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CONTEXTO HISTÓRICO
O Brasil do início do século XIX foi palco de várias transformações que contribuíram de forma 
decisiva para a formação de uma verdadeira identidade nacional e, conseqüentemente, uma 
literatura com características mais brasileiras. A chegada da família real portuguesa em 1808 já era 
um indício de que aquele seria um século de profundas mudanças na estrutura política, econômica e 
cultural do país. D. João VI, através de medidas importantes visando o desenvolvimento nacional, 
abriu os portos para comércio com o mundo, o que significava a fácil entrada de novas tendências 
culturais, principalmente européias. Além disso, criou novas escolas, bibliotecas e museus, e deu 
incentivo à tipografia, que implicou a impressão de livros, até então feitos em Portugal, e a edição 
de jornais. O eixo político­econômico­cultural do Brasil sai então de Minas Gerais para ganhar as 
portas da realeza no Rio de Janeiro, onde nasce um público consistente de leitores principalmente 
formado de mulheres e jovens estudantes, provenientes da classe burguesa em ascensão.




Enquanto isso, o restante da nação, ainda movido pela estrutura agrária e mão­de­obra escrava, 
assiste à transição do colonialismo ao império. Era a tão sonhada independência política das 
correntes de Portugal, numa busca pela liberdade e pelo patriotismo, que iria acolher de braços 
abertos os ideais românticos.


CARACTERÍSTICAS
Em oposição direta ao Arcadismo, o Romantismo, marco de início do Período Nacional da 
literatura brasileira, que se estende até nossos dias, tem como lema a subjetividade, ou seja, o culto 
ao EU, ao individualismo e à liberdade de expressão, buscando a criação de uma linguagem nova e 
compatível com o espírito nacionalista. Impera a emoção, a constante busca pelas forças 
inconscientes da alma, como a imaginação e os sonhos. É o coração acima da razão humana, que 
leva ao amor idealizado e puro. A natureza passa a ser a expressão da criação e perfeição de Deus, a 
única paisagem sem a mão corrupta do homem. É nela que o homem vai refletir todos os seus 
estados de espírito e desejos de liberdade, de proximidade ao Criador.
Essa busca dos sentimentos e da liberdade entra em choque, porém, com a realidade humana e 
muitas vezes gera a insatisfação, a depressão e a melancolia em relação ao mundo incompreendido ­ 
o "mal­do­século". A conseqüência quase sempre é a fuga, a busca pela morte, pelos ambientes 
exóticos: o oriente distante ou o passado histórico, que, para os europeus, remonta à época medieval 
e, para os escritores brasileiros, à vida indígena pré­colonial e colonial. Muitas vezes essa fuga recai 
sobre a infância, período de pureza, estabilidade e segurança na vida. A criança passa a ser modelo 
de perfeição, de estado de espírito, de exemplo para a renovação da alma e da sociedade. Surge daí a 
contestação aos modelos vigentes, a busca do caos e da anarquia, o culto às trevas, ao ópio e à noite, 
num convívio quase irregular com um nacionalismo exaltado, em que a figura do índio e do 
sertanejo passam a ser figuras de destaque ­ representantes da típica cultura brasileira. Da vida 
urbana, fica a imagem dos amores burgueses, da média­alta sociedade de São Paulo e 
principalmente do Rio de Janeiro, capital do império, tão bem retratada nos folhetins. Toda essa 
fuga seria alvo de ataque dos escritores do Realismo­Naturalismo.
No Brasil, o Romantismo desenvolveu­se principalmente nos gêneros romance e poesia. O romance 
estava em ascensão na Europa e não tardou a fazer sucesso também por aqui. Inúmeros jornais e 
folhetins traziam em suas páginas as belas traduções de romances europeus de cavalaria ou de 
amores impossíveis. Logo, toda uma gama de jovens escritores brasileiros interessaram­se pelo 
gênero e especializaram­se nesse tipo de literatura. 




