Aula sobre as Reformas Religiosas do Século XVI para o 3º Ano do Colégio Militar de Brasília. É permitido o uso do material, desde que a fonte seja citada.
2. PRÉ-REFORMA
RELIGIOSA
• John Wyclif e os lolardos –
Inglaterra.
• Jan Huss – Boêmia.
• O Concílio de Constança
(1414-1418).
• Rainha Isabel, a Católica e o
Cardeal Cisneros – Espanha.
• Humanistas como Erasmo
de Roterdã. Jan Huss
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4. “Gostaria que a mais fraca mulher lesse os
Evangelhos e as Epístolas de São Paulo [...]
Gostaria que essas palavras fossem traduzidas
para todas as línguas, afim de que não só os
escoceses e irlandeses, como também turcos e
sarracenos pudessem lê-las. Anseio que o
lavrador as cante para si mesmo quando
acompanha o arado, o tecelão as murmure ao
som de sua lançadeira, que o viajante iluda
com elas a monotonia da jornada.”
Novum Testamentum omne de Erasmo de Roterdã
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5. MOTIVAÇÕES DA
REFORMA RELIGIOSA
• Corrupção e despreparo do clero.
• Papas que se comportavam como príncipes
seculares e, não, como líderes da igreja.
• Sentimentos nacionais, associados, ou não, a
existência de um Estado.
• As críticas dos humanistas.
• Uma maior difusão da Bíblia e textos
teológicos graças à invenção da imprensa.
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6. REFORMA LUTERANA
• Em 15 de março de 1517,
o papa Leão X ofereceu
indulgência aos que
contribuíssem para a
construção da basílica de
São Pedro em Roma.
• Lutero e outros teólogos
questionam a validade
das indulgências.
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7. REFORMA LUTERANA
• Lutero, professor na Universidade
de Wittenberg, se insurge contra a
cobrança das indulgências.
• Em a 31/10/1517, Lutero pregou
(*ou não*) as 95 Teses na porta da
Igreja do Castelo de Wittenberg.
• As conciliações fracassaram e o
Papa Leão X excomungou Lutero
em 03/01/1521, na bula "Decet
Romanum Pontificem".
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8. REFORMA LUTERANA
• A reforma de Lutero está ligada a ao processo
de afirmação nacional alemã.
• Foi apoiada por parte da nobreza e havia o
interesse pelas terras da Igreja Católica.
• Lutero não era o único a propor uma reforma,
mas seu caso terminou por iniciar a
fragmentação da Cristandade.
• Confissão de Augsburgo (1530) → Melanchton.
• Paz de Augsburgo (1555) → “A religião do
príncipe é a religião do povo”.
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9. REFORMA LUTERANA
• A Guerra dos Camponeses fomentada pelas idéias
anabatistas de Thomas Müntzer tinha por base a
idéia de que “os pobres são demasiado infelizes para
ter tempo de conhecer a Bíblia e rezar. Nenhuma
reforma religiosa é possível sem revolução social”.
• Müntzer e seus discípulos compuseram os 12 Artigos
e defendiam entre outras coisas: a livre escolha dos
pastores, a abolição da corvéia e dos pequenos
dízimos, que os grandes dízimos fossem usados em
benefício da comunidade, e que a servidão fosse
abolida.
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10. REFORMA LUTERANA
• Lutero termina por defender:
Salvação pela graça mediante a fé.
A Bíblia na língua do povo → alemão.
Comunhão nas duas espécies → pão e vinho.
Cabia ao príncipe escolher os pastores.
Sacerdócio universal.
Fim do celibato obrigatório.
A veneração aos santos não foi abolida.
Manteve o batismo infantil.
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11. REFORMA NA SUÍÇA
• A Reforma religiosa na Suíça
começou quase ao mesmo tempo
que na Alemanha.
• A região também não tinha uma
unidade nacional e estava
obrigada a enviar soldados para
os exércitos de vários países.
• O padre Ulrich Zwinglio começa
a pregar em Zurique contra as
indulgências e o chamado
“evangelho puro” em 1519. Zwinglio
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12. REFORMA NA SUÍÇA
• Se a pergunta de Lutero era “como eu posso ser
salvo?”, a de Zwinglio era “como salvar o meu
povo?”.
• Zwinglio era humanista, admirador de Erasmo de
Roterdã e pregava que a Bíblia deveria pautar todas
as ações das pessoas.
