2. castigos corporais
falta de estrutura para trabalhar,
como alimentação ruim, horários de
trabalho pesados e a falta de
treinamento para os novos navios
comprados recentemente da
Inglaterra.
3. • O castigo de 250 chibatadas dado ao
marinheiro Marcelino Rodrigues no dia
21/11 por ele ter levado uma garrafa de
cachaça a bordo adiantou o levante e os
marinheiros tiveram apenas um dia para
orquestrar os pontos decisivos do
confronto.
• Eles tomaram o encouraçado Minas Gerais
e mataram seu comandante. Houve
posteriormente a adesão dos navios Bahia,
São Paulo e Deodoro.
•Após tomarem os navios, os marinheiros
apontaram os canhões para o Rio de Janeiro
e efetuaram disparos de alerta. Houve
pânico em toda a cidade, vidraças foram
estilhaçadas com o estrondo dos disparos,
as pessoas fugiam para o subúrbio para
poder ficar mais longe do mar com medo
dos disparos. Era o caos total.
4. Os marinheiros redigiram
uma carta para o presidente,
e nela consta reivindicações
sobre o papel dos
marinheiros para a melhoria
de suas condições de vida,
além do fim da chibata e do
"bolo", um outro tipo de
castigo físico. O verdadeiro
redator da carta continua
um mistério, mas alguns
pesquisadores atribuem a
autoria ao marinheiro
Francisco Dias Martins,
outros ao Adalberto Ferreira
Ribas. Estes dois eram dos
poucos marinheiros que
sabiam ler e escrever.
5. "Rio de Janeiro, 22 de novembro de 1910
Il.mo e Ex.mo Sr. Presidente da República Brasileira
Cumpre-nos comunicar aV. Ex.a, como Chefe da Nação brasileira:
Nós, marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, não podendo mais suportar a escravidão na Marinha
brasileira, a falta de proteção que a Pátria nos dá; e até então não nos chegou; rompemos o negro véu que nos
cobria aos olhos do patriótico e enganado povo.
Achando-se todos os navios em nosso poder, tendo a seu bordo prisioneiros todos os oficiais, os quais têm
sido os causadores da Marinha brasileira não ser grandiosa, porque durante vinte anos de República ainda não
foi bastante para tratar-nos como cidadãos fardados em defesa da Pátria, mandamos esta honrada
mensagem para que V. Ex. a faça aos marinheiros brasileiros possuirmos os direitos sagrados que as leis da
República nos facilita, acabando com a desordem e nos dando outros gozos que venham engrandecer a
Marinha brasileira; bem assim como: retirar os oficiais incompetentes e indignos de servir à Nação brasileira.
Reformar o código imoral e vergonhoso que nos rege, a fim de que desapareça a chibata, o bolo e outros
castigos semelhantes; aumentar o nosso soldo pelos últimos planos do ilustre Senador José Carlos de
Carvalho, educar os marinheiros que não têm competência para vestir a orgulhosa farda, mandar pôr em
vigor a tabela de serviço diário, que a acompanha.
TemV. Ex.a o prazo de 12 horas para mandar-nos a resposta satisfatória, sob pena de ver a Pátria aniquilada.
Bordo do encouraçado São Paulo, em 22 de novembro de 1910.
Nota: Não poderá ser interrompida a ida e volta do mensageiro.
Marinheiros."
6. "Artigo 1º - É concedida anistia aos
insurretos da parte de navios da Armada
Nacional, se os mesmos, dentro do
prazo que lhes for marcado pelo
Governo, se submeterem às autoridades
constituídas.
Artigo 2º - Revogam-se as disposições em
contrário.
Rio de Janeiro, 25 de novembro de 1910,
89º da Independência e 22º da
República."
Os marinheiros aguardaram a anistia sair no
Diário Oficial, para ter a certeza que iam
ser respeitados em suas medidas, e
garantias de nenhuma punição para eles
e que pudessem continuar na Marinha,
mas de agora de uma forma mais digna.
7. Manchete do Jornal Correio da Manhã em 27 de novembro de 1910
João Cândido entrega o Minas Gerais ao capitão Pereira Leite
8. Desarme dos canhões dos
navios que se rebelaram.
Expulsão dos marinheiros
revoltosos, entre eles João
Cândido e Francisco Dias
Martins;
Prisão de marinheiros
acusados de novas
conspirações.
Revolta no Batalhão Naval.
João Cândido vai para a
Ilha das Cobras – Hospício
– Ilha das Cobras.
9. Antes de se julgar qualquer ex-amotinado, a Marinha já
começava a puni-los. Centenas de marinheiros foram
deportados para o Pará nos porões do paquete Satélite. A
viagem, contudo, terminaria no Acre, onde foram oferecidos
para o trabalho nos seringais e na abertura da ferrovia Madeira-
Mamoré. A polícia, a Marinha e o Exército aproveitaram a
mesma viagem do Satélite para "limpar" a cidade, extirpando
todos aqueles que representassem ameaça à ordem e à
disciplina: marinheiros, soldados, presos e presas civis. Porém,
antes de chegarem ao destino, alguns marinheiros foram
fuzilados sob a acusação de estarem tramando uma revolta a
bordo do Satélite.
10.
11. Mesmo absolvidos, João
Cândido e os outros
marinheiros foram excluídos da
corporação. Perseguido pelos
militares, não conseguiu voltar
para a Marinha de Guerra, que
tanto amava.Tentou entrar na
Marinha Mercante, mas
quando descobriam quem ele
era, João Cândido era
"dispensado". Passou a
sustentar a família vendendo
peixe. Faleceu aos 89 anos, em
1969.
12.
13. Toda essa aula foi retirada do excelente site
http://chibatas.blogspot.com.br/