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Luís Vaz de Camões
N. Lisboa (?) 1524/1525 (?)
F. Lisboa, 10/06/1580
Espaços: Lisboa, Coimbra, Ceuta, Sintra
“Numa mão sempre a espada e noutra a pena.”
Breve sinopse _ Vida de Camões
Luis de Camões - Documentário (série Grandes Portugueses). :

Caracterização: brigão, namoradeiro e galanteador, homem da corte
e do povo, soldado, desafortunado, patriota
. Epopeia: Os Lusíadas
. Poesia: Tradicional / Clássica
. Peças de teatro: Autos…
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O dia em que nasci moura e pereça,
Não o queira jamais o tempo dar;
Não torne mais ao Mundo, e, se tornar,
Eclipse nesse passo o Sol padeça.

Erros meus, má Fortuna, Amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a Fortuna sobejaram,
Que para mim bastava Amor somente.

A luz lhe falte, O Sol se [lhe] escureça,
Mostre o Mundo sinais de se acabar,
Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar,
A mãe ao próprio filho não conheça.

Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que já as frequências suas me ensinaram
A desejos deixar de ser contente.

As pessoas pasmadas, de ignorantes,
As lágrimas no rosto, a cor perdida,
Cuidem que o mundo já se destruiu.

Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa a que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.

Ó gente temerosa, não te espantes,
Que este dia deitou ao Mundo a vida
Mais desgraçada que jamais se viu!

De Amor não vi senão breves enganos.
Oh! Quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!

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Renascimento: Tempo e Arte de mudança
. Movimento cultural que surgiu em Itália, no século XV, e que se prolongou até ao
século XVII, tendo o seu apogeu entre 1495 e 1520.
. Resultante de um conjunto de transformações sociais, culturais económicas,
este movimento surge em oposição à escolástica medieval: uma nova maneira
de olhar e estudar o mundo natural.
. Em termos artísticos, o renascimento caracteriza-se por uma forte tendência
naturalista. Os novos conhecimentos da anatomia, da fisiologia e da geometria
são incorporados, possibilitando, por exemplo, a representação do volume no
plano.
. Caracterizado pela retoma dos valores da cultura greco-romana
(Classicismo), visa a aceitação das formas artísticas greco-latinas e a
assimilação do espírito que as anima - “Imitar os Clássicos, imitar a Natureza”:
- procura-se a pureza formal, equilíbrio e o rigor / a mitologia passou a
ser usado como tema, a par das cenas bíblicas, realçando-se a humanização
das figuras / o retrato, normalmente enquadrado na natureza, e o nu são temas
recorrentes.
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"O homem é a medida de todas as coisas” Protágoras
Humanismo: o entendimento do mundo passa a ser feito a partir da importância do
ser humano; o trabalho, as guerras, as transformações, os amores, as contradições
humanas tornaram-se objetos de preocupação.
Racionalismo - Experimentalismo: a convicção de que tudo pode ser explicado
pela razão do homem e pela ciência, a recusa em acreditar em qualquer coisa que
não tenha sido provada.
Individualismo: emergência da burguesia e de novas relações de trabalho.
Hedonismo: visão do prazer e da felicidade como bens supremos.
Heliocentrismo: Copérnico nega o centrismo da Terra.
Expansionismo: movimento de expansão marítima que teve como ponto alto os
Descobrimentos portugueses.

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Humanização das figuras / Perspetiva, luz e harmonia / Ideal de beleza / Simetria

Madona no prado, Rafael

Danae, Antonio Allegri

O homem vitruviano, Leonardo
Da Vinci

O Nascimento de Vénus, Sandro Botticelli

David, Michelangelo

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LEITURA DE IMAGEM

Descreva-a,
considerando:
. A figura central: Vénus, a
deusa romana do Amor;
. As figuras da esquerdaos Ventos d’Oeste – as
figuras da direita – Flora
ou uma das Horas
(deusas das estações do
ano)
. A harmonia criada pelas
formas onduladas;

. A simbologia das cores;
. O equilíbrio de todo o quadro e do corpo de Vénus em particular;
. A figura feminina representada por Vénus e a sua relação com a mulher
renascentista.
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A OBRA LÍRICA CAMONIANA É MARCADA POR UMA DUALIDADE:
A)Tradição Lírica
Lírica trovadoresca: cantigas de amigo
Poesia palaciana: cantigas de amor
• As formas poéticas tradicionais: cantigas e vilancetes (com mote),
esparsas, endechas, trovas (sem mote)...
• Uso da medida velha: redondilha menor (versos de 5 sílabas
métricas) e maior (versos de 7 sílabas métricas)
• Temas tradicionais e populares; a menina que vai à fonte; o verde
dos campos e dos olhos; o amor simples e natural; a saudade e o
sofrimento; a dor e a mágoa; o ambiente cortesão com as suas “cousas
de folgar” e as futilidades; a exaltação da beleza de uma mulher de
condição servil, de olhos pretos e tez morena (a “Barbara, escrava”); a
infelicidade presente e a felicidade passada.
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A) Tradição Lírica
Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.
Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.

Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.
(Cantiga:_1 mote de 3 ou 4 versos e uma ou mais
glosas de 8, 9 ou 10 versos)
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Mote:
Descalça vai para a fonte
Leonor pela verdura;
Vai fermosa, e não segura.
Voltas
Leva na cabeça o pote,
O testo nas mãos de prata,
Cinta de fina escarlata1,
Sainho2 de chamalote3;
Traz a vasquinha4 de cote5,
Mais branca que a neve pura;
Vai fermosa, e não segura
Descobre a touca a garganta,
Cabelos d’ouro o trançado6,
Fita de cor de encarnado,
Tão linda que o mundo espanta;
Chove nela graça tanta
Que dá graça à fermosura;
Vai fermosa, e não segura.

Tema: Exaltação da beleza de Leanor.
Conteúdo: A descrição da beleza e
graciosidade de Leanor concretizada de
variadas maneiras e a vários níveis.
Forma: vilancete em redondilha maior,
com mote de três versos, com esquema
rimático ABB/cddccBB.

1-Escarlata: tecido de lã ou de seda vermelho-vivo; 2- sainho: espécie de camisa ou
colete; 3- chamalote: tecido de lã misturado com seda; 4- vasquinha: saia com muitas
pregas na cintura; 5- cote: de todos os dias, 6- fita/rede de atar os cabelos

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Poema da Autoestrada
(António Gedeão)

Com um rasgão na paisagem
corta a lambreta afiada,
engole as bermas da estrada
e a rumorosa folhagem.
Urrando, estremece a terra,
bramir de rinoceronte,
enfia pelo horizonte
como um punhal que se enterra.
Tudo foge à sua volta,
o céu, as nuvens, as casas,
e com os bramidos que solta,
lembra um demónio com asas.

Voando vai para a praia
Leonor na estrada preta.
Vai na brasa, de lambreta.
Agarrada ao companheiro
Leva calções de pirata, na volúpia da escapada
vermelho de alizarina,
pincha no banco traseiro
modelando a coxa fina, em cada volta da estrada.
de impaciente nervura. Grita de medo fingido,
como guache lustroso, que o receio não é com ela,
amarelo de idantreno,
mas por amor e cautela
Na confusão dos sentidos
blusinha de terileno
abraça-o pela cintura.
desfraldada na cintura. Vai ditosa e bem segura. já nem percebe Leonor
se o que lhe chega aos ouvidos
são ecos de amor perdidos
Fuge, fuge, Leonoreta:
se os rugidos do motor.
Vai na brasa, de lambreta.
Fuge, fuge, Leonoreta
Vai na brasa, de lambreta.
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B) Corrente RENASCENTISTA :
• O estilo novo: soneto, canção, écloga, ode, entre outros.
• Uso da Medida Nova: decassílabos
SONETO
composição constituída por 14 versos, distribuídos por 2 quadras com
rima interpolada e emparelhada (abba/ abba) e 2 tercetos com rima
cruzada (cde/cde ou cdc/dcd), com versos de 10 sílabas métricas
(versos decassilábicos)
A estrutura externa corresponde a uma estrutura interna, geralmente,
organizada da seguinte forma:
Primeira quadra: apresentação do tema a desenvolver:
Segunda quadra: desenvolvimento do tema;
Primeiro terceto: confirmação;
Segundo terceto: conclusão
O soneto deve terminar com chave de ouro, terminando com um
pensamento elevado , habitualmente emotivo.
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•Classicismo: Equilíbrio; Humanismo; Universalismo; Mitologia pagã;
Imitação; ideal ético-estético; verosimilhança
•Petrarquismo: Ideal de mulher petrarquista: retrato idealizado da
amada, cuja beleza física e qualidades morais e psicológicas resultam
num quadro perfeito, quase celestial e, por isso, intocável e
inatingível: longos cabelos “de ouro”, ondulados, pele branca e delicada,
olhos claros e cintilantes que refletem um temperamento sereno, uma
alegria discreta.
Em plena harmonia com a Natureza, o retrato da mulher amada
oscila entre o ideal de amor espiritual e carnal, e, por isso,
provocador de contradições amorosa.