• Ele e Lutero discordavam em vários pontos,
especialmente em relação à Eucaristia.
• Zwinglio era contra o envio de soldados suíços para
guerras que não eram suas. Isso fez com que Zurique
fosse atacada e o reformador morreu em batalha.
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13. OS ANABATISTAS
• Chamados de reformadores
radicais em alguns livros.
• Defendiam o batismo
somente os adultos.
• Alguns eram pacifistas.
• Com as perseguições de
católicos e protestantes, o
movimento assumiu posturas
místicas e participaram de
revoltas populares.
• Seus descendentes são os Anabatista recebendo o
atuais menonitas. “terceiro” batismo.
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14. JOÃO CALVINO
• Calvino nasceu na França
(1509) e recebeu uma sólida
formação humanista.
• Sua educação foi patrocinada
pelo bispo de sua cidade
(Noyon), patrão de seu pai.
• A Reforma na França já estava
em andamento quando Calvino
nasceu e o reformador teve
contato com idéias luteranas e João Calvino
de outros reformistas.
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15. JOÃO CALVINO
• Diferentemente de Lutero, não se sabe quando
Calvino rompeu com a Igreja Católica, mas em 1534,
ele voltou a sua cidade e abriu mão do dinheiro
dado pelo bispo para patrocinar-lhe os estudos.
• A Reforma na França estava condicionada pela
vontade do Rei → Se o monarca se sentisse
ameaçado em seu poder, havia perseguição.
• Não havia um “perfil” protestante na França.
Nobres, burgueses (*como Calvino*), camponeses,
todos aderiram à Reforma e eram chamados de
huguenotes.
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16. SIGNIFICADO DA PALAVRA
HUGUENOTE
A origem da palavra não é clara. Há quem defenda que o
termo vem do nome de Besançon Hugues, líder da revolta
protestante de Genebra. Bernard Cottret diz que o termo
vem de “confederados”, em francês "eidguenot", derivado
do suíço-alemão “eidgenossen”, ou “partidário da
Reforma”. Já Owen I.A. Roche diz que “huguenote” era
uma combinação de dois termos, um flamengo e outro
alemão, “eid Genossen” (colegas de juramento), já que as
reuniões protestantes eram secretas. Outros afirmam que
o termo derive do nome de um lugar no qual os
protestantes franceses celebravam o próprio culto; esse
lugar era chamado "Torre de Hugon" e se encontra em
Tours.
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17. JOÃO CALVINO
• Em março de 1536, Calvino publica a 1ª versão da
sua obra mais importante Institutas da Religião
Cristã em latim, com dedicatória ao rei da França.
• Com a perseguição, Calvino parte para Estrasbugo,
cidade de língua francesa reformada e liderada por
Bucero. Chegando em Genebra e é instado por
Gulherme Farel a permanecer.
• Genebra nem sempre foi acolhedora para com
Calvino, mas foi ali que ele desenvolveu sua reforma
religiosa e a cidade se tornou a Jerusalém ou Roma
do Protestantismo.
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18. MURO DA REFORMA
Calvino fundou a Universidade de Genebra e o homenageou no
Muro da Reforma junto com Theodore Beza, Guilherme Farel e
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John Knox.
19. JOÃO CALVINO
• “Por decreto de Deus, para manifestação de sua
glória, alguns homens são predestinados à vida
eterna e outros são predestinados à morte eterna.”
→ A predestinação é fundamental ao Calvinismo.
• Justificação do trabalho e do lucro; ênfase na
auteridade e disciplina; preocupação com a
educação.
• A burguesia adere mais ao calvinismo →
identificação de classe X identificação nacional.
• Espalhou-se por toda a Europa. Puritanos,
presbiterianos, reformados, todos são calvinistas.
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20. REFORMA NA FRANÇA
• Massacre da Noite de São Bartolomeu em 23 e 24 de agosto de
1572.
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21. REFORMA NA FRANÇA
• Houve 8 guerras de religião entre 1562 e 1598.
• O Massacre de São Bartolomeu foi somente o maior
(*entre 30 mil e 100 mil mortos*) de vários.
• A nobreza protestante e católica disputava o poder e
o apoio do rei.
• A ascensão de Henrique de Navarra e o Edito de
Nantes (1598) colocou fim ao conflito.
