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1. Quimica da Vida 2009 -2010
Ciências do Cosmos, da Terra e da
Vida
INSTITUTO PIAGET
Ano lectivo 2009 – 2010
João Manuel Silva de Almeida Santos
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2. Quimica da Vida 2009 -2010
A química da vida
- Estrutura, organização molecular e função das moléculas orgânicas: hidratos de
carbono, lípidos, proteínas e ácidos nucleicos.
As moléculas orgânicas são aquelas que estão presentes na constituição dos seres
vivos e que são sintetizadas por esses mesmos seres e são constituídas pelos seguintes
elementos químicos:
H – Hidrogénio; C – Carbono; N – Azoto; P – Fósforo; O – Oxigénio; S – Enxofre
Para além destes, podem ser encontrados outros elementos químicos na
constituição dos seres vivos, embora em muito menor concentração os chamados
oligoelementos dos quais se pode destacar o Mg (Magnésio, Ca (Cálcio), K (Potássio),
Cl (Cloro), Fe (Ferro) entre outros.
Nos seres vivos, do mesmo modo que na restante natureza, os elementos químicos
estabelecem ligações entre si. Essas ligações que se estabelecem entre os elementos
químicos são de várias naturezas, entre as quais se podem referir as ligações
covalentes, ligações muito estáveis que asseguram a estabilidade da molécula.
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3. Quimica da Vida 2009 -2010
As ligações covalentes requerem energia e são muito estáveis. E de elemento para
elemento, o número de ligações que se podem estabelecer é variável.
Nesta figura estão representadas, para cada um dos elementos químicos, o número
de ligações que podem ser estabelecidas, uma ligação para o hidrogénio, quatro para o
carbono e seis para o enxofre ou para o oxigénio.
De acordo com as suas características químicas os diversos elementos podem
estabelecer vários tipos de ligações:
Metano: CH4
O elemento fósforo pode estabelecer até cinco ligações, o que é o caso do ácido
fosfórico (CH3PO4).
As ligações covalentes têm ângulos precisos. No caso da molécula de água o ângulo
formado pelos átomos de hidrogénio é de 104,5º.
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4. Quimica da Vida 2009 -2010
As moléculas, de acordo com a sua organização são classificadas em:
Moléculas Hidrofilicas – polares (com carga) que interagem com outras moléculas
hidrofilicas como a água e outras moléculas com carga (positiva ou negativa)
Moléculas Hidrófobas – apolares (sem carga) que interagem com outras moléculas
hidrófobas.
As proteínas são moléculas sintetizadas pelos seres vivos, resultam da associação de
aminoácidos em cadeias lineares ou em arranjos globulares e são constituídas pelos
elementos químicos: Hidrogénio (H), Carbono (C), Oxigénio (O) e Azoto (N).
As proteínas são moléculas fundamentais para os seres vivos, dada a sua função.
Elas podem participar na constituição do ser vivo (proteínas estruturais) ou podem ser
responsáveis pela realização de diversas reacções químicas (enzimas).
O aminoácido constitui uma molécula com a fórmula geral H2NCRCOOH, contendo
um grupo amina (NH2), um grupo ácido (COOH) e uma cadeia lateral (R) que varia
entre os diversos aminoácidos.
O grupo R pode variar desde o simples H (hidrogénio) até à molécula mais
complexa. As propriedades químicas destes grupos R são determinantes para a
classificação dos aminoácidos.
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O grupo R determina se o aminoácido é polar, apolar, ácido ou básico.
Conhecem-se vinte e um aminoácidos que se distribuem do seguinte modo, de
acordo com as suas características químicas: Existem pouco mais de 20 aminoácidos na
Natureza, no entanto somente dezoito entram na constituição das proteínas humanas.
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Estes 21 aminoácidos são fundamentais para o funcionamento do organismo vivo.
No ser humano são divididos entre aminoácidos essenciais e não essenciais.
Os aminoácidos essenciais, são aqueles que o ser humano não é capaz de sintetizar
e depende da alimentação para os conseguir.
Os aminoácidos não essenciais, são aqueles que o ser humano é capaz de sintetizar,
não dependendo portanto da alimentação para os conseguir.
As necessidades em aminoácidos varia entre órgãos, a imagem acima representada
dá-nos uma ideia das diferentes necessidades em aminoácidos pelos diversos órgãos
que constituem o organismo humano.
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7. Quimica da Vida 2009 -2010
Os aminoácidos estão sujeitos a outras modificações químicas.
