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FACULDADE ASSOCIADA BRASIL
LUCIENE INÁCIO VENÂNCIO
HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO
SÃO BERNARDO DO CAMPO
2011
LUCIENE INÁCIO VENÂNCIO
O DESENVOLVIMENTO DA HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO
DESDE A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL ATÉ OS DIAS ATUAIS
Trabalho Elaborado para o Curso de Pós-graduação em
Enfermagem do Trabalho com sala de apoio em São
Bernardo para a disciplina Higiene e Segurança do Trabalho
sob a orientação da Prof. Ricardo Andrade de Aquino.
2
SÃO BERNARDO DO CAMPO
2011
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................04
2. A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL QUEBRANDO PARADIGMAS................05
5. CONCLUSÃO......................................................................................................12
REFERÊNCIAS.......................................................................................................13
3
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho irá descrever sobre o desenvolvimento da higiene e segurança do
trabalho desde a Revolução Industrial até os dias atuais. Desde a Pré-História o homem
tem transformado matérias-primas em produtos úteis à sua sobrevivência. Trata-se de um
antigo método de transformação a que denominou artesanato. Nesse sistema o artesão
trabalhava por contra própria, possuía os instrumentos necessários à confecção do
produto, dominando todas as etapas da transformação, da matéria-prima até chegar ao
produto final. Já na Idade Moderna, buscando-se produzir crescentemente para o
mercado, os trabalhadores urbanos foram muitas vezes reunidos num mesmo local de
trabalho, cada um desempenhando uma atividade específica, utilizando principalmente as
mãos para transformar a matéria-prima, fazendo surgir o que se denominou manufatura.
Esse sistema de produção caracterizou-se basicamente pela divisão do trabalho e aumento
da produtividade. Os trabalhadores passaram a participar do processo produtivo apenas
com a força de trabalho que aplicavam na produção, já que os meios de produção
pertenciam à elite industrial, à classe burguesa. Com esse desenvolvimento o homem
ampliou sua capacidade de produção e passou a ter melhores resultados em diversas áreas.
E as boas práticas começaram a fazer parte do nosso cotidiano onde a qualidade está
presente e faz a diferença.
4
2. A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL QUEBRANDO PARADIGMAS
A Revolução Industrial começou na Inglaterra, em meados do século XVIII.
Caracteriza-se pela passagem da manufatura à indústria mecânica. A introdução de
máquinas e fabricas is multiplica o rendimento do trabalho e aumenta a produção global.
A Inglaterra adianta sua industrialização em 50 anos em relação ao continente europeu e
sai na frente na expansão colonial.
A invenção de máquinas e mecanismos como a lançadeira móvel, a produção de
ferro com carvão de coque, a máquina a vapor, a fiandeira mecânica e o tear mecânico
causam uma revolução produtiva. Com a aplicação da força motriz às máquinas fabris, a
mecanização se difunde na indústria têxtil e na mineração. As fábricas passam a produzir
em série e surge a indústria pesada. A invenção dos navios e locomotivas a vapor acelera
a circulação das mercadorias. Empresários e Proletários O novo sistema industrial
transforma as relações sociais e cria duas novas classes sociais, fundamentais para a
operação do sistema. Os empresários são os proprietários dos capitais, prédios, máquinas,
matérias-primas e bens produzidos pelo trabalho. Os operários, proletários ou
trabalhadores assalariados, possuem apenas sua força de trabalho e a vendem aos
empresários para produzir mercadorias em troca de salários.
No início da revolução os empresários impõem duras condições de trabalho aos
operários sem aumentar os salários para assim aumentar a produção e garantir uma
margem de lucro crescente. A disciplina é rigorosa, mas as condições de trabalho nem
sempre oferecem segurança. Em algumas fábricas a jornada ultrapassa 15 horas, os
descansos e férias não são cumpridos e mulheres e crianças não têm tratamento
diferenciado. Quando vemos essa situação podemos perceber o quanto essa época era
precária e não pensava na saúde e segurança do trabalhador. Onde era cobrada produção e
não havia a percepção da importância em investir na melhoria da capacitação profissional
e dar melhores condições de trabalho.
5
Desta forma surgem conflitos entre operários, revoltados com as péssimas
condições de trabalho, e empresários. As primeiras manifestações são de depredação de
máquinas e instalações fabris. Com o tempo surgem organizações de trabalhadores da
mesma área.
Segundo COVEY (2005), quando nos engajamos num trabalho que usa nosso
talento e alimenta nossa paixão; que surge de uma grande necessidade do mundo que
nossa consciência nos chama a atender, então é ali que está nossa voz, nossa vocação, o
código de nossa alma.
Resultado de um longo processo em que os trabalhadores conquistam
gradativamente o direito de associação. Em 1824, na Inglaterra, são criados os primeiros
centros de ajuda mútua e de formação profissional. Em 1833 os trabalhadores ingleses
organizam os sindicatos como associações locais ou por ofício, para obter melhores
condições de trabalho e de vida. Os sindicatos conquistam o direito de funcionamento em
1864 na França, em 1866 nos Estados Unidos, e em 1869 na Alemanha. Assim,
plenamente constituído, o capitalismo caracteriza-se basicamente pela separação entre o
produtor e os meios de produção, visto que é a burguesia que detém as máquinas
necessárias à transformação das matérias-primas, e o produtor, detentor apenas de sua
força de trabalho, vê-se obrigado a vendê-la no mercado em troca de salário. A economia
capitalista é, então, uma economia de mercado, na qual a própria mão-de-obra converteu-
se em mercadoria, a produção em série e a urbanização. Para maximizar o desempenho
dos operários as fábricas subdividem a produção em várias operações e cada trabalhador
executa uma única parte, sempre da mesma maneira tendo uma linha de montagem.
