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ANONÁCEAS: PRINCIPAIS PORTA-ENXERTOS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS

Erivaldo José Scaloppi Junior
Eng. Agr., Dr., PqC do Polo Noroeste Paulista/APTA
scaloppi@apta.sp.gov.br

No Brasil, a família Annonaceae possui cerca de 260 espécies de plantas com ampla
distribuição geográfica e que, apesar da importância, são muitas vezes desconhecidas ou
pouco utilizadas.
As anonáceas destacam-se pelo sabor bastante agradável de seus frutos, que associado às
propriedades físico-químicas, como parte de uma alimentação saudável, vem conquistando
cada vez mais o consumidor.
Para o consumo de frutos ao natural, o país cultiva a fruta-do-conde ou pinha (Annona
squamosa) e a atemóia (Annona cherimola x Annona squamosa) (Figura 1A), híbrido
interespecífico entre a cherimóia (Annona cherimola) (Figura 1B) e a fruta-do-conde. Em
mercados regionais é possível encontrar o araticum ou marolo (Annona crassiflora), o biriba
(Rollinia mucosa) e condessa (Annona reticulata). Para o processamento, apenas a graviola
(Annona muricata) é explorada com a finalidade de obtenção de polpa (SCALOPPI JUNIOR
& MARTINS, 2013).

B
A

Figura 1. Frutos de atemóia (A) e cherimóia (B).
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As anonáceas, principalmente as espécies cultivadas, são atacadas por brocas do colo,
brocas do tronco e fungos de solo o que inviabiliza ou dificulta a formação de mudas e o
estabelecimento dos pomares. A utilização de porta-enxertos resistente é indispensável para
garantir o sucesso comercial.
Para que uma espécie de anonácea seja utilizada como porta-enxerto, há de se considerar
a resistência às moléstias e a compatibilidade com a espécie copa. As observações sobre a
compatibilidade entre as espécies devem durar pelo menos quatro anos, segundo
TOKUNAGA (2000). Também as condições de clima (principalmente) e solo devem ser
consideradas na implantação das combinações copa/porta-enxerto.
De 19 a 23 de agosto de 2013 a UNESP de Botucatu sediou V Congresso Internacional e V
Encontro Brasileiro sobre Anonáceas, ocasião em que foi lançado o livro “Anonáceas:
propagação e produção de mudas”, editado pela Fepaf (www.fepaf.org.br). Recomenda-se a
literatura a todos interessados na produção de mudas de anonáceas, por se tratar de
publicação exclusiva e exaustiva sobre o tema.
No Brasil ainda é comum a utilização da propagação por sementes na implantação de
pomares de pinha e graviola, o que gera grande desuniformidade de plantas no que diz
respeito às diferenças na produção e formato dos frutos.
As anonáceas são plantas de polinização cruzada ou alógamas e isso inviabiliza a fixação
de características desejáveis quando da propagação sexuada ou por sementes. A solução é
a utilização da propagação assexuada (enxertia por borbulhia ou garfagem, por exemplo)
das melhores variedades das espécies copa em porta-enxertos adequados.
A seguir é descrito algumas espécies utilizadas como porta-enxertos e respectiva indicação
de espécies copa compatível.
Annona glabra L.
Nome comum em português: anona do brejo, anona lisa; nome comum em inglês: pond
apple.
Ocorre em toda a América tropical e no Brasil, com ampla distribuição geográfica. É
encontrada desde a Amazônia até o Estado de Santa Catarina. Nos locais de ocorrência
natural, ocupa frequentemente áreas que estão submetidas a inundações periódicas.

ISSN 2316-5146
Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, n. 2, Jul-Dez 2013
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A anona do brejo é considerada porta-enxerto ananizante, conferindo pequeno porte às
plantas e indicada para áreas úmidas, por tolerar podridões radiculares. Quando utilizado
como porta-enxerto para graviola, além de conferir porte baixo à copa, demonstra boa
compatibilidade e facilita o manejo da cultura.
Annona montana Macfad.
Nome comum em português: falsa-graviola, anona das montanhas, araticum apé; nome
comum em espanhol: guanábana cimarrón; nome comum em inglês: mountain soursop, wild
soursop.
Planta nativa das Índias Ocidentais, que assemelha muito à graviola. A espécie é
recomendada como porta-enxerto para a gravioleira, apesar de não ser totalmente
resistente ao ataque de brocas. A falsa-graviola desenvolve-se bem em solos com a
presença do nematóide cavernícola (KAVATI, 2013).
Annona squamosa
Nome comum em português: pinha, fruta-do-conde; nome comum em inglês: sugar apple.
Utilizada como porta-enxerto para a atemóia no nordeste do Brasil, apesar de não ser
resistente às doenças radiculares (KAVATI, 2013).
Annona reticulata
Nome comum em português: condessa; nome comum em inglês: custard apple.
Esta espécie possui certa apreciação regional e produz frutos, em condições naturais, de
agosto e outubro.
Continua sendo utilizada como porta-enxerto para a pinha e atemóia no planalto do Estado
de São Paulo, apesar de não apresentar resistência às brocas. Atenção especial deve ser
dada ao tipo de enxertia com a atemóia e pinha, pois a garfagem realizada no período de
inverno tem proporcionado maior longevidade das plantas (KAVATI, 2013).

