Este documento discute variantes linguísticas como dialetos e registros. Explica que a linguagem não deve ser vista apenas como comunicação, mas como interação entre locutores. Também define cultura como valores e experiências de uma pessoa ou grupo, e como a língua expressa e transforma a cultura. Identifica dialetos como normas de uso dentro de grupos, enquanto registros variam de acordo com cada situação de interação.
5. O ramo da Lingüística chamado Sociolingüística, que se tem ocupado sobretudo da caracterização e do uso das variações lingüísticas, não é novo.
6. Há muito tempo esses estudos teóricos vêm sendo realizados, tanto na Europa como nas Américas (inclusive no Brasil) , mas é bem mais recente sua aplicação ao ensino/aprendizagem de línguas, especialmente da língua materna.
7. Essa aplicação está vinculada a outros avanços na compreensão da forma como se dá a aquisição e o desenvolvimento da linguagem e da própria concepção de linguagem.
8. Entendemos agora a linguagem não como uma simples forma de comunicação (em que se valorizava sobretudo o locutor/emissor) , mas como interação, na qual os sujeitos envolvidos realizam uma ação de mão dupla, um influindo sobre o outro, em função do lugar que ocupam nessa interação.
9. Reconhecer locutor e interlocutor como igualmente importantes no processo de interação, percebê-los como co-autores, exige um aprofundamento na análise das condições em que eles interagem.
10. Reconhecer locutor e interlocutor como igualmente importantes no processo de interação, percebê-los como co-autores, exige um aprofundamento na análise das condições em que eles interagem.
12. Podemos conceituar cultura como o conjunto de ações pensamentos e valores de uma pessoa ou de uma comunidade.
13. Os valores tanto pessoais quanto dos grupos são constituídos historicamente: expressam a cultura dessas pessoas ou grupos e dependem basicamente das experiências de vida do indivíduo e de seu grupo, ocorridas em determinada época e lugar.
14. A língua é, ao mesmo tempo, a melhor expressão da cultura e um forte elemento de sua transformação. A língua tem o mesmo caráter dinâmico da cultura.
16. As incontáveis possibilidades de uso que qualquer língua oferece à comunidade que a usa são a melhor prova de que ela é um sistema, sim, mas aberto e em construção.
17. A língua apresenta certas regularidades que todo falante deve seguir, sob pena de não criar um enunciado reconhecido como da língua e de não ser compreendido.
18. São exemplos sempre repetidos: você não pode usar o artigo em outro lugar que não seja anteposto ao substantivo a que ele se refere: (* Poeta o é famoso) não pode usar uma preposição depois do termo regido (*Nós gostamos muito sorvete de)
19. Um exemplo a mais: no português, é obrigatória alguma marca de plural, para fazer a concordância de número. Essa marca pode variar, conforme os usos dos grupos sociais. Os meninos doentes choravam sem parar. Os menino (ou minino) doente chorava sem parar (ou pará).
20. A língua tem regularidades, um sistema a ser seguido. Mas, como é um sistema aberto, a língua oferece inúmeras possibilidades de variação de uso, que criam, junto com o contexto, interações sempre novas e irrepetíveis.
21. As variações da língua são de duas ordens: 1- as variantes comuns a um grupo, chamadas dialetos; 2- as variantes do uso de cada sujeito, na situação concreta de interação, chamadas registros.
23. O que é norma? É a forma de cada grupo usar a sua língua
24. O sujeito aprende a sua língua em convívio com a família, amigos, enfim pessoas que estão ao seu redor e participam do seu cotidiano. Cada um vai assimilando os usos lingüísticos daquele grupo, ainda que construindo a seu modo esse seu saber.
25. Essa norma de cada grupo constitui o que mais comumente chamamos DIALETO.
26. Norma Padrão X Norma culta Idioleto X Dialeto Linguagem formal X Linguagem “Coloquial”
27. Norma Padrão X Norma culta Idioleto X Dialeto Linguagem formal X Linguagem “Coloquial”