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ADE-PR • Associação de Divulgadores do Espiritismo do Estado do Paraná CURITIBA • ANO XII • MARÇO / ABRIL DE 2009 • NÚMERO 72 www.adepr.org.br
Mediunidade: fenômeno natural de
Crédito: www.espiritualismo.hostmach.com.br
comunicação entre dois agentes de dimensões
diferentes da vida
A comunicabilidade com os espíritos ou, mais popularmente, mediunidade, é,
segundo o Livro dos Médiuns, uma faculdade inerente a todos os seres humanos. Ou
seja, em maior ou menor grau, todos somos médiuns, ainda que nem tenhamos consci-
ência disso. Consequentemente, ao contrário do que muita gente pensa, não é uma prá-
tica exclusiva do Espiritismo. Liberada pelos estudos de Allan Kardec das superstições e
do sobrenatural e separada do charlatanismo, constitui-se em precioso instrumento de
instrução e consolo ao provar que a morte não existe senão para ao corpo físico e que a
sociedade entre os ‘daqui’ e os de ‘lá’ possui uma realidade dinâmica surpreendente.
412 livros, dezenas de milhares de cartas e mensagens:
Chico Xavier e a mediunidade psicográfica
Mas o trato com ela exige cuidados que não podem ser negligenciados e a filoso-
fia espírita é a que está melhor aparelhada para orientar em passos seguros a caminhada
responsável e construtiva do bem dos que abraçam esta tarefa.
Confira nas páginas centrais a matéria especial que trata do terceiro princípio básico da Doutrina Espírita.
Foto: www.blog.syracuse.com
Premonições realizam-se
seis meses e dez anos depois
Foram narradas por Allan Kardec na Revista Espírita de janeiro e maio de 1868, respectivamente.
No primeiro referia-se ao pai da sensitiva. No segundo, a previsão foi da própria morte de um soldado francês.
No primeiro semestre daquele ano, Kardec reproduziu cartas do filósofo Jean-Gas-
par Lavater à imperatriz da Rússia, antecipando muitas das idéias espíritas que só surgiriam
no século seguinte. E ainda sobre as curas obtidas com tratamentos magnético-espirituais.
Página 05.
Martin Luther King e missão de um grande homem: combater o racismo e as injustiças sociais
A missão espiritual de Barack E leia também:
Obama e a do cidadão comum • O exemplo do vice-presidente José Alencar na corajosa luta contra o câncer e sua demonstração de
fé. EDITORIAL.
A cada homem – e mulher - uma missão. Ricos e po-
bres, mais ou menos cultos, todos desempenhamos papéis na pág. 02
sociedade em que vivemos. Fazemos escolhas, às vezes, somos • Livraria Espírita: as orientações básicas para instalação e funcionamento num centro espírita ou fora
escolhidos. Assumimos responsabilidades. Do cidadão comum dele. DIVULGAR COM EFICIÊNCIA.
aos líderes do mundo, medeiam cientistas, professores, religiosos,
médicos, artistas, lavradores, escritores, bombeiros, astronautas. pág. 10
Empresários, administradores públicos e políticos também as • Agenda: o almoço da ADE-PR no dia 26 de abril na S.E Os Mensageiros da Paz; o curso de
têm. Lamentavelmente tantos deles preferem andar à margem
Teologia Espírita, no mesmo local e o calendário de atividades da AME-PR para 2009.
da ética e do ideal de promover o bem coletivo para atender às
ambições e caprichos pessoais. Dons intelectuais, recursos econô- Pág. 11 e 12
micos e poder exigem prestação de contas. O fracasso levará ao • E um rápido registro da XI Conferência Estadual Espírita com o tema “Família”.
recomeço ou à privação. O sucesso à alegria pelo dever cumprido.
Pág. 12
Página 08.
2. Editorial
O vice-presidente e Deus
Para o leitor que tem acompanhado nos- Vingativo? Insensível? Um ente abstrato? Antro- Em entrevista a um programa de te-
sas últimas três edições, provavelmente não são pomórfico, isto é, com as mesmas qualidades e levisão no dia 1º de março, o vice-presidente
nenhuma novidade as matérias especiais da seção defeitos humanos? da República, José de Alencar, que sempre de-
“Pilares do Conhecimento Espírita”, publicadas monstrou equilíbrio e bom senso político e acaba
nas páginas centrais. Nesta estamos tratando da Quando e como Ele tem lugar em nos- de dar um dos maiores e belos exemplos de cora-
mediunidade, na precedente o tema foi a imorta- sas vidas? Nas horas de sofrimento, aflição e de- gem e determinação para vencer o câncer que o
lidade da alma e, nas duas primeiras, Deus. sespero ou todos os dias? Lembramos dele só para martiriza há doze anos, declarou: Não tenho medo
pedir ou também para agradecer e louvar? O que da morte, mas se Deus decidir me dar mais um dia
Entretanto, longe da pretensão de es- esperamos que Ele faça? Como desejamos ser ou- de vida, eu só quero merecê-lo viver. E falou bem
gotar os assuntos que, ainda que restritos à vi- vidos por Ele? Que seja feita realmente a vontade mais, sempre no mesmo tom de fé e serenidade.
são da filosofia espírita, possuem imensas formas dele e não a nossa ou exigimos o pronto atendi-
de serem abordados, o que desejamos fazer é um Falar em Deus com naturalidade como
mento dos mais descabidos caprichos da nossa? algo real e presente à vida das pessoas, especial-
apanhado geral sobre os principais núcleos do
Enfim, como pensamos Deus, como falamos de mente as com destaque social, é algo notável. Nas
pensamento espírita. Se a maioria das pessoas já
e com Deus e, principalmente, como sentimos palavras do vice não havia nenhuma expressão
os domina completamente, vale como reforço,
Deus? desgastada, dos lábios para fora, como se diz.
mas saiba-se que é impressionantemente alto o Nem qualquer matiz fanático. Falava ali um ho-
número daqueles que se dizem profitentes e são Exatamente por se poder pensar e sentir mem de 77 anos, humilde, que sabe o valor que
incapazes de discorrer superficialmente sobre os Deus é que não podemos tomar por parâmetro só a vida possui, que luta por ela com todas as suas
referidos temas e, não raro, confundem-se com o o que ouvimos, mas que tal e o que significam em energias físicas e morais, mas coloca na vontade
número ou nominação destes princípios básicos muitas bocas as expressões: Se Deus quiser!, Gra- divina a decisão final do momento de retirá-lo do
que norteiam a Doutrina Espírita. ças a Deus!, Oh – ou Ai -, meu Deus!, Que seja o que palco terrestre.
Mas e o título acima? Ah, sim. É mais Deus quiser; Pelo amor de Deus!, Deus me livre!? Ao contrário de tantos homens públicos
uma oportunidade de reflexão sobre o relaciona- Podem certamente expressar confiança, gratidão, como técnicos de futebol, artistas e o próprio pre-
mento que temos com Deus. Na prática o que alívio, apelo, pavor, mas muitas vezes não deno- sidente, apreciador de termos chulos e metáforas
Ele representa na vida de cada um de nós? É o tam nada mais do que um condicionamento fútil, vulgares para reforçar sua imagem de homem do
Criador? O juiz? O Pai? Ele é bondoso e justo? um hábito, uma interjeição destituída de valor. povo, José de Alencar sempre manteve a compos-
tura exigida pela liturgia do cargo. Mais que isso,
demonstrou ser um homem de fé sincera e inte-
ligente não só no mundo dos negócios de suas
empresas ou na política. Por isso merece o respei-
to dos brasileiros e os votos de longa permanên-
cia entre nós como exemplo de cidadão dos dois
mundos, o terreno e o espiritual, para o qual já
parece bem preparado para migrar.
