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JESUS E A MULHER CANANÉIA
                       A SALVAÇÃO DE DEUS É PARA TODOS



INTRODUÇÃO:

      Queridos irmãos e irmãs...

     Segundo o Calendário Litúrgico hoje é o 20º Domingo do Tempo Comum e o 13º
Domingo após o Pentecostes.

      O Lecionário nos propõe as seguintes leituras bíblicas: 1ª Leitura: Is 56:1-7; 2ª
Leitura: Rm 11:13-15 e 29-32 e Evangelho: Mt 15:21-28.

      O tema abordado por estes textos é o da Universalidade da Salvação. Ou seja, a
salvação é um dom de Deus para todos.

      Infelizmente, desde a muito tempo o egoísmo tem dominado os homens, ao ponto
de elaborarem Teologias que excluem o outro. Ao invés de uma religião includente, o
que vemos são ações excludentes.

        Quando Deus Chamou a Abraão, lhe deu uma tarefa e uma benção: ...sai da tua
terra... e vai para onde eu te mando (tarefa)... em ti serão benditas todas as nações da
terra (benção).

       No decorrer do tempo, Israel se esqueceu desse fato. Foi desenvolvendo uma
teologia nacionalista e exclusivista. Perdeu o foco. Saiu da visão inicial dada por Deus.
Esqueceu-se que Deus o levantou (chamou, vocacionou,....) para ser instrumento de
salvação para todos os povos.

       Para compartilhar sobre este tema: convido-os a refletir sobre o texto proposto na
Leitura do Evangelho: Mt 15:21-28.

      Vejamos o que nos diz o texto sagrado.


TEXTO: Mateus 15:21-28

      21 Partindo Jesus dali, retirou-se para os lados de Tiro e Sidom.

      22 E eis que uma mulher cananéia, que viera daquelas regiões, clamava:
      Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente
      endemoninhada.

      23 Ele, porém, não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos,
      aproximando-se, rogaram-lhe: Despede -a, pois vem clamando atrás de nós.

      24 Mas Jesus respondeu: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa
      de Israel.

      25 Ela, porém, veio e o adorou, dizendo: Senhor, socorre-me!
26 Então, ele, respondendo, disse: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-
      lo aos cachorrinhos.

      27 Ela, contudo, replicou: Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das
      migalhas que caem da mesa dos seus donos.

      28 Então, lhe disse Jesus: Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como
      queres. E, desde aquele momento, sua filha ficou sã.


CONTEXTO:

       No texto do Evangelho da semana passada (Mt 14:22-33 - Jesus caminhando por
sobre as águas) aprendemos que Jesus domina as forças do MAR/MAL. Lembremo-nos
que o mar na cultura religiosa judaica era o lugar onde habitavam os demônios e todas as
forças que se opunham à vida e à felicidade do homem. Ao afirmar que Jesus caminhou
por sobre o mar e o aquietou, é o mesmo que dizer que ele tem poder para dominar as
forças do mal.

      Logo após, Mateus apresenta um confronto entre Jesus e os fariseus e doutores da
Lei por causa das tradições judaicas (cf. Mt 15,1-9). A preocupação com o ritualismo...
Jesus rompe com isso. Apresenta uma nova visão.

       Em ruptura com os fariseus e os doutores da Lei, que não aceitavam seu
ensinamento, Jesus “retirou-se dali e foi para os lados de Tiro e de Sídon”. A recusa de
Israel em acolher a proposta do Reino vai fazer com que a pregação de Jesus se dirija
para fora das fronteiras de Israel. A comunidade dos discípulos – esse grupo que escutou
atentamente a proposta do Reino e a acolheu – acompanha Jesus.

       É importante ressaltarmos que Mateus não está fazendo um relato jornalístico. Na
realidade ele está compondo um material (Evangelho) para a edificação da sua
comunidade. Ele deseja educar a igreja. Seu objetivo é pedagógico.

      Este texto nos revela que nas comunidades cristãs daquela época (de forma
especial a comunidade de Mateus) havia resistência quanto a participação dos novos-
convertidos advindos de religiões pagãs.

        Ao narrar este episódio Mateus está exortando os novos-convertidos advindos do
judaísmo. Eles deveriam ser tolerantes com os irmãos (convertidos) advindos das
religiões pagãs.

        A história acontece na região de Tiro e Sídon. Este é um território fenício que faz
fronteira com a Galiléia. Este é o único episódio no qual encontramos Jesus realizando
uma atividade apostólica em território gentio.

