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n°ACRE 
04 Agosto/Setembro/Outubro
O que a gente quer é experimentar, fazer deste breve diário de emoções, 
um ponta pé inicial para que outras pessoas arrombem suas portas internas, 
sim minha gente poesia também abre portas, e em dias de agonia a gente se 
esquece que tem poesia, que é a poesia. Somos o mundo que gira como 
um girassol maluco fora da primavera numa prateleira de algum mercado 
qualquer que finge que te da descontos se você não levar umas 50 
sacolas de plástico pra sua casa apertada uma nas outras. 
Sem a possibilidade de experimentar o ar que flutua por entre 
os meios inexistentes da sufocada cidade condenada a gente. 
Experimentar >>>>>...<<><><< 
u111a das coisas que servem de base a este {fanzine +/- = espaço 
pra criar novos olha-res-, ...,) Tudo mais ou menos como uma grande 
máquina de reciclar-se... funciona, também, como um grito de SOS 
dado solitariamente às margens deste rio que banha com ilusões 
as nossas vidas. A literatura é isso...mais ou menos... 
Poesia na rua, Rua na poesia, gente, poesia. Estas 
coisas estão coladas umas nas outras, sem nem 
sequer notarem, as pessoas passam os poemas 
seguem suas sombras, são estas sombras. Suas 
luzes, seus horizontes. 
... 
fields forever... entender o mistério do planeta pra 
depois cuspir poesia nestas ruas colocadas cada 
& 
dia num lugar novo................................. 
Sabendo que todo mundo tem uma quedinha pela proposta 
que levamos as ruas, com a famigerada pergunta: 
“VOCÊ GOSTA DE POESIA?”. 
Presenteio-lhes com mais uma edição do suculento 
Suplemento Acre, uma forma de re-olhar o ser poético 
adormecido dentro de cada um, ser o poeta no meio do 
caminho afoito dos passantes. Como diria Drummond 
Rômulo Ferreira - editor 
www.romulopherreira.blogspot.com 
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<<
umdia a chuva 
umdia a chuva 
vem elava o que 
sobroude lama 
vem elava o que 
sobrou de 
lama 
deste 
corpo condenado 
aoacaso 
deste 
corpo 
condenado 
aoacaso 
existir de 
existir de 
selo editorial Ou tras Dimensões 
Caixa Postal nº15210 RJ/RJ 20.031-971 
outrasdimensoes@gmail.com 
www.facebook..co.m./ameopoema 
tiragem infinita 
4ª edição: 
Agosto a Outubro 2014 
Vários Colaboradores 
Capa: Arte em “estencil” 
Criação de arte: Rômulo Ferreira 
Revisão e Carinho: Bárbara Barroso 
Locais de Distribuição: 
Centro Cultural Banco do Brasil, 
Recanto do Poeta (Lapa), via carta, 
e-mail, com os Autores Participantes, 
Sarau AMEOPO MA, e demais... 
E 
Preço de Venda Indefinido. 
nesta edição: NÃO CONTÉM GLÚTEN 
00 
03 
04 
experimenditorial, 02 Carl Solomon, 
Joannes Jesus, Maria Appar. S. Coquemala, 
Paçoca Psicodélica, Abílio Dantas, 
05 06 
Naíma Silva, José Callado, Ana Maria 
Ferreira, 07 Tom Zé, 08 Som, 09 
Robson 
Letiere, Sarah Ferreira, Flávio Ferreira, 
10 
11 12 
13 14 
15 
16 
17 18 19 
Bárbara Zul, Conrado Gonçalves, 
Thiago de Mello, Brasil Barreto, 
Luiz Fernandes da Silva, Giovani Bafô, 
Beatriz Azevedo, Alexandre Nodari, 
Henrique Santos, INS-PIRE-SE!, 
20 
Intervenções AMEOPOEMA, final ou começo. 
WWW.FACEBOOK.COM/AMEOPOEMA
Um Diabolista 
Carl Solomon 
A perversidade sob todas as suas formas atrai 
aqueles que desejam uma nova realidade. A 
quintessência do mal se torna subitamente 
desejável porque você não aguenta mais os 
“Como vai?” e “O que é que há de novo?”. De todos os 
poetas, os perversos parecem os mais interessantes. 
Desligue a T.V.. Faça algo extravagante. Mergulhe numa 
banheira e fique lá por três horas, ou converse com um 
sujeito esquisito que você encontra na rua. Então você 
está a caminho daquilo que certos escritores chamam 
de o maravilhoso. O fim da demência, um quarto de 
reclusão só para você ou uma camisa de força toda sua. 
E isto porque você queria mudar o curso das coisas e 
tornar belo o que era feio. Tal alquimia não é 
certamente um pretexto e não se limita a um só 
escritor. É um território onde qualquer indivíduo 
ousado pode penetrar. Ela existe há séculos. E, como diz 
Lautréamont, o insólito se encontra no banal. O extraordinário deve ser descoberto 
onde você está. Eu não posso me livrar do fascínio desta visão da vida, a brilhante visão 
laranja oposta à visão cinza. É muito, mais que um hobby. 
trouxa para os nativos curiosos. É quase o equivalente de uma religião. Eu prefiro 
Eu vou inventar um sonho que nunca minha casa, minha imaginação e meus 
sonhei e você pode estudar o seu sonhos. É como se o mundo real fosse um 
significado. Estava sentado numa praia; um hospício e o mundo irreal um super-cachorro 
se aproximou e lambeu minha hospício... Para aqueles que ficaram loucos 
perna; um cara gordo passou; queria jogar no manicômio exterior e foram colocados 
bola. Parece que nos jogamos bola durante neste vazio exterior. É um lugar onde se põe 
anos. E então o sonho acabou. Que sonho aqueles que não sabem que são loucos. Os 
estúpido! Ás vezes o diabolista se que sabem que são doentes estão fora 
arrepende de seus pecados contra a consultando psiquiatras. Pilgrim é o tipo de 
natureza e sonha com deuses ou com a lugar que você pode deixar se disser a data 
realidade. Mas a realidade continua de hoje e o nome do presidente. Quando 
tediosa. Quem pode entender minha você sai é decepcionante... É como se 
estranha natureza. Minha paixão pelo estivesse deixado o Manicômio dos Doidos 
absurdo e pelo extravagante. Eu só vivo e entrado no Manicômio dos Normais. 
graças a estas coisas. Eu viajei e para mim Uma vez que você atingiu esta dimensão, 
viajar é decepcionante. Onde quer que você tudo fica difícil de descrever. É como 
vá será sempre um turista, quer dizer, um escutar o inaudível... Ver o invisível.
ACRE 003 
DO 
´ 
INFORTÚNIO 
DE 
S´iSIFO 
Maria Apparecida. S. Coquemala 
maria13@uol.com.br 
Sou múltipla no tempo: Múltipla na conduta e na aparência. Múltipla 
no amor, na rejeição, nas preferências, em fortalezas e fraquezas se 
alternando... Em que buraco do mundo se escondeu a menina de 
franjinha na testa casaquinho cor-de-rosa de tricô sorrindo para a 
terra e o céu? Onde a que esperava Papai Noel o ano inteiro, que 
gordo e barulhento de repente e um presente deixava na véspera de 
Natal? Em que fiapo do tempo implacável se escondeu para sempre a 
aluna note dez dos inesquecíveis professores nota onze? Em que 
momento se perdeu a noiva sonhadora, ao lado do noivo sério, 
jurando amor eterno, como se eterno fosse o amor? Quem é este ser 
incansável caminhando, procurando a infinitude nos filhos, na Arte, 
num sentido para a vida, nas perguntas sem resposta? Quem é esta 
estranha deste estranho mundo mutável, relativo, transitório e 
inexplicável, sua pedra para o alto carregando qual Sísifo 
ATÉ QUE A PEDRA GRITE! 
Joannes Jesus 
Até que a pedra grite! Febril imaginação, formato febril, pavio escudo, pavilhão 
mato, batalhão luto, quarteirão rato. Bate o vento na palavra verboliza intenção, 
quebra o óculo... Vulto espaço óbvio, quebra as lentes, quebra esquina fé por 
onde vira, quebra feira, quebra escada numa sacada alta do risco de um 
pixo, na loucura de uma liberdade homem de rabiscar o papel parede 
do tédio. A vida sem risco é o tédio do prédio sem falar ai... 
Testemunha do absurdo colore os sonhos, até que a pedra grite! 
www.myspace.com/nasaladosino |||| joannesjesust@gmail.com 
pelos deuses condenado?
Crônica do poema 
não escri to 
Para este amor, nenhum poema! 
