SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 35
1
A IMPORTÂNCIA
DAS AÇÕES
AFIRMATIVAS
RODRIGO EDUARDO ROCHA
CARDOSO
Bacharel em Direito
Especialista em Direito Público
Mestre em Cultura e Turismo
Pesquisador do NEDES - FTC
2
BREVE
HISTÓRICO
3
ESCRAVIDÃO
 Escravidão simbolizava segurança e
economia.
 Negros transformados em mercadoria
pela política expansionista européia.
4
ESCRAVIDÃO
 Os portugueses, expandindo o domínio na
África (séc. XV), iniciaram o tráfico e a
escravização.
 Alegaram que os negros já eram escravos em
seus países de origem;
5
RESITÊNCIAS - QUILOMBOS
 Muitas revoltas ocorreram até o século XIX.
Muitos negros se aproximaram do catolicismo e
criaram irmandades religiosas.
 As fugas promoviam aldeamento e a formação
de Quilombos, em locais de difícil acesso:
sobrevivência e auto-defesa;
 O Quilombo dos Palmares resistiu durante 100
anos, até ser dizimado.
6
ABOLIÇÃO - 1888
 Em 13 de maio de 1888 adveio a Lei Áurea, que
aboliu a escravidão, há 126 anos atrás.
 Teoria do “branqueamento”.
 Iniciou-se um mito de que a inclusão do negro
impediria o desenvolvimento do país. Para
substituí-los, deu-se início a imigração.
 Em 1889 Proclamação da República.
7
MOVIMENTO NEGRO
E A LUTA POR
RESPEITO E
INCLUSÃO
8
MOVIMENTO NEGRO
 Desprovidos de capital social, financeiro e
cultural, os negros viram na educação
formal um mecanismo de ascensão.
 A escola porém era eurocentrista.
 Desde 1950 ativistas negros lutam pela
inserção do negro.
9
MOVIMENTO NEGRO
 Durante o período da Ditadura Militar
(principalmente de 1964 a 1977) temas
raciais foram vistos como questão de
Segurança Nacional.
 1978 ressurge o Movimento Negro.
 Constituinte de 1986 recebeu 63
representantes de entidades ligadas ao
Movimento Negro de 16 Estados da
Federação: reivindicações não foram
atendidas.
10
MOVIMENTO NEGRO -
CONQUISTAS
 Constituição de 1988
 Art. 3º (..) IV - promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.
 Artigo 5° (...) XLII - a prática do racismo constitui
crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
 LEI 7.716 DE 1989 (crimes de preconceito)
 Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação
ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional. Pena: reclusão de um a três
anos e multa.
11
APÓS A CONSTITUIÇÃO DE
1988
 1995: Marcha Zumbi dos Palmares contra
o Racismo e pela Cidadania e a Vida (300
anos da morte de Zumbi). FHC
reconheceu o Brasil como sendo um país
racista e recebeu o PROGRAMA DE
SUPERAÇÃO DO RACISMO E DA
DESIGUALDADE RACIAL.
12
CONFERÊNCIA MUNDIAL - 2001
 O Brasil participou da 3ª Conferência
Mundial contra o Racismo, Discriminação
Racial, a Xenofobia e Formas Correlatas
de Intolerância – África do Sul;
 Compromisso dos países envolvidos em
contribuir com a melhoria das condições
de vida do povo negro.
13
LEI 10.639 DE 2003
 Alterou a lei de diretrizes e bases da
educação.
 “Nos estabelecimentos de ensino
fundamental e médio , oficiais e particulares,
torna-se obrigatório o ensino sobre História
e Cultura Afro-Brasileira”. Especial em
Educação Artística, História e Literatura.
 Inseriu o 20 de Novembro no Calendário
escolar.
14
REALIDADE
VIVENCIADA
15
DADOS DO IBGE (2004)
 1) a maioria dos ocupados nas seis
regiões metropolitanas - Recife, Salvador,
Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo
e Porto Alegre - é branca (58%) e a maior
parte dos desocupados é negra ou parda
(50,4%);
16
 (2) há mais negros e pardos entre os
trabalhadores domésticos, por conta