Enquanto na manufatura o trabalhador produzia uma unidade completa e conhecia assim
todo o processo, agora passa a fazer apenas parte dela, limitando seu domínio técnico
sobre o próprio trabalho.
6
Durante sua estada no campo de concentração, FRANKL (1987) observou a si
mesmo e aos demais prisioneiros e percebeu que a sobrevivência estava intimamente
ligada a uma atitude individual alternativa frente às condições dadas. Grande parte dos
prisioneiros que não sucumbiam aos horrores do campo de extermínio utilizava-se de sua
capacidade interior de transcender as piores fases de desumanização, manter a íntima
liberdade e, assim, não renunciar ao sentido da vida.
A partir dessa experiência única, Frankl começou a perceber a força que existia nas
palavras de Nietzche: "Quem tem por que viver aguenta quase qualquer como", fundando,
então, a Terceira Escola Vienense de Psicoterapia, a logoterapia. Logoterapia vem da
palavra grega logos, que significa sentido. A premissa básica desta escola é de que "a
principal preocupação da pessoa humana não consiste em obter prazer ou evitar a dor,
mas antes em ver um sentido em sua vida" (FRANKL, 1987).
Depois da Revolução Gloriosa a burguesia inglesa se fortalece e permite que o país
tenha a mais importante zona livre de comércio da Europa. O sistema financeiro é dos
mais avançados. Esses fatores favorecem o acúmulo de capitais e a expansão do comércio
em escala mundial. Possuía uma burguesia muito capitalizada em função dos lucros
auferidos com as atividades comerciais da época mercantilista.
A Inglaterra desde o século XVII controlava a oferta de manufaturados nos
mercados coloniais. Possuía um regime de governo parlamentarismo que favorecia o
desenvolvimento capitalista. Desde a Revolução Gloriosa de 1688 os entraves
mercantilistas haviam sido abolido da economia britânica e o Estado, dominado pela
burguesia, atuava no sentido de corresponder aos interesses dessa camada social. Possuía
grandes jazidas de carvão e ferro, matérias-primas indispensáveis à confecção de
máquinas e geração de energia. Concentrava abundância de mão-de-obra nas cidades,
resultado do forte êxodo rural verificado na Idade Moderna. Nesse período, a lã inglesa
conquistou um espaço considerável no mercado europeu e muitas das antigas
propriedades agrícolas comunais transformaram-se em cercamentos, isto é, áreas cercadas
7
de criação de ovelhas. Tal atividade, porém, demandava reduzido número de
trabalhadores, expulsando a mão-de-obra excedente, que se dirigia às cidades. A grande
oferta de mão-de-obra provocava seu barateamento e, consequentemente, reduzia os
custos da produção industrial, ampliando os lucros.
Como ressalta Silva: “A questão central para as estratégias culturais do novo
capitalismo consiste em produzir um tipo de pessoa que seja compatível com
seus valores e objetivos”. Sua descrição de trabalhador ideal, daquele
trabalhador apropriado às novas condições da produção, não teria nenhuma
importância, nenhum efeito, se não se dirigissem imperativamente ao sujeito que
querem transformar, dizendo: “você é isso” ou, mais precisamente, “você deve
ser isso” (1999).
A primeira fase da Revolução Industrial correspondeu ao período que se estende de
1760 a 1850; nesse período a Inglaterra liderou o processo de industrialização. O
desenvolvimento técnico-científico, implementando a modernização econômica, foi
significativo; surgiram então as primeiras máquinas feitas de ferro que utilizam o vapor
como força motriz. Por outro lado, a existência de um amplo mercado consumidor para
artigos industrializados - América, Ásia e Europa - estimulava a mecanização. A segunda
fase da Revolução Industrial iniciou-se em 1850. Foi quando o processo de
industrialização entrou num ritmo acelerado, envolvendo os mais diversos setores da
economia, com a difusão do uso do aço, a descoberta de novas fontes energéticas, como a
eletricidade e o petróleo, e a modernização do sistema de comunicações.
Nishide e Benatti (2004) relatam que os trabalhadores potencialmente expostos
aos riscos precisam estar informados e treinados para evitar problemas de saúde,
e métodos de controle devem ser instituídos para prevenir acidentes. Esses
métodos podem ser usados para riscos ambientais, incluindo a substituição do
agente de risco, controles de engenharia, práticas de trabalho, equipamentos de
proteção pessoal, controles administrativos e programas de exames médicos.
Consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos
existentes no ambiente de trabalho que, dependendo da sua natureza,
concentração ou intensidade e tempo de exposição, podem causar danos à saúde
dos trabalhadores e riscos ocupacionais em todas as situações de trabalho que
8
podem romper o equilíbrio físico, mental e social das pessoas, e não somente as
situações que originem acidentes e enfermidades.
