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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA - UNOESC
PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO – PPGEd
DOUTORADO EM EDUCAÇÃO
Componente Curricular: Seminário de Pesquisa I
Professor: Maria Teresa Trevisol
Doutoranda: Jeanine Rodermel
*A PESQUISA EDUCACIONAL ENTRE CONHECIMENTOS,
POLÍTICAS E PRÁTICAS: ESPECIFICIDADES E DESAFIOS DE
UMA ÁREA DE SABER
Bernard Charlot
* Conferência de abertura da
28ª Reunião Anual da ANPEd,
realizada em Caxambu (MG), de
16 a 19 outubro de 2005.
Traduzida por Anna Carolina da
Matta Machado.
Doutor em Educação ("doctorat d'État", equivalente a Doutorado e Livre-docência) -
Universidade de Paris X Nanterre, 1985 (doutorado revalidado pela UFRGS, Brasil).
Professor Titular Emérito da Universidade Paris 8 (França). Principais temas de pesquisa
nos últimos anos: a relação dos alunos com o saber e a escola; Educação ou Barbárie.
Publicou ou organizou 22 livros e numerosos capítulos, artigos, relatórios, publicados ou
traduzidos em 18 países. Já orientou dezenas de mestrados e doutorados (na França, no
Brasil, na Argentina) e supervisionou vários pós-doutorados (na França e no Brasil). Foi
Professor Assistente da Universidade de Tunes (Tunísia), Professor Titular da
Universidade Paris 8 (França), Professor-Visitante da Universidade Federal de Sergipe
(Brasil, PPGED), onde é co-líder do Grupo de pesquisa CNPq Educação e
Contemporaneidade (EDUCON), Professor Visitante Catedrático da Universidade de
Porto (Portugal). Doutor Honoris Causa da Universidade de Patras (Grécia) e, no Brasil,
da Universidade Federal de Pernambuco e da Universidade Federal de Sergipe.
Aposentado.
QUEM É BERNARD CHARLOT?
 O que significa “em educação”?
 Será que guarda o mesmo sentido que “em sociologia”, “em psicologia”, “em
filosofia”, “em física”? Nesse caso, “em educação” remete a uma disciplina que
chamaríamos educação. Ou será que significa “sobre educação”, “acerca da
educação”, “a respeito da educação”?
 São vocês, somos nós, pesquisadores debruçados em estudos em educação ou
sobre educação?
 Existe uma pesquisa educacional, específica, original? Ou esse é o nome que
damos a um conjunto de pesquisas de cunho psicológico, sociológico,
pedagógico, didático, que tratam da educação ou da formação?
 Existe uma área de saber chamada educação, ou será que a educação é uma
área de práticas e de políticas sobre as quais diferentes ciências humanas e
sociais produzem conhecimento?
Alguns questionamentos....
A maneira como respondemos a essas questões, ou a própria questão
referente às pesquisas em educação (porque, de fato, ela é a mesma, mas em
três formas) é, evidentemente, essencial definir:
• Sua especificidade;
• Seus desafios;
• Elos entre os conhecimentos;
• Práticas;
• Políticas.
Os universitários que atuam nos departamentos, institutos, faculdades de ciências da educação,
ou em cursos de pós-graduação em educação, não estão de acordo sobre a existência de uma
disciplina específica chamada ciências da educação ou educação. Segundo Charlot (2005), há três
posições possíveis:
Em primeiro lugar, como os próprios pesquisadores, na França e, acredito, no Brasil, respondem a
essa questão?
Em segundo lugar, quais são, atualmente, os diferentes tipos de discursos produzidos sobre a
educação, e quais são suas características?
Em terceiro lugar, qual poderia ser a singularidade de uma disciplina original, que permanece em
construção, denominada ciências da educação, ou educação, e o que podemos fazer, sobretudo
quando temos a força institucional e científica da ANPEd, para permitir o avanço e valorizar a
especificidade e a originalidade da pesquisa em educação?
1. Os departamentos, faculdades etc. são apenas espaços institucionais, nos
quais colaboram especialistas de diferentes áreas. São locais onde
encontramos sociólogos, psicólogos, matemáticos ou geógrafos que se
interessam pelo ensino, pedagogos especializados em pedagogia (que
não sabemos bem precisar o que é, mas que parece estar ligada a
questões práticas). Essas pessoas trabalham juntas, mas isso não quer
dizer que existe uma disciplina, um campo de pesquisa específico
chamado educação ou ciências da educação. As ciências da educação
possuem uma realidade institucional, administrativa, organizacional, mas
não têm existência epistemológica específica.
