SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 26
Downloaden Sie, um offline zu lesen
MUDANçA E INOVAçãO pEDAGÓGICA NO ENsINO
sUpERIOR pELA VIA TECNOLÓGICA – DIMENsÕEs DE
GEsTãO E AVALIAçãO

Sérgio André Ferreira
Escola Básica e Secundária das Flores| sergioandreferreira@gmail.com


António Andrade
Universidade Católica Portuguesa| aandrade@porto.ucp.pt



                                         Resumo

            Os Ambientes de Aprendizagem Enriquecidos pela Tecnologia
         (TELE1) são fundamentais na competitividade das Instituições do
         Ensino Superior (IES). A globalização das fontes do saber, o cresci-
         mento da concorrência entre instituições, o encurtamento da duração
         dos ciclos de formação, o aumento da importância da formação ao
         longo da vida e o aprofundamento da cooperação entre IES de países
         diferentes são alguns dos factores que exigem ambientes de aprendiza-
         gem tecnologicamente ricos, com base de trabalho online.
            Os TELE são vistos como suporte fundamental na reengenharia
         pedagógica, podendo suportar de forma mais efectiva a aproximação a
         filosofias educacionais de cariz mais construtivista.
            Contudo, apesar dos avultados investimentos, uma parte significa-
         tiva destes ambientes falha ou fica aquém das expectativas. A inade-
         quação das políticas para introduzir mudanças nas organizações por
         via da tecnologia e a falta de modelos de gestão e avaliação são aspec-
         tos que comprometem o sucesso destas iniciativas.
            Os TELE têm um grande potencial inovador e, por norma, impli-
         cam um investimento muito alto que tem de ser justificado, demons-
         trando a relação custo/ benefício das tecnologias. Assim, a definição
         de modelos de gestão e de avaliação, que funcionem como guias de
         acção, são factores fundamentais para eficácia das acções e garantia
         da qualidade

1
    Technology Enhanced Learning Environments
204                            REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL


           Neste trabalho, que decorre da revisão de literatura, apresentamos
        alguns modelos que orientam o processo de mudança e inovação nas
        organizações e linhas-guias para avaliação, enquanto instrumento de
        gestão, de TELE.


        palavras-chave: Ambientes de Aprendizagem Enriquecidos pela
        Tecnologia (TELE), Avaliação contextual, construtivismo, modelo de
        avaliação, mudanças organizacionais.




      1. Ambientes de Aprendizagem Enriquecidos pela Tecnologia
                   (TELE) – delimitação do conceito

    O conceito Ambientes de Aprendizagem Enriquecidos pela Tecnologia (TELE
–Technology Enhanced Learning Environments) é abrangente e, por isso, não
é fácil delimitar nem tem uma única definição. No Report of the Technology
Enhanced Learning Committee, da Universidade do Texas é definido da seguin-
te maneira:

            “Technology enhanced learning leverages technology to maximi-
        ze learning within an environment of sound course design that can
        offer students the options of time, place, and pace and emphasizes
        different learning styles.
            There is no one definition for the look or feel of a technology en-
        hanced course; instead, this effort occurs along a very broad spectrum
        that at one end can include a course with only minimal technology
        enhancement such as a Web site with an electronic syllabus, while
        at the opposite end is found a robust, multimedia rich, interactive,
        collaborative, fully online course. (…)
            Technology enhanced learning represents one stage in the nat-
        ural evolution of educational methods that integrates advances in
        pedagogy with those of design, interaction, delivery, and assessment
        technologies. The type and amount of technology incorporated into
        the instructional environment can and should vary according to the
        subject, the instructor, and the course’s objectives. Instructional tech-
        nologies have made it possible to emphasize different learning styles
        and offer a range of learning options that together can provide much
        more individualized instruction.” (Armstrong, Ashcroft, Bruce,
        Buskirk, Cullingford, Davis, et al. 2004, pp. 6,7)
REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL                                   205


    Na delimitação do conceito de TELE, mais do que procurar formulações ou
definições rígidas, procurámos estabelecer pontos de vista comuns, que facili-
tem a comunicação. Assim, e seguindo a perspectiva presente no Relatório da
Universidade do Texas, entendemos que um TELE vai para além de questões do
foro tecnológico e centra-se na construção de ambientes de aprendizagem, su-
portados pela tecnologia com diferentes níveis de aprofundamento e integração.



    2. A importância crescente dos Ambientes de Aprendizagem
     Enriquecidos pela Tecnologia (TELE) para as Instituições
                        de Ensino superior

    •	 Tem-se assistido a uma rápida integração de TELE no ensino superior,
       cuja face mais visível é a generalização das LMS (Learning Management
       Systems) para disponibilização de formação online. O investimento em
       TELE assume uma importância estratégica fundamental na competiti-
       vidade das Instituições do Ensino Superior (IES). Alguns factores têm
       concorrido para esta situação:
    •	 O Processo de Bolonha preconiza uma alteração de fundo no modelo
       pedagógico de ensino e aprendizagem, privilegiando a aquisição de com-
       petências por parte do aluno e não o simples acumular dos conhecimen-
       tos leccionados. Por outras palavras, não se trata apenas de aprender
       conceitos, que serão depois avaliados. O aluno terá, ele próprio, que ad-
       quirir competências, sendo, desta forma, co-responsável pela sua própria
       formação. Esta filosofia remete-nos para aproximações a modelos peda-
       gógicos de cariz mais construtivista, em que os Learning Objects (LO),
       como multimédia, simuladores e jogos sérios são ferramentas cognitivas
       fundamentais (e.g. Jonassen, Peck & Wilson, 1999; Jonassen, Howland,
       Moore, & Marra, 2003; Jonassen, 2007);
    •	 “O estudo [“Plataformas de e-learning no ensino superior: avaliação da si-
       tuação actual”] revela que a maioria das IES se limita à disponibilização on-
       line de apontamentos, acetatos e exercícios e a eventuais respostas, dadas
       pelo docente a mensagens de correio electrónico” (Brandão, 2004, p. ii).
       Esta é uma visão alinhada com o ensino presencial na sua visão controla-
       dora e centralizadora. Actualmente, o crescimento da importância das re-
       des sociais e do trabalho colaborativo das multidões inteligentes (Tapscott
       & Williams, 2008) acentuam o valor da Social Learning Network (SLN),
       impondo-se a necessidade das IES evoluírem da arquitectura dos LMS
       para a arquitectura Hybrid Institutional Personal Learning Environment
       (HIPLE), como ponte entre a visão da instituição e do sujeito.
206                           REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL


      •	 Os TELE como suporte na reengenharia pedagógica: as TIC, entendi-
         das como tecnologias educativas, são defendidas como podendo supor-
         tar de forma mais efectiva a construção do conhecimento e a promoção
         de aprendizagens significativas, em particular se utilizadas como ferra-
         mentas cognitivas de ampliação das capacidades mentais e não, como
         tradicionalmente acontece, apenas como meios de envio da informação
         ou tutores de alunos (Jonassen, 2007);
      •	 Com a implementação do processo Bolonha no ensino superior, have-
         rá, previsivelmente, uma parte significativa da população estudantil que
         tenderá a ficar menos disponível para uma educação presencial a tempo
         inteiro após a conclusão do 1.º ciclo. As IES poderão tirar dividendos se
         oferecerem modalidades de ensino combinado (b-learning) e a distância
         que possibilitem alargar o leque de potenciais candidatos para os 2.º e 3.º
         ciclos. Mesmo no ensino presencial, a disponibilização online de parte
         dos conteúdos, ou a extensão virtual da sala de aula presencial, poderá
         permitir um maior acompanhamento da actividade lectiva por estudan-
         tes, que por razões de ordem profissional ou outros motivos de força
         maior, não podem registar uma presença assídua nas aulas;
      •	 O aprofundamento da cooperação de IES de países diferentes, os pro-
         jectos de circulação de pessoas (professores, investigadores e alunos) e
         programas integrados de estudo, de estágio e de investigação, previstos
         na declaração de Bolonha, poderão ser favorecidos se existir uma base de
         trabalho online que facilite;
      •	 A quebra da natalidade, que tem reflexos na diminuição do número de
         estudantes, e a crescente mobilidade da população estudantil ao longo
         do seu percurso de formação fomenta a concorrência entre IES.O de-
         senvolvimento de TELE eficientes poderão ser determinantes na atrac-
         tividade das instituições;
      •	 Se, por um lado, a globalização das fontes do saber permite levar o mun-
         do à escola. Por outro lado, os notebooks, netbooks, tablets, smartphones
         e similares podem levar a escola a qualquer lugar do planeta. Por aqui se
         abre uma nova fronteira de Personal Learning Environments (PLE) que
         oferece a possibilidade ao estudante de controlar e gerir a sua própria
         aprendizagem.
      •	 O aumento da necessidade de formação ao longo da vida exige modelos
         de formação a distância ou uma combinação presencial/ a distância;
      •	 A penetração das tecnologias em todas as actividades humanas é uma
         realidade e as IES que não conseguirem introduzir a mudança pela via
         da tecnologia serão menos competitivas.
REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL                                   207


       3. Factores que comprometem a integração da tecnologia

    A problemática da utilização dos TELE no processo de ensino e aprendi-
zagem entrou inequivocamente nos temas educacionais em debate. Muitas
têm sido as esperanças depositadas no seu potencial ao serviço da educação,
mas muitos têm, também, sido os fracassos ao nível dos resultados. Nas pala-
vras de Lippert e Davids (2006, p. 434): “Trillions of dollars are annually spent
on the development and implementation of information technology within the
United States and around the world. On average, roughly 50% of such systems
are considered failures or fall short of meeting the expectations set forth by
management.”
     Muitos dos resultados menos satisfatórios podem, pelo menos parcialmen-
te, ser explicados pela excessiva importância assumida pelos aspectos técnicos,
em detrimento de variáveis organizativas, didácticas e curriculares, tais como: a
capacidade da organização para fazer a mudança, a estruturação dos conteúdos,
utilização das ferramentas de comunicação, aplicação de técnicas de trabalho
colaborativo e o papel desempenhado pelo tutor (Cejudo, 2006).
    A introdução da tecnologia na educação não significa, necessariamente, uma
maisvalia nem uma ruptura com os modelos educacionais do passado. A utili-
zação da tecnologia quando não é acompanhada por mudanças nos modelos
de formação, apenas dá uma aparência de mudança e modernidade ao ensino e
aprendizagem. A aposta na formação dos professores e tutores, a interligação en-
tre a tecnologia e a prática pedagógica são factores essenciais no salto qualitativo
dos modelos de formação (Fernandes, 2006).
    Rosenberg (2006) sintetiza os principais factores que podem comprometer o
sucesso de qualquer iniciativa na introdução de TELE nas organizações (figura 1)

      Figura 1- Nove sinais de alarme na dinâmica dos TELE nas organizações




                                                                    Rosenberg (2006)
208                          REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL


      1. Tecnologia sem estratégia - Acontece quando a tecnologia se sobrepõe
         aos objectivos estratégicos da instituição, nomeadamente às metas do
         modelo de ensino e aprendizagem que se pretende desenvolver;
      2. Dispersão de objectivos - Incapacidade de definir padrões de desem-
         penho desejáveis e de direccionar a oferta formativa a públicos-alvo
         específicos;
      3. Falta de um núcleo de especialistas - A falta de pessoal especialista com-
         promete processos de gestão, design, desenvolvimento e posicionamento
         estratégico;
      4. Não ter atenção às características específicas dos TELE - Falha na apli-
         cação de técnicas específicas no campo pedagógico e tecnológico de um
         TELE. Este factor diminui a qualidade e a inovação potencial destes
         ambientes;
      5. Avaliação incipiente - A inexistência de avaliação das diversas vertentes
         do curso impossibilita a aferição rigorosa da eficácia do sistema;
      6. Limitação da tecnologia aos conteúdos do currículo - Incapacidade de
         construir ambientes de aprendizagem imersos em tecnologia, facilitado-
         res da partilha de conhecimento e do trabalho colaborativo;
      7. Gestão ineficiente - Incapacidade de se tomar decisões colaborativas so-
         bre estratégias e operações;
      8. Fraco envolvimento dos decisores – Um estratégia sem o sólido envolvi-
         mento dos decisores limita a mudança e, por consequência, o desenvol-
         vimento do TELE;
      9. Impreparação da organização para aceitar a mudança – Atitudes de re-
         sistência e falta de competências do pessoal podem ser entraves sérios à
         implementação do TELE.



                  4. Introduzir mudanças nas organizações

    Os estudos de Kotter (1996) e de Kotter e Cohen (2002), sobre os processos de
mudança em organizações, concluem que a velocidade da mudança, nas várias
vertentes da sociedade, vai ser cada vez mais acelerada, exigindo capacidade
de adaptação rápida. Durante o período entre os dois estudos, Kotter fica con-
vencido que 90% das organizações ignoram mudanças exteriores importantes
ou, quando as identificam, tentam a ajustar-se através de acções pouco eficazes:
despende-se demasiado dinheiro para alcançar parcos resultados e com demasia-
da frustração de toda a parte (Kotter & Rathgeber, 2009).
    Kotter (1996), baseado numa pesquisa extensiva sobre a mudança das organi-
zações, identificou um padrão de “Oito passos” (figura 2) associado a iniciativas
de mudanças com elevada taxa de sucesso.
REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL                                          209


    Nos “Oito passos” é definida uma metodologia capaz de lidar com grandes
mudanças: criar novas e melhores relações, fomentar maior crescimento, elimi-
nar insuficiências, melhorar a qualidade dos produtos e serviços ou reestruturar
os recursos humanos e processos. O verdadeiro progresso exige a participação
das chefias, das equipas líderes e de todos os que têm um papel na organiza-
ção. O correcto diagnóstico das mudanças sociais, a compreensão da urgência
da adaptação da organização como resposta a essas mutações, o favorecimento
de um bom relacionamento entre todos e a comunicação nunca deverão ser
menosprezados, tanto mais que parte do êxito da mudança está em factores psi-
cossociais, como a emoção e a confiança (Kotter & Rathgeber, 2009).

       Figura 2- Oito passos para a introdução de mudanças nas organizações




               (Adaptado pelos autores a partir de: Kotter, 1996; Kotter & Rathgeber, 2009)
210                           REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL


   A figura 3 mostra o processo de introdução de mudanças nas organizações,
proposto por Hickman (2010).

