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Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água,
chicória, coentro, espinafre e rúcula*
Paulo Espíndola Trani (
1
)
Luís Felipe Villani Purquério (
1
)
Gilberto Job Borges Figueiredo (
2
)
Sebastião Wilson Tivelli (
3
)
Sally Ferreira Blat (
4
)
(
1
) Instituto Agronômico, Centro de Horticultura, Campinas (SP). petrani@iac.sp.gov.br; felipe@iac.sp.gov.br
(
2
) CATI - Casa da Agricultura de Caraguatatuba (SP)
(
3
) APTA - Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento em Agricultura Ecológica, São Roque (SP)
(
4
) APTA - Polo Regional do Centro Leste, Ribeirão Preto (SP)
* Campinas (SP), junho de 2014
INTRODUÇÃO
As hortaliças folhosas alface (Lactuca sativa), almeirão (Cichorium intybus),
agrião d’água (Nasturtium officinale), chicória ou escarola (Cichorium endivia), coentro
(Coriandrum sativum), espinafre da Nova Zelândia (Tetragonia expansa) e rúcula (Eruca
sativa), ocupam uma área estimada de 14.000 ha, representando aproximadamente
10% da área total com cultivo de hortaliças no Estado de São Paulo (Camargo &
Camargo, 2013).
Este grupo de hortaliças tem em comum o sistema de plantio adensado em
canteiros. Assim, além da possibilidade de aplicação dos fertilizantes em sulcos, estes
podem ser distribuídos na área total dos canteiros. A construção dos canteiros
normalmente é realizada por uma rotocanteiradora, implemento que também incorpora
os corretivos e fertilizantes ao solo, proporcionando um desenvolvimento uniforme das
raízes das plantas e a boa qualidade das hortaliças colhidas.
A aspersão e o gotejamento são os principais sistemas de irrigação para as
hortaliças folhosas, tanto no campo, como no sistema de cultivo protegido. Isto deve
ser considerado na definição da maneira de fornecimento dos fertilizantes e da
2
frequência de aplicação destes em cobertura.
2. Espaçamentos
Recomenda-se adotar os seguintes espaçamentos para estas hortaliças
folhosas- alface: 0,20 a 0,35 m x 0,20 a 0,35 m; almeirão: 0,15 a 0,25 m x 0,10 a 0,15 m;
agrião d’água: 0,20 a 0,30 m x 0,20 a 0,30 m; chicória ou escarola: 0,30 a 0,40 m x 0,30
a 0,40 m; coentro: 0,20 a 0,25 m x 0,05 a 0,10 m; espinafre da Nova Zelândia: 0,30 a
0,40 m x 0,20 a 0,30 m; rúcula: 0,20 a 0,25 m x 0,05 a 0,10 m, entrelinhas e entre plantas
respectivamente.
3. Calagem
Aplicar o calcário com antecedência de 30 a 90 dias (conforme o PRNT) antes da
semeadura ou do transplante das mudas. Recomenda-se para a alface, agrião d’água,
coentro, espinafre e rúcula elevar a saturação por bases do solo a 80% e o teor de
magnésio a um mínimo de 9 mmolc dm-3
. Para o almeirão e a chicória (ou escarola),
aplicar calcário visando elevar a saturação por bases a 70% e o teor de magnésio a um
mínimo de 8 mmolc dm-3
. Incorporar o corretivo de acidez desde a superfície do solo até
20 cm de profundidade.
4. Adubação orgânica
Os fertilizantes orgânicos tem importante função na manutenção e na melhoria
das propriedades físicas e biológicas do solo. Além disso, fornecem e liberam os
nutrientes de maneira gradativa, conforme sua composição e relação C/N. Recomenda-
-se de 30 a 40 dias antes do plantio, incorporar ao solo 40 a 60 t ha-1
de esterco bovino
3
curtido ou composto orgânico, ou ainda 1/4 a 1/5 dessas quantidades de húmus de
minhoca, esterco de frango, galinha, suínos, ovinos, caprinos ou equinos.
Ressalta-se que os estercos animais em geral, devem ser compostados antes da
incorporação ao solo, para que estejam isentos de patógenos e sementes de plantas
daninhas. O composto orgânico Bokashi pode ser utilizado na dose de 150 a 250 g por
m2
para ajudar na recuperação de solos degradados.
No cálculo da quantidade de fertilizante orgânico a ser utilizado, considerar a sua
concentração em nitrogênio, bem como, o aspecto econômico.
5. Adubação mineral de plantio
Aplicar entre 7 e 10 dias antes do plantio, em área total dos canteiros ou nos
sulcos de plantio, conforme a análise de solo, as doses de nutrientes apresentadas na
tabela 1, a seguir.
