A sociedade brasileira debate riscos à democracia e liberdade de expressão, com o Judiciário sendo acusado de extrapolar seu poder ao investigar empresários. Também há preocupação com violência política nas eleições, com mesários temendo ataques. Ao mesmo tempo, a economia mostra sinais de melhora que podem beneficiar a reeleição de Bolsonaro.
Riscos à democracia e liberdade no debate eleitoral
1. Sociedade brasileira debate riscos à democracia, extrapolação do poder
Judiciário e ameaças à liberdade de expressão
Às vésperas das eleições, existe o receio em parte da sociedade brasileira de um
aumento da violência política. O medo demonstrado por mesários, em razão de
ataques às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral como um todo, e a proibição
do porte de armas nos locais de votação no dia da eleição são reflexos desse
tensionamento. É nesse contexto que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
oficializou, igualmente, um núcleo de inteligência para combater violência política
nas eleições deste ano, que atuará em parceria com as polícias militares a fim de,
através de ações permanentes de inteligência, identificar ameaças ao pleito.
Além disso, o país se viu mergulhado em um debate envolvendo riscos à
democraria e ameaças á liberdade de expressão. A Polícia Federal (PF)
realizou recentemente uma operação que teve como alvo um grupo de
empresários que, hipoteticamente, teriam defendido um golpe de Estado no
Brasil caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições em
outubro. As buscas foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Alexandre de Moraes, que também determinou a quebra de
sigilo bancário e oitiva dos empresários, além do bloqueio das contas nas redes
sociais. Entretanto, diversas entidades empresariais criticaram a decisão do
STF e defenderam a liberdade de expressão dos empresários, apontando para
um eventual abuso de autoridade do ministro Alexandre de Moares, assim
como uma recorrente extrapolação do poder Judiciário.
Às vésperas da eleição, risco na economia segue tendência de melhora
A economia, que há alguns meses prometia ser o calcanhar de Aquiles para a
reeleição de Bolsonaro, pode se converter em aliada nas eleições que ocorrem
em menos de um mês. Os principais destaques positivos são o desemprego,
confiança do consumidor, ambiente de negócios e desigualdade social. Em
primeiro lugar, a taxa de desemprego, em 9,1%, é a menor desde 2015. Além
do desemprego, a subutilização também se reduziu com o aumento do número
de postos de trabalho com carteira assinada e jornada de trabalho integral,
que se encontra no maior nível da série histórica, iniciada em 2012. No entanto,
a alta informalidade, que afeta 39,9 milhões de pessoas (40% da força de
trabalho), ainda aparece como um entrave, especialmente na retomada da
renda paga, que continua muito abaixo da média dos últimos cinco anos. O
ambiente de negócios e a confiança do consumidor também estão em
movimento de melhora, uma vez que o mercado de trabalho e a redução do
nível de inflação ajudou a desanuviar a expectativa para o futuro,
principalmente para os próximos meses.
Outro fator que parece jogar ao lado de Bolsonaro é o impacto no consumo e
na qualidade de vida das faixas D e E com o aumento do Auxílio Brasil. O
aumento para R$ 600 faz com que o programa forneça trinta vezes mais
renda do que o índice de extrema pobreza. No entanto, a perspectiva fiscal
piora, à medida que o aumento no auxílio vem concomitante com renúncias
fiscais bilionárias, especialmente acirrando a briga entre estados e União. O
Banco Central já precificou aumento da dívida pública em 2,1% neste ano.
Além da situação fiscal, outro ponto que ainda pode ameaçar a retórica
presidencial é no acesso ao crédito. O aumento do endividamento e da
inadimplência têm indicado um maior custo dos juros livres, que já se encontram
em 39% a.a.
Entre o apoio popular e a reeleição, o que define o jogo é o que se paga
Na volta das atividades legislativas o Congresso Nacional concentrou suas
atividades na aprovação de matérias com grande repercussão e de interesse
de setores estratégicos. Já o presidente da Câmara, Arthur Lira, temendo que
o resultado das eleições faça o eixo de poder migrar pra outros grupos tem
tentado a manutenção de sua influência através da aprovação do seu indicado
à Ministro do TCU até outubro.
Ainda sobre o tema que domina a política atual, os efeitos do pagamento do
auxílio brasil começaram discretamente a ser sentido nas pesquisas de
aprovação do governo. O indice de reprovação do governo recuou 2 pontos %,
valor que incrementou o indice de aprovação. A avaliação do atual presidente
é pior entre faixas mais pobres do eleitorado e moradores da região Nordeste,
onde o ex-presidente Lula (PT) e candidato tem maior força.
A prova de fogo deverá acontecer no próximo 7 de setembro, data que o
presidente pretende levar seus apoiadores às ruas e demonstrar sua
popularidade, um ponto fundamental ainda sem respostas é o modo como o
empresariado irá se manifestar.
H I G H L I G H T S
R i s c o s d e :
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Geopolítica
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