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REFLEXÕES A CERCA DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGENS EM
LEITURA E ESCRITA: UMA VISÃO PSICOPEDAGÓGICA
Cleide Regina Silva de Araujo¹
Juliana de Oliveira Menezes ²
Suely Gonçalves Magalhães ³
RESUMO
Neste artigo, procura-se mostrar a importância do docente conhecer,
vivenciar e saber lidar com as dificuldades de aprendizagens. Nesse sentido,
defende-se que é relevante tentar conscientizar os pais a cerca das
dificuldades de aprendizagem. Dessa forma, propõe-se uma reflexão sobre a
importância de agir de acordo com a dificuldade apresentada, compreendendo
a escola como um espaço coletivo de troca de conhecimentos. Inicia-se o
estudo mostrando a importância do diagnóstico psicopedagógico para que o
psicopedagogo possa realizar um bom trabalho. Aborda-se, também, a
alfabetização a partir de um olhar psicopedagógico. Apresentam-se conceitos a
cerca das dificuldades de leitura e a escrita. Finaliza-se apresentando a análise
de dados no estudo de caso.
Palavras-chave: Alfabetização. Aprendizagem. Escrita. Leitura.
Psicopedagogo.
___________________
¹ Cleide Regina Silva de Araujo. Pós-graduanda do curso de Psicopedagogia Faculdade Olga
Mettig. E-mail: cleidearaujo1002010@hotmail.com
² Juliana de Oliveira Menezes. Pós-graduanda do curso de Psicopedagogia Faculdade Olga
Mettig. E-mail: j.o.menezes@hotmail.com
³ Professora Orientadora: Bacharel em Teologia, Licenciada em História e Filosofia,
Psicopedagoga, Pesquisadora e orientadora de Projetos Científicos, Orientadora de Estágios
Supervisionados. Professora do Programa de Formação de Professor, na Universidade
Estadual da Bahia. Departamento da Pós-graduação em Psicopedagogia Clinica e Institucional
da Faculdade Integrada Olga Mettig. suelymagalhaes1@hotmail.com ).
INTRODUÇÃO
Neste artigo mostra-se a possibilidade de conhecimentos e vivências ao
docente que cooperem na percepção sobre dificuldades de aprendizagens.
Procura-se também conscientizar os pais a cerca das dificuldades de
aprendizagens das crianças. Além disso, busca-se refletir sobre a importância
de agir conforme a necessidade apresentada, compreendendo a escola como
espaço coletivo de prazer e de troca e construção de conhecimentos.
Enfim psicopedagogo no espaço escolar, possibilitando a ampliação deste
fazer tão necessário a toda comunidade escolar.
O Artigo intitulado Reflexões a cerca das dificuldades de aprendizagens em
leitura e escrita: uma visão psicopedagógica, justifica-se uma vez que o futuro
psicopedagogo precisa conhecer de perto o que faz este profissional e
principalmente buscar conhecimentos que nos dê suporte para sabermos lidar
com as crianças que possuem dificuldades de aprendizagem, e ajudá-las a
encontrar um mundo ainda desconhecido por elas, o mundo do processo de
aprendizagem sem “tortura”. Sem “tortura”, pois a maioria dos indivíduos que
têm dificuldades de aprendizagem são vistos como inferiores às pessoas ditam
“normais”, e por isso passam a receber adjetivos preconceituosos dos próprios
familiares. O psicopedagogo auxilia a autoestima do indivíduo favorecendo
assim o seu processo de aprendizagem.
Para atender as exigências da pesquisa, trabalhou-se com um estudo
bibliográfico, sob uma abordagem qualitativa, que, segundo Oliveira (1997),
torna possível ao pesquisador relatar e/ou descrever o que diferentes autores
ou especialistas escrevem sobre o assunto, tornando possível ao pesquisador
colocar o seu ponto de vista sobre determinado fenômeno.
Foi utilizado também como método a etnopesquisa crítica como caminho
metodológico para a realização da pesquisa. De acordo com Cabral e Silva
apud Macedo, a etnopesquisa é uma linha de investigação de inspiração
etnometodológica e tradição etnográfica. Foram utilizados durante a pesquisa
os dispositivos de coleta, os procedimentos de análise e interpretação de
dados, as entrevistas e alguns instrumentos de pesquisa utilizados na
psicopedagogia como a Anamnese e a EOCA. Os teóricos que embasam este
estudo são: ALMEIDA, Geraldo Peçanha de; ALMEIDA, Veridiana; CABRAL E
SILVA; VISCA, Jorge; WEISS, Maria Lúcia Lemme.
IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO
O diagnóstico é um instrumento relevante na prática psicopedagógica, pois, o
mesmo, oferece suporte ao psicopedagogo para investigar o sujeito no
processo de aprendizagem e dar um prognóstico e ou encaminhar para algum
profissional competente.
Segundo Weiss (2012 p. 35) o objetivo básico do diagnóstico psicopedagógico
é identificar os desvios e os obstáculos básicos no Modelo de Aprendizagem
do sujeito que o impedem de crescer na aprendizagem no nível esperado pelo
meio social.
O diagnóstico é um instrumento muito importante para o psicopedagogo, isso
porque, é a partir do diagnóstico que o profissional passa a conhecer as
dificuldades de aprendizagens do sujeito, e monta a sua linha de pesquisa.
Esse instrumento pode iniciar – se de diferentes maneiras, depende da linha
que o psicopedagogo opte por seguir. Os que seguem a Epistemologia
Convergente de Visca inicia o diagnóstico com a EOCA e encerra com a
devolução. No entanto, alguns profissionais iniciam o diagnóstico com a EFES
é o caso dos seguidores de Weiss. Segundo especialistas essa diferença não
altera o resultado do diagnóstico, porém é preciso que o profissional acredite e
confie na linha que escolher para seguir.
Na ação de diagnosticar, o psicopedagogo deve ter muito cautela, investigar
minuciosamente observando e colhendo todas as informações possíveis, é
preciso também estar sempre recorrendo a conhecimentos teóricos e práticos.
Weiss (2012, p.31) afirma que é uma alimentação mútua permanente entre a
prática e a teoria e que um não caminha um sem o outro.
Para Weiss (2012, p.31), todo diagnóstico é, em si, uma investigação, uma
pesquisa do que não vai bem com o sujeito em relação a uma conduta
esperada. Será, portanto, o esclarecimento de uma queixa do próprio sujeito
em relação a uma conduta esperada.