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Platonismo: mundo inteligível vs mundo sensível:
busca do amor platónico, elevado e espiritual.
A ALEGORIA DA CAVERNA
Platão convida-nos a imaginar como seria se
aquilo que conhecemos fosse diferente …
ilusoriamente, vivemos acorrentados a falsas
crenças, preconceitos, ideias enganosas …
•Experiência pessoal: o exílio, os erros, a má
fortuna (Destino) e o amor que lhe causa
sofrimento; a predestinação quase maldita e
apocalíptica, o desconcerto do mundo…
•Temas Bíblicos
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ÁREAS TEMÁTICAS

O AMOR surge sempre
como
fonte
de
contradições, entre a vida
e a morte, a água e o fogo,
a
esperança
e
o
desengano,
a
ideia
(platonismo) e o desejo de
carnalidade.
Por isso, o poeta sofre um
intenso conflito amoroso,
quase sempre provocado
pelos
efeitos
contraditórios do amor
(assim se explica o abuso
das antíteses e dos
oximoros)

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
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SETE ANOS DE PASTOR JACOB SERVIA
Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prémio pretendia.
Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assim negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida,

Poema/Soneto de inspiração bíblica.
Embora Jacob se sacrifique devido ao
amor por Raquel, este amor acaba por
se enquadrar no que se considera ser o
alto amor, já que subsiste
platonicamente durante catorze anos.

Escute com atenção a música
“A PAIXÃO”,
cantada por Rui Veloso e estabeleça
um comparação com o poema

Começa de servir outros sete anos,
Dizendo: - “Mais servira, senão fora
Para tão longo amor tão curta a vida!”
15
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A MULHER – em íntima
ligação com a temática do
amor e da natureza (“locus
amenus”), a amada surge
umas vezes como ser
angélico, outras como ser
maléfico;
A
mulher
amada
é
espiritualizada, fonte de
perfeição moral. A sua
beleza física espelha a
beleza interior, inspirada no
modelo de Laura (ideal de
amor espiritual) e no
modelo renascentista de
Vénus (ideal de amor
carnal).

Ondados fios de ouro reluzente,
Que agora da mão bela recolhidos,
Agora sobre as rosas estendidos
Fazeis que sua graça se acrecente;
Olhos, que vos moveis tão docemente,
Em mil divinos raios encendidos,
Se de cá me levais alma e sentidos,
Que fora, se de vós não fora ausente?
Honesto riso, que entre a mor fineza
De perlas e corais nace e parece,
Se n'alma em doces ecos não o ouvisse!
Se imaginando só tanta beleza,
De si, em nova glória, a alma se esquece,
Que será quando a vir? Ah! quem a visse!
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A SAUDADE – faz
sofrer, mas inspira; a
ausência da amada é
insuportável e divide o
sujeito poético.

Aquela triste e leda madrugada,
Cheia toda de mágoa e de piedade,
Enquanto houver no mundo saudade
Quero que seja sempre celebrada. …
______________
Ah! minha Dinamene! Assim deixaste
Quem não deixara nunca de querer-te!
Ah! Ninfa minha, já não posso ver-te,
Tão asinha esta vida desprezaste!...
…

A Página perdida de Camões
Banda Polifônicos e Luciano Milici

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| Português– 10.ºano | Módulo 2: Textos Expressivos e Criativos e Textos Poéticos

A NATUREZA – locus
amoenus ‘lugar ameno’ –
descrição da paisagem
ideal, num ambiente
tranquilo e bucólico ou
pastoril.
O DESTINO – é
sobretudo na sua vida
amorosa que Camões
sente
a
presença
maléfica do destino:
tentando lutar contra a
má fortuna, o sujeito
recorda, muitas vezes,
o bem passado.

Alegres campos, verdes arvoredos,
claras e frescas águas de cristal,
que em vós os debuxais ao natural
discorrendo da altura dos rochedos;
…

Depois que quis Amor que eu só passasse
Quanto mal já por muitos repartiu,
Entregou-me à Fortuna, porque viu
Que não tinha mais mal que em mim mostrasse.
Lembranças, que lembrais meu bem
passado,
Pera que sinta mais o mal presente,
Deixai-me, se quereis, viver contente,
Não me deixeis morrer em tal estado.