Tabela 1. Adubação mineral de plantio para alface, almeirão, agrião d’água, chicória ou
escarola, coentro, espinafre da Nova Zelândia e rúcula, conforme análise do solo
Nitrogênio P resina, mg dm-3
K+
trocável, mmolc dm -3
0-25 26-60 61-120 >120 0-1,5 1,6-3,0 3,1-6,0 >6,0
N, kg ha-1
------------ P2O5, kg ha-1
---------- ----------- K2O, kg ha-1
------------
30 a 50 320 180 100 60 120 80 50 30
B, mg dm-3
Cu, mg dm-3
Zn, mg dm -3
0-0,30 0,31-0,60 >0,60 0-0,2 0,3-1,0 >1,0 0-0,5 0,6-1,2 >1,2
------- B, kg ha-1
-------- ------- Cu, kg ha-1
-------- -------- Zn, kg ha-1
--------
1,5 1,0 0 3 1,5 0 3 1,5 0
Aplicar junto com o NPK em pré-plantio, 20 a 30 kg ha-1
de S e, em solos deficientes
1 a 2 kg ha-1
de Mn.
4
6. Adubação mineral de cobertura
A fertilização em cobertura visa o fornecimento principalmente de N e K, devendo
ser de aplicação parcelada, a fim de atender as necessidades nutricionais das plantas
em suas diferentes fases de desenvolvimento, evitando-se também, as perdas por
lixiviação causadas pela chuva ou pela irrigação. A utilização de fósforo em cobertura,
em pequenas quantidades, nas proporções máximas de 1/4 a 1/3 de P2O5 em relação
ao N e ao K2O, pode proporcionar melhor qualidade das hortaliças colhidas, conforme
observações práticas em diferentes locais. A alta solubilidade de alguns fertilizantes
binários fosfatados como o DAP e o MAP, presentes em formulações de cobertura de
média (e alta) concentração de nutrientes (como 18-04-12 e 20-05-15) proporciona
rápida absorção de P pelas raízes das hortaliças, inclusive aquelas de ciclo rápido
(colheita entre 30 a 60 dias após transplante). Nas fórmulas de cobertura de baixa
concentração de nutrientes (como 12-04-12) é frequente a inserção de superfosfato
simples que contém 40% de gesso agrícola, com os conhecidos efeitos benéficos para
as plantas. Destaca-se também o fato de que fórmulas de fertilizantes de cobertura,
fabricadas com adubos fosfatados em sua composição, normalmente são menos
higroscópicas em relação às fórmulas que contém apenas fertilizantes nitrogenados e
potássicos. Vale ressaltar ainda, que o fósforo solúvel presente em quantidades
adequadas no solo favorece a absorção de nitrogênio pelas plantas.
A definição final sobre a utilização de menores ou maiores quantidades de
nutrientes em cobertura dependerá de fatores como adubação orgânica anterior,
interpretação da análise de solo e da análise foliar, época de plantio, cultivares
utilizadas e culturas anteriormente instaladas.
Recomenda-se aplicar os fertilizantes ao lado das plantas, de maneira que não
entrem em contato direto com as mesmas, irrigando-se logo após. As quantidades de
nutrientes em cobertura são apresentadas a seguir:
5
6.1 Alface - aplicar 60 a 100 kg ha-1
de N, 15 a 30 kg ha-1
de P2O5 e 30 a 50 kg ha-1
de
K2O, parcelando em 2 a 4 aplicações durante o ciclo, ou a cada dois dias no caso do
uso de fertirrigação. A alface do grupo americana deve receber doses de potássio 30%
a 40% superiores em relação às alfaces dos grupos lisa e crespa. A figura 1 mostra
plantas de alface no campo, irrigadas por aspersão.
Figura 1. Alface crespa, em início de desenvolvimento, após adubação de pré-plantio
em área total do canteiro e irrigada por aspersão. À direita, alface em fase de colheita
após 3 aplicações manuais de fertilizantes em cobertura. Fotos: Angélica Prela-Pantano, 2014
e Francisco A. Passos, 2006 (respectivamente). Campinas (SP).
As figuras 2 e 3 mostram plantas de alface sob cultivo protegido, irrigadas e
fertilizadas por gotejamento.
6
Figura 2. Alface sob cultivo protegido com tela de sombreamento e fertirrigação por
gotejamento. Foto: Oliveiro B. Bassetto Júnior. Santa Cruz do Rio Pardo (SP), 2008.
Figura 3. Alface sob cultivo protegido com estufa plástica e fertirrigação por
gotejamento. Foto: Luis Felipe V. Purquério. São Carlos (SP), 2012.
7
A figura 4 mostra hortaliças folhosas de diferentes espécies e famílias botânicas,
sob estufa agrícola, no sistema de rotação entre canteiros. Isso propicia a médio prazo,
um melhor aproveitamento dos nutrientes do solo, além de possibilitar a implantação de
diferentes sistemas de irrigação localizada.
Figura 4. Alface e outras hortaliças folhosas cultivadas no sistema de rotação. A
arquitetura desta estufa possibilita a implantação de diferentes sistemas de irrigação e
de adubação em cobertura. Foto: Paulo E. Trani. Santa Cruz do Rio Pardo (SP), 2014.
A figura 5 mostra canteiros que receberam previamente em sua superfície na forma
de “mulching”, a aplicação de cama de frango compostada e peneirada. Após a colheita
das hortaliças, o canteiro será refeito e o material orgânico será incorporado ao solo.
8
Figura 5. Cama de frango peneirada aplicada como “mulching” sobre os canteiros,
anteriormente ao transplante das mudas de alface. Após a colheita, os canteiros serão
refeitos e o fertilizante orgânico incorporado ao solo. Foto: Paulo E. Trani. Santa Cruz do Rio
Pardo (SP), 2014.