A Prolina e a Lisina podem ser Hidroxiladas (adição do grupo hidroxilico).
A Serina e a Tirosina podem ser fosforiladas (adição do grupo fosfato).
A Lisina, a Histidina e a Arginina podem ser metiladas (adição do grupo metilo).
A Serina pode ser acetilada (adição do grupo acetilo).
Pode ser adicionado o grupo formil à Metionina.
Podem ser adicionados hidratos de carbono à Asparagina e à Serina.
Podem ser adicionados lípidos à Cisteína e à Glicina.
As proteínas constituem um polímero que resulta da ligação dos aminoácidos entre
si. A ligação entre dois aminoácidos é designada de ligação peptidica e constitui uma
reacção de condensação entre o grupo ácido e o grupo amina do segundo aminoácido
com libertação de água.
De um modo geral, as proteínas são indicadas como estendendo-se da extremidade
N-terminal para a extremidade C-terminal. E esta síntese ocorre num organelo da
célula designado de ribossoma.
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8. Quimica da Vida 2009 -2010
Ex: Glicil-alanil-tirosil-glicina
O exemplo acima indicado é um tetrapeptido. Podendo-se verificar a extremidade
aminada – NH3+ e a extremidade acidica COO- à qual pode ser adicionado um novo
aminoácido.
No caso de Alanil-valil-triptofano temos um tripeptido.
Na estrutura de uma proteína podem ocorrer ligações designadas de secundárias,
de que é exemplo a formação das pontes dissulfeto por intermédio do enxofre (S):
Uma vez sintetizadas as proteínas adquirem uma conformação chamada de nativa
que é própria de cada uma das proteínas existentes.
Estrutura das Proteínas
A conformação nativa de uma proteína constitui a estrutura da proteína.
Normalmente, a estrutura de uma proteína é apresentada sob quatro aspectos
distintos:
Estrutura primária;
Estrutura secundária;
Estrutura terciária; e
Estrutura Quaternária.
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Estrutura Primária
A ordem dos aminoácidos na proteína (ou cadeia polipeptidica) constitui a estrutura
primária das proteínas.
A estrutura primária de uma proteína pode ser representada pelo exemplo:
Metionina-Valina-Triptofano-Isoleucina-etc…
Um Polipeptido é constituído por uma cadeia comprida de vários aminoácidos,
geralmente com um peso molecular superior a 10000 D.
A Proteína constitui uma macromolécula composta por uma ou mais cadeias de
polipeptidos.
Estrutura Secundária das Proteínas
A estrutura secundária das proteínas corresponde à sequência linear dos resíduos
de aminoácidos orientada de acordo com os ângulos definidos pelas ligações entre os
aminoácidos.
Uma vez que o tamanho das ligações e os ângulos são praticamente invariáveis, as
variações ocorrem nos possíveis ângulos de torção do esqueleto da proteína.
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Quando os átomos A, B, C, e D ocupam posições principais, como por exemplo:
grupo carboxílico C1; o grupo carbono alfa C2 ou alfa C; e o grupo amina, N), existem
três ângulos de torção no esqueleto, denominados de fi, psi e omega.
O ângulo omega tende a ser planar.
Valores idênticos dos ângulos fi e psi ao longo do esqueleto da proteína resultam
numa estrutura regular.
Por exemplo, no caso de múltiplas repetições dos ângulos: fi = 57º e psi = 47º
ocorre a formação de uma estrutura helicoidal enrolada para a direita (hélice alfa).
Os valores dos ângulos repetidos de fi = -110 a -140 e psi = +110 a +135 originam
cadeias estendidas que possibilitam interacções entre os segmentos vizinhos (lençol
beta).
Estas interacções entre resíduos de aminoácidos de diferentes locais da proteína
processam-se através de ligações de hidrogénio.
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As ligações ou pontes de hidrogénio envolve três átomos, um dador de electrões
negativo (N, O ou S), ao qual se liga o hidrogénio e um receptor de electrões vizinho.
A estrutura terciária das proteínas corresponde ao enrolamento completo da cadeia
total, o qual resulta da combinação dos elementos da estrutura secundária ligados por
voltas e anéis.
A estabilidade das estruturas terciárias resulta das pontes dissulfidricas e de outras
interacções.
A estrutura terciária das proteínas é caracterizada por ser uma estrutura bastante
compactada com os grupos polares à superfície e os grupos apolares no interior da
estrutura.
Existem diversas formas para representar o arranjo da proteína e a sua estrutura
terciária.