         Figura 3- processo da introdução da mudança nas organizações




                                                                  (Hickaman, 2010, p. 1)


     Este modelo tem algumas semelhanças com o modelo dos “Oito passos”, pro-
posto por Kotter (1996). Também aqui, o processo de mudança começa com
uma avaliação da alteração das condições externas e da tomada de consciência
que a organização tem de mudar para dar reposta a esse novo cenário, sob pena
de não conseguir ser eficiente nem competitiva, correndo, inclusivamente, o
risco de desparecer. Nestes modelos existe um pouco de teoria darwinista da
evolução por selecção natural, na medida em que a percepção da mudança e
capacidade de adaptação a esse novo contexto é essencial para o sucesso “It is
not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent that survives.
It is the one that is the most adaptable to change” (frase atribuída a Darwin que
sintetiza a Teoria da evolução das espécies por selecção natural).
     O centro do diagrama de Venn representa o processo e as acções que permi-
tem orientar todos os componentes da vida organizacional rumo à mudança. A
REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL                                 211


partilha de responsabilidades dos gestores, e de que tem poder de decisão, com
outros actores da organização é fundamental na implementação eficaz do plano
de acção e na adaptação da estrutura da organização. O desenvolvimento das
mudanças organizacionais conseguidas deve ter reflexos na sociedade.
    Transpondo este modelo para o caso específico da introdução da mudança
nas IES por via da tecnologia: a necessidade de mudança pela introdução da
tecnologia surge por pressão do ambiente social e espera-se que o output das
mudanças organizacionais tenha reflexos no modo como as IES prestam o seu
serviço à sociedade. Tal como na teoria darwinista, este processo é dialéctico,
pois o ambiente exterior às IES está em constante mutação, sendo vital que as
organizações desenvolvam esquemas para que possam introduzir as mudanças
e fazer adaptações contínuas de forma eficaz, pois só assim podem ser competi-
tivas e prosperar.



            5. A avaliação da qualidade e a melhoria das práticas:
                         uma preocupação crescente

    Para uma introdução eficaz de mudanças nas organizações por via da tecno-
logia é necessário desenvolver um processo de avaliação que assegure a qualida-
de e que funcione como guia de acção. Nos TELE reside um enorme potencial
inovador, que não pode ser dissociado da sua viabilidade económica, exigindo-se
uma correcta avaliação custo/ benefício das tecnologias (Centre for Academic
Practice, 2010).
    Na perspectiva da American Society for Quality2 , a qualidade é o que define e
guia o sucesso individual das organizações e das comunidades sem interromper o
seu processo de evolução. Trata-se de um processo contínuo de desenvolvimen-
to e de perseguição das melhores práticas. A qualidade só pode ser melhorada se
existir uma avaliação das práticas.
     Segundo o European Quality Observatory3 :
            “Quality in e-learning has a twofold significance in Europe:
        first, e-learning is associated in many discussion papers and plans
        with an increase in the quality of educational opportunities, ensu-
        ring that the shift to the information society is more successful.
        We call this context ‘quality through e-learning’. Second, there
        is a separate but associated debate about ways of improving the
        quality of e-learning itself. We term this context ‘quality for e-
        learning.”(European Quality Observatory, 2005, p.1)


2
    http://www.asq.org/
3
    http://www.virtualcampuses.eu/index.php/European_Quality_Observatory
212                             REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL


    A avaliação da qualidade e a melhoria das práticas são o objectivo da European
Foundation for Quality in E-Learning (EFQUEL) 4, uma organização europeia
cujo principal objectivo é promover a qualidade do e-learning, através de serviços
de apoio a instituições e agentes implicados no e-learning em geral. Esta funda-
ção criou um observatório europeu de qualidade no e-learning, projectos, grupos
de trabalho e publicações de interesse, assim como a criação de um prémio eu-
ropeu para a eQuality. Entre os projectos da EFQUEL, destaca-se o eUnique5 ,
em que participam diversos centros de investigação e universidades europeias,
que tem como objectivo a criação de uma ferramenta que ajude as universidades
europeias a potencializar o uso educativo que fazem da tecnologia.
    Existem algumas outras associações europeias que promovem projectos,
seminários e publicações específicas sobre a qualidade do e-learning, fazendo
algumas propostas de como avaliar os TELE, como, por exemplo, a European
Distance on elearning Network (EDEN)6 e o European Association for Distance
Teaching Universities (EADTU) 7.
    Se na literatura é consensual que a avaliação é um aspecto de capital impor-
tância no desenvolvimento dos TELE, em particular dos cursos de elearning,
a forma como se avalia e que aspectos devem ser objecto de avaliação é que se
assumem como assuntos de maior controvérsia: “How to evaluate e-learning ap-
propriately is thus the crucial question for researchers trying to understand the
impact and effectiveness of e-learning in a business or academic environment”
(Voigt & Swatman, 2004, p. 175).




                              6. Modelos de Avaliação


   Existe na literatura imensas propostas de avaliação global da utilização das tec-
nologias na educação. No âmbito do e-learning, o clássico modelo de Kirkpatrick
é muito aplicado. Kruse (2006) recupera o modelo clássico dos quatro níveis de
avaliação de Kirkpatrick (1975) e adaptao à avaliação em e-learning (quadro 1).




4
    www.efquel.org
5
    http://www.qualityfoundation.org/
6
    http://www.eden-online.org/
7
    http://www.eadtu.nl/
REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL                                                        213


                Quadro 1- Avaliação em e-learning: introdução ao modelo de Kirkpatrick
     Nível                                         parâmetros de Avaliação
                     •	Os objectivos do curso são relevantes?
                     •	O curso tem a capacidade de manter interesse?
    Nível 1          •	Os conteúdos são adequados e têm a interactividade necessária?
   Satisfação        •	Existe facilidade de navegação?
                     •	É percebido o valor e a possibilidade transferência das aprendizagens
                       para o local de trabalho?
    Nível 2          •	Os estudantes atingiram os objectivos (conhecimentos, capacidades e
 Aprendizagens         atitudes) definidos no programa?
    Nível 3          •	Em que medida aplicam os novos conhecimentos e competências no
 Competências          seu local de trabalho?
    Nível4           •	As aprendizagens realizadas na formação têm impacto na actividade
  Resultados           da empresa?

                                                                                      Kruse, K. (2002)


   Rosa e Angulo (2007) desenvolveram um Modelo de Excelência de Programas
Formativos Online (MEPFL), adaptando o Modelo de Excelência da Fundação
Europeia para a Gestão da Qualidade (EFQM). O Modelo da EFQM foi in-
troduzido, em 1991, no campo da gestão empresarial, e destina-se a permitir a
auto-avaliação da qualidade organizacional, constituindo a base de apreciação
das candidaturas ao European Quality Award (EQA) – Galardão Europeu da
Qualidade.

 Quadro 2- Critérios e indicadores de qualidade de MEPFL (Modelo de Excelência de
                               Programas Formativos online)
        Critérios                                  Indicadores de qualidade
                            •	Indicador de qualidade 1: Como são elaborados os objectivos de um
        Critério I            programa de formação?
   Programa formativo       •	Indicador de qualidade 2: Como se favorece a flexibilidade curricular
                              dando, simultaneamente, resposta aos objectivos do programa
                              formativo?

       Critério II          •	Indicador de qualidade 3: Como se planificam acções de melhoria
 Organização do ensino e      contínua?
     aprendizagem           •	Indicador de qualidade 4: Como se estabelece uma comunicação eficaz?
      Critério III          •	 Indicador de qualidade 5: Como se envolve os professores nas
   Recursos humanos            actividades de investigação, desenvolvimento e inovação?
                            •	 Indicador de qualidade 6: Como se valoriza a docência?
      Critério IV           •	Indicador de qualidade 7: Como se articulam a biblioteca e as bases
   Recursos materiais         documentais com o processo formativo?
                            •	Indicador de qualidade 8: Os meios e os recursos estão adaptados ao
                              programa formativo?
                            •	 Indicador de qualidade 9: Como se desenvolvem as competências dos
       Critério V              estudantes no processo de ensino e aprendizagem?
   Processo formativo       •	 Indicador de qualidade 10: Qual a metodologia do processo de ensino e
                               aprendizagem?
                            •	 Indicador de qualidade 11: Como é que a tutoria orienta e motiva o
                               estudante durante o formativo?
  Critério VI Resultados    •	 Indicador de qualidade 12: Como se mede a satisfação do aluno no
                               processo formativo?

                                                                      Rosa, O., & Angulo, L. (2007)
214                               REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL


    No modelo de Rosa e Angulo (2007) é considerado um conjunto de seis cri-
térios e doze indicadores de qualidade, que permitem avaliar a eficácia de um
determinado programa formativo em contexto de e-learning, aferindo em que
medida os participantes implicados no MEPFL dominaram o conjunto de indi-
cadores de qualidade do programa formativo expostos no quadro 2.
    Os ambientes académicos ainda em transição de processos de um ensino
presencial e centrado no docente, para um ensino misto e com uso crescente de
tecnologia, associado a uma pesquisa de mudanças pedagógicas, necessitam de
um modelo de monitorização de fácil e rápida aplicação. O quadro 3 identifica
uma possível abordagem para este sistema simples de monitorização da migra-
ção de um sistema tradicional para um sistema que incorpora tecnologias no
ensino e aprendizagem.

           Quadro 3 – Adaptação do Modelo de Kaczynski, Wood, e Harding
            Eixos                                           Níveis
      Dinâmica dos Acessos         •	Um acesso por semestre
                                   •	Um acesso por mês
  Qual a frequência de acesso      •	Um acesso por semana
 necessária para ter sucesso no    •	Dois a três acessos por semana
             curso?                •	Diariamente
           Avaliação               •	Nula
                                   •	Reduzida
  Qual o volume da avaliação       •	Cerca de metade
       realizada online            •	Maioria
                                   •	Toda a avaliação
         Comunicação               •	Reduzida
                                   •	Menos de metade
 Qual o volume verificado na       •	Mais de metade
    comunicação online             •	Na sua maioria
                                   •	Toda a comunicação
      Conteúdo (elementos)         •	Informação sobre UC (programa, avaliação, objectivos,
                                     equipa docente, etc.)
 Qual o conteúdo da Unidade        •	Livro, ou texto de apoio
  Curricular (UC) disponível       •	Material das aulas (teóricas e práticas)
            online                 •	Exercícios (casos, soluções, exames, etc.)
                                   •	Informação complementar
                                     (um ponto por cada)
 Conteúdos (Riqueza Digital)       •	Simuladores (Jogos e animações)
                                   •	Vídeo (específico, youtube)
  O conteúdo tira partido do       •	Som (podcast)
      ambiente digital             •	Diapositivos (slides aulas)
                                   •	Sites complementares
                                     (um ponto por cada)
         Independência             •	Essencialmente dependente do presencial
                                   •	Aulas significativas, mas materiais, exercícios e avaliação
Qual o grau de independência         online
   da UC face ao modelo            •	Contacto regular face-a-face limitado
   presencial tradicional          •	Contacto face-a-face esporádico
                                   •	Sem contacto face-a-face
                                                           Kaczynski, Wood, & Harding (2008)
REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL                                      215


    Por tudo o que foi dito, a avaliação é uma temática assaz pertinente e fun-
damental na criação de uma dinâmica participada de construção, adaptação e
valorização contínua dos TELE:
           “Este processo [de avaliação] terá, portanto, que contemplar
       a participação e a negociação dos diferentes actores implicados
       nesse mesmo processo (conceptores, formandos, formadores,…),
       devendo traduzir-se numa reflexão contínua sobre os objectivos
       definidos, se alcançados ou não, sobre o que é necessário redefinir,
       o que é que importa manter e o que é que pode ser importante
       alterar, num contínuo entre avaliação diagnóstica (Onde estamos?
       O ponto da situação) e prognóstica (Onde pretendemos chegar?
       Objectivos a atingir). Trata-se de um processo de avaliaçãoforma-
       ção contínua no qual participam os diferentes actores implicados.”
       (Gomes, Silva & Silva, 2004, p. 1,2)
    A Matriz das Integração da Tecnologia (TIM - Technology Integration Matrix),
elaborada pelo Florida Center for Instructional Technology, ilustra as cinco fases
da mudança organizacional para alcançar o mais elevado nível da mudança de
um TELE. Idealmente, um TELE evoluirá de uma fase de introdução para uma
fase de transformação, que é atingida quando a tecnologia é utilizada eficazmen-
te por todas as pessoas da organização e a cultura de partilha de conhecimento
é a regra. Na fase da transformação, todo o TELE está imerso na tecnologia e
não funciona sem ela. Uma cultura de avaliação participada é fundamental na
construção, adaptação e evolução de TELE para níveis de integração crescen-
tes. Na figura 4, construímos o esquema da evolução da integração tecnológica
no currículo, com base na TIM, proposta pelo Florida Center for Instructional
Technology (2010).

     Figura 4- Níveis de integração da tecnologia no currCenter for Instructional
                                 Technology (2010)




                                            Center for Instructional Technology (2010)
216                            REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL


                           7. Metodologia de avaliação

    A avaliação dos TELE, como meio de certificação da sua qualidade, está
a dar lugar a várias iniciativas internacionais, algumas das quais já referimos.
Contudo, os mecanismos de parametrização de qualidade variam em função de
cada contexto (Tait, 1997), daí que se a avaliação tiver o objectivo de desempe-
nhar funções de instrumento de gestão deva procurar critérios e indicadores
específicos, que dêem resposta a perguntas de contextos delimitados (Rubio,
2003). Por outras palavras, a importação e aplicação directa de um modelo de
avaliação dificilmente contemplará variáveis, critérios e indicadores específicos
de uma dada instituição, pelo que a sua eficácia, enquanto instrumento de ges-
tão e na melhoria de práticas na instituição, será limitada.
    Khan e Granato (2007) defendem que para compreender um TELE é neces-
sário considerar múltiplas dimensões: pessoas, processos e produtos. Nas suas
palavras:
           “Many institutions invested heavily in the development and
       deployment of online programs. (…) Like any new learning initia-
       tive, stakeholders of online learning face many challenges. There
       is always room for improvement by exploring what worked and
       what did not. To understand online learning environment, we
       need to have a comprehensive picture of people, process and pro-
       duct involved in it, and also study critical issues encompassing its
       various dimensions.” (Khan & Granato, 2007, p.1)

      Na mesma linha, Ehlers e Goertz (2005) escrevem que:
             “It is necessary to regard all factors of influence – the learner,
         the subject, the intended results, the technological and social sur-
         rounding (workplace, learning culture in the company, private
         learning situation etc.). An effective quality assurance has to cover
         the whole process from the first plan up to the development and
         implementation until the assurance of transfer.” (Ehlers & Goertz,
         p. 2005, p.169)

    A avaliação, enquanto instrumento de gestão, tem por objectivo analisar de
maneira exaustiva todas as componentes do TELE, desde a perspectiva de todos
os actores, que de alguma forma participam no ambiente. Para dar resposta a
este objectivo, a avaliação deve assumir as seguintes características:
     •	 Avaliação circular (360.º) - Todos os actores e componentes do ambiente
        são avaliados por todos os participantes. Cada actor avalia os aspectos da
        responsabilidade de outros actores e, simultaneamente, é avaliado pelos
        pares. Esta metodologia implica o desenvolvimento de uma avaliação
REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL                                   217


        multidireccional que permite superar as limitações de uma avaliação
        unidireccional, na medida em que permite comparar diferentes dimen-
        sões do ambiente, de perspectivas distintas (Fernández, 1997; Acuña &
        Aymes, 2010).
     •	 Avaliação processual – Realizada ao longo do processo, à medida que se
        vão desenvolvendo os diferentes módulos das unidades curriculares, é
        feita uma recolha de dados e a partir da avaliação que se fizer devem ser
        tomadas decisões no sentido de melhorar o TELE. A avaliação processu-
        al tem um cariz essencialmente formativo
     •	 Avaliação final - A avaliação formativa elaborada ao longo do processo
        tem por objectivo contribuir para o melhoramento do TELE, mas, tam-
        bém, possibilitar resultados finais ao nível dos cursos e organizações (ava-
        liação sumativa), como ajuda para a tomada de decisões.