Pois quando há canto e lira, 
Na cegueira se faz verso - 
De laranja da terra e lagoas - 
Que ergue cordilheiras 
Expande miríades 
E evolui organismos. 
Mas, quando na vida ode vai a ódio 
O fogo muda de endereço: 
corre aos olhos 
ou às linhas, 
e é pura inquisição 
ou mofo e traça na prateleira. 
E daí, o que era motor de poema 
cai na desgraça de ser 
vetor de alergia 
ou combustível de pirofagia. 
Paçoca Psicodélica 
21 de outubro de 2009, 
7h da manhã ou da noite. 
buscandoaraiz@gmail.com 
em ânsia de ser mexida, 
musa desvelada vira puta. 
musa é dada a altares, altos. 
lá, nos cumes, longe dos olhos 
não se veem as rachaduras, 
as imperfeições da pintura. 
Lá as musas repousam, 
impávidas, intocáveis, 
perfeitas. 
Não negue a um poeta, 
ser sua musa. 
Um poeta sem musa é bem 
pouco, 
ou quase nada. 
Naíma Silva 
naima.vida@gmail.com 
o problema do fim, meu amigo 
é a sina 
de ser uma coisa que chega 
mas nunca termina 
Abílio Dantas 
fanzinemegafone.blogspot.com
Como em poucas vezes na vida, Carlos se permitiu não 
fazer nada. A não ser dormir o dia todo em sua cama, 
ouvindo de modo inconsciente alguns sambas e outros 
comerciais em seu radinho. Carlos estava ocupado demais em sua 
labuta para notar que o dia estava acabando. Tudo que anotara como 
projeto para o dia, seria adiado. O suor escorrendo, o frisson, a angústia, 
tudo era sentido, composição após composição, e dançou como nunca 
antes. Colocou o balde d’água ao lado e nadou. Como nunca antes. Viver 
de arte é fácil, difícil é viver para a arte. Sê-la, tê-la como sombra, e sem 
vacilar compreender que um só mesmo existe por conta da existência 
gritada do outro. 
Saber que a arte salva, cura e destrói. Querer novidade em todo segundo. 
Nada é feito para ser tão eterno assim. E uma lacraia sabe para onde vai, 
nós, não sabemos nada. 
Quando era criança, Márcio queria ser inventor de coisas legais. Até foi, 
mas não profissionalmente... Mas nem sabia que ao inventar seus 
delirantes robôs e coisas que só acendiam uma luzinha fraca, ele 
capinava a horta do futuro, ele seria inventor... não destas coisas que 
luzem solitárias nas prateleiras das lojas loucas, mas sim inventor de 
palavras e saídas para se viver numa cidade apressada. 
em um quadro ao qual ele gosta de se doar ao tempo de 
Márcio t 
observá-lo calmamente, é um quadro simples, preto e branco, feito com 
traços que mostram um pintor fraco e sem experiência, mas o quadro 
parece se mover - pensava ele - e movia... mexia com algo lá bem no 
fundo de sua cabeça. 
Ondas, ondas, rebentação, toda saudade parece morrer na praia. - Só se 
é feliz durante os eclipses - Gavetas abertas em busca de nada, e tudo. 
Sabe, quando se busca o nada, qualquer coisa achada é tudo, uma palavra, 
uma pena, uma semente, aquele rosto no detalhe da xilogravura, qualquer 
coisa sem importância alguma, quando se busca o nada, passa a valer uma 
vida. quando Márcio fugiu de sua cidade ele não buscava nada, não tinha nada a 
buscar, pegou sua bolsa, algo para comer, papel, fotos e sumiu. 
texto - José Callado 
www.facebook.com.ameopoema|||||ilustrar-ação: Rômulo Ferreira
A pós este pré-texto, posso iniciar esta vantagem de escolher os 
006 
termos. Os termos vem para termos algo a provocar. Ou são 
resultantes de uma ação-reação que me leva a obter este termo. Ao 
mesmo tempo, tenho-me dele. Termo. Me ter. Tem-me. Tema-me. 
Quero ser ter aos teus lábios. Quero ser tua palavra. Ter-te. Quero ter 
palavra em tua língua. Quero ser motivo da pronuncia do meu nome. 
Por você. Fale-me. Pode me dizer. Me diga. Se isto acontecer, serei tua 
eternamente dita. Bem dita seja tua boca a dizer minha essência. 
Dizendo-me tudo, além de mim, quero que fale de você, como foi seu 
dia, porque não veio, onde está, como se sente, ou se tem frio... 
Só assim reiniciará o ciclo, pois terei vontade de te dizer quem é você, 
o que é o dia, pra onde vai, onde estava; te farei sentir, te darei o calor. 
do nosso diálogo. Não fazer nada seria bom se me restasse algo a fazer. 
O que tenho é dizer. Ou melhor: escrever. Mas como é desconcertante 
este indizível fazer. Invisível é você. 
Prazer...É o instante sumidouro. São tantas palavras que cabem bem 
aqui. Pena eu não saber o significado delas. Seria honesto usá-las? 
Pertencem-me? Aprendi que o que sai é do mundo, é de quem le, 
consome, come, some. Sou apenas um pincel desinteressado. As 
palavras existem e me vem à cabeça como um turbilhão de imagens 
passivas. Não passivas no sentido (se sentido)de conduzir ou não uma 
ação. Mas passivas como passantes viajantes no tempo. Espaço. Sem 
direção. Não pude trazê-las até aqui, pois não posso fazer nada agora. 
Estas palavras se aproveitaram de minha rendição. No entanto eu 
ganho tempo evitando pronunciá-las, pois como já disse, me são 
estranhas. Preferi usar este texto como pretexto para distraí-las, por 
pura atração. MONÓLOGOAna Maria Ferreira 
Foto: Lívia Uchôa
Em 1973 o compositor Tom Zé censura, na qual aparecia na facilmente convencida (que tempos 
lançou um Long Play intitulado estampa um ânus com uma bola de loucos estes, hein...), e numa tarde 
“Todos Os Olhos” que viria a ter uma qualquer do ano de 1972, lá foram 
história muito curiosa. Este disco marcou o começo de uma fase de TODOS OS 
os dois para um motel para fazer a 
foto. Até aí tudo corria bem, o 
ostracismo do músico, que durou OLHOS DE 
problema viria logo em seguida com 
até o início da década de 1990, as dificuldades técnicas que 
quando o cantor inglês David Byrne TOM ZÉ 
surgiram. O negócio se mostrou 
conheceu o trabalho do tropicalista – mais difícil do que se pensava, e era 
conta-se que por acaso comprando um tal de vira pra lá e vira pra cá, um 
o LP “Estudando o Samba” num sebo -, lançando o compositor 007 
Por Ricardo Moreno 
monte de bolinhas de gude rolando 
pelo chão do quarto, e nada de se 
baiano no cenário internacional, o conseguir fazer com que uma delas 
que o fez também voltar a cena no gude. Segundo era contado, a ideia (a bolinha) parasse no centro do 
Brasil. O disco é maravilhoso, com era do poeta concretista Décio orifício anal da jovem. Ao cabo de 
arranjos bem transados e criativos, Pignatari. Pois bem, o título, como já algumas horas de tentativas 
letras bem sacadas e tudo mais. disse, era “Todos os Olhos” e a acabaram desistindo. Reinaldo 
Enfim, Tom Zé no seu melhor estilo. graça estava em brincar com uma voltou a agência e disse ao Pignatari 
Mas o que vai nos interessar aqui associação entre o olho da face e o que não foi possível. Ele até levou 
principalmente é a capa desse olho do cu, mas sem que, algumas fotos que conseguiu fazer, 
disco. Ela foi considerada numa naturalmente, os censores mas não estava a contento. 
votação informal por um jornal de percebessem. Décio pediu que Reinaldo tentasse 
São Paulo, como a melhor capa da De fato, segundo esta escrito no outra vez, e este hesitou, pois não 
música popular brasileira - a blog “Mopho Discos” (infelizmente tinha certeza de que conseguiria 
primeira foi a capa do primeiro disco ele não declara as fontes), a convencer a moça para a outra 
dos Secos e Molhados, também de tentativa foi feita, e uma jovem, sessão. Conseguiu, mas ao invés de 
1973 -. Bom, esta capa, que tem namorada de Reinaldo um irem a um motel, os dois foram para 
uma coisa assim meio enigmática foi i n t e l e c t u a l d a a g ê n c i a d e a casa da moça. Mas antes mesmo 
durante muitos anos, inclusive o publicidade do Décio, responsável que começassem a sessão de 
Tom Zé confirmava isso, um pela idealização da capa, seria a tortura, quer dizer de fotos, a moça 
deboche do artista para com a modelo para tal proeza. A moça foi teve uma ideia: por que não utilizar
que começassem a sessão de tortura, 
quer dizer de fotos, a moça teve uma 
ideia: por que não utilizar um outro orifício 
imitando o ânus. Qual? A boca. Nossa, 
que labirinto de imitações. A ideia era 
fazer o cu imitar o olho, e agora se 
ampliava o circuito de simulações 
fazendo com que a boca imitasse o cu que 
estava imitando o olho. Entenderam? Isso 
deixaria Platão – avesso a imitações – 
desnorteado. E assim foi feito. A foto que 
aparece na capa é a de uma boca, mas 
não importa, todo espírito de rebeldia e 
deboche estão ali presentes. O citado 
blog acima conta que o próprio Tom Zé ao 
saber dessa história deu uma grande 
gargalhada dizendo: “Filhos da Puta, me 
enganaram esse tempo todo...”. 