Busca-se organizar os dados obtidos em relação a sua vida biológica,
intrapsíquica e social de forma única e pessoal. Nessa visão
estaríamos subordinando o diagnóstico psicopedagógico ao método
clínico, ao estudo de cada caso em particular. (Weiss, p.31,2007)
Weiss (2012, p.31) aponta ser fundamental ao psicopedagogo, compreender
que busca - se do clínico exatamente a unidade, a coerência, a integração que
evitariam transformar a investigação numa “colcha de retalhos” com a simples
justaposição de dados ou mera soma de resultados de testes e provas. Pode-
se dizer que o diagnóstico tem a função também, de esclarecimento da queixa
seja ela trazida pela escola, pela família ou percebida pelo próprio sujeito.
Pode-se considerar o diagnóstico como uma pesquisa em ação que
possibilitará ao terapeuta levantar hipóteses provisórias que serão confirmadas,
ou não ao longo do processo e que serão uteis em novos casos clínicos.
Desta forma, pode-se afirmar que o que é percebido pelo próprio individuo ou
pelos outros de sintoma. Sobre o sintoma Weiss (2012) afirma que: “O sintoma
está sempre mostrando algo, é um epifenômeno. Com o sintoma o sujeito “diz
alguma coisa aos outros”, se comunica, e ‘sobre o sintoma sempre pode-se
dizer algo.”
Pode-se considerar sintoma aquilo que emerge da personalidade na interação
com o sistema social em que o sujeito está inserido. Desta forma é possível
que o problema apresentado pelo aluno numa determinada escola ou turma,
pode não se manifestar da mesma forma em outro contexto escolar.
Segundo Weiss (2012, p.34) o sucesso do diagnóstico não reside no grande
número de instrumentos utilizados, mas na competência e sensibilidade do
terapeuta em explorar a multiplicidade de aspectos revelados em cada
situação.
Podemos dizer que o diagnóstico psicopedagógico é composto de vários
momentos e a sua importância em todo processo é incontestável e faz-se
imprescindível ao profissional, compreender bem o que acontece discriminando
o seu papel, para poder auxiliar o paciente a prosseguir no processo sem que
ocorra uma fixação em pontos inadequados.
ABORDANDO A ALFABETIZAÇÃO COM UM OLHAR PSICOPEDAGÓGICO
Almeida apud Soares define alfabetização e letramento da seguinte forma:
Alfabetizar é ensinar a ler e escrever; é tornar o indivíduo capaz de
ler escrever. Enquanto que Letramento é o estado ou condição que
adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-
se apropriado da escrita e de suas práticas sociais (ALMEIDA, 2010,
p. 34).
Segundo Emília Ferreiro o conceito de alfabetização atual é diferente do
conceito de alfabetização do século XX, então de acordo com Ferreiro estar
alfabetizado hoje é:
É poder transitar com eficiência e sem temor numa intrincada trama
de práticas sociais ligadas à escrita. Ou seja, trata-se de produzir
textos nos suportes que a cultura define como adequados para as
diferentes práticas, interpretar textos de variados graus de
dificuldade em virtude de propósitos igualmente variados, buscar e
obter diversos tipos de dados em papel ou tela e também, não se
pode esquecer, apreciar a beleza e a inteligência de um certo modo
de composição, de um certo ordenamento peculiar das palavras que
encerra a beleza da obra literária. Se algo parecido com isso é estar
alfabetizado hoje em dia, fica claro por que tem sido tão difícil. Não é
uma tarefa para se cumprir em um ano, mas ao longo da
escolaridade. Quanto mais cedo começar, melhor.
Percebe – se que, quando a criança tem uma educação infantil de qualidade à
alfabetização normalmente acontece em como processo tranquilo, sem
dificuldades. Mas nem sempre isso acontece, existem muitas crianças que
não são alfabetizadas na idade correta (entende-se por idade correta que a
criança saiba ler e escrever por volta dos sete, oito anos de idade), e as
causas são diversas e na maioria das vezes essas causas estão relacionadas
às dificuldades financeiras enfrentadas pelas famílias.
Fred, o sujeito que foi objeto de pesquisa desse trabalho é uma criança que
não teve a oportunidade de se alfabetizar na idade correta. Aos nove anos de
idade essa criança ainda não sabe ler nem escrever, além das dificuldades
financeiras que a família dessa criança enfrenta entende-se que ele tem
dislalia e ainda sofre preconceito dos colegas na escola onde estuda por
causa da sua fala, tudo isso provavelmente contribuiu com a dificuldade de
aprendizagem do mesmo.
As crianças de baixa renda têm na maioria das vezes pais desinformados,
muitos são analfabetos, por isso não sabem da importância de procurar saber
por que seu filho está com dificuldade de aprendizagem. Aliás, muitas dessas
famílias nem sabem que o filho tem dificuldade de aprendizagem, como é o
caso da mãe de Ismael que disse que o filho de nove anos que ainda não
escreve nem ler não tem dificuldade nenhuma. É possível perceber que
muitas dessas famílias culpam os filhos por terem dificuldades de
aprendizagens, ou fracassos escolares.
Para tentar minimizar as dificuldades de aprendizagens, Almeida (2010 p. 58)
apud Emília Ferreiro afirma que não propõe práticas pedagógicas nem
metodologias, como uma demonstração do seu grau de conhecimento e como
um pré-requisito para chegar ao acerto.
Já ALMEIDA (2011 p. 16) defende o método fônico como um método eficiente
de alfabetização, no entanto, é importante que as pessoas que trabalham com
esse método tenham consciência da linearidade do trabalho. Ainda segundo
esse autor, a criança que apresenta dificuldades de aprendizagem em leitura e
escrita precisa de muita simplicidade no trabalho, muito material e muita
organização só atrapalha o desenvolvimento do trabalho.
Vive-se em uma sociedade onde quem não sabe ler é tratado de maneira
preconceituosa, pois a escrita está presente no dia a dia do sujeito onde quer
que ele vá. Sabe-se que nem sempre é possível contar com as famílias para
educar as crianças, por isso resta às escolas capacitarem seus profissionais
para saberem lidar com as dificuldades de aprendizagens das crianças, pois
contar com as famílias provavelmente será cada dia que passa mais difícil.
CONCEITUANDO AS DIFICULDADES DE LEITURA E ESCRITA
Segundo FERREIRO (2011 p. 67), entende-se por escrita: ... qualquer série de
letras que não seja produto de atividades infantis. Já o dicionário Aurélio (2002
p. 283) define a escrita como: Representação de palavras ou ideias por sinais;
escritura. Grafia. Ato de escrever. Aquilo que se escreve. Escrituração
mercantil. O que constitui uma rotina.