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| Português– 10.ºano | Módulo 2: Textos Expressivos e Criativos e Textos Poéticos

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
O TEMPO
EA
MUDANÇA
– a mudança

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

é cíclica e o
tempo anula
qualquer
esperança.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
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| Português– 10.ºano | Módulo 1: Textos de Caráter Autobiográfico e Outros de Natureza Utilitária

LINGUAGEM E ESTILO – ANÁLISE ESTILÍSTICA
•adjetivação expressiva;
•pontuação emotiva (exclamações, interrogações);
•expressividade de tempos e modos verbais;
•uso de vocabulário erudito;
•recurso à mitologia;
•predomínio de metáforas, apóstrofes, hipérboles, anáforas e
hipérbatos, paralelismos anafóricos; antítese, oximoros etc.;
•alternância entre ritmo rápido e lento.
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| Português– 10.ºano | Módulo 1: Textos de Caráter Autobiográfico e Outros de Natureza Utilitária

Assim andou e continua a andar o mundo…
desconsertado…
O desconserto do Mundo
Os bons vi sempre passar
no mundo graves tormentos;
e, para mais m’ espantar,
os maus vi sempre nadar
em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
o bem tão mal ordenado,
fui mau; mas fui castigado.
Assim que só para mim
anda o mundo concertado.
Camões, Esparsa

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Camões Lírico (10.ºano/Português)