Em termos da temática, o romance brasileiro pode ser dividido em quatro tendências distintas.
O romance urbano, que retrata, muitas vezes de forma crítica, a vida e os costumes da sociedade no 
Rio de Janeiro. Os enredos, na maioria das vezes, são recheados de amores platônicos e puros, fruto 
de uma classe social sem problemas financeiros e na maioria dos casos estereotipada. Destacam­se 
as obras de Joaquim Manuel de Macedo, Manuel Antônio de Almeida e principalmente José de 
Alencar.
O romance indianista, que focaliza a figura do índio. Enquanto o escritor europeu tinha seus 
cavaleiros medievais, o brasileiro sentiu a necessidade de resgatar em nosso passado um herói que 
melhor nos retratasse. Mesmo sendo algumas vezes retratado como se fosse um cavaleiro europeu 
da idade média, a figura do índio surge de forma imponente, com seus costumes e sua vida 
selvagem, mas cheia de virtudes. Destacam­se aqui as obras de José de Alencar, principalmente os 
clássicos Iracema e O Guarani.
O romance regionalista, que concentra­se em outra figura brasileira: o sertanejo. Na insistência 
nacionalista de buscar as raízes de nossa cultura, a figura do sertanejo, com suas crenças e 
tradições, fez­se tão exótica quanto à do índio. Dentre os regionalistas, destacam­se, além de José de 
Alencar, Bernardo Guimarães, Visconde de Taunay e Franklin Távora. 
O romance histórico, através do qual os romancistas brasileiros buscaram em nossa história temas 
que alimentassem os anseios românticos, de modo a acentuar ainda mais o nacionalismo exaltado 
que respirava a pátria desde a independência. Evidenciam­se Bernardo Guimarães e, mais uma vez, 
José de Alencar.
A poesia brasileira se desenvolveu no Brasil de uma forma muito criativa e rica em temas e 
imagens, apesar de muitas vezes não passar de mera influência ou cópia de poetas europeus. 
Podemos dividir toda essa gama de temas em três importantes fases.
Primeira geração romântica
O índio, verdadeiro ícone da cultura tradicional brasileira, concorre nessa primeira geração de igual 
para igual com os sentimentos e as emoções dos poetas brasileiros. O nacionalismo exaltado vai 
também apreciar a beleza e a riqueza de nossas matas. Destacam­se os poetas Gonçalves de 
Magalhães e principalmente Gonçalves Dias, o nosso melhor poeta indianista.
Segunda geração romântica
É a poesia do "mal­do­século". Inspirados pelos poetas europeus, principalmente Lord Byron, 
nossos poetas vão cantar os amores impossíveis, o desejo pela morte, a indecisão entre uma vida de 
liberdade ou religiosa, e a incompreensão do mundo, aliada ao desejo de evasão. É o que Fagundes 
Varela chamou de "a escola de morrer jovem". Destacam­se nessa segunda geração os fervorosos 
versos do próprio Fagundes Varela, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Junqueira Freire.
Terceira geração romântica
É a geração dos poetas que se cansaram de lamentar as angústias e os amores impossíveis. Era hora 
de lutar para modificar o mundo que tanto reprimia o ser e o condenava à morte e à constante fuga 
da realidade. Os poetas dessa terceira geração sentem que é mais do que necessário deixar o choro e 
a melancolia de lado e se engajar numa luta social, tendo a poesia como espada afiada, que tocava o 
povo no íntimo. Essa geração acabou por ser denominada como "geração hugoana" (por ter sido 
diretamente influenciada pelo poeta francês Victor Hugo), e também "geração condoreira", que 
tendo como símbolo o condor, sugeria que a poesia voasse alto, falasse alto e causasse grande efeito 
enquanto a voz que toca a massa. Seu maior representante foi Castro Alves.
Essa terceira geração, na verdade, já era o início da transição do Romantismo para o Realismo, em 
que a crítica social passa a ser uma das características mais marcantes.
Fonte: www.nilc.icmc.usp.br

Romantismo

O Romantismo foi um movimento artístico ocorrido na Europa por volta de 1800, que representa as 
mudanças no plano individual, destacando a personalidade, sensibilidade, emoção e os valores 
interiores.
Atingiu primeiro a literatura e a filosofia, para depois se expressar através das artes plásticas. A 
literatura romântica , abarcando a épica e a lírica, do teatro ao romance, foi um movimento de 
vaguarda e que teve grande repercussão na formação da sociedade da época, ao contrário das artes 
plásticas, que desempenharam um papel menos vanguardista.
A arte romântica se opôs ao racionalismo da época da Revoluçao Francesa e de seus ideais, 
propondo a elevação dos sentimentos acima do pensamento. Curiosamente, não se pode falar de 
uma estética tipicamente romântica, visto que nenhum dos artistas se afastou completamente do 
academicismo, mas sim de uma homogeneidade conceitual pela temática das obras.
A podução artística romântica reforçou o individualismo na medidade em que baseou­se em valores 
emocionais subjetivos emuitas vezes imaginários, tomando como modelo os dramas amorosos e as 
lendas heróicas medievais, a partir dos quais revalorizou os conceitos de pátria e república. Papel 
especial desempenharam a morte heróica na guerra e o suicídio por amor.
PINTURA
A pintura foi o ramo das artes plásticas mais significativo, foi ela o veículo que consolidaria 
definitivamente o ideal de uma época, utilizando­se de temas dramitico­sentimentais inspirados pela 
literatura e pela História. Procura­se no conteúdo, mais do que os valores de arte, os efeitos 
emotivos, destacando principalmente a pintura histórica e em menos grau a pintura sagrada.




