6. Convencer o leitor, defendendo uma reivindicação; mencionar local, data e assinatura dos defensores da causa.
7. MANIFESTO FUTURISTA (Publicado em 20 de Fevereiro de 1909, no “Le Figaro”) Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e da temeridade. A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos essenciais de nossa poesia. A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insónia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco. Nós afirmamos que a magnificência do mundo se enriqueceu de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida com o seu cofre enfeitado com tubos grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo… um automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia. Nós queremos glorificar o homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada também numa corrida sobre o circuito da sua órbita. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, esforço e liberdade, para aumentar o entusiástico fervor dos elementos primordiais. Não há mais beleza, a não ser na luta. Nenhuma obra que não tenha um carácter agressivo pode ser uma obra-prima. A poesia deve ser concebida como um violento assalto contra as forças desconhecidas, para obrigá-las a prostrar-se diante do homem. Nós estamos no promontório extremo dos séculos!… Por que haveríamos de olhar para trás, se queremos arrombar as misteriosas portas do Impossível? O Tempo e o Espaço morreram ontem. Já estamos vivendo no absoluto, pois já criamos a eterna velocidade omnipotente. Queremos glorificar a guerra – única higiene do mundo –, o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos libertários, as belas ideias pelas quais se morre e o desprezo pela mulher. Queremos destruir os museus, as bibliotecas, as academias de toda a natureza, e combater o moralismo, o feminismo e toda a vileza oportunista e utilitária. Cantaremos as grandes multidões agitadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela sublevação; cantaremos as marés multicores e polifónicas das revoluções nas capitais modernas; cantaremos o vibrante fervor nocturno dos arsenais e dos estaleiros incendiados por violentas lutas eléctricas; as estações esganadas, devoradoras de serpentes que fumam; as fábricas penduradas nas nuvens pelos fios contorcidos de suas fumaças; as pontes, semelhantes a ginastas gigantes que cavalgam os rios, faiscantes ao sol com um luzir de facas; os piróscafos aventurosos que farejam o horizonte, as locomotivas de largo peito, que pateiam sobre os trilhos, como enormes cavalos de aço enleados de carros; e o voo rasante dos aviões, cuja hélice freme ao vento, como uma bandeira, e parece aplaudir como uma multidão entusiasta.
8. MURO DO IMIRÁ - QUEM VAI MIRAR O MAR? Natal é uma das capitais brasileiras com uma das mais belas paisagens do mundo que atrai milhares de pessoas por ano, para virem e vivenciarem essa beleza. E a Via Costeira é um marco nessa paisagem, pois faz uma receita mágica dessa paisagem, onde o fluir da mesma é intenso, tanto caminhando, pedalando, dirigindo e até mesmo voando.Essa paisagem tem sido privatizada devargazinho, por construção de hotéis e muros erguidos por particulares roubando um direito difuso e coletivo de usufruir do belo. Depois de muitas lutas esse direito foi conquistado no novo Plano Diretor de Natal, Lei Complementar 82/2007,art. 21, determina que na Via Costeira os prédios deverão ser construídos abaixo do nível da própria via.O que nos motiva escrever essa denúncia é, precisamente, o muro que está sendo erguido pelo Hotel Imirá desde poucas semanas. Como não bastasse o antigo, já construído, vem sendo ampliada a área de eventos do Hotel, através de limites físicos que comprometem o princípio da preservação da paisagem na Via Costeira.A situação torna-se mais grave quando constatamos que o caso constitui uma irregularidade negligenciada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (SEMURB), órgão responsável pela fiscalização das construções em Natal. A não manifestação do órgão o desmoraliza diante da opinião pública.Não se faça de surdo e mudo como um MURO, lute por sua paisagem, escreva um e-mail, uma carta ou telefone para SEMURB para derrubar esse ladrão do belo para nossos olhos.
9. MANIFESTO DO FÓRUM MUNDIAL DE SUSTENTABILIDADE “POR UM PLANETA MAIS SUSTENTÁVEL” Nestas últimas décadas fomos testemunhas das maiores mudanças que já ocorreram na história da humanidade. Além de um fantástico progresso material e tecnológico, a população mundial ultrapassou os sete bilhões de pessoas. Estamos exaurindo o capital natural da Terra. Não há mais nenhuma parte do planeta que não tenha sido impactada pela ação do homem. Nossos ecossistemas, cujos serviços de suporte de vida são insubstituíveis, estão à beira do colapso. As mudanças climáticas, a crescente escassez de água e alimentos, as grandes migrações de populações em busca de melhores oportunidades de vida são claros indícios de que nosso modelo econômico e social não é sustentável. Nesta época de crise ambiental, social e econômica, a união de esforços pelo bem comum torna-se imprescindível para garantir a sobrevivência da civilização, preservar os ecossistemas e assegurar a harmonia do homem com seu meio. As soluções existem e muitas já estão prontas para serem usadas. As que faltam virão rapidamente se engajarmos a capacidade intelectual, a seriedade e a criatividade das empresas, da sociedade civil e de governos que hoje compartilham um planeta cada vez menor e mais ameaçado. Precisamos agora de lideranças fortes, determinadas e capazes de implementar essas soluções na velocidade que os problemas demandam. Precisamos de novas mentalidades que privilegiem a prosperidade a longo prazo, em vez do lucro a curto prazo. E que incorporem em seus modelos econômicos o valor de ter ecossistemas íntegros e saudáveis, para consolidar sociedades mais justas e equilibradas. Que este Manifesto do Fórum Mundial de Sustentabilidade 2011 ressoe, portanto, como uma convocação a líderes de todos os segmentos da sociedade – governo, empresas e sociedade civil – para colocarem no topo de suas agendas a construção de um planeta sustentável, em que a busca do bem-estar de todos resulte na preservação da natureza e no respeito ao ser humano. Manaus, 26 de março de 2011.