própria e sem carteira assinada;
17
 (3) brancos, ocupados ou não, têm maior
escolaridade que negros ou pardos;
18
 (4) os grupamentos da construção e dos
serviços domésticos ocupam mais negros
ou pardos (em média, o dobro da
ocupação dos brancos), enquanto os
brancos têm percentuais relativamente
maiores na indústria e no grupamento da
saúde, educação e administração pública;
19
 (5) há um número maior de negros ou
pardos sub-ocupados e sub-remunerados;
20
 (6) o rendimento dos negros ou pardos é
menor (em média, duas vezes menor que
o rendimento dos ocupados brancos) e
mulheres desse grupo ganham menos
ainda.
21
 O percentual de 1% dos mais ricos no
Brasil é representado por 88% de
pessoas brancas.
22
 Sant’Anna e Paixão apud Lopes (2006)
analisam que se o Brasil fosse dividido
em 2 (um branco e outro negro) e
analisássemos as condições sociais de
cada um (educação, renda, esperança de
vida) seria como comparar a Espanha ao
Zimbábue
23
 Dentre as pessoas com nível superior
completo, apenas 14,38% são negras.
Entretanto, os negros (compreendendo
pardos e pretos) representam quase
metade da população do país.
24
RACISMO NO
BRASIL
25
• Existe racismo no Brasil?
Mito da democracia racial!
26
AÇÕES AFIRMATIVAS –
CAMINHO PARA REDUZIR A
DESIGUALDADE
27
AÇÕES AFIRMATIVAS
 Joaquim Barbosa Gomes, “as ações
afirmativas se definem como políticas
públicas ou privadas voltadas à
concretização do princípio constitucional
da igualdade material e neutralização dos
efeitos da discriminação racial, de gênero,
de idade, de origem e de compleição
física”.
28
 Unb e UFBA dentre as federais iniciaram
o movimento. Paralelo a estas, as
estaduais UERJ e UNEB no ano de 2004.
29
PROUNI
 Lei 11.096 de 13 de janeiro de 2005;
 Parceria público-privada;
 10 anos de duração;
30
ESTATUTO DA IGUALDADE
RACIAL
 Lei 12.288 de 2010.
 Artigo 15 “... Adotará programas de ações
afirmativas”.
 “Apoiará ações sócio-educativas do
Movimento Negro”.
31
AÇÕES AFIRMATIVAS: DILEMAS
 Se existe dívida histórica como identificar
os credores da dívida?
 Miscigenação: “Casa Grande e Senzala”;
 “Deus não faz acepção de pessoas”;
 Auto declaração é passível de fraude!;
 Cota promove revanchismo!
 Com a cota o Negro entra pela porta dos
fundos;
32
AÇÕES AFIRMATIVAS:
FUNDAMENTOS
 Igualdade material (DWORKIN, 2005)
 Distribuição equitativa de oportunidades;
 Justiça social;
 Justiça compensatória;
 Promoção de grupos excluídos;
 Concreção da abertura constitucional;
 Do direito regulador para um direito
transformador (STRECK, 2009)
33
ANOTAÇÕES FINAIS
 “os negros pobres e os brancos pobres:
uns são duplamente discriminados e os
outros discriminados apenas uma vez”.
(MUNANGA, 2003, p. 116).
Treze de maio traição.
liberdade sem asas
e fome sem pão. (OLIVEIRA SILVEIRA)
34
REFERÊNCIAS
 DWORKIN, Ronald. A virtude soberana. A teoria e a
prática da igualdade. Trad. Jussara Simões. São
Paulo: Martins Fontes.
 STRECK, Lenio Luiz. Verdade e consenso.
Constituição, Hermenêutica e Teorias Discursivas. 3.
ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.
 MUNANGA, Kabengele. Políticas de ação afirmativa
em benefício da população negra no Brasil: um
ponto de vista em defesa de cotas. In: Educação e
ações afirmativas: entre a injustiça simbólica e a
injustiça econômica . Petronilha Beatriz Gonçalves e
Silva e Valter Roberto Silvério (ORG.). Brasília : Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira, 2003.
35
Contatos
Email: rodrigoerc@hotmail.com
Twitter: @rodrigorochaedu