ISSN 2316-5146
Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, n. 2, Jul-Dez 2013
www.aptaregional.sp.gov.br

Rollinia sp.
Nome comum: araticum-de-terra-fria.
A descrição da planta, frutos, área de abrangência e demais características são encontradas
em TOKUNAGA (2000). O araticum-de-terra-fria possui tolerância às podridões de raízes, à
broca do tronco e boa compatibilidade de enxertia em atemóia e cherimóia. Recomenda-se
a implantação em áreas de clima ameno.
Rollinia emarginata
Nome comum: araticum-mirim, araticum do brejo, araticum de folha miúda.
O araticum-mirim induz o ananismo sobre a copa e possui tolerância satisfatória às
podridões de raízes, boa tolerância à broca do tronco e boa compatibilidade de enxertia em
atemóia e cherimóia (TOKUNAGA, 2000). Recomenda-se a implantação em áreas de clima
ameno, pois observações no planalto paulista, especificamente em Lins, a combinação
atemóia/araticum-mirim não se desenvolve bem (KAVATI, 2013).
Rollinia mucosa (Jacq.) Baill.
Nome comum em português: biribá; nome comum em espanhol: biribá, corosoe, anón
cimarrón; nome comum em inglês: wild sweet sop.
Seus frutos são de aceitação popular, sendo em sua maioria utilizados no consumo caseiro
e comercialização regional. O biribazeiro possui compatibilidade comprovada, quando da
enxertia com gravioleira, apresentando resistência às podridões de raízes e ao ataque de
broca. Atualmente em muitos plantios de graviola no nordeste se utiliza o biriba como portaenxerto (SÃO JOSÉ, A. R.; comunicação pessoal ).
Rollinia neosalicifolia
Espécie recentemente identificada e que há pouco mais de dez anos tem sido utilizada com
sucesso em cultivares de atemóia e pinha no oeste do Estado de São Paulo, apresentando
resistência ao ataque de brocas (KAVATI, 2013). Esta espécie apresenta grande potencial
como porta-enxerto para utilização em regiões de clima quente, condição até então limitante
para a expansão da cultura da atemóia no Brasil.

ISSN 2316-5146
Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, n. 2, Jul-Dez 2013
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Considerações finais
Apesar do grande número de espécies nativas da família Annonaceae, poucas são
conhecidas e utilizadas como porta-enxertos, visando compatibilidade com as espécies
comerciais, adaptação climática e resistência às moléstias. Há de se intensificar as
experimentações em busca de outras espécies para porta-enxertos, o que possibilitaria a
expansão dos cultivos comerciais em regiões com características edafoclimáticas distintas e
oferta de frutos praticamente o ano todo.
1

Prof. Dr. Abel Rebouças São José, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista.

Referências
KAVATI, R. Porta-enxertos em anonáceas. In: Anonáceas: propagação e produção de mudas.
FERREIRA, G.; KAVATI, R.; BOARO, C.S.F.; BORTOLUCCI, T.; LEONEL, S. (Editores).
Botucatu, FEPAF, p. 111-123, 2013.
SCALOPPI JUNIOR, E.J.; MARTINS, A. B.G. A estaquia em espécies de Anonnaceae potenciais
como porta-enxertos. In: Anonáceas: propagação e produção de mudas. FERREIRA, G.;
KAVATI, R.; BOARO, C.S.F.; BORTOLUCCI, T.; LEONEL, S. (Editores). Botucatu,
FEPAF, p. 59-73, 2013.
TOKUNAGA, T. A cultura da Atemóia. Campinas: CATI, 2000. 80p. (Boletim Técnico, 233).

