O documento fornece estratégias para sair das dívidas, incluindo poupar 10% da renda, gastar no máximo 70%, e usar pelo menos 20% para pagar dívidas. Também recomenda negociar dívidas e consolidá-las em um empréstimo com juros menores.
Um erro bobo que me custou 50% de rentabilidade em um ano
Como sair das dívidas com disciplina e negociação
1. Como Sair das Dívidas
de Uma Vez por Todas
24/11/2013 por RAFAEL SEABRA |
EDUCAÇÃO FINANCEIRA
Você é o único culpado por estar endividado.
Em raríssimos casos, pode até existir fatores externos. Mas, na grande maioria, a culpa recai na
impulsividade e falta de disciplina.
Sei disso porque já recebi centenas de e-mails ou lidei pessoalmente em consultorias com
clientes que diziam frases do tipo:
“Exagerei com meus cartões de crédito e cheque especial.”
“Não consigo pagar minhas dívidas. Minhas despesas sempre são maiores que minha receita.”
“Sempre falta dinheiro no final do mês e não sei para onde esse dinheiro está indo.”
No entanto, tenho uma boa notícia.
Livrar-se das dívidas é mais simples do que você pensa. Basta ter disciplina (mesmo que ela seja
“forçada”).
2. Como sair das dívidas
De uma forma sucinta, é necessário:
Garantir sua futura prosperidade;
Fazer com que a dívida pare de crescer;
Ter condições de saldar todas as dívidas.
Para atingir cada um desses objetivos, tente seguir à risca essa regra. De toda sua receita:
10% deve ser poupado;
70% (no máximo) deve ser utilizado para sua manutenção;
20% (no mínimo) deve ser utilizado para o pagamento das dívidas.
Se você já leu o excelente livro O Homem Mais Rico da Babilônia, deve saber que essa
distribuição da renda foi extraída de lá
A seguir, vou explicar cada item dessa lista.
Poupe, mesmo estando endividado
Alguém pode perguntar: “Devo poupar mesmo estando endividado? A taxa de juros das
dívidas não são maiores que a rentabilidade da poupança?”
Sim, você deve poupar mesmo nessa situação.
O valor que você “perde” na diferença entre as taxas será compensado pela disciplina adquirida
em poupar mensalmente. E isso é muito valioso.
Quem já possui a disciplina de poupar determinado valor todos os meses sabe bem o que estou
falando.
Há mais prazer em ver aumentar uma reserva de dinheiro supostamente excedente do que
poderia haver gastando-a.
Gaste apenas 70% do que ganha
A famosa regra “gaste menos do que ganha” deve ser levada muito a sério a partir de agora.
Ao fazer isso, uma coisa é certa: sua dívida vai parar de crescer.
Para tanto, é necessário fazer um orçamento com todas as despesas realmente essenciais, anotar
todos os seus gastos durante 30 dias, e compará-los com o seu orçamento.
Você saberá exatamente onde está falhando e terá a possibilidade de sanar esse problema.
3. Uma atitude muito sadia é parar de utilizar o cartão de crédito. O fato de parcelar uma compra
não diminui o seu valor. Pior: distribui a despesa por vários meses, comprometendo todo um
orçamento futuro.
O mau uso do cartão de crédito é um dos maiores vilões do seu bolso.
(Nota: existem algumas vantagens em utilizar o cartão de crédito, mas não serão discutidas
neste artigo)
Negocie e pague suas dívidas
É bem provável que os 20% restantes não sejam suficientes para pagar todas as dívidas. Pode
ser até que nem sejam suficientes para pagar os juros dessas dívidas.
Mas é aqui onde você deve começar a agir.
A primeira coisa a fazer é colocar todos os credores no papel, anotando quanto você deve a cada
um deles.
O segundo passo é procurar cada credor para expor sua situação, mostrando o tamanho total do
seu endividamento e quanto você pode pagar por mês.
Você vai se surpreender com os resultados dessas negociações.
Quando você mostra a alguém sua determinação em pagar uma dívida, vai perceber que ele está
ainda mais determinado a receber o pagamento. Então é provável que ofereça bons descontos
para você.
Após negociar suas dívidas com todos os credores, verifique em quanto ficou seu saldo devedor
atualizado.
É aí que entra outra estratégia muito valiosa: a consolidação de dívidas.
O que é a consolidação de dívidas?
Consolidar (ou unificar) suas dívidas significa contrair um empréstimo no valor total do seu
saldo devedor, quitar todas as suas dívidas e ficar apenas com esse empréstimo.
Quais as vantagens de trocar “uma dívida por outra”?
Existem pelo menos três vantagens bem importantes:
4. 1.
Ter apenas uma dívida: a princípio, pode não fazer muito sentido, pois o saldo devedor
é o mesmo. No entanto, você agora terá que se preocupar com apenas um pagamento
mensal.
2. Redução da taxa de juros: quando se tem várias dívidas, é provável que algumas delas
sejam com cartões de crédito e cheque especial, que possuem taxas altíssimas. Após a
consolidação, a taxa de juros do novo empréstimo é bem menor.
3. Redução dos pagamentos mensais: após a consolidação, é possível negociar parcelas
menores, que caibam no seu orçamento, ou seja, 20% da sua renda.
Resumindo, a consolidação permite unificar todas as suas dívidas, através de um empréstimo
com taxa de juros e prestações mais baixas.
Conclusão: Recapitulando…
Onde há determinação, o caminho pode ser encontrado.
Neste artigo, mostrei que o plano para quitação das dívidas consiste em:
Poupar 10% de tudo que ganha;
Manter-se com, no máximo, 70% da sua receita mensal;
Utilizar, no mínimo, 20% para o pagamento das dívidas.
Expliquei como cada uma dessas estratégias deve ser colocada em prática e a razão de cada uma
delas existir.
Por fim, dei especial atenção à fase de negociação e pagamento das dívidas, enfatizando a
estratégia da consolidação das dívidas.
Livrar-se das dívidas e organizar sua vida financeira não faz bem apenas para seu bolso.
Melhora seus relacionamentos, sua auto-estima e até sua saúde e bem-estar.
Coloque isso em prática o quanto antes.
Agora tenho uma pergunta para você…
Você está endividado, mas não consegue se organizar? Ainda está endividado, mas obteve
progresso?
Já esteve endividado e conseguiu sair dessa situação?
Compartilhe sua experiência. Farei o possível para tentar responder todos os comentários, mas
garanto que todos serão lidos com bastante atenção.
Até a próxima!