1. SERGIPE cultura e turísmo | 1SESSESESESESESESESESESSEEESEESESESESESESEEESESESESESESEEESESESESESSEESEEEEESSESSSEEEESSSESEEEEESESESESSSEESESESSESESEESSSESESSSSSEEESESESESESSESSSESEESESESSSSESSESESESEESSSESSEESEEESESESEEESEESEEESSSEEESEESEEESESSSSESSSSSSSESSSSESSESSSSSS RGRGRRGRRGRGRGRGRGRRGRGRGRGRGRGRGRGRGRGRGRGRGRGRGRGRRGRGRGGGGRGGRGGGGGRGRGRRGRRRGRGRGGRGGGGRRGRRGRRGRGGGRGGGRRGRRRRRRGGGGRGRGGGGGGRRRGGRGRGRGGRGGGRGRGGGRGRGRGRGRGGRGRGRGRRGGGGGGGGRGRRRRGGGGGGRGRGRGRGRGGGGGRGRGRGRGGGGGGGGGGRGRGGGGGGGGRGRGRGRGRRGGRGGGGGGGGGGRGRGRRRGRGGGGGGGGGGGGRGRRGRGGGGGGGGGGGRGGRGRGGRGRGRGRGGRGGGGRGGGGGGGGGGGGRGGGGRGRGGGRGRGRGRGRRGRRRRGGGRRGGRRGRRRRGRRRGRRGGRGRGRGGGGIPIPIPIPIPIPIPIPIPIIIIPIIIPPPPPPIIIIPIPIPIPIPPPPIIPIIIIPIPPIPIPPIPIPPPPIPIPIPIPPPPPIPIPIIPIPPIPIIIIIPIIIPIPIPIPPIPPPPIIIPIPIPIPPIPIPIPIIIIIIIIIIIPPPPPPPPEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE cucuucucucuuc ltlttlttltll ururuuu aaaaaa eeeeeee tututututututuríríríríríírísmsmsmsmmsmsmoooooo ||| 11111
GASTRONOMIA SERGIPANA
Preparada com temperos que diversificam seu sabor,
a culinária sergipana é uma das mais ricas em variações de
todo país...
ARTESANATO SERGIPANO
Neste espaço mais uma vez volto a falar das riquezas
culturais do nosso Estado, Patrimônio reconhecido e valo-
rizado além fronteiras...
FESTEJOS JUNINOS EM SERGIPE
As festas juninas no Brasil são aguardadas ansiosa-
mente. Em junho são celebrados os dias de Santo Antônio,
São João e São Pedro...
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2. 2 | SERGIPE cultura e turísmo
ARACAJU - CAPITAL DE
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3. SONHE COM O MUNDO.
AGENTE LEVA VOÇÊ.
SERGIPE cultura e turísmo | 3
QUALIDADE DE VIDA
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4. 4 | SERGIPE cultura e turísmo
ÍNDICE
HISTÓRIA DO ESTADO 5
FORMAÇÃO HISTÓRICA 5
HIDROGRAFIA 5
VEGETAÇÃO 5
RELEVO 7
ARACAJU – CAPITAL DA QUALIDADE DE VIDA 8
CALÇADÃO DA RUA JOÃO PESSOA 8
PONTE DO IMPERADOR 8
CENTRO DE TURISMO E ARTESANATO 8
CALÇADÃO 13 DE JULHO 8
PASSARELA DO CARANGUEJO 8
PARQUE DA CIDADE 8
ORLA DO BAIRRO INDUSTRIAL 9
OCEANÁRIO 9
PARQUE DA SEMENTEIRA 9
PONTE DO IMPERADOR 9
PASSARELA DO CARANGUEJO 9
AV. 13 DE JULHO 9
PARQUE DA CIDADE 9
FOLCLORE SERGIPANO 10
10
GRUPOS FOLCLÓRICOS 10
LAMBE SUJO E CABOQUINHO 13
GASTRONOMIA SERGIPANA 15
FESTEJOS JUNINOS EM SERGIPE 17
ARTESANATO SERGIPANO 19
SERGIPE cultura e turísmo | 21
aos oito anos de idade com a mão de criação, Sil-
vita Bezerra, em Poço Redondo.
“Enrolando o fio nos bilros e prendendo
outro no papelão desenhado, faz uma trama que
prima pela delicadeza. A confecção começa com
a rendeira sentada em uma esteira, tendo à frente
uma almofada, feita com enchimento de palha de
bananeira” .
O artesanato sergipano é orgulho para o
Estado enriquecendo-o culturalmente e contri-
buindo para a sua economia.
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5. 20 | SERGIPE cultura e turísmo
matérias-primas, projetar, é um cuidado e preo-
cupação a cada trabalho.
No Brasil, os primeiros artesãos foram
os indígenas com a produção de elementos que
facilitavam seu trabalho e a vida do grupo. Nessa
perspectiva, têm-se objetos de pedra - machados-,
madeira - arco e flecha-, cerâmica - potes, jarros.
As produções dos índios resistiram ao tempo e
constituem um tipo de artesanato produzido no
Brasil e em Sergipe. Com a colonização a mistura
de aspectos do indígena, do negro e do português
resultou no povo brasileiro e a sua cultura, mesmo
contemplando elementos de outros povos, é única,
pois retrata a realidade social, cultural, econômi-
ca, histórica, política, religiosa do Brasil.
Sendo Sergipe Estado integrante da na-
ção brasileira, suas produções culturais também
representam uma mistura de componentes diver-
sos - indígena, europeu. As produções em renda,
bordado, cerâmica, madeira, palha, são algumas
das representações artesanais do Estado sergipano
que enriquece a cultura e gera fonte de renda para
esse povo.