Etimologicamente, ler deriva do latim “lego/legere”, que significa recolher,
apanhar, escolher, captar com os olhos. O dicionário Aurélio (2002 p. 422)
aponta a leitura como:
Ato, arte ou hábito de ler. Aquilo que se lê. Operação de percorrer,
em um meio físico, sequências de marcas codificadas que
representam informações registradas, e reconvertê-las à forma
anterior (como imagens, sons, dados, para processamento).
Na opinião de Luckesi (2003, p. 119) “[...] a leitura, para atender o seu pleno
sentido e significado, deve, intencionalmente, referir-se à realidade. Caso
contrário, ela será um processo mecânico de decodificação de símbolos”. Por
isso entende-se que para tentar minimizar as dificuldades de leitura e escrita,
a leitura deve estar relacionada à realidade do leitor, ou seja, deve ser
significativa, para que a criança possa se interessar pela leitura e passar a
tomar gosto pela mesma.
De acordo com FERREIRO (2011 p. 66) o ato de leitura não pode ser
concebido como uma adição de informações, mas deve ser concebido como
um processo de coordenação de informações de procedência diversificada com
todos os aspectos inferentes que isso supõe, e cujo objetivo final é a obtenção
de significado linguisticamente.
Para escrever bem é preciso ler bem, isso é fato, por isso a criança que tem
dificuldades de leitura normalmente também apresenta dificuldade na escrita.
Isso acontece com Fred, ele não sabe ler e só consegue escrever o primeiro
nome. A população carente são as pessoas que mais sofrem com as
dificuldades em leitura e escrita, pois essa população em virtude das
dificuldades financeiras enfrentadas, não convive com o acesso a leitura diária
dentro de casa e por isso tem pouco acesso a livros, jornais e revistas.
O processo de aprendizagem em leitura e escrita precisa ser melhor
compreendido por muitos profissionais, isso porque, é fácil encontrar nas
escolas professores que dizem usar determinados métodos ou teorias de
alfabetização sem ao menos conhece-los. A teoria construtivista é um exemplo
claro disso, essa teoria não é tão fácil de trabalhar, pois exige bastante estudo
e dedicação ao contrario do que muita gente pensa. Como muitas escolas não
preparam seus profissionais como deveria e se diz construtivista o que se vê é
um trabalho que deixa a desejar em muitos casos.
Segundo ALMEIDA (2011 p. 11) as dificuldades de aprendizagem de leitura e
escrita podem ser apresentadas a partir de uma situação orgânica, psicológica
ou pedagógica. Ainda segundo esse autor, situação orgânica são aquelas
dificuldades cujas causas advêm de deficiências, transtornos, desnutrição,
intoxicação por substância como álcool e drogas ilícitas. Já as dificuldades de
leitura e escrita que tem causas psicológicas, podem estar relacionadas aos
traumas emocionais sofridos ou vivenciados pelas crianças. A terceira causa é
a pedagógica, quando técnicas, métodos e ações educacionais não são
condizentes com o potencial das crianças.
Defende-se que, para melhorar as dificuldades de leitura e escrita não importa
o método que o profissional utilize em sala de aula, o que realmente interessa é
que ele saiba fazer um bom trabalho e mostre resultados. Para superar as
dificuldades de aprendizagens em leitura e escrita é preciso que se trabalhe
com material concreto, lúdico e leitura de temas que interessam às crianças.
ANÁLISE DE DADOS NO ESTUDO DE CASO
Em tempos não muito remotos, podia-se dizer que “a educação vem de berço”,
todavia, na contemporaneidade é comum o surgimento de questionamentos
que permeiam a sociedade, principalmente os espaços “ditos” como educativos
frequentemente perguntam-se: Há quem cabe o principal dever de educar? Da
família ou da escola?
Tavares (2012, p.23) defende que cabe a família independentemente do seu
conceito, zelar pela educação do seu filho. Cabe à família auxiliar na educação
escolar do educando, lembrando que ela é a principal responsável pela
educação dos filhos. Esta tarefa infelizmente foi “empurrada” para a escola,
que deixa o seu papel de coadjuvante, de coautoria, para assumir total autoria,
invertendo os valores com a família, que passa a ter um papel mais tímido,
mais apagado e, muitas vezes, omisso na arte de educar os filhos.
[ ...] a segurança propiciada pela sociedade pode ser boa, mas não
pode nos dar segurança interior, nem calor emocional e bem-estar,
nem respeito próprio, nem um sentimento de que as coisas valem a
pena. Somente os pais podem dar tudo isso ao filho, e o farão muito
melhor se o derem também um ao outro. (BETTELHEIM, 1998,
p.315)
Uma variável que tem um grau de complexidade significativo é a família. Nessa
variável, a escola não consegue intervir diretamente e, com isso, torna-se difícil
equacionar todas as questões que permeiam a relação entre a escola e a
família. Fred o sujeito que foi objeto de pesquisa desse trabalho é uma criança
que não teve a oportunidade de se alfabetizar na idade correta. O mesmo
apresenta algumas dificuldades de aprendizagem que foi possível observar a
interferência direta da família. Sua mãe que também não é alfabetizada não
acompanha sua vida escolar.
Tavares apud Delors (2001, p. 111) defende que a família é o “primeiro lugar
de toda e qualquer educação e assegura, por isso, a ligação entre o afetivo e o
cognitivo, assim como a transmissão de valores e normas”.
Diante do exposto, questionamentos inquietam aos que lidam diretamente com
tais dificuldades surgem como educar diante da omissão da família?
Tavares (2012, p.27) aponta que cabe a escola uma educação libertadora a
qual ofereça ao aluno a busca de um conhecimento pertinente às suas
necessidades para que ele se torne um protagonista e, também, um cidadão
crítico e ativo, mudando o seu ambiente. É fundamental para sanar tais
problemas que as comunidades escolares estabeleçam projetos que
aproximem cada vez mais as famílias a participarem da vida escolar dos filhos,
tomando consciência da importância dessa parceria tão discutida e necessária
para ocorrer o avanço no processo educacional e consequentemente social.
Fred o sujeito que foi objeto de pesquisa desse trabalho não frequentou a
Educação Infantil ingressou a escola aos 7 anos no Ensino Fundamental na
rede municipal. Chegou à escola observada neste ano com poucas
informações escolares já que sua mãe não acompanha sua vida escolar só
comparecendo a escola quando solicitada, apesar de já estar no 3º ano do
Ensino Fundamental I Fred não sabe ler, nem escrever, só escreve o seu
primeiro nome, apresenta também dificuldade na fala omitindo algumas
palavras e substituindo outras, sua autoestima é muito baixa, sente-se inferior
em relação aos outros colegas.
