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Numa altura em que o reino atravessava dificuldades económicas extremas
determinadas pela crise da agricultura, pela Peste e pelas repetidas guerras
com Castela, a morte de D. Fernando veio abrir uma nova crise, desta vez
no plano político, que esteve na origem de grandes movimentos e
transformações sociais.
De acordo com o Tratado de Salvaterra
de Magos, assinado com Castela,
estabelecia-se uma nova paz entre os
dois reinos consignada pelo casamento
de D. Beatriz com D. João I de Castela.

Após a morte de D. Fernando, a
Regência do trono seria entregue a D.
Leonor até que D. Beatriz fosse mãe.

A esse filho ou filha seria, na idade
devida, entregue o governo do reino de
Portugal
No entanto, D. Fernando
morreu, sem que do
casamento de sua filha D.
Beatriz com o rei de
Castela resultasse um filho
que ocupasse o trono de
Portugal. E as perspectivas
para que apontava o
tratado de Salvaterra, não
agradavam a grande parte
da população. Sobretudo
ao Povo e à Burguesia.

                              Dona Leonor De TeLes
Com efeito, Dona Leonor sempre
tinha sido vista como defensora
dos grandes proprietários, e as
relações amorosas que mantinha
com o nobre galego Conde
Andeiro, não eram do agrado da
população.

 Por outro lado, temia-se que a
aclamação de Dona Beatriz,
casada com o rei de Castela , fosse
o primeiro passo para a perda da
independência do reino.


                                      Dona Beatriz
Tornava-se assim
necessário encontrar um
outro candidato. Alguém
que unisse a população e
garantisse a independência
do reino.
A escolha recaiu na pessoa
de D. João Mestre da
Ordem Militar de Avis,
filho bastardo de D. Pedro
I e meio-irmão de D .
Fernando, e por isso, um
legítimo pretendente ao
trono.
                             O Mestre de Avis é aclamado
                              pela população de Lisboa
Foram, entretanto, muitos os
tumultos populares que de norte a
sul assolaram o reino, e cedo,
Lisboa se tornou no centro da
contestação à aclamação de Dona
Leonor como rainha.

E ao boato, propositadamente
posto a circular pelos revoltosos,
de que os apoiantes da rainha se
preparavam para matar o Mestre,
respondeu uma multidão
assaltando o Paço Real e matando,
ao que parece com a ajuda do
Mestre ,o odiado conde Andeiro.
Com dona Leonor em fuga para
Castela, era preciso organizar a
defesa face à previsível resposta
de D. João de Castela na defesa
dos seus próprios interesses e
de sua mulher, D. Beatriz.
D. João Mestre de Avis é então
aclamado como regedor e
defensor do reino.
Da organização e comando do
exército português foi
incumbido Nuno Álvares
Pereira, membro da ordem dos
Hospitalários, tornado, à pressa
nesses tempos conturbados,
Condestável do reino.( Chefe
Militar)
A resposta do rei de Castela foi rápida. Invadindo Portugal pelo Alentejo, em
1384 ,cercou durante 4 meses a cidade de Lisboa, e só desistiu quando a Peste se
instalou entre as suas tropas e recebeu a mensagem que sua mulher, D. Beatriz
estava gravemente doente.
Entretanto, no mesmo ano, D. Nuno Álvares Pereira vence o exército
castelhano na Batalha dos Atoleiros.