       A Fenícia, na mentalidade judaica, não era uma região recomendável. De lá tinham
vindo influências religiosas que os afastaram da verdadeira fé. Por isso os fariseus e os
doutores, defensores da Lei e da pureza da fé, consideravam os habitantes dessa região
como cães (designação que, para os judeus, tinha um sentido altamente pejorativo).
O apelo da mulher fenícia é no sentido de que ela possa, também, ter acesso a
essa salvação que Jesus veio propor. O texto pretende responder à seguinte questão: a
salvação é só para os judeus, ou os pagãos terão acesso a esta graça?

      A Mulher Cananéia , representando todos os pagãos, denuncia o preconceito dos
judeus novos-convertidos em aceitá-los na comunidade. Através deste texto, Mateus
exorta os cristãos judeus para que acolham a todos os gentios convertidos. É um
chamado à vencer os conceitos e pré-conceitos da religião anterior (judaísmo).


MENSAGEM

      Vejamos o que nos diz o texto...

        Caminhando pelo território pagão de Tiro e Sidon Jesus se depara com um mulher
não israelita que surpreendentemente chama-o de Filho de Davi. Apesar de não ser
israelita, ela está se humilhando e clamando pelo Messias dos judeus.

      Os discípulos querem que Jesus a mande embora. Segundo eles, ela estava
incomodando. As vezes estamos tão envolvidos em ações que julgamos importantes, que
não conseguimos distinguir o desafio missionário. Assim como os discípulos, não
conseguimos vislumbrar outra saída, se não despedir algumas pessoas. É mais fácil
abandoná-las à sorte.

       Sabendo onde queria chegar, Jesus se utiliza de uma pedagogia que alcançará
tanto os discípulos, quanto a mulher Cananéia. Podemos dizer ser esta uma pedagogia
de duplo efeito.

      Num primeiro momento ele irá insistir no Messianismo Israelita, ou seja, Não fui
enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.

      Não bastava àquela mulher reconhecer que ele era o Filho de Davi. Era
necessário algo mais. Jesus então vai lhe dar uma oportunidade de argumentação,
quando afirma: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.

      Através dessa deixa, a mulher teve oportunidade de demonstrar de forma convicta
a sua fé em Jesus. Ela afirma: Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das
migalhas que caem da mesa dos seus donos.

      Jesus vai elogiar a fé dessa mulher, a ponto de se tornar um exemplo para os
judeus.

      Podemos afirmar que através deste acontecimento Jesus desejava conduzir os
seus discípulos a uma mudança radical no relacionamento com todos os estrangeiros que
aderissem ao Projeto do Reino.

       Os discípulos foram chamados a superarem seus conceitos e preconceitos, com o
fim de viverem a proposta do novo reino. Reino pautado pelo amor e misericórdia.

      O que deveria unir os seguidores de Jesus, não era a região ou religião, da qual
vieram, mas sim, a adesão aos valores deste novo reino.
O que deve nos unir como Povo de Deus, é o propósito de viver os valores do
Reino. Podemos vir de histórias diferentes, estruturas familiares das mais diversas,
religiões contraditórias, mas o que nos une na fé, é que todos nos submetemos ao
Senhorio de Jesus.

      Podemos nos lembrar do texto de 2ªCo 5:17: E assim se alguém está em Cristo,
é nova criatura, as coisas velhas já se passaram eis que tudo se fez novo.


APLICAÇÃO PASTORAL

      Das várias lições que podemos tirar deste texto, gostaria de destacar as seguintes:

       O que é determinante, para integrar a comunidade do Reino, não é a raça, a cor da
pele, o local de nascimento, a tradição familiar, a formação acadêmica, a capacidade
intelectual, a visibilidade social, o cumprimento de ritos, a recepção de sacramentos, a
amizade com o pastor, os serviços prestados na igreja, mas a FÉ (entendida como
adesão a Jesus e à sua proposta de salvação).

      O verdadeiro crente é aquele que se apresenta diante de Deus numa atitude de
humildade e simplicidade, acolhendo com um coração agradecido os dons de Deus e a
graça da salvação. Num momento em que muitos cristão se tornam arrogantes diante de
Deus, exigindo ou determinando certas bênçãos, a atitude de humildade da Mulher
Cananéia se torna um exemplo e uma lição.

      Teoricamente, ninguém se opõe à idéia de que a Igreja seja uma comunidade
aberta a todos. Mas, na prática, será que todos encontram dentro da Igreja um espaço de
comunhão, amor e fraternidade?

      Se Deus não discrimina ninguém, mas aceita acolher à sua mesa todos os homens
e mulheres, sem distinção, porque não o faremos nós?

