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Foucault: Ordem do Discurso e Arqueologia do Saber
1. Disciplina: Estudo de
linguagem e do
Discurso
PPGMC – PROGRAMA DE MESTRADO DE MÍDIA E COTIDIANO (UFF)
Seminário: Foucault, Michael – A ordem do Discurso e Arqueologia do Saber
Mestrandas: Tatiana Couto e Tatiana Lima
2. Ordem do Discurso
Na obra Ordem do Discurso, Foucault lembra que o discurso é material e por ser construído,
tem perigos e poderes. Surgem assim três modos de classificar, delimitar e controlar o discurso:
1- procedimentos internos,
2 - procedimentos externos
3 - Sistema de restrição.
“Suponho que em toda a sociedade a produção do discurso é simultaneamente controlada,
selecionada, organizada e redistribuída por um certo número de procedimentos que têm por
papel exorcizar-lhe os poderes e os perigos, refrear-lhe o acontecimento aleatório, disfarçar a
sua pesada, temível materialidade” (p.8; p.9)
Ex: Jornalismo
4. Comentários
O comentário está presente em textos e conjuntos ritualizados de discursos que se narram. São
aqueles que são ditos, permanecem ditos e ainda estão por dizer, ou seja, estão no nosso
sistema de cultura como os texto religiosos, científicos e literários (p.21-22).
Neste contexto, é interessante observar que os textos jornalísticos podem ser comentários
porque estão presentes no sistema cultural.
Na Internet, os comentários são as postagens, pois são discursos ditos e alguns ainda estão por
dizer. “O novo não está no que é dito, mas no acontecimento de sua volta” (p.26)
5. Comentários
Foucault ressalta que, o comentário desempenha dois papéis (entre o texto primeiro e o
segundo):
1- A construção de novos discursos
“que ele passar a ser detentor (..) que lhe atribuímos, tudo isso funda uma possibilidade aberta
de falar” (p.25).
2-Desvelar o silenciamento e repetir o que é ou foi dito
“O comentário não tem outro papel se não o de dizer finalmente (grifo meu) aquilo que estava
silenciosamente articulado no texto primeiro. Deve, conforme um paradoxo que ele desloca
sempre, mas ao qual não escapa nunca, dizer pela primeira vez aquilo que, entretanto, já havia
sido dito e repetir incansavelmente aquilo que, no entretanto, não havia jamais sido dito” (p.25)
6. Autor
O autor aqui não é portanto o autor da matéria e sim um local de onde se origina diversos
discursos. “o autor como princípio de agrupamentos de discursos, como unidade e origem de
suas significações(...)”, (p.26). Exemplo: O jornal O Globo é o autor do noticiário que veicula
Na Internet, o Autor pode ser um blog ou mesmo o Facebook, se for encarado como uma
comunidade virtual. Exemplo: Quando uma notícia é vinculada no Facebook, em geral, as
pessoas comentam que souberam pelo facebook.
7. Disciplina
A disciplina se define por um domínio de objetos, um conjunto de métodos, um corpus de
proposições consideradas verdadeiras, um jogo de regras e de definições, de técnicas e de
instrumentos (p.30). Neste ponto, cada disciplina reconhece preposições verdadeiras e falsas
(p.33).
A disciplina se opõe tanto ao princípio do comentário como ao do autor (p.30), porque “para
que haja disciplina é preciso que haja a possibilidade de formular, e de formular
indefinidamente, proposições novas” (p.30).
A DISCIPLINA É UM PRINCÍPIO DE CONTROLE DA PRODUÇÃO DO DISCURSO. (p.36)
9. INTERDIÇÃO DO DISCURSO =
Palavra Proibida
O procedimento mais familiar da exclusão é a interdição do discurso (p.9).
Exemplo: Sexualidade e política.
“O discurso não é simplesmente aquilo que traduz as lutas ou os sistemas de dominação, mas
aquilo pelo qual é com o qual se luta, é o próprio poder de que procuramos apoderar.” (p.10)
10. INTERDIÇÃO DO DISCURSO =
Palavra Proibida
Neste contexto há três tipos de interdição: Tabu do objeto, ritual da circunstância, direito
privilegiado ou exclusivo do sujeito que fala (p.9).