6.2 Almeirão, agrião d’água, chicória ou escarola, coentro e espinafre - aplicar 40
a 80 kg ha-1
de N, 10 a 20 kg ha-1
de P2O5 e 20 a 40 kg ha-1
de K2O, parcelando em 2 a
4 aplicações durante o ciclo, ou a cada dois dias quando do uso de fertirrigação.
As figuras 6 e 7 mostram almeirão, chicória e coentro em fase de colheita,
ocupando a área total dos canteiros, após adubação equilibrada, proporcionando boas
produtividades e qualidade dos produtos colhidos.
9
Figura 6. Almeirão ‘Folha Larga’. Os canteiros receberam adubação de pré-plantio em
área total e duas adubações em cobertura. Foto: Angélica Prela-Pantano. Campinas(SP), 2014.
Figura 7. Chicória e coentro, ocupando a área total dos canteiros após adubação
equilibrada, conforme a análise de solo e a exigência nutricional da cultura. Foto: Angélica
Prela - Pantano, 2014 e Paulo E. Trani, 2010 (respectivamente). Campinas (SP).
A figura 8 mostra o espinafre da Nova Zelândia em fase de colheita, sob estufa
agrícola do “tipo” capela, com irrigação por microaspersão, após três adubações
manuais de cobertura com fertilizantes de baixa solubilidade. Este sistema de manejo é
de baixo custo e garante boa produtividade e qualidade de hortaliças folhosas diversas.
10
Figura 8. Espinafre da Nova Zelândia sob estufa agrícola do “tipo” capela, com
irrigação por microaspersão e adubação manual de cobertura com fertilizantes de baixa
solubilidade. Este manejo é de baixo custo e garante boa produtividade para hortaliças
folhosas diversas. Foto: Paulo E. Trani. Campinas (SP), 2006.
6.3 Rúcula – aplicar 80 a 140 kg ha-1
de N, 15 a 30 kg ha-1
de P2O5 e 30 a 50 kg ha-1
de K2O, parcelando em 2 a 3 aplicações durante o ciclo, ou a cada dois dias quando do
uso de fertirrigação. A figura 9 mostra a rúcula no campo após duas adubações de
cobertura, realizadas manualmente.
11
Figura 9. Plantas de rúcula em fase de colheita e aspecto geral desta no campo, em
solo com bom equilíbrio de nutrientes. Fotos: Angélica Prela-Pantano, Campinas (SP), 2014.
A figura 10 mostra a rúcula sob cultivo protegido após fertirrigações realizadas
3 vezes por semana.
Figura 10. Plantas de rúcula sob cultivo protegido. A adubação de cobertura foi
realizada através de fertirrigação por gotejamento sub-superficial. Foto: Edson Akira Kariya.
Itapetininga (SP), 2012.
12
7. Adubação Foliar
Cerca de 7 dias após o “pegamento” das mudas, e a cada semana, pulverizar as
plantas com ácido bórico a 0,05%, sulfato de zinco a 0,1%, cloreto de cálcio a 0,2% e
sulfato de magnésio heptaidratado a 0,1%. Utilizar espalhante adesivo. No comércio
existem fertilizantes foliares que contém todos estes nutrientes em uma mesma
solução, misturados em formas compatíveis. Observar as concentrações e indicações
conforme o rótulo. Não misturar os fertilizantes foliares com agrotóxicos.
8. Monitoramento nutricional - diagnose foliar
A análise química foliar consiste na determinação dos teores de elementos em
tecidos vegetais (principalmente folhas) visando o diagnóstico do estado nutricional da
cultura. Auxilia ainda, na interpretação dos efeitos da adubação anteriormente efetuada
e a estimar indiretamente o grau de fertilidade do solo. É ainda possível com esta
técnica, distinguir os sintomas provocados por agentes patogênicos daqueles
provocados por nutrição inadequada. Mesmo para hortaliças de ciclo curto como as
folhosas, a realização da análise foliar possibilita a correção de eventuais desequilíbrios
nutricionais para as safras seguintes. A amostragem de folhas e a interpretação dos
resultados analíticos são apresentadas nas tabelas 2, 3 e 4, a seguir.