Educar implica transformação, para Demo (2000, p. 146), a ignorância é um
dos fatores que agravam a miséria, ou seja, ela é vista como o cerne da
pobreza. O autor ressalta que o pobre é, “sobretudo, quem não sabe ou é
coibido de saber que é pobre”. Assim pode-se perceber que a pobreza não
implica apenas estar privado de bens materiais, mas sobretudo estar privado
de construir suas próprias oportunidades; e as oportunidades só serão
construídas mediante uma educação de qualidade, o que é corroborado por
Chinoy (2006, p. 544) ao afirmar que a educação “converteu-se, portanto, em
determinante essencial das ‘oportunidades na vida’ do indivíduo, isto é, das
suas oportunidades de emprego, rendimento e status”.
No entanto, nem sempre as crianças tem oportunidade de ter uma infância feliz
e de cuidados como deveriam. Isso acontece por causa das dificuldades
financeiras que muitas famílias passam sem ter condições dignas de
sobrevivência, isso pode interferir diretamente no desenvolvimento da
aprendizagem das crianças como ocorre com Fred o sujeito que foi objeto de
pesquisa desse trabalho.
Diante do que foi apresentado, torna-se claro a necessidade e relevância da
conscientização da família e escola caminharem em sintonia. A criança
quando incentivada pela família tem mais chances de compreender e assimilar
os conteúdos escolares. A infância pode ser considerada a fase mais
importante do desenvolvimento humano. Dela deriva-se o posicionamento
individual perante as situações da vida. Portanto, cuidar da criança é garantir
um futuro promissor, uma vez que uma infância bem vivida representa uma
adolescência menos conturbada, uma vida adulta mais madura e uma velhice
cheia de experiências bem suportadas e absorvidas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos argumentos expostos, percebe-se que é imprescindível o estudo de
caso para o Psicopedagogo chegar a um diagnóstico preciso e com segurança.
Possibilita também aprofundar conhecimentos e conhecer métodos novos,
agregando mais saberes a prática tornando ainda mais relevante conhecer a
cerca das dificuldades de aprendizagem e o universo de questões a serem
trabalhadas neste âmbito.
É a partir do diagnóstico que o profissional encaminha ou dar um prognóstico a
cerca das dificuldades de aprendizagens do indivíduo e inicia o tratamento. O
psicopedagogo deve ser curioso, observador e ter um olhar e uma escuta
diferenciada para saber qual a melhor maneira de investigar as dificuldades de
aprendizagem do sujeito.
Apenas o conhecimento a cerca da Psicopedagogia não será suficiente para
garantir o sucesso na prática. Imprescindível se faz à práxis da teoria que nos
embasa e assegura com a ação e/ou prática para agir com confiança e
responsabilidade. O estudo de caso de Fred nos possibilitou um primeiro olhar
sob a ótica psicopedagógica que, levantou a ponta do “iceberg” e as inúmeras
e minuciosas questões que envolvem o sujeito com problemas de
aprendizagem.
Nesse contexto, a abordar a alfabetização com um olhar psicopedagógico
permite ampliar a visão sobre a importância deste processo na vida do sujeito e
como a falta deste processo em idade hábil abala toda a sua trajetória
estudantil, fragilizando assim toda a capacidade inata depositada em cada
individuo desde a concepção. Percebe-se que para escrever bem é preciso ler
bem, por isso a criança que tem dificuldades de leitura normalmente também
apresenta dificuldade na escrita, se tem dificuldades na fala também vai ter
dificuldades na leitura.
EFLECTIONS OF A FENCE OF LEARNING DIFFICULTIES IN READING
AND WRITING: A vision psychoeducational
ABSTRACT
In this article, I intend to show the importance of teachers knowing,
experiencing and coping with the difficulties of learning. In this sense, it is
argued that it is relevant to try to educate parents about Learning Difficulties.
Thus, it proposes a reflection on the importance of acting in accordance with the
difficulty presented, including the school as a collective space for knowledge
exchange. Begins the study showing the importance of educational psychology
to the diagnosis psychopedagogists can do a good job. It was also ap-literacy
from an educational psychology look. We present concepts about the difficulties
of reading and writing. Concludes by presenting data analysis in the case study.
Keywords: Literacy. Learning. Writing. Reading. Psychopedagogists.
REFERÊNCIAS
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Escrita. Rio de Janeiro. Wak Ed. 2011. 128 p. 3ª Edição.
ALMEIDA, Veridiana. Alfabetização: fundamentos, processos e métodos.
Curitiba. Editora Fael, 2010. 80 p.
BATALLOSO, Juan Miguel. Dimensões da Psicopedagogia hoje: uma visão
transdisciplinar. Brasília. Editora Liber Livro, 2011.
CABRAL E SILVA. Etnopesquisa Crítica: Caminho (Método)
Epistemológico e Metodológico para se fazer uma pesquisa qualitativa em
Educação. Disponível em:
http://www.ufpi.br/subsiteFiles/ppged/arquivos/files/VI.encontro.2010/GT_02_16
pdf. Acesso em: 10 dez. 2012.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. O minidicionário da Língua Portuguesa.
4ª Ed. 5ª impressão. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 2002.
FERREIRO, Emília. Alfabetização em processo. São Paulo. Editora Cortez.
20ª ed. 2011.
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Freitas. Bahia.
LUCHESI, C. C. (et. al.). Universidade: uma proposta metodológica. 13. ed.
São Paulo: Cortez, 2003.
OLIVEIRA, Sílvio Luiz. Tratado de Metodologia científica: projetos de
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PALMEIRA, Débora fontes. Psicopedagogia na Realidade Escolar. Sindicato
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PINTO, Luciane Nogueira. As contribuições da Psicopedagogia para a
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http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=1949. Acesso em:
05 de mar de 2013.
SAMPAIO, Simaia. Sobre a psicopedagogia. Disponível em:
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/a_psicopedagogia.htm. Acesso em: 05
mar. 2013.
SAMPAIO, Simaia. Manual Prático do Diagnóstico Psicopedagógico
Clínico. Rio de Janeiro. Wak editora. 3ª edição. 2012.
TAVARES, Wolmer Ricardo. Escola não é deposito de crianças: a
importância da família na educação dos filhos/ Wolmer Ricardo Tavares –
RJ: Wak Editora, 2012.
VISCA, Jorge. Psicopedagogia: Novas Contribuições. Trad. Andréia de
Assis Peixoto e Maia Isabel Peixoto. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991.
WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia clínica: uma visão
diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. 14 ed. Ver. E ampl.
Rio de Janeiro. 14ª ed. Lamparina. 2012.

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Dificuldades de aprendizagem em leitura e escrita

  • 1. REFLEXÕES A CERCA DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGENS EM LEITURA E ESCRITA: UMA VISÃO PSICOPEDAGÓGICA Cleide Regina Silva de Araujo¹ Juliana de Oliveira Menezes ² Suely Gonçalves Magalhães ³ RESUMO Neste artigo, procura-se mostrar a importância do docente conhecer, vivenciar e saber lidar com as dificuldades de aprendizagens. Nesse sentido, defende-se que é relevante tentar conscientizar os pais a cerca das dificuldades de aprendizagem. Dessa forma, propõe-se uma reflexão sobre a importância de agir de acordo com a dificuldade apresentada, compreendendo a escola como um espaço coletivo de troca de conhecimentos. Inicia-se o estudo mostrando a importância do diagnóstico psicopedagógico para que o psicopedagogo possa realizar um bom trabalho. Aborda-se, também, a alfabetização a partir de um olhar psicopedagógico. Apresentam-se conceitos a cerca das dificuldades de leitura e a escrita. Finaliza-se apresentando a análise de dados no estudo de caso. Palavras-chave: Alfabetização. Aprendizagem. Escrita. Leitura. Psicopedagogo. ___________________ ¹ Cleide Regina Silva de Araujo. Pós-graduanda do curso de Psicopedagogia Faculdade Olga Mettig. E-mail: cleidearaujo1002010@hotmail.com ² Juliana de Oliveira Menezes. Pós-graduanda do curso de Psicopedagogia Faculdade Olga Mettig. E-mail: j.o.menezes@hotmail.com ³ Professora Orientadora: Bacharel em Teologia, Licenciada em História e Filosofia, Psicopedagoga, Pesquisadora e orientadora de Projetos Científicos, Orientadora de Estágios Supervisionados. Professora do Programa de Formação de Professor, na Universidade Estadual da Bahia. Departamento da Pós-graduação em Psicopedagogia Clinica e Institucional da Faculdade Integrada Olga Mettig. suelymagalhaes1@hotmail.com ).
  • 2. INTRODUÇÃO Neste artigo mostra-se a possibilidade de conhecimentos e vivências ao docente que cooperem na percepção sobre dificuldades de aprendizagens. Procura-se também conscientizar os pais a cerca das dificuldades de aprendizagens das crianças. Além disso, busca-se refletir sobre a importância de agir conforme a necessidade apresentada, compreendendo a escola como espaço coletivo de prazer e de troca e construção de conhecimentos. Enfim psicopedagogo no espaço escolar, possibilitando a ampliação deste fazer tão necessário a toda comunidade escolar. O Artigo intitulado Reflexões a cerca das dificuldades de aprendizagens em leitura e escrita: uma visão psicopedagógica, justifica-se uma vez que o futuro psicopedagogo precisa conhecer de perto o que faz este profissional e principalmente buscar conhecimentos que nos dê suporte para sabermos lidar com as crianças que possuem dificuldades de aprendizagem, e ajudá-las a encontrar um mundo ainda desconhecido por elas, o mundo do processo de aprendizagem sem “tortura”. Sem “tortura”, pois a maioria dos indivíduos que têm dificuldades de aprendizagem são vistos como inferiores às pessoas ditam “normais”, e por isso passam a receber adjetivos preconceituosos dos próprios familiares. O psicopedagogo auxilia a autoestima do indivíduo favorecendo assim o seu processo de aprendizagem. Para atender as exigências da pesquisa, trabalhou-se com um estudo bibliográfico, sob uma abordagem qualitativa, que, segundo Oliveira (1997), torna possível ao pesquisador relatar e/ou descrever o que diferentes autores ou especialistas escrevem sobre o assunto, tornando possível ao pesquisador colocar o seu ponto de vista sobre determinado fenômeno.
  • 3. Foi utilizado também como método a etnopesquisa crítica como caminho metodológico para a realização da pesquisa. De acordo com Cabral e Silva apud Macedo, a etnopesquisa é uma linha de investigação de inspiração etnometodológica e tradição etnográfica. Foram utilizados durante a pesquisa os dispositivos de coleta, os procedimentos de análise e interpretação de dados, as entrevistas e alguns instrumentos de pesquisa utilizados na psicopedagogia como a Anamnese e a EOCA. Os teóricos que embasam este estudo são: ALMEIDA, Geraldo Peçanha de; ALMEIDA, Veridiana; CABRAL E SILVA; VISCA, Jorge; WEISS, Maria Lúcia Lemme. IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO O diagnóstico é um instrumento relevante na prática psicopedagógica, pois, o mesmo, oferece suporte ao psicopedagogo para investigar o sujeito no processo de aprendizagem e dar um prognóstico e ou encaminhar para algum profissional competente. Segundo Weiss (2012 p. 35) o objetivo básico do diagnóstico psicopedagógico é identificar os desvios e os obstáculos básicos no Modelo de Aprendizagem do sujeito que o impedem de crescer na aprendizagem no nível esperado pelo meio social. O diagnóstico é um instrumento muito importante para o psicopedagogo, isso porque, é a partir do diagnóstico que o profissional passa a conhecer as dificuldades de aprendizagens do sujeito, e monta a sua linha de pesquisa. Esse instrumento pode iniciar – se de diferentes maneiras, depende da linha que o psicopedagogo opte por seguir. Os que seguem a Epistemologia Convergente de Visca inicia o diagnóstico com a EOCA e encerra com a devolução. No entanto, alguns profissionais iniciam o diagnóstico com a EFES é o caso dos seguidores de Weiss. Segundo especialistas essa diferença não
  • 4. altera o resultado do diagnóstico, porém é preciso que o profissional acredite e confie na linha que escolher para seguir. Na ação de diagnosticar, o psicopedagogo deve ter muito cautela, investigar minuciosamente observando e colhendo todas as informações possíveis, é preciso também estar sempre recorrendo a conhecimentos teóricos e práticos. Weiss (2012, p.31) afirma que é uma alimentação mútua permanente entre a prática e a teoria e que um não caminha um sem o outro. Para Weiss (2012, p.31), todo diagnóstico é, em si, uma investigação, uma pesquisa do que não vai bem com o sujeito em relação a uma conduta esperada. Será, portanto, o esclarecimento de uma queixa do próprio sujeito em relação a uma conduta esperada. Busca-se organizar os dados obtidos em relação a sua vida biológica, intrapsíquica e social de forma única e pessoal. Nessa visão estaríamos subordinando o diagnóstico psicopedagógico ao método clínico, ao estudo de cada caso em particular. (Weiss, p.31,2007) Weiss (2012, p.31) aponta ser fundamental ao psicopedagogo, compreender que busca - se do clínico exatamente a unidade, a coerência, a integração que evitariam transformar a investigação numa “colcha de retalhos” com a simples justaposição de dados ou mera soma de resultados de testes e provas. Pode- se dizer que o diagnóstico tem a função também, de esclarecimento da queixa seja ela trazida pela escola, pela família ou percebida pelo próprio sujeito. Pode-se considerar o diagnóstico como uma pesquisa em ação que possibilitará ao terapeuta levantar hipóteses provisórias que serão confirmadas, ou não ao longo do processo e que serão uteis em novos casos clínicos. Desta forma, pode-se afirmar que o que é percebido pelo próprio individuo ou pelos outros de sintoma. Sobre o sintoma Weiss (2012) afirma que: “O sintoma