Neste caso, as alfa-hélices são círculos vermelhos, colunas e voltas. Os lençóis beta
são representados por quadrados verdes e setas.
As proteínas podem ser classificadas, de modo simplista, de acordo com a sua
estrutura secundária.
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12. Quimica da Vida 2009 -2010
No entanto, os arranjos das ligações químicas através de pontes de hidrogénio e
dissulfidricas contribuem significativamente para a estrutura final da proteína.
Lipidos:
Para além das proteínas existem outras moléculas orgânicas, das quais podemos
destacar os Lipidos.
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Os lípidos, também designados por gorduras ou óleos, são elementos importantes
das células, principalmente das membranas.
Entre as moléculas de lipidos podemos encontrar os ácidos gordos, constituídos
por uma cadeia longa de átomos de carbono com um grupo carboxílico terminal.
Temos o exemplo do ácido esteárico: CH3(CH2)16COOH
A formação de um triglicérido simples, como é o caso da triestearina, resulta da
ligação de uma molécula de glicerol com três moléculas de ácido esteárico por meio de
ligações éster.
A maior parte dos lípidos são triglicéridos mistos, uma vez que os ácidos gordos
ligados à molécula de glicerol podem ser diferentes.
Os lipidos são moléculas orgânicas que incluem as gorduras, as ceras, os esteróis,
vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), monoglicéridos, diglicéridos, fosfolipidos,
esfingolipidos entre outras.
As funções dos lipidos são diversas e incluem o armazenamento de energia,
fazerem parte da estrutura da membrana celular e actuarem como moléculas sinais.
As moléculas de ácidos gordos constituem um grupo diverso de moléculas formado
por uma cadeia hidrocarbonada, com um número variável de carbonos que podem
estar saturados (com todas as ligações possíveis ao carbono ocupadas) ou insaturados
(com ligações possíveis ao carbono por completar).
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Os ácidos gordos são constituídos por cadeias longas e lineares de carbono, ligados
a átomos de hidrogénio e de oxigénio, como os seguintes exemplos:
Acido linoleico: CH3(CH2)4C=CCH2C=C(CH2)7COOH
Acidolinolenico: CH3CH2C=CCH2C=CCH2C=C(CH2)7COOH
Acido araquidónico: CH3(CH2)3(CH2C=C)4(CH2)3COOH
As molécula de ácidos gordos podem ainda ligar-se a grupos funcionais contendo
oxigénio, azoto, fósforo, enxofre por exemplo.
Podemos encontrar diversos tipos de lípidos: Lípidos simples; Lípidos complexos; e
Lípidos associados.
Os lípidos simples são constituídos por ácidos gordos, os quais são divididos em
ácidos gordos essenciais e não essenciais.
Os ácidos gordos essenciais são aqueles que o organismo necessita e não é capaz de
sintetizá-los e depende da dieta para obtê-los.
Os ácidos gordos não essenciais são aqueles que o organismo é capaz de sintetizar.
Exemplos de ácidos gordos essenciais: ácido linoleico (omega 6, polissaturado),
ácido linolénico (omega 3, polissaturado) e ácido araquidónico (omega 3,
polissaturado).
Exemplos de ácidos gordos não essenciais: ácido palmitico, ácido esteárico, ácido
araquidico, ácido oleico, etc.
Os ácidos gordos são utilizados como fonte de energia e constituem as reservas
energéticas nos animais. Os ácidos gordos estão ainda associados à protecção do
organismo contra a acção de microorganismo ou de agentes químicos.
Outro tipo de lípidos simples são os acilglicéridos, os quais são classificados de
acordo com o número de moléculas de ácidos gordos ligadas a uma molécula de
glicerol.
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Os acilglicéridos são assim classificados em: Monoglicéridos; Diglicéridos; e
Triglicéridos.
Os acilglicéridos constituem, de um modo geral, a gordura dos animais e
encontram-se associadas a outras moléculas (caroteno, vitaminas, esteróides, etc.)
As ceras constituem um outro grupo de lípidos simples. As ceras constituem esteres
de ácidos gordos de cadeia longa com moléculas de álcoois de cadeia longa.
As ceras são sólidas e insolúveis em água e a sua função biológica está associada a
esta particularidade.
As ceras encontram-se a revestir as penas, os pelos, a pele, as folhas, os frutos, etc.,
constituindo uma camada protectora.
Os lípidos complexos incluem diversos tipos de lípidos, entre os quais podemos
encontrar os fosfolípidos, as lipoproteínas, os esfingolípidos, os glicolípidos e outros
mais.
