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Francisco Ayrton de Aguiar
José Anastácio de Sousa Aguiar

Família Aguiar
7 Séculos de História

2005
Colaboração
Zildene de Oliveira Aguiar
Antônio Thomáz Neto
Revisão
Sérgio Roberto Nunes Freire
Editoração e Capa
Juscelino Guilherme
Contato com os autores
ayraguia@globo.com
tacio111@hotmail.com
Impressão

Ficha Catalográfica
A282f

Aguiar, Francisco Ayrton de.
Família Aguiar : 7 séculos de história / Francisco
Ayrton de Aguiar, José Anastácio de Sousa Aguiar.
- Fortaleza : Gráfica LCR, 2005.
266 p.
ISBN 9 788590 507314
1. Família Aguiar - História 2. Genealogia I. Aguiar,
José Anastácio de Sousa II. Título
CDD 929
“A todos os nossos ascendentes e descendentes do clã Aguiar
já identificados nesta obra ou aqueles ainda não catalogados por
escassez de dados históricos escondidos na noite dos tempos.
Que nossos descendentes complementem esta árvore genealógica,
em benefício do conhecimento humano. Conhecendo seu
passado o homem descobre os caminhos do seu futuro.”
Francisco Ayrton de Aguiar

“À nossa família, a todos aqueles que se interessem pelo
tema e à minha querida esposa Soraya Aguiar, pela existência tão
doce.”
José Anastácio de Sousa Aguiar
Sumário
Apresentação ................................................................................................. 15
Prefácio ........................................................................................................... 27
Capítulo I – A Família Aguiar – Origem e Brasão .................................... 33
· o Aguiar mais remoto identificado ............................................................ 33
· os Bandeira, Ximenes, Oliveira, Melo, Montenegro e Aragão ..................... 35
· ascendência judaica – Abraham Senior ....................................................39
· a expulsão da Espanha – a rainha fala por Deus ......................................41
Capítulo II – O casal Branca Dias e Diogo Fernandes .............................43
· a conveniência religiosa .............................................................................. 44
· gente da nação ..............................................................................................44
· a inquisição .................................................................................................. 46
· Branca Dias ...................................................................................................47
· a conveniência histórica .............................................................................50
Capítulo III – De Branca Dias a Manoel Carrasco ................................... 53
· Arnal Van Holand – nobre ou plebeu? .....................................................53
· Brites Mendes de Vasconcelos – princesa ou plebéia? .............................56
· os descendentes de Maria de Paiva ............................................................ 57
· as 7 irmãs ....................................................................................................... 59
· família Carrasco – destino: Ceará ............................................................... 63
Capítulo IV – De Manoel Carrasco a Miguel Domingos Aguiar ..............65
· os 3 Nicácios ................................................................................................. 67
· Nicácio Vaz de Aguiar Oliveira e Micaela de Sá Oliveira .......................67
· Narciso Lopes de Aguiar e Maria Quitéria de Araújo .............................69
· Gabriel Arcanjo de Aguiar e Domiciana Teresa de Jesus ......................... 70
· Vicente Lopes de Aguiar e Florência Maria da Conceição ......................71
· Miguel Domingos Aguiar e suas três esposas ...........................................73
· Miguel Domingos Aguiar e Maria da Penha. ...........................................73
· os Aguiar Pecado ..........................................................................................74
· o elo perdido ................................................................................................74
· Miguel Domingos de Aguiar e Ana Emília de Sousa Aguiar ..................76
· vida de retirante ...........................................................................................78
· José Ayres de Souza ......................................................................................79
Capítulo V – José Salustiano Aguiar e Maria dos Reis Aguiar ....................... 81
· os descendentes de José Salustiano Aguiar e Maria dos Reis Aguiar .....82
· primeira geração ..........................................................................................82
os descendentes de Ana Umbilina Aguiar Silveira e
João Emídio de Maria da Silveira ...............................................................84
· segunda geração ..........................................................................................84
· os descendentes de Antônio Salustiano Aguiar e
Águida Ximenes Farias Aguiar ...................................................................85
· segunda geração ..........................................................................................85
· os descendentes de João Salustiano de Aguiar e
Maria da Penha Silveira Aguiar .................................................................87
· segunda geração ..........................................................................................87
· terceira geração ............................................................................................87
· os descendentes de José Salustiano de Aguiar Filho e
Ana Maria Ximenes Aguiar ........................................................................88
· segunda geração ..........................................................................................89
· terceira geração ............................................................................................89
· os descendentes de Francisco Salustiano de Aguiar e
Ana Rodrigues Aguiar ................................................................................89
· segunda geração ..........................................................................................89
· terceira geração ............................................................................................90
· os descendentes de Francisco Assis Salustiano Aguiar e
Zilda de Oliveira Aguiar ............................................................................92
· segunda geração ..........................................................................................92
· terceira geração ............................................................................................93
· quarta geração ..............................................................................................96
· quinta geração ............................................................................................ 100
· os descendentes de Maria Nazaré Aguiar e João Nogueira Borges ...... 100
· segunda geração ........................................................................................ 100
· terceira geração .......................................................................................... 101
· quarta geração ............................................................................................ 102
· os descendentes de João Batista Salustiano Aguiar e
Iraci Barreto Aguiar ................................................................................... 102
· segunda geração ........................................................................................ 103
· terceira geração .......................................................................................... 103
· quarta geração ............................................................................................ 104
· os descendentes de Gerardo Salustiano de Aguiar e
Teresinha Nogueira Aguiar ...................................................................... 105
· segunda geração ........................................................................................ 105
· terceira geração .......................................................................................... 106
· quarta geração ............................................................................................ 109
·

Capítulo VI – Maria do Carmo Aguiar e Vicente Emidio da Silveira ............... 111
· os descendentes de Maria do Carmo Aguiar e
Vicente Emidio da Silveira ....................................................................... 111
· primeira geração ........................................................................................ 111
· os descendentes de Francisco Chagas Silveira e Maria Alzira .............. 112
· segunda geração ........................................................................................ 112
· terceira geração .......................................................................................... 117
Capítulo VII – Vicente Aguiar Souza e
Maria Frederico Andrade Aguiar ................................... 119
· os descendentes de Vicente Aguiar Souza e
Maria Frederico Andrade de Aguiar ....................................................... 120
· primeira geração ........................................................................................ 120
· os descendentes de José Maria Aguiar e
Maria Alidéia Lima Aguiar....................................................................... 121
· segunda geração ........................................................................................ 121
· os descendentes de Maria José Aguiar Queiroz e
João Lins Queiroz ...................................................................................... 122
· segunda geração ........................................................................................ 122
· terceira geração .......................................................................................... 122
· quarta geração ............................................................................................ 124
· quinta geração ............................................................................................ 125
· os descendentes de Maria Aura Aguiar Luz e Wilson Luz .................... 126
· segunda geração ........................................................................................ 126
· terceira geração .......................................................................................... 126
· os descendentes de Maria Consuelo Aguiar Albuquerque e
Eduardo Aragão Albuquerque ................................................................. 126
· segunda geração ........................................................................................ 127
· terceira geração .......................................................................................... 127
· quarta geração ............................................................................................ 128
· os descendentes de Miguel Frederico de Aguiar e Maria Dalva .......... 129
· segunda geração ........................................................................................ 129
· terceira geração .......................................................................................... 129
· os descendentes de Maria Helena Aguiar Dias e
Honório Soares Dias .................................................................................. 129
· segunda geração ........................................................................................ 129
· terceira geração .......................................................................................... 130
· quarta geração ............................................................................................ 131
· os descendentes de Francisco Frederico de Aguiar e
Maria do Carmo Melo ............................................................................... 131
· segunda geração ........................................................................................ 131
· terceira geração .......................................................................................... 132
· quarta geração ............................................................................................ 132
· os descendentes de Antônio Frederico D’Aguiar Souza e
Francisca Anites Coutinho ....................................................................... 133
· segunda geração ........................................................................................ 133
· terceira geração .......................................................................................... 133
· os descendentes de Terezinha de Jesus Aguiar dos Santos e
Antônio Custódio dos Santos Filho ........................................................ 134
· segunda geração ........................................................................................ 134
· terceira geração .......................................................................................... 134
· os descendentes de Margarida Maria Aguiar Simões e
Alaor Nogueira Simões ............................................................................. 134
·
·

segunda geração ........................................................................................ 134
terceira geração .......................................................................................... 135

Capítulo VIII – Emília Cândido Aguiar e
Miguel Francisco da Silveira ......................................... 137
· os descendentes de Emília Cândido Aguiar e
Miguel Francisco da Silveira .................................................................... 138
· primeira geração ........................................................................................ 138
· a descendente de Antônio Eustáquio Silveira e
Maria Ima Silveira ...................................................................................... 139
· segunda geração ........................................................................................ 139
· os descendentes de Ana Graciema Silveira Costa e
Benjamin Cordeiro ................................................................................... 140
· segunda geração ........................................................................................ 140
· terceira geração .......................................................................................... 141
· os descendentes de Francisco Anastácio Aguiar Silveira e
Maria Regina Dantas Aguiar .................................................................... 144
· segunda geração ........................................................................................ 145
· terceira geração .......................................................................................... 145
· os descendentes de José Maria Aguiar Silveira e
Maria Guiomar Ferreira Aguiar ............................................................... 146
· segunda geração ........................................................................................ 146
· terceira geração .......................................................................................... 146
Capítulo IX – José Anastácio de Sousa Aguiar e
Ana Ely Ponte de Sousa Aguiar ........................................ 147
· os descendentes de José Anastácio de Sousa Aguiar e
Ana Ely Ponte de Sousa Aguiar ................................................................ 149
· primeira geração ........................................................................................ 149
· os descendentes de José Anastácio de Sousa Aguiar Filho e
Jupira Demétrio de Sousa Aguiar ............................................................ 150
· segunda geração ........................................................................................ 150
· terceira geração .......................................................................................... 150
· quarta geração ............................................................................................ 151
· os descendentes de Lúcio Flávio de Sousa Aguiar e
Maria Elisabete Castro de Sousa Aguiar ................................................. 153
· segunda geração ........................................................................................ 153
· terceira geração .......................................................................................... 154
Capítulo X – Maria José de Sousa Aguiar e
Francisco das Chagas Aguiar .............................................. 157
· os descendentes de Maria José de Sousa Aguiar e
Francisco das Chagas Aguiar .................................................................... 157
· primeira geração ........................................................................................ 157
os descendentes de Sebastião Fernandes de Aguiar e
Maria José Filizola Aguiar ......................................................................... 158
· segunda geração ........................................................................................ 158
· terceira geração .......................................................................................... 158
·

Capítulo XI – João de Sousa Aguiar e
Francisca de Oliveira Aguiar ............................................. 161
· os descendentes de João de Sousa Aguiar e
Francisca Clara de Oliveira Santiago ....................................................... 162
· primeira geração ........................................................................................ 162
· os descendentes de Zilda de Oliveira Aguiar e
Francisco Assis Salustiano Aguiar ........................................................... 164
· os descendentes de Edson de Sousa Aguiar e
Mariêta Machado Aguiar .......................................................................... 164
· segunda geração ........................................................................................ 164
· terceira geração .......................................................................................... 165
· quarta geração ............................................................................................ 169
· os descendentes de Evaldo da Silva Aguiar e Irani Souza .................... 169
· segunda geração ........................................................................................ 169
· terceira geração .......................................................................................... 170
· os descendentes de Edmilson de Oliveira Aguiar e
Rita Adaíse Rios ......................................................................................... 170
· segunda geração ........................................................................................ 170
· terceira geração .......................................................................................... 171
· quarta geração ............................................................................................ 173
· os descendentes de João Edil de Oliveira Aguiar e
Adalgisa Nóbrega Aguiar. ......................................................................... 175
· segunda geração ........................................................................................ 175
· terceira geração .......................................................................................... 175
· os descendentes de Maria Zulena de Oliveira Aguiar e
José Alencar Vidal ...................................................................................... 176
· segunda geração ........................................................................................ 176
· terceira geração .......................................................................................... 177
· os descendentes de José Eldo de Oliveira Aguiar e
Maria Livete Santos ................................................................................... 179
· segunda geração ........................................................................................ 179
· terceira geração .......................................................................................... 180
· quarta geração ............................................................................................ 181
· os descendentes de Francisca Zildene de Oliveira Aguiar e
Antônio Barbosa Lima ............................................................................... 181
· segunda geração ........................................................................................ 182
· terceira geração .......................................................................................... 182
· quarta geração ............................................................................................ 185
· os descendentes de Francisco Edmar de Oliveira Aguiar e
Maria Adelaide Rodrigues Aguiar .......................................................... 185
segunda geração ........................................................................................ 185
terceira geração .......................................................................................... 186
· quarta geração ............................................................................................ 187
· os descendentes de Zélia de Oliveira Aguiar e
Edielson Veríssimo Pinheiro .................................................................... 187
· segunda geração ........................................................................................ 188
· terceira geração .......................................................................................... 188
·
·

Capítulo XII – Antônio de Sousa Aguiar e
Ana Jessé de Araújo Aguiar ............................................ 191
· os descendentes de Antônio de Sousa Aguiar e
Ana Jessé de Araújo Aguiar ....................................................................... 192
· primeira geração ........................................................................................ 192
· os descendentes de Francisco Nilciton Aguiar e
Maria Laís Costa Aguiar ........................................................................... 194
· segunda geração ........................................................................................ 194
· terceira geração .......................................................................................... 195
· quarta geração ............................................................................................ 198
· os descendentes de Ana Neide Aguiar Matos e
Sandoval de Sousa Matos ......................................................................... 199
· segunda geração ........................................................................................ 199
· terceira geração .......................................................................................... 200
· os descendentes de Paulo Araújo Aguiar e
Kafa Chamum Aguiar ................................................................................ 201
· segunda geração ........................................................................................ 201
· terceira geração .......................................................................................... 202
· os descendentes de José Araújo Aguiar e
Maria Elisabeth de Araújo Aguiar ........................................................... 202
· segunda geração ........................................................................................ 202
· terceira geração .......................................................................................... 202
· quarta geração ............................................................................................ 203
· os descendentes de Annita Araújo Aguiar e Enio Tourasse .................. 203
· segunda geração ........................................................................................ 203
· terceira geração .......................................................................................... 203
· os descendentes de José Nilton Aguiar e
Silvana Moura de Carvalho ...................................................................... 204
· segunda geração ........................................................................................ 204
· terceira geração .......................................................................................... 204
· os descendentes de Francisco Ayrton de Aguiar e
Volite Pires Mendes ................................................................................... 205
· segunda geração ........................................................................................ 205
· terceira geração .......................................................................................... 206
· os descendentes de José Milton Aguiar e
Maria Nícia Carvalho Aguiar ................................................................... 206
·
·

segunda geração ........................................................................................ 206
terceira geração .......................................................................................... 207

Capítulo XIII – Antônio Lopes do Espírito Santo .................................. 209
· os descendentes de Antônio Lopes do Espírito Santo e
Maria Joaquina ........................................................................................... 209
· primeira geração ........................................................................................ 209
· os descendentes de Antônio Lopes do Espírito Santo e
Maria dos Anjos ......................................................................................... 210
· primeira geração ........................................................................................ 210
· os descendentes de José Tibúrcio de Aguiar e
Francisca Etelvina ..................................................................................... 210
· segunda geração ........................................................................................ 210
· os descendentes de José Tibúrcio de Aguiar e
Maria José Aguiar ...................................................................................... 211
· segunda geração ........................................................................................ 211
· os descendentes de Francisco Joaquim do Espírito Santo e
Maria José do Espírito Santo ..................................................................... 211
· segunda geração ........................................................................................ 211
· terceira geração .......................................................................................... 212
· quarta geração ............................................................................................ 213
· quinta geração ............................................................................................ 214
Capítulo XIV – Cândido Lopes de Aguiar .............................................. 219
· os descendentes de Cândido Lopes de Aguiar e
Maria Florência de Aguiar ........................................................................ 219
· primeira geração ........................................................................................ 219
· os descendentes de Luiz Cândido Aguiar e Maria Profetisa Cisne ...... 222
· segunda geração ........................................................................................ 222
· terceira geração .......................................................................................... 222
· quarta geração ............................................................................................ 223
· os descendentes de José Afonso Aguiar e Maria Nazaré Gregório ....... 224
· segunda geração ........................................................................................ 224
· os descendentes de Raimunda Iracema Aguiar e
Miguel Gabriel Martiniano Aguiar .......................................................... 225
· segunda geração ........................................................................................ 225
· os descendentes de Maria Nazaré Aguiar e José Abílio ......................... 225
· segunda geração ........................................................................................ 225
· os descendentes de Antônia Persilha de Aguiar e
Clementino Domingues Filho .................................................................. 226
· segunda geração ........................................................................................ 226
· terceira geração .......................................................................................... 226
· os descendentes de Maria Conceição Thomaz e João Batista Thomaz ...... 226
· segunda geração ........................................................................................ 226
Joaquim Anselmo Aguiar e Maria Angélica Aguiar ............................... 227
segunda geração ........................................................................................ 227
· os descendentes de Vicente de Paulo Aguiar e Júlia Rocha Aguiar ..... 227
· segunda geração ........................................................................................ 227
· terceira geração .......................................................................................... 228
·
·