Outro acontecimento de grande importância dessa fase foi à efetiva difusão da
Revolução Industrial. Em pouco tempo, espalhou-se por todo o continente europeu e pelo
resto do mundo, atingindo a Bélgica, a França, a Itália, a Alemanha, a Rússia, os Estados
Unidos, o Japão. A indústria têxtil foi a que mais se desenvolveu. A grande oferta de
matéria-prima o algodão, cujo maior produtor era os Estados Unidos e a abundância de
mão-de-obra barateavam os custos da produção, gerando lucros elevados, os quais eram
reaplicados no aperfeiçoamento tecnológico e produtivo. Assim, também o setor
metalúrgico foi estimulado, bem como a pesquisa de novas fontes de energia.
O século XIX significou o século da hegemonia mundial inglesa. Durante a maior
parte desse período o trono inglês foi ocupado pela rainha Vitória (1837-1901), daí ter
ganho a denominação de era vitoriana. Foi a era do progresso econômico-tecnológico e,
também, da expansão colonialista, além das contínuas lutas e conquistas dos
trabalhadores. Na busca de novas áreas para colonizar, a Revolução Industrial produziu
uma acirrada disputa entre as potências, originando inúmeros conflitos e um crescente
armamentismo que culminariam na Primeira Guerra Mundial, iniciada em 1914.
Arroyo (1999, p. 22) alerta que é necessário rever a absolutização que tem sido
feita das relações de produção, das ideias e valores dominantes, do protótipo de
trabalhador/a imposto pelo capital. Tais absolutizações terminam por ignorar os sujeitos
sociais, melhor dizendo, passa a considerá-los apenas como massa sem forma, maleável e
moldável.
A era do progresso industrial possibilitou a transformação de todos os setores da
vida humana. O crescimento populacional e o acelerado êxodo rural determinaram o
aparecimento das grandes cidades industriais: Londres e Paris, que em 1880 já contavam,
respectivamente, com 4 e 3 milhões de habitantes. Esses grandes aglomerados humanos
originaram os mais variados problemas de urbanização: abastecimento de água,
9
canalização de esgotos, criação e fornecimento de mercadorias, modernização de estradas,
fornecimento de iluminação, fundação de escolas, construção de habitações e outros. No
aspecto social, estabeleceu-se um distanciamento cada maior entre o operariado (ou
proletariado), vivendo em condições de miséria, e os capitalistas. Separavam-se em quase
tudo, no acesso à modernidade, nas condições de habitação e mesmo nos locais de
trabalho: nas grandes empresas fabris e comerciais, os proprietários já não estavam em
contato direto com os operários, delegando a outros administradores as funções de
organização e supervisão do trabalho.
Segundo Arruda (2002): Para Marx, trabalho é atividade produtiva, prática do
manejo dos instrumentos essenciais a todos os ofícios, associada à teoria como
estudo da própria realidade e dos elementos e princípios fundamentais das
ciências. Um trabalho que se fundamenta no saber mais atual, cultura e
profissão. Marx fala na formação intelectual e espiritual associada à formação
técnica e cientifica. Daí a sua proposta de formação. Seu aceno com o ‘reino da
liberdade’ abre um horizonte ainda mais amplo para o desenvolvimento das
relações dos seres humanos entre si e com a natureza.
O trabalho é a própria forma de o ser humano participar ativamente na vida da
natureza a fim de transformá-la e a socializar. Daí sua proposta de uma sociedade com
única de cultura geral, humanística, formativa, que considere justamente o
desenvolvimento da capacidade de trabalhar de forma manual (técnica, industrialmente) e
o da potencialidade do trabalho intelectual e capacidade de desenvolver-se.
Diferente da definição ideológica do trabalho de Marx e Gramsci, a Educação nas
sociedades capitalistas, o Brasil inserido no contexto, seguiu modelos diferentes com
concepções de trabalho e de trabalhador/a peculiares ao modelo econômico vigente: O
mercado de trabalho, a princípio, absorvia todos os braços disponíveis. As mulheres e as
crianças também eram atraídas, ampliando a oferta de mão-de-obra e as jornadas de
trabalho oscilavam entre 14 e 18 horas diárias. Os salários, já insuficientes, tendiam a
diminuir diante do grande número de pessoas em busca de emprego e da redução dos
10
preços de venda dos produtos provocada pela necessidade de competição. Isso sem contar
que as inovações tecnológicas, muitas vezes, substituíam inúmeros trabalhadores antes
necessários à produção.
Aumento das horas de trabalho, baixos salários e desemprego desembocavam
frequentemente em greves e revoltas. Esses conflitos entre operários e patrões geraram
problemas de caráter social e político, aos quais, em seu conjunto, se convencionou
chamar de questão social. Os trabalhadores organizaram-se, então, em sindicatos para
melhor defenderem os seus interesses: salários dignos, redução da jornada de trabalho,
melhores condições de assistência e segurança social, etc. Diante desse quadro surgiu às
novas doutrinas sociais, pregando a criação de uma nova sociedade, livre da miséria e da
exploração reinante. Nesse momento histórico encontramos uma mudança na cultura e
trazendo novos conceitos para a vida das pessoas e cidadãos que produzem e fazem o
desenvolvimento das cidades com seu trabalho e melhoria da capacitação profissional.
Temos assim a quebra de vários paradigmas e preconceitos que existiam em nossa
sociedade.