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Questoes de-fisica-resolvidas 1
Questoes de-fisica-resolvidas 1Questoes de-fisica-resolvidas 1
Questoes de-fisica-resolvidas 1Giovani Lazarini
 
Histórico da Campanha da Fraternidade
Histórico da Campanha da FraternidadeHistórico da Campanha da Fraternidade
Histórico da Campanha da Fraternidademarquione ban
 
Manifesto da poesia pau brasil e manifesto antropófago - andrade, o.
Manifesto da poesia pau brasil e manifesto antropófago - andrade, o.Manifesto da poesia pau brasil e manifesto antropófago - andrade, o.
Manifesto da poesia pau brasil e manifesto antropófago - andrade, o.Nicolas Pelicioni
 
O Semeador - Mês Vocacional
O Semeador - Mês VocacionalO Semeador - Mês Vocacional
O Semeador - Mês Vocacionallourdinas
 
τόλης ευάγγελος άλγεβρα β΄λυκείου
τόλης ευάγγελος   άλγεβρα β΄λυκείουτόλης ευάγγελος   άλγεβρα β΄λυκείου
τόλης ευάγγελος άλγεβρα β΄λυκείουChristos Loizos
 
Trabalho sobre bullying
Trabalho sobre bullyingTrabalho sobre bullying
Trabalho sobre bullyingjackzeus
 
Concepção bancária da educação
Concepção bancária da educaçãoConcepção bancária da educação
Concepção bancária da educaçãoMayra Henrique
 

Was ist angesagt? (12)

Escolas literárias .pdf
Escolas literárias   .pdfEscolas literárias   .pdf
Escolas literárias .pdf
 
Ecologia integral e economia
Ecologia integral e economiaEcologia integral e economia
Ecologia integral e economia
 
Questoes de-fisica-resolvidas 1
Questoes de-fisica-resolvidas 1Questoes de-fisica-resolvidas 1
Questoes de-fisica-resolvidas 1
 
Histórico da Campanha da Fraternidade
Histórico da Campanha da FraternidadeHistórico da Campanha da Fraternidade
Histórico da Campanha da Fraternidade
 
Manifesto da poesia pau brasil e manifesto antropófago - andrade, o.
Manifesto da poesia pau brasil e manifesto antropófago - andrade, o.Manifesto da poesia pau brasil e manifesto antropófago - andrade, o.
Manifesto da poesia pau brasil e manifesto antropófago - andrade, o.
 
O Semeador - Mês Vocacional
O Semeador - Mês VocacionalO Semeador - Mês Vocacional
O Semeador - Mês Vocacional
 
Trabalho infantil
Trabalho infantilTrabalho infantil
Trabalho infantil
 
τόλης ευάγγελος άλγεβρα β΄λυκείου
τόλης ευάγγελος   άλγεβρα β΄λυκείουτόλης ευάγγελος   άλγεβρα β΄λυκείου
τόλης ευάγγελος άλγεβρα β΄λυκείου
 
Trabalho sobre bullying
Trabalho sobre bullyingTrabalho sobre bullying
Trabalho sobre bullying
 
Enem 2014, literatura
Enem 2014, literaturaEnem 2014, literatura
Enem 2014, literatura
 
Concepção bancária da educação
Concepção bancária da educaçãoConcepção bancária da educação
Concepção bancária da educação
 
AULA 2.pptx
AULA 2.pptxAULA 2.pptx
AULA 2.pptx
 

Andere mochten auch

África nos tempos de tráfico atlântico
África nos tempos de tráfico atlânticoÁfrica nos tempos de tráfico atlântico
África nos tempos de tráfico atlânticoPortal do Vestibulando
 
Questões de vestibular - África e tráfico de escravos
Questões de vestibular - África e tráfico de escravosQuestões de vestibular - África e tráfico de escravos
Questões de vestibular - África e tráfico de escravosZé Knust
 
2013 tráfico negreiro
2013  tráfico negreiro2013  tráfico negreiro
2013 tráfico negreiroMARIANO C7S
 

Andere mochten auch (6)

África nos tempos de tráfico atlântico
África nos tempos de tráfico atlânticoÁfrica nos tempos de tráfico atlântico
África nos tempos de tráfico atlântico
 
Preconceito e ações afirmativas
Preconceito e ações afirmativasPreconceito e ações afirmativas
Preconceito e ações afirmativas
 
Slide ações afirmativas
Slide ações afirmativasSlide ações afirmativas
Slide ações afirmativas
 
Questões de vestibular - África e tráfico de escravos
Questões de vestibular - África e tráfico de escravosQuestões de vestibular - África e tráfico de escravos
Questões de vestibular - África e tráfico de escravos
 
Tráfico negreiro
Tráfico negreiroTráfico negreiro
Tráfico negreiro
 
2013 tráfico negreiro
2013  tráfico negreiro2013  tráfico negreiro
2013 tráfico negreiro
 

Ähnlich wie Palestra.importancia.das.ações.afirmativas

Pesquisa sobre negros no Brasil
Pesquisa sobre negros no BrasilPesquisa sobre negros no Brasil
Pesquisa sobre negros no Brasildante500anos
 