Capítulo XV – Francisco Lopes de Aguiar .............................................. 231
· os descendentes de Francisco Lopes Aguiar e Rita Maria de Jesus ..... 231
· primeira geração ........................................................................................ 231
· os descendentes de Francisco Lopes Aguiar e Ana Amélia Aguiar ..... 232
· primeira geração ........................................................................................ 233
· os descendentes de José Maria de Aguiar e Amélia Schettine .............. 235
· segunda geração ........................................................................................ 235
· terceira geração .......................................................................................... 236
· quarta geração ............................................................................................ 237
· os descendentes de Raimundo Lopes Aguiar e
Maria Peregrina de Aguiar ........................................................................ 237
· segunda geração ........................................................................................ 237
· os descendentes de Raimundo Lopes Aguiar e
Maria do Carmo de Aguiar ....................................................................... 237
· segunda geração ........................................................................................ 237
· os descendentes de Raimundo Lopes Aguiar e Maria Euzália Aguiar ..... 238
· segunda geração ........................................................................................ 238
· os descendentes de José Cláudio Aguiar e Maria de Jesus Aguiar ....... 238
segunda geração .......................................................................................... 238
· terceira geração .......................................................................................... 238
· quarta geração ............................................................................................ 239
· os descendentes de Maria Frutuosa de Aguiar e José Luis de Araújo .. 239
· segunda geração ........................................................................................ 239
· terceira geração .......................................................................................... 240
· os descendentes de Maria Augusta Aguiar Araújo e
José Luis de Araújo ................................................................................... 241
· segunda geração ........................................................................................ 241
· terceira geração .......................................................................................... 242
· quarta geração ............................................................................................ 243
· os descendentes de Maria de Nazareth de Aguiar e
Manuel Estanislau de Araújo ................................................................... 244
· segunda geração ........................................................................................ 244
Bibliografia .................................................................................................. 246
· Bibliografia genealógica ............................................................................ 246
· Bibliografia complementar ....................................................................... 250
Apresentação
“Perdão, mas é um prazer, deveras
Entrar no espírito das eras,
Ver como já pensou um sábio antes de nós,
E a que sublimes fins temos chegado após.”
(in Fausto de Goethe, pág. 48)
A presente obra tem alguns objetivos, dentre eles, prestar
uma justa homenagem aos nossos antepassados e ao mesmo tempo
trazer para as gerações presente e futuras uma fonte de pesquisa
e ensinamento. Temos a convicção de que cultuar o passado é
uma das melhores formas de aprendizado e amadurecimento.
Sem contar, é claro, com a oportunidade que diversas pessoas
terão de compartilhar suas histórias de vida com todos os
familiares e amigos.
Poucas são as obras que já nascem fadadas à imperfeição, e
um livro sobre genealogia, de qualquer família que seja, sempre
será uma obra inacabada e incompleta. Talvez esse seja um dos
maiores estímulos.
Este tipo de pesquisa assemelha-se em muito ao trabalho
de garimpagem. Por vezes, conseguimos várias informações
importantes de uma única tacada, de outras o destino parece
testar a nossa convicção.
Entretanto, vários são os prazeres dessa jornada. Temos a
oportunidade de dar vida novamente a fatos e pessoas de um
passado remoto, de mergulhar no espírito das eras, de
compreender melhor o significado da história. Dentre as pérolas
encontradas na jornada, destacamos o verdadeiro e juvenil
testemunho de uma sobrinha sobre o destino opressor acometido
a sua tia, retirada de um pequeno caderno de anotações, já
amarelado pelo tempo, que agora transcrevemos:
“Minha tia casou-se quase à força, para
satisfazer o pai e seu irmão, por isso ela nunca
gostou do marido, porém viveram unidos e
tiveram 5 filhos. O seu grande amor era seu
amigo de infância, que não foi aceito pela
família porque era boêmio, gostava de festas
e de violão.”
Várias foram as descobertas, e confessamos que alguns
temas não nos eram de todo conhecidos, como por exemplo, a
história dos cristãos-novos à época da perseguição religiosa
impetrada pela igreja católica contra os judeus. A desumanidade
e a crueldade dos representantes do papa da época foram
inaceitáveis e macularam sobremaneira a igreja, enquanto
instituição sucessora de Pedro. Entretanto, apesar de todo o horror,
a Inquisição contribuiu para que chegassem aos nossos dias os
fatos ocorridos naquele período da história, por meio das
transcrições dos processos aos quais os judeus foram submetidos.
Em que pese este livro não ter por escopo o estudo e
aprofundamento das mazelas impostas aos judeus e cristãos-novos
pela intolerância e a desumanidade dos ideais religiosos
inquisitoriais, possa esta obra, ao menos, lembrar ao leitor a
importância da tolerância e da fraternidade entre todos.
A colonização holandesa ocorrida no Nordeste brasileiro
entre 1630 a 1654 permitiu uma maior liberdade religiosa aos
judeus que para cá fugiam da perseguição perpetrada na Europa,
em especial, na Península Ibérica. Com isso, houve um grande
florescimento da cultura e religiosidade judaica, especialmente,
em Pernambuco. Ao final da invasão holandesa, os judeus
seguiram para vários destinos, dentre eles: a América do Norte, a
Europa, norte da África, Barbados e alguns permaneceram no
Brasil, fugindo para o interior. Dentre esses destinos brasileiros,
destaca-se a região do vale do rio Acaraú, em especial as cidades
de Sobral e Camocim, como destaca o Padre João Mendes Lira:
“Os judeus que em grande quantidade se
fixaram em Sobral, Várzea do Pinto, Groaíras,
Cariré, Jaibaras, São Vicente, etc., embora
estivessem totalmente fora do alcance e da
visão dos inquisitores e do Santo Ofício,
jamais comunicaram a seus filhos onde
nasceram, de onde eram, suas origens
judaicas, seus nomes verdadeiros e até mesmo
suas práticas religiosas. Somente na hora da
morte revelavam suas raízes e suas origens,
pedindo que não passassem para ninguém esta
história. (...)
Os judeus portugueses que se transformaram
nos Carvalhos, nos Madeiras, nos Ferreiras
da Ponte, nos Prados, nos Linhares, nos
Aguiar, nos Bezerras, mudaram o rumo da
História Econômica de Sobral.”
O mergulho em sete séculos de história, com a conseqüente
identificação de 20 gerações da família Aguiar – desde o século
XIV, quando do nascimento do mais remoto personagem
pesquisado, o rabino Yuda Baquiz até os dias atuais – propiciará
ao leitor conhecer o primeiro Aguiar, identificar a nossa
ascendência judaica, familiarizar-se com os costumes e valores
dos nossos antepassados, reconhecer as diversas famílias que se
entrelaçaram com os Aguiar, saborear a saga das “Sete Irmãs”, da
colonização da região do vale do rio Acaraú, bem como permitirá
uma análise crítica dos bastidores do poder dos reis católicos da
Espanha e da Inquisição Católica, sob uma visão imparcial dos
fatos que compuseram a nossa história.
Esta pesquisa nos possibilitou verificar o incrível avanço
que presenciamos e desfrutamos em algumas áreas do
conhecimento humano e, ao mesmo tempo, constatar que em
outras searas patinamos sem rumo certo. Já não há tantos casos
de falecimento da gestante quando do parto, já não se levam três
semanas para percorrer cem quilômetros transportando
mercadorias, já não se vive tão isolado, o que propiciava os
casamentos entre primos e entre tios e sobrinhas, já não há
imposição quanto à escolha do parceiro para o matrimônio, como
o caso acima citado.
A liberdade talvez tenha sido o maior dos bens conquistados,
no entanto é bem verdade que a sua consagração definitiva tem
importado severos sacrifícios para a raça humana, na medida em
que têm sido confundidos liberdade com irresponsabilidade, por
meio da substituição dos mais caros valores estóicos por um
niilismo inconseqüente e devastador. No entanto, a raciocinar
com o movimento pendular, cremos que em breve possa ser
atingido o ponto de equilíbrio e harmonia.
Talvez possamos concluir que quanto aos aspectos objetivos
e materiais da vida, tivemos um notável avanço, entretanto quanto
aos pontos de natureza subjetiva e espirituais, temos encontrado
mais firmeza de caráter e integridade nos nossos antepassados.
Vejamos o que Victor Hugo nos ensina:
“Trabalhar para o povo, é essa a grande
urgência.
A alma humana, coisa importante a dizer no
momento em que estamos, precisa ainda mais
de ideal, do que de real.
É pelo real que vivemos, é pelo ideal que
existimos. Ora, queremo-nos dar conta da
diferença? Os animais vivem, o homem
existe.”
(in William Shakespeare, de Victor Hugo, pág.
226)
Escrever um livro, em especial, desta natureza, compara-se
à trajetória da vida. Temos uma idéia do que queremos, mas não
sabemos exatamente o que nos espera. No transcorrer desse
desafio, encontraremos estímulos, desventuras, acertos, dúvidas,
alegrias, incertezas, mas acima de tudo, estaremos perseguindo
um ideal, que nesta obra materializa-se na reunião do maior
número de informações sobre a família Aguiar.
É bem verdade que é um ideal utópico, assim como é a
vida. Vivemos com uma idéia do que queremos – ser feliz, mas
não sabemos o que nos espera, nem muito menos como conseguir
tal desiderato.
Por vezes, e na maioria das vezes, utilizamos nosso precioso
tempo no desempenho de atividades que pouco nos serão úteis,
e como gastamos tempo com isso... Acreditamos que tudo deve
ser submetido ao nosso imediatismo egoísta e submetemos todos
os nossos valores ao crivo da sociedade ignara, que não sabe de
onde vem, nem muito menos para onde vai. E como insistimos
nesse caminho...
Alguns conseguirão - empós um árduo caminho espiritual,
e, diga-se de passagem, pessoal - atingir a maturidade, e perceber
que poucas, mas pouquíssimas coisas têm verdadeiramente
importância. E aqui, aproveitamos para destacar trecho do
prefácio da Cidade de Deus de Santo Agostinho:
“A concepção das duas cidades encontra sua
base na reflexão agostiniana dos dois amores.
A vida humana se desenrola entre dois
amores, entre duas forças: uma terrestre e
outra espiritual e celeste. Entre estas duas
forças, ou dois amores, se desenvolve a vida
humana. Será que esta mesma dinâmica não
acontece também na história? (...)”
(in A Cidade de Deus, Parte I, de Santo
Agostinho, pág. 45)
Por certo, nessa ocasião, verão que as dificuldades,
sofrimentos e derrotas terão grande importância, pois permitiram
esmerar o discernimento e diminuir a miopia espiritual.
Mesmo nos momentos mais árduos e perante as situações
mais complexas, em que a concepção antropomórfica de Deus
que nos foi imposta como condição de submissão e temor não
nos auxilia, devemos crer que o nosso universo relativo pertence
a um infinito absoluto, muito além das paixões e necessidades
terrenas, no qual predomina o equilíbrio, a justiça e o verdadeiro
amor de Deus. Em outras palavras, como assevera o adágio
popular, se não está tudo bem, é porque ainda não acabou.
“Num universo tão complexo, no seio de um
organismo de forças regido por uma lei tão
sábia, que nunca falhou definidamente, como
podes acreditar que teu destino esteja
abandonado ao acaso, e o desequilíbrio
momentâneo, que te aflige e te parece
injustiça, não seja condição de mais alto e mais
perfeito equilíbrio.”
(in A Grande Síntese, de Pietro Ubaldi, pág. 188)
Não teceremos comentários de cunho enaltecedor, seja no
campo profissional ou pessoal, a qualquer dos parentes vivos,
porque sabemos que os grandes homenageados são nossos
antepassados, e cremos que qualquer caminho que leve à virtude
e à verdade percorre a orla da integridade e da disciplina, e jamais
cruza com as veredas da vaidade e da paixão comum. Recorramos
mais uma vez aos mestres.
“Integridade e firmeza. Esteja sempre do lado
da razão, e com tal firmeza de propósito, que
nem a paixão comum, nem a violência tirânica
o desviem dela. Mas onde encontrar essa fênix
de equidade? Poucos se dedicam à integridade.
Muitos a festejam, mas poucos a visitam.
Alguns a seguem até que a situação se torne
perigosa. Em perigo, os falsos a renegam, e
os políticos astuciosamente a disfarçam. Ela
não teme pôr de lado a amizade, poder e
mesmo seu próprio bem, e é nessa hora que é
repudiada. Os perspicazes elaboram sofismas
sutis e falam de louváveis motivos superiores
ou de razão de Estado, mas o homem
realmente leal considera a dissimulação uma
espécie de traição, orgulha-se mais de ser firme
do que sagaz e se encontra sempre do lado da
verdade. Se diverge dos outros, não é devido a
algum capricho seu, mas porque os outros
abandonaram a verdade.”
(in A Arte da Sabedoria Mundana, de
Baltasar Gracián, pág. 25)
Um dos períodos mais interessantes da nossa pesquisa foi
o século XIX, em especial, os fatos referentes aos filhos de Vicente
Lopes de Aguiar – Miguel Domingos Aguiar, Antônio Lopes do
Espírito Santo, Cândido Lopes de Aguiar, Francisco Lopes de
Aguiar. Cremos ser possível traçar um perfil daqueles homens.
Todos nasceram no município de Massapê, na região de
Ipaguaçu, antiga Acaraú-Mirim, no noroeste do Estado do Ceará.
Praticamente, passaram todas as suas vidas naquela região.
Tinham tez branca, herança dos seus ascendentes
predominantemente portugueses, trabalhavam normalmente em
atividades ligadas à terra e eram extremamente católicos. Criaram
seus filhos com a rigidez típica do homem do campo e davam
bastante ênfase aos laços familiares. Houve, como o caso de
Cândido Lopes de Aguiar e Francisco Lopes de Aguiar, vários
casamentos entre parentes, parte resultado da extrema dificuldade
de locomoção peculiar à época, bem como dos fortes laços
familiares, acima citado.
O papel da mulher, quase sempre olvidado pelas pesquisas
de cunho genealógico, mostra-se na nossa família de vital
importância, pois graças ao seu trabalho, com afinco e esmero, é
que foi possível aos chefes de família lançarem-se ao mundo em
busca da sobrevivência de seus entes. Mesmo aquelas que não
lograram casar-se tiveram um desempenho invejável na
colaboração, e, em alguns casos, até mesmo na substituição dos
pais, na educação dos filhos, como foi o caso de Maria Neusa
Araújo Aguiar, Maria Diva Aguiar, Maria Wanda de Sousa Aguiar,
Ana Nair de Sousa Aguiar, e tantas outras. Cumpre a nós, mesmo
que muito tempo depois, reconhecer agradecidos a prestimosa
colaboração; e o fazemos na pessoa de Branca Dias – que o leitor
terá oportunidade de conhecer nos primeiros capítulos, que
representa, e muito bem, a mulher altiva, trabalhadora, guerreira
e mãe.
Nossas pesquisas demonstram que os municípios de
Massapê, Sobral e Camocim formam o eixo no qual a família
Aguiar adotou como berço nessas terras de Iracema, e de onde se
espalharam para o resto do Estado, em especial à capital Fortaleza,
e para o mundo.
A colonização do interior do Estado do Ceará, em especial
das terras do noroeste, iniciou-se pela ocupação dos vales dos
rios Coreaú, Acaraú e seus afluentes. Após a expulsão dos índios,
várias famílias, oriundas principalmente de Pernambuco,
procuravam terras prósperas para o cultivo e a criação de gado,
atraídas pelo exemplo empreendedor dos jesuítas da Missão da
Ibiapaba. A ocupação dessas terras, como em todo o Brasil,
envolveu, além do colono, o padre, o escravo e o índio. E é nesse
emaranhado de interesses e relações que floresceu a família Aguiar.
É imperioso destacar um pouco da história daquela região,
em especial de Ipaguaçu, ou como é carinhosamente chamada
pelos seus filhos, Mirim, antiga Acaraú-Mirim, que foi o
nascedouro deste ramo da família Aguiar pesquisado, em especial
nos séculos XIX e no primeiro quartel do século XX.
A história de Ipaguaçu coincide com a construção do açude
Acaraú-Mirim, em 1901, no povoado do mesmo nome.
O povoado nasceu nos altos do rio Acaraú-Mirim, também
conhecido como Altos de São Pedro, nos locais onde foram
instaladas fazendas centenárias de gado vacum, servindo de
limites com o Município de Licânia, depois, Santana do Acaraú,
conforme a Lei Estadual n°. 398, de 25 de setembro de 1897, que
elevou à categoria de Vila, sob a denominação de Serra Verde, a
povoação de Massapê.
O povoado de Acaraú-Mirim, por força do Decreto n°. 129,
de 30 de novembro de 1935, chegou a ser Distrito, passando depois
a ser denominado de Mirim, para ser alterado novamente o nome,
por meio do Decreto-Lei nº 1.114, de 30 de novembro de 1943,
quando passou a ser chamado de Ipaguaçu, e já pela Lei n° 1.153,
de 22 de novembro de 1951, o Distrito de Ipaguaçu foi extinto,
situação que permaneceu até 21 de outubro de 199l, quando foi
sancionada a Lei n° 293, recriando-o, desta feita, na categoria de Vila.

Pôr do sol no açude Acaraú-Mirim (Ipaguaçu/Massapê/CE)

Em que pese, de início, não termos tido o objetivo de fazer
agradecimentos individuais aos muitos que nos ajudaram, cremos
ser mais justo lembrar dos maravilhosos momentos dispensados
com pessoas que até então, muitas delas, nem conhecíamos. Dessa
forma, agradecemos imensamente a companhia e o carinho de
Francisca Zildene de Oliveira Aguiar, Antônio Thomáz Neto, José
Joaquim Neto Cisne, Rita de Cássia Araújo da Silva, Augusto
Cláudio Guterres, José Lindolfo Weber da Silva, Igo Carvalho
Vilar de Melo, Rogério Nogueira Aguiar, Maria de Jesus Nogueira
Aguiar, Maria Valderez da Silveira Costa, Marlúcia Barreto Aguiar,
José Maria Aguiar, Rosa Maria Aguiar Albuquerque, Cândido
Pinheiro de Lima, Kléber José Silveira, Jaílson Arquino de Oliveira
e Sousa, amigos da primeira e de todas as horas, cuja amizade
por si só já justificaria toda a labuta da presente obra,
companheiros que sabem que a felicidade não se encontra no
final da jornada, mas sim em todos os momentos da caminhada.
Quanto ao objetivo maior desta obra, deixemos que Cícero
fale por nós:
“Sócrates repetia que julgava sua tarefa
cumprida, logo que as suas exortações tinham
despertado suficientemente na alma de uma
pessoa o desejo de conhecer e abraçar a virtude.
Quando se está firmemente convencido de que
nada vale a satisfação de ser homem honesto,
não há, acreditava ele, muito mais que
aprender.”
(in Do Orador, de Cícero, pág. 53)
Desejamos, diferentemente de todas as obras literárias que
vem com proibição expressa de não ser copiada, que esta obra
seja copiada, clonada, reproduzida e possa atingir o maior número
de pessoas possível, para que possamos ampliá-la em uma nova
edição com novas informações e curiosidades sobre a família
Aguiar.
Há exatos dois anos, demos início a nossa pesquisa, e com o
final dos trabalhos esperamos ter contribuído para um melhor
entendimento das origens da nossa família, bem como para o
lançamento de um olhar crítico e inovador sobre várias questões
genealógicas ainda não totalmente esclarecidas.
Por derradeiro, deixamos a mensagem do mestre dos
mestres, Jesus: “Que a paz esteja convosco!”
Fortaleza/CE, 17 de janeiro de 2005.
Os Autores
Pref ácio
Falar sobre família não é tarefa fácil, sobretudo porque
envolve sentimentos, que no dizer de Blaise Pascal: “o coração
tem razões que a própria razão desconhece”, - basta a perda de
um elo familiar, para distorcer por completo o rumo da verdadeira
história na elaboração do mapa genealógico que se pretende – só
facilitadas, um pouco, as pesquisas, por tratar-se de uma família
que deu certo.
Como exemplo de dificuldade, cito o meu próprio caso,
Antonio Thomaz Neto, além de não constar o sobrenome Aguiar
- somos cinco com o mesmo nome, homenageando o avô materno.
Explicar quem é quem dos cinco, daqui a duzentos ou mais anos
não deixaria de ser um exercício de tortura para qualquer um
que se aventurasse no estudo do tema.
O outro grau de dificuldade reside no fato de não
escolhermos os pais, a família ou mesmo o lugar para nascer,
entretanto, para crescer e se realizar, dependemos do aconchego
do lar, da identificação com nossas raízes, a ponto de muitos
recorrerem à regressão nos sofás dos analistas, para ficarem
menos “doidos” – resultando, com isto, - modernamente - num
crescente interesse por este tipo de literatura investigativa - das
raízes familiares de cada um. A escritora e acadêmica Lya Luft,
em Família: Como Fazer - mais realista, define a família como “o
chão sobre o qual caminhamos por toda a vida, seja ele esburacado
ou plano, ensolarado ou sombrio, não é escolha nossa”.
Todavia, o que se sabe ao certo que é dentro do seio familiar
que se processa o mais requintado laboratório de convivência
social – que os mais aparelhados dos Estados não suprem com
eficiência as mais ignorantes das mães e lugar onde se
desenvolvem, também, os maiores conflitos e as maiores tragédias
da comédia humana, desde Caim e Abel, - mas, pela graça de
Deus, não se conhecem, até agora, maiores tragédias, no meio da
família Aguiar, possibilitando a conclusão de tratar-se de um
agrupamento familiar que deu certo ou no dizer de Epicteto:
“Seguramente Deus escolhe seus servos ao nascerem, ou talvez
antes mesmo do nascimento”. Assim, O fez aos Aguiar.
Em Família Aguiar: Sete Séculos de História, seus autores
nos proporcionam uma leitura crítica, projetando nova luz e nova
vertente ainda pouco exploradas, das possibilidades de se chegar
até o Adão e a Eva dos Aguiar, por certo dentre “os marcados na
fronte como servos do nosso Deus, pertencentes a uma das tribos
dos filhos de Israel, de que nos fala o Apocalipse de São João”
(Ap.7,4-9).
Procura ainda esclarecer sobre figuras polêmicas como a
de Branca Dias, bem como a ascendência judaica da família Aguiar,
a partir do rabino Yuda Baquiz, e a proximidade da família da
águia com o Papa Adriano VI. A serem confirmados estes vínculos
genealógicos, já se pode pensar noutro mergulho ainda mais
profundo – recuando as pesquisas a dois ou três mil anos, que
alcançaria o povo do livro, a partir de Jacó, que depois da luta com
o anjo do Senhor passou a se chamar de Israel, segundo a Bíblia.
Gerou treze filhos das quatro uniões que manteve: com Lia,
nasceram, Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom e Diná a única mulher; com Bila,- criada de Raquel, nasceram Dã e Naftali;
com Zilpa – criada de Lia, nasceram Gade e Aser, e, finalmente,
com Raquel - protagonista de uma linda história de amor que
custou ao primo/esposo mais sete anos de trabalho - nasceram
José e Benjamim. Este último morreu em Efrata, onde até hoje se
encontra seu túmulo, perto de Hebrom.
Dividido o território ocupado por Israel pelos doze filhos
homens, formaram doze tribos, Diná por ser mulher nada
recebeu. Naquela época, mulher não contava muito como
herdeira.
Esta linha de pesquisa nos leva ainda a outras indagações
inquietantes, que não deixa de ser uma abordagem outra de
recontar a história de muitas famílias.
- por que o símbolo da casa de Jacó era uma águia, tal qual
o Brasão da família Aguiar, o mesmo símbolo adotado, muitos
séculos depois?
- dez das doze tribos que se perderam, cerca de trinta a
quarenta mil pessoas, ou se assimilaram com outros povos, que
segundo o pesquisador Jacques Attali, citando o Livro Bíblico de
Abdias, um dos mais antigos profetas, fala do exílio de Jerusalém
em Sefarad, nome em hebraico da península Ibérica (in Os Judeus,
o Dinheiro e Mundo, Editora Futuro, 3a. Ed. p. 248), lugar onde
foram localizados pelos autores, Yuda Baquiz, Abraham Sênior e
Moses Raphel de Aguilar, este, rabino da primeira Sinagoga
construída nas Américas em 1639, chamada de Kahal Zur Israel,
em Pernambuco, ao tempo do Governador Mauricio de Nassau.
Outros grupos hebraicos atingidos pelas diversas Diásporas
alcançaram a Europa central, hoje Polônia e Alemanha, e ficaram
sendo chamados na língua hebraica de ashkenazim, que depois se
espalhariam pelo restante da Europa e América. Em Viena de
1621, ao lado de outros banqueiros, foram encontrados os
AGUILAR, “pequenos prestamistas que depois se tornaram
banqueiros” (Attali,ob.cit., p.303).
Outros contingentes expulsos de suas terras se dirigiram
para Cartago, fixando-se na ilha de Djerba na África, hoje
pertencente a Tunísia, num contínuo fluxo migratório do Oriente
para o Ocidente.
Ao fim, temos que concordar com a proposição de Isaiah
Berlin, estudioso inglês nascido na Ucrânia de que “a tarefa do
pensador é subverter, abrir portas, destruir, libertar, deixar que o
ar entre. A do político, de acomodar as diversidades”.
Sobre o papel da mulher Aguiar, gostaria de destacar mais
uma, Maria Florência Aguiar (Mãe Imã), casada com o tio
Cândido Lopes Aguiar – que nem cidadã chegou a ser, visto que
o voto da mulher brasileira só foi conseguido em 1932, no bojo da
revolução de 1930. Mãe de treze filhos, católica fervorosa, que
somente depois de muito tempo cheguei a entender o seu esforço
obsessivo de ensinar os filhos a ler um texto das sagradas escrituras
e assinar o próprio nome para poder votar, e ser gente, como
diziam. Duas facetas, além de outras tantas, mais marcantes de
sua sofrida vida, devo lembrar. Primeiramente, destaco o
verdadeiro estoicismo com que suportou, com paciência quase
bovina, tudo entregando a Deus, e administrou a terrível
enfermidade incurável do marido, que chegou a consumir todo
o nariz, deixando à mostra parte da ossatura da face, que somados
aos parcos recursos e à falta de assistência médica, no sertão de
então, sangrava-lhe o coração na sua impotência de minimizar
os sofrimentos de marido e tio. A outra, a maneira sábia de
conviver bem com um casamento arranjado por seus pais, de
não contrariar em nada o marido, fazendo uso de toda a astúcia
feminina, de se fazer desentendida naquilo que achava absurda
exigência masculina, fato esgrimido com elegância pela escritora
acadêmica, Nélida Piñon, explicando a sabedoria e a sutileza da
reação das mulheres contra o poder masculino através dos
tempos, como fizera: Sara, Rebeca, Débora, Miriam, Ester, Ruth,
Dalila e outras tantas, não figurando nas genealogias escritas pelos
homens, como bem lembra Piñon.
Assim, era candidamente, a Mãe Imã que conheci.
A História, a genealogia, e em especial a família Aguiar
agradecem a iniciativa e o esmero dos autores na confecção da
presente obra. Posso testemunhar o esforço dos mesmos, com a
metodologia usada, desde a coleta de informações, através de
formulários endereçados a todos que se soubessem ser da família
Aguiar, além dos recursos empregados da oralidade, de modo a
não deixar nenhum clã dos Aguiar de fora das pesquisas, e ainda
do trabalho exaustivo de codificar as informações dentro de
grades explicativas de acordo com as normas técnicas da
Associação Brasileira de Genealogia.
Fortaleza, janeiro de 2005.
Antônio Thomaz Neto
Capítulo I
A Família Aguiar – Origem e Brasão
As fontes antigas não são tão claras quanto à origem da
família Aguiar, entretanto a posição mais difundida é que teria
sido originada da família Guedes. D. Pedro Mendes de Aguiar
(ou Mendes Peres de Aguiar) teria tirado este sobrenome da vila
de Aguiar, na Província portuguesa de Trás-os-Montes. Ele casouse com D. Maior Garcia de Portocarreiro e viveu à época de D.
Afonso I, primeiro rei de Portugal. Daí originaram-se também os
Aguillares, de muitos descendentes na Espanha.
As armas que usam são de ouro, com uma águia estendida
de vermelho.