  • 1. Dina Baptista | www.sebentadigital.com EPADRV 2013/2014 | Português– 10.ºano | Módulo 2: Textos Expressivos e Criativos e Textos Poéticos Luís Vaz de Camões N. Lisboa (?) 1524/1525 (?) F. Lisboa, 10/06/1580 Espaços: Lisboa, Coimbra, Ceuta, Sintra “Numa mão sempre a espada e noutra a pena.” Breve sinopse _ Vida de Camões Luis de Camões - Documentário (série Grandes Portugueses). : Caracterização: brigão, namoradeiro e galanteador, homem da corte e do povo, soldado, desafortunado, patriota . Epopeia: Os Lusíadas . Poesia: Tradicional / Clássica . Peças de teatro: Autos… 1 www.sebentadigital.com | Português-10.ºano-Prof. | A professora: Dina Baptista
  • 2. Dina Baptista | www.sebentadigital.com EPADRV 2013/2014 | Português– 10.ºano | Módulo 2: Textos Expressivos e Criativos e Textos Poéticos O dia em que nasci moura e pereça, Não o queira jamais o tempo dar; Não torne mais ao Mundo, e, se tornar, Eclipse nesse passo o Sol padeça. Erros meus, má Fortuna, Amor ardente Em minha perdição se conjuraram; Os erros e a Fortuna sobejaram, Que para mim bastava Amor somente. A luz lhe falte, O Sol se [lhe] escureça, Mostre o Mundo sinais de se acabar, Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar, A mãe ao próprio filho não conheça. Tudo passei; mas tenho tão presente A grande dor das cousas que passaram, Que já as frequências suas me ensinaram A desejos deixar de ser contente. As pessoas pasmadas, de ignorantes, As lágrimas no rosto, a cor perdida, Cuidem que o mundo já se destruiu. Errei todo o discurso de meus anos; Dei causa a que a Fortuna castigasse As minhas mal fundadas esperanças. Ó gente temerosa, não te espantes, Que este dia deitou ao Mundo a vida Mais desgraçada que jamais se viu! De Amor não vi senão breves enganos. Oh! Quem tanto pudesse, que fartasse Este meu duro Génio de vinganças! 2 www.sebentadigital.com | Português-10.ºano-Prof. | A professora: Dina Baptista
  • 3. Dina Baptista | www.sebentadigital.com EPADRV 2013/2014 | Português– 10.ºano | Módulo 2: Textos Expressivos e Criativos e Textos Poéticos Renascimento: Tempo e Arte de mudança . Movimento cultural que surgiu em Itália, no século XV, e que se prolongou até ao século XVII, tendo o seu apogeu entre 1495 e 1520. . Resultante de um conjunto de transformações sociais, culturais económicas, este movimento surge em oposição à escolástica medieval: uma nova maneira de olhar e estudar o mundo natural. . Em termos artísticos, o renascimento caracteriza-se por uma forte tendência naturalista. Os novos conhecimentos da anatomia, da fisiologia e da geometria são incorporados, possibilitando, por exemplo, a representação do volume no plano. . Caracterizado pela retoma dos valores da cultura greco-romana (Classicismo), visa a aceitação das formas artísticas greco-latinas e a assimilação do espírito que as anima - “Imitar os Clássicos, imitar a Natureza”: - procura-se a pureza formal, equilíbrio e o rigor / a mitologia passou a ser usado como tema, a par das cenas bíblicas, realçando-se a humanização das figuras / o retrato, normalmente enquadrado na natureza, e o nu são temas recorrentes. 3 www.sebentadigital.com | Português-10.ºano-Prof. | A professora: Dina Baptista
  • 4. Dina Baptista | www.sebentadigital.com EPADRV 2013/2014 | Português– 10.ºano | Módulo 2: Textos Expressivos e Criativos e Textos Poéticos "O homem é a medida de todas as coisas” Protágoras Humanismo: o entendimento do mundo passa a ser feito a partir da importância do ser humano; o trabalho, as guerras, as transformações, os amores, as contradições humanas tornaram-se objetos de preocupação. Racionalismo - Experimentalismo: a convicção de que tudo pode ser explicado pela razão do homem e pela ciência, a recusa em acreditar em qualquer coisa que não tenha sido provada. Individualismo: emergência da burguesia e de novas relações de trabalho. Hedonismo: visão do prazer e da felicidade como bens supremos. Heliocentrismo: Copérnico nega o centrismo da Terra. Expansionismo: movimento de expansão marítima que teve como ponto alto os Descobrimentos portugueses. 4 www.sebentadigital.com | Português-10.ºano-Prof. | A professora: Dina Baptista
  • 5. Dina Baptista | www.sebentadigital.com EPADRV 2013/2014 | Português– 10.ºano | Módulo 2: Textos Expressivos e Criativos e Textos Poéticos Humanização das figuras / Perspetiva, luz e harmonia / Ideal de beleza / Simetria Madona no prado, Rafael Danae, Antonio Allegri O homem vitruviano, Leonardo Da Vinci O Nascimento de Vénus, Sandro Botticelli David, Michelangelo www.sebentadigital.com | Português-10.ºano-Prof. | A professora: Dina Baptista 5