  • 5. está sempre mostrando algo, é um epifenômeno. Com o sintoma o sujeito “diz alguma coisa aos outros”, se comunica, e ‘sobre o sintoma sempre pode-se dizer algo.” Pode-se considerar sintoma aquilo que emerge da personalidade na interação com o sistema social em que o sujeito está inserido. Desta forma é possível que o problema apresentado pelo aluno numa determinada escola ou turma, pode não se manifestar da mesma forma em outro contexto escolar. Segundo Weiss (2012, p.34) o sucesso do diagnóstico não reside no grande número de instrumentos utilizados, mas na competência e sensibilidade do terapeuta em explorar a multiplicidade de aspectos revelados em cada situação. Podemos dizer que o diagnóstico psicopedagógico é composto de vários momentos e a sua importância em todo processo é incontestável e faz-se imprescindível ao profissional, compreender bem o que acontece discriminando o seu papel, para poder auxiliar o paciente a prosseguir no processo sem que ocorra uma fixação em pontos inadequados. ABORDANDO A ALFABETIZAÇÃO COM UM OLHAR PSICOPEDAGÓGICO Almeida apud Soares define alfabetização e letramento da seguinte forma: Alfabetizar é ensinar a ler e escrever; é tornar o indivíduo capaz de ler escrever. Enquanto que Letramento é o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter- se apropriado da escrita e de suas práticas sociais (ALMEIDA, 2010, p. 34).
  • 6. Segundo Emília Ferreiro o conceito de alfabetização atual é diferente do conceito de alfabetização do século XX, então de acordo com Ferreiro estar alfabetizado hoje é: É poder transitar com eficiência e sem temor numa intrincada trama de práticas sociais ligadas à escrita. Ou seja, trata-se de produzir textos nos suportes que a cultura define como adequados para as diferentes práticas, interpretar textos de variados graus de dificuldade em virtude de propósitos igualmente variados, buscar e obter diversos tipos de dados em papel ou tela e também, não se pode esquecer, apreciar a beleza e a inteligência de um certo modo de composição, de um certo ordenamento peculiar das palavras que encerra a beleza da obra literária. Se algo parecido com isso é estar alfabetizado hoje em dia, fica claro por que tem sido tão difícil. Não é uma tarefa para se cumprir em um ano, mas ao longo da escolaridade. Quanto mais cedo começar, melhor. Percebe – se que, quando a criança tem uma educação infantil de qualidade à alfabetização normalmente acontece em como processo tranquilo, sem dificuldades. Mas nem sempre isso acontece, existem muitas crianças que não são alfabetizadas na idade correta (entende-se por idade correta que a criança saiba ler e escrever por volta dos sete, oito anos de idade), e as causas são diversas e na maioria das vezes essas causas estão relacionadas às dificuldades financeiras enfrentadas pelas famílias. Fred, o sujeito que foi objeto de pesquisa desse trabalho é uma criança que não teve a oportunidade de se alfabetizar na idade correta. Aos nove anos de idade essa criança ainda não sabe ler nem escrever, além das dificuldades financeiras que a família dessa criança enfrenta entende-se que ele tem dislalia e ainda sofre preconceito dos colegas na escola onde estuda por causa da sua fala, tudo isso provavelmente contribuiu com a dificuldade de aprendizagem do mesmo.
  • 7. As crianças de baixa renda têm na maioria das vezes pais desinformados, muitos são analfabetos, por isso não sabem da importância de procurar saber por que seu filho está com dificuldade de aprendizagem. Aliás, muitas dessas famílias nem sabem que o filho tem dificuldade de aprendizagem, como é o caso da mãe de Ismael que disse que o filho de nove anos que ainda não escreve nem ler não tem dificuldade nenhuma. É possível perceber que muitas dessas famílias culpam os filhos por terem dificuldades de aprendizagens, ou fracassos escolares. Para tentar minimizar as dificuldades de aprendizagens, Almeida (2010 p. 58) apud Emília Ferreiro afirma que não propõe práticas pedagógicas nem metodologias, como uma demonstração do seu grau de conhecimento e como um pré-requisito para chegar ao acerto. Já ALMEIDA (2011 p. 16) defende o método fônico como um método eficiente de alfabetização, no entanto, é importante que as pessoas que trabalham com esse método tenham consciência da linearidade do trabalho. Ainda segundo esse autor, a criança que apresenta dificuldades de aprendizagem em leitura e escrita precisa de muita simplicidade no trabalho, muito material e muita organização só atrapalha o desenvolvimento do trabalho. Vive-se em uma sociedade onde quem não sabe ler é tratado de maneira preconceituosa, pois a escrita está presente no dia a dia do sujeito onde quer que ele vá. Sabe-se que nem sempre é possível contar com as famílias para educar as crianças, por isso resta às escolas capacitarem seus profissionais para saberem lidar com as dificuldades de aprendizagens das crianças, pois contar com as famílias provavelmente será cada dia que passa mais difícil. CONCEITUANDO AS DIFICULDADES DE LEITURA E ESCRITA
  • 8. Segundo FERREIRO (2011 p. 67), entende-se por escrita: ... qualquer série de letras que não seja produto de atividades infantis. Já o dicionário Aurélio (2002 p. 283) define a escrita como: Representação de palavras ou ideias por sinais; escritura. Grafia. Ato de escrever. Aquilo que se escreve. Escrituração mercantil. O que constitui uma rotina. Etimologicamente, ler deriva do latim “lego/legere”, que significa recolher, apanhar, escolher, captar com os olhos. O dicionário Aurélio (2002 p. 422) aponta a leitura como: Ato, arte ou hábito de ler. Aquilo que se lê. Operação de percorrer, em um meio físico, sequências de marcas codificadas que representam informações registradas, e reconvertê-las à forma anterior (como imagens, sons, dados, para processamento). Na opinião de Luckesi (2003, p. 119) “[...] a leitura, para atender o seu pleno sentido e significado, deve, intencionalmente, referir-se à realidade. Caso contrário, ela será um processo mecânico de decodificação de símbolos”. Por isso entende-se que para tentar minimizar as dificuldades de leitura e escrita, a leitura deve estar relacionada à realidade do leitor, ou seja, deve ser significativa, para que a criança possa se interessar pela leitura e passar a tomar gosto pela mesma. De acordo com FERREIRO (2011 p. 66) o ato de leitura não pode ser concebido como uma adição de informações, mas deve ser concebido como um processo de coordenação de informações de procedência diversificada com todos os aspectos inferentes que isso supõe, e cujo objetivo final é a obtenção de significado linguisticamente. Para escrever bem é preciso ler bem, isso é fato, por isso a criança que tem dificuldades de leitura normalmente também apresenta dificuldade na escrita. Isso acontece com Fred, ele não sabe ler e só consegue escrever o primeiro
