Uma pesquisa do SPC Brasil revelou que 56% dos consumidores quitam as dívidas após contato dos credores, sendo que as negociações de cartão de crédito são as que menos resultam em acordo. A maioria dos consumidores tenta negociar valores menores e parcelas diferentes para quitar as dívidas. O planejamento financeiro e boas estratégias de negociação, como trocar dívidas por empréstimos com juros mais baixos, podem ajudar na quitação das pendências.
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56% quitam dívidas após contato de credores
1. 56% dos consumidores quitam as dívidas após
serem procurados pelos credores, diz SPC Brasil
Segundo pesquisa, oito em cada 10 entrevistados procuram ou são procurados pelas
empresas credoras. Dívidas de cartões de crédito são as que menos resultam em acordos
Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo
portal de educação financeira Meu Bolso Feliz identificou as estratégias de cobrança
mais utilizadas pelas empresas para receberem os pagamentos pendentes. O estudo
revela que oito em cada dez (83%) dos entrevistados afirmam terem sido cobrados
pelos credores em decorrência das dívidas que os deixaram com nome sujo. A taxa
de sucesso da cobrança, ou seja, o número de entrevistados que quitaram as dívidas
após o contato é 56%.
Quando analisada em setores específicos, a taxa de sucesso aumenta entre as
empresas de internet (70%) e escola ou faculdade (64%) e as negociações que
menos resultam em acordo são as de cartão de crédito (43%).
Entre os meios utilizados para a comunicação entre a empresa e consumidor, o envio
de carta é o mais frequente (31%), principalmente no caso de conta de água (91%).
Outros meios são a conversa com o cobrador por telefone (16%, ou 52% no caso de
escola ou faculdade), e o e-mail (16%, ou 51% na conta de TV a cabo).
18% dos entrevistados sentem constrangimento ao receber cobrança
A pesquisa indica que a cobrança é um momento desconfortável para os
consumidores. Perguntados sobre como se sentiram, 18% relataram
constrangimento ao serem cobrados pelas empresas. Os sentimentos de humilhação,
irritação e desrespeito tiveram o mesmo percentual de citações (6%).
Quanto à postura do credor, 38% dos entrevistados a consideram respeitosa. Porém,
16% dos consumidores notam um comportamento frio por parte do profissional
encarregado de fazer a cobrança, e 12% sentiram uma postura agressiva.
“Muitas vezes essa impressão negativa se deve ao número de contatos (média de
10) e aos fortes argumentos utilizados pelos credores na hora da cobrança”, explica
Vignoli. “O argumento mais utilizado, em 37% dos casos, é a possibilidade do
consumidor ficar com o nome sujo e inserido em cadastros de proteção ao crédito se
a dívida não for paga”. Outras fortes estratégias usadas pelos cobradores e
mencionadas na pesquisa são a possibilidade de protesto em cartório (19%) e, em
último caso, a possibilidade do consumidor ser acionado judicialmente (17%).
2. 62% dos consumidores querem diminuir valor das dívidas
Segundo a pesquisa, 84% dos consumidores que não quitaram sua pendência após o
contato de cobrança tentaram negociar as dívidas. Durante as negociações, os
pedidos mais frequentes são por valores menores (62%) e número diferente de
parcelas (10%). Ao aceitar uma proposta de negociação, os fatores de maior
motivação são o valor da prestação (30%), a redução significativa do valor da dívida
para o pagamento parcelado (29%) e o desconto para pagamento à vista (21%).
Quando consegue quitar a dívida, a maior parte dos entrevistados (63%) relata o
sentimento de alívio. “Os dados da pesquisa revelam que o consumidor tenta
negociar as dívidas e encontrar um acordo. Isso é essencial para que o planejamento
mensal seja efetivo e a vida financeira entre nos eixos e saia do vermelho”, explica o
educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli.
Dicas para uma boa negociação das dívidas
Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, é importante que a
iniciativa de tentar negociar a dívida também parta do consumidor. “Mas antes deve
existir um planejamento para saber quais dívidas são mais importantes pagar
primeiro e aí então negociar com a empresa credora”, d iz. “Antes de tudo o
consumidor tem que conhecer a fundo os próprios gastos e sua renda para saber
quanto pode disponibilizar para o pagamento do total da dívida ou das parcelas
mensais”, explica. Algumas dicas da economista para uma boa negociação:
Tentar uma portabilidade da dívida, considerando taxas de juros mais baixas:
“as taxas do cartão de crédito (média de 260% ao ano) e do cheque especial
(média de 158% ao ano) são muito altas e é possível trocar essas dívidas por
um empréstimo pessoal. Mas é importante estar atento às parcelas do
empréstimo e honrar o pagamento delas – 48% das pessoas que
renegociaram as dívidas estão com as parcelas atrasadas”.
Reservar uma parte da renda para o pagamento das dívidas, e caso não haja
renda, vender bens como automóveis e eletrônicos para usar o dinheiro: “O
consumidor deve ir à negociação já com uma reserva financeira para pagar,
independente de como será a negociação. Muitas vezes o credor aceita uma
ótima negociação, mas com início imediato, e o consumidor perde a
oportunidade por não ter se planejado anteriormente”.
Não ter vergonha ou medo do gerente do banco ou do responsável pela
cobrança. “Segundo os dados da pesquisa, menos de 20% das pessoas que
renegociaram a dívida fizeram contraproposta aos credores. O consumidor
deve ser firme e conversar com o credor o quanto antes. Mesmo que o
3. problema seja muito antigo, vale a pena negociar com o gerente ou empresa
credora para conseguir descontos e menores taxas de juros. “O banco sempre
tem interesse em negociar, por isso é importante não desistir e ir atrás”.
Baixe a pesquisa na íntegra e a metodologia clicando ao lado direito superior no link
https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/pesquisas
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