  • 6. Dina Baptista | www.sebentadigital.com EPADRV 2013/2014 | Português– 10.ºano | Módulo 2: Textos Expressivos e Criativos e Textos Poéticos LEITURA DE IMAGEM Descreva-a, considerando: . A figura central: Vénus, a deusa romana do Amor; . As figuras da esquerdaos Ventos d’Oeste – as figuras da direita – Flora ou uma das Horas (deusas das estações do ano) . A harmonia criada pelas formas onduladas; . A simbologia das cores; . O equilíbrio de todo o quadro e do corpo de Vénus em particular; . A figura feminina representada por Vénus e a sua relação com a mulher renascentista. 6 www.sebentadigital.com | Português-10.ºano-Prof. | A professora: Dina Baptista
  • 7. Dina Baptista | www.sebentadigital.com EPADRV 2013/2014 | Português– 10.ºano | Módulo 2: Textos Expressivos e Criativos e Textos Poéticos A OBRA LÍRICA CAMONIANA É MARCADA POR UMA DUALIDADE: A)Tradição Lírica Lírica trovadoresca: cantigas de amigo Poesia palaciana: cantigas de amor • As formas poéticas tradicionais: cantigas e vilancetes (com mote), esparsas, endechas, trovas (sem mote)... • Uso da medida velha: redondilha menor (versos de 5 sílabas métricas) e maior (versos de 7 sílabas métricas) • Temas tradicionais e populares; a menina que vai à fonte; o verde dos campos e dos olhos; o amor simples e natural; a saudade e o sofrimento; a dor e a mágoa; o ambiente cortesão com as suas “cousas de folgar” e as futilidades; a exaltação da beleza de uma mulher de condição servil, de olhos pretos e tez morena (a “Barbara, escrava”); a infelicidade presente e a felicidade passada. 7 www.sebentadigital.com | Português-10.ºano-Prof. | A professora: Dina Baptista
  • 8. Dina Baptista | www.sebentadigital.com EPADRV 2013/2014 | Português– 10.ºano | Módulo 2: Textos Expressivos e Criativos e Textos Poéticos A) Tradição Lírica Verdes são os campos, De cor de limão: Assim são os olhos Do meu coração. Campo, que te estendes Com verdura bela; Ovelhas, que nela Vosso pasto tendes, De ervas vos mantendes Que traz o Verão, E eu das lembranças Do meu coração. Gados que pasceis Com contentamento, Vosso mantimento Não no entendereis; Isso que comeis Não são ervas, não: São graças dos olhos Do meu coração. (Cantiga:_1 mote de 3 ou 4 versos e uma ou mais glosas de 8, 9 ou 10 versos) 8 www.sebentadigital.com | Português-10.ºano-Prof. | A professora: Dina Baptista
  • 9. Dina Baptista | www.sebentadigital.com EPADRV 2013/2014 | Português– 10.ºano | Módulo 2: Textos Expressivos e Criativos e Textos Poéticos Mote: Descalça vai para a fonte Leonor pela verdura; Vai fermosa, e não segura. Voltas Leva na cabeça o pote, O testo nas mãos de prata, Cinta de fina escarlata1, Sainho2 de chamalote3; Traz a vasquinha4 de cote5, Mais branca que a neve pura; Vai fermosa, e não segura Descobre a touca a garganta, Cabelos d’ouro o trançado6, Fita de cor de encarnado, Tão linda que o mundo espanta; Chove nela graça tanta Que dá graça à fermosura; Vai fermosa, e não segura. Tema: Exaltação da beleza de Leanor. Conteúdo: A descrição da beleza e graciosidade de Leanor concretizada de variadas maneiras e a vários níveis. Forma: vilancete em redondilha maior, com mote de três versos, com esquema rimático ABB/cddccBB. 1-Escarlata: tecido de lã ou de seda vermelho-vivo; 2- sainho: espécie de camisa ou colete; 3- chamalote: tecido de lã misturado com seda; 4- vasquinha: saia com muitas pregas na cintura; 5- cote: de todos os dias, 6- fita/rede de atar os cabelos www.sebentadigital.com | Português-10.ºano-Prof. | A professora: Dina Baptista 9
  • 10. Dina Baptista | www.sebentadigital.com EPADRV 2013/2014 | Português– 10.ºano | Módulo 2: Textos Expressivos e Criativos e Textos Poéticos Poema da Autoestrada (António Gedeão) Com um rasgão na paisagem corta a lambreta afiada, engole as bermas da estrada e a rumorosa folhagem. Urrando, estremece a terra, bramir de rinoceronte, enfia pelo horizonte como um punhal que se enterra. Tudo foge à sua volta, o céu, as nuvens, as casas, e com os bramidos que solta, lembra um demónio com asas. Voando vai para a praia Leonor na estrada preta. Vai na brasa, de lambreta. Agarrada ao companheiro Leva calções de pirata, na volúpia da escapada vermelho de alizarina, pincha no banco traseiro modelando a coxa fina, em cada volta da estrada. de impaciente nervura. Grita de medo fingido, como guache lustroso, que o receio não é com ela, amarelo de idantreno, mas por amor e cautela Na confusão dos sentidos blusinha de terileno abraça-o pela cintura. desfraldada na cintura. Vai ditosa e bem segura. já nem percebe Leonor se o que lhe chega aos ouvidos são ecos de amor perdidos Fuge, fuge, Leonoreta: se os rugidos do motor. Vai na brasa, de lambreta. Fuge, fuge, Leonoreta Vai na brasa, de lambreta. www.sebentadigital.com | Português-10.ºano-Prof. | A professora: Dina Baptista 10