                    8. Instrumento de recolha de dados

    Num modelo de avaliação, que se pretende que desempenhe funções de
instrumento de gestão, a recolha de dados deve ser feita segundo um plano
pré-estabelecido. Já referimos as potencialidades de uma avaliação participada
e multidireccional. Se o objectivo é dotar os decisores com informação precisa
e detalhada, importa ter uma visão holística da realidade. A recolha de dados
deve ser feita em contexto real e, dada a complexidade dos fenómenos, exige
instrumentos de recolha de dados diversificados. Uma avaliação contextuali-
zada numa determinada instituição deve contemplar pressuposto teóricos de
modelos de avaliação, que reúnam uma heurística de dimensões e factores que
facilitem a condução do estudo e a recolha de dados. Contudo, “embora o in-
vestigador utilize um quadro teórico referencial como ponto de partida para a
utilização de tais estudos, alguns estudos organizacionais enquadram-se em si-
tuações em que o pesquisador se vê frente a frente com problemas que carecem
de compreensão”(Vilelas, 2009, p. 144). As novas dimensões identificadas serão
integrados na heurística dos factores construída com base na revisão bibliográ-
fica. Desta forma, espera-se garantir que o mecanismo de avaliação contemple
critérios e indicadores específicos, que respondam às perguntas que emergem
do próprio contexto (Rubio, 2003), para que a eficácia da avaliação, enquanto
modelo de gestão, aumente.
    Harvey, Higgison e Cathy Gun (2000) listam uma série de instrumentos de
recolha de dados para avaliação de TELE:
      •	 Questionários - são instrumentos de registo planeados para pesquisar
         dados de sujeitos, através de questões, a respeito de conhecimentos, ati-
218                            REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL


           tudes, crenças e sentimentos (Wood & Haber, 2001). Podem ser instru-
           mentos úteis para se obter feedback de todos os actores intervenientes
           no TELE.
      •	   Discussões online - Fóruns de discussão online sobre vários aspectos re-
           lacionados com o funcionamento do curso.
      •	   Entrevistas e Focus groups - Entrevistas e reuniões em pequenos ou mé-
           dios grupos (entre cinco e dez pessoas), em que os participantes conver-
           sam num ambiente descontraído e informal (Sampieri, Collado & Lucio,
           2006).
      •	   Peer review - Partilha de opiniões entre tutores sobre conteúdos, activida-
           des e estruturas de comunicação.
      •	   Estudos comparativos - Comparação entre diferentes unidades de crédi-
           to, cursos e escolas de modo a identificar potencialidades e estrangula-
           mentos do TELE.
      •	   Resultados da avaliação dos estudantes - Podem oferecer uma grande
           variedade de informações sobre resultados de aprendizagem.
      •	   User tracking - A monitorizarão das actividades dos estudantes permite
           aferir taxas de participação, utilização de recursos.
      •	   Grelhas de observação directa - Confrontação entre as característi-
           cas das vertentes críticas do curso (tutoria, materiais, actividades) e as
           pretendidas.
      •	   Online Learning Environment Survey (OLES) - O sistema de avaliação
           OLES (http://www.monochrome.com.au/oles/survey.htm) está an-
           corado na perspectiva da investigação relativa à avaliação do ambien-
           te da sala de aula, na dinâmica do ensino a distância e nos contribu-
           tos das tecnologias no ensino e aprendizagem. Este método contempla
           nove dimensões (1 - Utilização do computador; 2 - Suporte dado pelo
           professor; 3 - Colaboração e interacção dos estudantes; 4 - Relevância;
           5 - Aprendizagem contextualizada; 6 - Autonomia do estudante; 7 -
           Equidade; 8 - Satisfação; 9 - Actividade assíncrona), perfeitamente en-
           quadradas na filosofia construtivista, e cinquenta e quatro factores numa
           escala de cinco níveis que explicita, não só a percepção actual dos estu-
           dantes relativa ao sistema em estudo, como, também, procura projec-
           tar o seu ideal expectável (Pearson & Trinidad, 2005). Desta forma, é
           possível perspectivar as diferenças entre o estado actual e o desejável.
           Este sistema pode ser usado online, mediante a criação de uma conta
           para o efeito, que consiste na geração do respectivo endereço destinado
           ao acesso dos docentes e dos estudantes, contemplando as duas pers-
           pectivas (professor e aluno). A versão mais recente do OLES pode ser
           utilizada totalmente online pelo professor, com gráficos a serem automa-
REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL                                 219


        ticamente produzidos para discussão e comparação. Esta perspectiva de
        avaliação está perfeitamente alinhada com as metodologias de avaliação
        multidireccionais participadas por todos os actores, permitindo, a cada
        momento, recolher informação relevante sobre o funcionamento do cur-
        so, constituindo-se, por isso, um óptimo instrumento de gestão.


                       9. Apresentação de resultados

    Os resultados do processo de avaliação devem ter impacto no ambiente
educacional, ao nível dos conteúdos, atitudes de professores e estudantes, no
modo de entrega de conteúdos e na integração mais eficiente da tecnologia
(Moussiades & Iliopolou, 2006). Assim, independentemente do modo como é
conduzida, é importante apresentar os resultados da avaliação.
    Kotter (1996) considera que a divulgação dos resultados da avaliação é um
ponto fundamental no desenvolvimento da estratégia de mudança, na medida
em que permite:
      •	 Criar alguns sucessos visíveis e inequívocos rapidamente, que servirão
         de incentivo para implementação da estratégia;
      •	 Remover barreiras, de modo a que aqueles que quiserem fazer da visão
         uma realidade o possam fazer;
      •	 Insistir de forma mais intensa e mais rápida após os primeiros sucessos.
         As sucessivas mudanças possibilitarão que a nova cultura se torne uma
         realidade;
      •	 A promoção das novas de formas de comportamento e certificação de
         que os casos bem-sucedidos sejam divulgados e se tornem suficiente-
         mente fortes para substituírem as tradicionais.
    A divulgação de resultados é, segundo Moussiades e Iliopolou (2006, p. 182),
um factor crucial no sucesso da avaliação. Na sua perspectiva: “A possible reason
for an evaluation method to be unsuccessful is that the results of the evaluation
research are presented in a way that is not comprehensible. Thus the interested
parties don’t bother to look at them and to take any action to repair the malfunc-
tioning components of a learning environment.”
    Moussiades e Iliopolou (2006) sintetizam algumas das maneiras mais comuns
para apresentação de resultados, nomeadamente: bancos de dados, relatórios,
pósteres, e comunicação oral. Existem outras formas de apresentação dos resul-
tados que, pela sua versatilidade, podem ser instrumentos de gestão extrema-
mente úteis.
    Já nos referimos às potencialidades de ferramentas como OLES, que faci-
litam a recolha de informação relevante e a produção de gráficos just in time.
Desta forma, os resultados ficam disponíveis de imediato para a discussão e
acção.
220                          REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL


    Destacamos, também, as potencialidades do gráfico radar na apresentação
de resultados. A American Society for Quality define gráfico radar do seguinte
modo: “A graph with multiple scales to report self-assessed knowledge or com-
petence, often several points in time. A Radar Chart is used to identify current
level of self-assessed knowledge or competence, and then monitor change or
growth across several factors” (American Society for Quality, 2006, p. 375). Os
gráficos de radar, devido à sua versatilidade na representação do conhecimento,
são usados frequentemente na análise do desenvolvimento organizacional e na
medição da qualidade (Kaczynski, Wood & Hardling, 2008). Deste modo, num
ambiente académico ainda em transição, onde há uma penetração crescente da
tecnologia associada a mudanças pedagógicas, os gráficos radar revelam-se ade-
quados e adaptáveis. Na figura 5 está patente a versatilidade dos gráficos radar:
aparecem representados no mesmo gráfico as características do ambiente de
aprendizagem (Activo, Colaborativo, Construtivo, Autêntico e Orientado por
objectivos) e os níveis da integração da tecnologia no currículo para cada uma
das características (Início, Adopção, Construção, Imersão e Transformação),
previstas na Matriz das Integração da Tecnologia (TIM), elaborada pelo Florida
Center for Instructional Technology.

Figura 5 – Gráficos Radar – Relação entre as características do ambiente de aprendiza-
                      gem e os Níveis de integração tecnológica




Os TELE também são sistemas multidimensionais, sendo a sua dinâmica condi-
cionada por múltiplas variáveis. Os decisores precisam frequentemente de obter
uma visão panorâmica do sistema para identificar tendências, fazer cruzamento
de dados, analisar uma dimensão ou relacionar várias entre si. Aplicações in-
formáticas do tipo OLAP (Online Analytical Processing) podem ser importan-
tes no tratamento e apresentação inteligente e versátil de dados, na medida em
REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL                                  221


que oferecem a possibilidade de fazer análises multidimensionais, fornecendo
informação fundamental para tomada de decisões. O OLAP está rapidamente a
tornar-se a base fundamental para decisões importantes no campo empresarial,
nomeadamente no planeamento, orçamento, previsão, relatórios financeiros,
análise, modelos de simulação (OLAP.com, 2010):
           “Knowledge is the foundation of all successful decisions. (…)
       Statisticians will tell you that the more sample data you have, the
       more likely the resulting statistic will be true. Naturally, the more
       data a company can access about a specific activity, the more likely
       that the plan to improve that activity will be effective. All businesses
       collect data using many different systems, and the challenge remains:
       how to get all the data together to create accurate, reliable, fast infor-
       mation about the business. A company that can take advantage of re-
       liable information and turn it into shared knowledge, accurately and
       quickly, will surely be better positioned to make successful business
       decisions and rise above the competition” (OLAP.com, 2010).
    A funcionalidade multidimensional OLAP baseia-se em estruturas chamadas
“cubos.” O termo “cubo” é uma analogia com o objecto geométrico que implica
três dimensões, mas em uso real, o cubo OLAP pode ter mais de três dimensões.
O cubo OLAP é comparável a um banco de dados, em que se estabelecem rela-
ções entre as diversas dimensões/ categorias (figura 6). Trata-se de uma tecnologia
sofisticada que usa estruturas multidimensionais para fornecer acesso rápido aos
dados para análise. Essa organização facilita a exibição de resumos de alto nível,
por exemplo, no caso da análise do TELE, permite extrair dados sobre a dinâmica
de acesso em cada unidade curricular, volume da avaliação realizada online, níveis
de satisfação relativamente ao processo formativo, identificação de instituições
e unidades de curriculares com indicadores mais favoráveis e menos favoráveis.

                Figura 6 - Estrutura esquemática de um cubo OLAP
222                         REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL


   O sistema de análise OLAP ajuda a organizar os dados por muitos níveis de
detalhe, permite seleccionar e relacionar apenas as dimensões que se pretendem
efectivamente considerar num dado momento (figura 7). Esta valência facilita a
apresentação e leitura dos resultados, pois diminui a entropia associada a eleva-
dos volumes de informação.




        Figura 7 – Selecção de variáveis e níveis de detalhe num cubo OLAP




                               10. Conclusões

    A velocidade das mudanças sociais, decorrentes da penetração da tecnolo-
gia nas actividades humanas, é cada vez mais acelerada, exigindo capacidade de
adaptação rápida por parte das IES. As IES que não conseguirem introduzir a
mudança pela via da tecnologia serão menos competitivas.
    A tomada de consciência das mutações em curso no ambiente social exterior
às IES e o sentido de urgência com que as organizações devem encarar o seu
processo de mudança são factores fundamentais para uma resposta bem-suce-
dida. Contudo, na literatura é referido que, na maior parte dos casos, a grande
maioria das organizações tendem a ignorar as mudanças exteriores importantes
ou, quando as identificam, tentam a ajustar-se através de acções pouco eficazes
    A participação das chefias, das equipas líderes e de todos os que têm um
papel na organização são fundamentais para o processo de mudança organiza-
cional. O favorecimento de um bom relacionamento entre todos e uma comuni-
cação eficaz nunca deverá ser menosprezado, tanto mais que parte do êxito da
mudança está em factores psicossociais, como a emoção e a confiança.
REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL                                   223


    A implementação de TELE não significa, necessariamente, uma maisvalia
nem uma ruptura com os modelos educacionais do passado, importa, por isso,
desenvolver modelos de avaliação garantam a qualidade dos sistemas e promo-
vam a melhoria das práticas.
    A avaliação dos TELE, como meio de certificação da sua qualidade, está a
dar lugar a várias iniciativas e experiências internacionais. Porém, os mecanis-
mos de parametrização de qualidade variam em função de cada contexto, daí
que se a avaliação tiver o objectivo de desempenhar funções de instrumento
de gestão deva procurar critérios e indicadores específicos, que dêem resposta a
perguntas de contextos delimitados.
    Defendemos que a avaliação, enquanto instrumento de gestão, deve anali-
sar de maneira exaustiva todas as componentes do TELE, de uma perspecti-
va mutidireccional a 360º, em que cada actor se pronuncia sobre as diferentes
componentes do TELE e avalia e é avaliado por outros actores. Reconhecemos
como virtudes de um modelo de avaliação transversal e participado por todos: a
disponibilização de informação contextualizada e com significado para todos os
intervenientes.
    O modelo de ALACT (Korthagen & Vasalos, 2005) é uma concepção do pro-
cesso de reflexão, em que é visível uma reestruturação dialéctica das experiên-
cias e do conhecimento. A reestruturação das experiências e do conhecimento é
um processo cíclico que resulta de uma avaliação processual e multidireccional
da realidade, neste sentido, sintetiza bem as principais conclusões deste trabalho
(figura 8)

                           Figura 8- The ALACT model




                                                         (Korthagen & Vasalos, 2005)


   Depois da acção (1), os passos 2, 3 e 4 ilustram o modo como a avaliação pro-
cessual se pode assumir como um instrumento de gestão e melhoria de práticas:
     •	 Passo 2: Reflectir sobre as acções realizadas (O que está a acontecer?)
     •	 Passo 3: Consciencialização dos aspectos principais (Quais os aspectos
        positivos e negativos do TELE?)
224                          REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL


     •	 Passo 4: Criação de métodos alternativos de acção (Quais as alternativas
        de melhoria? Quais as vantagens/ desvantagens que têm?)
    A gestão e a avaliação serão instrumentos de gestão, promotores eficazes da
melhoria de práticas, se privilegiarem noções de progresso, mudança, adaptação
e racionalização.