2. A ideia de uma cultura comum. Quando se trabalha em um departamento de psicologia,
interessamo-nos prioritariamente pelo que é publicado na área de psicologia, o que inclui
outros temas além da educação. Ao passo que, quando somos psicólogos educacionais em
um departamento de ciências da educação, interessamo-nos sobretudo por aquilo que se
publica sobre educação. Assim, em um departamento, em uma pós-graduação, e, além
disso, nas “ciências da educação”, constrói-se pouco a pouco uma cultura comum,
fortemente inter ou transdisciplinar.
Essa cultura comum permite que as questões sejam colocadas de outro modo, produz uma
especificidade das pesquisas desenvolvidas nas faculdades de educação. Isso me parece
poder estabelecer o consenso entre aqueles que dão importância ao fato de trabalhar no
mesmo campo, “a educação”. Quer continuemos a nos definir por uma disciplina de origem
(sociologia, matemática etc.), quer sonhemos com a construção de uma disciplina específica
denominada educação, podemos concordar com essa ideia de cultura comum e com o fato
de que ela introduz uma certa especificidade nas pesquisas feitas na pós-graduação em
educação.
Portanto, por definição, é uma disciplina epistemologicamente fraca: mal definida, de
fronteiras tênues, de conceitos fluidos. Ela não tem e jamais terá a aparente pureza e clareza
da sociologia ou da psicologia.
3. Poderíamos deter-nos a uma definição suscetível de obter largo
consenso entre pesquisadores que trabalham juntos em cursos de
pós-graduação de educação, e de reforçar sua identidade comum.
Tal definição, aliás, acarreta consequências concretas, modos de
organização e objetivos a serem alcançados. Para refletir sobre
isso, acredito que seja necessário começar por um inventário dos
tipos de discursos existentes sobre educação. Com efeito, jamais
uma ciência surgiu em um espaço vazio; uma ciência sempre se
constrói conquistando um espaço no qual já havia um outro tipo de
discurso
A área da educação: um espaço saturado de discursos diversos e
múltiplos.
Podemos identificar ao menos sete tipos de discurso sobre a
educação:
A área da educação: um espaço saturado de discursos diversos e múltiplos
1 - Discurso
espontâneo
Experiência em
educação
Sair da esfera da
opinião e entrar
no campo do
conhecimento
Pesquisa em
educação:
mostrar o que já
se sabe?
O que se quer
saber que
ainda ninguém
sabe?
A pesquisa em
educação
produz um
saber, rigoroso
como o é todo
saber científico.
A área da educação: um espaço saturado de discursos diversos e múltiplos
2- O discurso do prático:
• Acredita saber porque
tem prática;
• Pseudo-oposição entre
teoria e prática;
• Questionar os dados do
pesquisador, que não
têm relação com as
condições com que
trabalha.
Bom profissional =
qualidades de um santo ou
militante.
Mudar a educação no Brasil =
pensar no professor real.
Confrontar as teorias com as
situações e práticas do
professor.
Receitas: modos de fazer que
funcionam de imediato, que
só precisam ser aplicados.
A área da educação: um espaço saturado de discursos diversos e múltiplos
C- o discurso dos “antipedagogos”: “todo ser humano é dotado
de razão, e a educação é o encontro entre razão humana e os
conhecimentos. O único problema a ser resolvido é permitir que
cada um encontro o conhecimento”. Não há “problema
pedagógico” nenhum.
Efeitos bastante elitista;
Simples apresentação põe a inteligência em movimento;
Provocar uma mobilização intelectual naquele que aprende;
Eu-empírico Eu-epistêmico.
A área da educação: um espaço saturado de discursos diversos e múltiplos
2- Discurso pedagógico:
• Pedagogias unem
diretamente os
fins e as práticas;
• Várias pedagogias;
• É objeto de
experimentações,
debates, de
pesquisa-ação, e
produz mais
convicções do que
conhecimentos
demonstrados.