13
Tabela 2. Amostragem de alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, espinafre
da Nova Zelândia e rúcula para análise química foliar
Hortaliça Descrição da amostragem
Alface Folha recém desenvolvida, da metade a 2/3 do ciclo: 20 plantas
Almeirão Toda parte aérea, da metade a 2/3 do ciclo: 20 plantas
Agrião Folhas compostas do topo da planta: 25 plantas
Chicória Folha mais velha, na formação da 8ª folha: 20 plantas
Coentro Toda parte aérea, na metade do ciclo: 25 plantas
Espinafre Folha recém desenvolvida, 30 a 50 dias: 25 plantas
Rúcula Toda a parte aérea, da metade a 2/3 do ciclo: 25 plantas
Tabela 3. Faixas de teores adequados de macronutrientes nas folhas de alface,
almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, espinafre da Nova Zelândia e rúcula
Hortaliça N P K Ca Mg S
------------------------- g kg-1
-------------------------
Alface 30 - 50 3 - 7 50 - 80 15 - 25 4 - 6 2 - 4
Almeirão 30 - 50 3 - 12 35 - 60 10 - 25 3 - 10 -
Agrião 45 - 60 3 - 12 35 - 50 15 - 35 3 - 10 4 - 7
Chicória 30 - 60 4 - 7 40 - 60 15 - 30 3 - 8 -
Coentro 40 - 60 4 - 6 40 - 60 10 - 30 3 - 5 3 - 4
Espinafre 40 - 60 4 - 8 30 - 50 14 - 40 4 - 8 3 - 10
Rúcula 40 - 50 3 - 8 30 - 70 20- 40 4 - 7 4 - 9
14
Tabela 4. Faixas de teores adequados de micronutrientes nas folhas de alface,
almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, espinafre da Nova Zelândia e rúcula
Hortaliça B Cu Fe Mn Mo Zn
------------------------- mg kg-1
-------------------------
Alface 30 - 70 7 - 20 50 - 150 30 - 150 0,8 - 1,4 30 - 100
Almeirão 25 - 75 7 - 60 50 - 300 40 - 250 - 25 - 250
Agrião 25 - 60 7 - 20 50 - 300 50 - 300 0,8 - 1,3 25 - 100
Chicória 30 - 100 8 - 20 50 - 300 30 - 250 - 30 - 100
Coentro 40 - 70 8- 15 - - - 40 - 80
Espinafre 30 - 100 5 - 15 100- 300 50 - 250 0,4 - 0,8 30 - 100
Rúcula 25 - 60 5 - 20 100- 300 50 - 160 - 45 - 80
7. Referências Bibliográficas
AMARO, G.B.; SILVA, D.M.; MARINHO, A.G.; NASCIMENTO, W.M. Recomendações
técnicas para o cultivo de hortaliças em agricultura familiar. Brasília, Embrapa, 2007,
16p.(Circular Técnica 47)
CAMARGO FILHO, W.P.; CAMARGO, F.P. Acomodação da produção olerícola no Brasil
e no Estado de São Paulo, 1990-2010 - análise prospectiva e tendências para 2015.
Instituto de Economia Agrícola, São Paulo, 2013 (não publicado)
DAFLON, D.S.G.; FREITAS, M.S.M.; CARVALHO, A.J.C.; MONNERAT, P.H.; PRINS,
C.L. Sintomas visuais de deficiência de macronutrientes e boro em coentro. Horticultura
Brasileira, Brasília, v.32, p.28-34. 2014.
15
FONTES, P.C.R. Alface. In: Recomendação para uso de corretivos e fertilizantes em
Minas Gerais (5.ª aproximação), p.177. Viçosa. Comissão de Fertilidade do Solo de
Minas Gerais. RIBEIRO, A.C.; GUIMARÃES, P.T.G., ALVAREZ V.H., (Ed.), 1999. 359p.
HAAG, H.P.; BELFORT, C.C.; MINAMI, K. Absorção de nutrientes na cultura do coentro
(Coriandrum sativum L.) In. Nutrição mineral em hortaliças, 2ª ed. Campinas, Fundação
Cargill, p.27-35. 1988.
OLIVEIRA, A.P.; SILVA, V.R.F.; SANTOS, C.S.,ARAÚJO, J.S.; NASCIMENTO, J.T.
Produção de coentro cultivado com esterco bovino e adubação mineral. Horticultura
Brasileira, v.20, p.477-479. 2002.
PURQUERIO, L.F.V. Crescimento, produção e qualidade de rúcula (Eruca sativa Miller)
em função do nitrogênio e da densidade de plantio. 2005. 199p. (Tese de Doutorado),
UNESP, Botucatu, 2005.
RAIJ, B. van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A.; FURLANI, A.M.C. Recomendações
de adubação e calagem para o Estado de São Paulo, 2.ed. rev. ampl. Campinas,
Instituto Agronômico & Fundação IAC, 1997. 285p. (Boletim Técnico, 100)
RODRIGUES, A.B.; MARTINS, M.I.E.G.; ARAÚJO, J.A.C. Avaliação econômica da
produção de alface em estufa. São Paulo, Informações Econômicas, v.27, p.27-35,
1997.
TESTEZLAF, R. Irrigação: métodos, sistemas e aplicações. Campinas: UNICAMP -
Faculdade de Engenharia Agrícola. 2011. 203p.
TRANI, P.E.; PASSOS, F.A.; MELO, A.M.T.; TIVELLI, S.W.; BOVI, O.A.; PIMENTEL,
E.C. Hortaliças e plantas medicinais: manual prático (2.ª ed. rev. atual.). Campinas:
Instituto Agronômico, 2010. 72 p. (Série Tecnologia APTA, Boletim Técnico IAC, 199)
16
TRANI, P.E.; TIVELLI, S.W.; CARRIJO, O.A. Fertirrigação em Hortaliças. Campinas,
Instituto Agronômico, 2011. 51 p. (Boletim Técnico IAC, 196, 2.a
ed. rev. atual.).
