SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 11
|  Português – 12º ano  | Os Lusíadas, de Camões e a Mensagem, de Fernando Pessoa |  Os Lusíadas  – Mitificação do herói Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 O HERÓI  (do grego: «senhor», «príncipe») Aquele que se eleva  acima da medida humana   pela sua   energia, coragem e sabedoria, na: . na Defesa de Ideal; . no Combate contra os seres humanos e as forças da natureza; . Na Fundação / Libertação de um(a) cidade, país ou território. Mais do que prometia a força humana  (I,1, v.6) A quem Neptuno e Marte obedeceram  (I, 3, v.6) Se tão sublime preço cabe em verso  (I, 5, v.8)
|  Português – 12º ano  | Os Lusíadas, de Camões e a Mensagem, de Fernando Pessoa |  Os Lusíadas  – Mitificação do herói Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 Os HERÓIS d’Os LUSÍADAS . Corajosos, ousados e patrióticos, enfrentam e vencem não só  as forças da natureza, mas também adversários mesquinhos e maldosos; . Espírito de sacrifício; tudo suportam, em nome de um Ideal elevado; . Marcados pela Fé, abençoados por Deus e por Ele protegidos; . Bondosos, generosos, nobres, afáveis em relação àqueles que o merecem; . Pertencem a uma classe social elevada, o seu vestuário é elegante e rico; . São eloquentes (fazem belos discursos); . Só eles acederão à glória e à sublimação.
|  Português – 12º ano  | Os Lusíadas, de Camões e a Mensagem, de Fernando Pessoa |  Os Lusíadas  – Mitificação do herói Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 A Histórica trágico-marítima d’ Os HERÓIS Portugueses Despedidas de Belém  Em tão longo caminho e duvidoso Por perdidos as gentes nos julgavam, As mulheres cum choro piadoso, Os homens com suspiros que arrancavam. Mães, Esposas, Irmãs, que o temeroso Amor mais desconfia, acrecentavam A desesperação e frio medo De já nos não tornar a ver tão cedo. Luís de Camões , Os Lusíadas,  est. 89 / canto IV Mar Português Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar!  Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.   Fernando Pessoa,  Mensagem
|  Português – 12º ano  | Os Lusíadas, de Camões e a Mensagem, de Fernando Pessoa |  Os Lusíadas  – Mitificação do herói Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 A Histórica trágico-marítima d’ Os HERÓIS Portugueses "Praia das Lágrimas" de Rui Veloso Ó mar salgado eu sou só mais uma das que aqui choram e te salgam a espuma.  Ó mar das Trevas que somes galés meu pranto intenso engrossa as marés.  Ó mar da Índia lá nos teus confins de chorar tanto tenho dores nos rins.  Choro nesta areia salina será choro toda a noite séco de manhã.  Ai ó mar Roxo ó mar abafadiço poupa o meu homem não lhe dês sumiço.  Que sol é o teu nesses céus vermelhos que eles partem novos e retornam velhos.  Ó mar da calma ninho do tufão que é do meu amor seis anos já lá vão.  Não sei o que os chama aos teus nevoeiros será fortuna ou bichos-carpinteiros.  Ó mar da China Samantra e Ceilão não sei que faça sou viúva ou não.  Não sei se case notícias não há será que é morto ou se amigou por lá.  Letra de Carlos Tê, música de Rui Veloso, do Álbum  Auto da Pimenta
|  Português – 12º ano  | Os Lusíadas, de Camões e a Mensagem, de Fernando Pessoa |  Os Lusíadas  – Mitificação do herói Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 A Histórica trágico-marítima d’ Os HERÓIS Portugueses Discurso do Velho do Restelo  Mas um velho, de aspecto venerando, que ficava nas praias, entre a gente, postos em nós os olhos, meneando três vezes a cabeça, descontente, a voz pesada um pouco alevantando, que nós no mar ouvimos claramente, Cum saber só de experiências feito, tais palavras tirou do  experto  peito: "Ó glória de mandar, ó vã cobiça desta vaidade a quem chamamos Fama! Ó fraudulento gosto, que se atiça c'ua aura popular, que honra se chama! Que castigo tamanho e que justiça fazes no peito  vão  que muito te ama! Que mortes, que perigos, que tormentas, que crueldades nele experimentas!" Luís de Camões , Os Lusíadas,  est. 95,95 / canto IV  Fala do Velho do Restelo ao Astronauta Aqui, na Terra, a fome continua, A miséria, o luto, e outra vez a fome. Acendemos cigarros em fogos de napalme E dizemos amor sem saber o que seja. Mas fizemos de ti a prova da riqueza, Ou talvez da pobreza, e da fome outra vez. E pusemos em ti nem eu sei que desejo De mais alto que nós, e melhor, e mais puro. No jornal soletramos, de olhos tensos, Maravilhas de espaço e de vertigem: Salgados Oceanos que circundam Ilhas mortas de sede, onde não chove. Mas o mundo, astronauta, é boa mesa  (E as bombas de napalme são brinquedos), Onde come, brincando, só a fome, Só a fome, astronauta, só a fome,  José Saramago (cantado por Manuel Freire)