3- Discursos dos outros:
• Discursos produzidos
pelas disciplinas de
ciências humanas;
• Piaget, Bachelard,
Vygotsky;
• Sociologia da
reprodução: escola
contribui para
desigualdades
(professores não
servem para nada).
4- Discursos políticos para educação
1- Discurso militante:
Apoia-se na sociologia
da reprodução e na
crítica neoliberal;
2- Discursos gerados por
instituições
internacionais.
A área da educação: um espaço saturado de discursos diversos e múltiplos
Qualidade, eficácia e avaliação;
Banco Mundial: só a privatização do ensino e a constituição de um
mercado da educação pode assegurar a qualidade e eficácia da educação;
Houve uma boa escola pública. Nível de alunos melhorou na escola particular
Encomenda de pesquisas por instituições públicas...
É difícil fazer pesquisa: já há uma resposta;
Objetos sociomidiáticos: questões a serem respondidas.
Continuando: 4- Discursos políticos para educação:
O campo da educação está saturado de discursos já instalados, já
prontos. Qualquer que seja a questão, já há uma resposta, prática ou
política, já existem discursos teóricos, poderes intelectuais
constituídos, panelinhas teóricas nas quais a defesa de conceitos mais
ou menos se confunde com a conquista de postos e de poderes.
Quando um campo está tão saturado de respostas, é difícil levantar
questões de maneira nova; portanto, é difícil fazer pesquisa.
Em contrapartida, há uma pressão, difusa, implícita, exercida sobre a escolha dos
objetos de pesquisa.
Existe o que chamo de objetos sociomidiáticos.
Trata-se de objetos de discurso, socialmente relevantes, mas que não são, enquanto
tais, objetos de pesquisa. Hoje em dia, os principais são: o fracasso escolar, a violência
na escola, a cidadania, a parceria educativa, a qualidade da educação, a avaliação, e
ainda, sem nunca sair de moda, a formação de professores.
Seria interessante fazer uma análise de conteúdo, especialmente a partir dos títulos
dos projetos de pesquisa educacional Financiados pelos órgãos científicos e
universitários brasileiros, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) sobretudo. Isso permitiria identificar os temas que são apoiados,
valorizados, considerados prioritários numa dada época, e saber se trata-se de objetos
científicos ou sociomidiáticos.
Em direção a uma disciplina específica, denominada
educação? Quais especificidades?
Em primeiro lugar, convém levar em consideração o que há de mais específico na educação.
A educação é um triplo processo: que é educar, educar-se, aprender e ensinar, esses operam sempre
numa tripla articulação.
A educação é um triplo processo: de humanização, socialização e entrada numa cultura, singularização-
subjetivação.
Educa-se um ser humano, o membro de uma sociedade e de uma cultura, um sujeito singular.
No processo educacional, as três permanecem indissociáveis.
Entretanto, esses dois termos (educando, educador) articulam-se com um terceiro: uma instituição (a
escola, mas poderia também ser a família ou outra instituição). Trata-se de uma instituição social,
submetida a políticas.
Se uma disciplina específica educação chegar a existir, creio que será tomando como
objeto o triplo processo, instalando- se no coração do processo, recusando-se a deixar
de fora seja a humanização, seja a socialização, seja a singularização.
Da mesma forma, uma pesquisa pode interessar-se seja pela atividade de aprendizagem
do aluno (as didáticas), seja pela atividade do professor e por sua formação, seja pelas
políticas da educação.
Mas se uma disciplina específica educação chegar a existir, creio que será levando em
conta as articulações entre as três formas de atividade: a do aluno, a do professor e a
das políticas. Isso acarreta, no mínimo, duas consequências.
1- Disciplina específica educação deve estar muito atenta às contradições, às
tensões, às defasagens, à heterogeneidade das lógicas. A educação é um triplo
processo, que opera em uma tripla articulação, o que, naturalmente, engendra tensões e
modos de funcionamento heterogêneos.
2- Distinguir cuidadosamente os níveis de realidade analisados e identificar o
modo como um nível opera nos demais. O que acontece numa sala de aula decorre
deum certo nível de realidade, do qual não podemos dar conta com conceitos como
“reprodução” ou “globalização”, que têm a ver com outro nível da realidade.
Como fazer, concretamente?