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3. Filosofia Espírita para comunicadores - II Y. Shimizu
O ESPIRITISMO É UMA FILOSOFIA - I
O conhecido filósofo e escritor J. Herculano A Psicologia evidencia que o desejo de saber é O conhecimento explicativo e aplicável, que
Pires, um dos maiores conhecedores da obra de Allan inato no ser humano; e que esse pendor é universal no abrange o científico e o técnico, permite conhecer os
Kardec, no prefácio da sua tradução de “O Livro dos tempo e no espaço. Paulo Carosi afirma que a sabedoria fatos e os fenômenos pelas suas causas e consequências
Espíritos”, por ele denominado “Introdução ao Livro que o filósofo busca é a verdade, “ a verdade suprema em imediatas e viabiliza a formulação de descrições minu-
dos Espíritos”, afirma que a obra (objeto de sua tradu- tudo o que maximamente interessa ao homem” (1963, ciosas e teorias explicativas. Possibilita, ainda, o domí-
ção) “constitui o arcabouço filosófico do Espiritismo. p. 11). O filósofo a busca com todo o empenho em en- nio de processos técnicos que suprem as deficiências
Contém, segundo Kardec declarou no frontispício, os contrá-la e comunicá-la aos semelhantes. Essa busca é humanas e ampliam as suas capacidades de modificar a
princípios da Doutrina Espírita. É, portanto, o seu tra- humilde, ardente, constante, desinteressada e livre. realidade circundante. Tanto o saber da Ciência, como
tado filosófico. Embora não tenha sido elaborado em da Técnica, são acumulativos; isto quer dizer que cada
Desde a mais remota Antiguidade, o ser hu- geração desses especialistas parte do acervo acumulado
linguagem técnica e não observe os rigores da minu-
mano busca conhecer a circunstância em que se acha in- pelos predecessores para levá-lo mais adiante. Nestes
ciosa exposição filosófica, é todo um complexo e amplo
serido. Esse conhecimento, disponível e usufruído pelos últimos dois séculos, tem-se, ainda, a tecnologia, ou
sistema de filosofia que nele se expõe”.
integrantes do seu grupo social, pode ser de três tipos, seja, solucionar problemas técnicos com a aplicação dos
A seguir, Herculano considera que Kardec, conforme o seu grau de aprofundamento: conhecimentos científicos.
embora tenha elaborado um tratado filosófico, “não era O conhecimento indagativo surge, quando o
1.conhecimento usual: adquirido ao sabor de
um filósofo, mas um educador, um especialista em Pe- ser humano se propõe a interrogar a globalidade do
seu viver cotidiano; ele se caracteriza por ser: fragmen-
dagogia”. Além disso, “o livro não se destinava a formar tário, não metódico quanto ao processo de aquisição, real, de um modo profundo e radical, buscando as cau-
escola filosófica, a conquistar meios especializados”. O não sistemático quanto à verificação das fontes, inexato, sas primeiras e os pressupostos que alicerçam o mundo,
Codificador buscava “estabelecer os fundamentos de falível e aproximadamente acumulativo. o ser humano e a vida. Esse conhecimento é dito filo-
uma filosofia racional, livre dos prejuízos do espírito de sófico quando emprega como instrumento unicamente
sistema” (1957, p.14). 2. conhecimento explicativo e aplicável: obti- a razão; é denominado teológico quando recorre aos da-
do com intencionalidade, adquirido com o emprego do dos obtidos por meios e fontes sobrenaturais.
A relevância desses estudos está claramente método, sistematicamente ordenado e de modo claro e
delineada no sub-capítulo VI, da Conclusão de “O Li- preciso, de nível fenomênico referente a uma faceta ou O filósofo Miguel Reale explana que “entre
vro dos Espíritos”, quando diz que “seria fazer uma ideia a Ciência e a Filosofia não haveria, portanto, uma di-
porção da realidade, verificável, crítico quanto às fontes
bem falsa do Espiritismo acreditar que ele tira sua força ferença de essência ou de qualidade, mas tão somente
e acumulativo.
da prática das manifestações materiais, e que, portanto, uma diferença de grau ou de generalidade” [...] A Ci-
entravando-se essas manifestações, pode-se minar-lhe 3. conhecimento indagativo, também busca- ência é, portanto, um saber parcial unificado, referen-
as bases... Sua força está na sua filosofia, no apelo que do com intencionalidade ao interrogar a globalidade do te a um aspecto abstraído de outros aspectos possíveis,
faz à razão e ao bom senso” (1957, p.418). real, obtido com adoção de um método, sistematica- como condição de observação e análise, nunca deixan-
mente ordenado, reflexivo, crítico e radical (no sentido do de ser observação de fatos e de relações entre fatos”
Como a maioria dos comunicadores e divul- de buscar as raízes), mas não verificável, valorativo e não (1988, p.10).
gadores da Doutrina Espírita possui escassa formação acumulativo.
no âmbito da Filosofia, torna-se oportuno explanar al- Referências:
guns rudimentos do conhecimento filosófico. Daí, infere-se que o conhecimento usual (ou
CAROSI, Paulo. Curso de Filosofia. São Paulo: Pauli-
popular, ou empírico) é aquele acervo de informações nas, 1963.
O termo Filosofia provém dos vocábulos gre- que permite ao ser humano viver e desempenhar o seu KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Trad. J. Her-
gos “filos” e “sofia” e, consoante a tradição, foi empre- papel no contexto da comunidade em que está inserido culano Pires, São Paulo: Edicel, 1957.
gado pela primeira vez por Pitágoras, no século VI a.C., e que, embora fragmentário, possui o domínio do acer- REALE, Miguel. Introdução à Filosofia. São Paulo:
com o sentido de “amor à sabedoria”. vo de conhecimentos dessa comunidade. Saraiva, 1988.
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4. Autorretrato
Oficina de jornalismo espírita; distribuição gratuita de livros espíritas em hotéis e hospitais;
almoço confraternativo, Feira do Livro e análise de Ghost, do outro lado da vida. Estes foram
Você sabia?
alguns dos assuntos que ocuparam as páginas da edição nº 13 deste jornal, há dez anos. I – Ranieri conta que Chico
Um workshop de jornalismo espírita foi o evento Saara Nousiainen, a hospitais, hotéis, redações de jornais, teria dito em certa oportunidade que
realizado pela ADE-PR no dia 22 de maio de 1999 na S.E. rádios e TVs. O editorialista lembrava que as editoras espí- o mentor André Luiz, na verdade, era
Os Mensageiros da Paz, em Curitiba, para marcar o 3º ano
de fundação da instituição e foi matéria de capa da edição nº
ritas poderiam seguir o exemplo e fazer a distribuição para assistido por 13 espíritos que lhe
13 do “ADE-PR Informativo” do bimestre junho-julho. alguns destes locais do livro “O que é o Espiritismo” ou de transmitiam os conhecimentos, isto
“O Evangelho Segundo mo Espiritismo”, contribuindo para
Na verdade, uma pesquisa posterior revelou que a é, de certa forma, também. Ele era
a divulgação.