Azzi (1999, p. 41) afirma que: [...] a dicotomia concepção-execução,
características da divisão pormenorizada do trabalho, reforça e é reforçada pela
ideia de desqualificação decorrente da especialização – que é usada para
caracterizar o profissional que teve suprimido ou limitado seu poder de decisões,
sua autonomia e que perdeu, portanto, o controle sobre seu objetivo, os meios e
o processo de seu trabalho.
A cada mudança encontramos dificuldade de adaptação em alguns seguimentos da
sociedade. Mas podemos perceber o quanto é importante o desenvolvimento e melhoria
da qualidade de vida do trabalhador. Com todas essas mudanças ocorridas com o passar
dos tempos verificamos que só temos a ganhar com a melhoria da qualidade de vida tanto
pessoal como profissional.
11
Dessa maneira, o trabalhador não tinha mais ciência do valor da riqueza por ele
produzida. Ele passou a receber um salário pelo qual era pago para exercer uma
determinada função que nem sempre correspondia ao valor daquilo que ele era capaz de
produzir. Esse tipo de mudança também só foi possível porque a própria formação de uma
classe burguesa – munida de um grande acúmulo de capitais – começou a controlar os
meios de produção da economia.
O acesso às matérias-primas, a compra de maquinário e a disponibilidade de terras
representavam algumas modalidades desse controle da burguesia industrial sob os meios
de produção. Essas condições favoráveis à burguesia também provocou a deflagração de
contradições entre eles e os trabalhadores. As más condições de trabalho, os baixos
salários e a carência de outros recursos incentivaram o aparecimento das primeiras greves
e revoltas operárias que, mais tarde, deram origem aos movimentos sindicais.
Com o passar do tempo, as formas de atuação do capitalismo industrial ganhou
outras feições. Na segunda metade do século XIX, a eletricidade, o transporte ferroviário,
o telégrafo e o motor a combustão deram início à chamada Segunda Revolução Industrial.
A partir daí, os avanços capitalistas ampliaram significativamente o seu raio de ação.
Nesse mesmo período, nações asiáticas e africanas se inseriram nesse processo com a
deflagração do imperialismo (ou neocolonialismo), capitaneado pelas maiores nações
industriais da época.
Durante o século XX, outras novidades trouxeram diferentes aspectos ao
capitalismo. O industriário Henry Ford e o engenheiro Frederick Winslow Taylor
incentivaram a criação de métodos onde o tempo gasto e a eficiência do processo
produtivo fosse cada vez mais aperfeiçoada. Nos últimos anos, alguns estudiosos afirmam
que vivemos a Terceira Revolução Industrial. Nela, a rápida integração dos mercados, a
informática, a microeletrônica e a tecnologia nuclear seriam suas principais conquistas.
12
A Revolução Industrial foi responsável por inúmeras mudanças que podem ser
avaliadas tanto por suas características negativas, quanto positivas. Alguns dos avanços
tecnológicos trazidos por essa experiência trouxeram maior conforto à nossa vida. Por
outro lado, a questão ambiental (principalmente no que se refere ao aquecimento global)
traz à tona a necessidade de repensarmos o nosso modo de vida e a nossa relação com a
natureza. Dessa forma, não podemos fixar o modo de vida urbano e integrado à demanda
do mundo industrial como uma maneira, um traço imutável da nossa vida quotidiana.
13
5. CONCLUSÃO
A saúde do trabalhador é um tema muito importante a se discutir. Alguns fatos da
história demonstram o quanto foi difícil à construção de uma vida mais digna e justa. O
desenvolvimento promovido pelas novas descobertas e pesquisas trouxeram para a
sociedade algumas mudanças essenciais para a melhoria da qualidade de vida
Devemos estar atentos a necessidade de buscar mais desenvolvimento e melhorar
as estruturas que envolvem o ambiente de trabalho dos indivíduos. Desta forma teremos
mais condição para ter mais segurança e higiene em nossos ambientes de trabalho.
14
REFERÊNCIAS
ARROYO, Miguel G. As relações sociais na escola e a formação do trabalhador. In:
FERRETTI, Celso João; JUNIOR, João dos Reis Silva; OLIVEIRA, Maria Rita N. Sales.
Trabalho, Formação e Currículo. – São Paulo: Xamã, 1999.
ARRUDA, Marcos. A articulação trabalho-educação visando uma democracia integral. In
GOMES, Carlos M. (Org.). Trabalho e conhecimento: dilemas na educação do
trabalhador. 4. ed. São Paulo, Cortez, 2002.
AZZI, Sandra. Trabalho docente – autonomia didática e construção do saber pedagógico.
IN PIMENTA, Selma G. (org.) Saberes pedagógicos e atividade docente. São Paulo:
Cortez, 1999.
COVEY, S. O 8º Hábito: Da eficácia à grandeza. Rio de Janeiro: Campus, 2005.
FRANKL, V. Em busca do sentido. Petrópolis: Vozes, 1997.
NISHIDE, V. M.; BENATTI, M. C. C. Riscos ocupacionais entre trabalhadores de
enfermagem de uma unidade de terapia intensiva. Rev. Esc. Enfermagem USP, São
Paulo, v. 38, n. 4, p. 406-414, 2004. Disponível em:
<http://www.ee.usp.br/reeusp/upload/pdf/183.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2008.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Educação, Trabalho e Currículo na Era do Pós-Trabalho e da
Pós-Política. In: FERRETTI, Celso João; JUNIOR, João dos Reis Silva; OLIVEIRA,
Maria Rita N. Sales. Trabalho, Formação e Currículo. São Paulo: Xamã, 1999.
