1. ANEXO
Relato sobre o PIBID por Simone Pereira (aluna de Letras):
O PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) é um canal
para a integração do docente iniciante no mercado de trabalho, oportunizando
a vivência das questões pedagógicas e sociais das escolas, além de uma
interação com o professor da área, o qual mediará essa primeira etapa, dando
apoio e incentivo, mostrando o melhor caminho a ser seguido e quais atitudes
tomar frente aos desafios de sala de aula. Ou seja, o professor será o
referencial de educador para o estagiário.
Segundo o diretor de Educação Básica Presencial da Capes, Dilvo Ristoff, o
Pibid faz articulação entre a educação superior (por meio das licenciaturas), a
escola e os sistemas estaduais e municipais: “O Pibid, pelo direcionamento de
suas ações, é um projeto extremamente importante para a educação brasileira.
Ele integra os diferentes níveis de ensino, valoriza o espaço pedagógico e
promove o futuro profissional do magistério da educação básica”.
Todas essas ações governamentais visam uma melhoria no sistema
educacional. A começar, para suprir a carência de professores de educação
básica nas escolas, pretende-se aumentar o número de docentes interessados
em lecionar e, o principal, capacitá-los adequadamente ao exercício da função.
Além, é claro, de melhorar a qualidade do ensino aos alunos, aumentando,
assim, as notas e os índices avaliativos educacionais.
O contato inicial com a escola colaboradora do projeto, Carolina Passos
Gaigher, foi no dia cinco de setembro, no qual a supervisora, Marcele
Zampirolli, apresentou as dependências físicas da instituição e, junto com todos
os estagiários, organizou os dias e horários de atuação de cada participante do
programa, bem como estabeleceu as regras de regimento da escola.
Durante o mês de setembro observou-se as 5ª séries (6° anos), do ensino
fundamental dois, do turno vespertino, durante as aulas de Língua Portuguesa.
Os alunos apresentam características que, infelizmente, são comuns à
realidade escolar. O desânimo e o desinteresse pelos estudos são evidentes,
porém, fazem-se necessárias pesquisas sobre os motivos que alimentam
2. esses problemas que estão incutidos no ambiente das escolas e, mais que
isso, criar mecanismos capazes de reverter essa situação.
A clientela da escola é, em sua maioria, filhos pessoas de baixa renda,
humildes e assalariados. O nível cultural é simples e muitos não tiveram a
oportunidade de se escolarizarem. A comunidade é antiga e, apesar de bem
assistida, ainda carece de muitas ações para melhorar as condições de
cidadania de seus moradores. O tráfico, o desemprego, a prostituição e a
violência são mazelas que fazem parte do cotidiano do bairro, estão inseridas
na vida dos alunos e, essa realidade contribui para o fracasso no rendimento
escolar.
É um trabalho que ultrapassa os portões da escola. A participação da família é
fundamental para o bom resultado das atividades. Toda a sociedade tem que
se envolver, visto que os problemas sociais (miséria, violência, drogas e outros)
são o combustível para tantas barreiras que impedem a evolução da cognição
do aluno.
O desenvolvimento do projeto deve ser um trabalho em conjunto. Coordenador,
supervisor, professores de carreira e iniciantes devem se unir em prol de
resultados satisfatórios no processo de ensino aprendizagem do discente.
A área de Língua Portuguesa, especificamente, vê a necessidade de
desenvolver a leitura, compreensão e interpretação de textos, uma vez que,
essas habilidades são fundamentais para a base do desenvolvimento das
competências que o aluno deve adquirir no processo de ensino.
Com base nos estudos e análises feitas, nesse período, do CBC (Currículo
Básico Comum), do Projeto Pedagógico da escola e do índice do IDEB
alcançado pela instituição percebe-se que há um caminho a percorrer para se
chegar a um resultado melhorado em relação ao que se vê hoje.
Segundo o documento Currículo Básico da Escola Estadual, “a concepção do
ensino de língua deve criar condições para que os alunos construam
autonomia, desenvolvendo uma postura investigativa”. Os alunos ainda estão
no início dessa construção, muitos ainda não despertaram essa vontade de
descobrir, de investigar, de buscar o conhecimento de forma autônoma.