A renda Irlandesa é produzida em Divi-
na Pastora, encontrando-se também artesãs que
executam esse bordado em Nossa Senhora das
Dores, sendo Sergipe privilegiado por essa produ-
ção. É confeccionada sobre um papel - manteiga
- e muito trabalhada em detalhes com um cordão
de seda- lacê. É feita com linho, cambraia de linho
e tecido adamascado. Foi elaborada por diversos
povos e a colonização a trouxe até o Brasil, alcan-
çando Sergipe.
A renda de bilro é encontrada na cidade de
Propriá. Surgida no século XV na Itália, chegou à
França, Portugal e Brasil com a colonização portu-
guesa. Os materiais utilizados são os fios, os bilros
em madeira, almofada, alfinetes e cartões com os
moldes . Nesta cidade dona Gedalva Bezerra é a
única artesã que fabrica renda de bilro. Passada de
geração a geração tanto em técnicas quando nos
tipos de renda, dona Gedalva aprendeu o oficio
SERGIPE cultura e turísmo | 5
HISTÓRIA DO ESTADO
Formação Histórica
A colonização do Estado de Sergipe teve
início na segunda metade do século XVI, quando
ali começaram a chegar navios franceses, cujos tri-
pulantes trocavam objetos diversos por pau-brasil,
algodão e pimenta-da-terra.
Os portugueses, quando se dirigiam à
Bahia, também aportavam frequentemente na
enseada do rio Real. A conquista das terras ao
norte da Bahia, onde se encontra o território do
Estado de Sergipe, foi iniciativa de Garcia D’Ávila,
grande proprietário de terras na região, que com a
ajuda dos jesuítas tentou catequizar os nativos que
ali encontraram. A conquista e colonização do ter-
ritório facilitaria as comunicações por terra entre
a Bahia e Pernambuco e permitiria a sujeição das
tribos indígenas, além de impedir novas incursões
dos franceses.
O território que viria a ser a capitania
de Sergipe D’El-Rei originou-se de um povoado
chamado São Cristóvão. Mas a colonização pro-
priamente dita somente aconteceu em 1590, após
a destruição das tribos indígenas hostis. A região
do arraial de São Cristóvão, sede da capitania de
Sergipe D’ El-Rei tornou-se então importante pólo
de criação de gado e de cana-de-açúcar. No perío-
do das invasões holandesas, que correspondeu à
primeira metade do século XVII, a economia de
Sergipe D’El-Rei ficou prejudicada, recuperando-
se, no entanto, com a retomada da região pelos
portugueses, em 1645.
Em 1723 foi anexada à Bahia, tornando-se
responsável por um terço da produção açucareira
baiana da época. Em 1820 houve uma primeira
tentativa de se conceder autonomia ao território
sergipano, mas somente em 1823, depois de várias
guerras e resistência às tentativas de anexação, a
capitania de Sergipe tornou-se definitivamente
emancipada da Bahia. Com a proclamação da
República, em 1889, a província de Sergipe pas-
sou a ser um dos Estados da Federação, com sua
primeira Constituição promulgada em 1892.
Origem do Nome.
O nome Sergipe origina-se do tupi si’ri
ü pe que quer dizer “no rio dos siris”, tendo sido
mais tarde adotado Cirizipe ou Cerigipe, que quer
dizer “ferrão de siri”, nome de um dos cinco caci-
ques que se opuseram ao domínio português.
Localização
Localizado na porção leste da região Nor-
deste do Brasil.
Limites
Norte: Estado de Alagoas
Leste: Oceano Atlântico
Sul e Oeste: Estado da Bahia.
Clima / Temperatura
O clima no Estado é tropical, com chuvas
mais frequentes na costa e longas estiagens no
interior, especialmente na região semiárida. As
temperaturas médias anuais ficam em torno de 23
e 24º C.
Relevo
Seu relevo caracteriza-se pela predomi-
nância de terrenos baixos e várzeas nas proximi-
dades do litoral, onde há uma faixa úmida voltada
para o oceano; planícies na parte norte do Estado;
e planalto semiárido em sua região noroeste.
Hidrografia
O principal rio que banha o Estado de Ser-
gipe é o São Francisco, um dos mais importantes
do Brasil. Sua bacia hidrográfica inclui também os
rios Vaza Barris, Sergipe, Japaratuba, Piauí e Real.
Vegetação
A vegetação predominante distingue a paisagem
típica litorânea, de coqueiros e vegetação rasteira,
da caatinga encontrada no interior. As extensas
florestas anteriormente existentes, desapareceram
substituídas pelo cultivo agrícola ou pela expor-
tação das madeiras nobres, ainda nos tempos da
colônia.
Nos fins do século XIX, o negociante e in-
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6. 6 | SERGIPE cultura e turísmo
dustrial sergipano José Rodrigues Bastos Coelho,
necessitando de um distintivo para suas embar-
cações que identificasse o Estado de onde proce-
diam, elaborou uma bandeira para este fim.
A bandeira, formada por um retângulo
com quatro listras - alternando as cores verde e
amarelo -, e um retângulo azul na parte superior
à esquerda com quatro estrelas brancas de cinco
raios, passou a ser conhecida, nos portos fre-
quentados pelos navios de Bastos Coelho, como
a “Bandeira Sergipana”. As cores usadas foram
as nacionais e as estrelas representavam quatro
barras do Estado, talvez as mais transitadas pelo
autor.
Esta bandeira, acrescentando mais uma es-
trela maior no centro das outras para representar
o número exato das barras sergipanas, foi oficia-
lizada através da Lei No 795, de 19 de outubro de
1920. No dia 24 de outubro de 1920 a bandeira
oficial de Sergipe foi hasteada pela primeira vez,
na fachada do Palácio do Governo, ficando ao
lado da bandeira nacional.
Em 1951, a bandeira oficial do Estado foi
alterada. As cores e características foram man-
tidas, exceto o retângulo azul, que a partir daí
continha quarenta e duas estrelas, representando o
número dos municípios sergipanos na época.