Disponível em
http://www.iac.sp.gov.br/publicacoes/publicacoes_online/pdf/BT_196_FINAL.pdf.
Consultado em 1/6/2014.

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Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, espinafre e rúcula

  • 1. 1 Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, espinafre e rúcula* Paulo Espíndola Trani ( 1 ) Luís Felipe Villani Purquério ( 1 ) Gilberto Job Borges Figueiredo ( 2 ) Sebastião Wilson Tivelli ( 3 ) Sally Ferreira Blat ( 4 ) ( 1 ) Instituto Agronômico, Centro de Horticultura, Campinas (SP). petrani@iac.sp.gov.br; felipe@iac.sp.gov.br ( 2 ) CATI - Casa da Agricultura de Caraguatatuba (SP) ( 3 ) APTA - Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento em Agricultura Ecológica, São Roque (SP) ( 4 ) APTA - Polo Regional do Centro Leste, Ribeirão Preto (SP) * Campinas (SP), junho de 2014 INTRODUÇÃO As hortaliças folhosas alface (Lactuca sativa), almeirão (Cichorium intybus), agrião d’água (Nasturtium officinale), chicória ou escarola (Cichorium endivia), coentro (Coriandrum sativum), espinafre da Nova Zelândia (Tetragonia expansa) e rúcula (Eruca sativa), ocupam uma área estimada de 14.000 ha, representando aproximadamente 10% da área total com cultivo de hortaliças no Estado de São Paulo (Camargo & Camargo, 2013). Este grupo de hortaliças tem em comum o sistema de plantio adensado em canteiros. Assim, além da possibilidade de aplicação dos fertilizantes em sulcos, estes podem ser distribuídos na área total dos canteiros. A construção dos canteiros normalmente é realizada por uma rotocanteiradora, implemento que também incorpora os corretivos e fertilizantes ao solo, proporcionando um desenvolvimento uniforme das raízes das plantas e a boa qualidade das hortaliças colhidas. A aspersão e o gotejamento são os principais sistemas de irrigação para as hortaliças folhosas, tanto no campo, como no sistema de cultivo protegido. Isto deve ser considerado na definição da maneira de fornecimento dos fertilizantes e da
  • 2. 2 frequência de aplicação destes em cobertura. 2. Espaçamentos Recomenda-se adotar os seguintes espaçamentos para estas hortaliças folhosas- alface: 0,20 a 0,35 m x 0,20 a 0,35 m; almeirão: 0,15 a 0,25 m x 0,10 a 0,15 m; agrião d’água: 0,20 a 0,30 m x 0,20 a 0,30 m; chicória ou escarola: 0,30 a 0,40 m x 0,30 a 0,40 m; coentro: 0,20 a 0,25 m x 0,05 a 0,10 m; espinafre da Nova Zelândia: 0,30 a 0,40 m x 0,20 a 0,30 m; rúcula: 0,20 a 0,25 m x 0,05 a 0,10 m, entrelinhas e entre plantas respectivamente. 3. Calagem Aplicar o calcário com antecedência de 30 a 90 dias (conforme o PRNT) antes da semeadura ou do transplante das mudas. Recomenda-se para a alface, agrião d’água, coentro, espinafre e rúcula elevar a saturação por bases do solo a 80% e o teor de magnésio a um mínimo de 9 mmolc dm-3 . Para o almeirão e a chicória (ou escarola), aplicar calcário visando elevar a saturação por bases a 70% e o teor de magnésio a um mínimo de 8 mmolc dm-3 . Incorporar o corretivo de acidez desde a superfície do solo até 20 cm de profundidade. 4. Adubação orgânica Os fertilizantes orgânicos tem importante função na manutenção e na melhoria das propriedades físicas e biológicas do solo. Além disso, fornecem e liberam os nutrientes de maneira gradativa, conforme sua composição e relação C/N. Recomenda- -se de 30 a 40 dias antes do plantio, incorporar ao solo 40 a 60 t ha-1 de esterco bovino
  • 3. 3 curtido ou composto orgânico, ou ainda 1/4 a 1/5 dessas quantidades de húmus de minhoca, esterco de frango, galinha, suínos, ovinos, caprinos ou equinos. Ressalta-se que os estercos animais em geral, devem ser compostados antes da incorporação ao solo, para que estejam isentos de patógenos e sementes de plantas daninhas. O composto orgânico Bokashi pode ser utilizado na dose de 150 a 250 g por m2 para ajudar na recuperação de solos degradados. No cálculo da quantidade de fertilizante orgânico a ser utilizado, considerar a sua concentração em nitrogênio, bem como, o aspecto econômico. 5. Adubação mineral de plantio Aplicar entre 7 e 10 dias antes do plantio, em área total dos canteiros ou nos sulcos de plantio, conforme a análise de solo, as doses de nutrientes apresentadas na tabela 1, a seguir. Tabela 1. Adubação mineral de plantio para alface, almeirão, agrião d’água, chicória ou escarola, coentro, espinafre da Nova Zelândia e rúcula, conforme análise do solo Nitrogênio P resina, mg dm-3 K+ trocável, mmolc dm -3 0-25 26-60 61-120 >120 0-1,5 1,6-3,0 3,1-6,0 >6,0 N, kg ha-1 ------------ P2O5, kg ha-1 ---------- ----------- K2O, kg ha-1 ------------ 30 a 50 320 180 100 60 120 80 50 30 B, mg dm-3 Cu, mg dm-3 Zn, mg dm -3 0-0,30 0,31-0,60 >0,60 0-0,2 0,3-1,0 >1,0 0-0,5 0,6-1,2 >1,2 ------- B, kg ha-1 -------- ------- Cu, kg ha-1 -------- -------- Zn, kg ha-1 -------- 1,5 1,0 0 3 1,5 0 3 1,5 0 Aplicar junto com o NPK em pré-plantio, 20 a 30 kg ha-1 de S e, em solos deficientes 1 a 2 kg ha-1 de Mn.