ADE-PR foi fundada no dia 27 de outubro de 1995 e não um médium. (Jornal Espírita, nº 22,
24 de maio do ano seguinte como se pensava. Esta segunda Especulava ainda o editorialista sobre as consequên-
data refere-se ao primeiro registro de ata e estatuto social, abril/1977).
mas a entidade, então, já funcionava plenamente, com dire- cias que poderiam advir se todos os políticos brasileiros fos-
toria eleita e empossada. sem presenteados com um resumo sobre princípios espíritas II - Laura, filha do juiz Ed-
e convidados, assim, a refletir sobre eles. Se eles admitissem, monds, membro da Suprema Corte
Quanto ao workshop, teve uma participação de
25 pessoas e foi dividido em dois módulos expositivos de ao menos a título de hipótese, a reencarnação – com a fun- de Justiça de NY, conhecia só o idio-
hora e meia cada um e outro prático, de mesma duração. damentação lógica, filosófica e científica – será que sua con-
Luiz Augusto Breinack, à época o jornalista-responsável
ma inglês mas falava nove ou dez
duta ética não sofreria algum tipo de interferência positiva?
pelo periódico oficial da ADE-PR e secretário da mesma, línguas diferentes. Já D’Esperance
fez um apanhado sobre jornalismo geral e Wilson Czerski, Ainda na página 02, Márcia Abudd noticiou o se- recebia mensagens em latim e ale-
presidente, discorreu sobre o segmento espírita. minário “Educação do sentimento”, ministrado por Sandra
mão; a mãe de Gabriel Dellane es-
Breinack classificou os jornais por sua periodicida- Della Polla, no C. E. Luz da Caridade, da capital parana-
de diária – matutinos e vespertinos -, semanais, quinzenais, ense. Na página 03, além da “Agenda”, notícia sobre a XIV crevia com as duas mãos em línguas
mensais e bimestrais e forneceu rápida visão sobre a estrutu- Feira do Livro Espírita de Curitiba no início de maio, reali- desconhecidas e o violonista Florizel
ra e funcionamento dos mesmos. Sobre as notícias explicou
que o repórter é que precisa ir atrás delas que podem ser
zação da ADE-PR, e o almoço confraternativo da ADE-PR von Renter também recebia mensa-
previstas, imprevistas ou mistas e cujo valor aumenta com a realizado no feriado de 21 de abril na Comunhão Espírita gens em 15 línguas.
novidade, proximidade, tamanho e importância. Cristã de Curitiba ao qual compareceram cerca de 40 pesso-
Wilson destacou em sua fala a importância da bus-
as entre Associados, diretores e familiares. III - Somente à época de
ca de espaços nos jornais leigos para divulgar o Espiritismo
Este evento revelou-se, entre outras coisas, como
Allan Kardec foram publicados os se-
pois “... enquanto os recursos investidos na assistência social
um marco na vida da entidade. Foi ali, no próprio local, que guintes livros com temática espírita:
constituem um paliativo e atacam somente os efeitos das de-
sigualdades sociais provocadas pelo homem, os canalizados alguns companheiros de labor espírita em Londrina, no nor- “O assassinato da Ponte Vermelha”,
à divulgação da mensagem espírita são capazes de alterar os te do estado, preencheram sua proposta de adesão à ADE- de Charles Barbara; “Spirite”, de
valores da sociedade, combatendo as causas daqueles males PR. Destes um teve papel de destaque nos anos seguintes ao
como o egoísmo e a injustiça”. Théofilo Gautier (traduzido no Brasil
ocupar a Secretaria e depois a Tesouraria da entidade.
Acrescentou que o dono de um jornal espírita é um sob o título “O Ignorado amor”); “A
idealista e por isso frequentemente acaba resvalando para a Na página 04, outra participação da colaboradora dupla-vista” (folhetim), de Ebe Ber-
improvisação, permanecendo distante de uma visão profis- Márcia Abudd informando sobre a apresentação e comen-
sional. O articulista, disse, não escreve para si, mas para os
thet; “A segunda vida”, de X. B. Sain-
tários do filme Ghost, do outro lado da vida, fenômeno de
outros e é a expectativa deles que precisa ser atendida. tine (folhetim publicado em 1864
bilheteria nos cinemas do mundo inteiro, ocorrida no C.
Ressaltou como normas de conduta o combate à E. Luz da Caridade. Analisaram-se: valores éticos (trambi- no jornal Mointièur); “Séraphita”, de
vaidade e ao personalismo, aliados à honestidade e impar- cagem, cobrança de dinheiro); importância do trabalho em Balzac; “Consuelo”, “Confesse de
cialidade. Depois chamou a atenção para a necessidade de se
observar as regras gramaticais, elaboração de texto e o uso grupo na comunicação dos espíritos; invocação dos espíri- Rudolfstade” e “Drag”, de George
da informática. E concluiu: “...o jornal é um produto, deve tos; ectoplasma; incorporação (termo impróprio); obsessão Sand; “Histories de L’autre monde,
apresentar qualidade satisfatória... exigência que o próprio e desencarnação.
movimento espírita deve cumprir, reciclando-se, em atendi- recontées par des Espirits”, do Sr.
mento ao caráter progressista da Doutrina Espírita”. Finalmente, uma reportagem de Washington Ba- de Germonville e “Nouveaux Mys-
celar sobre o X Congresso Espírita da Bahia, realizado de tères de Paris”, de Aurélien Scholl
O Editorial enaltecia uma iniciativa da ADE-CE
que estava distribuindo o livreto “Nós e o mundo espiri- 01 a 04 de abril daquele ano de 1999, com a participação de
(1866).
tual” – um resumo dos princípios espíritas, de autoria de 2836 pessoas e cerca de 50 expositores.
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5. A Revista Espírita de Kardec
1º semestre de 1868
Durante seis meses Angelina de Ogé teve os sitas que David lhe fez, o outro contou-lhe um sonho:
sentidos físicos impressionados por sensações de caráter à beira de um rio, era alvejado na testa, acima do olho
premonitório associadas à cama de um pequeno quarto e David amparava-o nos braços. Sentindo-se morrer,
de sua casa. O relato constou numa carta que ela dirigiu recomendava-lhe cuidados a esposa e filhos, quando en-
a Allan Kardec e que este publicou na edição de janeiro tão despertava.
de 1868 na Revue Spirit.
Dez anos depois, compondo o exército francês
Ao ser informada que o pai viria visitá-la, An- na Crimeia, o capitão David socorreu um companheiro
gelina mobiliou especialmente o quarto para a ocasião. tombado no campo de batalha. Tomando-o nos braços,
Teve intuição de que quem deitasse naquela cama, ali viu o buraco de bala acima do olho. Prestando atenção
morreria e também uma visão de um corpo enterra- aos traços fisionômicos, reconheceu o velho conhecido
do no mesmo local. Ouviu suspiros e a sua mão direi- que, agonizante, balbuciou-lhe o nome e as palavras
ta apertada fortemente por uma mão quente e úmida. “sonho” e “minha mulher”.
Tudo exatamente como ocorreria cerca de seis meses
após, apenas oito dias depois de o pai ter chegado a casa Na última edição do primeiro semestre de
Allan Kardec
e adoecido. 1868, Kardec incluiu uma matéria de um correspon-
dente, ali não identificado e que tinha por título “A me-
A explicação obtida na Sociedade Parisiense diunidade no copo d’água”. Diz o articulista que em
de Estudos Espíritas foi a seguinte. O espírito do pai um mês, quinze pessoas apresentaram a faculdade de
da médium, em desprendimento do corpo, conhecia vidência utilizando este meio. Uma delas, jovem anal-
o evento futuro e manifestou-se à filha antecipando-o fabeta, via no copo com água magnetizada durante dez
para que ela soubesse que era ele e ficasse prevenida. minutos, as causas de doenças e os respectivos medica-
Também como espírito a filha tinha conhecimento pois As curas instantâneas não ocorrem mentos aplicáveis.
os dois se comunicavam durante o sono. Daí a intuição
de morte de alguém. para todas as enfermidades nem No caso de obsessão, o que se via eram os pró-
prios espíritos causadores dos distúrbios e depois uma
No texto de abertura do novo ano, Kardec faz para todas as pessoas. Quando o imagem em oração, como indicativo da necessidade
um retrospecto sobre o Espiritismo relativo a 1867. Pri-
meiro nomina algumas obras publicadas como Dieu la
mal exige a reparação de órgãos da prática da prece como forma de afastar o intruso.