|  Português – 12º ano  | Os Lusíadas, de Camões e a Mensagem, de Fernando Pessoa |  Os Lusíadas  -  Mitificação do herói  Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 Mito   - μυθος ("mithós")  1.  Personagem, facto ou particularidade que, não tendo sido real, simboliza não obstante uma generalidade que devemos admitir. 2.  Coisa ou pessoa que não existe, mas que se supõe real. 3.  Coisa só possível por hipótese; quimera. http:// www.priberam.pt /DLPO/ default.aspx?pal=mito O mito procura explicar os principais acontecimentos da vida, os fenómenos naturais, as origens do Mundo e do Homem por meio de deuses, semi-deuses e heróis. Pode-se dizer que o mito é uma primeira tentativa de explicar a realidade. Na maioria das vezes, o termo refere-se especificamente aos relatos das civilizações antigas que, organizados, constituem uma mitologia.  «O mito é o nada que é tudo. O mesmo sol que abre os céus É um mito brilhante e mudo.» Fernando Pessoa
|  Português – 12º ano  | Os Lusíadas, de Camões e a Mensagem, de Fernando Pessoa |  Os Lusíadas  – Mitificação do herói Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010   Os Lusíadas são um  texto renascentista , traduzindo o espírito optimista do Renascimento e a inspiração humanista, proferindo um acto de fé nas capacidades humanas. (…) Os  Lusíadas  celebram os Portugueses enquanto nação, colectividade.  (…) O poema tende à universalidade, louva não só os Portugueses mas o homem em geral: a sua capacidade realizadora, descobridora.  A empresa das descobertas é a grande prova dessas capacidades : a de se impor à natureza adversa, de desvendar o desconhecido, de ultrapassar os limites traçados pela cultura antiga e pelo conceito tradicional do homem e do mundo, que estavam dogmatizados e eram difíceis de superar. Os  Lusíadas  celebram a capacidade de alargar e aprofundar o saber; a realização do homem no que respeita ao amor e, por fim, talvez o mais importante,  o poder de edificar a vida face ao destino.   De não ser vítima da fatalidade . De se libertar e de ser sujeito do seu próprio destino.  Por isso, um dos temas épicos consiste na comparação sistemática com os modelos antigos, com o apogeu na divinização dos heróis.  Maria Vitalina leal de Matos,  Tópicos para Uma Leitura de  Os lusíadas, Editorial Verbo, Lisboa, 2003 (Texto com supressões) Cf. Texto de apoio do  Manual Interacções 12ºano , Texto Editores,  pp. 168-169
|  Português – 12º ano  | Os Lusíadas, de Camões e a Mensagem, de Fernando Pessoa |  Os Lusíadas  – Mitificação do herói Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010   Epopeias anteriores  (Homero / Virgílio):   Façanhas fingidas Herói individual Os deuses controlam o destino do herói Epopeia  OS LUSÍADAS Assunto real / verdadeiro /actual e de acordo com o espírito renascentista História/Viagem de um Povo da “Geração de Luso” – Herói colectivo Os deuses, meros seres da fábula ou da lenda, são criação humana – justificam o que parece de difícil  justificação / conferem beleza estética ao poema:  Aqui, só verdadeiros, gloriosos Divos estão, porque eu, Saturno e Jano, Júpiter, Juno, fomos fabulosos, Fingidos de mortal e cego engano, Só pera fazer versos deleitosos Servimos; e, se mais o trato humano Nos pode dar, é só que o nome nosso Nestas estrelas pôs o engenho vosso.   (X, est.82)
|  Português – 12º ano  | Os Lusíadas, de Camões e a Mensagem, de Fernando Pessoa |  Os Lusíadas   - Mitificação do herói Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010  
|  Português – 12º ano  | Os Lusíadas, de Camões e a Mensagem, de Fernando Pessoa |  Os Lusíadas  – Mitificação do Herói Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 Sistematizando a Mitificação do Herói . a ousadia do Homem fê-lo superar-se, ao conquistar terras e mares . por isso os heróis são imortalizados: tornam-se deuses (os deuses romanos são destronados) . metaforicamente, a viagem de Vasco da Gama é a conquista da Verdade (por isso Gama poderá contemplar a “máquina do mundo”) . através do erotismo da Ilha dos Amores, os homens entram em comunhão com o divino . assim, a Ilha dos Amores (Olimpo simbólico) representa a essência da vida: o Amor e o Conhecimento.
|  Português – 12º ano  | Os Lusíadas, de Camões e a Mensagem, de Fernando Pessoa |  Os Lusíadas  – Mitificação do Herói Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 Leituras recomendadas: MOREIRA, Vasco e PIMENTA, Hilário,  Preparação para o Exame nacional 2009, Português 12ºano , Porto Editora, 2010, p.56.  AZÓIA, Fátima e SANTOS, Fátima,  Manual Interacções 12ºano , Texto Editores, pp.139:  Texto de apoio - A Mitificação do Herói  http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/portugues/portugues_trabalhos/lusiadasmensagem.htm