  • 4. 4 6. Adubação mineral de cobertura A fertilização em cobertura visa o fornecimento principalmente de N e K, devendo ser de aplicação parcelada, a fim de atender as necessidades nutricionais das plantas em suas diferentes fases de desenvolvimento, evitando-se também, as perdas por lixiviação causadas pela chuva ou pela irrigação. A utilização de fósforo em cobertura, em pequenas quantidades, nas proporções máximas de 1/4 a 1/3 de P2O5 em relação ao N e ao K2O, pode proporcionar melhor qualidade das hortaliças colhidas, conforme observações práticas em diferentes locais. A alta solubilidade de alguns fertilizantes binários fosfatados como o DAP e o MAP, presentes em formulações de cobertura de média (e alta) concentração de nutrientes (como 18-04-12 e 20-05-15) proporciona rápida absorção de P pelas raízes das hortaliças, inclusive aquelas de ciclo rápido (colheita entre 30 a 60 dias após transplante). Nas fórmulas de cobertura de baixa concentração de nutrientes (como 12-04-12) é frequente a inserção de superfosfato simples que contém 40% de gesso agrícola, com os conhecidos efeitos benéficos para as plantas. Destaca-se também o fato de que fórmulas de fertilizantes de cobertura, fabricadas com adubos fosfatados em sua composição, normalmente são menos higroscópicas em relação às fórmulas que contém apenas fertilizantes nitrogenados e potássicos. Vale ressaltar ainda, que o fósforo solúvel presente em quantidades adequadas no solo favorece a absorção de nitrogênio pelas plantas. A definição final sobre a utilização de menores ou maiores quantidades de nutrientes em cobertura dependerá de fatores como adubação orgânica anterior, interpretação da análise de solo e da análise foliar, época de plantio, cultivares utilizadas e culturas anteriormente instaladas. Recomenda-se aplicar os fertilizantes ao lado das plantas, de maneira que não entrem em contato direto com as mesmas, irrigando-se logo após. As quantidades de nutrientes em cobertura são apresentadas a seguir:
  • 5. 5 6.1 Alface - aplicar 60 a 100 kg ha-1 de N, 15 a 30 kg ha-1 de P2O5 e 30 a 50 kg ha-1 de K2O, parcelando em 2 a 4 aplicações durante o ciclo, ou a cada dois dias no caso do uso de fertirrigação. A alface do grupo americana deve receber doses de potássio 30% a 40% superiores em relação às alfaces dos grupos lisa e crespa. A figura 1 mostra plantas de alface no campo, irrigadas por aspersão. Figura 1. Alface crespa, em início de desenvolvimento, após adubação de pré-plantio em área total do canteiro e irrigada por aspersão. À direita, alface em fase de colheita após 3 aplicações manuais de fertilizantes em cobertura. Fotos: Angélica Prela-Pantano, 2014 e Francisco A. Passos, 2006 (respectivamente). Campinas (SP). As figuras 2 e 3 mostram plantas de alface sob cultivo protegido, irrigadas e fertilizadas por gotejamento.
  • 6. 6 Figura 2. Alface sob cultivo protegido com tela de sombreamento e fertirrigação por gotejamento. Foto: Oliveiro B. Bassetto Júnior. Santa Cruz do Rio Pardo (SP), 2008. Figura 3. Alface sob cultivo protegido com estufa plástica e fertirrigação por gotejamento. Foto: Luis Felipe V. Purquério. São Carlos (SP), 2012.
  • 7. 7 A figura 4 mostra hortaliças folhosas de diferentes espécies e famílias botânicas, sob estufa agrícola, no sistema de rotação entre canteiros. Isso propicia a médio prazo, um melhor aproveitamento dos nutrientes do solo, além de possibilitar a implantação de diferentes sistemas de irrigação localizada. Figura 4. Alface e outras hortaliças folhosas cultivadas no sistema de rotação. A arquitetura desta estufa possibilita a implantação de diferentes sistemas de irrigação e de adubação em cobertura. Foto: Paulo E. Trani. Santa Cruz do Rio Pardo (SP), 2014. A figura 5 mostra canteiros que receberam previamente em sua superfície na forma de “mulching”, a aplicação de cama de frango compostada e peneirada. Após a colheita das hortaliças, o canteiro será refeito e o material orgânico será incorporado ao solo.