  • 11. Dina Baptista | www.sebentadigital.com EPADRV 2013/2014 | Português– 10.ºano | Módulo 2: Textos Expressivos e Criativos e Textos Poéticos B) Corrente RENASCENTISTA : • O estilo novo: soneto, canção, écloga, ode, entre outros. • Uso da Medida Nova: decassílabos SONETO composição constituída por 14 versos, distribuídos por 2 quadras com rima interpolada e emparelhada (abba/ abba) e 2 tercetos com rima cruzada (cde/cde ou cdc/dcd), com versos de 10 sílabas métricas (versos decassilábicos) A estrutura externa corresponde a uma estrutura interna, geralmente, organizada da seguinte forma: Primeira quadra: apresentação do tema a desenvolver: Segunda quadra: desenvolvimento do tema; Primeiro terceto: confirmação; Segundo terceto: conclusão O soneto deve terminar com chave de ouro, terminando com um pensamento elevado , habitualmente emotivo. 11 www.sebentadigital.com | Português-10.ºano-Prof. | A professora: Dina Baptista
  • 12. Dina Baptista | www.sebentadigital.com EPADRV 2013/2014 | Português– 10.ºano | Módulo 2: Textos Expressivos e Criativos e Textos Poéticos •Classicismo: Equilíbrio; Humanismo; Universalismo; Mitologia pagã; Imitação; ideal ético-estético; verosimilhança •Petrarquismo: Ideal de mulher petrarquista: retrato idealizado da amada, cuja beleza física e qualidades morais e psicológicas resultam num quadro perfeito, quase celestial e, por isso, intocável e inatingível: longos cabelos “de ouro”, ondulados, pele branca e delicada, olhos claros e cintilantes que refletem um temperamento sereno, uma alegria discreta. Em plena harmonia com a Natureza, o retrato da mulher amada oscila entre o ideal de amor espiritual e carnal, e, por isso, provocador de contradições amorosa. 12 www.sebentadigital.com | Português-10.ºano-Prof. | A professora: Dina Baptista
  • 13. Dina Baptista | www.sebentadigital.com EPADRV 2013/2014 | Português– 10.ºano | Módulo 2: Textos Expressivos e Criativos e Textos Poéticos Platonismo: mundo inteligível vs mundo sensível: busca do amor platónico, elevado e espiritual. A ALEGORIA DA CAVERNA Platão convida-nos a imaginar como seria se aquilo que conhecemos fosse diferente … ilusoriamente, vivemos acorrentados a falsas crenças, preconceitos, ideias enganosas … •Experiência pessoal: o exílio, os erros, a má fortuna (Destino) e o amor que lhe causa sofrimento; a predestinação quase maldita e apocalíptica, o desconcerto do mundo… •Temas Bíblicos 13 www.sebentadigital.com | Português-10.ºano-Prof. | A professora: Dina Baptista
  • 14. Dina Baptista | www.sebentadigital.com EPADRV 2013/2014 | Português– 10.ºano | Módulo 2: Textos Expressivos e Criativos e Textos Poéticos ÁREAS TEMÁTICAS O AMOR surge sempre como fonte de contradições, entre a vida e a morte, a água e o fogo, a esperança e o desengano, a ideia (platonismo) e o desejo de carnalidade. Por isso, o poeta sofre um intenso conflito amoroso, quase sempre provocado pelos efeitos contraditórios do amor (assim se explica o abuso das antíteses e dos oximoros) Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? 14 www.sebentadigital.com | Português-10.ºano-Prof. | A professora: Dina Baptista
  • 15. Dina Baptista | www.sebentadigital.com EPADRV 2013/2014 | Português– 10.ºano | Módulo 2: Textos Expressivos e Criativos e Textos Poéticos SETE ANOS DE PASTOR JACOB SERVIA Sete anos de pastor Jacob servia Labão, pai de Raquel, serrana bela; Mas não servia ao pai, servia a ela, E a ela só por prémio pretendia. Os dias, na esperança de um só dia, Passava, contentando-se com vê-la; Porém o pai, usando de cautela, Em lugar de Raquel lhe dava Lia. Vendo o triste pastor que com enganos Lhe fora assim negada a sua pastora, Como se a não tivera merecida, Poema/Soneto de inspiração bíblica. Embora Jacob se sacrifique devido ao amor por Raquel, este amor acaba por se enquadrar no que se considera ser o alto amor, já que subsiste platonicamente durante catorze anos. Escute com atenção a música “A PAIXÃO”, cantada por Rui Veloso e estabeleça um comparação com o poema Começa de servir outros sete anos, Dizendo: - “Mais servira, senão fora Para tão longo amor tão curta a vida!” 15 www.sebentadigital.com | Português-10.ºano-Prof. | A professora: Dina Baptista