No ano seguinte foi restabelecida a bandeira ofi-
cial instituída pela Lei No 795, de 19 de outubro
de 1920.
A Lei nº 02, de 5 de julho de 1892 instituiu
o Brasão de Armas de Sergipe.
Coube ao professor Brício Cardoso a criação do
Brasão, oficializado em 5 de julho de 1892 pela
Assembleia Legislativa.
Sua simbologia está representada pelo ín-
dio Serigi embarcando em um balão; em seu cen-
tro a palavra PORVIR - o futuro. Abaixo do cesto
do balão a legenda Sub Lege Libertas - Sob a Lei a
Liberdade. Encerrando a faixa a data da primeira
Constituição do Estado - 18 de maio de 1892. O
índio representa o passado e o balão o futuro e a
civilização.
O Hino, o símbolo mais antigo de Sergipe
foi publicado pela primeira vez no jornal “No-
ticiador Sergipano”, de São Cristóvão, em 1836.
Seus versos são de autoria do professor Manoel
Joaquim de Oliveira Campos e a música é de frei
José de Santa Cecília, ambos sergipanos.
HINO SERGIPANO
Alegrai-vos, Sergipanos, Eis surge a mais bela
aurora
Do áureo jucundo dia
Que a Sergipe honra e decora.
O dia brilhante
Que vimos raiar,
Com cânticos doces
Vamos festejar.
A bem de seus filhos todos
quis o Brasil se lembrar,
de seu imenso terreno
em províncias separar.
O dia brilhante ...
isto se fez, mas contudo
tão Cômodo não ficou,
como por más consequências
depois se verificou.
O dia brilhante ...
Cansado da dependência
com a província maior,
Sergipe ardente procura
um bem mais consolador.
O dia brilhante ...
alça a voz que o trono sobe
que ao soberano excitou,
e, curvo o trono a seus votos,
independente ficou.
O dia brilhante ...
Eis, patrícios sergipanos,
nossa dita singular,
Com doces, alegres cantos
nós devemos festejar.
O dia brilhante ...
mandemos, porém, ao longe
essa espécie de Rancor,
que ainda hoje alguém conserva
aos da província maior.
O dia brilhante ...
SERGIPE cultura e turísmo | 19
ARTESANATO SERGIPANO
Neste espaço mais uma vez volto a falar
das riquezas culturais do nosso Estado, Patrimô-
nio reconhecido e valorizado além fronteiras.
Dentre os tipos de artesanatos sergipanos ganhará
destaque neste texto a renda Irlandesa e renda de
bilro.
Em Sergipe encontra-se a arte de fazer
bilro, renda irlandesa, crochê, ponto de cruz,
ponto cheio, rechilieu, crivo, rendendê, objetos em
madeira, cerâmica e palha, atividades que sobrevi-
veram ao longo das gerações e se não preservadas
podem cair no esquecimento.
O artesanato tem sua origem em um
passado distante. Representante de uma sociedade
é produzido manualmente pelos membros que a
compõe, e ao tempo que se caracteriza como um
elemento cultural retrata aspecto da religião, do
cotidiano, da história. Sua gênese se deu a partir
da vivência social, na qual o homem sentindo
necessidades buscou transformar matérias-primas
- pedra, cerâmica, fibras - em objetos utilitários
para o seu dia-a-dia, melhorando a sua sobrevi-
vência.
Fazendo uso do passado e retrocedendo
alguns anos, percebe-se que no período caracte-
rizado como Pré-história, mas especificamente o
neolítico, o homem aperfeiçoou suas ferramentas
- líticas, por exemplo - e as mulheres faziam arte
nas cerâmicas. Os objetos produzidos nesse mo-
mento da história caracterizam-se como exemplos
de artesanato, hoje considerado rústico tendo em
vista os avanços técnicos.
O trabalho de artesão destacou-se na
Idade Média com a criação de Corporações de
Oficio, reunindo artesãos, que ensinavam - Mestre
- o ofício a aprendizes e produziam peças a serem
comercializadas. No entanto, com a Revolução In-
dustrial trazendo consigo inovações tecnológicas,
o surgimento das máquinas, podem-se produzir
bem mais em um espaço de tempo relativamente
curto, atendendo às necessidades de mercado.
Assim, o trabalho em artesanato dirigia-se a um
público menor.
O trabalho do artesão, geralmente, é
passado de geração a geração. Ou seja, são co-
nhecimentos técnicos passados informalmente
aos membros de uma família. O artesão detém
todas as técnicas de trabalho, desde os primei-
ros passos - com a seleção dos materiais a se-
rem utilizados - até a finalização com o produto
acabado. Geralmente, não tem uma estratificação
de tarefas, apenas uma pessoa produz um objeto
manualmente. Exceto quando em uma grande
encomenda na qual, bordadeiras se unem para
entregar o trabalho no prazo. Embora, se elabore
peças aparentemente iguais, o trabalho do artesão
será único a cada criação, terá que selecionar suas
Leonardo da P souza pacote da revista.indd Página espelhada 6 de 12 – Páginas(6, 19)Leonardo da P souza pacote da revista.indd Página espelhada 6 de 12 – Páginas(6, 19) 25/04/2014 12:07:2525/04/2014 12:07:25
7. 18 | SERGIPE cultura e turísmo
ocorre o seu trezenário. Os municípios de Araca-
ju, Itabaiana e Propriá são destaques. A celebração
inicia-se com a programação religiosa, na qual os
fiéis devotos manifestam os seus agradecimentos
e pedidos. Unem-se a isso as atrações musicais em
nível local e nacional.