  • 9. nome. A população carente são as pessoas que mais sofrem com as dificuldades em leitura e escrita, pois essa população em virtude das dificuldades financeiras enfrentadas, não convive com o acesso a leitura diária dentro de casa e por isso tem pouco acesso a livros, jornais e revistas. O processo de aprendizagem em leitura e escrita precisa ser melhor compreendido por muitos profissionais, isso porque, é fácil encontrar nas escolas professores que dizem usar determinados métodos ou teorias de alfabetização sem ao menos conhece-los. A teoria construtivista é um exemplo claro disso, essa teoria não é tão fácil de trabalhar, pois exige bastante estudo e dedicação ao contrario do que muita gente pensa. Como muitas escolas não preparam seus profissionais como deveria e se diz construtivista o que se vê é um trabalho que deixa a desejar em muitos casos. Segundo ALMEIDA (2011 p. 11) as dificuldades de aprendizagem de leitura e escrita podem ser apresentadas a partir de uma situação orgânica, psicológica ou pedagógica. Ainda segundo esse autor, situação orgânica são aquelas dificuldades cujas causas advêm de deficiências, transtornos, desnutrição, intoxicação por substância como álcool e drogas ilícitas. Já as dificuldades de leitura e escrita que tem causas psicológicas, podem estar relacionadas aos traumas emocionais sofridos ou vivenciados pelas crianças. A terceira causa é a pedagógica, quando técnicas, métodos e ações educacionais não são condizentes com o potencial das crianças. Defende-se que, para melhorar as dificuldades de leitura e escrita não importa o método que o profissional utilize em sala de aula, o que realmente interessa é que ele saiba fazer um bom trabalho e mostre resultados. Para superar as dificuldades de aprendizagens em leitura e escrita é preciso que se trabalhe com material concreto, lúdico e leitura de temas que interessam às crianças.
  • 10. ANÁLISE DE DADOS NO ESTUDO DE CASO Em tempos não muito remotos, podia-se dizer que “a educação vem de berço”, todavia, na contemporaneidade é comum o surgimento de questionamentos que permeiam a sociedade, principalmente os espaços “ditos” como educativos frequentemente perguntam-se: Há quem cabe o principal dever de educar? Da família ou da escola? Tavares (2012, p.23) defende que cabe a família independentemente do seu conceito, zelar pela educação do seu filho. Cabe à família auxiliar na educação escolar do educando, lembrando que ela é a principal responsável pela educação dos filhos. Esta tarefa infelizmente foi “empurrada” para a escola, que deixa o seu papel de coadjuvante, de coautoria, para assumir total autoria, invertendo os valores com a família, que passa a ter um papel mais tímido, mais apagado e, muitas vezes, omisso na arte de educar os filhos. [ ...] a segurança propiciada pela sociedade pode ser boa, mas não pode nos dar segurança interior, nem calor emocional e bem-estar, nem respeito próprio, nem um sentimento de que as coisas valem a pena. Somente os pais podem dar tudo isso ao filho, e o farão muito melhor se o derem também um ao outro. (BETTELHEIM, 1998, p.315) Uma variável que tem um grau de complexidade significativo é a família. Nessa variável, a escola não consegue intervir diretamente e, com isso, torna-se difícil equacionar todas as questões que permeiam a relação entre a escola e a família. Fred o sujeito que foi objeto de pesquisa desse trabalho é uma criança que não teve a oportunidade de se alfabetizar na idade correta. O mesmo apresenta algumas dificuldades de aprendizagem que foi possível observar a interferência direta da família. Sua mãe que também não é alfabetizada não acompanha sua vida escolar.
  • 11. Tavares apud Delors (2001, p. 111) defende que a família é o “primeiro lugar de toda e qualquer educação e assegura, por isso, a ligação entre o afetivo e o cognitivo, assim como a transmissão de valores e normas”. Diante do exposto, questionamentos inquietam aos que lidam diretamente com tais dificuldades surgem como educar diante da omissão da família? Tavares (2012, p.27) aponta que cabe a escola uma educação libertadora a qual ofereça ao aluno a busca de um conhecimento pertinente às suas necessidades para que ele se torne um protagonista e, também, um cidadão crítico e ativo, mudando o seu ambiente. É fundamental para sanar tais problemas que as comunidades escolares estabeleçam projetos que aproximem cada vez mais as famílias a participarem da vida escolar dos filhos, tomando consciência da importância dessa parceria tão discutida e necessária para ocorrer o avanço no processo educacional e consequentemente social. Fred o sujeito que foi objeto de pesquisa desse trabalho não frequentou a Educação Infantil ingressou a escola aos 7 anos no Ensino Fundamental na rede municipal. Chegou à escola observada neste ano com poucas informações escolares já que sua mãe não acompanha sua vida escolar só comparecendo a escola quando solicitada, apesar de já estar no 3º ano do Ensino Fundamental I Fred não sabe ler, nem escrever, só escreve o seu primeiro nome, apresenta também dificuldade na fala omitindo algumas palavras e substituindo outras, sua autoestima é muito baixa, sente-se inferior em relação aos outros colegas. Educar implica transformação, para Demo (2000, p. 146), a ignorância é um dos fatores que agravam a miséria, ou seja, ela é vista como o cerne da pobreza. O autor ressalta que o pobre é, “sobretudo, quem não sabe ou é coibido de saber que é pobre”. Assim pode-se perceber que a pobreza não
  • 12. implica apenas estar privado de bens materiais, mas sobretudo estar privado de construir suas próprias oportunidades; e as oportunidades só serão construídas mediante uma educação de qualidade, o que é corroborado por Chinoy (2006, p. 544) ao afirmar que a educação “converteu-se, portanto, em determinante essencial das ‘oportunidades na vida’ do indivíduo, isto é, das suas oportunidades de emprego, rendimento e status”. No entanto, nem sempre as crianças tem oportunidade de ter uma infância feliz e de cuidados como deveriam. Isso acontece por causa das dificuldades financeiras que muitas famílias passam sem ter condições dignas de sobrevivência, isso pode interferir diretamente no desenvolvimento da aprendizagem das crianças como ocorre com Fred o sujeito que foi objeto de pesquisa desse trabalho. Diante do que foi apresentado, torna-se claro a necessidade e relevância da conscientização da família e escola caminharem em sintonia. A criança quando incentivada pela família tem mais chances de compreender e assimilar os conteúdos escolares. A infância pode ser considerada a fase mais importante do desenvolvimento humano. Dela deriva-se o posicionamento individual perante as situações da vida. Portanto, cuidar da criança é garantir um futuro promissor, uma vez que uma infância bem vivida representa uma adolescência menos conturbada, uma vida adulta mais madura e uma velhice cheia de experiências bem suportadas e absorvidas.