Mais conteúdo relacionado

Mais de Dina Baptista

Jantar no Hotel Central
Jantar no Hotel CentralJantar no Hotel Central
Jantar no Hotel CentralDina Baptista
 
Os Maias_ sistematizacao
Os Maias_ sistematizacaoOs Maias_ sistematizacao
Os Maias_ sistematizacaoDina Baptista
 
Os Maias - Jantar no Hotel Central
Os Maias - Jantar no Hotel CentralOs Maias - Jantar no Hotel Central
Os Maias - Jantar no Hotel CentralDina Baptista
 
Cesário Verde-Sistematização
Cesário Verde-SistematizaçãoCesário Verde-Sistematização
Cesário Verde-SistematizaçãoDina Baptista
 
Repreensões gerais e particulares
Repreensões gerais e particularesRepreensões gerais e particulares
Repreensões gerais e particularesDina Baptista
 
Sermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e III
Sermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e IIISermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e III
Sermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e IIIDina Baptista
 
Gigante Adamastor, d'Os Lusíadas
Gigante Adamastor, d'Os LusíadasGigante Adamastor, d'Os Lusíadas
Gigante Adamastor, d'Os LusíadasDina Baptista
 
Contos do séculoXX | neo-realismo
Contos do séculoXX | neo-realismoContos do séculoXX | neo-realismo
Contos do séculoXX | neo-realismoDina Baptista
 
Poesia do século XX- 4
Poesia do século XX- 4Poesia do século XX- 4
Poesia do século XX- 4Dina Baptista
 
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade   Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade Dina Baptista
 
Mário Cesariny de Vasconcelos
Mário Cesariny de VasconcelosMário Cesariny de Vasconcelos
Mário Cesariny de VasconcelosDina Baptista
 
José Ary dos Santos
José Ary dos SantosJosé Ary dos Santos
José Ary dos SantosDina Baptista
 
Poesia do Séc.XX - 3
Poesia do Séc.XX - 3Poesia do Séc.XX - 3
Poesia do Séc.XX - 3Dina Baptista
 
José Gomes Ferreira
José Gomes FerreiraJosé Gomes Ferreira
José Gomes FerreiraDina Baptista
 
Sophia de Mello Breyner
Sophia de Mello BreynerSophia de Mello Breyner
Sophia de Mello BreynerDina Baptista
 
Poetas do séc.XX - 2
Poetas do séc.XX - 2Poetas do séc.XX - 2
Poetas do séc.XX - 2Dina Baptista
 
Poesia do século XX - 1
Poesia do século XX - 1Poesia do século XX - 1
Poesia do século XX - 1Dina Baptista
 

