O documento discute a importância do exercício físico na prevenção e tratamento da síndrome metabólica em crianças e adolescentes. A síndrome metabólica tem se tornado mais comum nessa faixa etária e está associada a riscos de doenças. Embora não haja consenso sobre sua definição para crianças, fatores como obesidade, inatividade física e alterações metabólicas contribuem para seu desenvolvimento. Estudos mostram que o exercício pode melhorar o perfil lipídico, a sensibilidade à insulina e
Síndrome Metabólica em crianças e adolescentes: Importância do exercício físico.
1. RICARDO DE LUCENA BEZERRA
São Paulo
2008
Síndrome metabólica em
crianças e adolescentes:
importância do exercício físico.
2. INTRODUÇÃO
Síndrome metabólica em crianças e adolescentes:
• A Síndrome metabólica é uma doença multifatorial;
•Não há consenso para classificação da S.M. na infância
(LOTTENBERG, S. A. et al., 2007);
•Uma a cada três crianças passarão a ter diabetes tipo 2
nos E.U.A (ROJAS, X. U.; MENCHACA , J., 2006);
•Prevalência da S. M. em infantis nos E.U.A. e de 6,8% -
1994 (BRANDÃO, A. A. et al., 2005);
• No Brasil, 9,3% dos infantis estão com S.M., destes, 88,
5% estão com sobrepeso (BRANDÃO, A. A. et al., 2005);
• Número de diabéticos de 140 p/ 300 milhões de 2002
até 2030, no mundo (ROJAS, X. U.; MENCHACA , J., 2006).
3. OBJETIVO
Investigar prevalência ou incidência da
Síndrome Metabólica em Crianças e
Adolescentes; e qual a importância do exercício
físico, na prevenção ou tratamento desta
disfunção, para esse tipo de população.
4. CIOLAC, E. G. & GUIMARÃES, V. G. 2004.
Síndrome
Metabólica
Hiperinsulinemia
Hiperglicemia
Gordura
Intra-abdominal
Intolerância a
glicose
Dislipidemia
Diabetes
Tipo 2
Hipertensão
Resistência á Insulina
REVISÃO DA LITERATURA
5. REVISÃO DA LITERATURA
Obesidade Sedentarismo Genética
Alterações na sinalização de Insulina
Síndrome Metabólica
ZECCCHIN, H. G. et al., 2004
8. REVISÃO DA LITERATURA
Exercício e Síndrome Metabólica:
•Captação de glicose, independente de insulina (LANCHA
JUNIOR, A. H,. 1996.);
•Melhora do perfil lipídico (CIOLAC, E. G. & GUIMARÃES, V. G. 2004);
• Sistema nervoso simpático (BRANDÃO, A. A. et al., 2005);
•Liberação de oxido nítrico (GOMES, M. Z. et al.,2005);
• expressão de Glut 4 (MACHADO, U. F. et al);. 2006);
• do fluxo sanguíneo (ZECCHIN, H. G. et al., 2004);
• de AGL (ZECCHIN, H. G. et al., 2004);
9. REVISÃO DA LITERATURA
Autor Amostra Intervenção Dur. Resultado
FERNANDES
, A.C. et al.
2004.
N: 28, 15-
19anos, M,
Obesos
Gan:25w x 0,8
Gae: 70 – 80%
Gcon: diet.
12
Sem.
Gan.: IMC, mg, % gtr.
Gae: IMC, mg, % gtr.
Gcon: %mg / % mg*
SABIA, R. V .
et al. 2004.
N:28, 12-14
anos, M/F,
Obesos.
Gan.:95-105%
Gae.:80-85%
16
Sem.
Gan.: IMC, cb, pc, mg/mm% e TG
Gae.: IMC, cb, pc, mg/mm%, CT ,
LDL e TG.
PARENTE,
E. B. et al.
2006.
N:50, 8-
14anos,M/F.,
Obesos.
Ge:FCM/ pcr
e Lan
Gcon:dieta.
20
Sem.
Ge:IMC, mg, HDL-c / CT e
LDL-c**.
Gd:IMC /CT e LDL-c**.
SAVOYE. M.
et al.; 2007.
N:119, 8-
16anos, M/F,
Obesos.
Gcon: clinica
Ge: adm, FC
lúdico, dança
48
Sem.
* IMC, %mg, mg (12m) / CT,
HOMA-IR (6 e 12m).
COTTON, B.
et al. 2006.
N: 26, 8-
18anos, M/F
Jogo/dança,
FC, lúdico.
12
Sem.
FGIR ([mg/dL]/[U/mL])
Tabela 1 - Efeito do exercício nos fatores de risco da SM em crianças e adolescentes.