Nesta perspectiva, não são todos que podem falar (direito privilegiado); nem tudo pode ser
falado (tabu do objeto), que não se pode falar tudo em qualquer circunstância (ritual da
circunstância): (GRIFO MEU).
“Sabe-se bem que não se tem o direito de dizer tudo, que não se pode falar de tudo em qualquer
circunstância, que qualquer um não pode falar de qualquer coisa” (p.9)
11. SEGREGAÇÃO
Exemplo: Loucura do louco
A segregação da loucura é realizada na proibição do discurso do louco, neste contexto há uma
rejeição do discurso entre a razão e a loucura, ou seja, o que não pode ser explicado
racionalmente é separado.
“Era por intermédio das suas palavras que se reconhecia a loucura do louco; essas palavras
eram o lugar onde se exercia a partilha, mas nunca eram retidas ou escutadas.” (p.11)
12. A vontade da verdade
A vontade da verdade apoia-se sobre um suporte institucional: é ao mesmo tempo reforçada e
reconduzida por todo com um conjunto de práticas como a pedagogia, é claro, como o sistema
dos livros, da edição, das bibliotecas, como as sociedades de sábios outrora, os laboratórios
hoje. Mas ela também é reconduzida, mais profundamente sem dúvida, pelo modo como o
saber é aplicado em uma sociedade, como é valorizado, distribuído, repartido e de certo
modo atribuído.
O SABER GANHA UMA ATENÇÃO ESPECIAL EM ARQUEOLOGIA DO SABER
13. A vontade da verdade
“(...) pela maneira como p saber é disposto numa sociedade, como é valorizado, distribuído,
repartido e, de certa forma, atribuído.” (p.17)
Exemplo: Discurso médico; educação.
Na vontade de verdade, há um discurso que circula para justificar certas práticas (p.18).
14. Sistemas de restrição
Os sistemas de restrição são o terceiro grupo de procedimentos que permitem o controle do
discurso (p.36) por impor aos indivíduos certo número de regras de modo estabelecer quem
tenha acesso a eles (p.37).
Nesta etapa, Foucault destaca que há quatro dimensões: os rituais da palavra, as sociedades do
discurso, os grupos doutrinários e as apropriações sociais.
15. Os Rituais da Palavra
A forma mais visível do sistema de restrição é o ritual por definir a qualificação que devem
possuir os indivíduos que falam; por os gestos e comportamentos, as circunstâncias e todo
conjunto de signos que devem acompanhar o discurso (p.39).
Neste aspecto, os discursos religiosos, jurídicos, terapêuticos e em parte políticos não podem
ser dissociados dessa prática de um ritual que determina para os sujeitos que falam
propriedades singulares e papéis preestabelecidos (p.39).
16. Sociedade do Discurso
Assim para o controle funcionar é necessário uma “Sociedade do Discurso” , cuja função é
conservar ou produzir discursos e distribuí-los somente segundo regras estritas (p.39)
Ex: doutrinas religiosas, judiciárias, políticas.
“Dos sujeitos que falam: ninguém entrará na ordem do discurso se não satisfazer a certas
exigências ou se não for, de início, qualificado para fazê-lo” (p.37)
17. Grupos Doutrinários
À primeira vista, as “doutrinas” (religiosas, políticas, filosóficas) constituem o inverso de uma
“sociedade do Discurso”, pois nesta, o número de indivíduos (mesmo quando não fixado) tendia
a se limitado. Desta forma, só entre os participantes da sociedade os discursos poderiam
circular e ser transmitido. (p.42)
Já a Doutrina, tende a difundir-se (p.42). Porém, Foucault, lembra que “a doutrina liga, os
indivíduos a certos tipos de enunciação e lhes proíbe, consequentemente, todos ou outros”
(p.43).
Para a uma doutrina existir é necessário o reconhecimento das mesmas verdades e a aceitação
de certa regra – mais ou menos flexível – de conformidade com os discursos validados. (p.42)
18. Apropriação Social
Há uma apropriação social dos discursos, em escala muito mais ampla. Pois, a doutrina, realiza
uma dupla sujeição: dos sujeitos que falam aos discursos e dos discursos ao grupo; ao menos
virtal, dos indivíduos que falam” (p.43)
“Todo o sistema de educação é uma maneira política de modificar a apropriação dos discursos,
com os saberes e os podres que eles trazem consigo” (p.44).