Mais de Dina Baptista (20)

Jantar no Hotel Central
Jantar no Hotel CentralJantar no Hotel Central
Jantar no Hotel Central
 
Os Maias_ sistematizacao
Os Maias_ sistematizacaoOs Maias_ sistematizacao
Os Maias_ sistematizacao
 
Os Maias - Jantar no Hotel Central
Os Maias - Jantar no Hotel CentralOs Maias - Jantar no Hotel Central
Os Maias - Jantar no Hotel Central
 
Cesário Verde-Sistematização
Cesário Verde-SistematizaçãoCesário Verde-Sistematização
Cesário Verde-Sistematização
 
Repreensões gerais e particulares
Repreensões gerais e particularesRepreensões gerais e particulares
Repreensões gerais e particulares
 
Sermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e III
Sermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e IIISermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e III
Sermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e III
 
Gigante Adamastor, d'Os Lusíadas
Gigante Adamastor, d'Os LusíadasGigante Adamastor, d'Os Lusíadas
Gigante Adamastor, d'Os Lusíadas
 
Contos do séculoXX | neo-realismo
Contos do séculoXX | neo-realismoContos do séculoXX | neo-realismo
Contos do séculoXX | neo-realismo
 
Manuel Alegre
Manuel AlegreManuel Alegre
Manuel Alegre
 
Poesia do século XX- 4
Poesia do século XX- 4Poesia do século XX- 4
Poesia do século XX- 4
 
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade   Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade
 
Mário Cesariny de Vasconcelos
Mário Cesariny de VasconcelosMário Cesariny de Vasconcelos
Mário Cesariny de Vasconcelos
 
José Ary dos Santos
José Ary dos SantosJosé Ary dos Santos
José Ary dos Santos
 
Eugénio de Andrade
Eugénio de AndradeEugénio de Andrade
Eugénio de Andrade
 
Poesia do Séc.XX - 3
Poesia do Séc.XX - 3Poesia do Séc.XX - 3
Poesia do Séc.XX - 3
 
Jose Regio
Jose RegioJose Regio
Jose Regio
 
José Gomes Ferreira
José Gomes FerreiraJosé Gomes Ferreira
José Gomes Ferreira
 
Sophia de Mello Breyner
Sophia de Mello BreynerSophia de Mello Breyner
Sophia de Mello Breyner
 
Poetas do séc.XX - 2
Poetas do séc.XX - 2Poetas do séc.XX - 2
Poetas do séc.XX - 2
 
Poesia do século XX - 1
Poesia do século XX - 1Poesia do século XX - 1
Poesia do século XX - 1
 

Último

ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇJaineCarolaineLima
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorEdvanirCosta
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfHELENO FAVACHO
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecniCleidianeCarvalhoPer
 

Último (20)

ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 

Os Lusíadas - Mitificação do Herói

  • 1. | Português – 12º ano | Os Lusíadas, de Camões e a Mensagem, de Fernando Pessoa | Os Lusíadas – Mitificação do herói Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 O HERÓI (do grego: «senhor», «príncipe») Aquele que se eleva acima da medida humana pela sua energia, coragem e sabedoria, na: . na Defesa de Ideal; . no Combate contra os seres humanos e as forças da natureza; . Na Fundação / Libertação de um(a) cidade, país ou território. Mais do que prometia a força humana (I,1, v.6) A quem Neptuno e Marte obedeceram (I, 3, v.6) Se tão sublime preço cabe em verso (I, 5, v.8)
  • 2. | Português – 12º ano | Os Lusíadas, de Camões e a Mensagem, de Fernando Pessoa | Os Lusíadas – Mitificação do herói Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 Os HERÓIS d’Os LUSÍADAS . Corajosos, ousados e patrióticos, enfrentam e vencem não só as forças da natureza, mas também adversários mesquinhos e maldosos; . Espírito de sacrifício; tudo suportam, em nome de um Ideal elevado; . Marcados pela Fé, abençoados por Deus e por Ele protegidos; . Bondosos, generosos, nobres, afáveis em relação àqueles que o merecem; . Pertencem a uma classe social elevada, o seu vestuário é elegante e rico; . São eloquentes (fazem belos discursos); . Só eles acederão à glória e à sublimação.
  • 3. | Português – 12º ano | Os Lusíadas, de Camões e a Mensagem, de Fernando Pessoa | Os Lusíadas – Mitificação do herói Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 A Histórica trágico-marítima d’ Os HERÓIS Portugueses Despedidas de Belém Em tão longo caminho e duvidoso Por perdidos as gentes nos julgavam, As mulheres cum choro piadoso, Os homens com suspiros que arrancavam. Mães, Esposas, Irmãs, que o temeroso Amor mais desconfia, acrecentavam A desesperação e frio medo De já nos não tornar a ver tão cedo. Luís de Camões , Os Lusíadas, est. 89 / canto IV Mar Português Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu. Fernando Pessoa, Mensagem
  • 4. | Português – 12º ano | Os Lusíadas, de Camões e a Mensagem, de Fernando Pessoa | Os Lusíadas – Mitificação do herói Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 A Histórica trágico-marítima d’ Os HERÓIS Portugueses "Praia das Lágrimas" de Rui Veloso Ó mar salgado eu sou só mais uma das que aqui choram e te salgam a espuma. Ó mar das Trevas que somes galés meu pranto intenso engrossa as marés. Ó mar da Índia lá nos teus confins de chorar tanto tenho dores nos rins. Choro nesta areia salina será choro toda a noite séco de manhã. Ai ó mar Roxo ó mar abafadiço poupa o meu homem não lhe dês sumiço. Que sol é o teu nesses céus vermelhos que eles partem novos e retornam velhos. Ó mar da calma ninho do tufão que é do meu amor seis anos já lá vão. Não sei o que os chama aos teus nevoeiros será fortuna ou bichos-carpinteiros. Ó mar da China Samantra e Ceilão não sei que faça sou viúva ou não. Não sei se case notícias não há será que é morto ou se amigou por lá. Letra de Carlos Tê, música de Rui Veloso, do Álbum Auto da Pimenta
  • 5. | Português – 12º ano | Os Lusíadas, de Camões e a Mensagem, de Fernando Pessoa | Os Lusíadas – Mitificação do herói Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 A Histórica trágico-marítima d’ Os HERÓIS Portugueses Discurso do Velho do Restelo Mas um velho, de aspecto venerando, que ficava nas praias, entre a gente, postos em nós os olhos, meneando três vezes a cabeça, descontente, a voz pesada um pouco alevantando, que nós no mar ouvimos claramente, Cum saber só de experiências feito, tais palavras tirou do experto peito: "Ó glória de mandar, ó vã cobiça desta vaidade a quem chamamos Fama! Ó fraudulento gosto, que se atiça c'ua aura popular, que honra se chama! Que castigo tamanho e que justiça fazes no peito vão que muito te ama! Que mortes, que perigos, que tormentas, que crueldades nele experimentas!" Luís de Camões , Os Lusíadas, est. 95,95 / canto IV Fala do Velho do Restelo ao Astronauta Aqui, na Terra, a fome continua, A miséria, o luto, e outra vez a fome. Acendemos cigarros em fogos de napalme E dizemos amor sem saber o que seja. Mas fizemos de ti a prova da riqueza, Ou talvez da pobreza, e da fome outra vez. E pusemos em ti nem eu sei que desejo De mais alto que nós, e melhor, e mais puro. No jornal soletramos, de olhos tensos, Maravilhas de espaço e de vertigem: Salgados Oceanos que circundam Ilhas mortas de sede, onde não chove. Mas o mundo, astronauta, é boa mesa (E as bombas de napalme são brinquedos), Onde come, brincando, só a fome, Só a fome, astronauta, só a fome, José Saramago (cantado por Manuel Freire)