Acho que se toda esta história se 
confirmar como verdadeira torna esta 
capa a mais importante da música 
popular brasileira, entrando 
assim para os anais (sem 
trocadilhos, por favor) da 
nossa gloriosa música 
popular. 
Ricardo Moreno 
encontroradical.blogspot.com 
morenoricmelo@yahoo.com.br 
008 
experiência mental 
1974 Bill Holt) 
Dreamies ( , é um álbum 
que continua ecoando e servindo de 
influência à várias bandas experimentais 
novas. entre as décadas de 60 e 70, ele 
começou a tornar-se extremamente 
f a s c i n a d o p o r c omp o s i t o r e s 
experimentais como Bob Dylan e John 
Cage, que eram ambos revelações da época. Holt sentia a 
necessidade de criar música como uma visão artística 
diferente. Pensando nisso, pegou um violão “ovation acousic”, 
um “moog sonic six synth”, e um “teac” de quatro faixas, se 
isolou em seu porão por dias e noites, criando o álbum que 
agora é conhecido como “Dreamies”. A capa é absolutamente 
perfeita, como as canções do disco envolvem a mente do 
ouvinte, criando um som único, sem precedentes. 
O álbum original é constituído por duas faixas 26 minutos 
cada: “Program Ten” e “Program Eleven”, embora a versão 
remasterizada, divide o álbum em treze faixas. A 
remasterização está impecável e a separação de ambas as 
canções só torna mais fácil a viagem. Fortemente influenciado 
por “The Beatles”, Holt combina exuberantemente um 
ambiente acústico com melodias e imagens em áudio. Holt 
estava interessado em como a América estava se modificando 
e ele queria mostrar esta sua visão de mudança em som. A 
“Mojo Magazine” classificou o álbum em 37º em sua lista de 
2005 do "Top 50 Most Out There-Álbuns” de todos os 
tempos. O “Program Ten” tem mais vocal e guitarra acústica 
(embora mais clipes de áudio), e o “Program Eleven” é 
definitivamente o mais arrepiante e único.
Ressurgir 
Uma estrelinha caiu do céu, morreu 
E no mesmo instante nasceu, no mar 
Reencarnada no reflexo da lua. 
Traição 
Não te cases com um poeta, 
Certamente ele te trairá 
Com um papel e uma caneta. 
Robson Letiere 
riobairros@ig.com.br 
Nos teus olhos 
Cor de pólvora negra 
queima o encanto se olhas pra mim 
Na retina, feito espelho 
Nossas verdades entrelaçam 
No canto do silêncio que cada olhar tem 
Um pouco da liberdade 
Do acaso 
Do esbarro noturno nos sonhos inacabados 
No reflexo dos teus olhos vejo um pouco de mim 
A tua pólvora negra queimando a certeza 
De que não somos mais os mesmos 
E nem pretendíamos ser 
Sarah Ferreira 
https://soundcloud.com/sarah-morena 
ACRE 
009
[arquitetura falha] 
e dali do alto ela vê? 
vago vasto horizonte 
(visto novo ; nula fonte : 
grosso modo , h our i z ont ) em 
h 
e S 
sempre o sonho entretesendo 
só silentes solicitudes 
dos destros portes á flâmea sorte 
nos quartos quando entra 
de amor 
o palor de sua imagem conjuga 
no centro dum jardim 
this Summer springs 
ctônica ad vinda da vinha 
and brings the brink 
verdruga 
(aBrIGANdO o aBrIR dA vIDA) 
a c e n t r í t e p a e s fera 
aos vizires vizinhos noutros prédios 
narguilando essências sudoríparas 
assemelhando ao mesmo o sémem 
o silênciócio é de ninhos 
por onde meu glob~Ocular 
estilinlonga esta distância 
e preda com pedra de funda 
através das veias 
ornadas de esmeraldas 
e no carnaval 
beija-flores de vidro 
prontos a (flor nas fauces) 
floradas 
luzes sonilundas apregoadas 
no ventre vertente de néctar 
: rubis e quartzos 
rosa 
o céu geme e treme 
[no lusco-fusco o cinza é prenhe] 
Flávio Ferreira 
www.fotoalgia.blogspot.com 
flcferreira@gmail.com 
ACRE 010 
h 
e S
Des Texto: Bárbara Zul 
espero 
Ilustrar-ação: Luiza Condé 
Caindo em meus próprios 
mar marmmaarr 
mar mar 
mar 
devaneios 
Ressurge a vontade de atirar-me 
A esmo, ou a imensidão noturna, de 
Mar, talvez de montanhas em mar 
Acordo, respiro e me atiro. 
Caí em mar agitado, nadei até a parte 
oceânica, 
querendo sair da arrebentação, 
mas não funcionou, o mar de ressaca estava 
Ondas que não quebravam , mas me levavam 
E até mesmo lá o mar estava forte, voraz em sua 
vontade de se fazer notar, festejar à sua maneira, 
levar algumas partes frias para a superfície, algo 
como fazer um bolo, o mar se mistura tentando se 
homogeneizar, não ser mais o mesmo, essa é a sua 
ressaca, a exaustão de tanta reflexão, seja do Sol, 
ou Sol na Lua, ou sua só-l. 
Fico eu e mar agoniados, percebo que aquela 
aflição me tomava e de nada iria adiantar a minha 
movimentação nervosa e contínua, caso 
continuasse me cansaria e iria afogar-me no mar 
das reflexões. 
Pus-me em calma, em pausa, momento de deixar-se 
em estado de nirvana, essa é a verdadeira atitude bem pensada/não pensar e 
aquietar-se para flutuar e assim perceber que este mesmo MAR pode me deixar mais 
leve, basta querer ser-sendo em paz. Flutuo e logo me vejo de volta, em terra firme, sem 
qualquer esforço físico demasiado. Cansar-se no das reflexões é só para os que não 
tentam deixar-se em paz, sentir-se livre e, só em 
ACRE 011 
mar
ACRE 
012 Sentia que algo não ia bem. Lembrou do exagero de ontem, bebeu demais, a cabeça dóia. 
Cambaleou pela casa bagunçada escorando nas paredes até o banheiro. Vomitou. A linguagem doía, a 
cabeça e o resto do corpo manifestavam o dia passado. 
Aos poucos formavam na mente cansada as lembranças da noite anterior. Bebeu muita literatura, poesia, 
filosofia e tudo o mais que lhe atravessava a frente. A consequencia óbvia era que passasse mal. 
Se, ao menos, consumisse coisas leves, 
auto ajudas, bestesseleres, jornais de 
cinquenta centavos... Mas não, 
emburacou sem a menor dó de si 
mesmo no verso livre, no conto surreal, 
na escrita sem eira nem beira, meio 
punk pós anarco, marginal. 
Começou pelos zines de rua num sarau 
dum beco no centro da cidade e logo 
cercado de livros. Num momento a 
papelada já se espalhava pelo chão. 
A linguagem doía cada vez mais, a 
cabeça latejava lancinante e o corpo já 
não existia. Era um farrapo de gente 
dormente de tanto que sentiu. 
Juntou as últimas forças e, de frente 
para o cesto de lixo, co’as mãos 
trêmulas, amassou a si próprio e 
atirou-se em derradeiro desespero 
junto a outros papéis em branco. 
Nunca mais ouviu-se falar dele. 
Conrado Gonçalves 
conradopalavras@gmail.com 
imagem: Estudo para a série “Mulher”, Rômulo Ferreira
OS ESTATUTOS DO HOMEM 
Texto: Thiago de Mello 
ilustrar-ação:Rômulo Ferreira 
(montagem sobre foto de Lívia Uchôa) 
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>ARTIGO I 
Fica decretado que agora vale a verdade, que agora vale a vida, e que de mãos dadas, trabalharemos todos pela vida 
verdadeira . . . 
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>ARTIGO II 
Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras 
mais cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de 
domingo . . . 