19. Procedimentos de sujeição do
discurso
Foucault, admite que, separar tais dimensões da Ordem do Discurso (como ele fez) é muito
abstrato. Isso porque na maior parte do tempo, tais dimensões se ligam umas as outras e
constituem “espécies de grandes edifícios dos sujeitos que falam nos diferentes tipos de
discurso e a apropriação dos discursos por certas categorias de sujeitos. (p.44)
Por isso, ele diz que essas dimensões são os “grandes procedimentos de sujeição do discurso”.
(p.44)
20. LOGOFILIA – LOGOFOBIA
Receio e a angústia de não ter o discurso próprio, individualizado, validado e, portanto, inserido
“no verdadeiro”. Não ser reconhecido. discursos corroboram na reprodução e manutenção das
verdades oficiais. Logofilia e logofobia formam uma dupla que é indissociável para a ordem do
discurso, um eixo que estrutura a produção e divulgação dos discursos, na qual estão os modos
de elisão da realidade e os modos de análise do discurso.
21. Filosofias:
Foucault enfatiza que, certas filosofias, NÃO vieram para responder aos que ele chama de
“jogos de limitação e exclusão”, mas talvez para reforçá-los. (p.45)
“Ao proporem uma verdade ideal quanto lei do discurso e uma racionalidade imanente
enquanto princípio do seu encadeamento, e também reconduzirem uma ética de conhecimento
que só promete a verdade ao desejo da própria verdade ao poder de pensar” (p.45)
22. Sujeito fundador
Dispõe de signos, marcas, traços, letras. Mas para se manifestar-se e manifestar essas
características, não precisaria passar pela instância singular do discurso. (p.47)
Permite suprimir a realidade do sujeito, funda horizontes de significação do discurso filosófico
que toma muitas formas no decorrer da história.
Dentro do modos de elisão da realidade: Produz o registro, a ESCRITURA.
Na análise do discurso: Questionar a vontade de verdade nos discursos.
23. Experiência originária
Desempenha papel análogo. Tomar-se na forma de cogito, significações anteriores, de certa
forma já ditas. (p.47).
Fundaria para nós a possibilidade de falar do mundo, de falar dentro dele, de designá-lo e
nomeá-lo, de julgá-lo e de conhecê-lo, finalmente, sob a forma da verdade. (p.48)
Dentro do modos de elisão da realidade: Supõe uma verdade anterior e contínua, a LEITURA.
Na análise do discurso: Restituir o caráter aleatório, de acontecimento do discurso.
24. Mediação Universal
Também uma forma de ilidir a realidade do discurso. É o discurso que se situa no centro da
especulação. Porém, na verdade, não é senão um discurso já pronunciado (p.48)
“Quer seja, portanto, em um filosofia do sujeito, da experiência originária ou da mediação
universal, o discurso nada mais é do que um jogo” que “põem em jogo senão os signos”. (p.49)
Portanto, o discurso se anula, assim, em sua realidade, inscrevendo-se na ordem do
significante” (p.49)
Dentro do modos de elisão da realidade: Crença na consciência imediata e racional sobre o
mundo, é a TROCA.
Na análise do discurso: Suspender a soberania dos significantes, do imaginário.
25. Proposta de análise
A proposta de Foucault, portanto, é analisar as condições, jogos e efeitos do discurso.
Para isso, ele diz que é preciso optar por três decisões aos quais nosso pensamento tende a
resistir. Na realidade, três grupos de funções:
QUESTIONAR NOSSA VONTADE DE VERDADE, RESTITUIR AO DISCURSO SEU CARÁTER DE
CONHECIMENTO, SUSPENDER, POR FIM, A SOBERANIA DO SIGNIFICANTE.
26. Método Foucaultiano:
jogos de limitações e exclusões
São as regras para analisar do discurso.
1-Inversão – Reconhecer a fonte dos discursos, o princípio de expansão e da continuidade (p
51). Postura da perspectiva crítica. “É PRECISO RECONHECER, AO CONTRÁRIO, o jogo negativo
de um recorte e de uma rarefação do discurso”, (p. 52).