Também espíritos sofredores conseguiam ser vistos e o
naturae (Deus na Natureza), de Camille Flammarion. danificados, a cura é lenta e requer motivo de sua angústia, um suicídio, por exemplo, e a
Depois admite a diminuição no número de grupos es- representação de sua agonia. Com as preces do grupo
píritas oficialmente conhecidos, embora aumentasse as ação magnética contínua. nas sessões seguintes, melhoravam a aparência.
reuniões particulares ou familiares. Registra o uso das A seguir explica que os fluidos funcionam
idéias espíritas na “literatura contemporânea, grande ou A experiência e observação atenta de tercei-
como remédios materiais, mas devido sua maior pene- ros demonstraram que não se tratava de imaginação. As
pequena, séria ou leviana”. Mais adiante destaca que o tração, agem mais diretamente sobre as células e apre-
maior avanço foi do aspecto filosófico da doutrina. descrições de quadros e situações e resultados práticos
sentam eficácia mais geral, embora não universal porque dos medicamentos indicados, comprovaram a veracida-
A partir do número de março, Allan Kardec suas qualidades são modificáveis pelo pensamento. de do fenômeno.
começa a publicação de seis cartas escritas em 1798 pelo Mais adiante esclarece que as curas instan-
filósofo suíço Jean-Gaspar Lavater e dirigidas a sua ami- Ao final, Kardec faz um longo comentário
tâneas são um fato, porém não ocorrem para todas as sobre o episódio e conclui: “Os Espíritos não estão me-
ga e imperatriz Maria da Rússia, avó do imperador que enfermidades e nem para todas as pessoas. São raras,
governava então o país. O tema recorrente da corres- tidos nos copo d’água, eis o que é positivo. Que há,
enfim. Quando o mal exige a reparação de órgãos dani- pois, no copo? Uma imagem e não outra coisa; imagem
pondência era a imortalidade da alma e seu estado futu- ficados, a cura é lenta e requer ação magnética contínua
ro, consequência dos atos praticados na vida terrestre. tirada da natureza, razão por que muitas vezes é exata.
e fluidos especiais. Quando a desordem se faz mais por Como é produzida? Eis o problema. O fato existe; então
Ainda em março consta um ensaio sobre as conta da instalação de fluidos perniciosos, estes podem tem uma causa... o artigo seguinte, parece-nos, lança
curas instantâneas. O espaço aqui não comporta a sua ser neutralizados e removidos mais rapidamente. Entre uma grande luz sobre a questão”.
reprodução, mas o seguinte trecho talvez resuma o pro- os dois extremos, acentua Kardec, há nuances infinitas.
cesso. “Na cura das moléstias desta natureza (refere-se O artigo a que se refere o codificador é “Foto-
Em maio encontramos o seguinte caso, de grafia do pensamento” em que trata das irradiações do
às orgânicas propriamente ditas), pelo influxo fluídico, certa forma, similar à premonição com que abrimos
há substituição das moléculas mórbidas por moléculas pensamento, mediante as quais, a alma encarnada ou
este texto. O mesmo foi transcrito do Figaro, de 12 de desencarnada, pode ser percebida por outros indivíduos
sadias. É a história de casa velha, cujas pedras carcomi- abril de 1868. O Barão Jérôme David testemunhou um
das são substituídas por boas pedras: tem-se sempre a uma vez que esta percepção se dá em relação ao perispí-
duelo em que um dos rivais, seu amigo, ficou ferido e rito ou corpo energético e não ao físico – para os vivos
mesma casa, mas restaurada e consolidada”. convalesceu no hospital por alguns dias. Numa das vi- – nem do espírito puro – para os desencarnados.
COMUNICA“AÇÃO” ESPÍRITA • MARÇO / ABRIL DE 2009 ANO XII • NÚMERO 72 PÁGINA 5
6. Pilares do conhecimento Espírita
A mediunidade é um dom universal, não
Wilson Czerski
pertence só ao Espiritismo e todos somos
médiuns em algum grau.
A mediunidade é o princípio fundamental do Espiri- jo norte-americano chamado Hydesville,
tismo pelo qual ele é mais conhecido a ponto de o leigo tomar próximo de Rochester, no estado de Nova
o vocábulo espírita como sinônimo de ‘evocador de mortos’, Iorque. O espírito de um mascate assas-
o que, naturalmente, é um grande equívoco. sinado e enterrado no porão da casa pelo
antigo proprietário, entabulou um diálogo
Apesar de todos os esforços de esclarecimento
com duas meninas de 12 e 14 anos, filhas do
promovidos pelo Movimento Espírita, principalmente pelos
casal Fox.
livros e Centros Espíritas, o assunto é cercado por muita desin-
formação decorrente da falta de oportunidade ou desinteres- Isto ocorreu apenas duas décadas
se em conhecê-lo ou devido às manipulações de consciências após o encerramento oficial da vigência da San-
perpetradas por lideranças de outros segmentos religiosos in- ta Inquisição na Espanha, último país a tomar
teressados em manter a ignorância e disseminar a confusão dos tal providência. Como se sabe a Inquisição foi
seus seguidores. responsável por mandar milhares de pessoas às
fogueiras acusadas de bruxaria só por terem a
A possibilidade de se comunicar com os espíritos
aptidão de ver ou falar com os espíritos.
não é exclusividade dos espíritas. Fácil constatar que todos so-
mos médiuns em grau variável desde uma simples intuição até Verdade que não bastam decretos
a produção de livros ou movimentação de objetos. Em todos para banir das mentes a ignorância e o fanatismo
os tempos e lugares, no seio de todos os povos e culturas, como se pôde testemunhar em 1861 no chamado
inspirada pelo culto dos antepassados ou necessidade de se Auto-de-fé de Barcelona quando quase 500 livros
recorrer a ‘intermediários de Deus’, a mediunidade sempre espíritas foram incinerados por ordem do bispo lo-
existiu. Na Índia, no Egito, na Grécia, na China e Tibet, entre cal, num gesto de intolerância e autoritarismo típico
hebreus no Velho e Novo Testamento, na Rússia, entre os da Idade Média.
indígenas e na África, sempre houve a presença das sibilas e
pitonisas, dos profetas e adivinhos, sacerdotes e pajés. Hydesville foi palco de diversos ‘diálogos’
entre o espírito de Charles Rosma – cuja ossada foi
Durante milênios, envolvida pelo mistério, longe descoberta alguns anos mais tarde quando da demo-
dos olhos das pessoas comuns e só revelada aos iniciáticos, foi lição da casa – e Kate e Margareth Fox através de pan-
fonte de poder e vantagens. Dos rituais secretos aos oráculos cadas nas paredes, móveis e assoalho. Uma pancada
ambíguos, das profecias bíblicas a Nostradamus, da exaltação significava ‘sim” e duas ‘não’. Mais tarde o método seria O Livro dos Médiuns,
fanática às superstições e crendices mais ingênuas, da santifica- aperfeiçoado fazendo-se correspondência entre o nú- publicado por Allan Kardec
ção de uns às fogueiras para outros, o diálogo com os mortos mero de pancadas e a sequência alfabética. em 1861, o mais completo compêndio sobre a
sempre despertou curiosidade e mais medo do que respeito. comunicabilidade entre os espíritos desencarnados e encarnados.