O Aguiar mais remoto identificado
Em que pese todos os ramos estudados na presente obra
terem feito parte da imensa árvore genealógica que gerou os
Aguiar de hoje, nem todos tinham ou conservaram o sobrenome
ao longo da história.
Considerando os ramos abordados na presente obra, a
pessoa mais remota identificada a utilizar este sobrenome foi Luzia
de Aguiar de Oliveira. Ela era casada com Simão Gonçalves de
Teive, ambos naturais da ilha de São Miguel, no arquipélago dos
Açores, em Portugal.

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Família Aguiar – 7 séculos de história

O Aguiar mais remoto identificado

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Família Aguiar – 7 séculos de história
O casal teve uma filha, outra Luzia de Aguiar de Oliveira,
que veio a casar-se duas vezes, a primeira com o Capitão Domingos
de S. Thiago, e a segunda com o Capitão Amaro Lopes da Madeira.
Do primeiro casamento – Luzia de Aguiar de Oliveira e
Domingos de S. Thiago – foi gerado Felippe de S. Thiago de
Oliveira, que veio a casar-se com Lourença Maciel de Andrade, e
geraram dentre outros, Ignez Montenegro.
Do segundo casamento – Luzia de Aguiar de Oliveira e
Amaro Lopes da Madeira – foi gerado Domingos de Aguiar de
Oliveira.
Ignez Montenegro casou-se com seu tio Domingos de
Aguiar de Oliveira, pois este, como vimos, era irmão por parte de
mãe de Felippe de S. Thiago de Oliveira. Este casal forma um
entroncamento importante no entrelaçamento de diversas
famílias, como veremos adiante.

Os Bandeiras, Ximenes, Oliveira, Melo,
Montenegro e Aragão
O entrelaçamento mais remoto identificado entre as famílias
Bandeira, Ximenes, Oliveira, Melo, Montenegro e Aragão com a
família Aguiar deu-se nos séculos XV e XVI, como a seguir
demonstrado.
Sebastiana de Vasconcelos foi a terceira e última filha do
primeiro casamento de Manoel Vaz Carrasco e Silva, o célebre
pai das ‘Sete Irmãs’, e Luiza de Sousa. Sua ascendência por parte
de pai será vista no capítulo referente à família Carrasco.
Sebastiana de Vasconcelos nasceu em Goiana (Pernambuco)
e, depois da prematura morte de sua genitora, continuou aí
residindo com seus dois irmãos mais velhos, Manoel Vaz da Silva

35
Família Aguiar – 7 séculos de história

Os Bandeiras, Ximenes, Oliveira, Melo,
Montenegro e Aragão

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Família Aguiar – 7 séculos de história
e Maria de Góes Vasconcelos, provavelmente na companhia de
seus tios paternos ou maternos, uma vez que o seu pai, casandose pela segunda vez, passou a residir na Ribeira do Acaraú, onde
se radicou em definitivo.
Ela casou-se em Goiana com João Dias Ximenes de Galegos
(ou João da Soledade).
João Dias Ximenes de Galegos era filho de Domingos de
São Thiago Montenegro e Lourença de Aguiar Dias Ximenes, filha
de Duarte Ximenes de Aragão e Felippa de Abreu Ximenes de
Aragão.
Pelo lado paterno, João Dias Ximenes de Galegos tinha como
avós Domingos de Aguiar de Oliveira e Ignez Montenegro. Cabe
destacar, como já demonstrado, que Ignez Montenegro era
sobrinha do seu marido, fato não tão incomum para a época,
pois ele, Domingos de Aguiar de Oliveira, era filho do segundo
matrimônio da avó paterna de Inês, Luzia de Aguiar de Oliveira
com Capitão Amaro Lopes da Madeira.
O primeiro casamento de Luzia de Aguiar de Oliveira deuse com Domingos de São Thiago Montenegro. Ele, espanhol, veio
para o Brasil em companhia do Conde Banholo, por ocasião da
guerra contra os invasores holandeses.
Por sua vez, Luzia de Aguiar de Oliveira era filha de Simão
Gonçalves de Teive e de Luzia de Aguiar de Oliveira, conforme
vimos anteriormente.
Ignez de Montenegro, repita-se, esposa de Domingos de
Aguiar de Oliveira, era filha de Felippe de São Thiago de Oliveira
e Lourença Maciel de Andrade.
Lourença Maciel de Andrade era filha de Baltazar Maciel
de Andrade e sua prima Jerônima de Mesquita de Azevedo, e
neta materna de Antônio Bandeira de Melo (fidalgo da Casa Real

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Família Aguiar – 7 séculos de história
de Sua Majestade) e Jerônima de Mesquita, filha de Matheus
Freitas de Azevedo, também fidalgo da Casa Real.
Lourença Maciel de Andrade tinha como bisavós (pais de
Antônio Bandeira de Melo) Felippe Bandeira de Melo e Maria
Maciel de Andrade, naturais de Lisboa. Ambos vieram, já casados,
de Portugal em 1535, acompanhando Duarte Coelho Pereira,
primeiro donatário da Capitania de Pernambuco.
Cumpre destacar trecho da Nobiliarquia Pernambucana
(Vol. II, pág. 262) de Antônio José Vitoriano Borges da Fonseca:
“Dos ditos Felippe Bandeira de Melo e Pedro Bandeira de Melo
procedem todos os Bandeiras da Capitania de Pernambuco, e como de
documentos fidedignos consta qual foi em Portugal sua origem, parece
justo que demos notícia dela.
É bem sabido nas nossas histórias portuguesas que a primeira
pessoa que usou do apelido de Bandeira foi Gonçalo Pires, a quem o
Rei Dom João II concedeu este apelido e as armas que escreve Vilas
Boas na sua Nobiliarquia Portuguesa (Bandeiras, pág. 1244), em
remuneração da insigne façanha que fez em salvar na batalha do Touro,
em tempo de el-Rei Afonso V, a bandeira real do reino, que estava em
poder dos adversários. Teve este Gonçalo Pires Bandeira, entre outros
filhos, a Felippa Bandeira e Bartholomeu Bandeira, de sua mulher D.
Violante Bandeira.
Esta Felippa Bandeira casou-se com João Rodrigues Malheiro,
fidalgo muito ilustre, como consta do brasão de armas de sua
digníssima e ilustríssima família (...).
Dos ditos ilustres fidalgos, João Rodrigues Malheiro e sua mulher
Felippa Bandeira, nasceu, entre outros filhos, Brites Bandeira de Melo,
que se casou com Sebastião Pires de Louredo, e residiam na comarca
de Lamego, pelos anos de 1520, destes sendo filhos Felippe Bandeira de
Melo e Pedro Bandeira de Melo.

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Família Aguiar – 7 séculos de história
Felippe Bandeira de Melo foi, como fica dito, o primeiro varão e
ilustre fidalgo desta digníssima família que passou à Capitania de
Pernambuco, em 1535, com seu parente Duarte Coelho Pereira,
donatário da referida capitania, e já casado com sua patrícia D. Maria
Maciel de Andrade.”

Ascendência Judaica – Abraham Sênior
Expusemos anteriormente a ascendência de João Dias
Ximenes de Galegos pelo lado paterno. Como vimos, ele era filho
de Domingos de São Thiago Montenegro e Lourença de Aguiar
Dias Ximenes.
Neste tópico vamos abordar os ascendentes João Dias
Ximenes de Galegos pelo lado materno. Lourença de Aguiar Dias
Ximenes, sua mãe, era filha de Duarte Ximenes de Aragão e
Felippa de Abreu Ximenes de Aragão.
Cumpre alertar que a ascendência de Duarte Ximenes de
Aragão, a seguir destacada, não é pacífica, pois um dos principais
documentos que retratam as árvores genealógicas do Brasil
colônia são os quatro volumes da Nobiliarchia Pernambucana de
Antônio José Victoriano Borges da Fonseca, que apresenta outra
ascendência. Entretanto, concluímos, após o confrontamento das
fontes históricas, que a posição de Borges da Fonseca está
equivocada, em razão de o autor ter querido excluir os judeus da
ascendência de todas as famílias por ele citadas, posição esta
incompatível com o escopo da presente obra.
Nesse contexto, temos que Duarte Ximenes de Aragão era
filho de João Batista Ximenes, por sua vez filho de um outro Duarte
Ximenes de Aragão e Maria da Veiga, judia, e ambos moravam
em Antuérpia. Este Duarte Ximenes de Aragão era filho de Rui
Nunes Ximenes e Graça Rodrigues de Évora, ambos falecidos em
Antuérpia, em 1581, e em Florença, em 1601, respectivamente.

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Família Aguiar – 7 séculos de história

Ascendência Judaica – Abraham Sênior

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Família Aguiar – 7 séculos de história
Rui Nunes Ximenes era filho de um terceiro Duarte
Ximenes de Aragão, médico e assessor financeiro de D. Brites,
filha de D. Manuel, o Venturoso, e Isabel Rodrigues de Évora (ou
da Veiga).
Isabel Rodrigues de Évora, por sua vez, era filha de Rodrigo
da Veiga, médico de D. Manuel, o Venturoso, rei de Portugal.
Este Rodrigo da Veiga era filho de Thomás da Veiga, o de
Tordesilhas, médico dos reis católicos da Espanha e de Constança
Coronel. Ela, Constança, era filha do rabino Meir Melamed.
O rabino Meir Melamed casou-se com a filha do rabino
Abraham Sênior. Posteriormente, este ficou conhecido por Fernão
Peres Coronel, por conta da mudança de nome levada a cabo em
razão da conversão ao catolicismo realizada em 15/06/1492, uma
sexta-feira. Cabe destacar que ambos os rabinos, sogro e genro,
converteram-se no mesmo dia, tendo como padrinhos os próprios
reis da Espanha.
Infelizmente ainda não foi possível identificar o nome da
esposa e da filha de Abraham Sênior. Sabe-se, apenas, que o
referido rabino casou-se com a filha do rabino Yuda Baquiz.

A Expulsão da Espanha – a Rainha fala por Deus
Após a vitória sobre os mouros na primavera de 1492, e a
conseqüente reunificação do que viria a ser a Espanha de hoje,
os reis Fernando de Aragão e Isabel de Castella, mais conhecidos
como os reis católicos da Espanha, ordenaram a expulsão de todos
os mouros e judeus de todas as partes do reino.
Era o ano de 5252 do calendário judaico. O rei deu prazo de
três meses após o anúncio público da decisão – dia 01 de maio,
para a sua retirada. Estima-se que a comunidade judaica atingia
cerca de 50.000 famílias, que deveriam abandonar o país

41
Família Aguiar – 7 séculos de história
carregando somente os seus bens móveis, não incluídos, metais
preciosos, como o ouro e a prata.
No curso desse período, os israelitas esforçaram-se para
conseguir um acordo que facultasse a sua permanência no país.
Seus representantes junto aos reis eram o rabino D. Abraham
Sênior, líder das congregações judaicas espanholas, o rabino Meir
Melamed, que era secretário do rei, e D. Isaac Abravanel, também
ocupante de cargo na corte espanhola. Abraham Sênior já se
mostrara um habilidoso negociador anteriormente, quando do
próprio orquestramento do casamento dos reis.
Reza a lenda que o acordo estava para ser efetivado quando
o Prior de Santa Cruz, enfurecido com o desenrolar dos
acontecimentos, carregando um crucifixo, diz ao rei e à rainha:
“Judas Iscariotes vendeu seu mestre por 30 peças de prata. Vossa
Alteza o venderia novamente por 30 mil. Aqui está, tome-o e
negocie.” A rainha tomou a palavra e dirigiu-se aos representantes
dos judeus: “Como ribeiros de águas, assim é o coração do rei na
mão do Senhor, que o inclina a todo o seu querer. Acreditai que
isso vem de nós? O Senhor colocou essas coisas no coração do
rei.”
Estava traçado o destino daqueles homens, mulheres e
crianças.

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Capítulo II
O casal Branca Dias e Diogo Fernandes
O casal Vicente Dias e Violante Dias será um dos pontos de
partida do nosso trabalho e para melhor visualização de seus
descendentes, utilizaremos a identificação numérica, que traz
dentre outras facilidades um melhor parâmetro de comparação
entre os diversos ramos que se bifurcam do tronco central.
O casal teve pelo menos três filhos, duas mulheres e um
homem, todos naturais da localidade de Viana da Foz do Lima
(ou Viana do Castelo), Portugal, sendo que somente as duas foram
identificadas:
1. Branca Dias e
2. Isabel Dias.
Poucas são as informações a respeito deste casal. O que se
tem, retirou-se do depoimento de Violante Dias perante o Tribunal
do Santo Ofício em Lisboa, quando ela e a filha Isabel acusaram
Branca Dias de práticas judaizantes. Sabe-se que Isabel casou-se,
mas foi abandonada pelo marido e, presume-se, não teve prole.
As acusações de ambas, em processo datado de 1543, eram
que Branca Dias, sendo cristã batizada, veio a judaizar e apostatar
da fé católica, honrando os sábados e obedecendo a ritos e
cerimônias judaicas. Diziam ainda que Branca Dias, às sextasfeiras, varria e mandava varrer a casa, punha mais uma mecha

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Família Aguiar – 7 séculos de história
torcida no candeeiro por honra do sábado, vestia camisa limpa e
punha lençóis lavados na cama e que respeitava o jejum do
Quipur, que os judeus chamavam de dia dos Perdões.

A Conveniência Religiosa
Cumpre realizar alguns esclarecimentos históricos, em
especial, sobre os procedimentos inquisitoriais da época para que
não haja um julgamento precipitado dos atos da mãe e irmã de
Branca Dias.
D. Manuel, rei de Portugal, interessado em cumprir uma
das cláusulas de seu casamento com Dona Isabel, filha primogênita
de Fernando e Isabel, reis da Espanha, comprometeu-se a expulsar
os judeus que viviam em seu reino. Em 5 de dezembro de 1496,
ele publicou o decreto de expulsão de todos “os filhos da
maldição” (os judeus sefardins, ou seja, naturais de Sefarad, que,
em hebraico, é o nome geográfico da Península Ibérica).
Entretanto, por razões econômicas e sociais, em especial, pelo
destacado papel que os judeus desempenhavam na vida política
e econômica do país, dificultou a saída dos judeus e determinou
o seu batismo em massa, que a partir de então tornavam-se
cristãos-novos. Dessa forma, oficialmente, acabavam-se os judeus
em Portugal, e surgiam os cristãos-novos.

Gente da Nação
Como conseqüência da intolerância religiosa coroada com
o batismo em massa, muitos judeus ibéricos fugiram para diversos
destinos, dentre eles citamos: Holanda, como o caso da família
de Baruch de Espinoza, África e Brasil.

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Família Aguiar – 7 séculos de história
‘Nação portuguesa’, ‘gente da nação’ ou ‘homens da nação’
– era assim que os mercadores judaicos-portugueses fugidos da
inquisição designavam-se a si mesmos. A nação dos portugueses
desterrados era mais do que uma simples forma de identificação,
significava uma comunidade e possuía o conceito de corpo
eclesiástico.
A maior migração para o nosso país deu-se quando da
dominação holandesa de 1630 a 1654, em especial, quando da
administração do governador e capitão-mor Maurício de Nassau.
Os judeus encontraram em Pernambuco, sob a proteção de
Nassau, a mesma liberdade religiosa da metrópole holandesa. Eles,
além de bons comerciantes, foram também senhores de engenho
e atuaram em várias profissões liberais, como advogado, médico
e construtores. Em 1639, a comunidade construiu a sinagoga Kahal
Zur Israel e convidaram para dirigi-la o rabino de origem
portuguesa Isaac Aboab da Fonseca, que veio acompanhado de
Moses Raphael de Aguilar, outro rabino que teve como missão a
orientação da escola religiosa.
Com a vitória das forças portuguesas em 1654, os judeus
receberam das autoridades portuguesas o prazo de 3 meses para
abandonar a colônia. Vários foram os destinos seguidos: alguns
tomaram o caminho de volta para Holanda, outros seguiram para
o Caribe e a América do Norte, onde se integraram à comunidade
de Nova Amsterdã, que mais tarde seria chamada de Nova York.
Outros judeus dispersaram-se pelo interior da colônia, assimilando
gradativamente a cultura e a religião que lhes foram impostas, e
dando origem a diversos ramos familiares.

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Família Aguiar – 7 séculos de história

A Inquisição
No dia 23 de maio de 1536, a Inquisição recebeu autorização
para funcionar em Portugal, e em 1540 foi realizada a primeira
cerimônia pública de auto-da-fé em Lisboa. Entretanto, por razões
de divergências entre a monarquia portuguesa e a cúria romana,
somente no dia 16 de junho de 1547, o Tribunal foi definitivamente
estabelecido e perdurou até 1821.
A principal destinação da Inquisição era a manutenção da
pureza religiosa católica, e para sua preservação fazia-se necessária
a rejeição dos membros considerados indesejáveis, em especial,
os judeus e cristãos-novos, minorias sociais e religiosas que
representavam os pecados da comunidade, devendo ser
sumariamente excluídos. Estava, mais uma vez, caracterizada a
prática da exclusão social, representando a inclinação profunda
do homem em projetar sua própria culpabilidade sobre outro,
com a conseqüente satisfação de sua consciência, por meio do
castigo ao diferente.
Como método para obtenção das confissões desejadas e não
conseguidas por meio dos interrogatórios, os inquisitores usavam
a tortura. Havia, nas dependências do Santo Ofício, uma sala
com essa destinação, denominada casa dos tormentos. A
intensidade e a crueldade dos suplícios dependia da resistência
do torturado e da avaliação de sua saúde física realizada por um
médico, que acompanhava as torturas. Caso o acusado resistisse
às torturas e não confessasse, a sua condenação à fogueira era
uma conseqüência lógica. Só havia uma maneira de “purificação”,
a confissão, a acusação de outros cristãos-novos e o cumprimento
das penas inquisitoriais, que poderiam ser confisco dos bens,
cárcere, hábito penitencial e banimento para vários lugares, em
especial, o Brasil.

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Família Aguiar – 7 séculos de história
Evidentemente, nenhuma confissão, bem como acusações
e denúncias obtidas pelos meios citados deveriam ter
credibilidade. É nesse contexto, que deixamos ao leitor a avaliação
dos atos de Violante e Isabel Dias.

Branca Dias
Branca Dias foi condenada pelo Tribunal do Santo Ofício
em 1543 a dois anos de prisão, mas cumpriu apenas um ano e
três meses.
Branca Dias casou-se com Diogo Fernandes, que era
comerciante de tecidos, aparentemente próspero, em Portugal.
Por motivos ainda desconhecidos, Diogo Fernandes veio
para o Brasil em data indefinida. Acredita-se que ambos, Diogo e
Branca, teriam fugido da Inquisição. Ele, em data anterior a 1543,
e ela, em data posterior a 1545, quando foi libertada pelo Tribunal,
vieram para o Brasil. Sabe-se ao certo que, em 1542, Duarte Coelho
Pereira, primeiro donatário de Pernambuco, doou uma sesmaria
para Diogo Fernandes, tornando-se este agricultor de cana-deaçúcar em Pernambuco. Parece que ele era pessoa ligada à família
Albuquerque, porque D. Brites de Albuquerque, esposa de Duarte
Coelho, acompanhou-o nos seus últimos momentos de vida e
Jerônimo de Albuquerque, irmão de Brites e futuro governador
da Capitania, teria intercedido junto à Corte Portuguesa para
conceder-lhe alguns favores.
No Brasil, Branca Dias montou em sua casa uma escola para
meninas para lecionar a fiar, costurar e bordar, que teria
funcionado nas décadas de 1550 a 1560.
Após o falecimento de Diogo Fernandes, entre 1563 a 1567,
Branca Dias dedicou-se ao cultivo das terras situadas em

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Família Aguiar – 7 séculos de história
Camarajibe, nas margens do rio Capibaribe. Ela veio a falecer em
data não confirmada, entre 1579 a 1591, e por razões
desconhecidas, com cerca de 70 anos de idade.
O casal teve 11 filhos, a seguir destacados:
1.1. Brites Fernandes, a velha ou a alcorcovada, a única mulher a
conservar-se solteira;
1.2. Inês Fernandes de Goes casada com Baltasar Leitão Cabral;
1.3. Violante Fernandes casada, em primeiras núpcias, com João
Pereira e em segundas núpcias com Antônio Barbalho;
1.4. Guiomar Fernandes casada com Francisco Frasão sem
descendência a constar;
1.5. Baltasar que era Capitão em Flandres;
1.6. Ana da Paz casada com Diogo Fernandes Camarajibe ou do
Brasil;
1.7. Manoel Afonso;
1.8. Jorge Dias de Paz casado com Maria de Góis, sem
descendência a constar;
1.9. Andressa Jorge casada com Fernão de Sousa;
1.10. Isabel Fernandes casada com Sebastião Coelho;
1.11. Felipa da Paz casada, em primeiras núpcias, com Cristovão
Sarradas sem descendência a constar e, em segundas núpcias,
com Pero da Costa.
Inês Fernandes de Goes (1.2.) - primeira esposa de Baltasar
- casou-se com Baltasar Leitão Cabral. Segundo Borges da Fonseca
(Nobiliarquia Pernambucana, Vol. II, pág. 336), Baltasar serviu na
Câmara de Olinda em 1596 e em sua gestão, por ordem de Dom
Antônio Barreiros, bispo do Brasil, foi concedida licença para que
os monges beneditinos fundassem o Mosteiro na Ermida de Nossa
Senhora do Monte, cuja fundação acha-se registrada no Livro do
Tombo do Mosteiro de São Bento daquela cidade (Arquivo: gaveta
03, maço A, n.º 01). Neste documento, Baltasar assina em segundo

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Família Aguiar – 7 séculos de história
lugar, logo depois de Luis do Rego Barreto, que era o juiz ordinário
mais velho, o que se pode inferir que Baltasar era o juiz ordinário
mais moço ou o vereador mais velho. Ele veio a falecer em 01 de
dezembro de 1617 e foi sepultado na Igreja Matriz do Salvador.
O casal teve somente uma filha:
1.2.1. Maria de Paiva, nascida cerca de 1562 e casada com
Agostinho de Holanda de Vasconcelos (o velho);
Baltasar casou-se ainda pela segunda vez com Leonor
Rodrigues Paes e teria tido uma filha de nome Jeronyma Cabral
Távora, a qual casou-se com Francisco Mendes Flores.
O casal Violante Fernandes (1.3.) e João Pereira teve:
1.3.1. Leonardo Pereira, que casou-se com Brásia Pinto, cristãvelha, natural de Pernambuco, presa pela Inquisição;
1.3.2. Mateus Pereira, nascido cerca de 1566.
Em segundas núpcias, Violante casou-se com Antônio
Barbalho, com menção até onde se sabe de uma única filha:
1.3.3. Guiomar Barbalha.
O casal Ana da Paz (1.6.) e Diogo Fernandes teve:
1.6.1. Manuel de Paz, nascido cerca de 1580 e falecido em 1642.
O casal Andressa Jorge (1.9.) e Fernão de Sousa teve:
1.9.1. Diogo de Sousa, nascido em Pernambuco cerca de 1573;
1.9.2. Jorge de Sousa, nascido em Pernambuco em 1580;
1.9.3. Ana da Paz, nascida em Pernambuco em 1585;
1.9.4. Maria de Sousa, casada com Duarte Mendes, cristão-novo,
presa pela Inquisição;
1.9.5. Beatriz de Sousa, nascida em Pernambuco cerca de 1586,
presa pela Inquisição;
1.9.6. Violante de Sousa, nascida em Pernambuco cerca de 1588;
1.9.7. Francisco, nascido em Pernambuco cerca de 1590;

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Família Aguiar – 7 séculos de história
1.9.8. Guiomar, nascida em Pernambuco cerca de 1592.
O casal Isabel Fernandes (1.10.) e Sebastião Coelho teve:
1.10.1. Paulo, nascido em Pernambuco e depois residente no Porto.
O casal Felipa da Paz (1.11.) e Pero da Costa teve:
1.11.1. Ana da Costa de Arruda, nascida em Pernambuco cerca
de 1576, presa pela Inquisição;
1.11.2. Bartolomeu Favela de Arruda, nascido em Pernambuco
cerca de 1580;
1.11.3. Catarina Favela, nascida em Pernambuco cerca de 1583,
batizada na ermida de Santiago de Camarajibe e presa pela
Inquisição;
1.11.4. Maria de Arruda;
1.11.5. Isabel;
1.11.6. Filipe;
1.11.7. Diogo Martins da Costa;
1.11.8. Pero da Costa.