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>ARTIGO III 
Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em 
todas as janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da 
sombra; e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas 
para o verde onde cresce a esperança . . . 
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>ARTIGO V 
Fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira. 
Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a 
armadura das palavras. 
O homem se sentará à mesa com seu olhar limpo porque a 
verdade passará a ser servida antes da sobremesa. 
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>ARTIGO XII 
Decreta-se que nada será obrigado nem proibido. Tudo será 
permitido, inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas 
tardes com uma imensa begônia na lapela. 
>>>>>>>>>>>>>>>>>>Parágrafo Único: Só uma coisa fica proibida : amar sem amor. 
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>ARTIGO FINAL 
Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários do pântano enganoso das bocas. 
A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre o 
coração do homem.
ACRE 014 
brasil barreto - 
UM POETA NA ORALIDADE 
girassóis 
trôpego 
visito as trilhas 
do seu jardim. 
onde piscam os insetos. 
galantes desejos 
do resto não sei ao certo. 
Neste mundo torto, 
fui ficando manco 
de tantos tropeços 
nas pedras expostas 
em restos de caminhos, 
quais, não os mereço. 
Jamais imaginei 
um ser completo 
De largos risos 
seios alvos 
Como a luz 
intenso brilho 
Reverso do teu cio 
Ao longe me seduz. 
Teu corpo, clara lua 
Teu rosto meu desvario 
Sutil silhueta anil 
Como as curvas exatas 
Das margens clamas 
Na fluidez desse rio, 
Afluente que deságua 
Em beleza semi-nua 
Pelas negras pálpebras 
Dessas longas ruas. 
Quem são os grandes 
poetas? São os indivíduos 
especiais, aqueles que 
captam nossas sombras, 
assombros e orientes. para 
citar alguns: Maiakovski, 
Pessoa, Pound, Torquato, 
Eliot, Camões, Agostinho 
Neto... 
EROS 
U 
A poesia, esta arte difícil de definir, que sempre está 
cantando e encantando o mundo, as pessoas, os 
sentidos, as percepções, os desejos, a vida e a morte. 
E os poetas são sempre pessoas que protagonizam 
encontros especiais. tem uma trajetória irrepreensível 
em termos de Brasil/Rio. poeta de rua, de estrada, de 
captação de nossos momentos históricos. Participou 
ativamente da geração das poesias em envelopes 
como na década de 70, assim também da onda da 
poesia marginal. Escrever para ele, é um ofício muito 
intimo e pessoal, confessa. década de 70 representou, para a poesia 
RBANO 
Abrasileira, o alargamento de um cânone. o discurso poético, enclausurado no livro 
e nas prateleiras da livraria, foi para as ruas. 
Ganhou bares, praças e pilotis de universidades. 
A poesia marginal foi o estouro da boiada. 
Performances, cartazes, livros em mimeógrafos, 
produção em larga escala. Mas como em geral 
acontece, a seleção natural veio em seguida. A 
quantidade buscando a qualidade. E, entre os que 
alcançaram o novo status, destaca-se Brasil Barreto. 
Salgado Maranhão 
Carlos Nobre 
S
FOSSE SONHO 
GESTOS 015 
Céu azulejado 
Inaugurando 
Nova era. 
Um cão de rua 
Uivou para a lua 
Numa fria madrugada 
Ela escutou e ficou apaixonada 
Felizes eles vão 
Se encontrando em poças d'água 
Jogavam de noite 
A bola ninguém via 
Chutaram a lua cheia 
Giovani Baffô 
lacrimoletrada.wordpress.com 
Meu silêncio 
transpira a nudez 
de uma sílaba, 
o caule da palavra 
e um poço de reminiscências. 
Minhas mãos procuram 
Pousar num ninho de letras 
E fazer os rascunhos 
Nos embriões da agonia. 
Meu silêncio 
desliza nos gestos das 
correntezas do amanhã 
do peso da imagina(ção) 
e dos labirintos de 
minhas lembranças. 
Luiz Fernandes da Silva 
Rua Dr. José Maia, 31 - Cidade do Funcionário – 1 
João Pessoa/Paraíba 58087-100
ACRE 016 
texto: Beatriz Azevedo 
ilustrar-ação: OPUS OPERA Acervo Ameopoema 
Opusilânime||O governador é membro da Opus Dei Cacetada,||Opus Dei 
Spray de Pimenta,||Opus Dei Tiro de Borracha||e da Opus Dei Bomba de Gás 
Lacrimogêneo. ||Depois de seu impeachment ele poderia fundar a Opus Dei 
Motivo, || Opus Dei chilique, Opus Dei Mole, ou Opus Dei Azar. 
De todo modo, você já Opus Deu, Chuchu. || OpuSalmo: É Opus Dando que se 
recebe || OpuSamba: || chegou a hora dessa gente diferenciada vândala 
e cheiradora de vinagre mostrar seu valor || Opusalada a pergunta que não 
quer calar: voce é Pimenta ou Vinagre? || Opus Day || Se hay gobierno, soy…. 
Impeachment! || Já deu, picolé de chuchu OpuScience agora é a PP "polícia 
pacífica" contra o VVV "violentos vândalos de vinagre" PP x VVV de que lado 
voce samba? || Opu S. O. S. EXISTE PAVOR EM SP || Opus Ó pus 
Geraldo Alckmin: || pergunta aí como se diz impeachment em Francês. 
Haddad: larga o camembert e pega o avião! || Aqui tá Russo, Mano. 
Opuscúlo || Será que agora a mídia vai dar a cara a tapa? 
Olho por olho de jornalista: || quem é vândalo, os manifestantes ou a polícia? || 
* O p u s C o p a | | 
A Copa das Como fedem as ações..................................................... 
Só quando os homens se reúnem em praça 
pública há política, que é um acontecimento. 
Negociação de engravatados em gabinete é 
polícia (administração, gerência). Política é 
outra coisa, é gente OCUPANDO a rua. Toda 
política é ocupação. Ocupação que não leva 
a uma estabilidade. A posse contra a 
propriedade. 
Alexandre Nodari
Aliteratura vai lhe revelar que tudo é possível no SER HUMANO. Quer ficar com uma única coletânea de livros, um único deus, acreditar em “ismos” 
e perpetuar a máquina de desigualdades que o telejornal bancado pelo sistema 
financeiro chama de ordem? Afaste-se da literatura. Você pode correr o risco de 
esbarrar num livro sobre seus olhos. E, quando seus olhos aprenderem a 
enxergar o mundo, seu sono pode ir embora. Você pode começara entender o 
sentido por trás das histórias da carochinha que lhe contam todos os dias para 
mantê-lo dormindo. 
Michael McClure, Bob 
Dylan e Allen Ginsberg 
(da esq. à dir.) literatura não pode salvá-lo. Muito provavelmente ela irá adoecê-lo. A 
xiste literatura para todo tipo de pensamento humano. E você vai 
Eencontrar literatura para mantê-lo na gaiola ou literatura para torná-lo um artesão de gaiolas. poesia que imita fotografias sobre rochas geladas, 
manuais de conservação do cinismo frente a catástrofe, meus amores nas 
estantes de supermercado, ou como vencer na vida sendo psicopata, literatura-anestesia 
é o que mais vende, e a dor, se é que você sente isso realmente, pode 
vir embalada por sonhos estéreis e teorias do conformismo. Histórias da 
carochinha para você dormir. 
Aespírito literatura que irá lhe adoecer vai mostrar que tudo é possível para o 
humano, e que há poucos humanos nessa humanidade toda. seus olhos, interessados pelo discurso sobre a visão, procurarão novas 
capas, entenderão outros olhos, e guiarão a ideia que move a língua. Sua fala, 
impregnada pela descoberta de seus olhos, vai falar de mais do que literatura. 
Vai falar do que é possível para o espírito humano, e, porque tudo é possível 
para o espírito humano, ao fechar o livro, junto com seus irmãos, suas mãos e 
pernas acompanharão seus olhos, e você se tornará o personagem principal de 
seu sonho, o mundo sua tela de cinema, e sua vida se tornará o maior romance 
de sucesso. 
ou você poderá adoecer 
simplesmente perder o sono 
Texto: Henrique Santos 
e produzir apenas mais literatura. 
www.pakkatto.blogspot.com 
imagem: Revista Mosh 
ACRE 017
018 
ins-PIRE-se 
ins-PIRE-se 
CRIE O QUE QUISER, ESCANEIE E ENVIE PRA GENTE! 
PARTICIPE DA PRÓXIMA EDIÇÃO
O poema abaixo nasceu de uma breve intervenção de rua, onde 
foi colocada uma máquina de escrever, alguns papéis em 
branco e uns livros, na rua, convidávamos as pessoas a 
participarem, escrevendo qualquer coisa... 
