2. É fato que neste segundo milênio, todos
somos um pouco escravos da tecnologia.
Diariamente somos expostos a inúmeras
engenhocas, dispositivos inteligentes e por
aí vai. Os nativos digitais que o digam:
marcam presença nas redes sociais, muitos
tem celular desde a mais tenra idade, outros
tantos já fizeram de tudo um pouco no
mundo virtual dos games, desde dirigir
carros de corrida a entrar no front da guerra.
3. E esse acostumar com as novidades da
ciência é tanto positivo quanto negativo. A
primeira possibilidade traz a tecnologia a
nosso favor. Máquina de escrever hoje em
dia só para os escritores saudosistas da
velha guarda. Ou então subir dez, doze
andares depois de ficar em pé no ônibus por
mais de hora. Dispensamos esse exercício.
Todos ficam agradecidos aos seus painéis
eletrônicos, luzes e pixels funcionando e
muito bem.
4. Já a outra situação faz da tecnologia nossa
inimiga pública número um. Se acabar a
energia neste exato momento, fico
neutralizado. Não conseguirei terminar de
escrever esse texto e se quiser fazer à
moda antiga, terei que escrever cartas à
luz de velas e enviar pelo correio para os
meus conhecidos. Se tudo correr bem e as
outras formas de tecnologia ajudarem – o
carro do correio, por exemplo - essas
correspondências chegarão em dois dias
em suas casas.
5. Acostumamo-nos à tecnologia. Todos
somos meio ciborgues. Temos o nosso lado
máquina gritando alto dentro de nossos
peitos. Por isso, podemos marcar consultas
médicas ou chamar um táxi pelo celular
inteligente. A tecnologia está cada vez mais
banalizada. E quanto menos high tech for o
equipamento, tendemos menos a nos
preocupar com o uso que fazemos dele.
6. Pouquíssimas pessoas se preocupam com
sua segurança em escadas rolantes, por
exemplo. Para a grande maioria é colocar o
pé pura e simplesmente. E essa intimidade
maior com o equipamento vai sendo
transmitida de uma geração a outra.
Lembro-me bem quando há cerca de dez
anos, uma funcionária do Metrô
simpaticamente me chamou a atenção
dentro do sistema metroviário, dizendo:
“Jovem, o corrimão é para ser usado. Não
passe vontade, não”. Aprendi a lição.
7. Entretanto muitos ainda estão vivendo nessa
zona de (in)segurança. Adolescentes que
querem mostrar que podem subir pela escada
rolante que está descendo; e a pior de todas as
situações, as novíssimas gerações que
incorporam a naturalidade de seus pais no uso
do equipamento. Crianças que correm em
direção às escadas rolantes ou entram pulando
nelas. Para esses desavisados, sugiro que
vejam a foto de uma moeda de R$ 1 que ficou
presa na parte superior de uma escada rolante
na estação Praça da Árvore (fotos abaixo).
Quanto vale a sua segurança?