      Lembremo-nos: A salvação de Deus é para todos.


                                                              Rev. Paulo Dias Nogueira
                                                 Igreja Metodista Central de Piracicaba
                                                         Culto Vespertino – 14/08//2005

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A salvação de Deus é para todos

  • 1. JESUS E A MULHER CANANÉIA A SALVAÇÃO DE DEUS É PARA TODOS INTRODUÇÃO: Queridos irmãos e irmãs... Segundo o Calendário Litúrgico hoje é o 20º Domingo do Tempo Comum e o 13º Domingo após o Pentecostes. O Lecionário nos propõe as seguintes leituras bíblicas: 1ª Leitura: Is 56:1-7; 2ª Leitura: Rm 11:13-15 e 29-32 e Evangelho: Mt 15:21-28. O tema abordado por estes textos é o da Universalidade da Salvação. Ou seja, a salvação é um dom de Deus para todos. Infelizmente, desde a muito tempo o egoísmo tem dominado os homens, ao ponto de elaborarem Teologias que excluem o outro. Ao invés de uma religião includente, o que vemos são ações excludentes. Quando Deus Chamou a Abraão, lhe deu uma tarefa e uma benção: ...sai da tua terra... e vai para onde eu te mando (tarefa)... em ti serão benditas todas as nações da terra (benção). No decorrer do tempo, Israel se esqueceu desse fato. Foi desenvolvendo uma teologia nacionalista e exclusivista. Perdeu o foco. Saiu da visão inicial dada por Deus. Esqueceu-se que Deus o levantou (chamou, vocacionou,....) para ser instrumento de salvação para todos os povos. Para compartilhar sobre este tema: convido-os a refletir sobre o texto proposto na Leitura do Evangelho: Mt 15:21-28. Vejamos o que nos diz o texto sagrado. TEXTO: Mateus 15:21-28 21 Partindo Jesus dali, retirou-se para os lados de Tiro e Sidom. 22 E eis que uma mulher cananéia, que viera daquelas regiões, clamava: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada. 23 Ele, porém, não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, aproximando-se, rogaram-lhe: Despede -a, pois vem clamando atrás de nós. 24 Mas Jesus respondeu: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. 25 Ela, porém, veio e o adorou, dizendo: Senhor, socorre-me!
  • 2. 26 Então, ele, respondendo, disse: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá- lo aos cachorrinhos. 27 Ela, contudo, replicou: Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos. 28 Então, lhe disse Jesus: Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E, desde aquele momento, sua filha ficou sã. CONTEXTO: No texto do Evangelho da semana passada (Mt 14:22-33 - Jesus caminhando por sobre as águas) aprendemos que Jesus domina as forças do MAR/MAL. Lembremo-nos que o mar na cultura religiosa judaica era o lugar onde habitavam os demônios e todas as forças que se opunham à vida e à felicidade do homem. Ao afirmar que Jesus caminhou por sobre o mar e o aquietou, é o mesmo que dizer que ele tem poder para dominar as forças do mal. Logo após, Mateus apresenta um confronto entre Jesus e os fariseus e doutores da Lei por causa das tradições judaicas (cf. Mt 15,1-9). A preocupação com o ritualismo... Jesus rompe com isso. Apresenta uma nova visão. Em ruptura com os fariseus e os doutores da Lei, que não aceitavam seu ensinamento, Jesus “retirou-se dali e foi para os lados de Tiro e de Sídon”. A recusa de Israel em acolher a proposta do Reino vai fazer com que a pregação de Jesus se dirija para fora das fronteiras de Israel. A comunidade dos discípulos – esse grupo que escutou atentamente a proposta do Reino e a acolheu – acompanha Jesus. É importante ressaltarmos que Mateus não está fazendo um relato jornalístico. Na realidade ele está compondo um material (Evangelho) para a edificação da sua comunidade. Ele deseja educar a igreja. Seu objetivo é pedagógico. Este texto nos revela que nas comunidades cristãs daquela época (de forma especial a comunidade de Mateus) havia resistência quanto a participação dos novos- convertidos advindos de religiões pagãs. Ao narrar este episódio Mateus está exortando os novos-convertidos advindos do judaísmo. Eles deveriam ser tolerantes com os irmãos (convertidos) advindos das religiões pagãs. A história acontece na região de Tiro e Sídon. Este é um território fenício que faz fronteira com a Galiléia. Este é o único episódio no qual encontramos Jesus realizando uma atividade apostólica em território gentio. A Fenícia, na mentalidade judaica, não era uma região recomendável. De lá tinham vindo influências religiosas que os afastaram da verdadeira fé. Por isso os fariseus e os doutores, defensores da Lei e da pureza da fé, consideravam os habitantes dessa região como cães (designação que, para os judeus, tinha um sentido altamente pejorativo).