Em Aracaju, a Colina do Santo Antônio
é o local festivo. Em Itabaiana, a Festa do Cami-
nhoneiro, dia 12, faz parte das comemorações. Há
procissão com os sons das buzinas e a condução
do santo pelas ruas da cidade, benção dos cami-
nhoneiros. Propriá assim como Itabaiana que tem
Santo Antônio como padroeiro, a animação con-
tagia a cidade. Os ritos tradicionais católicos são
marcados com missa, novena, procissão. Havendo
também aí a benção dos caminhoneiros e o po-
pular ‘forró do comércio’, que ocorre nos últimos
dias de festa.
A devoção a este santo perpassa pela
tradição popular de sê-lo casamenteiro. Assim, é
comum encontrar jovens solteiras ou solteironas
intercedendo a Santo Antônio por um namorado
ou marido. Quem nunca ouviu a história de colo-
car o santo de cabeça para baixo até arranjar um
namorado?! E dizem que dá certo.
Lembrando que o seu dia é 13 de junho antecedi-
do pelo dia dos namorados, 12. Uma relação que
possui sua interconexão. Fazendo parte da cultura
popular há costumes, práticas de adivinhação,
simpatias que estão presente no imaginário e na
crença dos fiéis. As quadrilhas, barracas juninas,
os shows com cantores da terra e em nível nacio-
nal complementam a programação das cidades
abençoadas pelo Santo Antônio.
Junho tem um clima e um sabor espe-
cial para os sergipanos. Em suas manifestações
denuncia aspectos da identidade desse povo. É
a micro história, as práticas do homem comum
adentrando a história e caracterizando-o. Nessas
comemorações juninas percebe-se a existência do
tradicional e do inovador. Como a manutenção de
crenças, costumes, ritmos antigos - o forró -, tra-
jes, preservados pelos mais velhos, e a transforma-
ção destes ou ressignificação por parte da geração
mais nova.
As festas acontecem movidas pela tradição
religiosa aos santos com a ritualística, fé, devoção
e, pelas atrações músicas - estas com maior peso
para os reconhecidos nacionalmente - que ale-
gram e motivam os mais jovens. Assim, esse tipo
de manifestação popular revela elementos do pen-
sar, ser e agir do homem sergipano denunciando a
dinâmica histórica de continuidades e rupturas.
SERGIPE cultura e turísmo | 7
a união mais constante
nós deverá congraçar,
sustentando a liberdade
de que queremos gozar.
O dia brilhante ...
Se vier danosa intriga
nossos lares habitar,
desfeitos os nossos gostos
tudo em flor há de murchar.
LOCALIZAÇÃO
Sergipe fica no leste da região Nordeste.
FRONTEIRAS
Leste = Oceano Atlântico.
DIVISAS
Noroeste = Alagoas; Sul = Bahia; Oeste = Bahia
ÁREA (km²)22.050,4.
RELEVO
Planície litorânea com várzeas, depressão
na maior parte do território.
RIOS PRINCIPAIS
São Francisco, Vaza-Barris, Sergipe, Real,
Piauí, Japaratuba.
VEGETAÇÃO
Mangues no litoral, faixa de floresta tropi-
cal e caatinga na maior parte do território.
CLIMA
Tropical atlântico no litoral e semiárido.
CIDADES MAIS POPULOSAS
Aracaju, Lagarto, Itabaiana, Estância.
HORA LOCAL (em relação a Brasília)
A mesma.
HABITANTE
Sergipano
CAPITAL
Aracaju, fundada em: 17/3/1855
HABITANTE DA CAPITAL
Aracajuano
A economia se baseia no extrativismo
(petróleo e gás natural), na agricultura (laranja,
cana-de-açúcar, coco) e na pecuária.
Em 1575, os jesuítas tentaram colonizar as terras
sergipanas, mas apenas em 1590 os indígenas
foram derrotados definitivamente por Cristóvão
de Barros, fundador do forte e do arraial de São
Cristóvão.
Entre 1637 e 1645, Sergipe esteve sob o
domínio dos holandeses, período no qual sua
economia foi bastante prejudicada. Com a recupe-
ração das terras pelos portugueses, desenvolveu-se
a cultura canavieira e a criação de gado.
Em 1820, tornou-se uma capitania au-
tônoma, desmembrada da Bahia. As plantações
de algodão passaram a ter importante papel na
economia deste período.
Em 1855, a capital foi transferida de São
Cristóvão para o arraial de Aracaju.
Na segunda metade do século 19, Tobias Barreto
e Sílvio Romero projetaram Sergipe no pano-
rama cultural do país. Na vida política, porém,
ocorreram revoltas causadas pela interferência do
governo central.Do litoral ao semiárido, Sergipe
apresenta diversos pontos turísticos, seja para
quem gosta de aventura, para aqueles que não
abrem mão do conhecimento histórico ou apenas
para quem quer relaxar à sombra de um coquei-
ro numa das belas praias do litoral sergipano. O
folclore local também é uma atração a ser viven-
ciada; é onde o turista perceberá o regaste e a
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8. 8 | SERGIPE cultura e turísmo
importância que o sergipano atribui às suas raízes.
“Serjipe”, que logo depois de ser desbravado foi
denominado Sergipe Del Rey, evolui, desde então,
mantendo o que há de mais precioso por aqui: a
sua história, suas belezas naturais e alegria de um
povo que não cansa de ser feliz e de acolher bem!
ARACAJU – CAPITAL DA QUA-
LIDADE DE VIDA
O menor estado brasileiro tem sua prin-
cipal cidade considerada a “capital da qualidade
de vida” do país. Rica em belezas naturais, cidade
aconchegante e repleta da alegria do seu povo
hospitaleiro, Aracaju é a expressão resumida do
que todo o Sergipe pode oferecer: muito praia, sol
e mar, além de encantadoras surpresas, capazes
de conquistar todos aqueles que têm a oportu-
nidade de conhecer este pedaço do nordeste. A
tranquilidade aracajuana contrasta com as linhas
planejadas de uma cidade moderna com lugares
fascinantes, que enchem os olhos com suas bele-
zas naturais e sua riqueza histórica.