Largo do Machado, 11 de Abril 2014 
ACRE 019
participe da próxima edição: ENVIE seu material (texto, ilustração/foto em 
preto e branco, palavra, convite, recado de amor, etc... qualquer coisa que 
acha legal compartilhar com o mundo, é só enviar pra gente........................ 
(os textos devem ser enviados sem formatação, em fonte times new romam, tamanho 10 .... 
Poemas curtos E médios......... Outros textos não exceder dois terços de uma A4 impressa 
ilustrações, fotos e/ou gravuras devem ser em preto e branco com resolução bem definido). 
020 
tudo para você delirar mais... 
O Suplemento Acre é uma publicação independente que sobrevive 
as custas de contribuições financeiras obtidas por pessoas que visam 
na literatura força para tornar este mundo mais “de boa”. Tiragem inicial 
de 200 exemplares em papel reciclado 75 gr, com capa em papel Craft 
90 gr. Com acabamento/arte em stencil do próprio editor. 
Próxima edição em novembro de 2014. 
LEI DE 
INCENTIVO 
À POESIA 
//// edições anteriores (10,00 cada) em: 
outrasdimensoes@gmail.com// 
Caixa Postal 15210 
RJ/RJ cep: 20031-971<< 
poema e arte da folha 001 por Rômulo Ferreira 
A imagem foi obtida através da 
desfragmentação digital da foto ao lado 
(modelo Breno Ferreira): 
RECEBEMOS ENTRE A 3ª E 4ª Edição 
62 CARTAS, 32 ZINES, 
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Acre 004 (ago set-out de 2014) e-book revista de arte e poesia em geral circula no mundo todo

  • 2. O que a gente quer é experimentar, fazer deste breve diário de emoções, um ponta pé inicial para que outras pessoas arrombem suas portas internas, sim minha gente poesia também abre portas, e em dias de agonia a gente se esquece que tem poesia, que é a poesia. Somos o mundo que gira como um girassol maluco fora da primavera numa prateleira de algum mercado qualquer que finge que te da descontos se você não levar umas 50 sacolas de plástico pra sua casa apertada uma nas outras. Sem a possibilidade de experimentar o ar que flutua por entre os meios inexistentes da sufocada cidade condenada a gente. Experimentar >>>>>...<<><><< u111a das coisas que servem de base a este {fanzine +/- = espaço pra criar novos olha-res-, ...,) Tudo mais ou menos como uma grande máquina de reciclar-se... funciona, também, como um grito de SOS dado solitariamente às margens deste rio que banha com ilusões as nossas vidas. A literatura é isso...mais ou menos... Poesia na rua, Rua na poesia, gente, poesia. Estas coisas estão coladas umas nas outras, sem nem sequer notarem, as pessoas passam os poemas seguem suas sombras, são estas sombras. Suas luzes, seus horizontes. ... fields forever... entender o mistério do planeta pra depois cuspir poesia nestas ruas colocadas cada & dia num lugar novo................................. Sabendo que todo mundo tem uma quedinha pela proposta que levamos as ruas, com a famigerada pergunta: “VOCÊ GOSTA DE POESIA?”. Presenteio-lhes com mais uma edição do suculento Suplemento Acre, uma forma de re-olhar o ser poético adormecido dentro de cada um, ser o poeta no meio do caminho afoito dos passantes. Como diria Drummond Rômulo Ferreira - editor www.romulopherreira.blogspot.com BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA BLABLABLABLA <<
  • 3. umdia a chuva umdia a chuva vem elava o que sobroude lama vem elava o que sobrou de lama deste corpo condenado aoacaso deste corpo condenado aoacaso existir de existir de selo editorial Ou tras Dimensões Caixa Postal nº15210 RJ/RJ 20.031-971 outrasdimensoes@gmail.com www.facebook..co.m./ameopoema tiragem infinita 4ª edição: Agosto a Outubro 2014 Vários Colaboradores Capa: Arte em “estencil” Criação de arte: Rômulo Ferreira Revisão e Carinho: Bárbara Barroso Locais de Distribuição: Centro Cultural Banco do Brasil, Recanto do Poeta (Lapa), via carta, e-mail, com os Autores Participantes, Sarau AMEOPO MA, e demais... E Preço de Venda Indefinido. nesta edição: NÃO CONTÉM GLÚTEN 00 03 04 experimenditorial, 02 Carl Solomon, Joannes Jesus, Maria Appar. S. Coquemala, Paçoca Psicodélica, Abílio Dantas, 05 06 Naíma Silva, José Callado, Ana Maria Ferreira, 07 Tom Zé, 08 Som, 09 Robson Letiere, Sarah Ferreira, Flávio Ferreira, 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 Bárbara Zul, Conrado Gonçalves, Thiago de Mello, Brasil Barreto, Luiz Fernandes da Silva, Giovani Bafô, Beatriz Azevedo, Alexandre Nodari, Henrique Santos, INS-PIRE-SE!, 20 Intervenções AMEOPOEMA, final ou começo. WWW.FACEBOOK.COM/AMEOPOEMA
  • 4. Um Diabolista Carl Solomon A perversidade sob todas as suas formas atrai aqueles que desejam uma nova realidade. A quintessência do mal se torna subitamente desejável porque você não aguenta mais os “Como vai?” e “O que é que há de novo?”. De todos os poetas, os perversos parecem os mais interessantes. Desligue a T.V.. Faça algo extravagante. Mergulhe numa banheira e fique lá por três horas, ou converse com um sujeito esquisito que você encontra na rua. Então você está a caminho daquilo que certos escritores chamam de o maravilhoso. O fim da demência, um quarto de reclusão só para você ou uma camisa de força toda sua. E isto porque você queria mudar o curso das coisas e tornar belo o que era feio. Tal alquimia não é certamente um pretexto e não se limita a um só escritor. É um território onde qualquer indivíduo ousado pode penetrar. Ela existe há séculos. E, como diz Lautréamont, o insólito se encontra no banal. O extraordinário deve ser descoberto onde você está. Eu não posso me livrar do fascínio desta visão da vida, a brilhante visão laranja oposta à visão cinza. É muito, mais que um hobby. trouxa para os nativos curiosos. É quase o equivalente de uma religião. Eu prefiro Eu vou inventar um sonho que nunca minha casa, minha imaginação e meus sonhei e você pode estudar o seu sonhos. É como se o mundo real fosse um significado. Estava sentado numa praia; um hospício e o mundo irreal um super-cachorro se aproximou e lambeu minha hospício... Para aqueles que ficaram loucos perna; um cara gordo passou; queria jogar no manicômio exterior e foram colocados bola. Parece que nos jogamos bola durante neste vazio exterior. É um lugar onde se põe anos. E então o sonho acabou. Que sonho aqueles que não sabem que são loucos. Os estúpido! Ás vezes o diabolista se que sabem que são doentes estão fora arrepende de seus pecados contra a consultando psiquiatras. Pilgrim é o tipo de natureza e sonha com deuses ou com a lugar que você pode deixar se disser a data realidade. Mas a realidade continua de hoje e o nome do presidente. Quando tediosa. Quem pode entender minha você sai é decepcionante... É como se estranha natureza. Minha paixão pelo estivesse deixado o Manicômio dos Doidos absurdo e pelo extravagante. Eu só vivo e entrado no Manicômio dos Normais. graças a estas coisas. Eu viajei e para mim Uma vez que você atingiu esta dimensão, viajar é decepcionante. Onde quer que você tudo fica difícil de descrever. É como vá será sempre um turista, quer dizer, um escutar o inaudível... Ver o invisível.
  • 5. ACRE 003 DO ´ INFORTÚNIO DE S´iSIFO Maria Apparecida. S. Coquemala maria13@uol.com.br Sou múltipla no tempo: Múltipla na conduta e na aparência. Múltipla no amor, na rejeição, nas preferências, em fortalezas e fraquezas se alternando... Em que buraco do mundo se escondeu a menina de franjinha na testa casaquinho cor-de-rosa de tricô sorrindo para a terra e o céu? Onde a que esperava Papai Noel o ano inteiro, que gordo e barulhento de repente e um presente deixava na véspera de Natal? Em que fiapo do tempo implacável se escondeu para sempre a aluna note dez dos inesquecíveis professores nota onze? Em que momento se perdeu a noiva sonhadora, ao lado do noivo sério, jurando amor eterno, como se eterno fosse o amor? Quem é este ser incansável caminhando, procurando a infinitude nos filhos, na Arte, num sentido para a vida, nas perguntas sem resposta? Quem é esta estranha deste estranho mundo mutável, relativo, transitório e inexplicável, sua pedra para o alto carregando qual Sísifo ATÉ QUE A PEDRA GRITE! Joannes Jesus Até que a pedra grite! Febril imaginação, formato febril, pavio escudo, pavilhão mato, batalhão luto, quarteirão rato. Bate o vento na palavra verboliza intenção, quebra o óculo... Vulto espaço óbvio, quebra as lentes, quebra esquina fé por onde vira, quebra feira, quebra escada numa sacada alta do risco de um pixo, na loucura de uma liberdade homem de rabiscar o papel parede do tédio. A vida sem risco é o tédio do prédio sem falar ai... Testemunha do absurdo colore os sonhos, até que a pedra grite! www.myspace.com/nasaladosino |||| joannesjesust@gmail.com pelos deuses condenado?