Os fosfolípidos são considerados lípidos complexos, pelo facto de se encontrar
ligado um composto contendo azoto e fósforo a uma molécula de um diglicérido.
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16. Quimica da Vida 2009 -2010
As lipoproteínas constituem lípidos que resultam da combinação de diversas
moléculas de ácidos gordos com proteínas que formam compostos hidrossolúveis.
As lipoproteínas circulam no nosso organismo, através de circulação sanguínea e
estão presentes em vários tipos de tecidos. Entre as várias lipoproteínas, podemos
destacar:
Quilomicrons: produzidas no intestino para transportar as gorduras digeridas até ao
fígado e outros órgãos, meia-vida de 30 minutos.
VLDL (very-low-density-lipoproteins): produzidas nos intestinos para levar as
gorduras às restantes células do organismo, meia–vida de 1 hora.
LDL (low-density-lipoproteins): produzidas pelo fígado e transportam o colesterol
no sangue a todos os órgãos e células, meia-vida de 60 horas.
HDL (high-density-lipoproteins): produzidas pelo fígado. Reconhecem o colesterol
não utilizado ou já usado pelo organismo e transportam-no para o fígado para a
respectiva reciclagem.
Outros tipos de lípidos complexos são os esfingolipidos, um tipo de lipidos polares
nos quais a base glicerol foi substituída pela molécula esfingosina.
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17. Quimica da Vida 2009 -2010
Os esfingolipidos são classificados em ceramidas, esfingomielinas e
glicoesfingolipidos.
As ceramidas têm o ácido gordo ligado ao grupo amina da base esfingosina.
As esfingomielinas contém um grupo polar formado pela fosforilcolina no primeiro
álcool da ceramida.
Os glicoesfingolipidos possuem um ou mais hidratos de carbono ligados ao primeiro
álcool da ceramida.
Os esfingolipidos constituem elementos importantes para a manutenção da
estrutura da membrana citoplasmática, actuam como agentes de ligação a virus ou a
toxinas e podem agir como “mensageiros secundários” para alguns factores de
crescimento (citoquinas, 1 a,25-dihydroxycholecalciferol e outras moléculas entre as
quais toxinas).
Podemos ainda encontrar os lipidos associados. Este tipo de lípidos são constituídos
por cadeias de ácidos gordos de 20 carbonos de que são exemplo as prostaglandinas.
As funções deste tipo de lípidos são várias, podemos destacar a sua participação na
coagulação do sangue, no aparecimento da febre, na redução da produção dos sucos
gástricos.
As prostaglandinas desempenham ainda um papel importante na regulação
hormonal, funcionando como hormonas locais, influenciando o funcionamento do
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18. Quimica da Vida 2009 -2010
sistema reprodutor, o funcionamento do sistema endócrino (estimulando ou inibindo a
produção de hormonas).
As prostaglandinas actuam ainda sobre o sistema cardiovascular, como
vasodilatador e podem ainda actuar como um relaxante do tecido muscular.
Ainda existe um outro grupo de lípidos, os terpenos.
Os terpenos são cadeias de carbono com a fórmula geral: (C5H8)n, derivados do 2-
metil-butadieno mais conhecido como isopreno. Este tipo de moléculas é abundante
quer nos animais quer nas plantas.
Os terpenos são classificados de acordo com o número de cadeias de isopreno
presentes assim se classificam os terpenos, como C5 hemiterpenos; C10:
monoterpenos; C15: sesquiterpenos; C20: diterpenos até C40, ou de acordo com a sua
constituição:
Derivados lineares: Fitol (parte da molécula de clorofila). Escualeno (precursor do
colesterol).
Derivados Cíclicos: Mentol, Alcanflor, Limoneno (azeites esenciais, essências com
propriedades aromáticas).
Derivados mistos: Vitaminas A, E (tocoferóis), K. Quinonas (ubiquinona, participa na
respiração celular). Carotenos (pigmentos precursores da vitamina A). Xantofilas
(pigmentos vegetais).
A função dos terpenos é a de entrar na constituição de moléculas mais complexas,
podendo desempenhar papéis específicos como vitaminas lipossolúveos ou
fitohormonas.
Os terpenos são utilizados na preparação de perfumes, dissolventes e colas.
Os esteróides constituem também um grupo de lípidos associados. Os esteróides
são compostos insaturados e na forma cristalina e são divididos em quatro categorias:
Esteroles, Hormonas sexuais, Hormonas corticoadrenais e Ácidos biliares.