                                  Referências

    Armstrong, N., Ashcroft, J., Bruce, R., Buskirk, R., Cullingford, E., Davis, P.,
et al. (2004). Report of the technology enhanced learning committee. Austin: The
University of Texas at Austin.
    Acuña, S., & Aymes, G. (2010). Evaluación de la calidad en educación virtu-
al: aportes para una metodologia. Libro de actas do I Congresso Iberoamericano
sobre Calidade de la Fomación virtual – CAFVIR 2010, Alcalá de Henares,
Universidad de Alcalá, España.
    American Society for Quality. (2006). Radar Chart. Acedido a 2010-10-10, em
http://www.asq.org/education/docs/radarchart.pdf
    Brandão, P. (20064). Plataformas de e-learning no ensino superior: avaliação da
situação actual. (Tese de Mestrado, Universidade do Minho). Acedido a 2010-10-
10, em https://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/6671
    Centre for Academic Practice (2010). Evaluating e-learning developments:
an overview [Electronic Version]. E-learning guides, 2, 1-21. Acedido a 2010-10-
20em http://www2.warwick.ac.uk/services/ldc/resource/eguides/elearning/
    Cejudo, M. (2006). El tutor en E-learning: aspectos a tener en cuenta
[Electronic Version]. Edutec. Revista Electrónica de Tecnologia Educativa, 1-24.
Acedido a 2010-10-10, em http://edutec.rediris.es/Revelec2/revelec20/lloren-
te.htm
    Center for Instructional Technology. (2010). Technology integration matrix.
Acedido a 2010-10-10, em http://fcit.usf.edu/matrix/index.html
    Tapscott, D., & Williams, A. D. (2008). Wikinomics - A Nova Economia das
Multidões Inteligentes. Lisboa: Quidnovi.
    Ehlers, U., & Goertz, L. (2005). Quality in e-learning: Use and dissemination
of quality strategies. A study by the european quality observatory. Luxembourg:
Office for Official Publications of the European Communities.
    European Quality Observatory. (2005). Quality in e-learning: Use and dis-
semination of quality approaches in European e-learning. Luxembourg: Office for
Official Publications of the European Communities.
    Fernandes, A. (2006). As falácias ou os grandes equívocos do e-learning.
Acedido a 2010-10-10, em http://abt-br.org.br/index.php?option=com_conte
nt&task=view&id=386&Itemid=2
REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL                                    225


    Fernández, J. A. (1997). Spanish Evaluation Model in Higher Education:
Circular Evaluation. Higher Education Management 9(1), 71-84.
    Gomes, M. J., Silva, B. D., & Silva, A. M. (2004). Avaliação de cursos em e-lear-
ning. Artigo publicado nas actas da Conferência eLES´04, Aveiro, Universidade
de Aveiro, Portugal.
    Harvey J., Higgison C., Gunn C. (2000). Evaluation. In Higgison, C. (edi-
tor), Online Tutoring e-Book [Electronic Version] (pp. 5.1-5.59)., Edinburgh:
The Institute for Computer Based Learning, Heriot-Watt University. Acedido a
2010-10-10, em http://sonet.nottingham.ac.uk/resources/otis/t5-01.pdf
    Hickman, G. R. (Ed.) (2010). Leading organizations – perspectives for a New
Era (2.nd ed). California: Sage
    Jonassen, D. (2007). Computadores e Ferramentas Cognitivas. Porto: Porto
editora.
    Jonassen, D., Howland, J., Moore, J., & Marra, R. (2003). Learning to Solve
Problems with Technology (2.nd ed.). New Jersey: Merril Prentice Hall.
    Jonassen, D., Peck, K., & Wilson, B. (1999). Learning With Technology - A
Constructivist Perspective. New Jersey: Merril Prentice Hall.
    Kaczynski, D., Wood, L., & Harding, A. (2008). Using radar charts with
qualitative evaluation: Techniques to assess change in blended learning. Active
Learning in Higher Education, 9(1), 23-41.
    Khan, B. H., & Granato, L. A. (2007). Program evaluation in E-learning.
Acedido a 2010-10-10, em http://asianvu.com/digital-library/elearning/elear-
ning_program_evaluation_by_khan_and_Granato.pdf
    Korthagen, F., & Vasalos, A. (2005). Levels in reflection: core reflection as a
means to enhance professional growth. Teachers and Teaching: theory and prac-
tice, 11(1). 47-71.
    Kotter, J. (1996). Leading change. Massachusetts: Harvard Business School
Press.
    Kotter, J., & Cohen, D. (2002). The heart of change. Massachusetts: Harvard
Business School Press.
    Kotter, J., & Rathgeber, H. (2009). O nosso icebergue está a derreter (6.ª ed.).
Porto: Ideias de Ler.
    Kruse, K. (2006). Evaluating e-Learning: Introduction to the Kirkpatrick Model.
Acedido a 2010-10-10, em http://www.e-learningguru.com/articles/art2_8.htm
    Lippert, S. K., & Davis, M. (2006). A conceptual model integrating trust into
planned change activities to enhance technology adoption behavior. Journal of
Information Science, 32(5). pp. 434-448.
    Moussiades, L., & Iliopolou, A. (2006). Guidelines for evaluating e-learning
Environments. Interactive Technology & Smart Education, 3(3), pp. 173-184.
    OLAP.com (2010). OLAP software and education wiki. Acedido a 2010/07/20,
em http://olap.com/w/index.php/OLAP_Education_Wiki
226                         REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL


    Pearson, J., & Trinidad, S. (2005). OLES: an instrument for refining the
design of elearning environments. Journal of Computer Assisted learning, 21,
pp396–404.
    Rosa, O., & Angulo, L. (2007). Modelo de Excelencia de Programas
Formativos en Línea (MEPFL) [Versão Electrónica]. Revista Iberoamericana
de Educación, 5, 114. Acedido a 2010-10-10, em http://www.rieoei.org/
deloslectores/1535Alegre.pdf
    Rosenberg, M. (2006). Beyond e-learning. San Francisco: Pfeiffer.
    Rubio, M. J. (2003). Focus and models of evaluation of the e-learning. Revista
Electrónica De Investigación y Evaluación Educativa, 9(2), 101-120.Acedido a
2010-10-10, em http://www.uv.es/RELIEVE/v9n2/RELIEVEv9n2_1.htm
    Sampiere, R., Collado, C., & Lucio, P. (2006). Metodologia de Pesquisa (3 ed.).
São Paulo: McGraw-Hill.
    Tait, A. (Ed.) (1997). Quality Assurance in Higher Education: Selected Case
Studies. Vancouver: The Commonwealth of Learning.
    Vilelas, J. (2009). Investigação - O processo de construção o conhecimento (1ª
ed.). Lisboa: Edições Sílabo.
    Voigt, C., & Swatman, P. (2004). Contextual e-learning evaluation: a prelimi-
nary framework. Learning, Media and Technology, 29(3), 175 - 187.
    Wood, G., & Haber, J. (2001). Métodos, avaliação crítica e utilização. 4.ª Ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.



                                    Abstract
          Missing text Missing text Missing text Missing text      Missing
       text Missing text Missing text Missing text Missing text    Missing
       text Missing text Missing text Missing text Missing text    Missing
       text Missing text Missing text Missing text Missing text    Missing
       text Missing text Missing text
Mudança e inovação no ensino superior através da tecnologia
Mudança e inovação no ensino superior através da tecnologia

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Implementando learning management system (lms) em universidades - Marta de Ca...
Implementando learning management system (lms) em universidades - Marta de Ca...Implementando learning management system (lms) em universidades - Marta de Ca...
Implementando learning management system (lms) em universidades - Marta de Ca...ACORN-REDECOM
 
PROJETO PESQUISA DO CEFET UFF - Prof. Noe Assunção
PROJETO PESQUISA DO CEFET UFF - Prof. Noe AssunçãoPROJETO PESQUISA DO CEFET UFF - Prof. Noe Assunção
PROJETO PESQUISA DO CEFET UFF - Prof. Noe AssunçãoProf. Noe Assunção
 
São João do Polêsine - Lisiane Weber
São João do Polêsine - Lisiane WeberSão João do Polêsine - Lisiane Weber
São João do Polêsine - Lisiane WeberCursoTICs
 
Docentes do CCT e EAD
Docentes do CCT e EADDocentes do CCT e EAD
Docentes do CCT e EADAna Beatriz
 
Educação a distancia e formaçao de professores
Educação a distancia e formaçao de professoresEducação a distancia e formaçao de professores
Educação a distancia e formaçao de professoresMarcelo Henderson Salles
 
Um mix entre o aprendizado presencial e virtual estela s buenoetecgvdocx
Um mix entre o aprendizado presencial e virtual estela s buenoetecgvdocxUm mix entre o aprendizado presencial e virtual estela s buenoetecgvdocx
Um mix entre o aprendizado presencial e virtual estela s buenoetecgvdocxEstela Sales
 
Formação de professores e ea d
Formação de professores e ea dFormação de professores e ea d
Formação de professores e ea dEunice Castro
 
Modelos de educação a distância
Modelos de educação a distânciaModelos de educação a distância
Modelos de educação a distânciaHelena Martins
 
A Contribuição da EAD para a Formação de Professores
A Contribuição da EAD para a Formação de ProfessoresA Contribuição da EAD para a Formação de Professores
A Contribuição da EAD para a Formação de ProfessoresAna Beatriz
 
Programa Supervisao 08 09 Sobre Tic
Programa Supervisao 08 09 Sobre TicPrograma Supervisao 08 09 Sobre Tic
Programa Supervisao 08 09 Sobre TicTEODORO SOARES
 
Utilizando o Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle como Apoio às Disciplin...
Utilizando o Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle como Apoio às Disciplin...Utilizando o Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle como Apoio às Disciplin...
Utilizando o Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle como Apoio às Disciplin...Elizama Lemos
 
Sobradinho - Ana Paula Coe Fagundes
Sobradinho - Ana Paula Coe FagundesSobradinho - Ana Paula Coe Fagundes
Sobradinho - Ana Paula Coe FagundesCursoTICs
 
Procedimentos e Critérios de Avaliação Pedagógica num Contexto Online
Procedimentos e Critérios de Avaliação Pedagógica num Contexto Online Procedimentos e Critérios de Avaliação Pedagógica num Contexto Online
Procedimentos e Critérios de Avaliação Pedagógica num Contexto Online Elizabeth Batista
 
Elementos para criação de curso EAD
Elementos para criação de curso EADElementos para criação de curso EAD
Elementos para criação de curso EADJesus Rosa
 
Fundamentos da educacao a distancia midias e ambientes virtuais
Fundamentos da educacao a distancia midias e  ambientes virtuaisFundamentos da educacao a distancia midias e  ambientes virtuais
Fundamentos da educacao a distancia midias e ambientes virtuaisMarcelo Henderson Salles
 
POSSIBILIDADES NA FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR EM UMA PLATAFORMA DE ENSIN...
POSSIBILIDADES NA FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR EM UMA PLATAFORMA DE ENSIN...POSSIBILIDADES NA FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR EM UMA PLATAFORMA DE ENSIN...
POSSIBILIDADES NA FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR EM UMA PLATAFORMA DE ENSIN...Joyce Fettermann
 
Experiências Significativas para a Educação a Distância 2
Experiências Significativas para a Educação a Distância 2Experiências Significativas para a Educação a Distância 2
Experiências Significativas para a Educação a Distância 2Atena Editora
 

Was ist angesagt? (19)

Implementando learning management system (lms) em universidades - Marta de Ca...
Implementando learning management system (lms) em universidades - Marta de Ca...Implementando learning management system (lms) em universidades - Marta de Ca...
Implementando learning management system (lms) em universidades - Marta de Ca...
 
PROJETO PESQUISA DO CEFET UFF - Prof. Noe Assunção
PROJETO PESQUISA DO CEFET UFF - Prof. Noe AssunçãoPROJETO PESQUISA DO CEFET UFF - Prof. Noe Assunção
PROJETO PESQUISA DO CEFET UFF - Prof. Noe Assunção
 
São João do Polêsine - Lisiane Weber
São João do Polêsine - Lisiane WeberSão João do Polêsine - Lisiane Weber
São João do Polêsine - Lisiane Weber
 
Docentes do CCT e EAD
Docentes do CCT e EADDocentes do CCT e EAD
Docentes do CCT e EAD
 
Educação a distancia e formaçao de professores
Educação a distancia e formaçao de professoresEducação a distancia e formaçao de professores
Educação a distancia e formaçao de professores
 
Um mix entre o aprendizado presencial e virtual estela s buenoetecgvdocx
Um mix entre o aprendizado presencial e virtual estela s buenoetecgvdocxUm mix entre o aprendizado presencial e virtual estela s buenoetecgvdocx
Um mix entre o aprendizado presencial e virtual estela s buenoetecgvdocx
 
Formação de professores e ea d
Formação de professores e ea dFormação de professores e ea d
Formação de professores e ea d
 
Modelos de educação a distância
Modelos de educação a distânciaModelos de educação a distância
Modelos de educação a distância
 
Chat
ChatChat
Chat
 
A Contribuição da EAD para a Formação de Professores
A Contribuição da EAD para a Formação de ProfessoresA Contribuição da EAD para a Formação de Professores
A Contribuição da EAD para a Formação de Professores
 
Programa Supervisao 08 09 Sobre Tic
Programa Supervisao 08 09 Sobre TicPrograma Supervisao 08 09 Sobre Tic
Programa Supervisao 08 09 Sobre Tic
 
Autoria
AutoriaAutoria
Autoria
 
Utilizando o Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle como Apoio às Disciplin...
Utilizando o Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle como Apoio às Disciplin...Utilizando o Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle como Apoio às Disciplin...
Utilizando o Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle como Apoio às Disciplin...
 
Sobradinho - Ana Paula Coe Fagundes
Sobradinho - Ana Paula Coe FagundesSobradinho - Ana Paula Coe Fagundes
Sobradinho - Ana Paula Coe Fagundes
 
Procedimentos e Critérios de Avaliação Pedagógica num Contexto Online
Procedimentos e Critérios de Avaliação Pedagógica num Contexto Online Procedimentos e Critérios de Avaliação Pedagógica num Contexto Online
Procedimentos e Critérios de Avaliação Pedagógica num Contexto Online
 
Elementos para criação de curso EAD
Elementos para criação de curso EADElementos para criação de curso EAD
Elementos para criação de curso EAD
 
Fundamentos da educacao a distancia midias e ambientes virtuais
Fundamentos da educacao a distancia midias e  ambientes virtuaisFundamentos da educacao a distancia midias e  ambientes virtuais
Fundamentos da educacao a distancia midias e ambientes virtuais
 
POSSIBILIDADES NA FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR EM UMA PLATAFORMA DE ENSIN...
POSSIBILIDADES NA FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR EM UMA PLATAFORMA DE ENSIN...POSSIBILIDADES NA FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR EM UMA PLATAFORMA DE ENSIN...
POSSIBILIDADES NA FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR EM UMA PLATAFORMA DE ENSIN...
 