  • 6. | Português – 12º ano | Os Lusíadas, de Camões e a Mensagem, de Fernando Pessoa | Os Lusíadas - Mitificação do herói Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 Mito - μυθος ("mithós") 1. Personagem, facto ou particularidade que, não tendo sido real, simboliza não obstante uma generalidade que devemos admitir. 2. Coisa ou pessoa que não existe, mas que se supõe real. 3. Coisa só possível por hipótese; quimera. http:// www.priberam.pt /DLPO/ default.aspx?pal=mito O mito procura explicar os principais acontecimentos da vida, os fenómenos naturais, as origens do Mundo e do Homem por meio de deuses, semi-deuses e heróis. Pode-se dizer que o mito é uma primeira tentativa de explicar a realidade. Na maioria das vezes, o termo refere-se especificamente aos relatos das civilizações antigas que, organizados, constituem uma mitologia. «O mito é o nada que é tudo. O mesmo sol que abre os céus É um mito brilhante e mudo.» Fernando Pessoa
  • 7. | Português – 12º ano | Os Lusíadas, de Camões e a Mensagem, de Fernando Pessoa | Os Lusíadas – Mitificação do herói Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010   Os Lusíadas são um texto renascentista , traduzindo o espírito optimista do Renascimento e a inspiração humanista, proferindo um acto de fé nas capacidades humanas. (…) Os Lusíadas celebram os Portugueses enquanto nação, colectividade. (…) O poema tende à universalidade, louva não só os Portugueses mas o homem em geral: a sua capacidade realizadora, descobridora. A empresa das descobertas é a grande prova dessas capacidades : a de se impor à natureza adversa, de desvendar o desconhecido, de ultrapassar os limites traçados pela cultura antiga e pelo conceito tradicional do homem e do mundo, que estavam dogmatizados e eram difíceis de superar. Os Lusíadas celebram a capacidade de alargar e aprofundar o saber; a realização do homem no que respeita ao amor e, por fim, talvez o mais importante, o poder de edificar a vida face ao destino. De não ser vítima da fatalidade . De se libertar e de ser sujeito do seu próprio destino. Por isso, um dos temas épicos consiste na comparação sistemática com os modelos antigos, com o apogeu na divinização dos heróis. Maria Vitalina leal de Matos, Tópicos para Uma Leitura de Os lusíadas, Editorial Verbo, Lisboa, 2003 (Texto com supressões) Cf. Texto de apoio do Manual Interacções 12ºano , Texto Editores, pp. 168-169
  • 8. | Português – 12º ano | Os Lusíadas, de Camões e a Mensagem, de Fernando Pessoa | Os Lusíadas – Mitificação do herói Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010   Epopeias anteriores (Homero / Virgílio): Façanhas fingidas Herói individual Os deuses controlam o destino do herói Epopeia OS LUSÍADAS Assunto real / verdadeiro /actual e de acordo com o espírito renascentista História/Viagem de um Povo da “Geração de Luso” – Herói colectivo Os deuses, meros seres da fábula ou da lenda, são criação humana – justificam o que parece de difícil justificação / conferem beleza estética ao poema: Aqui, só verdadeiros, gloriosos Divos estão, porque eu, Saturno e Jano, Júpiter, Juno, fomos fabulosos, Fingidos de mortal e cego engano, Só pera fazer versos deleitosos Servimos; e, se mais o trato humano Nos pode dar, é só que o nome nosso Nestas estrelas pôs o engenho vosso. (X, est.82)
  • 9. | Português – 12º ano | Os Lusíadas, de Camões e a Mensagem, de Fernando Pessoa | Os Lusíadas - Mitificação do herói Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010  
  • 10. | Português – 12º ano | Os Lusíadas, de Camões e a Mensagem, de Fernando Pessoa | Os Lusíadas – Mitificação do Herói Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 Sistematizando a Mitificação do Herói . a ousadia do Homem fê-lo superar-se, ao conquistar terras e mares . por isso os heróis são imortalizados: tornam-se deuses (os deuses romanos são destronados) . metaforicamente, a viagem de Vasco da Gama é a conquista da Verdade (por isso Gama poderá contemplar a “máquina do mundo”) . através do erotismo da Ilha dos Amores, os homens entram em comunhão com o divino . assim, a Ilha dos Amores (Olimpo simbólico) representa a essência da vida: o Amor e o Conhecimento.
  • 11. | Português – 12º ano | Os Lusíadas, de Camões e a Mensagem, de Fernando Pessoa | Os Lusíadas – Mitificação do Herói Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 Leituras recomendadas: MOREIRA, Vasco e PIMENTA, Hilário, Preparação para o Exame nacional 2009, Português 12ºano , Porto Editora, 2010, p.56. AZÓIA, Fátima e SANTOS, Fátima, Manual Interacções 12ºano , Texto Editores, pp.139: Texto de apoio - A Mitificação do Herói http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/portugues/portugues_trabalhos/lusiadasmensagem.htm