A Conveniência Histórica
É importante esclarecer ao leitor, ao final deste capítulo que
existe uma grande divergência quanto à descendência de Branca
Dias e Diogo Fernandes.
A posição de José Antônio Gonsalves de Mello (in Gente da
Nação, págs. 132/134), acima adotada, é no sentido de que o casal
teve os 11 filhos acima identificados, enquanto Borges da Fonseca
(in Nobiliarquia Pernambucana, Vol. II, págs. 336/337) afirma que
Branca Dias não deixou descendentes.
Cremos que assiste razão ao primeiro por dois grandes
motivos: a uma, estão as provas citadas em Gente da Nação,
enquanto o segundo não especifica alguma; a duas, pelo grau de

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Família Aguiar – 7 séculos de história
isenção religiosa do primeiro em contraposição ao grande
envolvimento emocional do segundo, que parece querer afastar
todos os vínculos que possam referir-se à Branca Dias, em razão
de sua crença judaica, com adjetivos inadequados a um trabalho
histórico isento. Para que o leitor possa avaliar e julgar melhor,
transcrevemos parte do texto do segundo autor:
“Brites Mendes de Vasconcelos, conhecida vulgarmente por Brites
Mendes, a nova, casou, por eleição própria, com Felipe Dias Vaz, Senhor
do Engenho de São Bartolomeu de Muribeca, que as memórias antigas
dizem que fora filho de Diogo Fernandes, feitor do engenho de
Camarajibe da Freguesia de São Lourenço da Muribara, no tempo do
Governador Jerônimo de Albuquerque, e sua mulher Branca Dias, e
só foi feliz este matrimônio em não haver sucessão dele, como nunca
houve em Pernambuco de Branca Dias; depois da morte deste filho e
da prisão de sua irmã, Beatriz Fernandes que foi para Lisboa em 1600
e nunca mais voltou, o que não obstante tem feito os malévolos e faltos
de critério inumeráveis argüições com que pretenderam injustamente
macular não só muitos ramos desta nobilíssima família, pelo parentesco
de Brites Mendes, a nova, que nunca tinha com Branca Dias, mais o
que o da afinidade e sua nora, porém ainda outras muitas famílias que
a malévola ignorância quis livremente compreender.”

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Capítulo III
De Branca Dias a Manoel Carrasco
Como vimos no capítulo anterior, Branca Dias e Diogo
Fernandes tiveram 11 filhos, dentre eles Inês Fernandes (1.2.),
que foi a primeira esposa de Baltasar Leitão Cabral, Cavaleiro de
Cristo, descendente de uma das principais famílias de Évora
(Portugal). Deste matrimônio foi gerada uma única filha, a saber:
1.2.1. Maria de Paiva;
Maria de Paiva casou-se com Agostinho de Holanda de
Vasconcelos (o velho), terceiro e último filho varão de Arnau de
Holanda e de sua mulher Brites Mendes Góes (ou Brites Mendes
de Vasconcelos). Agostinho de Holanda de Vasconcelos nasceu
em Olinda e viveu no Cabo de Santo Agostinho no início do
século XVII (1601).

Arnal Van Holand – nobre ou plebeu?
Cabem aqui algumas palavras sobre os pais de Agostinho
de Holanda. Sabe-se que Duarte Coelho Pereira, primeiro
donatário da Capitania de Pernambuco, veio para o Brasil no ano
de 1535, com plenos poderes político e militar concedidos pelo
rei de Portugal D. João III, por meio de duas cartas passadas em
Évora em 24 de setembro de 1534.

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Família Aguiar – 7 séculos de história

De Branca Dias a Manoel Carrasco

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Família Aguiar – 7 séculos de história
Nessa empreitada, Duarte Coelho trouxe em sua companhia
a sua mulher Brites de Albuquerque, seu cunhado Jeronymo de
Albuquerque e muitas outras pessoas.
Dentre elas, pode-se citar Arnal van Holand (Arnau de
Holanda), natural de Utrech, Holanda.
No que se refere à sua ascendência, encontramos
divergências entre os autores, que basicamente optam por duas
correntes, quais sejam.
Segundo Borges da Fonseca (in Nobiliarquia
Pernambucana), Arnau de Holanda era filho de Heinrich van
Holand (Henrique de Holanda), Barão de Rhenoburg e de
Margarida Florentz Boeyens (Margarida Florença), irmã do Papa
Adriano VI, que ascendeu à cadeira de São Pedro em 09 de janeiro
de 1522 e faleceu em 14 de setembro de 1523, com um ano, oito
meses e seis dias de pontificado. Esta informação relativa ao
parentesco com o Papa Adriano VI não foi confirmada por outras
fontes, seja religiosa ou não.
De qualquer forma, destacamos alguns pontos da vida de
Adriano Florentz Boeyens, que era o nome de Adriano VI. Ele
nasceu em Utrecht, Holanda, em 02/03/1459, e foi o último
pontífice não-italiano, antes do Papa João Paulo II. De família
pobre, desde os primeiros anos de vida lutou muito para estudar,
tendo conseguido formar-se na Universidade de Louvain. Foi
Bispo de Tolosa e preceptor do Imperador Carlos V. Ficou
conhecido por sua imparcialidade e foi homenageado por todos
os reis cristãos. Mostrou-se uma pessoa muita caridosa, inclusive
durante seu pontificado, proibindo despesas e pompas na sua
coroação, afastou de si os parasitas, cortesões, falsos poetas e
bajuladores, ganhando com tais medidas a antipatia dos
aproveitadores.

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Família Aguiar – 7 séculos de história
Em posição diametralmente oposta está Francisco Antônio
Dória (in Os Herdeiros do Poder), que afirma que Arnau de
Holanda era filho ou neto de Jácome (Jacob) de Holanda,
comerciante holandês que viajou até a Índia e, posteriormente,
teria vindo para o Brasil.
De qualquer sorte, Arnau de Holanda casou-se em
Pernambuco com Brites Mendes de Vasconcelos.

Brites Mendes de Vasconcelos – princesa ou plebéia?
Quanto à ascendência de Brites Mendes de Vasconcelos,
também temos divergências.
Segundo Borges da Fonseca, ela era natural de Lisboa e filha
de Bartolomeo Rodrigues de Sá, camareiro-mor do infante Dom
Luis, filho do rei Dom Manuel, o Venturoso, e de sua mulher
Joana de Góes de Vasconcelos. Joana fora criada da rainha D.
Catarina, mulher do rei D. João III, que a recomendou a Brites de
Albuquerque, esposa de Duarte Coelho, quando do seu embarque
para o Brasil.
Novamente em oposição temos Francisco Antônio Dória,
que afirma ser Brites Mendes, filha bastarda de D. Luis, infante
de Portugal – 5º duque de Beja, e filho de D. Manuel, o Venturoso,
e de sua camareira Joana de Góes de Vasconcelos. Dessa maneira,
Brites Mendes seria irmã, por parte de pai, de D. Antônio, prior
do Crato, e sobrinha, por parte de pai, dos filhos do segundo
casamento de D. Manuel com D. Maria de Castela, quais sejam:
D. João III, o Piedoso; D. Henrique I, o Casto; D. Fernando; D.
Afonso; D. Duarte; D. Isabel de Portugal e D. Beatriz.
Ao certo, sabe-se que Brites de Albuquerque, esposa de
Duarte Coelho, dotou várias terras para Brites Mendes de

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Família Aguiar – 7 séculos de história
Vasconcelos, nas quais ela e seu marido, Arnau de Holanda,
levantaram muitos engenhos de açúcar. Ela teria chegado aos cem
anos de idade, por cujo motivo é conhecida pela alcunha de
“velha”. Faleceu em Olinda em 19 de dezembro de 1620, deixando
por seu testamenteiro o seu neto, Francisco de Rego Barros, e foi
sepultada na Igreja de Santo Antônio e São Gonçalo do Convento
da Ordem de Nossa Senhora do Monte do Carmo, na mesma
cidade.

Os descendentes de Maria de Paiva
Maria de Paiva e Agostinho de Holanda de Vasconcelos
tiveram os seguintes filhos:
1.2.1.1. Baltazar Leitão de Paiva (ou Baltasar Leitão de Holanda);
1.2.1.2. Antônio Leitão de Vasconcelos;
1.2.1.3. Agustinho de Hollanda;
1.2.1.4. Adriana de Hollanda;
1.2.1.5. Joanna de Goes;
1.2.1.6. Anna de Hollanda;
1.2.1.7. Inês Fernandes.
Baltazar Leitão (1.2.1.1.) serviu na guerra contra os
holandeses. Ele casou-se com Francisca dos Santos França, filha
de Gaspar Fernandes França. Deste matrimônio nasceram 14
filhos:
1.2.1.1.1. Maria de Goes;
1.2.1.1.2. Baltasar Leitão de Vasconcelos;
1.2.1.1.3. Vasco Leitão de Vasconcelos;
1.2.1.1.4. Agustinho Leitão de Vasconcelos;
1.2.1.1.5. Cosme Leitão de Vasconcelos;
1.2.1.1.6. Antonio Cabral de Vasconcelos;
1.2.1.1.7. Roque Leitão de Vasconcelos;

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Família Aguiar – 7 séculos de história
1.2.1.1.8. Sebastião de Vasconcelos;
1.2.1.1.9. João Leitão de Vasconcelos;
1.2.1.1.10. Anna de Vasconcelos;
1.2.1.1.11. Ignes de Paiva;
1.2.1.1.12. Brites de Vasconcelos;
1.2.1.1.13. Adriana de Hollanda;
1.2.1.1.14. Joanna de Goes.
Maria de Góes (1.2.1.1.1.) casou-se com Gaspar da Costa
Coelho, Cavaleiro da Ordem de Cristo e Capitão de Infantaria
na Guerra Holandesa, fidalgo cavaleiro da Casa Real. Ambos
faleceram na Bahia. Quatro filhos nasceram deste matrimônio:
1.2.1.1.1.1. Brites de Vasconcelos;
1.2.1.1.1.2. João Coelho de Goes;
1.2.1.1.1.3. Gaspar da Costa Coelho;
1.2.1.1.1.4. Ignes de Vasconcelos;
Brites de Vasconcelos (1.2.1.1.1.1.) casou-se com Francisco
Vaz Carrasco, ordenado depois de viúvo.
Sebastião Vaz Carrasco (avô de Francisco Vaz Carrasco) foi
um homem nobre que viveu em Olinda antes da entrada dos
holandeses, e depois mudou-se para a freguesia de São Miguel
de Ipojuca. Ele casou-se com Maria da Rosa (a velha) e tiveram
uma única filha, de mesmo nome da mãe – Maria da Rosa, a
nova, que veio a casar-se com Manoel Vaz Viseu, Comendador
da Ordem de São Bartolomeu e Cavaleiro de Cristo. O casal,
Manoel Vaz Viseu e Maria da Rosa – a nova -, geraram dentre
outros filhos, Francisco Vaz Carrasco.
Do casamento de Brites de Vasconcelos (1.2.1.1.1.1.) com
Francisco Vaz Carrasco nasceram 5 filhos:
1.2.1.1.1.1.1. Manoel Vaz Carrasco;
1.2.1.1.1.1.2. Francisco Vaz Carrasco;

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Família Aguiar – 7 séculos de história
1.2.1.1.1.1.3. Antônio Vaz Carrasco;
1.2.1.1.1.1.4. Maria de Goes;
1.2.1.1.1.1.5. Maria Madalena;
1.2.1.1.1.1.6. Eugenia Vaz.
Destacaremos resumo (com adaptações em razão de
divergências com outros autores), sacado da obra de Francisco
Sadoc de Araújo, intitulada Cronologia Sobralense, volume I,
como um gesto de homenagem ao autor, que com um árduo
trabalho de pesquisa presenteou a todos com seu belo livro.

As 7 irmãs
A parte relacionada à família Aguiar é a que se refere às
famosas “Sete Irmãs”, que nas palavras daquele autor, “a
fecundidade maternal gerou grande parte da família sobralense,
como aliás de toda a Ribeira do Acaraú.” Passemos, então, ao
texto:
“Ano de 1666
23 de agosto: (2ª feira) Por patente datada desse dia, é nomeado
Capitão de Ordenanças de Ipojuca, Pernambuco, o jovem Francisco
Vaz Carrasco, filho de Manoel Vaz Viseu e Maria da Rocha (ou da
Rosa). Mal sabia ele que se casando, pouco depois, com Brites de
Vasconcelos, trineta do nobre holandês Arnaud de Holanda, sobrinho
do Papa Adriano VI, haveria de deixar enorme descendência, parte da
qual, através do seu primogênito Manuel Vaz Carrasco e Silva (Pai
das Sete Irmãs), constituiria a origem e a glória de grande porção do
povo sobralense.
Francisco Vaz Carrasco, o novo Capitão de Ordenanças, era
não só nobre pelo sangue, como também admirável pela fé. Prova disto
é o fato de ter se ordenado sacerdote, por livre e espontânea vontade,
logo após o falecimento de sua mulher.

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Família Aguiar – 7 séculos de história
Boa linhagem e testemunho vivo de fé cristã foi a herança que
deixou aos seus. Ligado ao papado pelo sangue e pela fé, transmitiu fé
cristã e sangue nobre até a Ribeira do Acaraú para constituir aqui,
com essas duas energias, uma humana e outra divina, o dinamismo
irreversível da civilização sobralense.
Francisco Vaz Carrasco e Brites de Vasconcelos tiveram:
1. Manuel Vaz Carrasco (Pai das Sete Irmãs) casou-se duas vezes. A
primeira com Luiza de Sousa, filha Sebastião Leitão de Vasconcelos e
Inês de Sousa. A segunda com Maria Madalena de Sá Oliveira, filha
de Nicácio de Aguiar e Oliveira e Madalena de Sá, irmã do CapitãoMor do Ceará, Sebastião de Sá e de Leonardo de Sá.
2. Francisco Vaz Carrasco (filho) casou-se com Antônia de Mendonça
Uchoa, viúva de Bartolomeu Peres de Gusmão, filha de Francisco de
Faria Uchoa e Ana de Lira Pessoa.
3. Antônio Vaz Carrasco (sobrinho) casou-se com Margarida de Sousa,
filha de Sebastião Leitão de Vasconcelos e Inês de Sousa.
4. Maria Madalena casou-se com Pedro Gama.
5. Eugênia Vaz Carrasco faleceu solteira em 1724, em Goiana.
6. Maria de Goes Vasconcelos Carrasco.
Ano de 1673
Nasce em Ipojuca, Pernambuco, Manoel Vaz Carrasco e Silva,
primogênito do casal Francisco Vaz Carrasco e Inês de Vasconcelos,
tronco de inumerável descendência em toda a Ribeira do Acaraú.
Emigrou para o Ceará, fixando residência na Fazenda Lagoa Seca,
perto do local onde hoje encontra-se a cidade de Bela Cruz.
Manoel Vaz Carrasco e Silva é o pai das célebres 7 Irmãs, de
cuja fecundidade maternal provém grande parte da família sobralense,
como aliás de toda a Ribeira do Acaraú.
A família Carrasco é de bom sangue e possuía brasão de armas
no século XVII, sinal de nobreza e alta linhagem. As bases genéticas

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Família Aguiar – 7 séculos de história
de grande parte da população branca da Ribeira do Acaraú, através
dos Carrascos, tem ligação direta com a nobreza da Holanda, Portugal
e Espanha. Quais sete colinas romanas, foram as Sete Irmãs o terreno
fecundo em que se assentaram os alicerces sangüíneos da civilização
nobre e cristã desta pequena porção da gleba cearense.
Pela importância genealógica das Sete Irmãs, transcreveremos
aqui, o que delas podemos colher em longas pesquisas nos textos
originais de registros religiosos do curato da Ribeira do Acaraú, bem
como em outras fontes de segunda mão.
Manoel Vaz Carrasco e Silva casou-se duas vezes, nascendo-lhe
três filhos do primeiro matrimônio e sete do segundo.
Do primeiro matrimônio de Manoel Vaz Carrasco e Silva com
Luíza de Sousa, filha de Sebastião Leitão de Vasconcelos e Inês de Sousa,
nasceram os seguintes filhos:
1. Manoel Vaz da Silva, nascido em 1713, casou-se, em primeiras
núpcias, com Maria Bezerra Montenegro, filha do Capitão Felipe
Bezerra Montenegro e Maria Montenegro. Sobre o segundo casamento,
sabemos apenas que foi com ‘uma sobrinha do padre Gonçalo, senhor
do Engenho de Mussupy’, conforme reporta Vitoriano Borges da
Fonseca, na Nobiliarchia Pernambucana.
2. Maria de Goes Vasconcelos (1ª das Sete Irmãs) casou-se com Nicácio
Aguiar de Oliveira, filho de Nicácio Aguiar de Oliveira e Madalena de
Sá. Nicácio, seu marido, faleceu a 03/11/1761, com 65 anos, ‘pobre que
vivia de esmola’, segundo atesta o registro de óbito. Foi sepultado na
capela de Santa Cruz (hoje Bela Cruz). Ele era simultaneamente
cunhado e genro de Manoel Vaz Carrasco, cunhado por ser irmão da
segunda mulher, e genro porque se casou com uma filha do primeiro
matrimônio de Manoel Vaz Carrasco.
3. Sebastiana de Vasconcelos (2ª das Sete Irmãs) casou-se em Goiana/
PE com João da Soledade, também chamado João Dias Ximenes de
Galegos, filho de Domingos de Santiago Montenegro e Lourença de
Aguiar Dias Ximenes.

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Família Aguiar – 7 séculos de história
Do segundo matrimônio de Manoel Vaz Carrasco e Silva com
Maria Madalena de Sá e Oliveira, viúva de Francisco Bezerra de
Meneses, e filha de Nicácio Aguiar de Oliveira e Madalena de Sá,
nasceram os seguintes filhos:
4. Nicácio de Aguiar Oliveira (ou Nicácio de Aguiar e Silva) casou-se
com Micaela de Sá Oliveira, filha de Tomás da Silva Porto, natural do
Porto/Portugal e de sua mulher Nicácia Alves Pereira, em 02/03/1767,
na Matriz da Caiçara. Este casal fixou residência na Fazenda Remédios,
sendo o fundador dessa povoação. Nicácio faleceu em 21/06/1798, e
sua mulher Micaela, faleceu 10 dias antes, em 11 de junho do mesmo
ano.
5. Maria Madalena de Sá (3ª das Sete Irmãs) casou-se com Francisco
Ferreira da Ponte e Silva, filho do primeiro matrimônio de Gonçalo
Ferreira da Ponte com Maria de Barros Coutinho (daí originam-se os
Ferreira Ponte), em 20/09/1738. Maria Madalena foi a primeira das 7
Irmãs a falecer, fato que ocorreu em 6/03/1743, em conseqüência de
melindroso parto. Francisco Ferreira da Ponte faleceu em 01/11/1758,
com 61 anos de idade.
6. Inês Madeira de Vasconcelos (4ª das 7 Irmãs) casou duas vezes. A
primeira com o capitão Luis Gonçalves de Matos, filho de Luis
Gonçalves e Ana Peralta, naturais de Igarassú, em 14/09/1739. A
segunda com o Sargento-mor Antônio Alvares Linhares, filho do
Capitão-mor Dionisio Alves Linhares e Rufina Gomes de Sá, em 31/
07/1758. Dionisio era português, natural de S. Marinha de Linhares,
do Arcebispado de Braga, e veio residir no Rio Grande do Norte. Ele
era Cavalheiro da Ordem de Cristo e por todos considerado como de
boa nobreza, o que confirma sua patente de Capitão-mor, registrada
no Livro das Miscelâneas da Ouvidoria Geral de Pernambuco, e
descendente de nobilíssima família portuguesa (daí originam-se os
Linhares). D. Inês faleceu em 13/08/1802. Antônio Alves Linhares,
doente há muitos anos de tuberculose pulmonar, faleceu com hemoptises
em 10/10/1785.

62
Família Aguiar – 7 séculos de história
7. Rosa de Sá e Oliveira (5ª das 7 Irmãs) casou-se com o Capitão José
de Xerez da Furna Uchoa, filho de Francisco de Xerez Furna e Inês de
Vasconcelos Uchoa, em 21/10/1747, na Matriz da Caiçara. D. Rosa
faleceu em 10/02/1812, com 96 anos. José de Xerez faleceu em 01/04/
1797, com 75 anos de idade.
8. Brites de Vasconcelos (6ª das 7 Irmãs) casou-se com José de Araújo
Costa, natural de Santa Lúcia de Barcelos, Arcebispado de Braga,
Portugal, filho de Pedro de Araújo Costa e Maria de Sá, em 31/07/
1747. Dona Brites faleceu em 10/02/1814, com 90 anos. José de Araújo
Costa faleceu em 04/08/1791, com 74 anos. Moravam na Fazenda
Alagoa Grande. O casal são pais de Maria Quitéria de Araújo.
9. Ana Maria de Vasconcelos (7ª das 7 Irmãs) casou-se com Miguel do
Prado Leão, natural de Goiana (daí origina-se a família Prado), filho
de Cosme do Prado Leão e Luzia da Assunção de Oliveira, em 01/11/
1753, na Capela da Santa Cruz (hoje Bela Cruz). Ana Maria faleceu
no mês de julho de 1770 e Miguel do Prado faleceu em 11/07/1794, com
83 anos, sendo sepultado na Capela da Santa Cruz.
10. Sebastiana de Sá e Oliveira, caçula do casal, batizada na Capela da
Almofala dos Tramembés, em 06/07/1731, e que por ter-se conservado
solteira não é computada entre as 7 Irmãs. Faleceu em 18/05/1791,
sendo sepultada na Capela da Santa Cruz.”
Manoel Vaz Carrasco faleceu em 23/11/1753.