Experiências Significativas para a Educação a Distância 2
Experiências Significativas para a Educação a Distância 2Experiências Significativas para a Educação a Distância 2
Experiências Significativas para a Educação a Distância 2
 

Andere mochten auch

Ensino mediatizado no ensino recorrente da Região Autónoma dos Açores – persp...
Ensino mediatizado no ensino recorrente da Região Autónoma dos Açores – persp...Ensino mediatizado no ensino recorrente da Região Autónoma dos Açores – persp...
Ensino mediatizado no ensino recorrente da Região Autónoma dos Açores – persp...Sérgio André Ferreira
 
Avaliação do Ensino Recorrente Mediatizado na Região Autónoma dos Açores – [E...
Avaliação do Ensino Recorrente Mediatizado na Região Autónoma dos Açores – [E...Avaliação do Ensino Recorrente Mediatizado na Região Autónoma dos Açores – [E...
Avaliação do Ensino Recorrente Mediatizado na Região Autónoma dos Açores – [E...Sérgio André Ferreira
 
Analytics na Educação: da gestão personalizada da atividade de ensino à def...
Analytics na Educação:  da gestão personalizada da atividade de ensino  à def...Analytics na Educação:  da gestão personalizada da atividade de ensino  à def...
Analytics na Educação: da gestão personalizada da atividade de ensino à def...Sérgio André Ferreira
 
Pré análise laboratório de física
Pré análise  laboratório de físicaPré análise  laboratório de física
Pré análise laboratório de físicaSérgio F. de Lima
 
Identificação de Fatores Facilitadores da Utilização de Recursos Educativos D...
Identificação de Fatores Facilitadores da Utilização de Recursos Educativos D...Identificação de Fatores Facilitadores da Utilização de Recursos Educativos D...
Identificação de Fatores Facilitadores da Utilização de Recursos Educativos D...Cornélia Castro
 

Andere mochten auch (8)

Helder
HelderHelder
Helder
 
Ensino mediatizado no ensino recorrente da Região Autónoma dos Açores – persp...
Ensino mediatizado no ensino recorrente da Região Autónoma dos Açores – persp...Ensino mediatizado no ensino recorrente da Região Autónoma dos Açores – persp...
Ensino mediatizado no ensino recorrente da Região Autónoma dos Açores – persp...
 
Avaliação do Ensino Recorrente Mediatizado na Região Autónoma dos Açores – [E...
Avaliação do Ensino Recorrente Mediatizado na Região Autónoma dos Açores – [E...Avaliação do Ensino Recorrente Mediatizado na Região Autónoma dos Açores – [E...
Avaliação do Ensino Recorrente Mediatizado na Região Autónoma dos Açores – [E...
 
Analytics na Educação: da gestão personalizada da atividade de ensino à def...
Analytics na Educação:  da gestão personalizada da atividade de ensino  à def...Analytics na Educação:  da gestão personalizada da atividade de ensino  à def...
Analytics na Educação: da gestão personalizada da atividade de ensino à def...
 
Pré análise laboratório de física
Pré análise  laboratório de físicaPré análise  laboratório de física
Pré análise laboratório de física
 
...dos LMS aos SLE...
...dos LMS aos SLE......dos LMS aos SLE...
...dos LMS aos SLE...
 
Identificação de Fatores Facilitadores da Utilização de Recursos Educativos D...
Identificação de Fatores Facilitadores da Utilização de Recursos Educativos D...Identificação de Fatores Facilitadores da Utilização de Recursos Educativos D...
Identificação de Fatores Facilitadores da Utilização de Recursos Educativos D...
 
MOOC - uma experiência na Escola Superior de Educação de Santarém
MOOC - uma experiência na Escola Superior de Educação de SantarémMOOC - uma experiência na Escola Superior de Educação de Santarém
MOOC - uma experiência na Escola Superior de Educação de Santarém
 

Ähnlich wie Mudança e inovação no ensino superior através da tecnologia

Balanço de inovações em educação a distância
Balanço de inovações em educação a distânciaBalanço de inovações em educação a distância
Balanço de inovações em educação a distânciaAndrea Filatro
 
Balanço de inovações em educação a distância
Balanço de inovações em educação a distânciaBalanço de inovações em educação a distância
Balanço de inovações em educação a distânciaAndrea Filatro
 
Teorias_de_Aprendizagem_e_Arquiteturas_Pedagogicas.pdf
Teorias_de_Aprendizagem_e_Arquiteturas_Pedagogicas.pdfTeorias_de_Aprendizagem_e_Arquiteturas_Pedagogicas.pdf
Teorias_de_Aprendizagem_e_Arquiteturas_Pedagogicas.pdfdanielpascoal8
 
Atividade 04 Regina
Atividade 04 ReginaAtividade 04 Regina
Atividade 04 Reginaginatrindade
 
A tecnologia da informação e comunicação aplicada no ensino
A tecnologia da informação e comunicação aplicada no ensinoA tecnologia da informação e comunicação aplicada no ensino
A tecnologia da informação e comunicação aplicada no ensinoAlexandre Bento
 
Santana do Livramento - Nara Fátima Oliveira dos Santos
Santana do Livramento - Nara Fátima Oliveira dos SantosSantana do Livramento - Nara Fátima Oliveira dos Santos
Santana do Livramento - Nara Fátima Oliveira dos SantosCursoTICs
 
Tecnologia da Informação e Comunicação na Educação
Tecnologia da Informação e Comunicação na EducaçãoTecnologia da Informação e Comunicação na Educação
Tecnologia da Informação e Comunicação na EducaçãoRogério Da Costa Ribeiro
 
Cobescanabeatriz
CobescanabeatrizCobescanabeatriz
Cobescanabeatrizguestc8ef07
 
Cobescanabeatriz
CobescanabeatrizCobescanabeatriz
CobescanabeatrizAna Beatriz
 
Conteúdo Curricular: inovação com as tecnologias?
Conteúdo Curricular: inovação com as tecnologias? Conteúdo Curricular: inovação com as tecnologias?
Conteúdo Curricular: inovação com as tecnologias? José Rui Santos
 
Informação, Tec e Mídia .ppt
Informação, Tec e Mídia .pptInformação, Tec e Mídia .ppt
Informação, Tec e Mídia .pptDrikaSato
 

Ähnlich wie Mudança e inovação no ensino superior através da tecnologia (20)

Balanço de inovações em educação a distância
Balanço de inovações em educação a distânciaBalanço de inovações em educação a distância
Balanço de inovações em educação a distância
 
Balanço de inovações em educação a distância
Balanço de inovações em educação a distânciaBalanço de inovações em educação a distância
Balanço de inovações em educação a distância
 
Tecnologia de informação e comunicação aplicada à educação
Tecnologia de informação e comunicação aplicada à educaçãoTecnologia de informação e comunicação aplicada à educação
Tecnologia de informação e comunicação aplicada à educação
 
Tecnologia de informação e comunicação aplicada à educação
Tecnologia de informação e comunicação aplicada à educaçãoTecnologia de informação e comunicação aplicada à educação
Tecnologia de informação e comunicação aplicada à educação
 
Tecnologia de informação e comunicação aplicada à educação
Tecnologia de informação e comunicação aplicada à educaçãoTecnologia de informação e comunicação aplicada à educação
Tecnologia de informação e comunicação aplicada à educação
 
Apres Sancho
Apres SanchoApres Sancho
Apres Sancho
 
Maria Celia
Maria CeliaMaria Celia
Maria Celia
 
Teorias_de_Aprendizagem_e_Arquiteturas_Pedagogicas.pdf
Teorias_de_Aprendizagem_e_Arquiteturas_Pedagogicas.pdfTeorias_de_Aprendizagem_e_Arquiteturas_Pedagogicas.pdf
Teorias_de_Aprendizagem_e_Arquiteturas_Pedagogicas.pdf
 
Referenciaisde ead
Referenciaisde eadReferenciaisde ead
Referenciaisde ead
 
Vs Distribuicao
Vs DistribuicaoVs Distribuicao
Vs Distribuicao
 
Atividade 04 Regina
Atividade 04 ReginaAtividade 04 Regina
Atividade 04 Regina
 
Comunicação na educação
Comunicação na educaçãoComunicação na educação
Comunicação na educação
 
A tecnologia da informação e comunicação aplicada no ensino
A tecnologia da informação e comunicação aplicada no ensinoA tecnologia da informação e comunicação aplicada no ensino
A tecnologia da informação e comunicação aplicada no ensino
 
Santana do Livramento - Nara Fátima Oliveira dos Santos
Santana do Livramento - Nara Fátima Oliveira dos SantosSantana do Livramento - Nara Fátima Oliveira dos Santos
Santana do Livramento - Nara Fátima Oliveira dos Santos
 
Tecnologia da Informação e Comunicação na Educação
Tecnologia da Informação e Comunicação na EducaçãoTecnologia da Informação e Comunicação na Educação
Tecnologia da Informação e Comunicação na Educação
 
Cobescanabeatriz
CobescanabeatrizCobescanabeatriz
Cobescanabeatriz
 
Cobescanabeatriz
CobescanabeatrizCobescanabeatriz
Cobescanabeatriz
 
Conteúdo Curricular: inovação com as tecnologias?
Conteúdo Curricular: inovação com as tecnologias? Conteúdo Curricular: inovação com as tecnologias?
Conteúdo Curricular: inovação com as tecnologias?
 
LMS vs PLE: fusão ou choque
LMS vs PLE: fusão ou choqueLMS vs PLE: fusão ou choque
LMS vs PLE: fusão ou choque
 
Informação, Tec e Mídia .ppt
Informação, Tec e Mídia .pptInformação, Tec e Mídia .ppt
Informação, Tec e Mídia .ppt
 

Kürzlich hochgeladen

QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxIsabellaGomes58
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfPastor Robson Colaço
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxfabiolalopesmartins1
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresaulasgege
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.keislayyovera123
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirIedaGoethe
 
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaAula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaaulasgege
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 

Kürzlich hochgeladen (20)

QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
 
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaAula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 