Como fazer, concretamente, para, além das pesquisas que levam em consideração essas
especificidades, construir uma disciplina organizada, passível de ser identificada?
A questão não é trivial, e ela também permanece aberta.
É preciso solucionar o problema dos pontos de partida e da memória.
As ciências “duras” (física, química, biologia…)? Elas avançam a partir de seus pontos de
chegada: quando constroem um objeto novo, elas o abrem, o questionam para saber do
que ele é feito.
Mesmo quando esse trabalho sobre os pontos de chegada leva à redefinição dos pontos
de partida, a perspectiva anterior permanece integrada.
As ciências do homem e da sociedade não avançam segundo o mesmo modelo. Elas
progridem a partir de seus pontos de partida. Quando há avanço nessas ciências é
porque foi proposta uma outra forma de começar (e porque se prova que ela produz
resultados).
As ciências da educação na França, a pesquisa educacional no Brasil, carecem de memória.
A principal consequência disso é que refazemos continuamente as mesmas teses, as mesmas
dissertações, sem sabermos o que foi produzido anteriormente.
Fazemos uma tese que já foi feita há dez anos, no mesmo país ou no exterior, e até mesmo, às
vezes, uma tese que foi defendida uma semana antes, em outra universidade, sem que tivéssemos
conhecimento disso.
Nossa disciplina não tem uma memória suficiente, e isso freia o progresso da pesquisa em
educação.
Para tanto é preciso:
O que sabemos que foi estabelecido?
Sobre o que discutimos hoje em dia, o que questionamos, e quais as posições
assumidas no debate?
Que pesquisas já foram realizadas sobre os temas que estão na moda (os objetos
sociomidiáticos), a partir de quais questões, com que dados, e quais os resultados?
Quais foram as dissertações de mestrado e as teses de doutorado defendidas nos
últimos anos, e que resultados foram estabelecidos?
Que pesquisas estão atualmente em andamento, sobre que temas, onde?
Para que progrida a pesquisa em educação no Brasil, para que ela se organize,
ganhe visibilidade, para que se definam, pouco a pouco, “pontos de partida” e
pontos de apoio, existe um trabalho a ser feito.
PESQUISA EDUCACIONAL ENTRE CONHECIMENTOS, POLÍTICAS E PRÁTICAS: ESPECIFICIDADES E DESAFIOS DE UMA ÁREA DE SABER

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PESQUISA EDUCACIONAL ENTRE CONHECIMENTOS, POLÍTICAS E PRÁTICAS: ESPECIFICIDADES E DESAFIOS DE UMA ÁREA DE SABER

  • 1. UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA - UNOESC PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO – PPGEd DOUTORADO EM EDUCAÇÃO Componente Curricular: Seminário de Pesquisa I Professor: Maria Teresa Trevisol Doutoranda: Jeanine Rodermel
  • 2. *A PESQUISA EDUCACIONAL ENTRE CONHECIMENTOS, POLÍTICAS E PRÁTICAS: ESPECIFICIDADES E DESAFIOS DE UMA ÁREA DE SABER Bernard Charlot * Conferência de abertura da 28ª Reunião Anual da ANPEd, realizada em Caxambu (MG), de 16 a 19 outubro de 2005. Traduzida por Anna Carolina da Matta Machado.
  • 3. Doutor em Educação ("doctorat d'État", equivalente a Doutorado e Livre-docência) - Universidade de Paris X Nanterre, 1985 (doutorado revalidado pela UFRGS, Brasil). Professor Titular Emérito da Universidade Paris 8 (França). Principais temas de pesquisa nos últimos anos: a relação dos alunos com o saber e a escola; Educação ou Barbárie. Publicou ou organizou 22 livros e numerosos capítulos, artigos, relatórios, publicados ou traduzidos em 18 países. Já orientou dezenas de mestrados e doutorados (na França, no Brasil, na Argentina) e supervisionou vários pós-doutorados (na França e no Brasil). Foi Professor Assistente da Universidade de Tunes (Tunísia), Professor Titular da Universidade Paris 8 (França), Professor-Visitante da Universidade Federal de Sergipe (Brasil, PPGED), onde é co-líder do Grupo de pesquisa CNPq Educação e Contemporaneidade (EDUCON), Professor Visitante Catedrático da Universidade de Porto (Portugal). Doutor Honoris Causa da Universidade de Patras (Grécia) e, no Brasil, da Universidade Federal de Pernambuco e da Universidade Federal de Sergipe. Aposentado. QUEM É BERNARD CHARLOT?
