Jornal do Commercio (RJ) | Softwares ajudam a reduzir gastos
Revista Mundo Coop - junho/2015 | Ferramentas para análise e leitura do mercado conquistam espaço
1. MUNDOCOOP 1
Apesar de todos os problemas
enfrentados nos seis primeiros
meses do ano, as cooperativas
continuam crescendo
65
A REVISTA DE GESTÃO, FINANÇAS, PESSOAS E MARKETING DO COOPERATIVISMO Ano 14
treinamentos focados
em cooperativas
PESSOAS
como obter recursos para investir e
quais os riscos de pegar financiamento?
finanças
2. MUNDOCOOP4
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emitidas pelos entrevistados não refletem,
o pensamento da coordenação dessa publicação.
que crise?A REVISTA DEGESTÃO, FINANÇAS, PESSOAS
E MARKETING DOCOOPERATIVISMO
Em todos os tempos, o que não faltam são pessimistas e
apocalípticos de plantão. No entanto, poucos conseguirem pintar
o cenário com cores tão sombrias quanto as atuais.
O usual é desejar que o ano acabe, que seja apagado, desapareça
da história. Os mais otimistas gostariam de dormir – o melhor
seria apenas piscar – e, ao acordar, tudo estar resolvido, e o País
ter retomado níveis perceptíveis de crescimento da economia.
No entanto, pelo cenário descrito por cooperativistas de vários
ramos e Estados, os 5,7% da população brasileira associada a
cooperativas são menos afetados por esses prognósticos.
Esse número pode chegar a 22,8% dos habitantes deste país,
que é o total estimado de cooperados e familiares
que o movimento cooperativista agrega.
Isso não significa que essas pessoas negam a crise ou
são imunes a ela. Mostra, isso, sim, que nas dificuldades algumas
características se sobressaem, como a resiliência. Em que pese todos
os problemas enfrentados nos cinco primeiros meses do ano, muitas
cooperativas continuam crescendo e investindo em 2015.
Com isso, o cooperativismo confirma seu papel de ponte que
liga o liberalismo e o socialismo, como definido por Roberto
Rodrigues – embaixador especial para o Cooperativismo no
Brasil da Organização das Nações Unidas para a Alimentação
e a Agricultura (ONU/FAO) e atual coordenador do Centro de
Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro). Comprova,
também, a certeza de Márcio Lopes de Freitas, presidente do
Sistema OCB, de que “com um mercado restritivo, as cooperativas
se apresentam como um caminho para o empreendedorismo,
conscientizando as pessoas para a força do trabalho conjunto”.
Mas esta edição foi preparada com muito cuidado
e, entre muitos outros assuntos, traz ainda entrevista com o
Professor Luiz Marins, considerado um dos mais preparados
consultores brasileiros da atualidade, e apresenta, em Marketing,
Business Inteligence e Lean Thinking como ferramentas que
favorecem a análise e a leitura do mercado. Trata, também,
da importância de treinamento em épocas turbulentas e as
oportunidades geradas pela continuidade de investimentos.
E mais: o Plano Safra 2015-2016 é analisado por Roberto Rodrigues.
Confira e ótima leitura!
Katia Penteado, Editora
HLMAISP R O P A G A N D A
HLMAISP R O P A G A N D A
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44 | Finanças
Como obter recursos para investir? Quais os riscos de pegar
financiamento? Como conseguir capital de giro?
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Ferramentas para análise e leitura do
mercado contribuem na busca de clientes
e na detecção de mercados em expansão
50 | Marketing
Treinamentos focados em cooperativas - quais os diferencias
frente a empresas e como reter talentos?
40 | Pessoas
Sumário
26 | Gestão
As mudanças na nova versão do relatório de sustentabilidade GRI
GENTE &
negócios
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cooperativismo
comprova resiliência
Idade do Ouro58
18
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08
| Entrevista
Luiz Marins
Um dos mais preparados
consultores brasileiros da
atualidade devido à sua
formação acadêmica e
experiência profissional
Como estão caminhando os
resultados de cooperativas
de vários ramos nos
primeiros meses frente
ao cenário nacional
4. MUNDOCOOP50
o
mercado imprevisível,
competitivo e glo-
balizado somado à
conjuntura de reces-
são da economia vi-
venciada atualmente
demanda dos execu-
tivos e gestores capa-
cidade de desenvol-
ver, operacionalizar e
implementar planos, ações, táticas,
padrões, posicionamento e perspec-
tivas que ajudem a prever – ou ao
Ferramentas
MAR KETING
menos se precaver – dos impactos
decorrentes da política econômica.