Mudança e inovação no ensino superior através da tecnologia

  • 1. MUDANçA E INOVAçãO pEDAGÓGICA NO ENsINO sUpERIOR pELA VIA TECNOLÓGICA – DIMENsÕEs DE GEsTãO E AVALIAçãO Sérgio André Ferreira Escola Básica e Secundária das Flores| sergioandreferreira@gmail.com António Andrade Universidade Católica Portuguesa| aandrade@porto.ucp.pt Resumo Os Ambientes de Aprendizagem Enriquecidos pela Tecnologia (TELE1) são fundamentais na competitividade das Instituições do Ensino Superior (IES). A globalização das fontes do saber, o cresci- mento da concorrência entre instituições, o encurtamento da duração dos ciclos de formação, o aumento da importância da formação ao longo da vida e o aprofundamento da cooperação entre IES de países diferentes são alguns dos factores que exigem ambientes de aprendiza- gem tecnologicamente ricos, com base de trabalho online. Os TELE são vistos como suporte fundamental na reengenharia pedagógica, podendo suportar de forma mais efectiva a aproximação a filosofias educacionais de cariz mais construtivista. Contudo, apesar dos avultados investimentos, uma parte significa- tiva destes ambientes falha ou fica aquém das expectativas. A inade- quação das políticas para introduzir mudanças nas organizações por via da tecnologia e a falta de modelos de gestão e avaliação são aspec- tos que comprometem o sucesso destas iniciativas. Os TELE têm um grande potencial inovador e, por norma, impli- cam um investimento muito alto que tem de ser justificado, demons- trando a relação custo/ benefício das tecnologias. Assim, a definição de modelos de gestão e de avaliação, que funcionem como guias de acção, são factores fundamentais para eficácia das acções e garantia da qualidade 1 Technology Enhanced Learning Environments
  • 2. 204 REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL Neste trabalho, que decorre da revisão de literatura, apresentamos alguns modelos que orientam o processo de mudança e inovação nas organizações e linhas-guias para avaliação, enquanto instrumento de gestão, de TELE. palavras-chave: Ambientes de Aprendizagem Enriquecidos pela Tecnologia (TELE), Avaliação contextual, construtivismo, modelo de avaliação, mudanças organizacionais. 1. Ambientes de Aprendizagem Enriquecidos pela Tecnologia (TELE) – delimitação do conceito O conceito Ambientes de Aprendizagem Enriquecidos pela Tecnologia (TELE –Technology Enhanced Learning Environments) é abrangente e, por isso, não é fácil delimitar nem tem uma única definição. No Report of the Technology Enhanced Learning Committee, da Universidade do Texas é definido da seguin- te maneira: “Technology enhanced learning leverages technology to maximi- ze learning within an environment of sound course design that can offer students the options of time, place, and pace and emphasizes different learning styles. There is no one definition for the look or feel of a technology en- hanced course; instead, this effort occurs along a very broad spectrum that at one end can include a course with only minimal technology enhancement such as a Web site with an electronic syllabus, while at the opposite end is found a robust, multimedia rich, interactive, collaborative, fully online course. (…) Technology enhanced learning represents one stage in the nat- ural evolution of educational methods that integrates advances in pedagogy with those of design, interaction, delivery, and assessment technologies. The type and amount of technology incorporated into the instructional environment can and should vary according to the subject, the instructor, and the course’s objectives. Instructional tech- nologies have made it possible to emphasize different learning styles and offer a range of learning options that together can provide much more individualized instruction.” (Armstrong, Ashcroft, Bruce, Buskirk, Cullingford, Davis, et al. 2004, pp. 6,7)
  • 3. REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL 205 Na delimitação do conceito de TELE, mais do que procurar formulações ou definições rígidas, procurámos estabelecer pontos de vista comuns, que facili- tem a comunicação. Assim, e seguindo a perspectiva presente no Relatório da Universidade do Texas, entendemos que um TELE vai para além de questões do foro tecnológico e centra-se na construção de ambientes de aprendizagem, su- portados pela tecnologia com diferentes níveis de aprofundamento e integração. 2. A importância crescente dos Ambientes de Aprendizagem Enriquecidos pela Tecnologia (TELE) para as Instituições de Ensino superior • Tem-se assistido a uma rápida integração de TELE no ensino superior, cuja face mais visível é a generalização das LMS (Learning Management Systems) para disponibilização de formação online. O investimento em TELE assume uma importância estratégica fundamental na competiti- vidade das Instituições do Ensino Superior (IES). Alguns factores têm concorrido para esta situação: • O Processo de Bolonha preconiza uma alteração de fundo no modelo pedagógico de ensino e aprendizagem, privilegiando a aquisição de com- petências por parte do aluno e não o simples acumular dos conhecimen- tos leccionados. Por outras palavras, não se trata apenas de aprender conceitos, que serão depois avaliados. O aluno terá, ele próprio, que ad- quirir competências, sendo, desta forma, co-responsável pela sua própria formação. Esta filosofia remete-nos para aproximações a modelos peda- gógicos de cariz mais construtivista, em que os Learning Objects (LO), como multimédia, simuladores e jogos sérios são ferramentas cognitivas fundamentais (e.g. Jonassen, Peck & Wilson, 1999; Jonassen, Howland, Moore, & Marra, 2003; Jonassen, 2007); • “O estudo [“Plataformas de e-learning no ensino superior: avaliação da si- tuação actual”] revela que a maioria das IES se limita à disponibilização on- line de apontamentos, acetatos e exercícios e a eventuais respostas, dadas pelo docente a mensagens de correio electrónico” (Brandão, 2004, p. ii). Esta é uma visão alinhada com o ensino presencial na sua visão controla- dora e centralizadora. Actualmente, o crescimento da importância das re- des sociais e do trabalho colaborativo das multidões inteligentes (Tapscott & Williams, 2008) acentuam o valor da Social Learning Network (SLN), impondo-se a necessidade das IES evoluírem da arquitectura dos LMS para a arquitectura Hybrid Institutional Personal Learning Environment (HIPLE), como ponte entre a visão da instituição e do sujeito.
  • 4. 206 REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL • Os TELE como suporte na reengenharia pedagógica: as TIC, entendi- das como tecnologias educativas, são defendidas como podendo supor- tar de forma mais efectiva a construção do conhecimento e a promoção de aprendizagens significativas, em particular se utilizadas como ferra- mentas cognitivas de ampliação das capacidades mentais e não, como tradicionalmente acontece, apenas como meios de envio da informação ou tutores de alunos (Jonassen, 2007); • Com a implementação do processo Bolonha no ensino superior, have- rá, previsivelmente, uma parte significativa da população estudantil que tenderá a ficar menos disponível para uma educação presencial a tempo inteiro após a conclusão do 1.º ciclo. As IES poderão tirar dividendos se oferecerem modalidades de ensino combinado (b-learning) e a distância que possibilitem alargar o leque de potenciais candidatos para os 2.º e 3.º ciclos. Mesmo no ensino presencial, a disponibilização online de parte dos conteúdos, ou a extensão virtual da sala de aula presencial, poderá permitir um maior acompanhamento da actividade lectiva por estudan- tes, que por razões de ordem profissional ou outros motivos de força maior, não podem registar uma presença assídua nas aulas; • O aprofundamento da cooperação de IES de países diferentes, os pro- jectos de circulação de pessoas (professores, investigadores e alunos) e programas integrados de estudo, de estágio e de investigação, previstos na declaração de Bolonha, poderão ser favorecidos se existir uma base de trabalho online que facilite; • A quebra da natalidade, que tem reflexos na diminuição do número de estudantes, e a crescente mobilidade da população estudantil ao longo do seu percurso de formação fomenta a concorrência entre IES.O de- senvolvimento de TELE eficientes poderão ser determinantes na atrac- tividade das instituições; • Se, por um lado, a globalização das fontes do saber permite levar o mun- do à escola. Por outro lado, os notebooks, netbooks, tablets, smartphones e similares podem levar a escola a qualquer lugar do planeta. Por aqui se abre uma nova fronteira de Personal Learning Environments (PLE) que oferece a possibilidade ao estudante de controlar e gerir a sua própria aprendizagem. • O aumento da necessidade de formação ao longo da vida exige modelos de formação a distância ou uma combinação presencial/ a distância; • A penetração das tecnologias em todas as actividades humanas é uma realidade e as IES que não conseguirem introduzir a mudança pela via da tecnologia serão menos competitivas.
  • 5. REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL 207 3. Factores que comprometem a integração da tecnologia A problemática da utilização dos TELE no processo de ensino e aprendi- zagem entrou inequivocamente nos temas educacionais em debate. Muitas têm sido as esperanças depositadas no seu potencial ao serviço da educação, mas muitos têm, também, sido os fracassos ao nível dos resultados. Nas pala- vras de Lippert e Davids (2006, p. 434): “Trillions of dollars are annually spent on the development and implementation of information technology within the United States and around the world. On average, roughly 50% of such systems are considered failures or fall short of meeting the expectations set forth by management.” Muitos dos resultados menos satisfatórios podem, pelo menos parcialmen- te, ser explicados pela excessiva importância assumida pelos aspectos técnicos, em detrimento de variáveis organizativas, didácticas e curriculares, tais como: a capacidade da organização para fazer a mudança, a estruturação dos conteúdos, utilização das ferramentas de comunicação, aplicação de técnicas de trabalho colaborativo e o papel desempenhado pelo tutor (Cejudo, 2006). A introdução da tecnologia na educação não significa, necessariamente, uma maisvalia nem uma ruptura com os modelos educacionais do passado. A utili- zação da tecnologia quando não é acompanhada por mudanças nos modelos de formação, apenas dá uma aparência de mudança e modernidade ao ensino e aprendizagem. A aposta na formação dos professores e tutores, a interligação en- tre a tecnologia e a prática pedagógica são factores essenciais no salto qualitativo dos modelos de formação (Fernandes, 2006). Rosenberg (2006) sintetiza os principais factores que podem comprometer o sucesso de qualquer iniciativa na introdução de TELE nas organizações (figura 1) Figura 1- Nove sinais de alarme na dinâmica dos TELE nas organizações Rosenberg (2006)
  • 6. 208 REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL 1. Tecnologia sem estratégia - Acontece quando a tecnologia se sobrepõe aos objectivos estratégicos da instituição, nomeadamente às metas do modelo de ensino e aprendizagem que se pretende desenvolver; 2. Dispersão de objectivos - Incapacidade de definir padrões de desem- penho desejáveis e de direccionar a oferta formativa a públicos-alvo específicos; 3. Falta de um núcleo de especialistas - A falta de pessoal especialista com- promete processos de gestão, design, desenvolvimento e posicionamento estratégico; 4. Não ter atenção às características específicas dos TELE - Falha na apli- cação de técnicas específicas no campo pedagógico e tecnológico de um TELE. Este factor diminui a qualidade e a inovação potencial destes ambientes; 5. Avaliação incipiente - A inexistência de avaliação das diversas vertentes do curso impossibilita a aferição rigorosa da eficácia do sistema; 6. Limitação da tecnologia aos conteúdos do currículo - Incapacidade de construir ambientes de aprendizagem imersos em tecnologia, facilitado- res da partilha de conhecimento e do trabalho colaborativo; 7. Gestão ineficiente - Incapacidade de se tomar decisões colaborativas so- bre estratégias e operações; 8. Fraco envolvimento dos decisores – Um estratégia sem o sólido envolvi- mento dos decisores limita a mudança e, por consequência, o desenvol- vimento do TELE; 9. Impreparação da organização para aceitar a mudança – Atitudes de re- sistência e falta de competências do pessoal podem ser entraves sérios à implementação do TELE. 4. Introduzir mudanças nas organizações Os estudos de Kotter (1996) e de Kotter e Cohen (2002), sobre os processos de mudança em organizações, concluem que a velocidade da mudança, nas várias vertentes da sociedade, vai ser cada vez mais acelerada, exigindo capacidade de adaptação rápida. Durante o período entre os dois estudos, Kotter fica con- vencido que 90% das organizações ignoram mudanças exteriores importantes ou, quando as identificam, tentam a ajustar-se através de acções pouco eficazes: despende-se demasiado dinheiro para alcançar parcos resultados e com demasia- da frustração de toda a parte (Kotter & Rathgeber, 2009). Kotter (1996), baseado numa pesquisa extensiva sobre a mudança das organi- zações, identificou um padrão de “Oito passos” (figura 2) associado a iniciativas de mudanças com elevada taxa de sucesso.
  • 7. REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL 209 Nos “Oito passos” é definida uma metodologia capaz de lidar com grandes mudanças: criar novas e melhores relações, fomentar maior crescimento, elimi- nar insuficiências, melhorar a qualidade dos produtos e serviços ou reestruturar os recursos humanos e processos. O verdadeiro progresso exige a participação das chefias, das equipas líderes e de todos os que têm um papel na organiza- ção. O correcto diagnóstico das mudanças sociais, a compreensão da urgência da adaptação da organização como resposta a essas mutações, o favorecimento de um bom relacionamento entre todos e a comunicação nunca deverão ser menosprezados, tanto mais que parte do êxito da mudança está em factores psi- cossociais, como a emoção e a confiança (Kotter & Rathgeber, 2009). Figura 2- Oito passos para a introdução de mudanças nas organizações (Adaptado pelos autores a partir de: Kotter, 1996; Kotter & Rathgeber, 2009)
  • 8. 210 REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL A figura 3 mostra o processo de introdução de mudanças nas organizações, proposto por Hickman (2010). Figura 3- processo da introdução da mudança nas organizações (Hickaman, 2010, p. 1) Este modelo tem algumas semelhanças com o modelo dos “Oito passos”, pro- posto por Kotter (1996). Também aqui, o processo de mudança começa com uma avaliação da alteração das condições externas e da tomada de consciência que a organização tem de mudar para dar reposta a esse novo cenário, sob pena de não conseguir ser eficiente nem competitiva, correndo, inclusivamente, o risco de desparecer. Nestes modelos existe um pouco de teoria darwinista da evolução por selecção natural, na medida em que a percepção da mudança e capacidade de adaptação a esse novo contexto é essencial para o sucesso “It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent that survives. It is the one that is the most adaptable to change” (frase atribuída a Darwin que sintetiza a Teoria da evolução das espécies por selecção natural). O centro do diagrama de Venn representa o processo e as acções que permi- tem orientar todos os componentes da vida organizacional rumo à mudança. A
  • 9. REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL 211 partilha de responsabilidades dos gestores, e de que tem poder de decisão, com outros actores da organização é fundamental na implementação eficaz do plano de acção e na adaptação da estrutura da organização. O desenvolvimento das mudanças organizacionais conseguidas deve ter reflexos na sociedade. Transpondo este modelo para o caso específico da introdução da mudança nas IES por via da tecnologia: a necessidade de mudança pela introdução da tecnologia surge por pressão do ambiente social e espera-se que o output das mudanças organizacionais tenha reflexos no modo como as IES prestam o seu serviço à sociedade. Tal como na teoria darwinista, este processo é dialéctico, pois o ambiente exterior às IES está em constante mutação, sendo vital que as organizações desenvolvam esquemas para que possam introduzir as mudanças e fazer adaptações contínuas de forma eficaz, pois só assim podem ser competi- tivas e prosperar. 5. A avaliação da qualidade e a melhoria das práticas: uma preocupação crescente Para uma introdução eficaz de mudanças nas organizações por via da tecno- logia é necessário desenvolver um processo de avaliação que assegure a qualida- de e que funcione como guia de acção. Nos TELE reside um enorme potencial inovador, que não pode ser dissociado da sua viabilidade económica, exigindo-se uma correcta avaliação custo/ benefício das tecnologias (Centre for Academic Practice, 2010). Na perspectiva da American Society for Quality2 , a qualidade é o que define e guia o sucesso individual das organizações e das comunidades sem interromper o seu processo de evolução. Trata-se de um processo contínuo de desenvolvimen- to e de perseguição das melhores práticas. A qualidade só pode ser melhorada se existir uma avaliação das práticas. Segundo o European Quality Observatory3 : “Quality in e-learning has a twofold significance in Europe: first, e-learning is associated in many discussion papers and plans with an increase in the quality of educational opportunities, ensu- ring that the shift to the information society is more successful. We call this context ‘quality through e-learning’. Second, there is a separate but associated debate about ways of improving the quality of e-learning itself. We term this context ‘quality for e- learning.”(European Quality Observatory, 2005, p.1) 2 http://www.asq.org/ 3 http://www.virtualcampuses.eu/index.php/European_Quality_Observatory