Ptt MíDias Locais
Ptt MíDias LocaisPtt MíDias Locais
Ptt MíDias Locaislsobreira
 
Miranda mns intervém no stf
Miranda mns intervém no stfMiranda mns intervém no stf
Miranda mns intervém no stffábio ramirez
 
Miranda mns intervém no stf
Miranda mns intervém no stfMiranda mns intervém no stf
Miranda mns intervém no stffábio ramirez
 
Mauri Consciência Negra
Mauri Consciência NegraMauri Consciência Negra
Mauri Consciência NegraAlieteFG
 
Independências e direitos humanos.ppt
Independências e direitos humanos.pptIndependências e direitos humanos.ppt
Independências e direitos humanos.pptDeisy Bezerra
 
Escravatura ApresentaçãO
Escravatura   ApresentaçãOEscravatura   ApresentaçãO
Escravatura ApresentaçãOjoana
 
Estudo IMPORTANTE PENSAR ALÉM DA POLÍTICA.pptx
Estudo IMPORTANTE PENSAR ALÉM DA POLÍTICA.pptxEstudo IMPORTANTE PENSAR ALÉM DA POLÍTICA.pptx
Estudo IMPORTANTE PENSAR ALÉM DA POLÍTICA.pptxSamuelAlvesSilva4
 
Abolição e cidadania uma trajetória de lutas
Abolição e cidadania   uma trajetória de lutasAbolição e cidadania   uma trajetória de lutas
Abolição e cidadania uma trajetória de lutasKleyton Skankara
 
Cotas-Raciais-Imil-2013.ppt
Cotas-Raciais-Imil-2013.pptCotas-Raciais-Imil-2013.ppt
Cotas-Raciais-Imil-2013.pptlitafsm
 
Desmistificando o brasil do amor e de Deus: a saga de um país desumano
Desmistificando o brasil do amor e de Deus: a saga de um país desumanoDesmistificando o brasil do amor e de Deus: a saga de um país desumano
Desmistificando o brasil do amor e de Deus: a saga de um país desumanoSérgio Henrique da Silva Pereira
 
Desigualdade racial no Brasil.ppsx
Desigualdade racial no Brasil.ppsxDesigualdade racial no Brasil.ppsx
Desigualdade racial no Brasil.ppsxGabriel Maia
 
Sociologia unidade VI
Sociologia unidade VISociologia unidade VI
Sociologia unidade VIjoao paulo
 

Ähnlich wie Palestra.importancia.das.ações.afirmativas (20)

Palestra cotasestado
Palestra cotasestadoPalestra cotasestado
Palestra cotasestado
 
Pesquisa sobre negros no Brasil
Pesquisa sobre negros no BrasilPesquisa sobre negros no Brasil
Pesquisa sobre negros no Brasil
 
Ptt MíDias Locais
Ptt MíDias LocaisPtt MíDias Locais
Ptt MíDias Locais
 
Miranda mns intervém no stf
Miranda mns intervém no stfMiranda mns intervém no stf
Miranda mns intervém no stf
 
Miranda mns intervém no stf
Miranda mns intervém no stfMiranda mns intervém no stf
Miranda mns intervém no stf
 
Mauri Consciência Negra
Mauri Consciência NegraMauri Consciência Negra
Mauri Consciência Negra
 
Independências e direitos humanos.ppt
Independências e direitos humanos.pptIndependências e direitos humanos.ppt
Independências e direitos humanos.ppt
 
Escravatura ApresentaçãO
Escravatura   ApresentaçãOEscravatura   ApresentaçãO
Escravatura ApresentaçãO
 
Consciência negra
Consciência negraConsciência negra
Consciência negra
 
Cartilha ciganos
Cartilha ciganosCartilha ciganos
Cartilha ciganos
 
Estudo IMPORTANTE PENSAR ALÉM DA POLÍTICA.pptx
Estudo IMPORTANTE PENSAR ALÉM DA POLÍTICA.pptxEstudo IMPORTANTE PENSAR ALÉM DA POLÍTICA.pptx
Estudo IMPORTANTE PENSAR ALÉM DA POLÍTICA.pptx
 
Abolição e cidadania uma trajetória de lutas
Abolição e cidadania   uma trajetória de lutasAbolição e cidadania   uma trajetória de lutas
Abolição e cidadania uma trajetória de lutas
 