Gan= grupo anaeróbio; Gae= grupo aeróbio; Gcon= grupo controle; Ge= grupo exercício; FGIR=fasting glucose-insulin ratio; CT= colesterol;
TG= triglicérides; Sp= sobrepeso; Ob= obesidade; HOMA= homeostasis model assement; pc= prega cutânea;gtr= gordura de tronco; cb=
circunferência de braço; mg= massa gorda; mm; massa magra; pcr; ponto de compensação residual.* entre os grupos; ** acima dos níveis normais.
12. REVISÃO DA LITERATURA
Autor Metodologia Resultados
RIBEIRO, R. Q. C.
et al. 2006. BH.
N:1.450, Id: 6-18, C.C,
PC, Exame de Sangue,
Questionário.
CT: 32,9%, LDL-c: 25,1%,
HDL-c: 17%, +5,5h/d , tv: 28,1%,
Sed.:22,6%, Sp: 8,4%, Ob:3,1%.
XIMENTA, R. U. et
al. 2006. Texas.
N:1.076, Id:8-13, ADA,
Questionário
Sp: 30%, Risco/DT2: 22,6% (ADA)
+ 2h/d tv, games: 73% risco p/ DT2
LEÃO, L.S.C. S. et
al. 2003. BA.
N: 387, Id: 5-10,
Questionário.
Obesos: 15, 8%.
GUEDES, D. P.
et al. 2006. PR.
N: 4.319, Id: 7-18,
Questionário
Masc. = Sp;24,7% / Ob; 5,9%.
Fem. = Sp; 21,9% / Ob; 4,1%
NOBRE, M. R. C.
et al. 2006 SP. Cap.
N: 2.125, 5ª / 8ª s.
Questionário.
Sp/ob: 24%, Álcool: 62,6% (9,2%),
Cigarro: 23,1%(4,9%), Sed.: 15%.
SOUZA, M. R. et al.
2004. SP.
N:39, Id: 5-16,TG, Glic
CT, TTGO, HOMA-IR.
HOMA-IR: 90, 8%
TTGO: 64,1%.
Tabela 3 - Estudos sobre obesidade infantil e fatores de risco associados.
Id =idade; C.C = circunferência de cintura; P.C = prega cutânea ; CT= colesterol; DT2 = diabetes tipo 2; TG= triglicérides
LDL-c= lipoproteína de baixa densidade; HDL-c= lipoproteína de alta densidade; Sp= sobrepeso; Ob= obesidade;
ADA= associação americana de diabetes; HOMA= homeostasis model assement; TTGO=teste de tolerância oral a glicose.
13. REVISÃO DA LITERATURA
Componentes Pontos de Corte
Obesidade IMC > ou = para percentil 95 para sexo e idade
Triglicérides > ou =100mg/dl p/ < 10an. e < ou =130mg/dl p/ > ou
= 10an
HDL-colesterol < 40mg/dl p/ < 10an. e < 35 mg/dl p/ > ou = 10 na.
Pressão Arterial > ou = percentil 95 para idade, sexo e altura.
Metabolismo Glicídico
Glicemia de jejum
Glicemia 2h pós carga
HOMA-IR
>ou = 110mg/dl
ou= 140mg/dl
> percentil 80 para idade e sexo
Tabela 4 – Classificação da Síndrome Metabólica para Crianças e Adolescentes.
BRANDÃO, A. A. et al., 2005
14. CONCLUSÃO
A incidência da Síndrome Metabólica em Crianças e
Adolescentes está sendo considerada uma realidade nos dias
atuais, ainda que não haja um consenso sobre a sua definição e os
critérios para diagnosticá-la nessa população.
A inatividade física e obesidade são uns dos principais fatores
que pode desencadear essa síndrome que está relacionada com
morbidade e mortalidade de milhões de pessoas em todo planeta.
Um estilo de vida saudável e de fundamental importância para a
prevenção e tratamento dessa síndrome.
A definição de critérios e o diagnóstico precoce e
importantíssimo, para que seja iniciadas intervenções ainda na
infância, e conseqüentemente a criança incorpore hábitos
saudáveis para toda sua vida.
15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRANDÃO, A B., et al. Síndrome Metabólica em crianças e adolescentes. Revista Brasileira de Hipertensão vol. 12, n.3, p. 169-179, 2005.
CESCHINI, F. L. Nível de atividade física de uma nova escola de Vila Nova Cachoeirinha. 2007. p.144 Tese (Mestrado em saúde Publica) – Universidade
de São Paulo, São Paulo.