E a tecnologia, mais do que nunca,
constitui-se ferramenta importante
e pode se transformar em diferencial
competitivo.
Entre as muitas possibilidades dis-
ponibilizadas no mercado, está o Busi-
ness Intelligence (BI), também conhe-
cido como Inteligência de Mercado ou
Inteligência Empresarial, um processo
de coleta, organização, análise, com-
partilhamento e monitoramento de
paraanálise
eleituradomercado
conquistamespaço
hoje, ferramentas
tecnológicas dão
suporte a decisões
em todos os níveis,
desde operacionais
a estratégicos
5. MUNDOCOOP 51
MARKETING
informações extraídas de dados de sistemas transacionais
ou não para apoiar o processo de tomada de decisão fun-
damentados em dados reais.
“Esta tecnologia permite que as análises realizadas
com base nos dados de diversas origens (sistemas tran-
sacionais, arquivos texto, planilhas e, mais recentemente,
dados não-estruturados - Big Data) sejam consolidados
em uma base de dados única. Com isso o processo de to-
mada de decisão tende a ser mais controlado e com maior
qualidade”, define Celso Poderoso, economista, mestre em
Tecnologia e especialista em redes sociais aplicadas à Edu-
cação, que também é coordenador dos cursos de MBA e
professor dos cursos de pós-graduação da Faculdade de
Informática e Administração Paulista (FIAP), gerente de
serviços na MicroStrategy e autor de diversos livros, entre
outras funções.
estratégia empresarial
A meta é, sempre, a qualquer momento e em qualquer
lugar, permitir que o gestor tome decisões seguras e con-
fiáveis via acesso a informações transformadas em dados.
Em função das características de cada atividade, empre-
sa ou cooperativa, não há uma aplicação padronizada, ou,
como prefere Poderoso, “não há duas empresas que utili-
zem, visualizem e tomem decisões da mesma forma”.
Por isso, uma aplicação de BI deve ser desenvolvida para
cada organização, com o cuidado de acompanhar o pro-
cesso de gestão da organização e identificar os indicadores
importantes para medição do desempenho da empresa. “É
possível utilizar alguns componentes básicos que são co-
muns a muitas organizações ou segmentos. Porém, sempre
será necessário adaptar e customizar uma aplicação para
a cultura da empresa”, preconiza o mestre em Tecnologia,
detalhando que BI precisa ser implantada com uma visão
ampla da estratégia organizacional.
“Sabendo onde a empresa quer chegar é possível iden-
tificar os indicadores para suprir os gestores com os dados
necessários para tomar decisões. É necessário utilizar as
ferramentas adequadas e ter o capital humano para su-
portar todo o processo de desenvolvimento e análise da
aplicação de BI”, resume o consultor.
O fundamental é ter um projeto claro e específico,
patrocinado por um profissional que tenha visão da im-
portância de utilizar os dados para tomar decisões mais
consistentes. Poderoso garante que, tecnicamente, “há
ferramentas de banco de dados, integração e visualiza-
ção de dados que atendem a qualquer tipo e tamanho
de empresa. Há profissionais especializados em grande
quantidade e há diversos casos de sucesso que podem ser
utilizados para utilizar como exemplo durante a fase de
projeto e implantação”.
É necessário atentar que “BI não é uma solução exclu-
sivamente técnica ou de negócio. É uma união destas duas
forças da organização. Integração, arquitetura e visão do
processo de tomada de decisão é fundamental para o su-
cesso dos projetos de BI”, destaca.