Os raps eram audíveis a todos os presentes e
Somente com o surgimento da Doutrina Espírita isso, aliado a uma observação mais completa, afastava a
em meados do século XIX, por iniciativa dos Espíritos que hipótese de alucinação ou fraude. Aliás, pelo menos duas te Leon Denizard Rivail que adotou o pseudônimo de Allan
ofereceram à humanidade, justamente pelos canais mediú- investigações efetuadas por comissões constituídas por auto- Kardec, foi atraído para o estudo das mesas que ‘saltavam’ e
nicos, os primeiros informes teóricos acrescidos da demons- ridades e pessoas sérias da comunidade resultaram na con- ‘dançavam’, as chamadas mesas girantes. Destes estudos sé-
tração prática do fenômeno, consumada pelas próprias e in- firmação da autenticidade da ocorrência sem que se pudesse rios e metódicos, em 1857 veio a lume O Livro dos Espíritos
questionáveis manifestações e, a seguir, a sistematização destes aventar qualquer outra hipótese para explicá-la que não fosse a que já continha a descrição básica de toda a fenomenologia
conhecimentos por Allan Kardec, é que a mediunidade passou manifestação da alma de alguém que já não dispunha do corpo mediúnica. Mas foi em 1861, com a publicação do segundo vo-
a ser estudada em todas as nuances e consequências. carnal, mas mantinha sua consciência, memória e todos as de- lume da denominada Codificação Espírita que o assunto pôde
mais características da personalidade. ser abordado de forma integral. O Livro dos Médiuns é um
Esta mudança radical na forma de entender e prati- trabalho grandioso de observação, compilação, classificação e
car a mediunidade, teve início em março de 1848 num vilare- Seis anos depois, o professor francês Hyppoli- metodologia recomendada à prática, referente não só às co-
municações ostensivas entre os mundos dos chamados vivos e
os que já deixaram a terra pelas fronteiras da morte física, mas
abrangendo toda a influência recíproca que ocorre na interação
social dos habitantes destas duas dimensões da vida.
Reproduzimos, especialmente para os que nunca
sequer manusearam esta obra, a sequência resumida dos as-
suntos ali tratados. As “Noções Preliminares” trazem tópicos
como a existência dos Espíritos, o perispírito ou corpo espi-
ritual - essencial à realização dos fenômenos mediúnicos -, a
ação da mente sobre a matéria; a dissolução do maravilhoso e
sobrenatural pela compreensão da naturalidade dos fenôme-
nos; a convergência das provas, as leviandades dos críticos e o
método utilizado por Kardec. Depois o exame das hipóteses
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7. Pilares do conhecimento Espírita
de charlatanismo, loucura e alucinação, além de possíveis cau- neos. É a este último grupo que pertence a mediunidade, em- dência mediante o contato com um objeto ou lugar) e podem
sas físicas, origem demoníaca, etc. bora a utilização de ervas, álcool, incensos que funcionam como se repetir aqui algumas curas e a intuição.
indutores no transe farmacógeno, possibilitem que este também
Nos capítulos seguintes a teoria que explica como Não podemos deixar de mencionar a Transcomu-
derive para a manifestação de entidades desencarnadas.
se dão as manifestações físicas dos espíritos. Informa sobre os nicação Instrumental – TCI que, ao contrário da TCM – Trans-
médiuns curadores, a levitação, o animismo, os espíritos falan- Aliás, convencionou-se denominar de mediunidade comunicação Mediúnica -, possui como característica essencial
tes. Segue com os tabus e preconceitos, as aparições, os so- qualquer tipo de influência mais acentuada de um espírito so- o fato dos espíritos comunicantes servirem-se de instrumentos
nhos, a transfiguração e bicorporeidade, locais assombrados, bre um indivíduo encarnado. Porém, do conceito amplo, José materiais e não do corpo do médium para se expressar. Entre
tipos de comunicação conforme o caráter dos mensageiros, a Herculano Pires especifica o mediunismo e o mediunato. No os mias comuns estão o rádio, a Tv, o telefone e secretária-
escrita e voz direta e a psicografia. primeiro, o intercâmbio com os espíritos é realizado de modo eletrônica e o computador.
empírico, sem qualquer cuidado com o ambiente psíquico da
Depois vêm a imensa variedade de médiuns, a É este o processo mais promissor em termos da
reunião e com os objetivos da mesma. Já o mediunato seria a
recomendação de sua formação, os inconvenientes e perigos comprovação científica da mediunidade. As comunicações das
elevação da prática mediúnica ao nível de um ato missionário
da prática mediúnica, o papel desempenhado pelo médium almas daqueles que já partiram para a vida espiritual usando
ou, pelo menos, um exercício de amor e caridade, instrumento
no fenômeno, a influência moral do médium e a do meio. A aparelhos eletrônicos que podem ser submetidos mais facil-
de ascensão espiritual que exige uma conduta ética irretocável.
mediunidade nos animais também é contemplada assim como a mente aos rigorosos métodos de controle funcionam como
A mediunidade deve ser exercida com seriedade e respeito,
obsessão e o problema da identificação dos espíritos que se co- poderosos e convincentes argumentos a favor, primeiro da
afastada de tudo o que sugira curiosidade, interesses pecuniá-
municam, as evocações e perguntas que podem ser feitas. sobrevivência das almas e, segundo, da demonstração insofis-
rios, exploração da fé alheia e desejo de promoção pessoal.
mável de que estas mesmas almas podem se comunicar com
E volta a discorrer sobre as mistificações, charla-
Os médiuns podem ser facultativos ou involuntá- aqueles que por aqui permanecem, seja para consolá-los, es-
tanismo e prestidigitação, preocupação sempre presente na
rios. Enquanto estes muitas vezes sequer têm consciência da clarecê-los e, mesmo, conforme sua índole, perturbá-los.
mente e no trabalho do Codificador que desejava ficasse bem
faculdade que dispõem e não controlam as suas manifestações
clara a separação do joio e do trigo, entre os fenômenos au- Mas a mais conhecida forma de intercâmbio entre
porque não foram educados para tal, os facultativos apresen-
tênticos obtidos por médiuns sérios e honestos e os forjados encarnados e desencarnados, continua sendo com os mé-
tam as melhores condições de torná-la produtiva e útil para
objetivando o engano ou interesse pecuniário, obviamente por diuns. Escrevemos na edição passada sobre a Grafoscopia
si e para os outros. Estudam-na em todas as nuances e são
obra de pessoas inescrepulosas. como método científico de comprovação da presença e iden-
capazes de disciplinar as circunstâncias em que convém ceder
o aparelho físico para servir de intermediário aos mensageiros tificação de espíritos como autores de cartas e livros. Traços
Infelizmente ainda hoje há muitos aproveitadores
desencarnados. de caráter, moralidade e desenvolvimento intelectual, além de
da ignorância alheia que se utilizam dos princípios e conceitos
particularidades pessoais menores, mas importantíssimas para
espíritas para rotular apresentações que beiram ao grotesco.
Já os fenômenos mediúnicos, quanto à forma de o reconhecimento de personalidades, também podem ser
Portanto, as recomendações incisivas
expressão, dividem-se em de efeitos físicos e intelectuais. Nos percebidos nestes tipos de comunicação e nos traços de um
de Allan Kardec continuam oportu-
primeiros temos a levitação, o trans- quadro, no estilo musical de uma peça ou visão de aparições,
nas e necessárias para evitar que as
porte de objetos, a escrita sem fotografias e tato de formas tangíveis como teve o privilégio de
pessoas de boa-fé sejam iludidas e
intervenção da mão do mé- fazer William Crookes com Florence Cook, a médium, e Katie
lesadas.
dium, a produção de luzes e King, o espírito que se deixava tocar, medir e pesar, além de
Em o Livro dos Médiuns, sons, a materialização de obje- falar.