  • 16. Dina Baptista | www.sebentadigital.com EPADRV 2013/2014 | Português– 10.ºano | Módulo 2: Textos Expressivos e Criativos e Textos Poéticos A MULHER – em íntima ligação com a temática do amor e da natureza (“locus amenus”), a amada surge umas vezes como ser angélico, outras como ser maléfico; A mulher amada é espiritualizada, fonte de perfeição moral. A sua beleza física espelha a beleza interior, inspirada no modelo de Laura (ideal de amor espiritual) e no modelo renascentista de Vénus (ideal de amor carnal). Ondados fios de ouro reluzente, Que agora da mão bela recolhidos, Agora sobre as rosas estendidos Fazeis que sua graça se acrecente; Olhos, que vos moveis tão docemente, Em mil divinos raios encendidos, Se de cá me levais alma e sentidos, Que fora, se de vós não fora ausente? Honesto riso, que entre a mor fineza De perlas e corais nace e parece, Se n'alma em doces ecos não o ouvisse! Se imaginando só tanta beleza, De si, em nova glória, a alma se esquece, Que será quando a vir? Ah! quem a visse! 16 www.sebentadigital.com | Português-10.ºano-Prof. | A professora: Dina Baptista
  • 17. Dina Baptista | www.sebentadigital.com EPADRV 2013/2014 | Português– 10.ºano | Módulo 2: Textos Expressivos e Criativos e Textos Poéticos A SAUDADE – faz sofrer, mas inspira; a ausência da amada é insuportável e divide o sujeito poético. Aquela triste e leda madrugada, Cheia toda de mágoa e de piedade, Enquanto houver no mundo saudade Quero que seja sempre celebrada. … ______________ Ah! minha Dinamene! Assim deixaste Quem não deixara nunca de querer-te! Ah! Ninfa minha, já não posso ver-te, Tão asinha esta vida desprezaste!... … A Página perdida de Camões Banda Polifônicos e Luciano Milici 17 www.sebentadigital.com | Português-10.ºano-Prof. | A professora: Dina Baptista
  • 18. Dina Baptista | www.sebentadigital.com EPADRV 2013/2014 | Português– 10.ºano | Módulo 2: Textos Expressivos e Criativos e Textos Poéticos A NATUREZA – locus amoenus ‘lugar ameno’ – descrição da paisagem ideal, num ambiente tranquilo e bucólico ou pastoril. O DESTINO – é sobretudo na sua vida amorosa que Camões sente a presença maléfica do destino: tentando lutar contra a má fortuna, o sujeito recorda, muitas vezes, o bem passado. Alegres campos, verdes arvoredos, claras e frescas águas de cristal, que em vós os debuxais ao natural discorrendo da altura dos rochedos; … Depois que quis Amor que eu só passasse Quanto mal já por muitos repartiu, Entregou-me à Fortuna, porque viu Que não tinha mais mal que em mim mostrasse. Lembranças, que lembrais meu bem passado, Pera que sinta mais o mal presente, Deixai-me, se quereis, viver contente, Não me deixeis morrer em tal estado. www.sebentadigital.com | Português-10.ºano-Prof. | A professora: Dina Baptista 18
  • 19. Dina Baptista | www.sebentadigital.com EPADRV 2013/2014 | Português– 10.ºano | Módulo 2: Textos Expressivos e Criativos e Textos Poéticos Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades. O TEMPO EA MUDANÇA – a mudança Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança; Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem, se algum houve, as saudades. é cíclica e o tempo anula qualquer esperança. O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria, E em mim converte em choro o doce canto. E, afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soía. 19 www.sebentadigital.com | Português-10.ºano-Prof. | A professora: Dina Baptista
  • 20. Dina Baptista | www.sebentadigital.com EPADRV 2013/2014 | Português– 10.ºano | Módulo 1: Textos de Caráter Autobiográfico e Outros de Natureza Utilitária LINGUAGEM E ESTILO – ANÁLISE ESTILÍSTICA •adjetivação expressiva; •pontuação emotiva (exclamações, interrogações); •expressividade de tempos e modos verbais; •uso de vocabulário erudito; •recurso à mitologia; •predomínio de metáforas, apóstrofes, hipérboles, anáforas e hipérbatos, paralelismos anafóricos; antítese, oximoros etc.; •alternância entre ritmo rápido e lento. 20 www.sebentadigital.com | Português-10.ºano-Prof. | A professora: Dina Baptista
  • 21. Dina Baptista | www.sebentadigital.com EPADRV 2013/2014 | Português– 10.ºano | Módulo 1: Textos de Caráter Autobiográfico e Outros de Natureza Utilitária Assim andou e continua a andar o mundo… desconsertado… O desconserto do Mundo Os bons vi sempre passar no mundo graves tormentos; e, para mais m’ espantar, os maus vi sempre nadar em mar de contentamentos. Cuidando alcançar assim o bem tão mal ordenado, fui mau; mas fui castigado. Assim que só para mim anda o mundo concertado. Camões, Esparsa 21 www.sebentadigital.com | Português-10.ºano-Prof. | A professora: Dina Baptista