  • 8. 8 Figura 5. Cama de frango peneirada aplicada como “mulching” sobre os canteiros, anteriormente ao transplante das mudas de alface. Após a colheita, os canteiros serão refeitos e o fertilizante orgânico incorporado ao solo. Foto: Paulo E. Trani. Santa Cruz do Rio Pardo (SP), 2014. 6.2 Almeirão, agrião d’água, chicória ou escarola, coentro e espinafre - aplicar 40 a 80 kg ha-1 de N, 10 a 20 kg ha-1 de P2O5 e 20 a 40 kg ha-1 de K2O, parcelando em 2 a 4 aplicações durante o ciclo, ou a cada dois dias quando do uso de fertirrigação. As figuras 6 e 7 mostram almeirão, chicória e coentro em fase de colheita, ocupando a área total dos canteiros, após adubação equilibrada, proporcionando boas produtividades e qualidade dos produtos colhidos.
  • 9. 9 Figura 6. Almeirão ‘Folha Larga’. Os canteiros receberam adubação de pré-plantio em área total e duas adubações em cobertura. Foto: Angélica Prela-Pantano. Campinas(SP), 2014. Figura 7. Chicória e coentro, ocupando a área total dos canteiros após adubação equilibrada, conforme a análise de solo e a exigência nutricional da cultura. Foto: Angélica Prela - Pantano, 2014 e Paulo E. Trani, 2010 (respectivamente). Campinas (SP). A figura 8 mostra o espinafre da Nova Zelândia em fase de colheita, sob estufa agrícola do “tipo” capela, com irrigação por microaspersão, após três adubações manuais de cobertura com fertilizantes de baixa solubilidade. Este sistema de manejo é de baixo custo e garante boa produtividade e qualidade de hortaliças folhosas diversas.
  • 10. 10 Figura 8. Espinafre da Nova Zelândia sob estufa agrícola do “tipo” capela, com irrigação por microaspersão e adubação manual de cobertura com fertilizantes de baixa solubilidade. Este manejo é de baixo custo e garante boa produtividade para hortaliças folhosas diversas. Foto: Paulo E. Trani. Campinas (SP), 2006. 6.3 Rúcula – aplicar 80 a 140 kg ha-1 de N, 15 a 30 kg ha-1 de P2O5 e 30 a 50 kg ha-1 de K2O, parcelando em 2 a 3 aplicações durante o ciclo, ou a cada dois dias quando do uso de fertirrigação. A figura 9 mostra a rúcula no campo após duas adubações de cobertura, realizadas manualmente.
  • 11. 11 Figura 9. Plantas de rúcula em fase de colheita e aspecto geral desta no campo, em solo com bom equilíbrio de nutrientes. Fotos: Angélica Prela-Pantano, Campinas (SP), 2014. A figura 10 mostra a rúcula sob cultivo protegido após fertirrigações realizadas 3 vezes por semana. Figura 10. Plantas de rúcula sob cultivo protegido. A adubação de cobertura foi realizada através de fertirrigação por gotejamento sub-superficial. Foto: Edson Akira Kariya. Itapetininga (SP), 2012.
  • 12. 12 7. Adubação Foliar Cerca de 7 dias após o “pegamento” das mudas, e a cada semana, pulverizar as plantas com ácido bórico a 0,05%, sulfato de zinco a 0,1%, cloreto de cálcio a 0,2% e sulfato de magnésio heptaidratado a 0,1%. Utilizar espalhante adesivo. No comércio existem fertilizantes foliares que contém todos estes nutrientes em uma mesma solução, misturados em formas compatíveis. Observar as concentrações e indicações conforme o rótulo. Não misturar os fertilizantes foliares com agrotóxicos. 8. Monitoramento nutricional - diagnose foliar A análise química foliar consiste na determinação dos teores de elementos em tecidos vegetais (principalmente folhas) visando o diagnóstico do estado nutricional da cultura. Auxilia ainda, na interpretação dos efeitos da adubação anteriormente efetuada e a estimar indiretamente o grau de fertilidade do solo. É ainda possível com esta técnica, distinguir os sintomas provocados por agentes patogênicos daqueles provocados por nutrição inadequada. Mesmo para hortaliças de ciclo curto como as folhosas, a realização da análise foliar possibilita a correção de eventuais desequilíbrios nutricionais para as safras seguintes. A amostragem de folhas e a interpretação dos resultados analíticos são apresentadas nas tabelas 2, 3 e 4, a seguir.