  • 4.  O que significa “em educação”?  Será que guarda o mesmo sentido que “em sociologia”, “em psicologia”, “em filosofia”, “em física”? Nesse caso, “em educação” remete a uma disciplina que chamaríamos educação. Ou será que significa “sobre educação”, “acerca da educação”, “a respeito da educação”?  São vocês, somos nós, pesquisadores debruçados em estudos em educação ou sobre educação?  Existe uma pesquisa educacional, específica, original? Ou esse é o nome que damos a um conjunto de pesquisas de cunho psicológico, sociológico, pedagógico, didático, que tratam da educação ou da formação?  Existe uma área de saber chamada educação, ou será que a educação é uma área de práticas e de políticas sobre as quais diferentes ciências humanas e sociais produzem conhecimento? Alguns questionamentos....
  • 5. A maneira como respondemos a essas questões, ou a própria questão referente às pesquisas em educação (porque, de fato, ela é a mesma, mas em três formas) é, evidentemente, essencial definir: • Sua especificidade; • Seus desafios; • Elos entre os conhecimentos; • Práticas; • Políticas.
  • 6. Os universitários que atuam nos departamentos, institutos, faculdades de ciências da educação, ou em cursos de pós-graduação em educação, não estão de acordo sobre a existência de uma disciplina específica chamada ciências da educação ou educação. Segundo Charlot (2005), há três posições possíveis: Em primeiro lugar, como os próprios pesquisadores, na França e, acredito, no Brasil, respondem a essa questão? Em segundo lugar, quais são, atualmente, os diferentes tipos de discursos produzidos sobre a educação, e quais são suas características? Em terceiro lugar, qual poderia ser a singularidade de uma disciplina original, que permanece em construção, denominada ciências da educação, ou educação, e o que podemos fazer, sobretudo quando temos a força institucional e científica da ANPEd, para permitir o avanço e valorizar a especificidade e a originalidade da pesquisa em educação?
  • 7. 1. Os departamentos, faculdades etc. são apenas espaços institucionais, nos quais colaboram especialistas de diferentes áreas. São locais onde encontramos sociólogos, psicólogos, matemáticos ou geógrafos que se interessam pelo ensino, pedagogos especializados em pedagogia (que não sabemos bem precisar o que é, mas que parece estar ligada a questões práticas). Essas pessoas trabalham juntas, mas isso não quer dizer que existe uma disciplina, um campo de pesquisa específico chamado educação ou ciências da educação. As ciências da educação possuem uma realidade institucional, administrativa, organizacional, mas não têm existência epistemológica específica.
  • 8. 2. A ideia de uma cultura comum. Quando se trabalha em um departamento de psicologia, interessamo-nos prioritariamente pelo que é publicado na área de psicologia, o que inclui outros temas além da educação. Ao passo que, quando somos psicólogos educacionais em um departamento de ciências da educação, interessamo-nos sobretudo por aquilo que se publica sobre educação. Assim, em um departamento, em uma pós-graduação, e, além disso, nas “ciências da educação”, constrói-se pouco a pouco uma cultura comum, fortemente inter ou transdisciplinar. Essa cultura comum permite que as questões sejam colocadas de outro modo, produz uma especificidade das pesquisas desenvolvidas nas faculdades de educação. Isso me parece poder estabelecer o consenso entre aqueles que dão importância ao fato de trabalhar no mesmo campo, “a educação”. Quer continuemos a nos definir por uma disciplina de origem (sociologia, matemática etc.), quer sonhemos com a construção de uma disciplina específica denominada educação, podemos concordar com essa ideia de cultura comum e com o fato de que ela introduz uma certa especificidade nas pesquisas feitas na pós-graduação em educação. Portanto, por definição, é uma disciplina epistemologicamente fraca: mal definida, de fronteiras tênues, de conceitos fluidos. Ela não tem e jamais terá a aparente pureza e clareza da sociologia ou da psicologia.