PONTOS TURÍSTICOS EM ARACAJU E OU-
TROS MUNICPIOS
Aqui você vai encontrar os mercados An-
tônio Franco (1926) e o Thales Ferraz (1949), ago-
ra reformados. Um excelente complexo de cultura,
história e também um ótimo local de compras de
artesanato e comidas típicas.
Calçadão da Rua João Pessoa
Localizado a 200 dos mercados é um excelente
complemento para esse passeio onde encontramos
o centro da nossa capital. Diversos bancos, lojas,
restaurantes, casas lotéricas e os mais variados
segmentos comerciais onde você poderá também
caminhar no calçadão da rua de Laranjeiras.
Praça Fausto Cardoso
É onde verdadeiramente começa o calça-
dão da rua João Pessoa, também conhecida como
Praça do Palácio ou Praça dos Três Poderes, é
onde está a antiga sede do Governo Estadual.
Ponte do Imperador
Situada bem à frente da praça Fausto Car-
doso é um marco na história da cidade, fundada
em 11 de Janeiro de 1860, durante muitos anos
serviu de ancoradouro para embarque de passa-
geiros e mercadorias. Hoje é sede do Museu de
Rua.
Centro de Turismo e Artesanato
Com uma arquitetura ligada ao ecletismo, o pré-
dio abriga hoje o Museu do Artesanato e também
o Bureau de Informações Turísticas.
Calçadão 13 de Julho
Localizado na zona nobre de Aracaju, o calçadão
do bairro 13 de Julho é uma das melhores opções
para quem quer caminhar e sentir a brisa do rio
Sergipe se encontrando com o mar. O complexo
do calçadão ainda conta com pista para cooper,
parque infantil, quadras de esportes, mirante e
quiosques.
Passarela do Caranguejo
O point mais alto astral e badalado de Aracaju,
localizado na praia de Atalaia, abriga os melhores
bares da cidade. Música ao vivo, água de coco,
cerveja gelada, petiscos saborosos, caranguejo e
muita gente bonita te esperam para curtir a noite
sergipana na beira da praia.
Parque da Cidade
Recentemente reformado, o Parque da
Cidade volta a ser novamente uma opção de lazer
e diversão para a família sergipana e o turista que
visita Aracaju. O parque oferece quadras esporti-
vas, pista para caminhadas e ciclismo, zoológico,
lanchonete e restaurante. Destaque para o teleféri-
co que percorre o parque de ponta a ponta.
SERGIPE cultura e turísmo | 17
FESTEJOS JUNINOS EM SER-
GIPE
As festas juninas no Brasil são aguardadas an-
siosamente. Em junho são celebrados os dias de
Santo Antônio, São João e São Pedro. As comemo-
rações têm suas raízes na colonização portuguesa
e com a formação do povo brasileiro foram assi-
miladas e resinificadas. São religiosas e populares.
Contam com o apoio da Igreja que introduziu e
conduz o culto a estes santos e contemplam as
crendices populares.
No estado de Sergipe o mês de junho é
pura tradição. Da capital ao interior, impera nas
cidades o clima junino com as bandeirinhas enfei-
tando as ruas e os estabelecimentos comerciais, o
forte sabor das comidas de milho, as quadrilhas,
a fogueira, o barulho dos fogos, os forrós. Um
repleto balaio de elementos que caracterizam esse
momento. Diante dessa efervescência Sergipe
ficou conhecido como “país do forró”. Embora, as
tradições do mês de junho se estendam ao Nor-
deste.
A alegria e as programações vão do pri-
meiro ao último dia deste mês. Santo Antônio
dá início às comemorações. Do dia 1º ao dia 13
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9. 16 | SERGIPE cultura e turísmo
Outro ponto forte da culinária sergipa-
na são os sucos de frutas nativas, dentre essas,
a mangaba e o caju, presentes em quase todo o
estado. Além dessas, vale a pena provar o umbu,
manjelão, murici, jabuticaba, cajá, pitanga, pitom-
ba, carambola, acerola, ubáia etc. Todos de exce-
lente sabor e que formam um mosaico de cores
e gostos. As tradicionais frutas tropicais também
agradam o paladar de qualquer visitante, como o
abacaxi, maracujá, melão, limão, goiaba, graviola,
jenipapo, manga, pinha e melancia.
Dentre os produtos de origem animal,
além de estar presente em todo o Nordeste, em
Sergipe a carne de sol recebe uma importante
parceira que é o pirão de leite. A especialidade
fica por conta do município de Cedro de São João,
anfitriã em servir o delicioso prato. E por falar em
pirão, o melhor mesmo é provar a sua diversidade:
pirão de capão, pirão de pitu, pirão da buchada de
bode e os já citados, pirão de guaiamum e pirão
de leite.
Pelas ruas de algumas cidades é comum
escutar os pregões (cantos dos vendedores ambu-
lantes) anunciando “sarôio, beiju molhado, mal-
casado e pé-de-moleque!”. Essas comidas fazem
parte da herança da culinária indígena e africana e
são vendidas nas ruas. Seu principal ingrediente é
a macaxeira.
Na época das festividades do Ciclo Junino
pode – se encontrar comidas que estão ligadas di-
retamente à colheita do milho. Canjica, mungun-
zá, bolo de milho, pamonha, cuscuz e o próprio
milho verde assado ou cozido. O município de
Carira, no semi-árido sergipano desponta como
forte produtor de milho.
SERGIPE cultura e turísmo | 9
Orla do Bairro Industrial
Próximo ao Calçadão e ao lado dos mer-
cados centrais, é outro ponto da cidade que foi re-
centemente revitalizado com bares e restaurantes.