15

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Trabalho agosto 2011

  • 1. FACULDADE ASSOCIADA BRASIL LUCIENE INÁCIO VENÂNCIO HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO SÃO BERNARDO DO CAMPO
  • 2. 2011 LUCIENE INÁCIO VENÂNCIO O DESENVOLVIMENTO DA HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO DESDE A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL ATÉ OS DIAS ATUAIS Trabalho Elaborado para o Curso de Pós-graduação em Enfermagem do Trabalho com sala de apoio em São Bernardo para a disciplina Higiene e Segurança do Trabalho sob a orientação da Prof. Ricardo Andrade de Aquino. 2
  • 3. SÃO BERNARDO DO CAMPO 2011 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO....................................................................................................04 2. A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL QUEBRANDO PARADIGMAS................05 5. CONCLUSÃO......................................................................................................12 REFERÊNCIAS.......................................................................................................13 3
  • 4. 1. INTRODUÇÃO Este trabalho irá descrever sobre o desenvolvimento da higiene e segurança do trabalho desde a Revolução Industrial até os dias atuais. Desde a Pré-História o homem tem transformado matérias-primas em produtos úteis à sua sobrevivência. Trata-se de um antigo método de transformação a que denominou artesanato. Nesse sistema o artesão trabalhava por contra própria, possuía os instrumentos necessários à confecção do produto, dominando todas as etapas da transformação, da matéria-prima até chegar ao produto final. Já na Idade Moderna, buscando-se produzir crescentemente para o mercado, os trabalhadores urbanos foram muitas vezes reunidos num mesmo local de trabalho, cada um desempenhando uma atividade específica, utilizando principalmente as mãos para transformar a matéria-prima, fazendo surgir o que se denominou manufatura. Esse sistema de produção caracterizou-se basicamente pela divisão do trabalho e aumento da produtividade. Os trabalhadores passaram a participar do processo produtivo apenas com a força de trabalho que aplicavam na produção, já que os meios de produção pertenciam à elite industrial, à classe burguesa. Com esse desenvolvimento o homem ampliou sua capacidade de produção e passou a ter melhores resultados em diversas áreas. E as boas práticas começaram a fazer parte do nosso cotidiano onde a qualidade está presente e faz a diferença. 4
  • 5. 2. A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL QUEBRANDO PARADIGMAS A Revolução Industrial começou na Inglaterra, em meados do século XVIII. Caracteriza-se pela passagem da manufatura à indústria mecânica. A introdução de máquinas e fabricas is multiplica o rendimento do trabalho e aumenta a produção global. A Inglaterra adianta sua industrialização em 50 anos em relação ao continente europeu e sai na frente na expansão colonial. A invenção de máquinas e mecanismos como a lançadeira móvel, a produção de ferro com carvão de coque, a máquina a vapor, a fiandeira mecânica e o tear mecânico causam uma revolução produtiva. Com a aplicação da força motriz às máquinas fabris, a mecanização se difunde na indústria têxtil e na mineração. As fábricas passam a produzir em série e surge a indústria pesada. A invenção dos navios e locomotivas a vapor acelera a circulação das mercadorias. Empresários e Proletários O novo sistema industrial transforma as relações sociais e cria duas novas classes sociais, fundamentais para a operação do sistema. Os empresários são os proprietários dos capitais, prédios, máquinas, matérias-primas e bens produzidos pelo trabalho. Os operários, proletários ou trabalhadores assalariados, possuem apenas sua força de trabalho e a vendem aos empresários para produzir mercadorias em troca de salários. No início da revolução os empresários impõem duras condições de trabalho aos operários sem aumentar os salários para assim aumentar a produção e garantir uma margem de lucro crescente. A disciplina é rigorosa, mas as condições de trabalho nem sempre oferecem segurança. Em algumas fábricas a jornada ultrapassa 15 horas, os descansos e férias não são cumpridos e mulheres e crianças não têm tratamento diferenciado. Quando vemos essa situação podemos perceber o quanto essa época era precária e não pensava na saúde e segurança do trabalhador. Onde era cobrada produção e não havia a percepção da importância em investir na melhoria da capacitação profissional e dar melhores condições de trabalho. 5
  • 6. Desta forma surgem conflitos entre operários, revoltados com as péssimas condições de trabalho, e empresários. As primeiras manifestações são de depredação de máquinas e instalações fabris. Com o tempo surgem organizações de trabalhadores da mesma área. Segundo COVEY (2005), quando nos engajamos num trabalho que usa nosso talento e alimenta nossa paixão; que surge de uma grande necessidade do mundo que nossa consciência nos chama a atender, então é ali que está nossa voz, nossa vocação, o código de nossa alma. Resultado de um longo processo em que os trabalhadores conquistam gradativamente o direito de associação. Em 1824, na Inglaterra, são criados os primeiros centros de ajuda mútua e de formação profissional. Em 1833 os trabalhadores ingleses organizam os sindicatos como associações locais ou por ofício, para obter melhores