  • 10. 212 REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL A avaliação da qualidade e a melhoria das práticas são o objectivo da European Foundation for Quality in E-Learning (EFQUEL) 4, uma organização europeia cujo principal objectivo é promover a qualidade do e-learning, através de serviços de apoio a instituições e agentes implicados no e-learning em geral. Esta funda- ção criou um observatório europeu de qualidade no e-learning, projectos, grupos de trabalho e publicações de interesse, assim como a criação de um prémio eu- ropeu para a eQuality. Entre os projectos da EFQUEL, destaca-se o eUnique5 , em que participam diversos centros de investigação e universidades europeias, que tem como objectivo a criação de uma ferramenta que ajude as universidades europeias a potencializar o uso educativo que fazem da tecnologia. Existem algumas outras associações europeias que promovem projectos, seminários e publicações específicas sobre a qualidade do e-learning, fazendo algumas propostas de como avaliar os TELE, como, por exemplo, a European Distance on elearning Network (EDEN)6 e o European Association for Distance Teaching Universities (EADTU) 7. Se na literatura é consensual que a avaliação é um aspecto de capital impor- tância no desenvolvimento dos TELE, em particular dos cursos de elearning, a forma como se avalia e que aspectos devem ser objecto de avaliação é que se assumem como assuntos de maior controvérsia: “How to evaluate e-learning ap- propriately is thus the crucial question for researchers trying to understand the impact and effectiveness of e-learning in a business or academic environment” (Voigt & Swatman, 2004, p. 175). 6. Modelos de Avaliação Existe na literatura imensas propostas de avaliação global da utilização das tec- nologias na educação. No âmbito do e-learning, o clássico modelo de Kirkpatrick é muito aplicado. Kruse (2006) recupera o modelo clássico dos quatro níveis de avaliação de Kirkpatrick (1975) e adaptao à avaliação em e-learning (quadro 1). 4 www.efquel.org 5 http://www.qualityfoundation.org/ 6 http://www.eden-online.org/ 7 http://www.eadtu.nl/
  • 11. REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL 213 Quadro 1- Avaliação em e-learning: introdução ao modelo de Kirkpatrick Nível parâmetros de Avaliação • Os objectivos do curso são relevantes? • O curso tem a capacidade de manter interesse? Nível 1 • Os conteúdos são adequados e têm a interactividade necessária? Satisfação • Existe facilidade de navegação? • É percebido o valor e a possibilidade transferência das aprendizagens para o local de trabalho? Nível 2 • Os estudantes atingiram os objectivos (conhecimentos, capacidades e Aprendizagens atitudes) definidos no programa? Nível 3 • Em que medida aplicam os novos conhecimentos e competências no Competências seu local de trabalho? Nível4 • As aprendizagens realizadas na formação têm impacto na actividade Resultados da empresa? Kruse, K. (2002) Rosa e Angulo (2007) desenvolveram um Modelo de Excelência de Programas Formativos Online (MEPFL), adaptando o Modelo de Excelência da Fundação Europeia para a Gestão da Qualidade (EFQM). O Modelo da EFQM foi in- troduzido, em 1991, no campo da gestão empresarial, e destina-se a permitir a auto-avaliação da qualidade organizacional, constituindo a base de apreciação das candidaturas ao European Quality Award (EQA) – Galardão Europeu da Qualidade. Quadro 2- Critérios e indicadores de qualidade de MEPFL (Modelo de Excelência de Programas Formativos online) Critérios Indicadores de qualidade • Indicador de qualidade 1: Como são elaborados os objectivos de um Critério I programa de formação? Programa formativo • Indicador de qualidade 2: Como se favorece a flexibilidade curricular dando, simultaneamente, resposta aos objectivos do programa formativo? Critério II • Indicador de qualidade 3: Como se planificam acções de melhoria Organização do ensino e contínua? aprendizagem • Indicador de qualidade 4: Como se estabelece uma comunicação eficaz? Critério III • Indicador de qualidade 5: Como se envolve os professores nas Recursos humanos actividades de investigação, desenvolvimento e inovação? • Indicador de qualidade 6: Como se valoriza a docência? Critério IV • Indicador de qualidade 7: Como se articulam a biblioteca e as bases Recursos materiais documentais com o processo formativo? • Indicador de qualidade 8: Os meios e os recursos estão adaptados ao programa formativo? • Indicador de qualidade 9: Como se desenvolvem as competências dos Critério V estudantes no processo de ensino e aprendizagem? Processo formativo • Indicador de qualidade 10: Qual a metodologia do processo de ensino e aprendizagem? • Indicador de qualidade 11: Como é que a tutoria orienta e motiva o estudante durante o formativo? Critério VI Resultados • Indicador de qualidade 12: Como se mede a satisfação do aluno no processo formativo? Rosa, O., & Angulo, L. (2007)
  • 12. 214 REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL No modelo de Rosa e Angulo (2007) é considerado um conjunto de seis cri- térios e doze indicadores de qualidade, que permitem avaliar a eficácia de um determinado programa formativo em contexto de e-learning, aferindo em que medida os participantes implicados no MEPFL dominaram o conjunto de indi- cadores de qualidade do programa formativo expostos no quadro 2. Os ambientes académicos ainda em transição de processos de um ensino presencial e centrado no docente, para um ensino misto e com uso crescente de tecnologia, associado a uma pesquisa de mudanças pedagógicas, necessitam de um modelo de monitorização de fácil e rápida aplicação. O quadro 3 identifica uma possível abordagem para este sistema simples de monitorização da migra- ção de um sistema tradicional para um sistema que incorpora tecnologias no ensino e aprendizagem. Quadro 3 – Adaptação do Modelo de Kaczynski, Wood, e Harding Eixos Níveis Dinâmica dos Acessos • Um acesso por semestre • Um acesso por mês Qual a frequência de acesso • Um acesso por semana necessária para ter sucesso no • Dois a três acessos por semana curso? • Diariamente Avaliação • Nula • Reduzida Qual o volume da avaliação • Cerca de metade realizada online • Maioria • Toda a avaliação Comunicação • Reduzida • Menos de metade Qual o volume verificado na • Mais de metade comunicação online • Na sua maioria • Toda a comunicação Conteúdo (elementos) • Informação sobre UC (programa, avaliação, objectivos, equipa docente, etc.) Qual o conteúdo da Unidade • Livro, ou texto de apoio Curricular (UC) disponível • Material das aulas (teóricas e práticas) online • Exercícios (casos, soluções, exames, etc.) • Informação complementar (um ponto por cada) Conteúdos (Riqueza Digital) • Simuladores (Jogos e animações) • Vídeo (específico, youtube) O conteúdo tira partido do • Som (podcast) ambiente digital • Diapositivos (slides aulas) • Sites complementares (um ponto por cada) Independência • Essencialmente dependente do presencial • Aulas significativas, mas materiais, exercícios e avaliação Qual o grau de independência online da UC face ao modelo • Contacto regular face-a-face limitado presencial tradicional • Contacto face-a-face esporádico • Sem contacto face-a-face Kaczynski, Wood, & Harding (2008)
  • 13. REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL 215 Por tudo o que foi dito, a avaliação é uma temática assaz pertinente e fun- damental na criação de uma dinâmica participada de construção, adaptação e valorização contínua dos TELE: “Este processo [de avaliação] terá, portanto, que contemplar a participação e a negociação dos diferentes actores implicados nesse mesmo processo (conceptores, formandos, formadores,…), devendo traduzir-se numa reflexão contínua sobre os objectivos definidos, se alcançados ou não, sobre o que é necessário redefinir, o que é que importa manter e o que é que pode ser importante alterar, num contínuo entre avaliação diagnóstica (Onde estamos? O ponto da situação) e prognóstica (Onde pretendemos chegar? Objectivos a atingir). Trata-se de um processo de avaliaçãoforma- ção contínua no qual participam os diferentes actores implicados.” (Gomes, Silva & Silva, 2004, p. 1,2) A Matriz das Integração da Tecnologia (TIM - Technology Integration Matrix), elaborada pelo Florida Center for Instructional Technology, ilustra as cinco fases da mudança organizacional para alcançar o mais elevado nível da mudança de um TELE. Idealmente, um TELE evoluirá de uma fase de introdução para uma fase de transformação, que é atingida quando a tecnologia é utilizada eficazmen- te por todas as pessoas da organização e a cultura de partilha de conhecimento é a regra. Na fase da transformação, todo o TELE está imerso na tecnologia e não funciona sem ela. Uma cultura de avaliação participada é fundamental na construção, adaptação e evolução de TELE para níveis de integração crescen- tes. Na figura 4, construímos o esquema da evolução da integração tecnológica no currículo, com base na TIM, proposta pelo Florida Center for Instructional Technology (2010). Figura 4- Níveis de integração da tecnologia no currCenter for Instructional Technology (2010) Center for Instructional Technology (2010)
  • 14. 216 REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL 7. Metodologia de avaliação A avaliação dos TELE, como meio de certificação da sua qualidade, está a dar lugar a várias iniciativas internacionais, algumas das quais já referimos. Contudo, os mecanismos de parametrização de qualidade variam em função de cada contexto (Tait, 1997), daí que se a avaliação tiver o objectivo de desempe- nhar funções de instrumento de gestão deva procurar critérios e indicadores específicos, que dêem resposta a perguntas de contextos delimitados (Rubio, 2003). Por outras palavras, a importação e aplicação directa de um modelo de avaliação dificilmente contemplará variáveis, critérios e indicadores específicos de uma dada instituição, pelo que a sua eficácia, enquanto instrumento de ges- tão e na melhoria de práticas na instituição, será limitada. Khan e Granato (2007) defendem que para compreender um TELE é neces- sário considerar múltiplas dimensões: pessoas, processos e produtos. Nas suas palavras: “Many institutions invested heavily in the development and deployment of online programs. (…) Like any new learning initia- tive, stakeholders of online learning face many challenges. There is always room for improvement by exploring what worked and what did not. To understand online learning environment, we need to have a comprehensive picture of people, process and pro- duct involved in it, and also study critical issues encompassing its various dimensions.” (Khan & Granato, 2007, p.1) Na mesma linha, Ehlers e Goertz (2005) escrevem que: “It is necessary to regard all factors of influence – the learner, the subject, the intended results, the technological and social sur- rounding (workplace, learning culture in the company, private learning situation etc.). An effective quality assurance has to cover the whole process from the first plan up to the development and implementation until the assurance of transfer.” (Ehlers & Goertz, p. 2005, p.169) A avaliação, enquanto instrumento de gestão, tem por objectivo analisar de maneira exaustiva todas as componentes do TELE, desde a perspectiva de todos os actores, que de alguma forma participam no ambiente. Para dar resposta a este objectivo, a avaliação deve assumir as seguintes características: • Avaliação circular (360.º) - Todos os actores e componentes do ambiente são avaliados por todos os participantes. Cada actor avalia os aspectos da responsabilidade de outros actores e, simultaneamente, é avaliado pelos pares. Esta metodologia implica o desenvolvimento de uma avaliação
  • 15. REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL 217 multidireccional que permite superar as limitações de uma avaliação unidireccional, na medida em que permite comparar diferentes dimen- sões do ambiente, de perspectivas distintas (Fernández, 1997; Acuña & Aymes, 2010). • Avaliação processual – Realizada ao longo do processo, à medida que se vão desenvolvendo os diferentes módulos das unidades curriculares, é feita uma recolha de dados e a partir da avaliação que se fizer devem ser tomadas decisões no sentido de melhorar o TELE. A avaliação processu- al tem um cariz essencialmente formativo • Avaliação final - A avaliação formativa elaborada ao longo do processo tem por objectivo contribuir para o melhoramento do TELE, mas, tam- bém, possibilitar resultados finais ao nível dos cursos e organizações (ava- liação sumativa), como ajuda para a tomada de decisões. 8. Instrumento de recolha de dados Num modelo de avaliação, que se pretende que desempenhe funções de instrumento de gestão, a recolha de dados deve ser feita segundo um plano pré-estabelecido. Já referimos as potencialidades de uma avaliação participada e multidireccional. Se o objectivo é dotar os decisores com informação precisa e detalhada, importa ter uma visão holística da realidade. A recolha de dados deve ser feita em contexto real e, dada a complexidade dos fenómenos, exige instrumentos de recolha de dados diversificados. Uma avaliação contextuali- zada numa determinada instituição deve contemplar pressuposto teóricos de modelos de avaliação, que reúnam uma heurística de dimensões e factores que facilitem a condução do estudo e a recolha de dados. Contudo, “embora o in- vestigador utilize um quadro teórico referencial como ponto de partida para a utilização de tais estudos, alguns estudos organizacionais enquadram-se em si- tuações em que o pesquisador se vê frente a frente com problemas que carecem de compreensão”(Vilelas, 2009, p. 144). As novas dimensões identificadas serão integrados na heurística dos factores construída com base na revisão bibliográ- fica. Desta forma, espera-se garantir que o mecanismo de avaliação contemple critérios e indicadores específicos, que respondam às perguntas que emergem do próprio contexto (Rubio, 2003), para que a eficácia da avaliação, enquanto modelo de gestão, aumente. Harvey, Higgison e Cathy Gun (2000) listam uma série de instrumentos de recolha de dados para avaliação de TELE: • Questionários - são instrumentos de registo planeados para pesquisar dados de sujeitos, através de questões, a respeito de conhecimentos, ati-
  • 16. 218 REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL tudes, crenças e sentimentos (Wood & Haber, 2001). Podem ser instru- mentos úteis para se obter feedback de todos os actores intervenientes no TELE. • Discussões online - Fóruns de discussão online sobre vários aspectos re- lacionados com o funcionamento do curso. • Entrevistas e Focus groups - Entrevistas e reuniões em pequenos ou mé- dios grupos (entre cinco e dez pessoas), em que os participantes conver- sam num ambiente descontraído e informal (Sampieri, Collado & Lucio, 2006). • Peer review - Partilha de opiniões entre tutores sobre conteúdos, activida- des e estruturas de comunicação. • Estudos comparativos - Comparação entre diferentes unidades de crédi- to, cursos e escolas de modo a identificar potencialidades e estrangula- mentos do TELE. • Resultados da avaliação dos estudantes - Podem oferecer uma grande variedade de informações sobre resultados de aprendizagem. • User tracking - A monitorizarão das actividades dos estudantes permite aferir taxas de participação, utilização de recursos. • Grelhas de observação directa - Confrontação entre as característi- cas das vertentes críticas do curso (tutoria, materiais, actividades) e as pretendidas. • Online Learning Environment Survey (OLES) - O sistema de avaliação OLES (http://www.monochrome.com.au/oles/survey.htm) está an- corado na perspectiva da investigação relativa à avaliação do ambien- te da sala de aula, na dinâmica do ensino a distância e nos contribu- tos das tecnologias no ensino e aprendizagem. Este método contempla nove dimensões (1 - Utilização do computador; 2 - Suporte dado pelo professor; 3 - Colaboração e interacção dos estudantes; 4 - Relevância; 5 - Aprendizagem contextualizada; 6 - Autonomia do estudante; 7 - Equidade; 8 - Satisfação; 9 - Actividade assíncrona), perfeitamente en- quadradas na filosofia construtivista, e cinquenta e quatro factores numa escala de cinco níveis que explicita, não só a percepção actual dos estu- dantes relativa ao sistema em estudo, como, também, procura projec- tar o seu ideal expectável (Pearson & Trinidad, 2005). Desta forma, é possível perspectivar as diferenças entre o estado actual e o desejável. Este sistema pode ser usado online, mediante a criação de uma conta para o efeito, que consiste na geração do respectivo endereço destinado ao acesso dos docentes e dos estudantes, contemplando as duas pers- pectivas (professor e aluno). A versão mais recente do OLES pode ser utilizada totalmente online pelo professor, com gráficos a serem automa-