  • 3. O apelo da mulher fenícia é no sentido de que ela possa, também, ter acesso a essa salvação que Jesus veio propor. O texto pretende responder à seguinte questão: a salvação é só para os judeus, ou os pagãos terão acesso a esta graça? A Mulher Cananéia , representando todos os pagãos, denuncia o preconceito dos judeus novos-convertidos em aceitá-los na comunidade. Através deste texto, Mateus exorta os cristãos judeus para que acolham a todos os gentios convertidos. É um chamado à vencer os conceitos e pré-conceitos da religião anterior (judaísmo). MENSAGEM Vejamos o que nos diz o texto... Caminhando pelo território pagão de Tiro e Sidon Jesus se depara com um mulher não israelita que surpreendentemente chama-o de Filho de Davi. Apesar de não ser israelita, ela está se humilhando e clamando pelo Messias dos judeus. Os discípulos querem que Jesus a mande embora. Segundo eles, ela estava incomodando. As vezes estamos tão envolvidos em ações que julgamos importantes, que não conseguimos distinguir o desafio missionário. Assim como os discípulos, não conseguimos vislumbrar outra saída, se não despedir algumas pessoas. É mais fácil abandoná-las à sorte. Sabendo onde queria chegar, Jesus se utiliza de uma pedagogia que alcançará tanto os discípulos, quanto a mulher Cananéia. Podemos dizer ser esta uma pedagogia de duplo efeito. Num primeiro momento ele irá insistir no Messianismo Israelita, ou seja, Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. Não bastava àquela mulher reconhecer que ele era o Filho de Davi. Era necessário algo mais. Jesus então vai lhe dar uma oportunidade de argumentação, quando afirma: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. Através dessa deixa, a mulher teve oportunidade de demonstrar de forma convicta a sua fé em Jesus. Ela afirma: Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos. Jesus vai elogiar a fé dessa mulher, a ponto de se tornar um exemplo para os judeus. Podemos afirmar que através deste acontecimento Jesus desejava conduzir os seus discípulos a uma mudança radical no relacionamento com todos os estrangeiros que aderissem ao Projeto do Reino. Os discípulos foram chamados a superarem seus conceitos e preconceitos, com o fim de viverem a proposta do novo reino. Reino pautado pelo amor e misericórdia. O que deveria unir os seguidores de Jesus, não era a região ou religião, da qual vieram, mas sim, a adesão aos valores deste novo reino.
  • 4. O que deve nos unir como Povo de Deus, é o propósito de viver os valores do Reino. Podemos vir de histórias diferentes, estruturas familiares das mais diversas, religiões contraditórias, mas o que nos une na fé, é que todos nos submetemos ao Senhorio de Jesus. Podemos nos lembrar do texto de 2ªCo 5:17: E assim se alguém está em Cristo, é nova criatura, as coisas velhas já se passaram eis que tudo se fez novo. APLICAÇÃO PASTORAL Das várias lições que podemos tirar deste texto, gostaria de destacar as seguintes: O que é determinante, para integrar a comunidade do Reino, não é a raça, a cor da pele, o local de nascimento, a tradição familiar, a formação acadêmica, a capacidade intelectual, a visibilidade social, o cumprimento de ritos, a recepção de sacramentos, a amizade com o pastor, os serviços prestados na igreja, mas a FÉ (entendida como adesão a Jesus e à sua proposta de salvação). O verdadeiro crente é aquele que se apresenta diante de Deus numa atitude de humildade e simplicidade, acolhendo com um coração agradecido os dons de Deus e a graça da salvação. Num momento em que muitos cristão se tornam arrogantes diante de Deus, exigindo ou determinando certas bênçãos, a atitude de humildade da Mulher Cananéia se torna um exemplo e uma lição. Teoricamente, ninguém se opõe à idéia de que a Igreja seja uma comunidade aberta a todos. Mas, na prática, será que todos encontram dentro da Igreja um espaço de comunhão, amor e fraternidade? Se Deus não discrimina ninguém, mas aceita acolher à sua mesa todos os homens e mulheres, sem distinção, porque não o faremos nós? Lembremo-nos: A salvação de Deus é para todos. Rev. Paulo Dias Nogueira Igreja Metodista Central de Piracicaba Culto Vespertino – 14/08//2005