condições de trabalho e de vida. Os sindicatos conquistam o direito de funcionamento em 1864 na França, em 1866 nos Estados Unidos, e em 1869 na Alemanha. Assim, plenamente constituído, o capitalismo caracteriza-se basicamente pela separação entre o produtor e os meios de produção, visto que é a burguesia que detém as máquinas necessárias à transformação das matérias-primas, e o produtor, detentor apenas de sua força de trabalho, vê-se obrigado a vendê-la no mercado em troca de salário. A economia capitalista é, então, uma economia de mercado, na qual a própria mão-de-obra converteu- se em mercadoria, a produção em série e a urbanização. Para maximizar o desempenho dos operários as fábricas subdividem a produção em várias operações e cada trabalhador executa uma única parte, sempre da mesma maneira tendo uma linha de montagem. Enquanto na manufatura o trabalhador produzia uma unidade completa e conhecia assim todo o processo, agora passa a fazer apenas parte dela, limitando seu domínio técnico sobre o próprio trabalho. 6
  • 7. Durante sua estada no campo de concentração, FRANKL (1987) observou a si mesmo e aos demais prisioneiros e percebeu que a sobrevivência estava intimamente ligada a uma atitude individual alternativa frente às condições dadas. Grande parte dos prisioneiros que não sucumbiam aos horrores do campo de extermínio utilizava-se de sua capacidade interior de transcender as piores fases de desumanização, manter a íntima liberdade e, assim, não renunciar ao sentido da vida. A partir dessa experiência única, Frankl começou a perceber a força que existia nas palavras de Nietzche: "Quem tem por que viver aguenta quase qualquer como", fundando, então, a Terceira Escola Vienense de Psicoterapia, a logoterapia. Logoterapia vem da palavra grega logos, que significa sentido. A premissa básica desta escola é de que "a principal preocupação da pessoa humana não consiste em obter prazer ou evitar a dor, mas antes em ver um sentido em sua vida" (FRANKL, 1987). Depois da Revolução Gloriosa a burguesia inglesa se fortalece e permite que o país tenha a mais importante zona livre de comércio da Europa. O sistema financeiro é dos mais avançados. Esses fatores favorecem o acúmulo de capitais e a expansão do comércio em escala mundial. Possuía uma burguesia muito capitalizada em função dos lucros auferidos com as atividades comerciais da época mercantilista. A Inglaterra desde o século XVII controlava a oferta de manufaturados nos mercados coloniais. Possuía um regime de governo parlamentarismo que favorecia o desenvolvimento capitalista. Desde a Revolução Gloriosa de 1688 os entraves mercantilistas haviam sido abolido da economia britânica e o Estado, dominado pela burguesia, atuava no sentido de corresponder aos interesses dessa camada social. Possuía grandes jazidas de carvão e ferro, matérias-primas indispensáveis à confecção de máquinas e geração de energia. Concentrava abundância de mão-de-obra nas cidades, resultado do forte êxodo rural verificado na Idade Moderna. Nesse período, a lã inglesa conquistou um espaço considerável no mercado europeu e muitas das antigas propriedades agrícolas comunais transformaram-se em cercamentos, isto é, áreas cercadas 7
  • 8. de criação de ovelhas. Tal atividade, porém, demandava reduzido número de trabalhadores, expulsando a mão-de-obra excedente, que se dirigia às cidades. A grande oferta de mão-de-obra provocava seu barateamento e, consequentemente, reduzia os custos da produção industrial, ampliando os lucros. Como ressalta Silva: “A questão central para as estratégias culturais do novo capitalismo consiste em produzir um tipo de pessoa que seja compatível com seus valores e objetivos”. Sua descrição de trabalhador ideal, daquele trabalhador apropriado às novas condições da produção, não teria nenhuma importância, nenhum efeito, se não se dirigissem imperativamente ao sujeito que querem transformar, dizendo: “você é isso” ou, mais precisamente, “você deve ser isso” (1999). A primeira fase da Revolução Industrial correspondeu ao período que se estende de 1760 a 1850; nesse período a Inglaterra liderou o processo de industrialização. O desenvolvimento técnico-científico, implementando a modernização econômica, foi significativo; surgiram então as primeiras máquinas feitas de ferro que utilizam o vapor como força motriz. Por outro lado, a existência de um amplo mercado consumidor para artigos industrializados - América, Ásia e Europa - estimulava a mecanização. A segunda fase da Revolução Industrial iniciou-se em 1850. Foi quando o processo de industrialização entrou num ritmo acelerado, envolvendo os mais diversos setores da economia, com a difusão do uso do aço, a descoberta de novas fontes energéticas, como a eletricidade e o petróleo, e a modernização do sistema de comunicações. Nishide e Benatti (2004) relatam que os trabalhadores potencialmente expostos aos riscos precisam estar informados e treinados para evitar problemas de saúde, e métodos de controle devem ser instituídos para prevenir acidentes. Esses métodos podem ser usados para riscos ambientais, incluindo a substituição do agente de risco, controles de engenharia, práticas de trabalho, equipamentos de proteção pessoal, controles administrativos e programas de exames médicos. Consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes no ambiente de trabalho que, dependendo da sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, podem causar danos à saúde dos trabalhadores e riscos ocupacionais em todas as situações de trabalho que 8