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19. Quimica da Vida 2009 -2010
Os esteroles são álcoois sólidos, insolúveis em água e lipossolúveis, o mais
conhecido é o colesterol.
As hormonas sexuais são derivadas do colesterol e as mais conhecidas são a
androsterona, a testosterona, a progesterona e os estrogénios.
As hormonas corticoadrenais são secretadas pela glândula suprarrenal e conferem
resistência a uma série de agentes físicos, químicos e biológicos. A hormona mais
conhecida é a corticosterona.
Os ácidos biliares fazem parte da bílis, são semelhantes ao colesterol e funcionam
como detergentes ao ajudar à emulsão dos lípidos e à sua absorção no intestino.
Estrutura dos principais ácidos biliares e seus conjugados de glicina e taurina (sales
biliares).
Hidratos de carbono:
Entre as moléculas orgânicas, podemos encontrar os Hidratos de Carbono
(carboidratos, carbohidratos, glicídios, glícidos, glucídeos, glúcidos, glúcides ou
açúcares) substâncias sintetizadas pelos organismos vivos, com função mista
poliálcool-aldeído ou poliálcool-cetona).
Os hidratos de carbono são compostos de cadeia carbonada constituídos
basicamente por carbono e água. Nalguns casos, podem conter azoto (N) ou enxofre
(S) na sua composição.
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20. Quimica da Vida 2009 -2010
O aldeído glicérico ( 2,3-hidroxi-propanal) é um hidrato de carbono de função mista
poliálcool-aldeído.
O diidroxi-acetona ( 1,3-diidroxi-propanona) é um hidrato de carbono de função
mista poliálcool-cetona.
A principal função biológica dos hidratos de carbono é o fornecimento de energia
para o trabalho celular. Sendo a glicose o principal fornecedor de energia para a célula.
A maioria dos hidratos de carbono possuem o nome terminado em ose : glicose,
frutose, manose, lactose, sacarose, celulose, galactose, etc.
Os hidratos de carbono constituem compostos de cadeia carbonada, dos quais os
mais simples são os monossacáridos.
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21. Quimica da Vida 2009 -2010
O hidrato de carbono ingerido em excesso tem que ser consumido através da
actividade física, caso contrário, transforma-se numa reserva de gordura. Esta gordura
deposita-se sob a pele, nos órgãos e vasos sanguíneos.
De acordo com a dimensão da cadeia carbonada os açúcares são classificados
segundo o número de átomos de carbono da cadeia em:
Trioses, tetroses, pentoses, hexoses, heptoses.
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22. Quimica da Vida 2009 -2010
Segundo a ocorrência ou não de hidrólise os carboidratos são classificados em:
Monossacarídeos e oligossacarídeos e polissacarídeos
Os monossacarídeos constituem moléculas relativamente pequenas, solúveis em
água e não hidrolisáveis.
De um modo geral, os monossacarídeos obedecem à fórmula básica dos hidratos de
carbono: Cn(H2O)n.
Assim, de acordo com o valor de n que varia de 3 a 7, temos os seguintes tipos de
monossacarídeos:
Triose: C3H6O3 ; Tetrose: C4H8O4 ; Pentose: C5H10O5; Hexoses: C6H12O6; Heptoses:
C7H14O7
Os oligossacáridos são, por sua vez, classificados segundo o número de moléculas
ligadas: Dissacarídeos; Trissacarídeos; etc.
Os oligossacarídeos, ou açúcares pequenos, são hidratos de carbono constituídos
por duas a dez moléculas de monossacarídeos.
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23. Quimica da Vida 2009 -2010
Sacarose: glucose + frutose, presente na cana-do-açúcar
Maltose: glucose + glucose, presente no malte da cevada ou do milho e resulta da
hidrólise do amido
Lactose: Glucose + galactose, presente no leite.
Os dissacarídeos são açúcares duplos constituídos pela ligação glucossídica de dois
monossacarídeos.
Os dissacarídeos são moléculas pequenas, solúveis em água, razão por que
interferem, assim como os monossacarídeos no equilíbrio osmótico das células.
Os dissacarídeos são também a principal forma de transporte dos hidratos de
carbono.
O facto dos dissacarídeos serem constituídos por duas hexoses, torna-os moléculas
com função energética.
Os principais dissacarídeos são a sacarose , a maltose, a lactose e a celobiose.
Os polissacarídeos, ou açúcares múltiplos, são hidratos de carbono formados pela
ligação de mais de dez moléculas de monossacarídeos.