Família Carrasco – destino: Ceará
Cabe destacar ao leitor que uma das grandes divergências
encontradas nesta pesquisa foi a vinda dos Carrascos para o
Ceará, pois Borges da Fonseca, assim como a tradição oral,
asseveram que Nicácio de Aguiar de Oliveira (1.2.1.1.1.1.1.4.) primeiro filho do segundo casamento de Manoel Vaz Carrasco teria vindo para a Capitania do Ceará e aqui se casado no termo
da Vila de Granja (Vol. II, pág. 343) com Micaella da Silva,

63
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  • 1.
  • 2.
  • 3.
  • 4. Francisco Ayrton de Aguiar José Anastácio de Sousa Aguiar Família Aguiar 7 Séculos de História 2005
  • 5. Colaboração Zildene de Oliveira Aguiar Antônio Thomáz Neto Revisão Sérgio Roberto Nunes Freire Editoração e Capa Juscelino Guilherme Contato com os autores ayraguia@globo.com tacio111@hotmail.com Impressão Ficha Catalográfica A282f Aguiar, Francisco Ayrton de. Família Aguiar : 7 séculos de história / Francisco Ayrton de Aguiar, José Anastácio de Sousa Aguiar. - Fortaleza : Gráfica LCR, 2005. 266 p. ISBN 9 788590 507314 1. Família Aguiar - História 2. Genealogia I. Aguiar, José Anastácio de Sousa II. Título CDD 929
  • 6. “A todos os nossos ascendentes e descendentes do clã Aguiar já identificados nesta obra ou aqueles ainda não catalogados por escassez de dados históricos escondidos na noite dos tempos. Que nossos descendentes complementem esta árvore genealógica, em benefício do conhecimento humano. Conhecendo seu passado o homem descobre os caminhos do seu futuro.” Francisco Ayrton de Aguiar “À nossa família, a todos aqueles que se interessem pelo tema e à minha querida esposa Soraya Aguiar, pela existência tão doce.” José Anastácio de Sousa Aguiar
  • 7.
  • 8. Sumário Apresentação ................................................................................................. 15 Prefácio ........................................................................................................... 27 Capítulo I – A Família Aguiar – Origem e Brasão .................................... 33 · o Aguiar mais remoto identificado ............................................................ 33 · os Bandeira, Ximenes, Oliveira, Melo, Montenegro e Aragão ..................... 35 · ascendência judaica – Abraham Senior ....................................................39 · a expulsão da Espanha – a rainha fala por Deus ......................................41 Capítulo II – O casal Branca Dias e Diogo Fernandes .............................43 · a conveniência religiosa .............................................................................. 44 · gente da nação ..............................................................................................44 · a inquisição .................................................................................................. 46 · Branca Dias ...................................................................................................47 · a conveniência histórica .............................................................................50 Capítulo III – De Branca Dias a Manoel Carrasco ................................... 53 · Arnal Van Holand – nobre ou plebeu? .....................................................53 · Brites Mendes de Vasconcelos – princesa ou plebéia? .............................56 · os descendentes de Maria de Paiva ............................................................ 57 · as 7 irmãs ....................................................................................................... 59 · família Carrasco – destino: Ceará ............................................................... 63 Capítulo IV – De Manoel Carrasco a Miguel Domingos Aguiar ..............65 · os 3 Nicácios ................................................................................................. 67 · Nicácio Vaz de Aguiar Oliveira e Micaela de Sá Oliveira .......................67 · Narciso Lopes de Aguiar e Maria Quitéria de Araújo .............................69 · Gabriel Arcanjo de Aguiar e Domiciana Teresa de Jesus ......................... 70 · Vicente Lopes de Aguiar e Florência Maria da Conceição ......................71 · Miguel Domingos Aguiar e suas três esposas ...........................................73 · Miguel Domingos Aguiar e Maria da Penha. ...........................................73 · os Aguiar Pecado ..........................................................................................74 · o elo perdido ................................................................................................74 · Miguel Domingos de Aguiar e Ana Emília de Sousa Aguiar ..................76 · vida de retirante ...........................................................................................78 · José Ayres de Souza ......................................................................................79 Capítulo V – José Salustiano Aguiar e Maria dos Reis Aguiar ....................... 81 · os descendentes de José Salustiano Aguiar e Maria dos Reis Aguiar .....82 · primeira geração ..........................................................................................82
  • 9. os descendentes de Ana Umbilina Aguiar Silveira e João Emídio de Maria da Silveira ...............................................................84 · segunda geração ..........................................................................................84 · os descendentes de Antônio Salustiano Aguiar e Águida Ximenes Farias Aguiar ...................................................................85 · segunda geração ..........................................................................................85 · os descendentes de João Salustiano de Aguiar e Maria da Penha Silveira Aguiar .................................................................87 · segunda geração ..........................................................................................87 · terceira geração ............................................................................................87 · os descendentes de José Salustiano de Aguiar Filho e Ana Maria Ximenes Aguiar ........................................................................88 · segunda geração ..........................................................................................89 · terceira geração ............................................................................................89 · os descendentes de Francisco Salustiano de Aguiar e Ana Rodrigues Aguiar ................................................................................89 · segunda geração ..........................................................................................89 · terceira geração ............................................................................................90 · os descendentes de Francisco Assis Salustiano Aguiar e Zilda de Oliveira Aguiar ............................................................................92 · segunda geração ..........................................................................................92 · terceira geração ............................................................................................93 · quarta geração ..............................................................................................96 · quinta geração ............................................................................................ 100 · os descendentes de Maria Nazaré Aguiar e João Nogueira Borges ...... 100 · segunda geração ........................................................................................ 100 · terceira geração .......................................................................................... 101 · quarta geração ............................................................................................ 102 · os descendentes de João Batista Salustiano Aguiar e Iraci Barreto Aguiar ................................................................................... 102 · segunda geração ........................................................................................ 103 · terceira geração .......................................................................................... 103 · quarta geração ............................................................................................ 104 · os descendentes de Gerardo Salustiano de Aguiar e Teresinha Nogueira Aguiar ...................................................................... 105 · segunda geração ........................................................................................ 105 · terceira geração .......................................................................................... 106 · quarta geração ............................................................................................ 109 · Capítulo VI – Maria do Carmo Aguiar e Vicente Emidio da Silveira ............... 111 · os descendentes de Maria do Carmo Aguiar e Vicente Emidio da Silveira ....................................................................... 111 · primeira geração ........................................................................................ 111 · os descendentes de Francisco Chagas Silveira e Maria Alzira .............. 112 · segunda geração ........................................................................................ 112 · terceira geração .......................................................................................... 117
  • 10. Capítulo VII – Vicente Aguiar Souza e Maria Frederico Andrade Aguiar ................................... 119 · os descendentes de Vicente Aguiar Souza e Maria Frederico Andrade de Aguiar ....................................................... 120 · primeira geração ........................................................................................ 120 · os descendentes de José Maria Aguiar e Maria Alidéia Lima Aguiar....................................................................... 121 · segunda geração ........................................................................................ 121 · os descendentes de Maria José Aguiar Queiroz e João Lins Queiroz ...................................................................................... 122 · segunda geração ........................................................................................ 122 · terceira geração .......................................................................................... 122 · quarta geração ............................................................................................ 124 · quinta geração ............................................................................................ 125 · os descendentes de Maria Aura Aguiar Luz e Wilson Luz .................... 126 · segunda geração ........................................................................................ 126 · terceira geração .......................................................................................... 126 · os descendentes de Maria Consuelo Aguiar Albuquerque e Eduardo Aragão Albuquerque ................................................................. 126 · segunda geração ........................................................................................ 127 · terceira geração .......................................................................................... 127 · quarta geração ............................................................................................ 128 · os descendentes de Miguel Frederico de Aguiar e Maria Dalva .......... 129 · segunda geração ........................................................................................ 129 · terceira geração .......................................................................................... 129 · os descendentes de Maria Helena Aguiar Dias e Honório Soares Dias .................................................................................. 129 · segunda geração ........................................................................................ 129 · terceira geração .......................................................................................... 130 · quarta geração ............................................................................................ 131 · os descendentes de Francisco Frederico de Aguiar e Maria do Carmo Melo ............................................................................... 131 · segunda geração ........................................................................................ 131 · terceira geração .......................................................................................... 132 · quarta geração ............................................................................................ 132 · os descendentes de Antônio Frederico D’Aguiar Souza e Francisca Anites Coutinho ....................................................................... 133 · segunda geração ........................................................................................ 133 · terceira geração .......................................................................................... 133 · os descendentes de Terezinha de Jesus Aguiar dos Santos e Antônio Custódio dos Santos Filho ........................................................ 134 · segunda geração ........................................................................................ 134 · terceira geração .......................................................................................... 134 · os descendentes de Margarida Maria Aguiar Simões e Alaor Nogueira Simões ............................................................................. 134
  • 11. · · segunda geração ........................................................................................ 134 terceira geração .......................................................................................... 135 Capítulo VIII – Emília Cândido Aguiar e Miguel Francisco da Silveira ......................................... 137 · os descendentes de Emília Cândido Aguiar e Miguel Francisco da Silveira .................................................................... 138 · primeira geração ........................................................................................ 138 · a descendente de Antônio Eustáquio Silveira e Maria Ima Silveira ...................................................................................... 139 · segunda geração ........................................................................................ 139 · os descendentes de Ana Graciema Silveira Costa e Benjamin Cordeiro ................................................................................... 140 · segunda geração ........................................................................................ 140 · terceira geração .......................................................................................... 141 · os descendentes de Francisco Anastácio Aguiar Silveira e Maria Regina Dantas Aguiar .................................................................... 144 · segunda geração ........................................................................................ 145 · terceira geração .......................................................................................... 145 · os descendentes de José Maria Aguiar Silveira e Maria Guiomar Ferreira Aguiar ............................................................... 146 · segunda geração ........................................................................................ 146 · terceira geração .......................................................................................... 146 Capítulo IX – José Anastácio de Sousa Aguiar e Ana Ely Ponte de Sousa Aguiar ........................................ 147 · os descendentes de José Anastácio de Sousa Aguiar e Ana Ely Ponte de Sousa Aguiar ................................................................ 149 · primeira geração ........................................................................................ 149 · os descendentes de José Anastácio de Sousa Aguiar Filho e Jupira Demétrio de Sousa Aguiar ............................................................ 150 · segunda geração ........................................................................................ 150 · terceira geração .......................................................................................... 150 · quarta geração ............................................................................................ 151 · os descendentes de Lúcio Flávio de Sousa Aguiar e Maria Elisabete Castro de Sousa Aguiar ................................................. 153 · segunda geração ........................................................................................ 153 · terceira geração .......................................................................................... 154 Capítulo X – Maria José de Sousa Aguiar e Francisco das Chagas Aguiar .............................................. 157 · os descendentes de Maria José de Sousa Aguiar e Francisco das Chagas Aguiar .................................................................... 157 · primeira geração ........................................................................................ 157
  • 12. os descendentes de Sebastião Fernandes de Aguiar e Maria José Filizola Aguiar ......................................................................... 158 · segunda geração ........................................................................................ 158 · terceira geração .......................................................................................... 158 · Capítulo XI – João de Sousa Aguiar e Francisca de Oliveira Aguiar ............................................. 161 · os descendentes de João de Sousa Aguiar e Francisca Clara de Oliveira Santiago ....................................................... 162 · primeira geração ........................................................................................ 162 · os descendentes de Zilda de Oliveira Aguiar e Francisco Assis Salustiano Aguiar ........................................................... 164 · os descendentes de Edson de Sousa Aguiar e Mariêta Machado Aguiar .......................................................................... 164 · segunda geração ........................................................................................ 164 · terceira geração .......................................................................................... 165 · quarta geração ............................................................................................ 169 · os descendentes de Evaldo da Silva Aguiar e Irani Souza .................... 169 · segunda geração ........................................................................................ 169 · terceira geração .......................................................................................... 170 · os descendentes de Edmilson de Oliveira Aguiar e Rita Adaíse Rios ......................................................................................... 170 · segunda geração ........................................................................................ 170 · terceira geração .......................................................................................... 171 · quarta geração ............................................................................................ 173 · os descendentes de João Edil de Oliveira Aguiar e Adalgisa Nóbrega Aguiar. ......................................................................... 175 · segunda geração ........................................................................................ 175 · terceira geração .......................................................................................... 175 · os descendentes de Maria Zulena de Oliveira Aguiar e José Alencar Vidal ...................................................................................... 176 · segunda geração ........................................................................................ 176 · terceira geração .......................................................................................... 177 · os descendentes de José Eldo de Oliveira Aguiar e Maria Livete Santos ................................................................................... 179 · segunda geração ........................................................................................ 179 · terceira geração .......................................................................................... 180 · quarta geração ............................................................................................ 181 · os descendentes de Francisca Zildene de Oliveira Aguiar e Antônio Barbosa Lima ............................................................................... 181 · segunda geração ........................................................................................ 182 · terceira geração .......................................................................................... 182 · quarta geração ............................................................................................ 185 · os descendentes de Francisco Edmar de Oliveira Aguiar e Maria Adelaide Rodrigues Aguiar .......................................................... 185
  • 13. segunda geração ........................................................................................ 185 terceira geração .......................................................................................... 186 · quarta geração ............................................................................................ 187 · os descendentes de Zélia de Oliveira Aguiar e Edielson Veríssimo Pinheiro .................................................................... 187 · segunda geração ........................................................................................ 188 · terceira geração .......................................................................................... 188 · · Capítulo XII – Antônio de Sousa Aguiar e Ana Jessé de Araújo Aguiar ............................................ 191 · os descendentes de Antônio de Sousa Aguiar e Ana Jessé de Araújo Aguiar ....................................................................... 192 · primeira geração ........................................................................................ 192 · os descendentes de Francisco Nilciton Aguiar e Maria Laís Costa Aguiar ........................................................................... 194 · segunda geração ........................................................................................ 194 · terceira geração .......................................................................................... 195 · quarta geração ............................................................................................ 198 · os descendentes de Ana Neide Aguiar Matos e Sandoval de Sousa Matos ......................................................................... 199 · segunda geração ........................................................................................ 199 · terceira geração .......................................................................................... 200 · os descendentes de Paulo Araújo Aguiar e Kafa Chamum Aguiar ................................................................................ 201 · segunda geração ........................................................................................ 201 · terceira geração .......................................................................................... 202 · os descendentes de José Araújo Aguiar e Maria Elisabeth de Araújo Aguiar ........................................................... 202 · segunda geração ........................................................................................ 202 · terceira geração .......................................................................................... 202 · quarta geração ............................................................................................ 203 · os descendentes de Annita Araújo Aguiar e Enio Tourasse .................. 203 · segunda geração ........................................................................................ 203 · terceira geração .......................................................................................... 203 · os descendentes de José Nilton Aguiar e Silvana Moura de Carvalho ...................................................................... 204 · segunda geração ........................................................................................ 204 · terceira geração .......................................................................................... 204 · os descendentes de Francisco Ayrton de Aguiar e Volite Pires Mendes ................................................................................... 205 · segunda geração ........................................................................................ 205 · terceira geração .......................................................................................... 206 · os descendentes de José Milton Aguiar e Maria Nícia Carvalho Aguiar ................................................................... 206