Kardec não se ocupou em explicar tos, animais ou pessoas, as curas
magnéticas e mesmo as invasivas Reprisamos que a mediunidade destina-se a execu-
o fenômeno mediúnico do ponto
do paciente e muitos outros ti- ção de tarefas nobres de construção da felicidade individual e
de vista da fisiologia cerebral tal-
pos. coletiva. Não faz do seu portador um ser especial que deva ser
vez porque não lhe ocorresse a
idolatrado por mais extensas e belas sejam suas capacidades de
importância desta interação espí-
Os fenômenos de intercâmbio com o plano espiritual. Por outro lado, não é um
rito-matéria. Ou porque os co-
efeitos intelectuais mais conhe- fardo, embora a sua posse, eventualmente, possa representar
nhecimentos da época a respeito
cidos são a psicofonia (comuni- uma necessidade expiatória, mais comumente provacional e
da estrutura e funcionamento
cação oral), psicografia (escrita), até missionária em muitos casos.
do sistema nervoso nos seres
a vidência, a pintura e a música
humanos ainda não permitisse Mas não há razões nem para fuga do compromisso
transcendentais, a xenoglassia (falar
adentrar esta área. Preferiu es- geralmente assumido quando do planejamento reencarnatório
e/ou escrever em línguas desconhe-
miuçar o papel do perispírito na antes do nascimento, nem para envaidecimento. Instrumen-
cidas), as premonições, inspirações
sua função de intermediário no tos mediúnicos todos podemos ser, mas somente a prática do
e intuições. Em meio a estes todos,
trânsito da mensagem que par- Bem inspirada nas lições de Jesus, nos faz detentores de um
às vezes, confundindo-se com eles,
te do agente emissor, no caso, mediunato. Abusar destas nobres faculdades implica na perda
estão os fenômenos anímicos. Enten-
o espírito desencarnado, até o temporária ou definitiva das mesmas e arremete-nos para os
didos como os originários da própria
receptor, o médium. O Espírito de Renoir pintando pelas perigosos caminhos da obsessão em que a má conduta abre as
mente ou alma do sensitivo que deixa
mãos do médium Florêncio Anton, em derramar para o consciente conteúdos portas à influência dos seres ignorantes e maldosos capazes de
À luz dos conhe-
13/10/2007, durante o II Conbrade de
latentes adquiridos em vidas pretéritas. atingir os médiuns tanto física como psíquica e moralmente.
cimentos proporcionados João Pessoa - PB.
pela Metapsíquica e da Pa- Nesta classe temos a clarividência e cla- Em assunto de mediunidade, podemos produzir flo-
rapsicologia que a sucedeu, riaudência, a psicometria (espécie de vi- res ou ervas daninhas. A escolha é nossa. E o jardim também.
percebemos que na mediunidade esta-
mos diante de um transe cuja gênese fundamental é a mesma
que rege, de um lado, a hipnose e até certo ponto o sono e
o coma e, de outro, os demais tipos de transes como o far-
macógeno.
O transe nada mais é do que um estado alterado
de consciência, intermediário entre o sono e a vigília. O rebai-
xamento da tensão psíquica com a consequente inibição do
córtex cerebral, favorece as manifestações provenientes das
estruturas subcorticais mais profundas ou do inconsciente, in-
clusive as PSI - Personalidade Integral Subconsciente.
Os transes variam em extensão e profundidade o
que determina o grau de consciência preservado durante os
mesmos e se dividem em patológicos, provocados e espontâ-
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8. Atualidades
A missão espiritual de Barack Obama Wilson Czerski
A simples possibilidade de eleição de um nidade, humildade, etc. Ou por abraçar e humanizar mento de seus desígnios” e até esses prejuízos causados,
negro com nome árabe para a presidência dos EUA já profissões como a medicina ou a carreira de professor. às vezes, são um meio de fazer um povo avançar mais
mexia com o imaginário popular e criava expectativas depressa. Ou seja, Deus sempre tira do Mal o Bem.
entre políticos, empresários e líderes do mundo inteiro. Nosso papel missionário pode avançar para
A confirmação veio pelas urnas e depois a posse como outros setores de atuação como na própria prática re- Outro detalhe: nem sempre o indivíduo é
um dos acontecimentos mais surpreendentes da vida ligiosa, na benemerência, no desenvolvimento de uma designado para uma missão importante antes do nas-
mundial recente. arte, na criação de uma solução para um problema da cimento porque com frequência ele se torna instrumen-
coletividade, tudo isto sem que o indivíduo seja alçado
to de um outro espírito para execução de determinada
É cedo para avaliar se Obama poderá aplacar, à fama e glória do reconhecimento público, mas é uma
ação. O exemplo dado em O Livro dos Espíritos é o
ao menos, as necessidades mais urgentes que se impõem missão, ou várias, para as quais ele é chamado a desem-
de um escritor que está atualmente desencarnado e que
a uma sociedade cansada de guerras inúteis e assolada penhar, geralmente, desde a fase antecedente à sua atual
por uma das piores crises econômicas de todos os tem- reencarnação por força de sugestões dos amigos espiri- não podendo escrever diretamente um livro útil, pro-
pos. E o mundo globalizado segue com a mesma ansie- tuais bem como por sua própria solicitação. cura um encarnado apto a receber-lhe as inspirações.
dade pois, quer-se queira ou não, o papel da superpotên- Entraríamos aí no terreno da mediunidade.
cia é inegável e todos os habitantes do planta dependem, Tudo isto encontra confirmação na Q. 573
sobre a missão dos Espíritos encarnados, uma vez que os De outras ocasiões o indivíduo possui um
em algum grau, do que acontece na terra do tio Sam.
desencarnados também as têm: a proteção e auxílio aos objetivo vago e sua missão se desenha aos poucos e se-
Importante percorrermos os olhos por algu- encarnados, tarefas em colônias espirituais, a própria gundo as circunstâncias porque Deus e os agentes espi-
mas das questões de O Livro dos Espíritos que tratam codificação espírita por eles transmitida. Mas daqueles rituais impelem-no pelo caminho. É o que muitas vezes
das missões. Seria Barack um missionário? E seu an- que por aqui estão fisicamente, há missões para “ins- constatamos em tantos testemunhos pessoais. As coisas,
tecessor, George W. Bush, com sua arrogância e forte truir e ajudar no progresso os outros homens, melhorar dir-se-ia, conspiram para a pessoa chegar naquela situa-
inspiração religiosa também teve a sua? As críticas a ele suas instituições, mas são mais ou menos importantes ção, levando para isso talvez muitos anos ou a vida toda
dirigidas significam que fracassou na sua execução? E o como o que cultiva a terra e o que governa”. e tendo passado por trilhas tortuosas e inesperadas.
nosso presidente Lula é também um missionário? Mui-
tos trechos de seus discursos parecem indicar que ele Mas na questão 575, ao elaborar a pergunta, Porém, como sempre se pode fracassar na
próprio acredita estar revestido desse messianismo. Kardec explica que a missão, numa acepção mais restri-
missão, é possível que muitos nunca chegem a determi-
ta do termo, possui um caráter mais amplo, menos ex-
nado ponto porque tomam desvios, deixam-se vencer
Antes de mais nada é preciso entender que clusivo ou pessoal. Então, como se poderia reconhecer
missionário não é somente aquele encarregado de ex- por tentações, são seduzidos por outros projetos ou as-
um missionário na Terra? Pelas grandes coisas que ele
pressivas realizações no campo da religião, do huma- realiza, pelo progresso a que conduz seus semelhantes, saltados pelo desânimo, derrotados pela força de vonta-
nismo, da ciência ou das lideranças em diversas searas respondem. de insuficiente.