3. Além dessa particularidade citada anteriormente, o ensino da Língua
Portuguesa tem por meta produções de linguagem em situações de interação
social, de abordagens interdisciplinares, visto que uma boa leitura e
interpretação são fundamentais em todas as disciplinas, não se limitando a
decodificação de signos, “mas ao desenvolvimento de letramentos múltiplos,
concebendo a leitura e a escrita como ferramentas para o exercício da
cidadania”.
Através da linguagem é que se produz e transmite o conhecimento, a cultura,
as convenções sociais e, é com a linguagem que o indivíduo se comunica e
vive em sociedade. É fundamental que o aluno entenda o que está lendo e
aprenda a relacionar o texto com os objetivos propostos pelo professor. Ainda
mais, o aluno deve estabelecer relações dos textos teóricos ou literários lidos
com as questões por ele vividas. Quando esse propósito for atingido, o aluno
estará lendo com proficiência.
Para que isso aconteça, a área de Letras Língua Portuguesa do Centro
Universitário São Camilo, com o auxílio do PIBID e em parceria com a escola
colaboradora, propõe um ensino contextualizado da Língua Portuguesa, pois é
através do texto que se explora os múltiplos sentidos (gramaticais, semânticos
e sintáticos), desenvolvendo através de oficinas de leitura, escrita e
interpretação, as habilidades leitora e escritora do aluno.
A metodologia dessas atividades deve partir de condições concretas de
produção. Ou seja, as oficinas serão momentos em que os alunos irão ler e
reler, discutir, falar, propor, escrever e reescrever. Atividades como: planejar as
etapas de produção de um texto, fixar objetivos, traçar estratégias de leitura,
argumentar, defender ideias, considerar contextos históricos e culturais,
explorar diversos gêneros textuais, estimular debates e opiniões sobre temas
diversos, inserir criticidade sobre os assuntos e, a partir de todos esses pontos,
produzirem textos consistentes serão a meta do projeto.
Eu, Simone Pereira, estudante do curso de Letras Língua Portuguesa, faço o
acompanhamento em sala juntamente com Maria Gabriela. Nas primeiras
semanas, fizemos os estudos e análises dos documentos – Projeto político
pedagógico da escola e Currículo Básico Comum do Estado – bem como, o
4. levantamento das notas da escola no IDEB e análise do plano de ensino da
professora que iríamos acompanhar.
Após estudos dos documentos, fizemos uma seleção dos conteúdos
trabalhados durante o período pela professora nas salas dos 6° anos (5ª
séries). Acompanhamos as aulas da 5ªV¹ e 5ªV² e o desempenho de cada
aluno durante semanas, com a finalidade de observar as maiores dificuldades e
traçar estratégias para o desenvolvimento do projeto.
A maior dificuldade encontrada por nós foi a falta de espaço e horário para
trabalharmos o projeto conforme as ideias iniciais da área de Língua
Portuguesa. Nosso foco é a leitura, produção e interpretação de texto, porém
não podemos tomar as aulas da professora para aplicarmos nossas atividades.
Não podemos trabalhar no contra turno, devido a falta de salas disponíveis
para os alunos selecionados. Durante as aulas o período disponível é pequeno,
visto que não podemos afastar os alunos do conteúdo passado pela professora
e a feitura de atividades e avaliações do trimestre.
Porém desenvolvemos algumas atividades com os 6° an os de leitura e
produção com as “armas” que nos foram oferecidas, pois acreditamos que a
magnitude do projeto não pode parar por falta de espaço. A professora
disponibilizou duas aulas para que aplicássemos nossas atividades.
Utilizaremos, nas próximas atividades a área externa da escola.
Levamos diversas figuras e espalhamos sobre a mesa para que o aluno
escolhesse apenas uma imagem. Cada um escolheu a que mais lhe chamou a
atenção. A partir da escolha da figura, pedimos que olhassem para a imagem e
dissessem por que escolheram aquela figura. Após alguns comentários,
instigamos a imaginação dos alunos e cada um pensou em uma fantástica
história através daquela figura. Assim começou a produção do texto.
Ao fim das produções alguns alunos contaram suas histórias para toda turma e
houve resultados satisfatórios para o início de um caminho de desenvolvimento
e aprendizagem.