2- Descontinuidade – O fato de haver sistemas de rarefação não quer dizer que por baixo deles
e para além deles reuni uma grande discurso ilimitado, contínuo e silencioso que tenha sido
reprimido e recalcado (p. 52). É uma postura do conhecimento genealógica. “Os discursos
devem ser tratados como práticas descontínuas, que se cruzam por vezes, mas também se
ignoram ou se excluem”, (p. 52- 53).
27. Método Foucaultiano:
jogos de limitações e exclusões
3 – Especificidade – Não transformar o discurso em jogo de significações prévias (p. 53). Não
aceita prontamente o “no verdadeiro”, por isso não torna os discursos verdades absoluta.
“Deve-se imaginar o discurso como uma violência que fazemos às coisas, com uma prática que
lhe impomos em todo o caso”, (p. 53). Referente ao conhecimento genealógica
4 – Exterioridade – Não passar do discurso para o seu núcleo interior e escondido, para o
âmago de um pensamento ou de significação, mas a partir do próprio discurso, de sua aparição,
de sua regularidade, passar às suas condições externas de possibilidade, àquilo que dá lugar à
série aleatória desses acontecimentos e fixa suas fronteiras (grifo meu), (p.53). Referente ao
conhecimento genealógica.
28. Método Foucaultiano: os princípios reguladores
para inverter as noções pré-estabelecidas
Essas são as quatro noções foucaultianas que devem servir como princípio regular para a análise do
discursos: a noção de acontecimento, a de série, a de regularidade, e a de condição de possibilidade. E
termo a termo, eles se opõem: “o acontecimento à criação, a série à unidade, a regularidade à
originalidade e a condição de possibilidade à significação” (p.54).
Noção de acontecimento – discurso produzido pro eventos aleatórios
Noção de série – não há continuidade, portanto, não existe uma linha inquestionável ou rede de significados
Noção de regularidade – Cada evento, acontecimento pode ser entendido como original sem que esteja vinculado
ao sujeito fundandor ou a continuidade discursos anteriores.
Noção de condição de possibilidade – Existe possibilidade de significados nas redes de significantes. Por isso, não
há núcleo de significados nos discursos.
29. Perspectiva: crítica
Foucault ainda propõe uma análise perspectivista.
Crítica: que se opõe em prática o princípio da inversão: procurando cercar as formas de
exclusão, da limitação, da apropriação social, mostrar como se formam, respondem
necessidades, se modificam e, em que medida os discursos são contornados. (p.60)
E é justamente, nesta perspectiva crítica que se pode fazer a análise dos procedimentos
internos de limitação dos discurso: autor, comentário e disciplina. (p.60-61)
30. Perspectiva: genealógica
Que se opõe em prática aos outros três princípios : como se forma, através, apensar, ou com o
apóia de quais sistemas de coerção, série de discurso; quais foram as suas condições de
aparições, de crescimento, de variação. (p.60). Esta perspectiva diz respeito à formação efetiva
dos discursos: estuda a sua formação, que é simultaneamente dispersa, descontinua e regular.
(p.64)
31. A Ordem do Discurso
A formação regular do discurso pode integrar certas condições e até certo ponto, os
procedimentos de controle – ex: quando uma disciplina toma forma e estatuto do discurso
científico (p 66)
A parte crítica da análise do discurso liga-se aos sistemas de recobrimento: princípios de
ordenação, exclusão e rarefação. A parte genealógica detém, em contrapartida, procura
compreender a formação efetiva dos discursos: capturá-lo em seu poder de afirmação, entendo
o poder como constituição de domínios de objetos, em relação aos quais se poderá afirmar ou
negar proposições verdadeiras ou falsas (p.69-70).
32. A Ordem do Discurso
Desta forma, Foucault, caminha para o seu próximo trabalho: A Arqueologia do Saber. Pois a
proposta de análise e entendimento da ordem do discurso foucaultiana ressalta que, a as
descrições, o conjunto de perspectivas devem alternar, apoiar-se uma nas outras e
complementa-se. (p 69).