  • 13. 13 Tabela 2. Amostragem de alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, espinafre da Nova Zelândia e rúcula para análise química foliar Hortaliça Descrição da amostragem Alface Folha recém desenvolvida, da metade a 2/3 do ciclo: 20 plantas Almeirão Toda parte aérea, da metade a 2/3 do ciclo: 20 plantas Agrião Folhas compostas do topo da planta: 25 plantas Chicória Folha mais velha, na formação da 8ª folha: 20 plantas Coentro Toda parte aérea, na metade do ciclo: 25 plantas Espinafre Folha recém desenvolvida, 30 a 50 dias: 25 plantas Rúcula Toda a parte aérea, da metade a 2/3 do ciclo: 25 plantas Tabela 3. Faixas de teores adequados de macronutrientes nas folhas de alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, espinafre da Nova Zelândia e rúcula Hortaliça N P K Ca Mg S ------------------------- g kg-1 ------------------------- Alface 30 - 50 3 - 7 50 - 80 15 - 25 4 - 6 2 - 4 Almeirão 30 - 50 3 - 12 35 - 60 10 - 25 3 - 10 - Agrião 45 - 60 3 - 12 35 - 50 15 - 35 3 - 10 4 - 7 Chicória 30 - 60 4 - 7 40 - 60 15 - 30 3 - 8 - Coentro 40 - 60 4 - 6 40 - 60 10 - 30 3 - 5 3 - 4 Espinafre 40 - 60 4 - 8 30 - 50 14 - 40 4 - 8 3 - 10 Rúcula 40 - 50 3 - 8 30 - 70 20- 40 4 - 7 4 - 9
  • 14. 14 Tabela 4. Faixas de teores adequados de micronutrientes nas folhas de alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, espinafre da Nova Zelândia e rúcula Hortaliça B Cu Fe Mn Mo Zn ------------------------- mg kg-1 ------------------------- Alface 30 - 70 7 - 20 50 - 150 30 - 150 0,8 - 1,4 30 - 100 Almeirão 25 - 75 7 - 60 50 - 300 40 - 250 - 25 - 250 Agrião 25 - 60 7 - 20 50 - 300 50 - 300 0,8 - 1,3 25 - 100 Chicória 30 - 100 8 - 20 50 - 300 30 - 250 - 30 - 100 Coentro 40 - 70 8- 15 - - - 40 - 80 Espinafre 30 - 100 5 - 15 100- 300 50 - 250 0,4 - 0,8 30 - 100 Rúcula 25 - 60 5 - 20 100- 300 50 - 160 - 45 - 80 7. Referências Bibliográficas AMARO, G.B.; SILVA, D.M.; MARINHO, A.G.; NASCIMENTO, W.M. Recomendações técnicas para o cultivo de hortaliças em agricultura familiar. Brasília, Embrapa, 2007, 16p.(Circular Técnica 47) CAMARGO FILHO, W.P.; CAMARGO, F.P. Acomodação da produção olerícola no Brasil e no Estado de São Paulo, 1990-2010 - análise prospectiva e tendências para 2015. Instituto de Economia Agrícola, São Paulo, 2013 (não publicado) DAFLON, D.S.G.; FREITAS, M.S.M.; CARVALHO, A.J.C.; MONNERAT, P.H.; PRINS, C.L. Sintomas visuais de deficiência de macronutrientes e boro em coentro. Horticultura Brasileira, Brasília, v.32, p.28-34. 2014.
  • 15. 15 FONTES, P.C.R. Alface. In: Recomendação para uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais (5.ª aproximação), p.177. Viçosa. Comissão de Fertilidade do Solo de Minas Gerais. RIBEIRO, A.C.; GUIMARÃES, P.T.G., ALVAREZ V.H., (Ed.), 1999. 359p. HAAG, H.P.; BELFORT, C.C.; MINAMI, K. Absorção de nutrientes na cultura do coentro (Coriandrum sativum L.) In. Nutrição mineral em hortaliças, 2ª ed. Campinas, Fundação Cargill, p.27-35. 1988. OLIVEIRA, A.P.; SILVA, V.R.F.; SANTOS, C.S.,ARAÚJO, J.S.; NASCIMENTO, J.T. Produção de coentro cultivado com esterco bovino e adubação mineral. Horticultura Brasileira, v.20, p.477-479. 2002. PURQUERIO, L.F.V. Crescimento, produção e qualidade de rúcula (Eruca sativa Miller) em função do nitrogênio e da densidade de plantio. 2005. 199p. (Tese de Doutorado), UNESP, Botucatu, 2005. RAIJ, B. van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A.; FURLANI, A.M.C. Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo, 2.ed. rev. ampl. Campinas, Instituto Agronômico & Fundação IAC, 1997. 285p. (Boletim Técnico, 100) RODRIGUES, A.B.; MARTINS, M.I.E.G.; ARAÚJO, J.A.C. Avaliação econômica da produção de alface em estufa. São Paulo, Informações Econômicas, v.27, p.27-35, 1997. TESTEZLAF, R. Irrigação: métodos, sistemas e aplicações. Campinas: UNICAMP - Faculdade de Engenharia Agrícola. 2011. 203p. TRANI, P.E.; PASSOS, F.A.; MELO, A.M.T.; TIVELLI, S.W.; BOVI, O.A.; PIMENTEL, E.C. Hortaliças e plantas medicinais: manual prático (2.ª ed. rev. atual.). Campinas: Instituto Agronômico, 2010. 72 p. (Série Tecnologia APTA, Boletim Técnico IAC, 199)
  • 16. 16 TRANI, P.E.; TIVELLI, S.W.; CARRIJO, O.A. Fertirrigação em Hortaliças. Campinas, Instituto Agronômico, 2011. 51 p. (Boletim Técnico IAC, 196, 2.a ed. rev. atual.). Disponível em http://www.iac.sp.gov.br/publicacoes/publicacoes_online/pdf/BT_196_FINAL.pdf. Consultado em 1/6/2014.