da atividade humana, inclusive política e militar. Cer-
Também somos esclarecidos que pode haver Em se tratando de missões especiais, conside-
tamente que Gandhi, Joana D’Arc, Napoleão, Shakes-
vários candidatos à mesma missão. Quando há um tra- radas como determinadas diretamente por Deus, visto
peare, os papas, Chico Xavier, Einstein, Madre Teresa,
balho coletivo numa instituição espírita, por exemplo, que sempre se pode fracassar, Kardec pergunta (Q. 579)
Lincoln, Allan Kardec, Martin Luther King, Mozart
e centenas de outras personalidades que desfilaram no talvez muitas destas pessoas possam ter sido reunidas como pode Deus confiar nesta pessoa. A resposta é que
palco terrestre foram missionários. para trabalhar juntas, mas a presidência de um país, Ele conhece profundamente todas as suas criaturas para
mesmo considerando o transcorrer do tempo e as su- ter certeza de que as escolhidas para certas tarefas não
Mas na questão 582, por exemplo, os Ins- cessões no cargo, bem poucos poderiam ser designados falharão.
trutores Espirituais ensinam que o simples exercício para ela.
da paternidade, fato corriqueiro e ao alcance da quase Assim, é correto atribuir à presidência de Ba-
totalidade das pessoas, se incluirmos aí a maternidade, Claro que não podemos falar em missão a rack Obama o caráter de missão. Se ele terá sucesso ou
constitui uma missão. Já na Q. 571, quando Kardec in- ocupação do cargo máximo de um país quando rea- não, não sabemos. Mas Deus sabe. Somos todos falíveis
daga se somente Espíritos elevados cumprem missões, lizado por vias alheias à vontade do povo. A tomada
porque humanos e essa condição de imperfeição que
a resposta esclarece depender da importância da mes- de poder pela força e visando a pura satisfação de am-
carregamos impede-nos de fazer prognósticos. Podemos
ma. “O estafeta – exemplificam – cumpre também uma bições pessoais ou é de iniciativa puramente humana
errar na previsão e Obama na execução, até porque mui-
missão, mas que não é a do general”. ou, se havia uma expectativa positiva em relação a esse
indivíduo, os meios empregados denunciam o comple- ta coisa não depende só da vontade dele. Mesmo que
Neste sentido, todos somos missionários: nas to fracasso da missão. Porém, ainda assim, na Q. 584 com a razão, tem que fazer política, há o Congresso e
responsabilidades familiares assumidas, na contribuição encontramos que “um conquistador que não tem em a sociedade, as pressões mundiais e seu poder físico e
socioeconômica do nosso trabalho profissional e na for- vista senão satisfazer sua ambição e não recua diante de intelectual também são limitados. Mas é uma esperança
ma como atendemos as suas exigências, transformando, nenhuma calamidade que cause”, não deixa de ser “um de dias melhores, com menos sobressaltos bélicos e mais
às vezes, tarefas simples em exemplos de dedicação, dig- instrumento de Deus que se serve dele para o cumpri- cooperação, solidariedade, diálogo, paz e fraternidade.
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9. Resenha Crítica
A Bíblia à moda da casa Y. Shimizu
Com o crescimento notório das diversas de- Ele inicia o livro, mostrando que “a Bíblia que referendam os conhecimentos propugnados pela
nominações das igrejas evangélicas, tanto as tradicio- não foi escrita de uma só vez. Levou muito tempo, mais Doutrina Espírita.
nais quanto as pentecostais, e com o empenho da Igreja de mil anos”. Além disso, “os costumes, a cultura, a re-
Católica em ministrar o estudo bíblico, os profitentes ligião, a situação econômica, social e política de todos Na parte relacionada com a visão espírita da
da Doutrina Espírita se defrontam, com bastante fre- os povos do Oriente Médio deixaram marcas na Bíblia Bíblia, o autor focaliza vários assuntos ligados à Bíblia,
quência, com militantes de outras religiões que buscam e tiveram sua influência na maneira de nos apresentar a de modo que, somados aos conceitos que foram apre-
desacreditar os conhecimentos doutrinários com base mensagem de Deus aos homens”. sentados em comentários nas partes precedentes, dão
em citações de versículos bíblicos. uma visão do que o Espiritismo tem sobre ela. Assim,
Paulo Neto divide a sua exposição em quatro
Diante desses detratores, torna-se necessário partes: A Bíblia Católica, A Bíblia Protestante, a Visão ele examina a formação do mundo, o dilúvio bíblico, a
que os divulgadores do Espiritismo, tanto pela tribuna Espírita da Bíblia e Conclusão Geral. raça adâmica, a gênese mosaica, a proibição de evocar
como pela mídia, tenham conhecimentos da história, Nos capítulos referentes ao Antigo Testa- os mortos, as manifestações espirituais na Bíblia, a re-
da estrutura e dos conteúdos da Bíblia para expor com mento, ele seleciona e comenta mais de 200 passagens encarnação no Evangelho, a influência dos espíritos em
propriedade a mensagem contida nesses textos e, tam- do Antigo Testamento da Bíblia Católica e mais de 80 nossas vidas, etc.
bém, as contradições, as incoerências e as infantilidades versículos do Antigo Testamento da Bíblia Protestante,
de certas narrativas. procurando destacar os absurdos e as contradições en- Paulo Neto, ou melhor Paulo da Silva Neto
contradas, evidenciando a insensatez em aceitar literal- Sobrinho, é natural de Guanhães-MG. Graduado em
Paulo Neto busca esclarecer e mostrar o
mente esses versículos. Mostra, também, as diferenças Administração de Empresas e em Ciências Contábeis,
quanto é necessário aprender a respeito desse livro tão
existentes nas diferentes traduções. exerceu diversos cargos na Secretaria da Fazenda do seu
valorizado por uns e tão combatido por outros. Em boa
hora, pois, ele está lançando a segunda edição do livro Estado, na qual se aposentou com fiscal de tributos. Mi-
No estudo concernente ao Novo Testamento,
“A Bíblia à Moda da Casa”, revisada e ampliada, com ele destaca 70 trechos da Bíblia Católica e 75 da Bíblia litante do movimento espírita por mais de duas décadas,
268 páginas, pela Panorama Espírita Publicações, de Protestante, procurando não apenas demonstrar as in- é bastante conhecido no seu estado como palestrante e
Divinópolis-MG. congruências, como também evidenciar aqueles textos articulista. É autor do livro “Alma dos Animais”.
Opinião do leitor pírita em nosso programa Observatório Espírita, que
vai ao ar todas as sextas-feiras, ao vivo, a partir das
Estamos recebendo agora o de JANEIRO/FEVEREI-
RO. Sempre atual, com assuntos e temas oportunos
Caro (a) companheiro (a), 20h30 pela WEB Rádio Espírita Campinas, emissora para análise e reflexão de seus leitores. É sem dúvida
da ADE Campinas que pode ser acessada no endereço um veiculo da mídia espírita importante no processo
Temos a satisfação de informar que desde ja- www.radioespirita.org.br. de disseminação das ideias espíritas para o nosso tem-
neiro de 2009 nossa Associação conta com uma sede po. Parabéns!!!
própria. (...) Assim, gostaríamos de solicitar aos com- Atualmente, nossa página conta em média
panheiros, por gentileza, a atualização de nosso novo com 25 acessos diários, entre ouvintes do Brasil e de Éder Fávaro. – São Paulo - SP
endereço para correspondência: Associação de Divul- países como EUA, França, Alemanha, Suiça, Argen-
gadores do Espiritismo de Campinas - ADE Campi- tina, Japão, Portugal e outros. No caso específico do
nas. Rua Pedro Gianfrancisco, 804 - Parque Via Nor- Observatório Espírita, que está no ar desde agosto de
2007, nossos ouvintes são, em sua maioria, editores Olá Wilson,
te, Campinas, SP CEP 13065-195.
e articulistas da imprensa espírita, indicando que, de
Notifico o recebimento do CAE e agradeço
Aproveitamos essa oportunidade para ex- fato, seu objetivo de “oferecer um panorama geral da
imprensa espírita” tem sido alcançado. pela gentileza. A imortalidade da alma é um texto e
pressar nosso agradecimento e satisfação por contar
tanto. Oportuna a divulgação do livro Novas utopias,
com a presença do periódico Jornal Comunicação Es-
Mais uma vez agradecemos a confiança em do Carlos Pereira. Um livro que vai dar o que falar;
nosso trabalho e nos colocamos à disposição dos com- tomara!! Um abraço.
panheiros. Nosso abraço,
Paulo Santos – Divinópolis - MG
Dermeval Carinhana Jr.