Cotas-Raciais-Imil-2013.ppt
Cotas-Raciais-Imil-2013.pptCotas-Raciais-Imil-2013.ppt
Cotas-Raciais-Imil-2013.ppt
 
palestra_1.ppt
palestra_1.pptpalestra_1.ppt
palestra_1.ppt
 
Desmistificando o brasil do amor e de Deus: a saga de um país desumano
Desmistificando o brasil do amor e de Deus: a saga de um país desumanoDesmistificando o brasil do amor e de Deus: a saga de um país desumano
Desmistificando o brasil do amor e de Deus: a saga de um país desumano
 
Movimento negro lei do caô
Movimento negro lei do caôMovimento negro lei do caô
Movimento negro lei do caô
 
Movimento negro lei do caô
Movimento negro lei do caôMovimento negro lei do caô
Movimento negro lei do caô
 
COTAS RACIAIS
COTAS RACIAISCOTAS RACIAIS
COTAS RACIAIS
 
Desigualdade racial no Brasil.ppsx
Desigualdade racial no Brasil.ppsxDesigualdade racial no Brasil.ppsx
Desigualdade racial no Brasil.ppsx
 
Sociologia unidade VI
Sociologia unidade VISociologia unidade VI
Sociologia unidade VI
 

Palestra.importancia.das.ações.afirmativas

  • 1. 1 A IMPORTÂNCIA DAS AÇÕES AFIRMATIVAS RODRIGO EDUARDO ROCHA CARDOSO Bacharel em Direito Especialista em Direito Público Mestre em Cultura e Turismo Pesquisador do NEDES - FTC
  • 3. 3 ESCRAVIDÃO  Escravidão simbolizava segurança e economia.  Negros transformados em mercadoria pela política expansionista européia.
  • 4. 4 ESCRAVIDÃO  Os portugueses, expandindo o domínio na África (séc. XV), iniciaram o tráfico e a escravização.  Alegaram que os negros já eram escravos em seus países de origem;
  • 5. 5 RESITÊNCIAS - QUILOMBOS  Muitas revoltas ocorreram até o século XIX. Muitos negros se aproximaram do catolicismo e criaram irmandades religiosas.  As fugas promoviam aldeamento e a formação de Quilombos, em locais de difícil acesso: sobrevivência e auto-defesa;  O Quilombo dos Palmares resistiu durante 100 anos, até ser dizimado.
  • 6. 6 ABOLIÇÃO - 1888  Em 13 de maio de 1888 adveio a Lei Áurea, que aboliu a escravidão, há 126 anos atrás.  Teoria do “branqueamento”.  Iniciou-se um mito de que a inclusão do negro impediria o desenvolvimento do país. Para substituí-los, deu-se início a imigração.  Em 1889 Proclamação da República.
  • 7. 7 MOVIMENTO NEGRO E A LUTA POR RESPEITO E INCLUSÃO
  • 8. 8 MOVIMENTO NEGRO  Desprovidos de capital social, financeiro e cultural, os negros viram na educação formal um mecanismo de ascensão.  A escola porém era eurocentrista.  Desde 1950 ativistas negros lutam pela inserção do negro.
  • 9. 9 MOVIMENTO NEGRO  Durante o período da Ditadura Militar (principalmente de 1964 a 1977) temas raciais foram vistos como questão de Segurança Nacional.  1978 ressurge o Movimento Negro.  Constituinte de 1986 recebeu 63 representantes de entidades ligadas ao Movimento Negro de 16 Estados da Federação: reivindicações não foram atendidas.
  • 10. 10 MOVIMENTO NEGRO - CONQUISTAS  Constituição de 1988  Art. 3º (..) IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.  Artigo 5° (...) XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;  LEI 7.716 DE 1989 (crimes de preconceito)  Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Pena: reclusão de um a três anos e multa.
  • 11. 11 APÓS A CONSTITUIÇÃO DE 1988  1995: Marcha Zumbi dos Palmares contra o Racismo e pela Cidadania e a Vida (300 anos da morte de Zumbi). FHC reconheceu o Brasil como sendo um país racista e recebeu o PROGRAMA DE SUPERAÇÃO DO RACISMO E DA DESIGUALDADE RACIAL.
  • 12. 12 CONFERÊNCIA MUNDIAL - 2001  O Brasil participou da 3ª Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância – África do Sul;  Compromisso dos países envolvidos em contribuir com a melhoria das condições de vida do povo negro.
  • 13. 13 LEI 10.639 DE 2003  Alterou a lei de diretrizes e bases da educação.  “Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio , oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira”. Especial em Educação Artística, História e Literatura.  Inseriu o 20 de Novembro no Calendário escolar.