  • 17. REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL 219 ticamente produzidos para discussão e comparação. Esta perspectiva de avaliação está perfeitamente alinhada com as metodologias de avaliação multidireccionais participadas por todos os actores, permitindo, a cada momento, recolher informação relevante sobre o funcionamento do cur- so, constituindo-se, por isso, um óptimo instrumento de gestão. 9. Apresentação de resultados Os resultados do processo de avaliação devem ter impacto no ambiente educacional, ao nível dos conteúdos, atitudes de professores e estudantes, no modo de entrega de conteúdos e na integração mais eficiente da tecnologia (Moussiades & Iliopolou, 2006). Assim, independentemente do modo como é conduzida, é importante apresentar os resultados da avaliação. Kotter (1996) considera que a divulgação dos resultados da avaliação é um ponto fundamental no desenvolvimento da estratégia de mudança, na medida em que permite: • Criar alguns sucessos visíveis e inequívocos rapidamente, que servirão de incentivo para implementação da estratégia; • Remover barreiras, de modo a que aqueles que quiserem fazer da visão uma realidade o possam fazer; • Insistir de forma mais intensa e mais rápida após os primeiros sucessos. As sucessivas mudanças possibilitarão que a nova cultura se torne uma realidade; • A promoção das novas de formas de comportamento e certificação de que os casos bem-sucedidos sejam divulgados e se tornem suficiente- mente fortes para substituírem as tradicionais. A divulgação de resultados é, segundo Moussiades e Iliopolou (2006, p. 182), um factor crucial no sucesso da avaliação. Na sua perspectiva: “A possible reason for an evaluation method to be unsuccessful is that the results of the evaluation research are presented in a way that is not comprehensible. Thus the interested parties don’t bother to look at them and to take any action to repair the malfunc- tioning components of a learning environment.” Moussiades e Iliopolou (2006) sintetizam algumas das maneiras mais comuns para apresentação de resultados, nomeadamente: bancos de dados, relatórios, pósteres, e comunicação oral. Existem outras formas de apresentação dos resul- tados que, pela sua versatilidade, podem ser instrumentos de gestão extrema- mente úteis. Já nos referimos às potencialidades de ferramentas como OLES, que faci- litam a recolha de informação relevante e a produção de gráficos just in time. Desta forma, os resultados ficam disponíveis de imediato para a discussão e acção.
  • 18. 220 REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL Destacamos, também, as potencialidades do gráfico radar na apresentação de resultados. A American Society for Quality define gráfico radar do seguinte modo: “A graph with multiple scales to report self-assessed knowledge or com- petence, often several points in time. A Radar Chart is used to identify current level of self-assessed knowledge or competence, and then monitor change or growth across several factors” (American Society for Quality, 2006, p. 375). Os gráficos de radar, devido à sua versatilidade na representação do conhecimento, são usados frequentemente na análise do desenvolvimento organizacional e na medição da qualidade (Kaczynski, Wood & Hardling, 2008). Deste modo, num ambiente académico ainda em transição, onde há uma penetração crescente da tecnologia associada a mudanças pedagógicas, os gráficos radar revelam-se ade- quados e adaptáveis. Na figura 5 está patente a versatilidade dos gráficos radar: aparecem representados no mesmo gráfico as características do ambiente de aprendizagem (Activo, Colaborativo, Construtivo, Autêntico e Orientado por objectivos) e os níveis da integração da tecnologia no currículo para cada uma das características (Início, Adopção, Construção, Imersão e Transformação), previstas na Matriz das Integração da Tecnologia (TIM), elaborada pelo Florida Center for Instructional Technology. Figura 5 – Gráficos Radar – Relação entre as características do ambiente de aprendiza- gem e os Níveis de integração tecnológica Os TELE também são sistemas multidimensionais, sendo a sua dinâmica condi- cionada por múltiplas variáveis. Os decisores precisam frequentemente de obter uma visão panorâmica do sistema para identificar tendências, fazer cruzamento de dados, analisar uma dimensão ou relacionar várias entre si. Aplicações in- formáticas do tipo OLAP (Online Analytical Processing) podem ser importan- tes no tratamento e apresentação inteligente e versátil de dados, na medida em
  • 19. REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL 221 que oferecem a possibilidade de fazer análises multidimensionais, fornecendo informação fundamental para tomada de decisões. O OLAP está rapidamente a tornar-se a base fundamental para decisões importantes no campo empresarial, nomeadamente no planeamento, orçamento, previsão, relatórios financeiros, análise, modelos de simulação (OLAP.com, 2010): “Knowledge is the foundation of all successful decisions. (…) Statisticians will tell you that the more sample data you have, the more likely the resulting statistic will be true. Naturally, the more data a company can access about a specific activity, the more likely that the plan to improve that activity will be effective. All businesses collect data using many different systems, and the challenge remains: how to get all the data together to create accurate, reliable, fast infor- mation about the business. A company that can take advantage of re- liable information and turn it into shared knowledge, accurately and quickly, will surely be better positioned to make successful business decisions and rise above the competition” (OLAP.com, 2010). A funcionalidade multidimensional OLAP baseia-se em estruturas chamadas “cubos.” O termo “cubo” é uma analogia com o objecto geométrico que implica três dimensões, mas em uso real, o cubo OLAP pode ter mais de três dimensões. O cubo OLAP é comparável a um banco de dados, em que se estabelecem rela- ções entre as diversas dimensões/ categorias (figura 6). Trata-se de uma tecnologia sofisticada que usa estruturas multidimensionais para fornecer acesso rápido aos dados para análise. Essa organização facilita a exibição de resumos de alto nível, por exemplo, no caso da análise do TELE, permite extrair dados sobre a dinâmica de acesso em cada unidade curricular, volume da avaliação realizada online, níveis de satisfação relativamente ao processo formativo, identificação de instituições e unidades de curriculares com indicadores mais favoráveis e menos favoráveis. Figura 6 - Estrutura esquemática de um cubo OLAP
  • 20. 222 REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL O sistema de análise OLAP ajuda a organizar os dados por muitos níveis de detalhe, permite seleccionar e relacionar apenas as dimensões que se pretendem efectivamente considerar num dado momento (figura 7). Esta valência facilita a apresentação e leitura dos resultados, pois diminui a entropia associada a eleva- dos volumes de informação. Figura 7 – Selecção de variáveis e níveis de detalhe num cubo OLAP 10. Conclusões A velocidade das mudanças sociais, decorrentes da penetração da tecnolo- gia nas actividades humanas, é cada vez mais acelerada, exigindo capacidade de adaptação rápida por parte das IES. As IES que não conseguirem introduzir a mudança pela via da tecnologia serão menos competitivas. A tomada de consciência das mutações em curso no ambiente social exterior às IES e o sentido de urgência com que as organizações devem encarar o seu processo de mudança são factores fundamentais para uma resposta bem-suce- dida. Contudo, na literatura é referido que, na maior parte dos casos, a grande maioria das organizações tendem a ignorar as mudanças exteriores importantes ou, quando as identificam, tentam a ajustar-se através de acções pouco eficazes A participação das chefias, das equipas líderes e de todos os que têm um papel na organização são fundamentais para o processo de mudança organiza- cional. O favorecimento de um bom relacionamento entre todos e uma comuni- cação eficaz nunca deverá ser menosprezado, tanto mais que parte do êxito da mudança está em factores psicossociais, como a emoção e a confiança.
  • 21. REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL 223 A implementação de TELE não significa, necessariamente, uma maisvalia nem uma ruptura com os modelos educacionais do passado, importa, por isso, desenvolver modelos de avaliação garantam a qualidade dos sistemas e promo- vam a melhoria das práticas. A avaliação dos TELE, como meio de certificação da sua qualidade, está a dar lugar a várias iniciativas e experiências internacionais. Porém, os mecanis- mos de parametrização de qualidade variam em função de cada contexto, daí que se a avaliação tiver o objectivo de desempenhar funções de instrumento de gestão deva procurar critérios e indicadores específicos, que dêem resposta a perguntas de contextos delimitados. Defendemos que a avaliação, enquanto instrumento de gestão, deve anali- sar de maneira exaustiva todas as componentes do TELE, de uma perspecti- va mutidireccional a 360º, em que cada actor se pronuncia sobre as diferentes componentes do TELE e avalia e é avaliado por outros actores. Reconhecemos como virtudes de um modelo de avaliação transversal e participado por todos: a disponibilização de informação contextualizada e com significado para todos os intervenientes. O modelo de ALACT (Korthagen & Vasalos, 2005) é uma concepção do pro- cesso de reflexão, em que é visível uma reestruturação dialéctica das experiên- cias e do conhecimento. A reestruturação das experiências e do conhecimento é um processo cíclico que resulta de uma avaliação processual e multidireccional da realidade, neste sentido, sintetiza bem as principais conclusões deste trabalho (figura 8) Figura 8- The ALACT model (Korthagen & Vasalos, 2005) Depois da acção (1), os passos 2, 3 e 4 ilustram o modo como a avaliação pro- cessual se pode assumir como um instrumento de gestão e melhoria de práticas: • Passo 2: Reflectir sobre as acções realizadas (O que está a acontecer?) • Passo 3: Consciencialização dos aspectos principais (Quais os aspectos positivos e negativos do TELE?)
  • 22. 224 REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL • Passo 4: Criação de métodos alternativos de acção (Quais as alternativas de melhoria? Quais as vantagens/ desvantagens que têm?) A gestão e a avaliação serão instrumentos de gestão, promotores eficazes da melhoria de práticas, se privilegiarem noções de progresso, mudança, adaptação e racionalização. Referências Armstrong, N., Ashcroft, J., Bruce, R., Buskirk, R., Cullingford, E., Davis, P., et al. (2004). Report of the technology enhanced learning committee. Austin: The University of Texas at Austin. Acuña, S., & Aymes, G. (2010). Evaluación de la calidad en educación virtu- al: aportes para una metodologia. Libro de actas do I Congresso Iberoamericano sobre Calidade de la Fomación virtual – CAFVIR 2010, Alcalá de Henares, Universidad de Alcalá, España. American Society for Quality. (2006). Radar Chart. Acedido a 2010-10-10, em http://www.asq.org/education/docs/radarchart.pdf Brandão, P. (20064). Plataformas de e-learning no ensino superior: avaliação da situação actual. (Tese de Mestrado, Universidade do Minho). Acedido a 2010-10- 10, em https://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/6671 Centre for Academic Practice (2010). Evaluating e-learning developments: an overview [Electronic Version]. E-learning guides, 2, 1-21. Acedido a 2010-10- 20em http://www2.warwick.ac.uk/services/ldc/resource/eguides/elearning/ Cejudo, M. (2006). El tutor en E-learning: aspectos a tener en cuenta [Electronic Version]. Edutec. Revista Electrónica de Tecnologia Educativa, 1-24. Acedido a 2010-10-10, em http://edutec.rediris.es/Revelec2/revelec20/lloren- te.htm Center for Instructional Technology. (2010). Technology integration matrix. Acedido a 2010-10-10, em http://fcit.usf.edu/matrix/index.html Tapscott, D., & Williams, A. D. (2008). Wikinomics - A Nova Economia das Multidões Inteligentes. Lisboa: Quidnovi. Ehlers, U., & Goertz, L. (2005). Quality in e-learning: Use and dissemination of quality strategies. A study by the european quality observatory. Luxembourg: Office for Official Publications of the European Communities. European Quality Observatory. (2005). Quality in e-learning: Use and dis- semination of quality approaches in European e-learning. Luxembourg: Office for Official Publications of the European Communities. Fernandes, A. (2006). As falácias ou os grandes equívocos do e-learning. Acedido a 2010-10-10, em http://abt-br.org.br/index.php?option=com_conte nt&task=view&id=386&Itemid=2
  • 23. REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL 225 Fernández, J. A. (1997). Spanish Evaluation Model in Higher Education: Circular Evaluation. Higher Education Management 9(1), 71-84. Gomes, M. J., Silva, B. D., & Silva, A. M. (2004). Avaliação de cursos em e-lear- ning. Artigo publicado nas actas da Conferência eLES´04, Aveiro, Universidade de Aveiro, Portugal. Harvey J., Higgison C., Gunn C. (2000). Evaluation. In Higgison, C. (edi- tor), Online Tutoring e-Book [Electronic Version] (pp. 5.1-5.59)., Edinburgh: The Institute for Computer Based Learning, Heriot-Watt University. Acedido a 2010-10-10, em http://sonet.nottingham.ac.uk/resources/otis/t5-01.pdf Hickman, G. R. (Ed.) (2010). Leading organizations – perspectives for a New Era (2.nd ed). California: Sage Jonassen, D. (2007). Computadores e Ferramentas Cognitivas. Porto: Porto editora. Jonassen, D., Howland, J., Moore, J., & Marra, R. (2003). Learning to Solve Problems with Technology (2.nd ed.). New Jersey: Merril Prentice Hall. Jonassen, D., Peck, K., & Wilson, B. (1999). Learning With Technology - A Constructivist Perspective. New Jersey: Merril Prentice Hall. Kaczynski, D., Wood, L., & Harding, A. (2008). Using radar charts with qualitative evaluation: Techniques to assess change in blended learning. Active Learning in Higher Education, 9(1), 23-41. Khan, B. H., & Granato, L. A. (2007). Program evaluation in E-learning. Acedido a 2010-10-10, em http://asianvu.com/digital-library/elearning/elear- ning_program_evaluation_by_khan_and_Granato.pdf Korthagen, F., & Vasalos, A. (2005). Levels in reflection: core reflection as a means to enhance professional growth. Teachers and Teaching: theory and prac- tice, 11(1). 47-71. Kotter, J. (1996). Leading change. Massachusetts: Harvard Business School Press. Kotter, J., & Cohen, D. (2002). The heart of change. Massachusetts: Harvard Business School Press. Kotter, J., & Rathgeber, H. (2009). O nosso icebergue está a derreter (6.ª ed.). Porto: Ideias de Ler. Kruse, K. (2006). Evaluating e-Learning: Introduction to the Kirkpatrick Model. Acedido a 2010-10-10, em http://www.e-learningguru.com/articles/art2_8.htm Lippert, S. K., & Davis, M. (2006). A conceptual model integrating trust into planned change activities to enhance technology adoption behavior. Journal of Information Science, 32(5). pp. 434-448. Moussiades, L., & Iliopolou, A. (2006). Guidelines for evaluating e-learning Environments. Interactive Technology & Smart Education, 3(3), pp. 173-184. OLAP.com (2010). OLAP software and education wiki. Acedido a 2010/07/20, em http://olap.com/w/index.php/OLAP_Education_Wiki
  • 24. 226 REVISTA PORTUGUESA DE INVESTIGAçãO EDUCACIONAL Pearson, J., & Trinidad, S. (2005). OLES: an instrument for refining the design of elearning environments. Journal of Computer Assisted learning, 21, pp396–404. Rosa, O., & Angulo, L. (2007). Modelo de Excelencia de Programas Formativos en Línea (MEPFL) [Versão Electrónica]. Revista Iberoamericana de Educación, 5, 114. Acedido a 2010-10-10, em http://www.rieoei.org/ deloslectores/1535Alegre.pdf Rosenberg, M. (2006). Beyond e-learning. San Francisco: Pfeiffer. Rubio, M. J. (2003). Focus and models of evaluation of the e-learning. Revista Electrónica De Investigación y Evaluación Educativa, 9(2), 101-120.Acedido a 2010-10-10, em http://www.uv.es/RELIEVE/v9n2/RELIEVEv9n2_1.htm Sampiere, R., Collado, C., & Lucio, P. (2006). Metodologia de Pesquisa (3 ed.). São Paulo: McGraw-Hill. Tait, A. (Ed.) (1997). Quality Assurance in Higher Education: Selected Case Studies. Vancouver: The Commonwealth of Learning. Vilelas, J. (2009). Investigação - O processo de construção o conhecimento (1ª ed.). Lisboa: Edições Sílabo. Voigt, C., & Swatman, P. (2004). Contextual e-learning evaluation: a prelimi- nary framework. Learning, Media and Technology, 29(3), 175 - 187. Wood, G., & Haber, J. (2001). Métodos, avaliação crítica e utilização. 4.ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. Abstract Missing text Missing text Missing text Missing text Missing text Missing text Missing text Missing text Missing text Missing text Missing text Missing text Missing text Missing text Missing text Missing text Missing text Missing text Missing text Missing text Missing text Missing text