REComendações para implantação de bi
1. Tenha um patrocinador“forte”
2. Tenha uma visão de longo prazo
3. Comece com um projeto pequeno, mas que esteja alinhado com
a estratégia da empresa
4. Utilize ferramentas adequadas para utilizar em todas as etapas do processo
5. Faça um desenho de arquitetura que suporte a visão de longo prazo
6. Não confie em soluções prontas. Seu negócio é único e é assim
que ele precisa ser tratado
7. Tenha capital humano com experiência e vivência profissional na área
8. Tenha um processo de tomada de decisão baseado na cultura
da sua organização
Fonte: Celso Poderoso
6. MUNDOCOOP52
informatização
“Não existe software que resolva
todos os problemas de tomada de de-
cisão”, constata Poderoso, citando a
necessidade de que a empresa possua
um processo estruturado, que sejam
feitas customizações nas soluções
aplicadas e que haja uma cultura or-
ganizacional voltada para esta finali-
dade, com o gestor estando convicto
de que é possível tomar decisão fun-
damentado em dados.
Cesar Griebeler, gerente de Produ-
tos da Senior – empresa especializada
no desenvolvimento de softwares para
gestão, que disponibiliza ebook grátis
sobre o tema em seu site – lembra que
“o BI da Senior tem uma sintonia fina
com o sistema de ERP, o que garante
confiança nas informações e permite
uma tomada de decisões assertiva e
ágil. Dados atualizados e consultas di-
MARKETING
cial no seu dia a dia, uma vez que os da-
dos, como servem de base para criação
das visões e relatórios, já devem estar
minimamente organizados em algum
sistema, pois servirão de matéria-prima
para a construção do BI”.
A relação custo–benefício e o prazo
para retorno de investimento depen-
dem, diretamente de uma correta defini-
ção dos processos que precisam de uma
ferramenta de BI para melhoria, afirma
Griebeler. “Nesse momento é preciso ter
em mente o que precisa ser automatiza-
do para então mensurar o retorno esti-
mado. Esse retorno vai variar de projeto
para projeto e de empresa para empresa,
porém, a certeza é uma só: a ferramenta
vai ajudar a reduzir custos e aumentar
receitas”, recomenda.
uma novidade vinda do oriente
nâmicas na velocidade de um apertar
de botões permitem que o executivo
tome decisões no momento exato em
que elas são necessárias minimizan-
do os impactos e melhorando
o processo de gestão”.
O ideal – lembra o con-
sultor – é que, ao optar por
investir numa ferramen-
ta de BI, a organização
já possua certo grau de
automatização em seus
processos, assim como
maturidade para defi-
nir e pensar como o BI
pode ser um diferen-
Filosofia de gestão criada pela Toyota após o término da 2ª Guerra
Mundial, que foca a sistemática eliminação dos desperdícios (atividades
que não agregam valor segundo a ótica do cliente), presentes nos proces-
sos, o Lean Thinking (pensamento enxuto), nos últimos anos, rompeu as
barreiras da manufatura e hoje é utilizado em áreas como Saúde (clínicas
e hospitais), Serviços (Seguradoras) e Agronegócio (Plantação de cana de
açúcar e morango), por exemplo.
“Equivocadamente, a maioria das pessoas acredita que para ter a fi-
losofia basta implantar ferramentas, tais como o Kanban, por exemplo”,
alerta Carlos Eduardo Moretti, docente e consultor na Fundação Vanzoli-
ni, frisando que, quando da implantação, a primeira decisão a ser tomada
compreende a forma como será adquirido o conhecimento necessário à
implantação da filosofia.
Nesse processo, três pontos são fundamentais: Instrutor, Colaborador
e Sensei (mestre em japonês). Em outras palavras, é preciso“qualificar pro-
fissionais que já fazem parte do quadro da empresa como instrutores, atra-
vés de participação em treinamentos, workshops e
congressos; buscar no mercado um profissional
que já tenha o conhecimento necessário para
liderar a implantação e integrá-lo ao quadro da
empresa; e encontrar no mercado um Sensei
que possa compartilhar suas experiências e su-
portar o processo de mudança”, detalha.
Quando aplicados de forma adequada, os
conceitos do Lean Thinking permitem os cha-
mados “ganhos de dois dígitos”, assim espe-
cificados pelo consultor da instituição:
“reduções de 40% a 60% nos estoques
de materiais em processo; de 10% a 20%
nos lead-times de produção, de 30% a
40% no refugo/retrabalho, e aumento
de produtividade da mão de obra da
ordem de 40% a 50%”.
cesar griebeler, gerente
de produtos da senior