  • 13. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante dos argumentos expostos, percebe-se que é imprescindível o estudo de caso para o Psicopedagogo chegar a um diagnóstico preciso e com segurança. Possibilita também aprofundar conhecimentos e conhecer métodos novos, agregando mais saberes a prática tornando ainda mais relevante conhecer a cerca das dificuldades de aprendizagem e o universo de questões a serem trabalhadas neste âmbito. É a partir do diagnóstico que o profissional encaminha ou dar um prognóstico a cerca das dificuldades de aprendizagens do indivíduo e inicia o tratamento. O psicopedagogo deve ser curioso, observador e ter um olhar e uma escuta diferenciada para saber qual a melhor maneira de investigar as dificuldades de aprendizagem do sujeito. Apenas o conhecimento a cerca da Psicopedagogia não será suficiente para garantir o sucesso na prática. Imprescindível se faz à práxis da teoria que nos embasa e assegura com a ação e/ou prática para agir com confiança e responsabilidade. O estudo de caso de Fred nos possibilitou um primeiro olhar sob a ótica psicopedagógica que, levantou a ponta do “iceberg” e as inúmeras e minuciosas questões que envolvem o sujeito com problemas de aprendizagem. Nesse contexto, a abordar a alfabetização com um olhar psicopedagógico permite ampliar a visão sobre a importância deste processo na vida do sujeito e como a falta deste processo em idade hábil abala toda a sua trajetória estudantil, fragilizando assim toda a capacidade inata depositada em cada individuo desde a concepção. Percebe-se que para escrever bem é preciso ler bem, por isso a criança que tem dificuldades de leitura normalmente também
  • 14. apresenta dificuldade na escrita, se tem dificuldades na fala também vai ter dificuldades na leitura.
  • 15. EFLECTIONS OF A FENCE OF LEARNING DIFFICULTIES IN READING AND WRITING: A vision psychoeducational ABSTRACT In this article, I intend to show the importance of teachers knowing, experiencing and coping with the difficulties of learning. In this sense, it is argued that it is relevant to try to educate parents about Learning Difficulties. Thus, it proposes a reflection on the importance of acting in accordance with the difficulty presented, including the school as a collective space for knowledge exchange. Begins the study showing the importance of educational psychology to the diagnosis psychopedagogists can do a good job. It was also ap-literacy from an educational psychology look. We present concepts about the difficulties of reading and writing. Concludes by presenting data analysis in the case study. Keywords: Literacy. Learning. Writing. Reading. Psychopedagogists.
  • 16. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Geraldo Peçanha de. Dificuldades de Aprendizagem em Leitura e Escrita. Rio de Janeiro. Wak Ed. 2011. 128 p. 3ª Edição. ALMEIDA, Veridiana. Alfabetização: fundamentos, processos e métodos. Curitiba. Editora Fael, 2010. 80 p. BATALLOSO, Juan Miguel. Dimensões da Psicopedagogia hoje: uma visão transdisciplinar. Brasília. Editora Liber Livro, 2011. CABRAL E SILVA. Etnopesquisa Crítica: Caminho (Método) Epistemológico e Metodológico para se fazer uma pesquisa qualitativa em Educação. Disponível em: http://www.ufpi.br/subsiteFiles/ppged/arquivos/files/VI.encontro.2010/GT_02_16 pdf. Acesso em: 10 dez. 2012. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. O minidicionário da Língua Portuguesa. 4ª Ed. 5ª impressão. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 2002. FERREIRO, Emília. Alfabetização em processo. São Paulo. Editora Cortez. 20ª ed. 2011. FONTES, Débora Palmeira. Psicopedagogia na Realidade Escolar. Lauro de Freitas. Bahia. LUCHESI, C. C. (et. al.). Universidade: uma proposta metodológica. 13. ed. São Paulo: Cortez, 2003. OLIVEIRA, Sílvio Luiz. Tratado de Metodologia científica: projetos de pesquisa, TGI, Monografias, dissertações e Teses. Pioneira: São Paulo, 1997. PALMEIRA, Débora fontes. Psicopedagogia na Realidade Escolar. Sindicato Nacional dos Editores de Livro. Lauro de Freitas. 2010. PINTO, Luciane Nogueira. As contribuições da Psicopedagogia para a educação. Disponível em: http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=1949. Acesso em: 05 de mar de 2013. SAMPAIO, Simaia. Sobre a psicopedagogia. Disponível em: http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/a_psicopedagogia.htm. Acesso em: 05 mar. 2013. SAMPAIO, Simaia. Manual Prático do Diagnóstico Psicopedagógico Clínico. Rio de Janeiro. Wak editora. 3ª edição. 2012.
  • 17. TAVARES, Wolmer Ricardo. Escola não é deposito de crianças: a importância da família na educação dos filhos/ Wolmer Ricardo Tavares – RJ: Wak Editora, 2012. VISCA, Jorge. Psicopedagogia: Novas Contribuições. Trad. Andréia de Assis Peixoto e Maia Isabel Peixoto. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991. WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. 14 ed. Ver. E ampl. Rio de Janeiro. 14ª ed. Lamparina. 2012.