  • 9. 3. Poderíamos deter-nos a uma definição suscetível de obter largo consenso entre pesquisadores que trabalham juntos em cursos de pós-graduação de educação, e de reforçar sua identidade comum. Tal definição, aliás, acarreta consequências concretas, modos de organização e objetivos a serem alcançados. Para refletir sobre isso, acredito que seja necessário começar por um inventário dos tipos de discursos existentes sobre educação. Com efeito, jamais uma ciência surgiu em um espaço vazio; uma ciência sempre se constrói conquistando um espaço no qual já havia um outro tipo de discurso A área da educação: um espaço saturado de discursos diversos e múltiplos. Podemos identificar ao menos sete tipos de discurso sobre a educação:
  • 10. A área da educação: um espaço saturado de discursos diversos e múltiplos 1 - Discurso espontâneo Experiência em educação Sair da esfera da opinião e entrar no campo do conhecimento Pesquisa em educação: mostrar o que já se sabe? O que se quer saber que ainda ninguém sabe? A pesquisa em educação produz um saber, rigoroso como o é todo saber científico.
  • 11. A área da educação: um espaço saturado de discursos diversos e múltiplos 2- O discurso do prático: • Acredita saber porque tem prática; • Pseudo-oposição entre teoria e prática; • Questionar os dados do pesquisador, que não têm relação com as condições com que trabalha. Bom profissional = qualidades de um santo ou militante. Mudar a educação no Brasil = pensar no professor real. Confrontar as teorias com as situações e práticas do professor. Receitas: modos de fazer que funcionam de imediato, que só precisam ser aplicados.
  • 12. A área da educação: um espaço saturado de discursos diversos e múltiplos C- o discurso dos “antipedagogos”: “todo ser humano é dotado de razão, e a educação é o encontro entre razão humana e os conhecimentos. O único problema a ser resolvido é permitir que cada um encontro o conhecimento”. Não há “problema pedagógico” nenhum. Efeitos bastante elitista; Simples apresentação põe a inteligência em movimento; Provocar uma mobilização intelectual naquele que aprende; Eu-empírico Eu-epistêmico.
  • 13. A área da educação: um espaço saturado de discursos diversos e múltiplos 2- Discurso pedagógico: • Pedagogias unem diretamente os fins e as práticas; • Várias pedagogias; • É objeto de experimentações, debates, de pesquisa-ação, e produz mais convicções do que conhecimentos demonstrados. 3- Discursos dos outros: • Discursos produzidos pelas disciplinas de ciências humanas; • Piaget, Bachelard, Vygotsky; • Sociologia da reprodução: escola contribui para desigualdades (professores não servem para nada). 4- Discursos políticos para educação 1- Discurso militante: Apoia-se na sociologia da reprodução e na crítica neoliberal; 2- Discursos gerados por instituições internacionais.
  • 14. A área da educação: um espaço saturado de discursos diversos e múltiplos Qualidade, eficácia e avaliação; Banco Mundial: só a privatização do ensino e a constituição de um mercado da educação pode assegurar a qualidade e eficácia da educação; Houve uma boa escola pública. Nível de alunos melhorou na escola particular Encomenda de pesquisas por instituições públicas... É difícil fazer pesquisa: já há uma resposta; Objetos sociomidiáticos: questões a serem respondidas. Continuando: 4- Discursos políticos para educação:
  • 15. O campo da educação está saturado de discursos já instalados, já prontos. Qualquer que seja a questão, já há uma resposta, prática ou política, já existem discursos teóricos, poderes intelectuais constituídos, panelinhas teóricas nas quais a defesa de conceitos mais ou menos se confunde com a conquista de postos e de poderes. Quando um campo está tão saturado de respostas, é difícil levantar questões de maneira nova; portanto, é difícil fazer pesquisa.
  • 16. Em contrapartida, há uma pressão, difusa, implícita, exercida sobre a escolha dos objetos de pesquisa. Existe o que chamo de objetos sociomidiáticos. Trata-se de objetos de discurso, socialmente relevantes, mas que não são, enquanto tais, objetos de pesquisa. Hoje em dia, os principais são: o fracasso escolar, a violência na escola, a cidadania, a parceria educativa, a qualidade da educação, a avaliação, e ainda, sem nunca sair de moda, a formação de professores. Seria interessante fazer uma análise de conteúdo, especialmente a partir dos títulos dos projetos de pesquisa educacional Financiados pelos órgãos científicos e universitários brasileiros, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) sobretudo. Isso permitiria identificar os temas que são apoiados, valorizados, considerados prioritários numa dada época, e saber se trata-se de objetos científicos ou sociomidiáticos.