ISSN 2316-5146
Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, n. 2, Jul-Dez 2013

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Porta-enxertos Anonáceas

  • 1. ANONÁCEAS: PRINCIPAIS PORTA-ENXERTOS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS Erivaldo José Scaloppi Junior Eng. Agr., Dr., PqC do Polo Noroeste Paulista/APTA scaloppi@apta.sp.gov.br No Brasil, a família Annonaceae possui cerca de 260 espécies de plantas com ampla distribuição geográfica e que, apesar da importância, são muitas vezes desconhecidas ou pouco utilizadas. As anonáceas destacam-se pelo sabor bastante agradável de seus frutos, que associado às propriedades físico-químicas, como parte de uma alimentação saudável, vem conquistando cada vez mais o consumidor. Para o consumo de frutos ao natural, o país cultiva a fruta-do-conde ou pinha (Annona squamosa) e a atemóia (Annona cherimola x Annona squamosa) (Figura 1A), híbrido interespecífico entre a cherimóia (Annona cherimola) (Figura 1B) e a fruta-do-conde. Em mercados regionais é possível encontrar o araticum ou marolo (Annona crassiflora), o biriba (Rollinia mucosa) e condessa (Annona reticulata). Para o processamento, apenas a graviola (Annona muricata) é explorada com a finalidade de obtenção de polpa (SCALOPPI JUNIOR & MARTINS, 2013). B A Figura 1. Frutos de atemóia (A) e cherimóia (B).
  • 2. www.aptaregional.sp.gov.br As anonáceas, principalmente as espécies cultivadas, são atacadas por brocas do colo, brocas do tronco e fungos de solo o que inviabiliza ou dificulta a formação de mudas e o estabelecimento dos pomares. A utilização de porta-enxertos resistente é indispensável para garantir o sucesso comercial. Para que uma espécie de anonácea seja utilizada como porta-enxerto, há de se considerar a resistência às moléstias e a compatibilidade com a espécie copa. As observações sobre a compatibilidade entre as espécies devem durar pelo menos quatro anos, segundo TOKUNAGA (2000). Também as condições de clima (principalmente) e solo devem ser consideradas na implantação das combinações copa/porta-enxerto. De 19 a 23 de agosto de 2013 a UNESP de Botucatu sediou V Congresso Internacional e V Encontro Brasileiro sobre Anonáceas, ocasião em que foi lançado o livro “Anonáceas: propagação e produção de mudas”, editado pela Fepaf (www.fepaf.org.br). Recomenda-se a literatura a todos interessados na produção de mudas de anonáceas, por se tratar de publicação exclusiva e exaustiva sobre o tema. No Brasil ainda é comum a utilização da propagação por sementes na implantação de pomares de pinha e graviola, o que gera grande desuniformidade de plantas no que diz respeito às diferenças na produção e formato dos frutos. As anonáceas são plantas de polinização cruzada ou alógamas e isso inviabiliza a fixação de características desejáveis quando da propagação sexuada ou por sementes. A solução é a utilização da propagação assexuada (enxertia por borbulhia ou garfagem, por exemplo) das melhores variedades das espécies copa em porta-enxertos adequados. A seguir é descrito algumas espécies utilizadas como porta-enxertos e respectiva indicação de espécies copa compatível. Annona glabra L. Nome comum em português: anona do brejo, anona lisa; nome comum em inglês: pond apple. Ocorre em toda a América tropical e no Brasil, com ampla distribuição geográfica. É encontrada desde a Amazônia até o Estado de Santa Catarina. Nos locais de ocorrência natural, ocupa frequentemente áreas que estão submetidas a inundações periódicas. ISSN 2316-5146 Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, n. 2, Jul-Dez 2013
  • 3. www.aptaregional.sp.gov.br A anona do brejo é considerada porta-enxerto ananizante, conferindo pequeno porte às plantas e indicada para áreas úmidas, por tolerar podridões radiculares. Quando utilizado como porta-enxerto para graviola, além de conferir porte baixo à copa, demonstra boa compatibilidade e facilita o manejo da cultura. Annona montana Macfad. Nome comum em português: falsa-graviola, anona das montanhas, araticum apé; nome comum em espanhol: guanábana cimarrón; nome comum em inglês: mountain soursop, wild soursop. Planta nativa das Índias Ocidentais, que assemelha muito à graviola. A espécie é recomendada como porta-enxerto para a