Seminario_mcmm_ua_12nov_marga

Mestrado em Comunicação Multimédia - Disciplina de Seminário – DeCA.UA
Margarida Almeida - marga@ua.pt - 12Nov10
Que impacto social tem a minha investigação?
sessão de questionamento
Margarida Almeida, marga@ua.pt

Posiciono a minha investigação numa lógica
de determinismo tecnológico ou de influência recíproca da tecnologia e sociedade?
Na minha investigação valorizo as dimensões
de utilização pessoal e solitária ou colectiva, organizacional e social?
A minha investigação é orientada por uma abordagem
crítica ou entusiasta do uso dos novos media?
Que impacto social tem a minha investigação?

determinismo tecnológico ou influência recíproca?

A Tecnologia é a sociedade (Castells, 1999)
a sociedade não pode ser entendida ou representada sem as suas ferramentas tecnológicas
a tecnologia não determina a sociedade, antes a incorpora
as tecnologias não se limitam a ser ferramentas a aplicar mas antes processos que devem
ser entendidos como portadores de uma grande “elasticidade social”
Na minha investigação, observo as tecnologias:
como ferramentas ou como processos?

Os novos media potenciam alterações sociais que, por sua vez, induzem o aparecimento
de novas soluções tecnológicas (Burton, 2005)
Novas modalidades de representação do mundo
Novas relações entre os utilizadores/consumidores e as tecnologias
Novas experiências ao nível do sentido de identidade e comunidade
Novos padrões de organização e produção
Na minha investigação pretendo explorar:
- alguma das acima referidas alterações sociais?
- alterações sociais induzidas por alterações tecnológicas?
- alterações tecnológicas induzidas por alterações sociais?

Assistiremos a um cenário de determinismo tecnológico?
“It (technology) has to be used and developed. (…) Media production and distribution is not
run by technologies: it is made possible by them.” (Burton, 2005: 201-203).
“Sometimes the evolution towards new attitudes is supported by existing technologies that
enable new conceptions of new behaviors to satisfy needs.
In other occasions, new technologies are supported by existing attitudes that demand
advances which enable the achievement of those behaviors which, although accepted, are
not technologically feasible.” (Rubina, 2009: 2).

Esfera alargada de influência que determina a relação tecnologia-sociedade:
“…media influence is the product of interaction with broader cultural factors. Media have
helped shape attitudes, values, and behavior in a number of ways (…)”
(Gorman and McLean, 2009: 288).
Na minha investigação vou analisar:
- novas atitudes e comportamentos “criados” por tecnologias?
- propostas de novas tecnologias desenhadas para dar resposta a atitudes,
comportamentos e necessidades já existentes?
- uma dialéctica de influência recíproca?

pessoal e solitário ou colectivo, organizacional e social ?

Old computing  New computing (Shneiderman, 2002)
“The old computing was about what computers can do. The new computing is about what
people can do.”
(Shneiderman, 2002: 2).
experiência solitária de utilização de computadores “pessoais” (old comupting)

partilha de experiências distribuídas (new computing)
Do old computing para o new computing, os quatro patamares da transição:
1 | Recolha (informação)
2 | Relação (comunicação)
3 | Criação (inovação)
4 | Partilha (disseminação)

Old computing  New computing (Shneiderman, 2002)
Web 1.0  Web 2.0 (O'Reilly, 2004)
Novas oportunidades para a criação e partilha mais horizontalizada de conteúdos
Na minha investigação,
valorizo um paradigma “old - 1.0” ou “new - 2.0”?
Conseguirei identificar
quais, dos 4 patamares, vou explorar? (recolha, relação, criação, partilha)

Será possível compatibilizar e articular os requisitos de colaboração, confiança,
participação e partilha (típicos da web social) com as lógicas de competitividade das
organizações?
“Internet technologies are being demanded mainly by new attitudes of individual users, not
by organizations” (Rubina, 2009: 15).
Analiso uma dimensão organizacional?
Se sim, questiono-me acerca da coabitação de valores individuais e organizacionais?

abordagem crítica ou entusiasta ?

Abordagem entusiasta (novos media potenciam efeitos transformadores positivos)
“... are seen as liberating and democratizing, empowering citizens, promoting egalitarianism
and tolerance, global understanding, and global civil society” (Gorman & McLean, 2009: 231).
Abordagem crítica (os impactos dos novos media têm sido sobrevalorizados)
“...their impact on politics has been slight, that they have merely reinforced the dominant role
of big business, and that access to new media diverges so widely, because of continuing
inequalities between rich and poor (...) global effects are simply not true.” (ibidem).
Na minha investigação,
- exploro os efeitos transformadores positivos e equalizadores dos novos media?
- discuto os riscos dos novos media enquanto catalisadores de novas desigualdades?

Abordagem entusiasta
os novos media criam novas oportunidades de participação em actividades sociais, na vida
cívica e nos processos de aprendizagem (Hague & Williamson, 2009).
Abordagem crítica
os novos media, ainda que, potencialmente, possam promover a igualdade, poderão também
criar novas barreiras, decorrentes da inaptidão tecnológica de determinados sujeitos para ter
acesso e utilizar equipamentos e serviços particulares (Von Tetzchner, [1991] 1994).
Na minha investigação analiso o potencial dos novos media enquanto
- promotores de novas oportunidades e cenários de inclusão?
- promotores de fenómenos de exclusão?

para qualquer uma das questões colocadas:
experimentem retirar o “ou”
aprofundem a dimensão crítica
questionem-se para que se consigam posicionar
recolham dados no terreno

sobre a recolha de dados no terreno
observem, entre outros, os resultados do Relatório da UMIC
acerca da utilização da internet em Portugal em 2010

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