  • 17. Em direção a uma disciplina específica, denominada educação? Quais especificidades? Em primeiro lugar, convém levar em consideração o que há de mais específico na educação. A educação é um triplo processo: que é educar, educar-se, aprender e ensinar, esses operam sempre numa tripla articulação. A educação é um triplo processo: de humanização, socialização e entrada numa cultura, singularização- subjetivação. Educa-se um ser humano, o membro de uma sociedade e de uma cultura, um sujeito singular. No processo educacional, as três permanecem indissociáveis. Entretanto, esses dois termos (educando, educador) articulam-se com um terceiro: uma instituição (a escola, mas poderia também ser a família ou outra instituição). Trata-se de uma instituição social, submetida a políticas.
  • 18. Se uma disciplina específica educação chegar a existir, creio que será tomando como objeto o triplo processo, instalando- se no coração do processo, recusando-se a deixar de fora seja a humanização, seja a socialização, seja a singularização. Da mesma forma, uma pesquisa pode interessar-se seja pela atividade de aprendizagem do aluno (as didáticas), seja pela atividade do professor e por sua formação, seja pelas políticas da educação. Mas se uma disciplina específica educação chegar a existir, creio que será levando em conta as articulações entre as três formas de atividade: a do aluno, a do professor e a das políticas. Isso acarreta, no mínimo, duas consequências. 1- Disciplina específica educação deve estar muito atenta às contradições, às tensões, às defasagens, à heterogeneidade das lógicas. A educação é um triplo processo, que opera em uma tripla articulação, o que, naturalmente, engendra tensões e modos de funcionamento heterogêneos. 2- Distinguir cuidadosamente os níveis de realidade analisados e identificar o modo como um nível opera nos demais. O que acontece numa sala de aula decorre deum certo nível de realidade, do qual não podemos dar conta com conceitos como “reprodução” ou “globalização”, que têm a ver com outro nível da realidade.
  • 19. Como fazer, concretamente? Como fazer, concretamente, para, além das pesquisas que levam em consideração essas especificidades, construir uma disciplina organizada, passível de ser identificada? A questão não é trivial, e ela também permanece aberta. É preciso solucionar o problema dos pontos de partida e da memória. As ciências “duras” (física, química, biologia…)? Elas avançam a partir de seus pontos de chegada: quando constroem um objeto novo, elas o abrem, o questionam para saber do que ele é feito. Mesmo quando esse trabalho sobre os pontos de chegada leva à redefinição dos pontos de partida, a perspectiva anterior permanece integrada. As ciências do homem e da sociedade não avançam segundo o mesmo modelo. Elas progridem a partir de seus pontos de partida. Quando há avanço nessas ciências é porque foi proposta uma outra forma de começar (e porque se prova que ela produz resultados).
  • 20. As ciências da educação na França, a pesquisa educacional no Brasil, carecem de memória. A principal consequência disso é que refazemos continuamente as mesmas teses, as mesmas dissertações, sem sabermos o que foi produzido anteriormente. Fazemos uma tese que já foi feita há dez anos, no mesmo país ou no exterior, e até mesmo, às vezes, uma tese que foi defendida uma semana antes, em outra universidade, sem que tivéssemos conhecimento disso. Nossa disciplina não tem uma memória suficiente, e isso freia o progresso da pesquisa em educação.
  • 21. Para tanto é preciso: O que sabemos que foi estabelecido? Sobre o que discutimos hoje em dia, o que questionamos, e quais as posições assumidas no debate? Que pesquisas já foram realizadas sobre os temas que estão na moda (os objetos sociomidiáticos), a partir de quais questões, com que dados, e quais os resultados? Quais foram as dissertações de mestrado e as teses de doutorado defendidas nos últimos anos, e que resultados foram estabelecidos? Que pesquisas estão atualmente em andamento, sobre que temas, onde? Para que progrida a pesquisa em educação no Brasil, para que ela se organize, ganhe visibilidade, para que se definam, pouco a pouco, “pontos de partida” e pontos de apoio, existe um trabalho a ser feito.