Atualmente foi contemplado com uma bela vista
que abrange a ponte Aracaju – Barra, inaugurada
há pouco mais de 2 anos. Destaque ainda para
o novo mirante, que possibilita uma visão mais
ampla do local.
Oceanário
O Oceanário de Aracaju apresenta em sua estru-
tura diversos aquários contendo exemplares da
vida marinha presentes no litoral do nosso país.
O principal destaque fica por conta das tartarugas
marinhas do Projeto Tamar. O complexo ainda
ressalta as ideias de preservação ambiental e a
aproximação com as espécies marinhas.
Parque da Sementeira
Este belo parque passou por uma recente revita-
lização, proporcionando assim maior conforto e
segurança para esportistas que fazem caminhadas
e ciclismo.
Ponte do Imperador Parque da Cidade
Passarela do Caranguejo
Av. 13 de Julho
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10. 10 | SERGIPE cultura e turísmo
FOLCLORE SERGIPANO
Sergipe guarda em sua história e tradição
muito das culturas portuguesa e negra e um dos
mais ricos folclores do Brasil. São inúmeras as ma-
nifestações culturais que nos remetem ao passado
e garantem, no presente, uma permanente intera-
ção entre as mais diversas comunidades responsá-
veis pela continuidade do nosso folclore. A seguir,
você fará uma viagem pelo que há de mais belo na
cultura popular sergipana.
GRUPOS FOLCLÓRICOS
Cacumbi
Não se sabe ao certo a origem do Cacumbi,
acredita-se que é uma variação de outros autos
e bailados como Congada, Guerreiro, Reisado e
Cucumbi.
O grupo apresenta-se na Procissão de Bom Jesus
dos Navegantes e no Dia de Reis, quando a dança
é realizada em homenagem a São Benedito e Nos-
sa Senhora do Rosário. Pela manhã, os integrantes
do grupo assistem à missa na igreja, onde cantam
e dançam em homenagem aos santos padroeiros.
Depois das louvações, o grupo sai às ruas cantan-
do músicas profanas e, à tarde, acompanham a
procissão pelas ruas da cidade.
Seus personagens são o Mestre, o Contra-Mestre
e os dançadores e cantadores; o grupo é compos-
to exclusivamente por homens. Os componentes
vestem calça branca, camisa amarela e chapéus
enfeitados com fitas, espelhos e laços. Só o Mestre
e o Contra-Mestre usam camisas azuis. O ritmo é
forte, o som marcante e o apito coordena a mu-
dança dos passos. Os instrumentos que acom-
panham o grupo são: cuíca, pandeiro, reco-reco,
caixa e ganzá.
Em Sergipe, o Cacumbi é encontrado nos municí-
pios de Lagarto, Japaratuba, Riachuelo e Laranjei-
ras.
Dança de Reisado
SERGIPE cultura e turísmo | 15
GASTRONOMIA SERGIPANA
Preparada com temperos que diversificam
seu sabor, a culinária sergipana é uma das mais
ricas em variações de todo país.
Na culinária sergipana há sabores que fa-
zem a diferença por sua especificidade na gastro-
nomia brasileira. Um belo espetáculo de gostos,
cheiros e cores aguçam os sentidos dos sergipanos
e do turista.
Dentre suas diversas especialidades es-
tão as comidas ligadas à vida litorânea, aos rios e
estuários que cortam o território sergipano, que
cultiva o hábito de consumir caranguejo ao molho
vinagrete, sobretudo das cidades praieiras ou
ligadas a manguezais. O guaiamum, outra espécie
também extraída dos mangues, pode ser servido
com um delicioso pirão e divide com o carangue-
jo a opinião dos degustadores quanto ao melhor
petisco.
Na ‘Passarela do Caranguejo’ ou em outros
locais da Orla e da cidade de Aracaju, são servidas
as casquinhas de siri recheadas com a própria car-
ne do crustáceo e os caldinhos de sururu, ostra e
camarão. Nas praias do Abaís e do Saco é possível
encontrar a saborosa moqueca de siri na palha de
adicuri (ou ouricuri). A culinária à base de frutos
do mar recebe o reforço dos peixes de água doce,
considerando a proximidade do Rio São Francis-
co, o que facilita esta comercialização.
Entre a vasta relação de ingredientes que
dão sabor à culinária sergipana, o coco é sem dú-
vida um dos mais utilizados nos diversos pratos.
Com presença marcante na paisagem litorânea,
os coqueirais dão base de sustentação à economia
sergipana. Desde as raízes – utilizadas como chá,
servem de remédio caseiro contra o amarelão - às
folhas, tronco e casca, o coco pode ser utilizado.
A água e a carne do fruto são bastante apreciadas.
Além disso, o coco é o principal ingrediente da
queijada, doce encontrado em Sergipe com um
sabor inconfundível.
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11. 14 | SERGIPE cultura e turísmo
Dança realizada em homenagem aos
padroeiros dos negros, São Benedito e N. Sra. do
Rosário. Composto exclusivamente por homens,
o Cacumbi traça uma perfeita arrumação de seus
componentes no contorno e no ritmo.
A festa é rítmica, o som é marcante e o apito coor-
dena a mudança dos passos. Chapéus enfeitados
por fitas e espelhos, cores vivas e muita alegria
marcam o espetáculo.
Zabumba
Zabumba é o nome popular do “bombo”,
um instrumento de percussão. O termo, tam-
bém, é usado para denominar o conjunto musical
composta por quatro integrantes, todos do sexo
masculino, conhecido como “Banda de Pífanos”.
Em Sergipe, as apresentações da Zabumba aconte-
cem em rituais de pagamento de promessas, datas
comemorativas, festas religiosas e festivais de
cultura popular.