Presidente da ADE Campinas
... Tenho recebido o seu Jornal, pelo que
louvo-o, pela excelência do trabalho que a ADE está a
Caros companheiros da ADE-PR, temos re- desenvolver em prol do nosso Movimento Espírita.
cebido regularmente o Jornal ComunicAção Espírita. José Virgílio Góes - Curitiba
COMUNICA“AÇÃO” ESPÍRITA • MARÇO / ABRIL DE 2009 ANO XII • NÚMERO 72 PÁGINA 9
10. Divulgar com eficiência
Livraria Espírita Wilson Czerski
O livro espírita ainda é atualmente o Para a Livraria funcionar no centro espí-
meio por excelência na disseminação da Doutrina rita, recomenda-se que a mesma possua entrada in-
Espírita. Nada o substitui nem mesmo a mídia dependente, mas que dê acesso também ao restante
eletrônica como a televisão, o rádio e a internet. das instalações. Atenção para com a altura das pra-
São milhões de exemplares vendidos anualmen- teleiras (no máximo 1,70 m.), suas cores, pintura
te. Mas para que ele chegue às mãos dos leitores das paredes (claras) e iluminação. Há necessidade
temos que contar com uma distribuição eficien- de identificação nas prateleiras para o gênero de li-
te. Se os números já são animadores, poderão ser vros ali dispostos: obras básicas, romances, estudos,
muito mais se cada centro espírita, por exemplo, infantis, lançamentos, etc, só então colocando-se os
conseguir ter a sua livraria. Mas esta é apenas uma títulos em ordem alfabética.
das possibilidades, sendo que a outra é a abertura
Determinados autores podem dispor de
de um espaço para este fim fora das dependências
um espaço próprio só para suas obras quando isso se
do centro. Chamamos de vinculada aquela e de
Visão interna da Distribuidora e Livraria Espírita Ponto de Luz, de Curitiba justifica pelo considerável número de títulos existen-
independente a esta.
com prática de caridade, embora esta sempre esteja por tes e respectivos volumes de vendas..
Basicamente, os comentários feitos neste jornal trás de todas ações de um verdadeiro espírita. Não basta Os atendentes, se numa livraria vinculada, pro-
em relação à “Biblioteca Espírita” (ed. 52, nov-dez/2005), boa vontade para administrar, nem mesmo para o atendi- vavelmente serão voluntários enquanto numa indepen-
e mesmo aspectos explanados nos tópicos “Feira do Li- mento direto aos “clientes” que são os nossos leitores. As- dente serão funcionários contratados. Mais neste caso,
vro” (ed. 53 e 54, jan-fev e mar-abr/2006), “Clube do sim sendo, o conhecimento a respeito de livros espíritas, mas mesmo no primeiro, terão que receber treinamento
Livro” (ed. 61 e 62, mai-jun e jul-ago/2007) e “Banca do ou ao menos de uma livraria comum e, em último caso, adequado não só visando conhecer bem os produtos que
Livro” (ed. 68, jul-ago de 2008), aplicam-se à Livraria, de um negócio qualquer faz-se imprescindível. venderá como o relacionamento com os leitores. Detalhes
afinal, todos eles trabalham com o livro. Nestes textos
Recomenda-se que a Livraria seja administra- que não podem ser negligenciados são o falar, os modos,
que o leitor pode acessar através do nosso site (www.ade-
da por um grupo de três ou quatro pessoas e que não haja gestos e o vestuário:
pr.org.br), seção “Jornal”, constam muitas informações
referentes à, por exemplo, aquisição, descontos, transpor- rodízio do grupo todo. Somente a substituição de um ou Aspecto muito importante diz respeito à ad-
te, embalagem, etiquetagem, caixa, etc. outro elemento quando necessário. ministração do estoque. Ajudará muito se o processo for
A iniciativa de abrir uma livraria espírita pode informatizado. O mesmo ocorre com relação ao controle
Se a Livraria situar-se anexa a um centro espí-
partir da direção de um centro espírita ou de uma pessoa de caixa. Se em qualquer empresa e na vida pessoal, os
rita, o seu funcionamento, local no prédio e horários de-
qualquer. Se for este o caso e ela não pretender que a cuidados com dinheiro requerem muita atenção, mais
verão estar adequados às atividades da Casa, bem como
mesma seja do tipo ‘independente’, preferindo vê-la vin- ainda nas instituições espíritas. Espera-se não apenas
os controles, inclusive financeiro, sob a responsabilidade
culada a alguma a instituição, terá que levar a sua ideia ao lisura na movimentação dos recursos, mas também um
de pessoa idônea. Terá que constar do Estatuto Social da
conhecimento da direção do centro que frequenta. Caso esforço no sentido de maximização dos mesmos, espe-
entidade e possuir um Regimento Interno.
não seja aceita, poderá procurar sucessivamente outros cialmente quando eles se revertem para custeio de outras
Se for independente e, portanto, uma empresa centros possivelmente interessados. Note-se que mesmo atividades do centro.
de caráter comercial, devemos ter especial cuidado em uma livraria que funcione fora do centro espírita, poderá ser Não deve haver exageros, entretanto. Na Livra-
atender todos os requisitos da legislação em vigor, in- administrada por ele como um departamento autônomo. ria Espírita, é permitido e desejável, para alcançar maior
cluindo abertura de firma (CNPJ, alvará junto à Prefeitu-
Se não se conseguir que nenhum centro da ci- sucesso em seu funcionamento, que se trabalhe com pro-
ra, declarações à Receita Federal), etc. A contratação de
dade encampe a ideia, pode-se tentar convencer os donos moções, divulgação interna (para os frequentadores do
um contador é absolutamente necessária.
de uma livraria comum a comercializar os livros espíritas. centro) e externa (principalmente se for independente)
Abaixo fazemos constar um resumo das princi- Afinal, estamos pensando primordialmente em colocar com o uso de etiquetas (que também facilitam o contro-
pais providências e cuidados a serem tomados para os dois este tipo de literatura ao alcance do maior número de le do estoque), carimbos e sacolas personalizadas, bem
tipos de Livraria (vinculada e independente), retirados do pessoas e não importa muito quem o faça, mas que se faça. como folhetos, cartazes e notas para a mídia, equilibran-
excelente trabalho oferecido ao público pela Editora Petit Se não houver livrarias na cidade, tente-se uma papelaria. do as necessidades de receitas com o compromisso maior
em seu site (www.petit.com.br.). Dada a exiguidade do que é o de bem divulgar a Doutrina.
nosso espaço, optamos por este resumo, recomendando Os autores do trabalho elaborado para a Petit
aos interessados em obter maiores informações que aces- comentam algumas qualidades que caracterizam o bom
sem diretamente a referida fonte. administrador e válidas, obviamente, para o administra- Fontes:
dor de uma livraria espírita. São citadas: autoconfiança,
Uma Livraria Espírita deve ser encarada como motivação, comunicação, criatividade, energia, flexibi-
uma pequena empresa e, além dos cuidados legais, deve A Eficiência na Comunicação Espírita,
lidade, iniciativa, integridade, liderança, capacidade de
primar em seus compromissos como o pagamento de for- negociação, perseverança, persuasão, planejamento, rela- Wilson Czerski – DPL.
necedores, funcionários, etc. Aqui não se deve confundir cionamento interpessoal, etc. Livraria Espírita, site da Petit Editora.
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