dia em que estava ocorrendo
  • 4. CPI da Petrobrás, e a casa estava inflamada, e pudemos sentir o que seria a administração. No dia seguinte nos dirigimos pela manhã à Caixa Econômica Federal para ver os vitrias, coloridos, e que representam cada estado do Brasil. Após, fomos ao Banco Central e em um lindo auditório os temas programs sociais e educação financeira foram ministrados por Gustavo Ribeiro e Silvio Carlos Arduini. Na sexta-feira, último dia de atividades em Brasília o programa era conhecer a Casa Civil, o terceiro Poder brasileiro, e a Torre de TV. Com o itinerário apresentado é impossível não imaginar o brilho nos olhos que eu via refletido em cada colega. Foi talvez a atividade mais importante em minha graduação, pois nos aproximamos à teoria que tanto falamos em sala de aula. Por isso também é tão importante expandir a universidade, aproximar os estudantes do objeto futuro de trabalho, assim como aproximar à realidade e à população, seja o curso que for. Por se tratar de uma universidade pública tal aproximação da sociedade, de modo geral, deveria ser tida como obrigatório pelos estudantes, não através de lei, mas de um ideal intrínseco à cada um. Assim talvez podemos alcançar um país melhor, com as mudanças necessárias e ser também um referencial internacional para outros países.