CIALOC, E. G.; GUIMARÃES, G. V. Exercício e Síndrome Metabólica. Revista Brasileira de Medicina do Esporte vol 10, n. 4, p. 319-324, 2004.
COTTON, B., et al. Physician-Directed Primary Care Intervention to Reduce Risk Factors for Type 2 Diabetes in High-Risk Youth. American Journal of the
Medial Sciences vol. 332, n. 3, p.108-111, 2006.
FERNANDEZ, A.C., et al. Influência do treinamento aeróbio e anaeróbio na massa de gordura corporal de adolescentes obesos. Revista Brasileira de
Medicina do Esporte vol 10, n. 3, p. 152-158, 2004.
FOSS, M. L.; KETEYIAN, S. J. Bases fisiológicas do exercício e do esporte. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan S.A. , 2000. 560p
GOMES, M. R.; ROGERO, M. M.; TIRAPEGUI, J. Considerações sobre cromo, insulina e exercício. Revista Brasileira de Medicina do Esporte vol 11, n. 5,
p. 262-266, 2005.
GUEDES, D. P., et al.Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes:estimativas relacionadas ao sexo, à idade e à classe
socioeconômica. Rev. Bras. Educ. Fís. Esp vol 20, n. 3 p. 151-163, 2006.
GUYTON, A C.; HAAL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 9. ed.Rio de Janeiro: Guanabara koogan 1997. 1014p
LANCHA JUNIOR, A. H. Atividade física, suplementação de aminoácidos e resistência à insulina. Rev paul Educ Fis vol 10, n.1, p. 68-75, 1996.
LEÃO, L.S.C.S., et al. Prevalência de Obesidade em Escolares de Salvador, Bahia. Arq Bras Endocrinol Metab vol 47 n.2, p. 151-157, 2003.
MACHADO, U. F.; SCHAAN, B. D.; SERAPHIM, P. M. Transporte de glicose na síndrome metabólica. Arq Bras Endocrinol Metab vol 50, n. 2, p. 177-189,
2006.
NOBRE, M. R. C., et al. Prevalências de sobrepeso e obesidade e hábitos de vida associados a risco cardio vascular em alunos do ensino fundamental. Rev
Assoc Med Bras vol 52, n.2, p. 118-1124, 2006.
PARENTE, E. B., et al. Perfil Lipídico em Crianças Obesas: Efeitos de Dieta Hipocalórica e Atividade Física Aeróbica. Arquivos Brasileiros de
Endocrinologia e Metabolismo vol 50, n. 3, p. 499-504, 2006.
REIS, A F.; VELHO, G. Patologia molecular do receptor de sulfoniluréia (SUR1). Arq Bras Endocrinol Metab vol 44, n. 5 , p. 382-389, 2000.
RIBEIRO FILHO, F. F., et al.Gordura visceral e síndrome metabólica: mais que uma simples associação. Arq Bras Endocrinol Metab vol 50, n. 2, p 230-238,
2006.
RIBEIRO, R. Q. C., et al. Fatores Adicionais de Risco Cardiovascular Associado ao Excesso de Peso em Crianças e Adolescentes. O Estudo do Coração.
Arquivos Brasileiros de Cardiologia vol 86, n.6, p.408-4118, 2006.
ROJAS, X. U. R.; MENCHACA, J. Prevalence of Risk for Type 2 Diabetes in School Children. Journal of School Health vol. 76, N. 5, p.189-194, 2006
SABIA, R. V.; SANTOS, J. E.; RIBEIRO, R. P. P. Efeito da atividade física associada à orientação alimentar em adolescentes obesos: comparação entre o
exercício aeróbio e anaeróbio. Revista Brasileira de Medicina do Esporte vol.10, n.5, p. 349-355, 2004.
SILVA, C. A.; LIMA. W. C. Efeito Benéfico do Exercício Físico no Controle Metabólico do Diabetes Mellitus Tipo 2 à Curto Prazo. Arquivos Brasileiros de
Endocrinologia e Metabolismo vol 46, n. 5, p. 550-556, 2002.
SAVOYE. M., et al.; Effects of a Weight Management Program on Body Composition and Metabolic Parameters in Overweight Children. American Medical
Association. All rights reserved. Vol 297, n.24, p. 2697-2704, 2007.
TELFORD, R. D. Low Physical Activity and Obesity: Causes of Chronic Disease or Simply Predictors? Medicine & Science in Sports & Exercise vol. 39, n. 8,
p.1233-1240, 2007.
ZECCHIN, H. G. et al., Mecanismo moleculares de resistência à insulina na síndrome metabólica.Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo vol 14, n. 4, p. 574-
589, 2004.