  • 6. Crônica do poema não escri to Para este amor, nenhum poema! Pois quando há canto e lira, Na cegueira se faz verso - De laranja da terra e lagoas - Que ergue cordilheiras Expande miríades E evolui organismos. Mas, quando na vida ode vai a ódio O fogo muda de endereço: corre aos olhos ou às linhas, e é pura inquisição ou mofo e traça na prateleira. E daí, o que era motor de poema cai na desgraça de ser vetor de alergia ou combustível de pirofagia. Paçoca Psicodélica 21 de outubro de 2009, 7h da manhã ou da noite. buscandoaraiz@gmail.com em ânsia de ser mexida, musa desvelada vira puta. musa é dada a altares, altos. lá, nos cumes, longe dos olhos não se veem as rachaduras, as imperfeições da pintura. Lá as musas repousam, impávidas, intocáveis, perfeitas. Não negue a um poeta, ser sua musa. Um poeta sem musa é bem pouco, ou quase nada. Naíma Silva naima.vida@gmail.com o problema do fim, meu amigo é a sina de ser uma coisa que chega mas nunca termina Abílio Dantas fanzinemegafone.blogspot.com
  • 7. Como em poucas vezes na vida, Carlos se permitiu não fazer nada. A não ser dormir o dia todo em sua cama, ouvindo de modo inconsciente alguns sambas e outros comerciais em seu radinho. Carlos estava ocupado demais em sua labuta para notar que o dia estava acabando. Tudo que anotara como projeto para o dia, seria adiado. O suor escorrendo, o frisson, a angústia, tudo era sentido, composição após composição, e dançou como nunca antes. Colocou o balde d’água ao lado e nadou. Como nunca antes. Viver de arte é fácil, difícil é viver para a arte. Sê-la, tê-la como sombra, e sem vacilar compreender que um só mesmo existe por conta da existência gritada do outro. Saber que a arte salva, cura e destrói. Querer novidade em todo segundo. Nada é feito para ser tão eterno assim. E uma lacraia sabe para onde vai, nós, não sabemos nada. Quando era criança, Márcio queria ser inventor de coisas legais. Até foi, mas não profissionalmente... Mas nem sabia que ao inventar seus delirantes robôs e coisas que só acendiam uma luzinha fraca, ele capinava a horta do futuro, ele seria inventor... não destas coisas que luzem solitárias nas prateleiras das lojas loucas, mas sim inventor de palavras e saídas para se viver numa cidade apressada. em um quadro ao qual ele gosta de se doar ao tempo de Márcio t observá-lo calmamente, é um quadro simples, preto e branco, feito com traços que mostram um pintor fraco e sem experiência, mas o quadro parece se mover - pensava ele - e movia... mexia com algo lá bem no fundo de sua cabeça. Ondas, ondas, rebentação, toda saudade parece morrer na praia. - Só se é feliz durante os eclipses - Gavetas abertas em busca de nada, e tudo. Sabe, quando se busca o nada, qualquer coisa achada é tudo, uma palavra, uma pena, uma semente, aquele rosto no detalhe da xilogravura, qualquer coisa sem importância alguma, quando se busca o nada, passa a valer uma vida. quando Márcio fugiu de sua cidade ele não buscava nada, não tinha nada a buscar, pegou sua bolsa, algo para comer, papel, fotos e sumiu. texto - José Callado www.facebook.com.ameopoema|||||ilustrar-ação: Rômulo Ferreira
  • 8. A pós este pré-texto, posso iniciar esta vantagem de escolher os 006 termos. Os termos vem para termos algo a provocar. Ou são resultantes de uma ação-reação que me leva a obter este termo. Ao mesmo tempo, tenho-me dele. Termo. Me ter. Tem-me. Tema-me. Quero ser ter aos teus lábios. Quero ser tua palavra. Ter-te. Quero ter palavra em tua língua. Quero ser motivo da pronuncia do meu nome. Por você. Fale-me. Pode me dizer. Me diga. Se isto acontecer, serei tua eternamente dita. Bem dita seja tua boca a dizer minha essência. Dizendo-me tudo, além de mim, quero que fale de você, como foi seu dia, porque não veio, onde está, como se sente, ou se tem frio... Só assim reiniciará o ciclo, pois terei vontade de te dizer quem é você, o que é o dia, pra onde vai, onde estava; te farei sentir, te darei o calor. do nosso diálogo. Não fazer nada seria bom se me restasse algo a fazer. O que tenho é dizer. Ou melhor: escrever. Mas como é desconcertante este indizível fazer. Invisível é você. Prazer...É o instante sumidouro. São tantas palavras que cabem bem aqui. Pena eu não saber o significado delas. Seria honesto usá-las? Pertencem-me? Aprendi que o que sai é do mundo, é de quem le, consome, come, some. Sou apenas um pincel desinteressado. As palavras existem e me vem à cabeça como um turbilhão de imagens passivas. Não passivas no sentido (se sentido)de conduzir ou não uma ação. Mas passivas como passantes viajantes no tempo. Espaço. Sem direção. Não pude trazê-las até aqui, pois não posso fazer nada agora. Estas palavras se aproveitaram de minha rendição. No entanto eu ganho tempo evitando pronunciá-las, pois como já disse, me são estranhas. Preferi usar este texto como pretexto para distraí-las, por pura atração. MONÓLOGOAna Maria Ferreira Foto: Lívia Uchôa
  • 9. Em 1973 o compositor Tom Zé censura, na qual aparecia na facilmente convencida (que tempos lançou um Long Play intitulado estampa um ânus com uma bola de loucos estes, hein...), e numa tarde “Todos Os Olhos” que viria a ter uma qualquer do ano de 1972, lá foram história muito curiosa. Este disco marcou o começo de uma fase de TODOS OS os dois para um motel para fazer a foto. Até aí tudo corria bem, o ostracismo do músico, que durou OLHOS DE problema viria logo em seguida com até o início da década de 1990, as dificuldades técnicas que quando o cantor inglês David Byrne TOM ZÉ surgiram. O negócio se mostrou conheceu o trabalho do tropicalista – mais difícil do que se pensava, e era conta-se que por acaso comprando um tal de vira pra lá e vira pra cá, um o LP “Estudando o Samba” num sebo -, lançando o compositor 007 Por Ricardo Moreno monte de bolinhas de gude rolando pelo chão do quarto, e nada de se baiano no cenário internacional, o conseguir fazer com que uma delas que o fez também voltar a cena no gude. Segundo era contado, a ideia (a bolinha) parasse no centro do Brasil. O disco é maravilhoso, com era do poeta concretista Décio orifício anal da jovem. Ao cabo de arranjos bem transados e criativos, Pignatari. Pois bem, o título, como já algumas horas de tentativas letras bem sacadas e tudo mais. disse, era “Todos os Olhos” e a acabaram desistindo. Reinaldo Enfim, Tom Zé no seu melhor estilo. graça estava em brincar com uma voltou a agência e disse ao Pignatari Mas o que vai nos interessar aqui associação entre o olho da face e o que não foi possível. Ele até levou principalmente é a capa desse olho do cu, mas sem que, algumas fotos que conseguiu fazer, disco. Ela foi considerada numa naturalmente, os censores mas não estava a contento. votação informal por um jornal de percebessem. Décio pediu que Reinaldo tentasse São Paulo, como a melhor capa da De fato, segundo esta escrito no outra vez, e este hesitou, pois não música popular brasileira - a blog “Mopho Discos” (infelizmente tinha certeza de que conseguiria primeira foi a capa do primeiro disco ele não declara as fontes), a convencer a moça para a outra dos Secos e Molhados, também de tentativa foi feita, e uma jovem, sessão. Conseguiu, mas ao invés de 1973 -. Bom, esta capa, que tem namorada de Reinaldo um irem a um motel, os dois foram para uma coisa assim meio enigmática foi i n t e l e c t u a l d a a g ê n c i a d e a casa da moça. Mas antes mesmo durante muitos anos, inclusive o publicidade do Décio, responsável que começassem a sessão de Tom Zé confirmava isso, um pela idealização da capa, seria a tortura, quer dizer de fotos, a moça deboche do artista para com a modelo para tal proeza. A moça foi teve uma ideia: por que não utilizar