          O CERCO DE LISBOA                             NUNO ÁLVARES PEREIRA
O golpe definitivo nas pretensões castelhanas ao trono português será dado
em Aljubarrota. Aí, um pequeno exército português, auxiliado por arqueiros
ingleses, e utilizando processos militares inovadores num campo de batalha
habilmente escolhido, conseguiu vencer um inimigo em número muito
superior.
De facto:
Os arcos disparavam, em relação às
bestas, um número maior de setas.
O campo de batalha minado por
covas de lobo fez, por si só, grandes
estragos na cavalaria castelhana.
A famosa táctica do quadrado que
abria a formação do exército
português às tropas inimigas, para
depois as destroçar lateralmente,
revelou-se de grande eficácia.
Tudo isto explica, em parte, aquele
que consideramos o nosso maior
sucesso militar - a Batalha de
Aljubarrota.
Afastada por algum
tempo      a     ameaça
castelhana, tratava-se,
agora, de formalizar e
de fazer aceitar pelos
três Estados do Reino –
Nobreza, Clero e Povo –
a candidatura a Rei de
D. João, Mestre de Avis.
Com este fim, foram imediatamente convocadas, em 1385, as Cortes de Coimbra.
Aí, se distinguiu, na defesa dos argumentos jurídicos e de interesse nacional em
que assentava a candidatura do Mestre, um burguês lisboeta e homem de leis, Dr.
João das Regras. O Mestre da Ordem Militar de Avis tornava-se no rei
D. João I ( O de Boa Memória ) iniciando uma nova dinastia : A Dinastia de Avis
Até então tinham sido
frequentes os conflitos entre
nobres e reis, que degeneraram
por várias vezes em guerras
civis.

Mas, ao contrário de outras
guerras, como as que opuseram
no séc. XIII, D. Afonso III a seu
irmão D. Sancho II, ou as que
tiveram D. Afonso IV (pai) e D.
Pedro (filho) como opositores; a
partir de 1385 com a vitória da
pequena Aristocracia e da
Burguesia, nada ficou como
dantes.
Abriu-se rapidamente um
período de ajuste de contas entre
vencidos e vencedores. Entre ”
patriotas e traidores”.
 Neste processo, o grupo social
mais beneficiado acedendo à
propriedade de terra, a títulos
nobiliários e a cargos da
administração pública, foi a
Burguesia.
Ao poder económico que, em
parte, já detinha acrescentava-se,
agora, um prestígio e uma
influência nunca antes
adquiridos.
À ascensão da Burguesia e
da nova Nobreza (de
pequena tornada grande)
correspondeu um declínio
das principais famílias
comprometidas com a
causa de Castela. A
confiscação dos seus bens
em benefício da Coroa
permitiu acentuar a
política de centralização
do poder real já ensaiada
nos séculos anteriores.

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A vitória de Aljubarrota e a ascensão da burguesia portuguesa