SERGIPE cultura e turísmo | 11
Cangaceiros
Em 1960, Azulão, um dos homens de
Lampião, formou um grupo composto de 17 ho-
mens e 2 mulheres (representando Maria Bonita
e Dadá), vestidos de cangaceiros e, com eles saiu
cantando e dançando em ritmo de forró pelas ruas
de Lagarto; costume vivo até hoje, revivendo as
estórias e histórias de Lampião cantadas e decan-
tadas em prosa e verso.
O grupo tem como indumentária chapéus
de couro enfeitados, camisas de mangas longas
com divisas nos ombros, jabiracas coloridas ou
lenço no pescoço, cartucheiras, espingardas e san-
dálias de couro grosso.
Em Sergipe, a manifestação permanece
viva nos municípios de Lagarto e Própria.
Chegança
Dança que representa em sua evolução
a luta dos cristãos pelo batismo dos Mouros. A
apresentação sempre acontece na porta de igrejas,
onde uma embarcação de madeira é montada para
o desenvolvimento das jornadas.
A predominância é do azul e do branco. O
padre, o rei e os Mouros (personagens da Che-
gança), utilizam outras tonalidades. O pandeiro
é o principal instrumento de acompanhamento,
eles utilizam também apitos e espadas. Bastante
teatral, a apresentação completa da Chegança
demora, geralmente, 60 minutos.
A influência do Samba em Sergipe
O samba é um gênero musical e tipo de
dança popular brasileira cuja origem remonta à
África. Os negros escravos que chegaram a Sergi-
pe no início do século 17 trouxeram uma baga-
gem cultural muita significativa, com ritmos e
cânticos que aos poucos foram sendo assimilados
pelos portugueses e brasileiros. Essa mistura de
culturas produziu um tipo de samba, marcado por
batidas suaves e sincopadas.
Sergipe é responsável pela absorção do
samba em outras manifestações folclóricas, exis-
tentes até hoje. Em várias partes do Estado, mas
principalmente no Litoral Sul, grupos folclóricos
como Batucada, Samba de Coco e Pisa Pólvora,
são exemplos vivos da raiz mais pura do Samba.
Guerreiro
Auto natalino, que carrega marcas do
Reisado. Sobre as origens conta a lenda popular
que uma rainha, em um passeio acompanhada de
sua criada de nome Lira e dos guardas (Vassalos),
conhece a apaixona-se por um índio chamado
Peri. Para não ser denunciada, manda matar Lira.
Mesmo assim, o rei toma conhecimento do fato e,
na luta contra o índio Peri, morre.
A dança é composta de jornadas - uma
sequência de cantos e danças -, que são apre-
sentadas de acordo com os personagens de cada
grupo, sendo um dos pontos culminantes a luta
de espadas, travada entre o Mestre e o índio Peri.
Os principais personagens do Guerreiro, além do
Mestre – que comanda as apresentações -, e do
índio Peri, são: o Embaixador, a Rainha, Lira, o
Palhaço e os Vassalos.
Os instrumentos que acompanham o
grupo são sanfona, pandeiro, triângulo e tambor.
Destacam-se os trajes coloridos e ricamente enfei-
tados.
Lambe Sujo e Caboclinho
São dois grupos folclóricos unidos num
folguedo que se baseia no episódio da destrui-
ção dos quilombos. O grupo dos Lambe-Sujos
é formado por meninos e homens totalmente
pintados de preto, usando uma mistura de tinta
preta e melaço de cana-de-açúcar para ficar com
a pele brilhosa. Eles usam short e um gorro de
flanela vermelha. Nas mãos, uma foice, símbolo de
luta pela liberdade. Fazem parte do grupo o Rei”,
a Rainha e a “Mãe Suzana”, representando uma
escrava negra.
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12. 12 | SERGIPE cultura e turísmo
Após uma alvorada festiva, os Lambe-Su-
jos saem às ruas, acompanhados por pandeiros,
cuícas, reco-recos e tamborins, roubando diversos
objetos de pessoas da comunidade que são guar-
dados no “mocambo”, armado em praça pública.
A devolução dos objetos é feita mediante contri-
buição em dinheiro pelo proprietário do objeto
roubado.
Junto com os Lambe-Sujos se apresentam
os Caboclinhos, que pintam o corpo de roxo-terra
e usam indumentária indígena: enfeites de penas,
cocar e flecha nas mãos.
A brincadeira consiste na captura a rainha
dos Caboclinhos pelos Lambe-Sujos, que fica apri-
sionada. À tarde, há a tradicional “batalha” pela
libertação da rainha, da qual os Caboclinhos saem
vitoriosos.
O grupo musical que acompanha o fol-
guedo é composto por ganzás, pandeiros, cuícas,
tambores e reco-recos.
Hoje, a “Festa de Lambe-Sujo”, como é
conhecida, tornou-se uma das mais importantes
da cidade de Laranjeiras, acontecendo sempre no
segundo domingo de outubro.
Maracatu
O Maracatu originou-se da coroação dos
Reis do Congo. Não sendo propriamente um auto,
não tem um enredo ordenado para sua exibição.
Integram ao cortejo real, lembrança da célebre rai-
nha africana Ginga de Matamba, o Rei, a Rainha,
o Príncipe e a Princesa, Ministros, Conselheiros,
Vassalos, Lanceiros, a Porta-bandeira, Soldados,
Baianas e tocadores. E as “Calungas”, bonecos re-
presentando Oxum e Xangô. Em geral o cortejo é
formado por integrantes negros. Vestidos de cores
extravagantes, os participantes do cortejo seguem
pelas ruas da cidade cantando e saracoteando,
entre umbigadas, cumprimentos e marchas. Não
existe uma coreografia especial.
Algumas das cantigas são proferidas numa
presumível língua africana, tambor, chocalho e
gonguê são os instrumentos musicais que acom-
panham o cortejo.