• Mais tarde, o Cardeal Richilieu fez guerra aos
protestantes e diminuiu-lhe os direitos como forma
de fortalecer o poder real.
• Por fim, Luís XIV suspendeu o Edito de Nantes.
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22. REFORMA NA INGLATERRA
• Henrique VIII era um dos reis
mais católicos da Europa.
• Em 1521, publicou um livro em
que atacava as idéias de Lutero,
recebendo do papa o título de
Defensor Fidei.
• Por questões pessoais (relação com
Ana Bolena, a esperança de um
herdeiro do sexo masculino), o rei
pleiteou junto à Roma a anulação
de seu casamento com Catarina de Evangelho de João
traduzido por William
Aragão. Tyndale.
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23. REFORMA NA INGLATERRA
• O rompimento com Roma foi um
processo que se estendeu de 1525
até 1534.
• No continente, a ruptura com o
catolicismo foi feita por razões
teológicas e levada adiante por
homens comuns.
• Na Inglaterra, a Reforma esteve
condicionada por motivos pessoais
e políticos e foi forçada de cima
para baixo pelo rei.
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25. REFORMA NA INGLATERRA
• Em 1531, Henrique VIII exigiu ser reconhecido pela
Igreja como Protetor e único chefe supremo da
Igreja e do clero da Inglaterra.
• Pelo Ato de Supremacia, novembro de 1534, o
Parlamento reconheceu Henrique VIII como "o
único chefe supremo na Terra da Igreja na
Inglaterra".
• Durante o governo de Henrique VIII, mosteiros
foram destruídos e os bens da Igreja Católica
confiscados. Já em termos de teologia e doutrina, a
Igreja permaneceu próxima do Catolicismo.
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26. REFORMA NA INGLATERRA
• Eduardo VI (1537-1553) consolidou aproximou a
Igreja da Inglaterra do Calvinismo → Livro de
Oração Comum (1549).
• Mary I (1553-1558) forçou o retorno ao Catolicismo e
a Inquisição se estabeleceu na Inglaterra.
• Elizabeth I (1558 -1603) governou como protestante,
mas levou adiante uma política de conciliação,
excluindo somente católicos radicais e puritanos. Em
1559, foi reconhecida como Governante Suprema da
Igreja e em 1552 foi publicado um novo Livro de
Oração Comum.
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27. • A Invencível Armada foi lançada sobre a Inglaterra por Filipe
Prof.ª Valéria Fernandes II, rei da Espanha, em 1588. 27
28. REFORMA CATÓLICA
• Convocado por Paulo III, o Concílio de Trento (1545-
1563) teve existência tumultuada e interrompido
diversas vezes.
• Os protestantes participaram de parte do Concílio,
pois havia o desejo de conciliação.
• Foi aceito em parte da Itália, em Sabóia, na Polônia,
em Portugal, na Espanha, nos Países-Baixos, e na
Suíça católica, depois, com reticências, em Veneza. Só
foram aceitos na França em 1615. Na Alemanha, o
imperador, ligado pelas decisões da dieta de
Augsburgo, só ratifica os decretos sobre a fé e o culto.
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29. REFORMA CATÓLICA
• Inácio de Loyola
fundou em 1534 a
ordem dos jesuítas.
• O lema da ordem é
"Ad maiorem Dei
gloriam" ("Para a
maior glória de
Deus").
• Em 1540, a Ordem foi reconhecida pelo papa.
• Combateram a reforma protestante dentro da Europa
e dedicaram-se ao trabalho missionário pelo mundo.
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30. REFORMA CATÓLICA
• Decisões do Concílio de Trento:
Salvação pela fé e pelas obras.
Tradição tinha o mesmo status que a Bíblia.
Bíblia e Missa deveriam permanecer em Latim.
Criação do Index → Lista dos livros proibidos.
Manutenção do celibato dos padres.
Proibida a comunhão nas duas espécies.
Criação de seminários para a formação de padres.
Bispos deveriam residir nas dioceses.
Reativação da Inquisição.
Proibição da venda de indulgências.
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31. PONTOS COMUNS A TODOS
OS PROTESTANTES
• Sola fide (somente a fé);
• Sola scriptura (somente a
Escritura);
• Solus Christus (somente
Cristo);
• Sola gratia (somente a graça);
• Soli Deo gloria (glória
somente a Deus).
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