  • 10. que começassem a sessão de tortura, quer dizer de fotos, a moça teve uma ideia: por que não utilizar um outro orifício imitando o ânus. Qual? A boca. Nossa, que labirinto de imitações. A ideia era fazer o cu imitar o olho, e agora se ampliava o circuito de simulações fazendo com que a boca imitasse o cu que estava imitando o olho. Entenderam? Isso deixaria Platão – avesso a imitações – desnorteado. E assim foi feito. A foto que aparece na capa é a de uma boca, mas não importa, todo espírito de rebeldia e deboche estão ali presentes. O citado blog acima conta que o próprio Tom Zé ao saber dessa história deu uma grande gargalhada dizendo: “Filhos da Puta, me enganaram esse tempo todo...”. Acho que se toda esta história se confirmar como verdadeira torna esta capa a mais importante da música popular brasileira, entrando assim para os anais (sem trocadilhos, por favor) da nossa gloriosa música popular. Ricardo Moreno encontroradical.blogspot.com morenoricmelo@yahoo.com.br 008 experiência mental 1974 Bill Holt) Dreamies ( , é um álbum que continua ecoando e servindo de influência à várias bandas experimentais novas. entre as décadas de 60 e 70, ele começou a tornar-se extremamente f a s c i n a d o p o r c omp o s i t o r e s experimentais como Bob Dylan e John Cage, que eram ambos revelações da época. Holt sentia a necessidade de criar música como uma visão artística diferente. Pensando nisso, pegou um violão “ovation acousic”, um “moog sonic six synth”, e um “teac” de quatro faixas, se isolou em seu porão por dias e noites, criando o álbum que agora é conhecido como “Dreamies”. A capa é absolutamente perfeita, como as canções do disco envolvem a mente do ouvinte, criando um som único, sem precedentes. O álbum original é constituído por duas faixas 26 minutos cada: “Program Ten” e “Program Eleven”, embora a versão remasterizada, divide o álbum em treze faixas. A remasterização está impecável e a separação de ambas as canções só torna mais fácil a viagem. Fortemente influenciado por “The Beatles”, Holt combina exuberantemente um ambiente acústico com melodias e imagens em áudio. Holt estava interessado em como a América estava se modificando e ele queria mostrar esta sua visão de mudança em som. A “Mojo Magazine” classificou o álbum em 37º em sua lista de 2005 do "Top 50 Most Out There-Álbuns” de todos os tempos. O “Program Ten” tem mais vocal e guitarra acústica (embora mais clipes de áudio), e o “Program Eleven” é definitivamente o mais arrepiante e único.
  • 11. Ressurgir Uma estrelinha caiu do céu, morreu E no mesmo instante nasceu, no mar Reencarnada no reflexo da lua. Traição Não te cases com um poeta, Certamente ele te trairá Com um papel e uma caneta. Robson Letiere riobairros@ig.com.br Nos teus olhos Cor de pólvora negra queima o encanto se olhas pra mim Na retina, feito espelho Nossas verdades entrelaçam No canto do silêncio que cada olhar tem Um pouco da liberdade Do acaso Do esbarro noturno nos sonhos inacabados No reflexo dos teus olhos vejo um pouco de mim A tua pólvora negra queimando a certeza De que não somos mais os mesmos E nem pretendíamos ser Sarah Ferreira https://soundcloud.com/sarah-morena ACRE 009
  • 12. [arquitetura falha] e dali do alto ela vê? vago vasto horizonte (visto novo ; nula fonte : grosso modo , h our i z ont ) em h e S sempre o sonho entretesendo só silentes solicitudes dos destros portes á flâmea sorte nos quartos quando entra de amor o palor de sua imagem conjuga no centro dum jardim this Summer springs ctônica ad vinda da vinha and brings the brink verdruga (aBrIGANdO o aBrIR dA vIDA) a c e n t r í t e p a e s fera aos vizires vizinhos noutros prédios narguilando essências sudoríparas assemelhando ao mesmo o sémem o silênciócio é de ninhos por onde meu glob~Ocular estilinlonga esta distância e preda com pedra de funda através das veias ornadas de esmeraldas e no carnaval beija-flores de vidro prontos a (flor nas fauces) floradas luzes sonilundas apregoadas no ventre vertente de néctar : rubis e quartzos rosa o céu geme e treme [no lusco-fusco o cinza é prenhe] Flávio Ferreira www.fotoalgia.blogspot.com flcferreira@gmail.com ACRE 010 h e S
  • 13. Des Texto: Bárbara Zul espero Ilustrar-ação: Luiza Condé Caindo em meus próprios mar marmmaarr mar mar mar devaneios Ressurge a vontade de atirar-me A esmo, ou a imensidão noturna, de Mar, talvez de montanhas em mar Acordo, respiro e me atiro. Caí em mar agitado, nadei até a parte oceânica, querendo sair da arrebentação, mas não funcionou, o mar de ressaca estava Ondas que não quebravam , mas me levavam E até mesmo lá o mar estava forte, voraz em sua vontade de se fazer notar, festejar à sua maneira, levar algumas partes frias para a superfície, algo como fazer um bolo, o mar se mistura tentando se homogeneizar, não ser mais o mesmo, essa é a sua ressaca, a exaustão de tanta reflexão, seja do Sol, ou Sol na Lua, ou sua só-l. Fico eu e mar agoniados, percebo que aquela aflição me tomava e de nada iria adiantar a minha movimentação nervosa e contínua, caso continuasse me cansaria e iria afogar-me no mar das reflexões. Pus-me em calma, em pausa, momento de deixar-se em estado de nirvana, essa é a verdadeira atitude bem pensada/não pensar e aquietar-se para flutuar e assim perceber que este mesmo MAR pode me deixar mais leve, basta querer ser-sendo em paz. Flutuo e logo me vejo de volta, em terra firme, sem qualquer esforço físico demasiado. Cansar-se no das reflexões é só para os que não tentam deixar-se em paz, sentir-se livre e, só em ACRE 011 mar
  • 14. ACRE 012 Sentia que algo não ia bem. Lembrou do exagero de ontem, bebeu demais, a cabeça dóia. Cambaleou pela casa bagunçada escorando nas paredes até o banheiro. Vomitou. A linguagem doía, a cabeça e o resto do corpo manifestavam o dia passado. Aos poucos formavam na mente cansada as lembranças da noite anterior. Bebeu muita literatura, poesia, filosofia e tudo o mais que lhe atravessava a frente. A consequencia óbvia era que passasse mal. Se, ao menos, consumisse coisas leves, auto ajudas, bestesseleres, jornais de cinquenta centavos... Mas não, emburacou sem a menor dó de si mesmo no verso livre, no conto surreal, na escrita sem eira nem beira, meio punk pós anarco, marginal. Começou pelos zines de rua num sarau dum beco no centro da cidade e logo cercado de livros. Num momento a papelada já se espalhava pelo chão. A linguagem doía cada vez mais, a cabeça latejava lancinante e o corpo já não existia. Era um farrapo de gente dormente de tanto que sentiu. Juntou as últimas forças e, de frente para o cesto de lixo, co’as mãos trêmulas, amassou a si próprio e atirou-se em derradeiro desespero junto a outros papéis em branco. Nunca mais ouviu-se falar dele. Conrado Gonçalves conradopalavras@gmail.com imagem: Estudo para a série “Mulher”, Rômulo Ferreira
  • 15. OS ESTATUTOS DO HOMEM Texto: Thiago de Mello ilustrar-ação:Rômulo Ferreira (montagem sobre foto de Lívia Uchôa) >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>ARTIGO I Fica decretado que agora vale a verdade, que agora vale a vida, e que de mãos dadas, trabalharemos todos pela vida verdadeira . . . >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>ARTIGO II Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo . . . >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>ARTIGO III Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra; e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança . . . >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>ARTIGO V Fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira. Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura das palavras. O homem se sentará à mesa com seu olhar limpo porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa. >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>ARTIGO XII Decreta-se que nada será obrigado nem proibido. Tudo será permitido, inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela. >>>>>>>>>>>>>>>>>>Parágrafo Único: Só uma coisa fica proibida : amar sem amor. >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>ARTIGO FINAL Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre o coração do homem.