Os polissacarídeos são insolúveis em água e não alteram o equilíbrio osmótico das
células e têm a sua função associada ao armazenamento de reservas nutritivas.
De acordo com a função que exercem os polissacarídeos classificam-se em
energéticos e estruturais.
Os polissacarídeos energéticos possuem uma função de reserva nutritiva e os mais
importantes são o amido e o glicogénio.
O amido constitui o principal produto de reserva nutritiva vegetal, o amido
encontra-se nos órgãos de reserva nutritiva, como as raízes do tipo tuberosa
(mandioca, batata doce, etc.), caules do tipo tubérculo (batatinha), frutos e sementes.
O amido constitui um polímero de glicose formado pela ligação glicossídica de cerca
de 1400 unidades de glicose.
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24. Quimica da Vida 2009 -2010
O amido é constituído por dois tipos diferentes de polissacarídeos: a amilose com
1000 unidades de glicose numa cadeia não ramificada enrolada em hélice; e a
amilopectina com 48 a 60 unidades de glicose dispostas em cadeias curtas e
ramificadas.
O glicogénio constitui a reserva nutritiva dos animais, o glicogénio é encontrado,
principalmente, nos músculos e no fígado. O glicogénio é também um produto de
reserva dos fungos.
O glicogénio constitui um polímero de glicose formado pela ligação glicossídica de
cerca de 30000 resíduos de glicose e várias ramificações.
Os polissacarídeos estruturais entram na formação de algumas estruturas do corpo
dos seres vivos. Os mais importantes são a celulose e a quitina.
A celulose entra na composição da parede celular dos vegetais, tornando-o o
hidrato de carbono (50% do nos vegetais, no algodão, este valor é de 90%).
A quitina é um polissacarídeo com azoto e constitui o exoesqueleto dos artrópodes
e faz também parte da parede celular dos fungos.
Ácidos Nucleicos
Entre as moléculas orgânicas, podemos identificar os ácidos nucleicos.
Os ácidos nucleicos foram, inicialmente denominados, em função da sua localização
– no núcleo das células.
Os ácidos nucleicos são vários e são distinguido de acordo com a sua constituição
em:
ADN (DNA) – Ácido Desoxirribonucleico
ARN (RNA) – Ácido Ribonucleico
As moléculas de DNA e RNA são formadas por polímeros de quatro nucleótidos,
podendo uma molécula de DNA ser constituída por mais do que 100 milhões de
nucleótidos.
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25. Quimica da Vida 2009 -2010
Cada nucleótido é formado por três partes: grupo fosfato; pentose; e base orgânica
No RNA a pentose é sempre a ribose.
No DNA a ribose é sempre a desoxirribose.
A outra diferença entre DNA e RNA reside numa base: presença de timina na
molécula de DNA e sua substituição pelo uracilo na molécula de RNA.
As bases adenina, guanina, citosina, timina e uracilo são abreviadas
respectivamente por: A, G, C, T e U.
As bases que constituem os ácidos nucleicos são: Purinas - adenina e guanina,
formadas por dois anéis fundidos; Pirimidinas - citosina, timina e uracilo, formadas
por um único anel.
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26. Quimica da Vida 2009 -2010
A era moderna da biologia molecular iniciou-se em 1953 quando James D. Watson e
Francis C. Crick descreveram a estrutura em dupla hélice da molécula de DNA, com
base na análise de imagens de difracção de raios-X.
A molécula de DNA é constituída por duas cadeias de nucleótidos dispostas em
hélice, na qual as pentoses ficam sempre no lado de fora com as bases projectadas
para o interior.
As bases das cadeias opostas ligam-se entre si por ligações de hidrogénio. Esta
ligação é altamente específica: a adenina emparelha sempre com a molécula de timina
através de duas pontes de hidrogénio; e a citosina emparelha sempre com a guanina
através de três pontes de hidrogénio.
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27. Quimica da Vida 2009 -2010
O código genético constitui a relação entre a sequência de bases do DNA (ADN) e a
sequência correspondente de aminoácidos da proteína.
De acordo com os dados indicados na tabela abaixo representada facilmente
podemos depreender que o código genético é redundante, uma vez que diferentes
tripletos, também designados de códões, codificam para o mesmo aminoácido.
No entanto cada códão (tripleto) só codifica para um só aminoácido. De modo a
prevenir a hipótese de uma adição aleatória dos aminoácidos durante a síntese
proteica.
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