  • 9. podem romper o equilíbrio físico, mental e social das pessoas, e não somente as situações que originem acidentes e enfermidades. Outro acontecimento de grande importância dessa fase foi à efetiva difusão da Revolução Industrial. Em pouco tempo, espalhou-se por todo o continente europeu e pelo resto do mundo, atingindo a Bélgica, a França, a Itália, a Alemanha, a Rússia, os Estados Unidos, o Japão. A indústria têxtil foi a que mais se desenvolveu. A grande oferta de matéria-prima o algodão, cujo maior produtor era os Estados Unidos e a abundância de mão-de-obra barateavam os custos da produção, gerando lucros elevados, os quais eram reaplicados no aperfeiçoamento tecnológico e produtivo. Assim, também o setor metalúrgico foi estimulado, bem como a pesquisa de novas fontes de energia. O século XIX significou o século da hegemonia mundial inglesa. Durante a maior parte desse período o trono inglês foi ocupado pela rainha Vitória (1837-1901), daí ter ganho a denominação de era vitoriana. Foi a era do progresso econômico-tecnológico e, também, da expansão colonialista, além das contínuas lutas e conquistas dos trabalhadores. Na busca de novas áreas para colonizar, a Revolução Industrial produziu uma acirrada disputa entre as potências, originando inúmeros conflitos e um crescente armamentismo que culminariam na Primeira Guerra Mundial, iniciada em 1914. Arroyo (1999, p. 22) alerta que é necessário rever a absolutização que tem sido feita das relações de produção, das ideias e valores dominantes, do protótipo de trabalhador/a imposto pelo capital. Tais absolutizações terminam por ignorar os sujeitos sociais, melhor dizendo, passa a considerá-los apenas como massa sem forma, maleável e moldável. A era do progresso industrial possibilitou a transformação de todos os setores da vida humana. O crescimento populacional e o acelerado êxodo rural determinaram o aparecimento das grandes cidades industriais: Londres e Paris, que em 1880 já contavam, respectivamente, com 4 e 3 milhões de habitantes. Esses grandes aglomerados humanos originaram os mais variados problemas de urbanização: abastecimento de água, 9
  • 10. canalização de esgotos, criação e fornecimento de mercadorias, modernização de estradas, fornecimento de iluminação, fundação de escolas, construção de habitações e outros. No aspecto social, estabeleceu-se um distanciamento cada maior entre o operariado (ou proletariado), vivendo em condições de miséria, e os capitalistas. Separavam-se em quase tudo, no acesso à modernidade, nas condições de habitação e mesmo nos locais de trabalho: nas grandes empresas fabris e comerciais, os proprietários já não estavam em contato direto com os operários, delegando a outros administradores as funções de organização e supervisão do trabalho. Segundo Arruda (2002): Para Marx, trabalho é atividade produtiva, prática do manejo dos instrumentos essenciais a todos os ofícios, associada à teoria como estudo da própria realidade e dos elementos e princípios fundamentais das ciências. Um trabalho que se fundamenta no saber mais atual, cultura e profissão. Marx fala na formação intelectual e espiritual associada à formação técnica e cientifica. Daí a sua proposta de formação. Seu aceno com o ‘reino da liberdade’ abre um horizonte ainda mais amplo para o desenvolvimento das relações dos seres humanos entre si e com a natureza. O trabalho é a própria forma de o ser humano participar ativamente na vida da natureza a fim de transformá-la e a socializar. Daí sua proposta de uma sociedade com única de cultura geral, humanística, formativa, que considere justamente o desenvolvimento da capacidade de trabalhar de forma manual (técnica, industrialmente) e o da potencialidade do trabalho intelectual e capacidade de desenvolver-se. Diferente da definição ideológica do trabalho de Marx e Gramsci, a Educação nas sociedades capitalistas, o Brasil inserido no contexto, seguiu modelos diferentes com concepções de trabalho e de trabalhador/a peculiares ao modelo econômico vigente: O mercado de trabalho, a princípio, absorvia todos os braços disponíveis. As mulheres e as crianças também eram atraídas, ampliando a oferta de mão-de-obra e as jornadas de trabalho oscilavam entre 14 e 18 horas diárias. Os salários, já insuficientes, tendiam a diminuir diante do grande número de pessoas em busca de emprego e da redução dos 10
  • 11. preços de venda dos produtos provocada pela necessidade de competição. Isso sem contar que as inovações tecnológicas, muitas vezes, substituíam inúmeros trabalhadores antes necessários à produção. Aumento das horas de trabalho, baixos salários e desemprego desembocavam frequentemente em greves e revoltas. Esses conflitos entre operários e patrões geraram problemas de caráter social e político, aos quais, em seu conjunto, se convencionou chamar de questão social. Os trabalhadores organizaram-se, então, em sindicatos para melhor defenderem os seus interesses: salários dignos, redução da jornada de trabalho, melhores condições de assistência e segurança social, etc. Diante desse quadro surgiu às novas doutrinas sociais, pregando a criação de uma nova sociedade, livre da miséria e da exploração reinante. Nesse momento histórico encontramos uma mudança na cultura e trazendo novos conceitos para a vida das pessoas e cidadãos que produzem e fazem o desenvolvimento