Novamente a revolução Francesa e seus desdobramentos servem de inspiração; agora para uma arte 
dramática como pode ser percebida em Delacroix e Goya. Podemos dizer que este último, 
manifestou uma tendência mais politizada do romântismo, exceção para a época e que tornou­se 
valorizada no século XX.
As cores se libertaram e fortaleceram, dando a impressão, às vezes, de serem mais importantes que 
o próprio conteúdo da obra. A paisagem passou a desempenhar o papel principal, não mais como 
cenário da composição, mas em estreita relação com os personagens das obras e como seu meio de 
expressão.
O Romantismo foi marcado pelo amor a natureza livre e autêntica, pela aquisição de uma 
sensibilidade poética pela paisagem, valorizada pela profusão de cores, refletindo assim o estado de 
espírito do autor.
Na França e na Espanha, o Romantismo produziu uma pintura de grande força narrativa e de um 
ousado cromatismo, ao mesmo tempo dramático e tenebroso. É o caso dos quadros das matanças de 
Delacroix, ou do Colosso de Goya, que antecipou, de certa forma, a pincelada truncada do 
impressionismo.


ARQUITETURA
A arquitetura do Romantismo foi marcada por elementos contraditórios, fazendo dessa forma de 
expressão algo menos expressivo. O final do século XVIII e inicio do XIX forma marcados por um 
conjunto de transformações, envolvendo a industrilaização, valorizando e rearranjando a vida 
urbana. A arquitetura da época reflete essas mudanças; novos materiais foram utilizados como o 
ferro e depois o aço.
Ao mesmo tempo, as igrejas e os castelos fora dos limites urbanos, conservaram algumas 
característica de outros períodos, como o gótico e o clássico. Esse reaparecimento de estilos mais 
antigos teve relação com a recuperação da identidade nacional.
A urbanização na Europa determinou a construção de edifícios públicos e de edifícios de aluguel 
para a média e alta burguesia, sem exigências estéticas, preocupadas apenas com com o maior 
rendimento da exploração, e portanto esqueceu­se do fim último da arquitetura, abandonando as 
classes menos favorecidas em bairros cujas condições eram calamitosas.
Entre os arquitetos mais reconhecidos desse período historicista ou eclético, deve­se mencionar 
Garnier, responsável pelo teatro da Ópera de Paris; Barry e Puguin, que reconstruíram o Parlamento 
de Londres; e Waesemann, na Alemanha, responsável pelo distrito neogótico de Berlim. Na 
Espanha deu­se um renascimento curioso da arte mudéjar na construção de conventos e igrejas, e na 
Inglaterra surgiu o chamado neogótico hindu. Este último, em alguns casos, revelou mais mau gosto 
do que arte.


ESCULTURA
A escultura romântica não brilhou exatamente pela sua originalidade, nem tampouco pela maestria 
de seus artistas. Talvez se possa pensar nesse período como um momento de calma necessário antes 
da batalha que depois viriam a travar o impressionismo e as vanguardas modernas. Do ponto de 
vista funcional, a escultura romântica não se afastou dos monumentos funerários, da estátua 
eqüestre e da decoração arquitetônica, num estilo indefinido a meio caminho entre o classicismo e o 
barroco.
A grande novidade temática da escultura romântica foi a representação de animais de terras exóticas 
em cenas de caça ou de luta encarniçada, no melhor estilo das cenas de Rubens. Não se 
abandonaram os motivos heróicos e as homenagens solenes na forma de estátuas 
superdimensionadas de reis e militares. Em compensação, tornou­se mais rara a temática religiosa. 
Os mais destacados escultores desse período foram Rude e Barye, na França, Bartolini, na Itália, e 
Kiss, na Alemanha.
Fonte: www.olharliterario.hpg.ig.com.br

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