Tendo o Maracatu perdido a tradição
sagrada, hoje, é considerado um grupo carnava-
lesco, de brincadeira s de rua, que, em Sergipe,
é encontrado nos municípios de Brejo Grande e
Japaratuba.
Parafusos
Conta-se que no tempo da escravidão,
os escravos negros fugitivos saíram à noite para
roubar as anáguas das sinhazinhas deixadas no
quaradouro. Cobrindo todo corpo até o pescoço,
sobrepondo peça por peça, nas noites de lua cheia
saíram pelas ruas dando pulos e rodopiando em
busca da liberdade. A superstição da época con-
tribuiu para que os senhores ficavam apavorados
com tal assombração - acreditando em almas sem
cabeça e outras visagens - e não ousavam sair de
casa.
Após a libertação, os negros saíram pelas ruas
vestidos do jeito como faziam para fugir dos seus
donos. Nasceram assim os parafusos.
Trajando uma sequência de anáguas, cantarolan-
do, pulando em movimentos torcidos e retorcidos,
um grupo exclusivamente de homens – repre-
sentando os escravos negros – formam o grupo
folclórico “Parafuso” da cidade de Lagarto.
Os instrumentos que acompanham o grupo são
triângulo, acordeom e bombo.
Reisado
O Reisado, de origem ibérica, se instalou
em Sergipe no período colonial. É uma dança do
período natalino em comemoração do nascimen-
to do menino Jesus e em homenagem dos Reis
Magos. Antigamente era dançado às vésperas do
Dia de Reis, estendendo-se até fevereiro para o
ritual do “enterro do boi”. Atualmente, o Reisado é
dançado, também, em outros eventos e em qual-
quer época do ano.
A cantoria começa com o deslocamento
SERGIPE cultura e turísmo | 13
do grupo para um local previamente determi-
nado, onde é cantado “O Benedito”, em louvor
a Deus, para que a brincadeira seja abençoada e
autorizada. A partir daí, começam as “jornadas”.
O enredo é formado pelos mais diversos motivos:
amor, guerra, religião, história local, etc., apresen-
tado em tom satírico e humorístico, originando
um clima de brincadeira.
O Reisado é formado por dois cordões que
disputam a simpatia da plateia e são liderados pe-
las personagens centrais: o “Caboclo” ou “Mateus”
e a “Dona Deusa” ou “Dona do Baile”. Também
se destaca a figura do “Boi”, cuja aparição repre-
senta o ponto alto da dança. Os instrumentos que
acompanham o grupo são violão, sanfona, pandei-
ro, zabumba, triângulo e ganzá.
O Reisado tem como característica o uso
de trajes de cores fortes e chapéus ricamente enfei-
tados com fitas coloridas e espelhinhos.
São Gonçalo
Dança em homenagem a São Gonçalo do
Amarante, que segundo a lenda, teria sido um
marinheiro que tirou muitas mulheres da prosti-
tuição, através da música alegre que fazia com a
viola. A dança é acompanhada por violões, pules
(instrumentos feitos de bambu), e caixa. A caixa
é tocada pelo “patrão” - homem vestido de mari-
nheiro, como alusão a São Gonçalo do Amarante.
O grupo dança em festas religiosas e pagamento
de promessas. É composto em sua maioria por
trabalhadores rurais, que se vestem de mulher,
representando as prostitutas. Um dos grupos mais
apreciados pela singeleza da dança e da música.
Apesar de louvar um Santo católico, a
dança lembra movimentos de rituais afro. Mais
uma vez isso fica comprovado também na letra
das músicas. Um dos versos mais conhecidos do
São Gonçalo diz: “Vosso reis pediu uma dança, é
de ponta de pé, é de ‘calcanhar’. Onde mora vosso
reis de Congo...”
Os movimentos muito sensuais parecem
mais um jogo de conquista, já que os dançadores
representam prostitutas que São Gonçalo recupe-
rou através da dança. Não é à toa que os homens
se vestem com saias, fitas coloridas e colares. Tudo
isso serve para simbolizar as prostitutas.
A religiosidade do grupo é visível. Assim
que começa a brincadeira eles fazem o sinal da
cruz. Quando termina também. Para acompanhar
o gesto, os brincantes cantam: “Nas horas de Deus
amém. Padre, Filho, Espírito Santo. Essa primeira
cantiga que pra São Gonçalo eu canto”.
São Gonçalo morreu em 1262 e foi cano-
nizado somente em 1561. O rei de Portugal Dom
João III, um grande devoto, foi um dos primeiros
a empenhar-se para a beatificação do Santo em
Roma. Em Portugal a sua festa é realizada em
Amarante, no dia 7 de Junho.
Taieira
Grupo de forte característica religiosa
tendo por objetivo a louvação a São Benedito e
a Nossa Sra. do Rosário, ambos padroeiros dos
negros no Brasil. É da imagem dessa santa que se
retira a coroa para colocar na cabeça da “Rainhas
das Taieiras” ou “Rainha do Congo”. Durante a
missa na Igreja de São Benedito, em Laranjeiras,
as Taieiras, grupo de influência afro, participa
efetivamente do ritual cristão numa demonstração
clara do sincretismo religiosos entre a Igreja Ca-
tólica e os rituais afro-brasileiros. O momento da
coroação é o ápice da festa que se realiza sempre
no dia 06 de janeiro, nessa igreja.
Tocando quexerés (instrumentos de
percussão) e tambores, as Taieiras, trajando blusa
vermelha cortada por fitas e saia branca, seguem
pelas ruas cantando cantigas religiosas ou não.
Este evento é definido como uma das mais claras
demonstrações de sincretismo, com santos e rai-
nhas, procissões e danças misturados num mesmo
momento de celebração.
Cacumbi
Lambe sujo e caboclinho
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