  • 1.
  • 2. Numa altura em que o reino atravessava dificuldades económicas extremas determinadas pela crise da agricultura, pela Peste e pelas repetidas guerras com Castela, a morte de D. Fernando veio abrir uma nova crise, desta vez no plano político, que esteve na origem de grandes movimentos e transformações sociais.
  • 3. De acordo com o Tratado de Salvaterra de Magos, assinado com Castela, estabelecia-se uma nova paz entre os dois reinos consignada pelo casamento de D. Beatriz com D. João I de Castela. Após a morte de D. Fernando, a Regência do trono seria entregue a D. Leonor até que D. Beatriz fosse mãe. A esse filho ou filha seria, na idade devida, entregue o governo do reino de Portugal
  • 4. No entanto, D. Fernando morreu, sem que do casamento de sua filha D. Beatriz com o rei de Castela resultasse um filho que ocupasse o trono de Portugal. E as perspectivas para que apontava o tratado de Salvaterra, não agradavam a grande parte da população. Sobretudo ao Povo e à Burguesia. Dona Leonor De TeLes
  • 5. Com efeito, Dona Leonor sempre tinha sido vista como defensora dos grandes proprietários, e as relações amorosas que mantinha com o nobre galego Conde Andeiro, não eram do agrado da população. Por outro lado, temia-se que a aclamação de Dona Beatriz, casada com o rei de Castela , fosse o primeiro passo para a perda da independência do reino. Dona Beatriz
  • 6. Tornava-se assim necessário encontrar um outro candidato. Alguém que unisse a população e garantisse a independência do reino. A escolha recaiu na pessoa de D. João Mestre da Ordem Militar de Avis, filho bastardo de D. Pedro I e meio-irmão de D . Fernando, e por isso, um legítimo pretendente ao trono. O Mestre de Avis é aclamado pela população de Lisboa
  • 7. Foram, entretanto, muitos os tumultos populares que de norte a sul assolaram o reino, e cedo, Lisboa se tornou no centro da contestação à aclamação de Dona Leonor como rainha. E ao boato, propositadamente posto a circular pelos revoltosos, de que os apoiantes da rainha se preparavam para matar o Mestre, respondeu uma multidão assaltando o Paço Real e matando, ao que parece com a ajuda do Mestre ,o odiado conde Andeiro.
  • 8. Com dona Leonor em fuga para Castela, era preciso organizar a defesa face à previsível resposta de D. João de Castela na defesa dos seus próprios interesses e de sua mulher, D. Beatriz. D. João Mestre de Avis é então aclamado como regedor e defensor do reino. Da organização e comando do exército português foi incumbido Nuno Álvares Pereira, membro da ordem dos Hospitalários, tornado, à pressa nesses tempos conturbados, Condestável do reino.( Chefe Militar)
  • 9. A resposta do rei de Castela foi rápida. Invadindo Portugal pelo Alentejo, em 1384 ,cercou durante 4 meses a cidade de Lisboa, e só desistiu quando a Peste se instalou entre as suas tropas e recebeu a mensagem que sua mulher, D. Beatriz estava gravemente doente. Entretanto, no mesmo ano, D. Nuno Álvares Pereira vence o exército castelhano na Batalha dos Atoleiros. O CERCO DE LISBOA NUNO ÁLVARES PEREIRA
  • 10. O golpe definitivo nas pretensões castelhanas ao trono português será dado em Aljubarrota. Aí, um pequeno exército português, auxiliado por arqueiros ingleses, e utilizando processos militares inovadores num campo de batalha habilmente escolhido, conseguiu vencer um inimigo em número muito superior.
  • 11. De facto: Os arcos disparavam, em relação às bestas, um número maior de setas. O campo de batalha minado por covas de lobo fez, por si só, grandes estragos na cavalaria castelhana. A famosa táctica do quadrado que abria a formação do exército português às tropas inimigas, para depois as destroçar lateralmente, revelou-se de grande eficácia. Tudo isto explica, em parte, aquele que consideramos o nosso maior sucesso militar - a Batalha de Aljubarrota.
  • 12. Afastada por algum tempo a ameaça castelhana, tratava-se, agora, de formalizar e de fazer aceitar pelos três Estados do Reino – Nobreza, Clero e Povo – a candidatura a Rei de D. João, Mestre de Avis.
  • 13. Com este fim, foram imediatamente convocadas, em 1385, as Cortes de Coimbra. Aí, se distinguiu, na defesa dos argumentos jurídicos e de interesse nacional em que assentava a candidatura do Mestre, um burguês lisboeta e homem de leis, Dr. João das Regras. O Mestre da Ordem Militar de Avis tornava-se no rei D. João I ( O de Boa Memória ) iniciando uma nova dinastia : A Dinastia de Avis
  • 14. Até então tinham sido frequentes os conflitos entre nobres e reis, que degeneraram por várias vezes em guerras civis. Mas, ao contrário de outras guerras, como as que opuseram no séc. XIII, D. Afonso III a seu irmão D. Sancho II, ou as que tiveram D. Afonso IV (pai) e D. Pedro (filho) como opositores; a partir de 1385 com a vitória da pequena Aristocracia e da Burguesia, nada ficou como dantes.
  • 15. Abriu-se rapidamente um período de ajuste de contas entre vencidos e vencedores. Entre ” patriotas e traidores”. Neste processo, o grupo social mais beneficiado acedendo à propriedade de terra, a títulos nobiliários e a cargos da administração pública, foi a Burguesia. Ao poder económico que, em parte, já detinha acrescentava-se, agora, um prestígio e uma influência nunca antes adquiridos.
  • 16. À ascensão da Burguesia e da nova Nobreza (de pequena tornada grande) correspondeu um declínio das principais famílias comprometidas com a causa de Castela. A confiscação dos seus bens em benefício da Coroa permitiu acentuar a política de centralização do poder real já ensaiada nos séculos anteriores.