  • 14. · · segunda geração ........................................................................................ 206 terceira geração .......................................................................................... 207 Capítulo XIII – Antônio Lopes do Espírito Santo .................................. 209 · os descendentes de Antônio Lopes do Espírito Santo e Maria Joaquina ........................................................................................... 209 · primeira geração ........................................................................................ 209 · os descendentes de Antônio Lopes do Espírito Santo e Maria dos Anjos ......................................................................................... 210 · primeira geração ........................................................................................ 210 · os descendentes de José Tibúrcio de Aguiar e Francisca Etelvina ..................................................................................... 210 · segunda geração ........................................................................................ 210 · os descendentes de José Tibúrcio de Aguiar e Maria José Aguiar ...................................................................................... 211 · segunda geração ........................................................................................ 211 · os descendentes de Francisco Joaquim do Espírito Santo e Maria José do Espírito Santo ..................................................................... 211 · segunda geração ........................................................................................ 211 · terceira geração .......................................................................................... 212 · quarta geração ............................................................................................ 213 · quinta geração ............................................................................................ 214 Capítulo XIV – Cândido Lopes de Aguiar .............................................. 219 · os descendentes de Cândido Lopes de Aguiar e Maria Florência de Aguiar ........................................................................ 219 · primeira geração ........................................................................................ 219 · os descendentes de Luiz Cândido Aguiar e Maria Profetisa Cisne ...... 222 · segunda geração ........................................................................................ 222 · terceira geração .......................................................................................... 222 · quarta geração ............................................................................................ 223 · os descendentes de José Afonso Aguiar e Maria Nazaré Gregório ....... 224 · segunda geração ........................................................................................ 224 · os descendentes de Raimunda Iracema Aguiar e Miguel Gabriel Martiniano Aguiar .......................................................... 225 · segunda geração ........................................................................................ 225 · os descendentes de Maria Nazaré Aguiar e José Abílio ......................... 225 · segunda geração ........................................................................................ 225 · os descendentes de Antônia Persilha de Aguiar e Clementino Domingues Filho .................................................................. 226 · segunda geração ........................................................................................ 226 · terceira geração .......................................................................................... 226 · os descendentes de Maria Conceição Thomaz e João Batista Thomaz ...... 226 · segunda geração ........................................................................................ 226
  • 15. Joaquim Anselmo Aguiar e Maria Angélica Aguiar ............................... 227 segunda geração ........................................................................................ 227 · os descendentes de Vicente de Paulo Aguiar e Júlia Rocha Aguiar ..... 227 · segunda geração ........................................................................................ 227 · terceira geração .......................................................................................... 228 · · Capítulo XV – Francisco Lopes de Aguiar .............................................. 231 · os descendentes de Francisco Lopes Aguiar e Rita Maria de Jesus ..... 231 · primeira geração ........................................................................................ 231 · os descendentes de Francisco Lopes Aguiar e Ana Amélia Aguiar ..... 232 · primeira geração ........................................................................................ 233 · os descendentes de José Maria de Aguiar e Amélia Schettine .............. 235 · segunda geração ........................................................................................ 235 · terceira geração .......................................................................................... 236 · quarta geração ............................................................................................ 237 · os descendentes de Raimundo Lopes Aguiar e Maria Peregrina de Aguiar ........................................................................ 237 · segunda geração ........................................................................................ 237 · os descendentes de Raimundo Lopes Aguiar e Maria do Carmo de Aguiar ....................................................................... 237 · segunda geração ........................................................................................ 237 · os descendentes de Raimundo Lopes Aguiar e Maria Euzália Aguiar ..... 238 · segunda geração ........................................................................................ 238 · os descendentes de José Cláudio Aguiar e Maria de Jesus Aguiar ....... 238 segunda geração .......................................................................................... 238 · terceira geração .......................................................................................... 238 · quarta geração ............................................................................................ 239 · os descendentes de Maria Frutuosa de Aguiar e José Luis de Araújo .. 239 · segunda geração ........................................................................................ 239 · terceira geração .......................................................................................... 240 · os descendentes de Maria Augusta Aguiar Araújo e José Luis de Araújo ................................................................................... 241 · segunda geração ........................................................................................ 241 · terceira geração .......................................................................................... 242 · quarta geração ............................................................................................ 243 · os descendentes de Maria de Nazareth de Aguiar e Manuel Estanislau de Araújo ................................................................... 244 · segunda geração ........................................................................................ 244 Bibliografia .................................................................................................. 246 · Bibliografia genealógica ............................................................................ 246 · Bibliografia complementar ....................................................................... 250
  • 16. Apresentação “Perdão, mas é um prazer, deveras Entrar no espírito das eras, Ver como já pensou um sábio antes de nós, E a que sublimes fins temos chegado após.” (in Fausto de Goethe, pág. 48) A presente obra tem alguns objetivos, dentre eles, prestar uma justa homenagem aos nossos antepassados e ao mesmo tempo trazer para as gerações presente e futuras uma fonte de pesquisa e ensinamento. Temos a convicção de que cultuar o passado é uma das melhores formas de aprendizado e amadurecimento. Sem contar, é claro, com a oportunidade que diversas pessoas terão de compartilhar suas histórias de vida com todos os familiares e amigos. Poucas são as obras que já nascem fadadas à imperfeição, e um livro sobre genealogia, de qualquer família que seja, sempre será uma obra inacabada e incompleta. Talvez esse seja um dos maiores estímulos. Este tipo de pesquisa assemelha-se em muito ao trabalho de garimpagem. Por vezes, conseguimos várias informações importantes de uma única tacada, de outras o destino parece testar a nossa convicção. Entretanto, vários são os prazeres dessa jornada. Temos a oportunidade de dar vida novamente a fatos e pessoas de um passado remoto, de mergulhar no espírito das eras, de compreender melhor o significado da história. Dentre as pérolas encontradas na jornada, destacamos o verdadeiro e juvenil
  • 17. testemunho de uma sobrinha sobre o destino opressor acometido a sua tia, retirada de um pequeno caderno de anotações, já amarelado pelo tempo, que agora transcrevemos: “Minha tia casou-se quase à força, para satisfazer o pai e seu irmão, por isso ela nunca gostou do marido, porém viveram unidos e tiveram 5 filhos. O seu grande amor era seu amigo de infância, que não foi aceito pela família porque era boêmio, gostava de festas e de violão.” Várias foram as descobertas, e confessamos que alguns temas não nos eram de todo conhecidos, como por exemplo, a história dos cristãos-novos à época da perseguição religiosa impetrada pela igreja católica contra os judeus. A desumanidade e a crueldade dos representantes do papa da época foram inaceitáveis e macularam sobremaneira a igreja, enquanto instituição sucessora de Pedro. Entretanto, apesar de todo o horror, a Inquisição contribuiu para que chegassem aos nossos dias os fatos ocorridos naquele período da história, por meio das transcrições dos processos aos quais os judeus foram submetidos. Em que pese este livro não ter por escopo o estudo e aprofundamento das mazelas impostas aos judeus e cristãos-novos pela intolerância e a desumanidade dos ideais religiosos inquisitoriais, possa esta obra, ao menos, lembrar ao leitor a importância da tolerância e da fraternidade entre todos. A colonização holandesa ocorrida no Nordeste brasileiro entre 1630 a 1654 permitiu uma maior liberdade religiosa aos judeus que para cá fugiam da perseguição perpetrada na Europa, em especial, na Península Ibérica. Com isso, houve um grande florescimento da cultura e religiosidade judaica, especialmente, em Pernambuco. Ao final da invasão holandesa, os judeus
  • 18. seguiram para vários destinos, dentre eles: a América do Norte, a Europa, norte da África, Barbados e alguns permaneceram no Brasil, fugindo para o interior. Dentre esses destinos brasileiros, destaca-se a região do vale do rio Acaraú, em especial as cidades de Sobral e Camocim, como destaca o Padre João Mendes Lira: “Os judeus que em grande quantidade se fixaram em Sobral, Várzea do Pinto, Groaíras, Cariré, Jaibaras, São Vicente, etc., embora estivessem totalmente fora do alcance e da visão dos inquisitores e do Santo Ofício, jamais comunicaram a seus filhos onde nasceram, de onde eram, suas origens judaicas, seus nomes verdadeiros e até mesmo suas práticas religiosas. Somente na hora da morte revelavam suas raízes e suas origens, pedindo que não passassem para ninguém esta história. (...) Os judeus portugueses que se transformaram nos Carvalhos, nos Madeiras, nos Ferreiras da Ponte, nos Prados, nos Linhares, nos Aguiar, nos Bezerras, mudaram o rumo da História Econômica de Sobral.” O mergulho em sete séculos de história, com a conseqüente identificação de 20 gerações da família Aguiar – desde o século XIV, quando do nascimento do mais remoto personagem pesquisado, o rabino Yuda Baquiz até os dias atuais – propiciará ao leitor conhecer o primeiro Aguiar, identificar a nossa ascendência judaica, familiarizar-se com os costumes e valores dos nossos antepassados, reconhecer as diversas famílias que se entrelaçaram com os Aguiar, saborear a saga das “Sete Irmãs”, da colonização da região do vale do rio Acaraú, bem como permitirá
  • 19. uma análise crítica dos bastidores do poder dos reis católicos da Espanha e da Inquisição Católica, sob uma visão imparcial dos fatos que compuseram a nossa história. Esta pesquisa nos possibilitou verificar o incrível avanço que presenciamos e desfrutamos em algumas áreas do conhecimento humano e, ao mesmo tempo, constatar que em outras searas patinamos sem rumo certo. Já não há tantos casos de falecimento da gestante quando do parto, já não se levam três semanas para percorrer cem quilômetros transportando mercadorias, já não se vive tão isolado, o que propiciava os casamentos entre primos e entre tios e sobrinhas, já não há imposição quanto à escolha do parceiro para o matrimônio, como o caso acima citado. A liberdade talvez tenha sido o maior dos bens conquistados, no entanto é bem verdade que a sua consagração definitiva tem importado severos sacrifícios para a raça humana, na medida em que têm sido confundidos liberdade com irresponsabilidade, por meio da substituição dos mais caros valores estóicos por um niilismo inconseqüente e devastador. No entanto, a raciocinar com o movimento pendular, cremos que em breve possa ser atingido o ponto de equilíbrio e harmonia. Talvez possamos concluir que quanto aos aspectos objetivos e materiais da vida, tivemos um notável avanço, entretanto quanto aos pontos de natureza subjetiva e espirituais, temos encontrado mais firmeza de caráter e integridade nos nossos antepassados. Vejamos o que Victor Hugo nos ensina: “Trabalhar para o povo, é essa a grande urgência. A alma humana, coisa importante a dizer no momento em que estamos, precisa ainda mais de ideal, do que de real.
  • 20. É pelo real que vivemos, é pelo ideal que existimos. Ora, queremo-nos dar conta da diferença? Os animais vivem, o homem existe.” (in William Shakespeare, de Victor Hugo, pág. 226) Escrever um livro, em especial, desta natureza, compara-se à trajetória da vida. Temos uma idéia do que queremos, mas não sabemos exatamente o que nos espera. No transcorrer desse desafio, encontraremos estímulos, desventuras, acertos, dúvidas, alegrias, incertezas, mas acima de tudo, estaremos perseguindo um ideal, que nesta obra materializa-se na reunião do maior número de informações sobre a família Aguiar. É bem verdade que é um ideal utópico, assim como é a vida. Vivemos com uma idéia do que queremos – ser feliz, mas não sabemos o que nos espera, nem muito menos como conseguir tal desiderato. Por vezes, e na maioria das vezes, utilizamos nosso precioso tempo no desempenho de atividades que pouco nos serão úteis, e como gastamos tempo com isso... Acreditamos que tudo deve ser submetido ao nosso imediatismo egoísta e submetemos todos os nossos valores ao crivo da sociedade ignara, que não sabe de onde vem, nem muito menos para onde vai. E como insistimos nesse caminho... Alguns conseguirão - empós um árduo caminho espiritual, e, diga-se de passagem, pessoal - atingir a maturidade, e perceber que poucas, mas pouquíssimas coisas têm verdadeiramente importância. E aqui, aproveitamos para destacar trecho do prefácio da Cidade de Deus de Santo Agostinho:
  • 21. “A concepção das duas cidades encontra sua base na reflexão agostiniana dos dois amores. A vida humana se desenrola entre dois amores, entre duas forças: uma terrestre e outra espiritual e celeste. Entre estas duas forças, ou dois amores, se desenvolve a vida humana. Será que esta mesma dinâmica não acontece também na história? (...)” (in A Cidade de Deus, Parte I, de Santo Agostinho, pág. 45) Por certo, nessa ocasião, verão que as dificuldades, sofrimentos e derrotas terão grande importância, pois permitiram esmerar o discernimento e diminuir a miopia espiritual. Mesmo nos momentos mais árduos e perante as situações mais complexas, em que a concepção antropomórfica de Deus que nos foi imposta como condição de submissão e temor não nos auxilia, devemos crer que o nosso universo relativo pertence a um infinito absoluto, muito além das paixões e necessidades terrenas, no qual predomina o equilíbrio, a justiça e o verdadeiro amor de Deus. Em outras palavras, como assevera o adágio popular, se não está tudo bem, é porque ainda não acabou. “Num universo tão complexo, no seio de um organismo de forças regido por uma lei tão sábia, que nunca falhou definidamente, como podes acreditar que teu destino esteja abandonado ao acaso, e o desequilíbrio momentâneo, que te aflige e te parece injustiça, não seja condição de mais alto e mais perfeito equilíbrio.” (in A Grande Síntese, de Pietro Ubaldi, pág. 188)
  • 22. Não teceremos comentários de cunho enaltecedor, seja no campo profissional ou pessoal, a qualquer dos parentes vivos, porque sabemos que os grandes homenageados são nossos antepassados, e cremos que qualquer caminho que leve à virtude e à verdade percorre a orla da integridade e da disciplina, e jamais cruza com as veredas da vaidade e da paixão comum. Recorramos mais uma vez aos mestres. “Integridade e firmeza. Esteja sempre do lado da razão, e com tal firmeza de propósito, que nem a paixão comum, nem a violência tirânica o desviem dela. Mas onde encontrar essa fênix de equidade? Poucos se dedicam à integridade. Muitos a festejam, mas poucos a visitam. Alguns a seguem até que a situação se torne perigosa. Em perigo, os falsos a renegam, e os políticos astuciosamente a disfarçam. Ela não teme pôr de lado a amizade, poder e mesmo seu próprio bem, e é nessa hora que é repudiada. Os perspicazes elaboram sofismas sutis e falam de louváveis motivos superiores ou de razão de Estado, mas o homem realmente leal considera a dissimulação uma espécie de traição, orgulha-se mais de ser firme do que sagaz e se encontra sempre do lado da verdade. Se diverge dos outros, não é devido a algum capricho seu, mas porque os outros abandonaram a verdade.” (in A Arte da Sabedoria Mundana, de Baltasar Gracián, pág. 25)
  • 23. Um dos períodos mais interessantes da nossa pesquisa foi o século XIX, em especial, os fatos referentes aos filhos de Vicente Lopes de Aguiar – Miguel Domingos Aguiar, Antônio Lopes do Espírito Santo, Cândido Lopes de Aguiar, Francisco Lopes de Aguiar. Cremos ser possível traçar um perfil daqueles homens. Todos nasceram no município de Massapê, na região de Ipaguaçu, antiga Acaraú-Mirim, no noroeste do Estado do Ceará. Praticamente, passaram todas as suas vidas naquela região. Tinham tez branca, herança dos seus ascendentes predominantemente portugueses, trabalhavam normalmente em atividades ligadas à terra e eram extremamente católicos. Criaram seus filhos com a rigidez típica do homem do campo e davam bastante ênfase aos laços familiares. Houve, como o caso de Cândido Lopes de Aguiar e Francisco Lopes de Aguiar, vários casamentos entre parentes, parte resultado da extrema dificuldade de locomoção peculiar à época, bem como dos fortes laços familiares, acima citado. O papel da mulher, quase sempre olvidado pelas pesquisas de cunho genealógico, mostra-se na nossa família de vital importância, pois graças ao seu trabalho, com afinco e esmero, é que foi possível aos chefes de família lançarem-se ao mundo em busca da sobrevivência de seus entes. Mesmo aquelas que não lograram casar-se tiveram um desempenho invejável na colaboração, e, em alguns casos, até mesmo na substituição dos pais, na educação dos filhos, como foi o caso de Maria Neusa Araújo Aguiar, Maria Diva Aguiar, Maria Wanda de Sousa Aguiar, Ana Nair de Sousa Aguiar, e tantas outras. Cumpre a nós, mesmo que muito tempo depois, reconhecer agradecidos a prestimosa colaboração; e o fazemos na pessoa de Branca Dias – que o leitor terá oportunidade de conhecer nos primeiros capítulos, que representa, e muito bem, a mulher altiva, trabalhadora, guerreira e mãe.
  • 24. Nossas pesquisas demonstram que os municípios de Massapê, Sobral e Camocim formam o eixo no qual a família Aguiar adotou como berço nessas terras de Iracema, e de onde se espalharam para o resto do Estado, em especial à capital Fortaleza, e para o mundo. A colonização do interior do Estado do Ceará, em especial das terras do noroeste, iniciou-se pela ocupação dos vales dos rios Coreaú, Acaraú e seus afluentes. Após a expulsão dos índios, várias famílias, oriundas principalmente de Pernambuco, procuravam terras prósperas para o cultivo e a criação de gado, atraídas pelo exemplo empreendedor dos jesuítas da Missão da Ibiapaba. A ocupação dessas terras, como em todo o Brasil, envolveu, além do colono, o padre, o escravo e o índio. E é nesse emaranhado de interesses e relações que floresceu a família Aguiar. É imperioso destacar um pouco da história daquela região, em especial de Ipaguaçu, ou como é carinhosamente chamada pelos seus filhos, Mirim, antiga Acaraú-Mirim, que foi o nascedouro deste ramo da família Aguiar pesquisado, em especial nos séculos XIX e no primeiro quartel do século XX. A história de Ipaguaçu coincide com a construção do açude Acaraú-Mirim, em 1901, no povoado do mesmo nome. O povoado nasceu nos altos do rio Acaraú-Mirim, também conhecido como Altos de São Pedro, nos locais onde foram instaladas fazendas centenárias de gado vacum, servindo de limites com o Município de Licânia, depois, Santana do Acaraú, conforme a Lei Estadual n°. 398, de 25 de setembro de 1897, que elevou à categoria de Vila, sob a denominação de Serra Verde, a povoação de Massapê. O povoado de Acaraú-Mirim, por força do Decreto n°. 129, de 30 de novembro de 1935, chegou a ser Distrito, passando depois
  • 25. a ser denominado de Mirim, para ser alterado novamente o nome, por meio do Decreto-Lei nº 1.114, de 30 de novembro de 1943, quando passou a ser chamado de Ipaguaçu, e já pela Lei n° 1.153, de 22 de novembro de 1951, o Distrito de Ipaguaçu foi extinto, situação que permaneceu até 21 de outubro de 199l, quando foi sancionada a Lei n° 293, recriando-o, desta feita, na categoria de Vila. Pôr do sol no açude Acaraú-Mirim (Ipaguaçu/Massapê/CE) Em que pese, de início, não termos tido o objetivo de fazer agradecimentos individuais aos muitos que nos ajudaram, cremos ser mais justo lembrar dos maravilhosos momentos dispensados com pessoas que até então, muitas delas, nem conhecíamos. Dessa forma, agradecemos imensamente a companhia e o carinho de Francisca Zildene de Oliveira Aguiar, Antônio Thomáz Neto, José Joaquim Neto Cisne, Rita de Cássia Araújo da Silva, Augusto Cláudio Guterres, José Lindolfo Weber da Silva, Igo Carvalho Vilar de Melo, Rogério Nogueira Aguiar, Maria de Jesus Nogueira Aguiar, Maria Valderez da Silveira Costa, Marlúcia Barreto Aguiar, José Maria Aguiar, Rosa Maria Aguiar Albuquerque, Cândido Pinheiro de Lima, Kléber José Silveira, Jaílson Arquino de Oliveira