“A análise do Discurso não vai revelar a universalidade de um sentido, mas trazer à luz do dia a
raridade que é imposta, e com um poder fundamental de afirmação” (p.70)
Foucault quer (como o mesmo anuncia em A Ordem do Discurso) deter-se no sistema de
exclusão. “Saber”, descobrir como é feita a escolha da verdade e também como é que ela é
repetida, reconduzida , deslocada. Uma nova forma de vontade de saber.
33. Arqueologia do Saber
Foucault retoma em Arqueologia do Saber a questão sobre a vontade da verdade: ou seja, o
modo como o saber é aplicado em uma sociedade, como é valorizado, distribuído, repartido e
de certo modo atribuído. Para isto, ele vai tomar na obra as Unidades do Discurso, olhando por
onde se fórmula a descontinuidade (p. 23).
34. Questionando as verdades
Para questionar as verdades assumidas, agrupamentos que são aceitos (p.24), ele vai questionar
o que é dado como certo, como por exemplo, deixar em suspenso os livros (p.25), porque os
livros estão presos a outros livros, outros textos (p.26).
35. O JÁ DITO
Se um livro está preso a outro livro, então todo discurso repousa sobre um já dito (p.28). Para
sair do ciclo da continuidade do discurso, é preciso renunciar a todos os temas que garantem o
ciclo (p.28) e buscar a descontinuidade a partir dos enunciados (p.35), observando dois
problemas principais: a relação entre acontecimento e discurso e relação entre enunciados
(p.35).
Para isto Foucault vai estabelecer 4 hipóteses de como se estabelecem os laços dos
enunciados
36. Hipótese 1
A primeira hipótese é que os enunciados dispersos no tempo podem forma um conjunto
quando se referem a único e mesmo objeto, como a loucura por exemplo. Mas como não existe
uma verdade fechada sobre a loucura, fica a questão e a dúvida sobre a unidade do discurso ser
transformado continuamente por uma multiplicidade de objetos.
Entendimento - A loucura não pode ser descrita somente de um jeito e com uma única verdade
37. Hipótese 2
Para definir um grupo de relações entre enunciados: Sua forma e seu tipo de encadeamento –
p. 37 – exemplo ciência médica que pela primeira vez se constituiu um corpus de
conhecimentos, um conjunto de descrições.Uma descrição que não parou de deslocar.
Entendimento: Toda forma tem muitos encadeamentos, por isto a descrição é contínua e se
desloca.
38. Hipótese 3
Não se poderia estabelecer grupos de enunciados, determinando-lhe o sistema de conceitos
permanentes e coerentes que se encontram em jogo? P.39 Para isto, não devemos buscar
coerência nos conceitos e SIM o jogo dos seus aparecimentos e de sua dispersão (p.40).
Entendimento: Não se pode buscar coerência nos enunciados, porque eles tem múltiplos
entendimentos. Em cada contexto aparecem de um jeito. Não são permanentes pois se
deslocam, se dispersam
39. Hipótese 4
Supor que certa temática seja capaz de ligar e de animar, como um organismo que tem suas
necessidades, sua força interna e suas capacidades de sobrevivência, um conjunto de discursos
– p.40
Entendimento: O DISCURSO NÃO PODE estar preso a uma temática somente, ele precisa de
forças para se deslocar e sobreviver na dispersão
PARA BUSCAR A DISPERSÃO, o autor procura denominar Sistemas de Dispersão que ele chama
de Formações discursivas (p.43)
40. Formação Discursiva
No caso em que se puder descrever, entre um certo número de enunciados, semelhante
sistema de dispersão, e no caso, em que entre os objetos, os tipos de enunciação, os conceitos,
as escolhas temáticas, se puder definir uma regularidade (uma ordem, correlações, posições e
funcionamentos, transformações), diremos, por convenção que se trata de uma FORMAÇÃO
DISCURSIVA – evitando assim, palavras demasiado carregadas de condições e consequências,
inadequadas, aliás, para designar semelhante dispersão, tais como “ciência”, “ideologia” ou
“teoria” , ou “domínio de objetividade” p.43
Entendimento: Aqui A ORDEM, correlações, posições e funcionamentos são Formações
Discursivas, para NÃO se pensar em COERÊNCIA e sim no conjunto de discursos