  • 16. ACRE 014 brasil barreto - UM POETA NA ORALIDADE girassóis trôpego visito as trilhas do seu jardim. onde piscam os insetos. galantes desejos do resto não sei ao certo. Neste mundo torto, fui ficando manco de tantos tropeços nas pedras expostas em restos de caminhos, quais, não os mereço. Jamais imaginei um ser completo De largos risos seios alvos Como a luz intenso brilho Reverso do teu cio Ao longe me seduz. Teu corpo, clara lua Teu rosto meu desvario Sutil silhueta anil Como as curvas exatas Das margens clamas Na fluidez desse rio, Afluente que deságua Em beleza semi-nua Pelas negras pálpebras Dessas longas ruas. Quem são os grandes poetas? São os indivíduos especiais, aqueles que captam nossas sombras, assombros e orientes. para citar alguns: Maiakovski, Pessoa, Pound, Torquato, Eliot, Camões, Agostinho Neto... EROS U A poesia, esta arte difícil de definir, que sempre está cantando e encantando o mundo, as pessoas, os sentidos, as percepções, os desejos, a vida e a morte. E os poetas são sempre pessoas que protagonizam encontros especiais. tem uma trajetória irrepreensível em termos de Brasil/Rio. poeta de rua, de estrada, de captação de nossos momentos históricos. Participou ativamente da geração das poesias em envelopes como na década de 70, assim também da onda da poesia marginal. Escrever para ele, é um ofício muito intimo e pessoal, confessa. década de 70 representou, para a poesia RBANO Abrasileira, o alargamento de um cânone. o discurso poético, enclausurado no livro e nas prateleiras da livraria, foi para as ruas. Ganhou bares, praças e pilotis de universidades. A poesia marginal foi o estouro da boiada. Performances, cartazes, livros em mimeógrafos, produção em larga escala. Mas como em geral acontece, a seleção natural veio em seguida. A quantidade buscando a qualidade. E, entre os que alcançaram o novo status, destaca-se Brasil Barreto. Salgado Maranhão Carlos Nobre S
  • 17. FOSSE SONHO GESTOS 015 Céu azulejado Inaugurando Nova era. Um cão de rua Uivou para a lua Numa fria madrugada Ela escutou e ficou apaixonada Felizes eles vão Se encontrando em poças d'água Jogavam de noite A bola ninguém via Chutaram a lua cheia Giovani Baffô lacrimoletrada.wordpress.com Meu silêncio transpira a nudez de uma sílaba, o caule da palavra e um poço de reminiscências. Minhas mãos procuram Pousar num ninho de letras E fazer os rascunhos Nos embriões da agonia. Meu silêncio desliza nos gestos das correntezas do amanhã do peso da imagina(ção) e dos labirintos de minhas lembranças. Luiz Fernandes da Silva Rua Dr. José Maia, 31 - Cidade do Funcionário – 1 João Pessoa/Paraíba 58087-100
  • 18. ACRE 016 texto: Beatriz Azevedo ilustrar-ação: OPUS OPERA Acervo Ameopoema Opusilânime||O governador é membro da Opus Dei Cacetada,||Opus Dei Spray de Pimenta,||Opus Dei Tiro de Borracha||e da Opus Dei Bomba de Gás Lacrimogêneo. ||Depois de seu impeachment ele poderia fundar a Opus Dei Motivo, || Opus Dei chilique, Opus Dei Mole, ou Opus Dei Azar. De todo modo, você já Opus Deu, Chuchu. || OpuSalmo: É Opus Dando que se recebe || OpuSamba: || chegou a hora dessa gente diferenciada vândala e cheiradora de vinagre mostrar seu valor || Opusalada a pergunta que não quer calar: voce é Pimenta ou Vinagre? || Opus Day || Se hay gobierno, soy…. Impeachment! || Já deu, picolé de chuchu OpuScience agora é a PP "polícia pacífica" contra o VVV "violentos vândalos de vinagre" PP x VVV de que lado voce samba? || Opu S. O. S. EXISTE PAVOR EM SP || Opus Ó pus Geraldo Alckmin: || pergunta aí como se diz impeachment em Francês. Haddad: larga o camembert e pega o avião! || Aqui tá Russo, Mano. Opuscúlo || Será que agora a mídia vai dar a cara a tapa? Olho por olho de jornalista: || quem é vândalo, os manifestantes ou a polícia? || * O p u s C o p a | | A Copa das Como fedem as ações..................................................... Só quando os homens se reúnem em praça pública há política, que é um acontecimento. Negociação de engravatados em gabinete é polícia (administração, gerência). Política é outra coisa, é gente OCUPANDO a rua. Toda política é ocupação. Ocupação que não leva a uma estabilidade. A posse contra a propriedade. Alexandre Nodari
  • 19. Aliteratura vai lhe revelar que tudo é possível no SER HUMANO. Quer ficar com uma única coletânea de livros, um único deus, acreditar em “ismos” e perpetuar a máquina de desigualdades que o telejornal bancado pelo sistema financeiro chama de ordem? Afaste-se da literatura. Você pode correr o risco de esbarrar num livro sobre seus olhos. E, quando seus olhos aprenderem a enxergar o mundo, seu sono pode ir embora. Você pode começara entender o sentido por trás das histórias da carochinha que lhe contam todos os dias para mantê-lo dormindo. Michael McClure, Bob Dylan e Allen Ginsberg (da esq. à dir.) literatura não pode salvá-lo. Muito provavelmente ela irá adoecê-lo. A xiste literatura para todo tipo de pensamento humano. E você vai Eencontrar literatura para mantê-lo na gaiola ou literatura para torná-lo um artesão de gaiolas. poesia que imita fotografias sobre rochas geladas, manuais de conservação do cinismo frente a catástrofe, meus amores nas estantes de supermercado, ou como vencer na vida sendo psicopata, literatura-anestesia é o que mais vende, e a dor, se é que você sente isso realmente, pode vir embalada por sonhos estéreis e teorias do conformismo. Histórias da carochinha para você dormir. Aespírito literatura que irá lhe adoecer vai mostrar que tudo é possível para o humano, e que há poucos humanos nessa humanidade toda. seus olhos, interessados pelo discurso sobre a visão, procurarão novas capas, entenderão outros olhos, e guiarão a ideia que move a língua. Sua fala, impregnada pela descoberta de seus olhos, vai falar de mais do que literatura. Vai falar do que é possível para o espírito humano, e, porque tudo é possível para o espírito humano, ao fechar o livro, junto com seus irmãos, suas mãos e pernas acompanharão seus olhos, e você se tornará o personagem principal de seu sonho, o mundo sua tela de cinema, e sua vida se tornará o maior romance de sucesso. ou você poderá adoecer simplesmente perder o sono Texto: Henrique Santos e produzir apenas mais literatura. www.pakkatto.blogspot.com imagem: Revista Mosh ACRE 017
  • 20. 018 ins-PIRE-se ins-PIRE-se CRIE O QUE QUISER, ESCANEIE E ENVIE PRA GENTE! PARTICIPE DA PRÓXIMA EDIÇÃO
  • 21. O poema abaixo nasceu de uma breve intervenção de rua, onde foi colocada uma máquina de escrever, alguns papéis em branco e uns livros, na rua, convidávamos as pessoas a participarem, escrevendo qualquer coisa... Largo do Machado, 11 de Abril 2014 ACRE 019
  • 22. participe da próxima edição: ENVIE seu material (texto, ilustração/foto em preto e branco, palavra, convite, recado de amor, etc... qualquer coisa que acha legal compartilhar com o mundo, é só enviar pra gente........................ (os textos devem ser enviados sem formatação, em fonte times new romam, tamanho 10 .... Poemas curtos E médios......... Outros textos não exceder dois terços de uma A4 impressa ilustrações, fotos e/ou gravuras devem ser em preto e branco com resolução bem definido). 020 tudo para você delirar mais... O Suplemento Acre é uma publicação independente que sobrevive as custas de contribuições financeiras obtidas por pessoas que visam na literatura força para tornar este mundo mais “de boa”. Tiragem inicial de 200 exemplares em papel reciclado 75 gr, com capa em papel Craft 90 gr. Com acabamento/arte em stencil do próprio editor. Próxima edição em novembro de 2014. LEI DE INCENTIVO À POESIA //// edições anteriores (10,00 cada) em: outrasdimensoes@gmail.com// Caixa Postal 15210 RJ/RJ cep: 20031-971<< poema e arte da folha 001 por Rômulo Ferreira A imagem foi obtida através da desfragmentação digital da foto ao lado (modelo Breno Ferreira): RECEBEMOS ENTRE A 3ª E 4ª Edição 62 CARTAS, 32 ZINES, +/- 100 EMAILS, 5 POEMAS “HOMENAGEM”, VÁRIOS TAPINHAS NOS OMBROS, 3 NOTAS EM JORNAIS 2 DEPÓSITOS EM CONTA, 1 GARRAFA DE VINHO