  • 15. 15 DADOS DO IBGE (2004)  1) a maioria dos ocupados nas seis regiões metropolitanas - Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre - é branca (58%) e a maior parte dos desocupados é negra ou parda (50,4%);
  • 16. 16  (2) há mais negros e pardos entre os trabalhadores domésticos, por conta própria e sem carteira assinada;
  • 17. 17  (3) brancos, ocupados ou não, têm maior escolaridade que negros ou pardos;
  • 18. 18  (4) os grupamentos da construção e dos serviços domésticos ocupam mais negros ou pardos (em média, o dobro da ocupação dos brancos), enquanto os brancos têm percentuais relativamente maiores na indústria e no grupamento da saúde, educação e administração pública;
  • 19. 19  (5) há um número maior de negros ou pardos sub-ocupados e sub-remunerados;
  • 20. 20  (6) o rendimento dos negros ou pardos é menor (em média, duas vezes menor que o rendimento dos ocupados brancos) e mulheres desse grupo ganham menos ainda.
  • 21. 21  O percentual de 1% dos mais ricos no Brasil é representado por 88% de pessoas brancas.
  • 22. 22  Sant’Anna e Paixão apud Lopes (2006) analisam que se o Brasil fosse dividido em 2 (um branco e outro negro) e analisássemos as condições sociais de cada um (educação, renda, esperança de vida) seria como comparar a Espanha ao Zimbábue
  • 23. 23  Dentre as pessoas com nível superior completo, apenas 14,38% são negras. Entretanto, os negros (compreendendo pardos e pretos) representam quase metade da população do país.
  • 25. 25 • Existe racismo no Brasil? Mito da democracia racial!
  • 26. 26 AÇÕES AFIRMATIVAS – CAMINHO PARA REDUZIR A DESIGUALDADE
  • 27. 27 AÇÕES AFIRMATIVAS  Joaquim Barbosa Gomes, “as ações afirmativas se definem como políticas públicas ou privadas voltadas à concretização do princípio constitucional da igualdade material e neutralização dos efeitos da discriminação racial, de gênero, de idade, de origem e de compleição física”.
  • 28. 28  Unb e UFBA dentre as federais iniciaram o movimento. Paralelo a estas, as estaduais UERJ e UNEB no ano de 2004.
  • 29. 29 PROUNI  Lei 11.096 de 13 de janeiro de 2005;  Parceria público-privada;  10 anos de duração;
  • 30. 30 ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL  Lei 12.288 de 2010.  Artigo 15 “... Adotará programas de ações afirmativas”.  “Apoiará ações sócio-educativas do Movimento Negro”.
  • 31. 31 AÇÕES AFIRMATIVAS: DILEMAS  Se existe dívida histórica como identificar os credores da dívida?  Miscigenação: “Casa Grande e Senzala”;  “Deus não faz acepção de pessoas”;  Auto declaração é passível de fraude!;  Cota promove revanchismo!  Com a cota o Negro entra pela porta dos fundos;
  • 32. 32 AÇÕES AFIRMATIVAS: FUNDAMENTOS  Igualdade material (DWORKIN, 2005)  Distribuição equitativa de oportunidades;  Justiça social;  Justiça compensatória;  Promoção de grupos excluídos;  Concreção da abertura constitucional;  Do direito regulador para um direito transformador (STRECK, 2009)
  • 33. 33 ANOTAÇÕES FINAIS  “os negros pobres e os brancos pobres: uns são duplamente discriminados e os outros discriminados apenas uma vez”. (MUNANGA, 2003, p. 116). Treze de maio traição. liberdade sem asas e fome sem pão. (OLIVEIRA SILVEIRA)
  • 34. 34 REFERÊNCIAS  DWORKIN, Ronald. A virtude soberana. A teoria e a prática da igualdade. Trad. Jussara Simões. São Paulo: Martins Fontes.  STRECK, Lenio Luiz. Verdade e consenso. Constituição, Hermenêutica e Teorias Discursivas. 3. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.  MUNANGA, Kabengele. Políticas de ação afirmativa em benefício da população negra no Brasil: um ponto de vista em defesa de cotas. In: Educação e ações afirmativas: entre a injustiça simbólica e a injustiça econômica . Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva e Valter Roberto Silvério (ORG.). Brasília : Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2003.