das cidades com seu trabalho e melhoria da capacitação profissional. Temos assim a quebra de vários paradigmas e preconceitos que existiam em nossa sociedade. Azzi (1999, p. 41) afirma que: [...] a dicotomia concepção-execução, características da divisão pormenorizada do trabalho, reforça e é reforçada pela ideia de desqualificação decorrente da especialização – que é usada para caracterizar o profissional que teve suprimido ou limitado seu poder de decisões, sua autonomia e que perdeu, portanto, o controle sobre seu objetivo, os meios e o processo de seu trabalho. A cada mudança encontramos dificuldade de adaptação em alguns seguimentos da sociedade. Mas podemos perceber o quanto é importante o desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida do trabalhador. Com todas essas mudanças ocorridas com o passar dos tempos verificamos que só temos a ganhar com a melhoria da qualidade de vida tanto pessoal como profissional. 11
  • 12. Dessa maneira, o trabalhador não tinha mais ciência do valor da riqueza por ele produzida. Ele passou a receber um salário pelo qual era pago para exercer uma determinada função que nem sempre correspondia ao valor daquilo que ele era capaz de produzir. Esse tipo de mudança também só foi possível porque a própria formação de uma classe burguesa – munida de um grande acúmulo de capitais – começou a controlar os meios de produção da economia. O acesso às matérias-primas, a compra de maquinário e a disponibilidade de terras representavam algumas modalidades desse controle da burguesia industrial sob os meios de produção. Essas condições favoráveis à burguesia também provocou a deflagração de contradições entre eles e os trabalhadores. As más condições de trabalho, os baixos salários e a carência de outros recursos incentivaram o aparecimento das primeiras greves e revoltas operárias que, mais tarde, deram origem aos movimentos sindicais. Com o passar do tempo, as formas de atuação do capitalismo industrial ganhou outras feições. Na segunda metade do século XIX, a eletricidade, o transporte ferroviário, o telégrafo e o motor a combustão deram início à chamada Segunda Revolução Industrial. A partir daí, os avanços capitalistas ampliaram significativamente o seu raio de ação. Nesse mesmo período, nações asiáticas e africanas se inseriram nesse processo com a deflagração do imperialismo (ou neocolonialismo), capitaneado pelas maiores nações industriais da época. Durante o século XX, outras novidades trouxeram diferentes aspectos ao capitalismo. O industriário Henry Ford e o engenheiro Frederick Winslow Taylor incentivaram a criação de métodos onde o tempo gasto e a eficiência do processo produtivo fosse cada vez mais aperfeiçoada. Nos últimos anos, alguns estudiosos afirmam que vivemos a Terceira Revolução Industrial. Nela, a rápida integração dos mercados, a informática, a microeletrônica e a tecnologia nuclear seriam suas principais conquistas. 12
  • 13. A Revolução Industrial foi responsável por inúmeras mudanças que podem ser avaliadas tanto por suas características negativas, quanto positivas. Alguns dos avanços tecnológicos trazidos por essa experiência trouxeram maior conforto à nossa vida. Por outro lado, a questão ambiental (principalmente no que se refere ao aquecimento global) traz à tona a necessidade de repensarmos o nosso modo de vida e a nossa relação com a natureza. Dessa forma, não podemos fixar o modo de vida urbano e integrado à demanda do mundo industrial como uma maneira, um traço imutável da nossa vida quotidiana. 13
  • 14. 5. CONCLUSÃO A saúde do trabalhador é um tema muito importante a se discutir. Alguns fatos da história demonstram o quanto foi difícil à construção de uma vida mais digna e justa. O desenvolvimento promovido pelas novas descobertas e pesquisas trouxeram para a sociedade algumas mudanças essenciais para a melhoria da qualidade de vida Devemos estar atentos a necessidade de buscar mais desenvolvimento e melhorar as estruturas que envolvem o ambiente de trabalho dos indivíduos. Desta forma teremos mais condição para ter mais segurança e higiene em nossos ambientes de trabalho. 14
  • 15. REFERÊNCIAS ARROYO, Miguel G. As relações sociais na escola e a formação do trabalhador. In: FERRETTI, Celso João; JUNIOR, João dos Reis Silva; OLIVEIRA, Maria Rita N. Sales. Trabalho, Formação e Currículo. – São Paulo: Xamã, 1999. ARRUDA, Marcos. A articulação trabalho-educação visando uma democracia integral. In GOMES, Carlos M. (Org.). Trabalho e conhecimento: dilemas na educação do trabalhador. 4. ed. São Paulo, Cortez, 2002. AZZI, Sandra. Trabalho docente – autonomia didática e construção do saber pedagógico. IN PIMENTA, Selma G. (org.) Saberes pedagógicos e atividade docente. São Paulo: Cortez, 1999. COVEY, S. O 8º Hábito: Da eficácia à grandeza. Rio de Janeiro: Campus, 2005. FRANKL, V. Em busca do sentido. Petrópolis: Vozes, 1997. NISHIDE, V. M.; BENATTI, M. C. C. Riscos ocupacionais entre trabalhadores de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva. Rev. Esc. Enfermagem USP, São Paulo, v. 38, n. 4, p. 406-414, 2004. Disponível em: <http://www.ee.usp.br/reeusp/upload/pdf/183.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2008. SILVA, Tomaz Tadeu da. Educação, Trabalho e Currículo na Era do Pós-Trabalho e da Pós-Política. In: FERRETTI, Celso João; JUNIOR, João dos Reis Silva; OLIVEIRA, Maria Rita N. Sales. Trabalho, Formação e Currículo. São Paulo: Xamã, 1999. 15