  • 26. e Sousa, amigos da primeira e de todas as horas, cuja amizade por si só já justificaria toda a labuta da presente obra, companheiros que sabem que a felicidade não se encontra no final da jornada, mas sim em todos os momentos da caminhada. Quanto ao objetivo maior desta obra, deixemos que Cícero fale por nós: “Sócrates repetia que julgava sua tarefa cumprida, logo que as suas exortações tinham despertado suficientemente na alma de uma pessoa o desejo de conhecer e abraçar a virtude. Quando se está firmemente convencido de que nada vale a satisfação de ser homem honesto, não há, acreditava ele, muito mais que aprender.” (in Do Orador, de Cícero, pág. 53) Desejamos, diferentemente de todas as obras literárias que vem com proibição expressa de não ser copiada, que esta obra seja copiada, clonada, reproduzida e possa atingir o maior número de pessoas possível, para que possamos ampliá-la em uma nova edição com novas informações e curiosidades sobre a família Aguiar. Há exatos dois anos, demos início a nossa pesquisa, e com o final dos trabalhos esperamos ter contribuído para um melhor entendimento das origens da nossa família, bem como para o lançamento de um olhar crítico e inovador sobre várias questões genealógicas ainda não totalmente esclarecidas. Por derradeiro, deixamos a mensagem do mestre dos mestres, Jesus: “Que a paz esteja convosco!” Fortaleza/CE, 17 de janeiro de 2005. Os Autores
  • 27.
  • 28. Pref ácio Falar sobre família não é tarefa fácil, sobretudo porque envolve sentimentos, que no dizer de Blaise Pascal: “o coração tem razões que a própria razão desconhece”, - basta a perda de um elo familiar, para distorcer por completo o rumo da verdadeira história na elaboração do mapa genealógico que se pretende – só facilitadas, um pouco, as pesquisas, por tratar-se de uma família que deu certo. Como exemplo de dificuldade, cito o meu próprio caso, Antonio Thomaz Neto, além de não constar o sobrenome Aguiar - somos cinco com o mesmo nome, homenageando o avô materno. Explicar quem é quem dos cinco, daqui a duzentos ou mais anos não deixaria de ser um exercício de tortura para qualquer um que se aventurasse no estudo do tema. O outro grau de dificuldade reside no fato de não escolhermos os pais, a família ou mesmo o lugar para nascer, entretanto, para crescer e se realizar, dependemos do aconchego do lar, da identificação com nossas raízes, a ponto de muitos recorrerem à regressão nos sofás dos analistas, para ficarem menos “doidos” – resultando, com isto, - modernamente - num crescente interesse por este tipo de literatura investigativa - das raízes familiares de cada um. A escritora e acadêmica Lya Luft, em Família: Como Fazer - mais realista, define a família como “o chão sobre o qual caminhamos por toda a vida, seja ele esburacado ou plano, ensolarado ou sombrio, não é escolha nossa”. Todavia, o que se sabe ao certo que é dentro do seio familiar que se processa o mais requintado laboratório de convivência social – que os mais aparelhados dos Estados não suprem com eficiência as mais ignorantes das mães e lugar onde se
  • 29. desenvolvem, também, os maiores conflitos e as maiores tragédias da comédia humana, desde Caim e Abel, - mas, pela graça de Deus, não se conhecem, até agora, maiores tragédias, no meio da família Aguiar, possibilitando a conclusão de tratar-se de um agrupamento familiar que deu certo ou no dizer de Epicteto: “Seguramente Deus escolhe seus servos ao nascerem, ou talvez antes mesmo do nascimento”. Assim, O fez aos Aguiar. Em Família Aguiar: Sete Séculos de História, seus autores nos proporcionam uma leitura crítica, projetando nova luz e nova vertente ainda pouco exploradas, das possibilidades de se chegar até o Adão e a Eva dos Aguiar, por certo dentre “os marcados na fronte como servos do nosso Deus, pertencentes a uma das tribos dos filhos de Israel, de que nos fala o Apocalipse de São João” (Ap.7,4-9). Procura ainda esclarecer sobre figuras polêmicas como a de Branca Dias, bem como a ascendência judaica da família Aguiar, a partir do rabino Yuda Baquiz, e a proximidade da família da águia com o Papa Adriano VI. A serem confirmados estes vínculos genealógicos, já se pode pensar noutro mergulho ainda mais profundo – recuando as pesquisas a dois ou três mil anos, que alcançaria o povo do livro, a partir de Jacó, que depois da luta com o anjo do Senhor passou a se chamar de Israel, segundo a Bíblia. Gerou treze filhos das quatro uniões que manteve: com Lia, nasceram, Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom e Diná a única mulher; com Bila,- criada de Raquel, nasceram Dã e Naftali; com Zilpa – criada de Lia, nasceram Gade e Aser, e, finalmente, com Raquel - protagonista de uma linda história de amor que custou ao primo/esposo mais sete anos de trabalho - nasceram José e Benjamim. Este último morreu em Efrata, onde até hoje se encontra seu túmulo, perto de Hebrom.
  • 30. Dividido o território ocupado por Israel pelos doze filhos homens, formaram doze tribos, Diná por ser mulher nada recebeu. Naquela época, mulher não contava muito como herdeira. Esta linha de pesquisa nos leva ainda a outras indagações inquietantes, que não deixa de ser uma abordagem outra de recontar a história de muitas famílias. - por que o símbolo da casa de Jacó era uma águia, tal qual o Brasão da família Aguiar, o mesmo símbolo adotado, muitos séculos depois? - dez das doze tribos que se perderam, cerca de trinta a quarenta mil pessoas, ou se assimilaram com outros povos, que segundo o pesquisador Jacques Attali, citando o Livro Bíblico de Abdias, um dos mais antigos profetas, fala do exílio de Jerusalém em Sefarad, nome em hebraico da península Ibérica (in Os Judeus, o Dinheiro e Mundo, Editora Futuro, 3a. Ed. p. 248), lugar onde foram localizados pelos autores, Yuda Baquiz, Abraham Sênior e Moses Raphel de Aguilar, este, rabino da primeira Sinagoga construída nas Américas em 1639, chamada de Kahal Zur Israel, em Pernambuco, ao tempo do Governador Mauricio de Nassau. Outros grupos hebraicos atingidos pelas diversas Diásporas alcançaram a Europa central, hoje Polônia e Alemanha, e ficaram sendo chamados na língua hebraica de ashkenazim, que depois se espalhariam pelo restante da Europa e América. Em Viena de 1621, ao lado de outros banqueiros, foram encontrados os AGUILAR, “pequenos prestamistas que depois se tornaram banqueiros” (Attali,ob.cit., p.303). Outros contingentes expulsos de suas terras se dirigiram para Cartago, fixando-se na ilha de Djerba na África, hoje pertencente a Tunísia, num contínuo fluxo migratório do Oriente para o Ocidente.
  • 31. Ao fim, temos que concordar com a proposição de Isaiah Berlin, estudioso inglês nascido na Ucrânia de que “a tarefa do pensador é subverter, abrir portas, destruir, libertar, deixar que o ar entre. A do político, de acomodar as diversidades”. Sobre o papel da mulher Aguiar, gostaria de destacar mais uma, Maria Florência Aguiar (Mãe Imã), casada com o tio Cândido Lopes Aguiar – que nem cidadã chegou a ser, visto que o voto da mulher brasileira só foi conseguido em 1932, no bojo da revolução de 1930. Mãe de treze filhos, católica fervorosa, que somente depois de muito tempo cheguei a entender o seu esforço obsessivo de ensinar os filhos a ler um texto das sagradas escrituras e assinar o próprio nome para poder votar, e ser gente, como diziam. Duas facetas, além de outras tantas, mais marcantes de sua sofrida vida, devo lembrar. Primeiramente, destaco o verdadeiro estoicismo com que suportou, com paciência quase bovina, tudo entregando a Deus, e administrou a terrível enfermidade incurável do marido, que chegou a consumir todo o nariz, deixando à mostra parte da ossatura da face, que somados aos parcos recursos e à falta de assistência médica, no sertão de então, sangrava-lhe o coração na sua impotência de minimizar os sofrimentos de marido e tio. A outra, a maneira sábia de conviver bem com um casamento arranjado por seus pais, de não contrariar em nada o marido, fazendo uso de toda a astúcia feminina, de se fazer desentendida naquilo que achava absurda exigência masculina, fato esgrimido com elegância pela escritora acadêmica, Nélida Piñon, explicando a sabedoria e a sutileza da reação das mulheres contra o poder masculino através dos tempos, como fizera: Sara, Rebeca, Débora, Miriam, Ester, Ruth, Dalila e outras tantas, não figurando nas genealogias escritas pelos homens, como bem lembra Piñon. Assim, era candidamente, a Mãe Imã que conheci.
  • 32. A História, a genealogia, e em especial a família Aguiar agradecem a iniciativa e o esmero dos autores na confecção da presente obra. Posso testemunhar o esforço dos mesmos, com a metodologia usada, desde a coleta de informações, através de formulários endereçados a todos que se soubessem ser da família Aguiar, além dos recursos empregados da oralidade, de modo a não deixar nenhum clã dos Aguiar de fora das pesquisas, e ainda do trabalho exaustivo de codificar as informações dentro de grades explicativas de acordo com as normas técnicas da Associação Brasileira de Genealogia. Fortaleza, janeiro de 2005. Antônio Thomaz Neto
  • 33.
  • 34. Capítulo I A Família Aguiar – Origem e Brasão As fontes antigas não são tão claras quanto à origem da família Aguiar, entretanto a posição mais difundida é que teria sido originada da família Guedes. D. Pedro Mendes de Aguiar (ou Mendes Peres de Aguiar) teria tirado este sobrenome da vila de Aguiar, na Província portuguesa de Trás-os-Montes. Ele casouse com D. Maior Garcia de Portocarreiro e viveu à época de D. Afonso I, primeiro rei de Portugal. Daí originaram-se também os Aguillares, de muitos descendentes na Espanha. As armas que usam são de ouro, com uma águia estendida de vermelho. O Aguiar mais remoto identificado Em que pese todos os ramos estudados na presente obra terem feito parte da imensa árvore genealógica que gerou os Aguiar de hoje, nem todos tinham ou conservaram o sobrenome ao longo da história. Considerando os ramos abordados na presente obra, a pessoa mais remota identificada a utilizar este sobrenome foi Luzia de Aguiar de Oliveira. Ela era casada com Simão Gonçalves de Teive, ambos naturais da ilha de São Miguel, no arquipélago dos Açores, em Portugal. 33
  • 35. Família Aguiar – 7 séculos de história O Aguiar mais remoto identificado 34
  • 36. Família Aguiar – 7 séculos de história O casal teve uma filha, outra Luzia de Aguiar de Oliveira, que veio a casar-se duas vezes, a primeira com o Capitão Domingos de S. Thiago, e a segunda com o Capitão Amaro Lopes da Madeira. Do primeiro casamento – Luzia de Aguiar de Oliveira e Domingos de S. Thiago – foi gerado Felippe de S. Thiago de Oliveira, que veio a casar-se com Lourença Maciel de Andrade, e geraram dentre outros, Ignez Montenegro. Do segundo casamento – Luzia de Aguiar de Oliveira e Amaro Lopes da Madeira – foi gerado Domingos de Aguiar de Oliveira. Ignez Montenegro casou-se com seu tio Domingos de Aguiar de Oliveira, pois este, como vimos, era irmão por parte de mãe de Felippe de S. Thiago de Oliveira. Este casal forma um entroncamento importante no entrelaçamento de diversas famílias, como veremos adiante. Os Bandeiras, Ximenes, Oliveira, Melo, Montenegro e Aragão O entrelaçamento mais remoto identificado entre as famílias Bandeira, Ximenes, Oliveira, Melo, Montenegro e Aragão com a família Aguiar deu-se nos séculos XV e XVI, como a seguir demonstrado. Sebastiana de Vasconcelos foi a terceira e última filha do primeiro casamento de Manoel Vaz Carrasco e Silva, o célebre pai das ‘Sete Irmãs’, e Luiza de Sousa. Sua ascendência por parte de pai será vista no capítulo referente à família Carrasco. Sebastiana de Vasconcelos nasceu em Goiana (Pernambuco) e, depois da prematura morte de sua genitora, continuou aí residindo com seus dois irmãos mais velhos, Manoel Vaz da Silva 35
  • 37. Família Aguiar – 7 séculos de história Os Bandeiras, Ximenes, Oliveira, Melo, Montenegro e Aragão 36
  • 38. Família Aguiar – 7 séculos de história e Maria de Góes Vasconcelos, provavelmente na companhia de seus tios paternos ou maternos, uma vez que o seu pai, casandose pela segunda vez, passou a residir na Ribeira do Acaraú, onde se radicou em definitivo. Ela casou-se em Goiana com João Dias Ximenes de Galegos (ou João da Soledade). João Dias Ximenes de Galegos era filho de Domingos de São Thiago Montenegro e Lourença de Aguiar Dias Ximenes, filha de Duarte Ximenes de Aragão e Felippa de Abreu Ximenes de Aragão. Pelo lado paterno, João Dias Ximenes de Galegos tinha como avós Domingos de Aguiar de Oliveira e Ignez Montenegro. Cabe destacar, como já demonstrado, que Ignez Montenegro era sobrinha do seu marido, fato não tão incomum para a época, pois ele, Domingos de Aguiar de Oliveira, era filho do segundo matrimônio da avó paterna de Inês, Luzia de Aguiar de Oliveira com Capitão Amaro Lopes da Madeira. O primeiro casamento de Luzia de Aguiar de Oliveira deuse com Domingos de São Thiago Montenegro. Ele, espanhol, veio para o Brasil em companhia do Conde Banholo, por ocasião da guerra contra os invasores holandeses. Por sua vez, Luzia de Aguiar de Oliveira era filha de Simão Gonçalves de Teive e de Luzia de Aguiar de Oliveira, conforme vimos anteriormente. Ignez de Montenegro, repita-se, esposa de Domingos de Aguiar de Oliveira, era filha de Felippe de São Thiago de Oliveira e Lourença Maciel de Andrade. Lourença Maciel de Andrade era filha de Baltazar Maciel de Andrade e sua prima Jerônima de Mesquita de Azevedo, e neta materna de Antônio Bandeira de Melo (fidalgo da Casa Real 37
  • 39. Família Aguiar – 7 séculos de história de Sua Majestade) e Jerônima de Mesquita, filha de Matheus Freitas de Azevedo, também fidalgo da Casa Real. Lourença Maciel de Andrade tinha como bisavós (pais de Antônio Bandeira de Melo) Felippe Bandeira de Melo e Maria Maciel de Andrade, naturais de Lisboa. Ambos vieram, já casados, de Portugal em 1535, acompanhando Duarte Coelho Pereira, primeiro donatário da Capitania de Pernambuco. Cumpre destacar trecho da Nobiliarquia Pernambucana (Vol. II, pág. 262) de Antônio José Vitoriano Borges da Fonseca: “Dos ditos Felippe Bandeira de Melo e Pedro Bandeira de Melo procedem todos os Bandeiras da Capitania de Pernambuco, e como de documentos fidedignos consta qual foi em Portugal sua origem, parece justo que demos notícia dela. É bem sabido nas nossas histórias portuguesas que a primeira pessoa que usou do apelido de Bandeira foi Gonçalo Pires, a quem o Rei Dom João II concedeu este apelido e as armas que escreve Vilas Boas na sua Nobiliarquia Portuguesa (Bandeiras, pág. 1244), em remuneração da insigne façanha que fez em salvar na batalha do Touro, em tempo de el-Rei Afonso V, a bandeira real do reino, que estava em poder dos adversários. Teve este Gonçalo Pires Bandeira, entre outros filhos, a Felippa Bandeira e Bartholomeu Bandeira, de sua mulher D. Violante Bandeira. Esta Felippa Bandeira casou-se com João Rodrigues Malheiro, fidalgo muito ilustre, como consta do brasão de armas de sua digníssima e ilustríssima família (...). Dos ditos ilustres fidalgos, João Rodrigues Malheiro e sua mulher Felippa Bandeira, nasceu, entre outros filhos, Brites Bandeira de Melo, que se casou com Sebastião Pires de Louredo, e residiam na comarca de Lamego, pelos anos de 1520, destes sendo filhos Felippe Bandeira de Melo e Pedro Bandeira de Melo. 38
  • 40. Família Aguiar – 7 séculos de história Felippe Bandeira de Melo foi, como fica dito, o primeiro varão e ilustre fidalgo desta digníssima família que passou à Capitania de Pernambuco, em 1535, com seu parente Duarte Coelho Pereira, donatário da referida capitania, e já casado com sua patrícia D. Maria Maciel de Andrade.” Ascendência Judaica – Abraham Sênior Expusemos anteriormente a ascendência de João Dias Ximenes de Galegos pelo lado paterno. Como vimos, ele era filho de Domingos de São Thiago Montenegro e Lourença de Aguiar Dias Ximenes. Neste tópico vamos abordar os ascendentes João Dias Ximenes de Galegos pelo lado materno. Lourença de Aguiar Dias Ximenes, sua mãe, era filha de Duarte Ximenes de Aragão e Felippa de Abreu Ximenes de Aragão. Cumpre alertar que a ascendência de Duarte Ximenes de Aragão, a seguir destacada, não é pacífica, pois um dos principais documentos que retratam as árvores genealógicas do Brasil colônia são os quatro volumes da Nobiliarchia Pernambucana de Antônio José Victoriano Borges da Fonseca, que apresenta outra ascendência. Entretanto, concluímos, após o confrontamento das fontes históricas, que a posição de Borges da Fonseca está equivocada, em razão de o autor ter querido excluir os judeus da ascendência de todas as famílias por ele citadas, posição esta incompatível com o escopo da presente obra. Nesse contexto, temos que Duarte Ximenes de Aragão era filho de João Batista Ximenes, por sua vez filho de um outro Duarte Ximenes de Aragão e Maria da Veiga, judia, e ambos moravam em Antuérpia. Este Duarte Ximenes de Aragão era filho de Rui Nunes Ximenes e Graça Rodrigues de Évora, ambos falecidos em Antuérpia, em 1581, e em Florença, em 1601, respectivamente. 39
  • 41. Família Aguiar – 7 séculos de história Ascendência Judaica – Abraham Sênior 40
  • 42. Família Aguiar – 7 séculos de história Rui Nunes Ximenes era filho de um terceiro Duarte Ximenes de Aragão, médico e assessor financeiro de D. Brites, filha de D. Manuel, o Venturoso, e Isabel Rodrigues de Évora (ou da Veiga). Isabel Rodrigues de Évora, por sua vez, era filha de Rodrigo da Veiga, médico de D. Manuel, o Venturoso, rei de Portugal. Este Rodrigo da Veiga era filho de Thomás da Veiga, o de Tordesilhas, médico dos reis católicos da Espanha e de Constança Coronel. Ela, Constança, era filha do rabino Meir Melamed. O rabino Meir Melamed casou-se com a filha do rabino Abraham Sênior. Posteriormente, este ficou conhecido por Fernão Peres Coronel, por conta da mudança de nome levada a cabo em razão da conversão ao catolicismo realizada em 15/06/1492, uma sexta-feira. Cabe destacar que ambos os rabinos, sogro e genro, converteram-se no mesmo dia, tendo como padrinhos os próprios reis da Espanha. Infelizmente ainda não foi possível identificar o nome da esposa e da filha de Abraham Sênior. Sabe-se, apenas, que o referido rabino casou-se com a filha do rabino Yuda Baquiz. A Expulsão da Espanha – a Rainha fala por Deus Após a vitória sobre os mouros na primavera de 1492, e a conseqüente reunificação do que viria a ser a Espanha de hoje, os reis Fernando de Aragão e Isabel de Castella, mais conhecidos como os reis católicos da Espanha, ordenaram a expulsão de todos os mouros e judeus de todas as partes do reino. Era o ano de 5252 do calendário judaico. O rei deu prazo de três meses após o anúncio público da decisão – dia 01 de maio, para a sua retirada. Estima-se que a comunidade judaica atingia cerca de 50.000 famílias, que deveriam abandonar o país 41
  • 43. Família Aguiar – 7 séculos de história carregando somente os seus bens móveis, não incluídos, metais preciosos, como o ouro e a prata. No curso desse período, os israelitas esforçaram-se para conseguir um acordo que facultasse a sua permanência no país. Seus representantes junto aos reis eram o rabino D. Abraham Sênior, líder das congregações judaicas espanholas, o rabino Meir Melamed, que era secretário do rei, e D. Isaac Abravanel, também ocupante de cargo na corte espanhola. Abraham Sênior já se mostrara um habilidoso negociador anteriormente, quando do próprio orquestramento do casamento dos reis. Reza a lenda que o acordo estava para ser efetivado quando o Prior de Santa Cruz, enfurecido com o desenrolar dos acontecimentos, carregando um crucifixo, diz ao rei e à rainha: “Judas Iscariotes vendeu seu mestre por 30 peças de prata. Vossa Alteza o venderia novamente por 30 mil. Aqui está, tome-o e negocie.” A rainha tomou a palavra e dirigiu-se aos representantes dos judeus: “Como ribeiros de águas, assim é o coração do rei na mão do Senhor, que o inclina a todo o seu querer. Acreditai que isso vem de nós? O Senhor colocou essas coisas no coração do rei.” Estava traçado o destino daqueles homens, mulheres e crianças. 42
  • 44. Capítulo II O casal Branca Dias e Diogo Fernandes O casal Vicente Dias e Violante Dias será um dos pontos de partida do nosso trabalho e para melhor visualização de seus descendentes, utilizaremos a identificação numérica, que traz dentre outras facilidades um melhor parâmetro de comparação entre os diversos ramos que se bifurcam do tronco central. O casal teve pelo menos três filhos, duas mulheres e um homem, todos naturais da localidade de Viana da Foz do Lima (ou Viana do Castelo), Portugal, sendo que somente as duas foram identificadas: 1. Branca Dias e 2. Isabel Dias. Poucas são as informações a respeito deste casal. O que se tem, retirou-se do depoimento de Violante Dias perante o Tribunal do Santo Ofício em Lisboa, quando ela e a filha Isabel acusaram Branca Dias de práticas judaizantes. Sabe-se que Isabel casou-se, mas foi abandonada pelo marido e, presume-se, não teve prole. As acusações de ambas, em processo datado de 1543, eram que Branca Dias, sendo cristã batizada, veio a judaizar e apostatar da fé católica, honrando os sábados e obedecendo a ritos e cerimônias judaicas. Diziam ainda que Branca Dias, às sextasfeiras, varria e mandava varrer a casa, punha mais uma mecha 43
  • 45. Família Aguiar – 7 séculos de história torcida no candeeiro por honra do sábado, vestia camisa limpa e punha lençóis lavados na cama e que respeitava o jejum do Quipur, que os judeus chamavam de dia dos Perdões. A Conveniência Religiosa Cumpre realizar alguns esclarecimentos históricos, em especial, sobre os procedimentos inquisitoriais da época para que não haja um julgamento precipitado dos atos da mãe e irmã de Branca Dias. D. Manuel, rei de Portugal, interessado em cumprir uma das cláusulas de seu casamento com Dona Isabel, filha primogênita de Fernando e Isabel, reis da Espanha, comprometeu-se a expulsar os judeus que viviam em seu reino. Em 5 de dezembro de 1496, ele publicou o decreto de expulsão de todos “os filhos da maldição” (os judeus sefardins, ou seja, naturais de Sefarad, que, em hebraico, é o nome geográfico da Península Ibérica). Entretanto, por razões econômicas e sociais, em especial, pelo destacado papel que os judeus desempenhavam na vida política e econômica do país, dificultou a saída dos judeus e determinou o seu batismo em massa, que a partir de então tornavam-se cristãos-novos. Dessa forma, oficialmente, acabavam-se os judeus em Portugal, e surgiam os cristãos-novos. Gente da Nação Como conseqüência da intolerância religiosa coroada com o batismo em massa, muitos judeus ibéricos fugiram para diversos destinos, dentre eles citamos: Holanda, como o caso da família de Baruch de Espinoza, África e Brasil. 44
  • 46. Família Aguiar – 7 séculos de história ‘Nação portuguesa’, ‘gente da nação’ ou ‘homens da nação’ – era assim que os mercadores judaicos-portugueses fugidos da inquisição designavam-se a si mesmos. A nação dos portugueses desterrados era mais do que uma simples forma de identificação, significava uma comunidade e possuía o conceito de corpo eclesiástico. A maior migração para o nosso país deu-se quando da dominação holandesa de 1630 a 1654, em especial, quando da administração do governador e capitão-mor Maurício de Nassau. Os judeus encontraram em Pernambuco, sob a proteção de Nassau, a mesma liberdade religiosa da metrópole holandesa. Eles, além de bons comerciantes, foram também senhores de engenho e atuaram em várias profissões liberais, como advogado, médico e construtores. Em 1639, a comunidade construiu a sinagoga Kahal Zur Israel e convidaram para dirigi-la o rabino de origem portuguesa Isaac Aboab da Fonseca, que veio acompanhado de Moses Raphael de Aguilar, outro rabino que teve como missão a orientação da escola religiosa. Com a vitória das forças portuguesas em 1654, os judeus receberam das autoridades portuguesas o prazo de 3 meses para abandonar a colônia. Vários foram os destinos seguidos: alguns tomaram o caminho de volta para Holanda, outros seguiram para o Caribe e a América do Norte, onde se integraram à comunidade de Nova Amsterdã, que mais tarde seria chamada de Nova York. Outros judeus dispersaram-se pelo interior da colônia, assimilando gradativamente a cultura e a religião que lhes foram impostas, e dando origem a diversos ramos familiares. 45
  • 47. Família Aguiar – 7 séculos de história A Inquisição No dia 23 de maio de 1536, a Inquisição recebeu autorização para funcionar em Portugal, e em 1540 foi realizada a primeira cerimônia pública de auto-da-fé em Lisboa. Entretanto, por razões de divergências entre a monarquia portuguesa e a cúria romana, somente no dia 16 de junho de 1547, o Tribunal foi definitivamente estabelecido e perdurou até 1821. A principal destinação da Inquisição era a manutenção da pureza religiosa católica, e para sua preservação fazia-se necessária a rejeição dos membros considerados indesejáveis, em especial, os judeus e cristãos-novos, minorias sociais e religiosas que representavam os pecados da comunidade, devendo ser sumariamente excluídos. Estava, mais uma vez, caracterizada a prática da exclusão social, representando a inclinação profunda do homem em projetar sua própria culpabilidade sobre outro, com a conseqüente satisfação de sua consciência, por meio do castigo ao diferente. Como método para obtenção das confissões desejadas e não conseguidas por meio dos interrogatórios, os inquisitores usavam a tortura. Havia, nas dependências do Santo Ofício, uma sala com essa destinação, denominada casa dos tormentos. A intensidade e a crueldade dos suplícios dependia da resistência do torturado e da avaliação de sua saúde física realizada por um médico, que acompanhava as torturas. Caso o acusado resistisse às torturas e não confessasse, a sua condenação à fogueira era uma conseqüência lógica. Só havia uma maneira de “purificação”, a confissão, a acusação de outros cristãos-novos e o cumprimento das penas inquisitoriais, que poderiam ser confisco dos bens, cárcere, hábito penitencial e banimento para vários lugares, em especial, o Brasil. 46