gravioleira, apesar de não ser totalmente resistente ao ataque de brocas. A falsa-graviola desenvolve-se bem em solos com a presença do nematóide cavernícola (KAVATI, 2013). Annona squamosa Nome comum em português: pinha, fruta-do-conde; nome comum em inglês: sugar apple. Utilizada como porta-enxerto para a atemóia no nordeste do Brasil, apesar de não ser resistente às doenças radiculares (KAVATI, 2013). Annona reticulata Nome comum em português: condessa; nome comum em inglês: custard apple. Esta espécie possui certa apreciação regional e produz frutos, em condições naturais, de agosto e outubro. Continua sendo utilizada como porta-enxerto para a pinha e atemóia no planalto do Estado de São Paulo, apesar de não apresentar resistência às brocas. Atenção especial deve ser dada ao tipo de enxertia com a atemóia e pinha, pois a garfagem realizada no período de inverno tem proporcionado maior longevidade das plantas (KAVATI, 2013). ISSN 2316-5146 Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, n. 2, Jul-Dez 2013
  • 4. www.aptaregional.sp.gov.br Rollinia sp. Nome comum: araticum-de-terra-fria. A descrição da planta, frutos, área de abrangência e demais características são encontradas em TOKUNAGA (2000). O araticum-de-terra-fria possui tolerância às podridões de raízes, à broca do tronco e boa compatibilidade de enxertia em atemóia e cherimóia. Recomenda-se a implantação em áreas de clima ameno. Rollinia emarginata Nome comum: araticum-mirim, araticum do brejo, araticum de folha miúda. O araticum-mirim induz o ananismo sobre a copa e possui tolerância satisfatória às podridões de raízes, boa tolerância à broca do tronco e boa compatibilidade de enxertia em atemóia e cherimóia (TOKUNAGA, 2000). Recomenda-se a implantação em áreas de clima ameno, pois observações no planalto paulista, especificamente em Lins, a combinação atemóia/araticum-mirim não se desenvolve bem (KAVATI, 2013). Rollinia mucosa (Jacq.) Baill. Nome comum em português: biribá; nome comum em espanhol: biribá, corosoe, anón cimarrón; nome comum em inglês: wild sweet sop. Seus frutos são de aceitação popular, sendo em sua maioria utilizados no consumo caseiro e comercialização regional. O biribazeiro possui compatibilidade comprovada, quando da enxertia com gravioleira, apresentando resistência às podridões de raízes e ao ataque de broca. Atualmente em muitos plantios de graviola no nordeste se utiliza o biriba como portaenxerto (SÃO JOSÉ, A. R.; comunicação pessoal ). Rollinia neosalicifolia Espécie recentemente identificada e que há pouco mais de dez anos tem sido utilizada com sucesso em cultivares de atemóia e pinha no oeste do Estado de São Paulo, apresentando resistência ao ataque de brocas (KAVATI, 2013). Esta espécie apresenta grande potencial como porta-enxerto para utilização em regiões de clima quente, condição até então limitante para a expansão da cultura da atemóia no Brasil. ISSN 2316-5146 Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, n. 2, Jul-Dez 2013
  • 5. www.aptaregional.sp.gov.br Considerações finais Apesar do grande número de espécies nativas da família Annonaceae, poucas são conhecidas e utilizadas como porta-enxertos, visando compatibilidade com as espécies comerciais, adaptação climática e resistência às moléstias. Há de se intensificar as experimentações em busca de outras espécies para porta-enxertos, o que possibilitaria a expansão dos cultivos comerciais em regiões com características edafoclimáticas distintas e oferta de frutos praticamente o ano todo. 1 Prof. Dr. Abel Rebouças São José, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista. Referências KAVATI, R. Porta-enxertos em anonáceas. In: Anonáceas: propagação e produção de mudas. FERREIRA, G.; KAVATI, R.; BOARO, C.S.F.; BORTOLUCCI, T.; LEONEL, S. (Editores). Botucatu, FEPAF, p. 111-123, 2013. SCALOPPI JUNIOR, E.J.; MARTINS, A. B.G. A estaquia em espécies de Anonnaceae potenciais como porta-enxertos. In: Anonáceas: propagação e produção de mudas. FERREIRA, G.; KAVATI, R.; BOARO, C.S.F.; BORTOLUCCI, T.; LEONEL, S. (Editores). Botucatu, FEPAF, p. 59-73, 2013. TOKUNAGA, T. A cultura da Atemóia. Campinas: CATI, 2000. 80p. (Boletim Técnico, 233). ISSN 2316-5146 Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, n. 2, Jul-Dez 2013