  • 48. Família Aguiar – 7 séculos de história Evidentemente, nenhuma confissão, bem como acusações e denúncias obtidas pelos meios citados deveriam ter credibilidade. É nesse contexto, que deixamos ao leitor a avaliação dos atos de Violante e Isabel Dias. Branca Dias Branca Dias foi condenada pelo Tribunal do Santo Ofício em 1543 a dois anos de prisão, mas cumpriu apenas um ano e três meses. Branca Dias casou-se com Diogo Fernandes, que era comerciante de tecidos, aparentemente próspero, em Portugal. Por motivos ainda desconhecidos, Diogo Fernandes veio para o Brasil em data indefinida. Acredita-se que ambos, Diogo e Branca, teriam fugido da Inquisição. Ele, em data anterior a 1543, e ela, em data posterior a 1545, quando foi libertada pelo Tribunal, vieram para o Brasil. Sabe-se ao certo que, em 1542, Duarte Coelho Pereira, primeiro donatário de Pernambuco, doou uma sesmaria para Diogo Fernandes, tornando-se este agricultor de cana-deaçúcar em Pernambuco. Parece que ele era pessoa ligada à família Albuquerque, porque D. Brites de Albuquerque, esposa de Duarte Coelho, acompanhou-o nos seus últimos momentos de vida e Jerônimo de Albuquerque, irmão de Brites e futuro governador da Capitania, teria intercedido junto à Corte Portuguesa para conceder-lhe alguns favores. No Brasil, Branca Dias montou em sua casa uma escola para meninas para lecionar a fiar, costurar e bordar, que teria funcionado nas décadas de 1550 a 1560. Após o falecimento de Diogo Fernandes, entre 1563 a 1567, Branca Dias dedicou-se ao cultivo das terras situadas em 47
  • 49. Família Aguiar – 7 séculos de história Camarajibe, nas margens do rio Capibaribe. Ela veio a falecer em data não confirmada, entre 1579 a 1591, e por razões desconhecidas, com cerca de 70 anos de idade. O casal teve 11 filhos, a seguir destacados: 1.1. Brites Fernandes, a velha ou a alcorcovada, a única mulher a conservar-se solteira; 1.2. Inês Fernandes de Goes casada com Baltasar Leitão Cabral; 1.3. Violante Fernandes casada, em primeiras núpcias, com João Pereira e em segundas núpcias com Antônio Barbalho; 1.4. Guiomar Fernandes casada com Francisco Frasão sem descendência a constar; 1.5. Baltasar que era Capitão em Flandres; 1.6. Ana da Paz casada com Diogo Fernandes Camarajibe ou do Brasil; 1.7. Manoel Afonso; 1.8. Jorge Dias de Paz casado com Maria de Góis, sem descendência a constar; 1.9. Andressa Jorge casada com Fernão de Sousa; 1.10. Isabel Fernandes casada com Sebastião Coelho; 1.11. Felipa da Paz casada, em primeiras núpcias, com Cristovão Sarradas sem descendência a constar e, em segundas núpcias, com Pero da Costa. Inês Fernandes de Goes (1.2.) - primeira esposa de Baltasar - casou-se com Baltasar Leitão Cabral. Segundo Borges da Fonseca (Nobiliarquia Pernambucana, Vol. II, pág. 336), Baltasar serviu na Câmara de Olinda em 1596 e em sua gestão, por ordem de Dom Antônio Barreiros, bispo do Brasil, foi concedida licença para que os monges beneditinos fundassem o Mosteiro na Ermida de Nossa Senhora do Monte, cuja fundação acha-se registrada no Livro do Tombo do Mosteiro de São Bento daquela cidade (Arquivo: gaveta 03, maço A, n.º 01). Neste documento, Baltasar assina em segundo 48
  • 50. Família Aguiar – 7 séculos de história lugar, logo depois de Luis do Rego Barreto, que era o juiz ordinário mais velho, o que se pode inferir que Baltasar era o juiz ordinário mais moço ou o vereador mais velho. Ele veio a falecer em 01 de dezembro de 1617 e foi sepultado na Igreja Matriz do Salvador. O casal teve somente uma filha: 1.2.1. Maria de Paiva, nascida cerca de 1562 e casada com Agostinho de Holanda de Vasconcelos (o velho); Baltasar casou-se ainda pela segunda vez com Leonor Rodrigues Paes e teria tido uma filha de nome Jeronyma Cabral Távora, a qual casou-se com Francisco Mendes Flores. O casal Violante Fernandes (1.3.) e João Pereira teve: 1.3.1. Leonardo Pereira, que casou-se com Brásia Pinto, cristãvelha, natural de Pernambuco, presa pela Inquisição; 1.3.2. Mateus Pereira, nascido cerca de 1566. Em segundas núpcias, Violante casou-se com Antônio Barbalho, com menção até onde se sabe de uma única filha: 1.3.3. Guiomar Barbalha. O casal Ana da Paz (1.6.) e Diogo Fernandes teve: 1.6.1. Manuel de Paz, nascido cerca de 1580 e falecido em 1642. O casal Andressa Jorge (1.9.) e Fernão de Sousa teve: 1.9.1. Diogo de Sousa, nascido em Pernambuco cerca de 1573; 1.9.2. Jorge de Sousa, nascido em Pernambuco em 1580; 1.9.3. Ana da Paz, nascida em Pernambuco em 1585; 1.9.4. Maria de Sousa, casada com Duarte Mendes, cristão-novo, presa pela Inquisição; 1.9.5. Beatriz de Sousa, nascida em Pernambuco cerca de 1586, presa pela Inquisição; 1.9.6. Violante de Sousa, nascida em Pernambuco cerca de 1588; 1.9.7. Francisco, nascido em Pernambuco cerca de 1590; 49
  • 51. Família Aguiar – 7 séculos de história 1.9.8. Guiomar, nascida em Pernambuco cerca de 1592. O casal Isabel Fernandes (1.10.) e Sebastião Coelho teve: 1.10.1. Paulo, nascido em Pernambuco e depois residente no Porto. O casal Felipa da Paz (1.11.) e Pero da Costa teve: 1.11.1. Ana da Costa de Arruda, nascida em Pernambuco cerca de 1576, presa pela Inquisição; 1.11.2. Bartolomeu Favela de Arruda, nascido em Pernambuco cerca de 1580; 1.11.3. Catarina Favela, nascida em Pernambuco cerca de 1583, batizada na ermida de Santiago de Camarajibe e presa pela Inquisição; 1.11.4. Maria de Arruda; 1.11.5. Isabel; 1.11.6. Filipe; 1.11.7. Diogo Martins da Costa; 1.11.8. Pero da Costa. A Conveniência Histórica É importante esclarecer ao leitor, ao final deste capítulo que existe uma grande divergência quanto à descendência de Branca Dias e Diogo Fernandes. A posição de José Antônio Gonsalves de Mello (in Gente da Nação, págs. 132/134), acima adotada, é no sentido de que o casal teve os 11 filhos acima identificados, enquanto Borges da Fonseca (in Nobiliarquia Pernambucana, Vol. II, págs. 336/337) afirma que Branca Dias não deixou descendentes. Cremos que assiste razão ao primeiro por dois grandes motivos: a uma, estão as provas citadas em Gente da Nação, enquanto o segundo não especifica alguma; a duas, pelo grau de 50
  • 52. Família Aguiar – 7 séculos de história isenção religiosa do primeiro em contraposição ao grande envolvimento emocional do segundo, que parece querer afastar todos os vínculos que possam referir-se à Branca Dias, em razão de sua crença judaica, com adjetivos inadequados a um trabalho histórico isento. Para que o leitor possa avaliar e julgar melhor, transcrevemos parte do texto do segundo autor: “Brites Mendes de Vasconcelos, conhecida vulgarmente por Brites Mendes, a nova, casou, por eleição própria, com Felipe Dias Vaz, Senhor do Engenho de São Bartolomeu de Muribeca, que as memórias antigas dizem que fora filho de Diogo Fernandes, feitor do engenho de Camarajibe da Freguesia de São Lourenço da Muribara, no tempo do Governador Jerônimo de Albuquerque, e sua mulher Branca Dias, e só foi feliz este matrimônio em não haver sucessão dele, como nunca houve em Pernambuco de Branca Dias; depois da morte deste filho e da prisão de sua irmã, Beatriz Fernandes que foi para Lisboa em 1600 e nunca mais voltou, o que não obstante tem feito os malévolos e faltos de critério inumeráveis argüições com que pretenderam injustamente macular não só muitos ramos desta nobilíssima família, pelo parentesco de Brites Mendes, a nova, que nunca tinha com Branca Dias, mais o que o da afinidade e sua nora, porém ainda outras muitas famílias que a malévola ignorância quis livremente compreender.” 51
  • 53.
  • 54. Capítulo III De Branca Dias a Manoel Carrasco Como vimos no capítulo anterior, Branca Dias e Diogo Fernandes tiveram 11 filhos, dentre eles Inês Fernandes (1.2.), que foi a primeira esposa de Baltasar Leitão Cabral, Cavaleiro de Cristo, descendente de uma das principais famílias de Évora (Portugal). Deste matrimônio foi gerada uma única filha, a saber: 1.2.1. Maria de Paiva; Maria de Paiva casou-se com Agostinho de Holanda de Vasconcelos (o velho), terceiro e último filho varão de Arnau de Holanda e de sua mulher Brites Mendes Góes (ou Brites Mendes de Vasconcelos). Agostinho de Holanda de Vasconcelos nasceu em Olinda e viveu no Cabo de Santo Agostinho no início do século XVII (1601). Arnal Van Holand – nobre ou plebeu? Cabem aqui algumas palavras sobre os pais de Agostinho de Holanda. Sabe-se que Duarte Coelho Pereira, primeiro donatário da Capitania de Pernambuco, veio para o Brasil no ano de 1535, com plenos poderes político e militar concedidos pelo rei de Portugal D. João III, por meio de duas cartas passadas em Évora em 24 de setembro de 1534. 53
  • 55. Família Aguiar – 7 séculos de história De Branca Dias a Manoel Carrasco 54
  • 56. Família Aguiar – 7 séculos de história Nessa empreitada, Duarte Coelho trouxe em sua companhia a sua mulher Brites de Albuquerque, seu cunhado Jeronymo de Albuquerque e muitas outras pessoas. Dentre elas, pode-se citar Arnal van Holand (Arnau de Holanda), natural de Utrech, Holanda. No que se refere à sua ascendência, encontramos divergências entre os autores, que basicamente optam por duas correntes, quais sejam. Segundo Borges da Fonseca (in Nobiliarquia Pernambucana), Arnau de Holanda era filho de Heinrich van Holand (Henrique de Holanda), Barão de Rhenoburg e de Margarida Florentz Boeyens (Margarida Florença), irmã do Papa Adriano VI, que ascendeu à cadeira de São Pedro em 09 de janeiro de 1522 e faleceu em 14 de setembro de 1523, com um ano, oito meses e seis dias de pontificado. Esta informação relativa ao parentesco com o Papa Adriano VI não foi confirmada por outras fontes, seja religiosa ou não. De qualquer forma, destacamos alguns pontos da vida de Adriano Florentz Boeyens, que era o nome de Adriano VI. Ele nasceu em Utrecht, Holanda, em 02/03/1459, e foi o último pontífice não-italiano, antes do Papa João Paulo II. De família pobre, desde os primeiros anos de vida lutou muito para estudar, tendo conseguido formar-se na Universidade de Louvain. Foi Bispo de Tolosa e preceptor do Imperador Carlos V. Ficou conhecido por sua imparcialidade e foi homenageado por todos os reis cristãos. Mostrou-se uma pessoa muita caridosa, inclusive durante seu pontificado, proibindo despesas e pompas na sua coroação, afastou de si os parasitas, cortesões, falsos poetas e bajuladores, ganhando com tais medidas a antipatia dos aproveitadores. 55
  • 57. Família Aguiar – 7 séculos de história Em posição diametralmente oposta está Francisco Antônio Dória (in Os Herdeiros do Poder), que afirma que Arnau de Holanda era filho ou neto de Jácome (Jacob) de Holanda, comerciante holandês que viajou até a Índia e, posteriormente, teria vindo para o Brasil. De qualquer sorte, Arnau de Holanda casou-se em Pernambuco com Brites Mendes de Vasconcelos. Brites Mendes de Vasconcelos – princesa ou plebéia? Quanto à ascendência de Brites Mendes de Vasconcelos, também temos divergências. Segundo Borges da Fonseca, ela era natural de Lisboa e filha de Bartolomeo Rodrigues de Sá, camareiro-mor do infante Dom Luis, filho do rei Dom Manuel, o Venturoso, e de sua mulher Joana de Góes de Vasconcelos. Joana fora criada da rainha D. Catarina, mulher do rei D. João III, que a recomendou a Brites de Albuquerque, esposa de Duarte Coelho, quando do seu embarque para o Brasil. Novamente em oposição temos Francisco Antônio Dória, que afirma ser Brites Mendes, filha bastarda de D. Luis, infante de Portugal – 5º duque de Beja, e filho de D. Manuel, o Venturoso, e de sua camareira Joana de Góes de Vasconcelos. Dessa maneira, Brites Mendes seria irmã, por parte de pai, de D. Antônio, prior do Crato, e sobrinha, por parte de pai, dos filhos do segundo casamento de D. Manuel com D. Maria de Castela, quais sejam: D. João III, o Piedoso; D. Henrique I, o Casto; D. Fernando; D. Afonso; D. Duarte; D. Isabel de Portugal e D. Beatriz. Ao certo, sabe-se que Brites de Albuquerque, esposa de Duarte Coelho, dotou várias terras para Brites Mendes de 56
  • 58. Família Aguiar – 7 séculos de história Vasconcelos, nas quais ela e seu marido, Arnau de Holanda, levantaram muitos engenhos de açúcar. Ela teria chegado aos cem anos de idade, por cujo motivo é conhecida pela alcunha de “velha”. Faleceu em Olinda em 19 de dezembro de 1620, deixando por seu testamenteiro o seu neto, Francisco de Rego Barros, e foi sepultada na Igreja de Santo Antônio e São Gonçalo do Convento da Ordem de Nossa Senhora do Monte do Carmo, na mesma cidade. Os descendentes de Maria de Paiva Maria de Paiva e Agostinho de Holanda de Vasconcelos tiveram os seguintes filhos: 1.2.1.1. Baltazar Leitão de Paiva (ou Baltasar Leitão de Holanda); 1.2.1.2. Antônio Leitão de Vasconcelos; 1.2.1.3. Agustinho de Hollanda; 1.2.1.4. Adriana de Hollanda; 1.2.1.5. Joanna de Goes; 1.2.1.6. Anna de Hollanda; 1.2.1.7. Inês Fernandes. Baltazar Leitão (1.2.1.1.) serviu na guerra contra os holandeses. Ele casou-se com Francisca dos Santos França, filha de Gaspar Fernandes França. Deste matrimônio nasceram 14 filhos: 1.2.1.1.1. Maria de Goes; 1.2.1.1.2. Baltasar Leitão de Vasconcelos; 1.2.1.1.3. Vasco Leitão de Vasconcelos; 1.2.1.1.4. Agustinho Leitão de Vasconcelos; 1.2.1.1.5. Cosme Leitão de Vasconcelos; 1.2.1.1.6. Antonio Cabral de Vasconcelos; 1.2.1.1.7. Roque Leitão de Vasconcelos; 57
  • 59. Família Aguiar – 7 séculos de história 1.2.1.1.8. Sebastião de Vasconcelos; 1.2.1.1.9. João Leitão de Vasconcelos; 1.2.1.1.10. Anna de Vasconcelos; 1.2.1.1.11. Ignes de Paiva; 1.2.1.1.12. Brites de Vasconcelos; 1.2.1.1.13. Adriana de Hollanda; 1.2.1.1.14. Joanna de Goes. Maria de Góes (1.2.1.1.1.) casou-se com Gaspar da Costa Coelho, Cavaleiro da Ordem de Cristo e Capitão de Infantaria na Guerra Holandesa, fidalgo cavaleiro da Casa Real. Ambos faleceram na Bahia. Quatro filhos nasceram deste matrimônio: 1.2.1.1.1.1. Brites de Vasconcelos; 1.2.1.1.1.2. João Coelho de Goes; 1.2.1.1.1.3. Gaspar da Costa Coelho; 1.2.1.1.1.4. Ignes de Vasconcelos; Brites de Vasconcelos (1.2.1.1.1.1.) casou-se com Francisco Vaz Carrasco, ordenado depois de viúvo. Sebastião Vaz Carrasco (avô de Francisco Vaz Carrasco) foi um homem nobre que viveu em Olinda antes da entrada dos holandeses, e depois mudou-se para a freguesia de São Miguel de Ipojuca. Ele casou-se com Maria da Rosa (a velha) e tiveram uma única filha, de mesmo nome da mãe – Maria da Rosa, a nova, que veio a casar-se com Manoel Vaz Viseu, Comendador da Ordem de São Bartolomeu e Cavaleiro de Cristo. O casal, Manoel Vaz Viseu e Maria da Rosa – a nova -, geraram dentre outros filhos, Francisco Vaz Carrasco. Do casamento de Brites de Vasconcelos (1.2.1.1.1.1.) com Francisco Vaz Carrasco nasceram 5 filhos: 1.2.1.1.1.1.1. Manoel Vaz Carrasco; 1.2.1.1.1.1.2. Francisco Vaz Carrasco; 58
  • 60. Família Aguiar – 7 séculos de história 1.2.1.1.1.1.3. Antônio Vaz Carrasco; 1.2.1.1.1.1.4. Maria de Goes; 1.2.1.1.1.1.5. Maria Madalena; 1.2.1.1.1.1.6. Eugenia Vaz. Destacaremos resumo (com adaptações em razão de divergências com outros autores), sacado da obra de Francisco Sadoc de Araújo, intitulada Cronologia Sobralense, volume I, como um gesto de homenagem ao autor, que com um árduo trabalho de pesquisa presenteou a todos com seu belo livro. As 7 irmãs A parte relacionada à família Aguiar é a que se refere às famosas “Sete Irmãs”, que nas palavras daquele autor, “a fecundidade maternal gerou grande parte da família sobralense, como aliás de toda a Ribeira do Acaraú.” Passemos, então, ao texto: “Ano de 1666 23 de agosto: (2ª feira) Por patente datada desse dia, é nomeado Capitão de Ordenanças de Ipojuca, Pernambuco, o jovem Francisco Vaz Carrasco, filho de Manoel Vaz Viseu e Maria da Rocha (ou da Rosa). Mal sabia ele que se casando, pouco depois, com Brites de Vasconcelos, trineta do nobre holandês Arnaud de Holanda, sobrinho do Papa Adriano VI, haveria de deixar enorme descendência, parte da qual, através do seu primogênito Manuel Vaz Carrasco e Silva (Pai das Sete Irmãs), constituiria a origem e a glória de grande porção do povo sobralense. Francisco Vaz Carrasco, o novo Capitão de Ordenanças, era não só nobre pelo sangue, como também admirável pela fé. Prova disto é o fato de ter se ordenado sacerdote, por livre e espontânea vontade, logo após o falecimento de sua mulher. 59
  • 61. Família Aguiar – 7 séculos de história Boa linhagem e testemunho vivo de fé cristã foi a herança que deixou aos seus. Ligado ao papado pelo sangue e pela fé, transmitiu fé cristã e sangue nobre até a Ribeira do Acaraú para constituir aqui, com essas duas energias, uma humana e outra divina, o dinamismo irreversível da civilização sobralense. Francisco Vaz Carrasco e Brites de Vasconcelos tiveram: 1. Manuel Vaz Carrasco (Pai das Sete Irmãs) casou-se duas vezes. A primeira com Luiza de Sousa, filha Sebastião Leitão de Vasconcelos e Inês de Sousa. A segunda com Maria Madalena de Sá Oliveira, filha de Nicácio de Aguiar e Oliveira e Madalena de Sá, irmã do CapitãoMor do Ceará, Sebastião de Sá e de Leonardo de Sá. 2. Francisco Vaz Carrasco (filho) casou-se com Antônia de Mendonça Uchoa, viúva de Bartolomeu Peres de Gusmão, filha de Francisco de Faria Uchoa e Ana de Lira Pessoa. 3. Antônio Vaz Carrasco (sobrinho) casou-se com Margarida de Sousa, filha de Sebastião Leitão de Vasconcelos e Inês de Sousa. 4. Maria Madalena casou-se com Pedro Gama. 5. Eugênia Vaz Carrasco faleceu solteira em 1724, em Goiana. 6. Maria de Goes Vasconcelos Carrasco. Ano de 1673 Nasce em Ipojuca, Pernambuco, Manoel Vaz Carrasco e Silva, primogênito do casal Francisco Vaz Carrasco e Inês de Vasconcelos, tronco de inumerável descendência em toda a Ribeira do Acaraú. Emigrou para o Ceará, fixando residência na Fazenda Lagoa Seca, perto do local onde hoje encontra-se a cidade de Bela Cruz. Manoel Vaz Carrasco e Silva é o pai das célebres 7 Irmãs, de cuja fecundidade maternal provém grande parte da família sobralense, como aliás de toda a Ribeira do Acaraú. A família Carrasco é de bom sangue e possuía brasão de armas no século XVII, sinal de nobreza e alta linhagem. As bases genéticas 60
  • 62. Família Aguiar – 7 séculos de história de grande parte da população branca da Ribeira do Acaraú, através dos Carrascos, tem ligação direta com a nobreza da Holanda, Portugal e Espanha. Quais sete colinas romanas, foram as Sete Irmãs o terreno fecundo em que se assentaram os alicerces sangüíneos da civilização nobre e cristã desta pequena porção da gleba cearense. Pela importância genealógica das Sete Irmãs, transcreveremos aqui, o que delas podemos colher em longas pesquisas nos textos originais de registros religiosos do curato da Ribeira do Acaraú, bem como em outras fontes de segunda mão. Manoel Vaz Carrasco e Silva casou-se duas vezes, nascendo-lhe três filhos do primeiro matrimônio e sete do segundo. Do primeiro matrimônio de Manoel Vaz Carrasco e Silva com Luíza de Sousa, filha de Sebastião Leitão de Vasconcelos e Inês de Sousa, nasceram os seguintes filhos: 1. Manoel Vaz da Silva, nascido em 1713, casou-se, em primeiras núpcias, com Maria Bezerra Montenegro, filha do Capitão Felipe Bezerra Montenegro e Maria Montenegro. Sobre o segundo casamento, sabemos apenas que foi com ‘uma sobrinha do padre Gonçalo, senhor do Engenho de Mussupy’, conforme reporta Vitoriano Borges da Fonseca, na Nobiliarchia Pernambucana. 2. Maria de Goes Vasconcelos (1ª das Sete Irmãs) casou-se com Nicácio Aguiar de Oliveira, filho de Nicácio Aguiar de Oliveira e Madalena de Sá. Nicácio, seu marido, faleceu a 03/11/1761, com 65 anos, ‘pobre que vivia de esmola’, segundo atesta o registro de óbito. Foi sepultado na capela de Santa Cruz (hoje Bela Cruz). Ele era simultaneamente cunhado e genro de Manoel Vaz Carrasco, cunhado por ser irmão da segunda mulher, e genro porque se casou com uma filha do primeiro matrimônio de Manoel Vaz Carrasco. 3. Sebastiana de Vasconcelos (2ª das Sete Irmãs) casou-se em Goiana/ PE com João da Soledade, também chamado João Dias Ximenes de Galegos, filho de Domingos de Santiago Montenegro e Lourença de Aguiar Dias Ximenes. 61
  • 63. Família Aguiar – 7 séculos de história Do segundo matrimônio de Manoel Vaz Carrasco e Silva com Maria Madalena de Sá e Oliveira, viúva de Francisco Bezerra de Meneses, e filha de Nicácio Aguiar de Oliveira e Madalena de Sá, nasceram os seguintes filhos: 4. Nicácio de Aguiar Oliveira (ou Nicácio de Aguiar e Silva) casou-se com Micaela de Sá Oliveira, filha de Tomás da Silva Porto, natural do Porto/Portugal e de sua mulher Nicácia Alves Pereira, em 02/03/1767, na Matriz da Caiçara. Este casal fixou residência na Fazenda Remédios, sendo o fundador dessa povoação. Nicácio faleceu em 21/06/1798, e sua mulher Micaela, faleceu 10 dias antes, em 11 de junho do mesmo ano. 5. Maria Madalena de Sá (3ª das Sete Irmãs) casou-se com Francisco Ferreira da Ponte e Silva, filho do primeiro matrimônio de Gonçalo Ferreira da Ponte com Maria de Barros Coutinho (daí originam-se os Ferreira Ponte), em 20/09/1738. Maria Madalena foi a primeira das 7 Irmãs a falecer, fato que ocorreu em 6/03/1743, em conseqüência de melindroso parto. Francisco Ferreira da Ponte faleceu em 01/11/1758, com 61 anos de idade. 6. Inês Madeira de Vasconcelos (4ª das 7 Irmãs) casou duas vezes. A primeira com o capitão Luis Gonçalves de Matos, filho de Luis Gonçalves e Ana Peralta, naturais de Igarassú, em 14/09/1739. A segunda com o Sargento-mor Antônio Alvares Linhares, filho do Capitão-mor Dionisio Alves Linhares e Rufina Gomes de Sá, em 31/ 07/1758. Dionisio era português, natural de S. Marinha de Linhares, do Arcebispado de Braga, e veio residir no Rio Grande do Norte. Ele era Cavalheiro da Ordem de Cristo e por todos considerado como de boa nobreza, o que confirma sua patente de Capitão-mor, registrada no Livro das Miscelâneas da Ouvidoria Geral de Pernambuco, e descendente de nobilíssima família portuguesa (daí originam-se os Linhares). D. Inês faleceu em 13/08/1802. Antônio Alves Linhares, doente há muitos anos de tuberculose pulmonar, faleceu com hemoptises em 10/10/1785. 62
  • 64. Família Aguiar – 7 séculos de história 7. Rosa de Sá e Oliveira (5ª das 7 Irmãs) casou-se com o Capitão José de Xerez da Furna Uchoa, filho de Francisco de Xerez Furna e Inês de Vasconcelos Uchoa, em 21/10/1747, na Matriz da Caiçara. D. Rosa faleceu em 10/02/1812, com 96 anos. José de Xerez faleceu em 01/04/ 1797, com 75 anos de idade. 8. Brites de Vasconcelos (6ª das 7 Irmãs) casou-se com José de Araújo Costa, natural de Santa Lúcia de Barcelos, Arcebispado de Braga, Portugal, filho de Pedro de Araújo Costa e Maria de Sá, em 31/07/ 1747. Dona Brites faleceu em 10/02/1814, com 90 anos. José de Araújo Costa faleceu em 04/08/1791, com 74 anos. Moravam na Fazenda Alagoa Grande. O casal são pais de Maria Quitéria de Araújo. 9. Ana Maria de Vasconcelos (7ª das 7 Irmãs) casou-se com Miguel do Prado Leão, natural de Goiana (daí origina-se a família Prado), filho de Cosme do Prado Leão e Luzia da Assunção de Oliveira, em 01/11/ 1753, na Capela da Santa Cruz (hoje Bela Cruz). Ana Maria faleceu no mês de julho de 1770 e Miguel do Prado faleceu em 11/07/1794, com 83 anos, sendo sepultado na Capela da Santa Cruz. 10. Sebastiana de Sá e Oliveira, caçula do casal, batizada na Capela da Almofala dos Tramembés, em 06/07/1731, e que por ter-se conservado solteira não é computada entre as 7 Irmãs. Faleceu em 18/05/1791, sendo sepultada na Capela da Santa Cruz.” Manoel Vaz Carrasco faleceu em 23/11/1753. Família Carrasco – destino: Ceará Cabe destacar ao leitor que uma das grandes divergências encontradas nesta pesquisa foi a vinda dos Carrascos para o Ceará, pois Borges da Fonseca, assim como a tradição oral, asseveram que Nicácio de Aguiar de Oliveira (1.2.1.1.1.1.1.4.) primeiro filho do segundo casamento de Manoel Vaz Carrasco teria vindo para a Capitania do Ceará e aqui se casado no termo da Vila de Granja (Vol. II, pág. 343) com Micaella da Silva, 63